A biodança (do espanhol biodanza, neologismo do grego bio (vida) + dança, literalmente a dança da vida) é um sistema de integração afetiva e desenvolvimento humano baseado em “vivências” (experiências intensas no “aqui e agora”) criadas através de movimentos de dança com músicas selecionadas, e através de situações de encontro nãoverbal dentro de um grupo, centradas no olhar e no toque físico. É um Sistema de Desenvolvimento Humano no qual a música e o movimento formam uma unidade coerente com a emoção. Utilizando fundamentos da biologia, da Antropologia e da Psicologia, a biodança se define oficialmente como um sistema de integração afetiva, de renovação orgânica e de reaprendizagem das funções originais da vida. Apesar de produzir efeitos terapêuticos, a biodança não é somente uma terapia, um esporte ou uma simples dança. É uma pedagogia da arte de viver, uma poética do reencontro humano e um convite para que se crie uma nova cultura baseada no som da vida. A Biodança foi criada na década de 60 pelo Antropólogo e Psicólogo Rolando Toro de Arañeda. Rolando Toro nasceu no Chile em 1924, onde ocupou a cátedra de Psicologia da Arte e da Expressão, na Pontifícia Universidade Católica de Santiago e foi docente no Centro de Estudos da Antropologia Médica na Universidade do Chile. Implantou a Biodança que se expandiu para os demais países da América Latina e no Brasil conta com Escolas de Formação em todas as capitais. Em 1992 Rolando Toro se mudou para Milão (Itália) onde fundou a Escola Européia de Biodança e de lá coordenou as atividades de Biodança no mundo inteiro, até 1997 quando voltou para o Chile. Atualmente coordena a Escola Modelo de Biodança na qual se concentra o curso de atualização e formação de professores didatas. OBJETIVOS DA BIODANÇA: estimular o lado positivo das pessoas desenvolver a criatividade melhorar a capacidade de comunicação auxiliar no auto-conhecimento, a identidade e a auto-estima aumentar a resistência ao stress e à ansiedade promover a cada indivíduo. integração e o fortalecendo desenvolvimento de LINHAS DE VIVÊNCIA: Vitalidade: é o ímpeto vital, a energia que a pessoa enfrentar o mundo, potencial de harmonia e Convite ao Movimento. Criatividade: é o elemento de renovação que deve à própria vida. Criar a si mesmo e dar sentido a cada ato. Convite à Expressão. tem para equilíbrio. aplicar-se Sexualidade: dissolução gradativa das couraças caracteriológicas que bloqueiam nossa sensibilidade. Convite à Integração. Afetividade: é o amor indiscriminado pelo ser humano. O útero afetivo que cada um tem e que possibilita o dar e o receber. Convite à Nutrição. Transcendência: é a capacidade de ir além do ego e integrar unidades cada vez maiores. Conexão com a totalidade. Convite à harmonia com o ambiente. As vivências em Biodança visam fortalecer a Identidade valorizando as qualidades que cada um possui e estimulando a comunicação não verbal. Por se tratar de uma terapia que só pode ser desenvolvida em grupo, a Biodança promove o encontro entre as pessoas, fortalecendo os laços afetivos que, por ventura, já existem e abre espaço para novas amizades. As emoções que afloram durante uma vivência de Biodança são rejuvenescedoras, na medida em que despertam dentro de cada um o ímpeto vital que impulsiona a querer viver cada momento na sua plenitude. A prática da Biodança proporciona a expressão de emoções que, quando harmonizadas, reduzem a rigidez das couraças musculares existentes que, em muitos casos, são responsáveis por dores musculares, dores de cabeça, depressão, stress entre outros males da vida moderna. Desta forma vai-se, gradativamente, restabelecendo o equilíbrio do corpo e alcançando a saúde física e mental. O movimento humano, por mais simples que seja, possui uma representação significativa que é criada na mente e que se revela exteriormente através do uso do movimento corporal, criando uma linguagem própria. A Biodança é um sistema no qual a música e o movimento formam uma unidade coerente com a emoção. É sentir a música, transformando essa sensação em gestos e movimentos, criando uma dança própria: dançar a alegria de viver, de vincular-se consigo mesmo e com o outro, realizando trocas de energia positiva em vivências integradoras. Uma das preocupações dessa técnica é estabelecer o resgate de tudo que faz parte do lado natural e saudável da existência. A Biodança tem como foco o chamado Princípio Biocêntrico, que significa usar os métodos da natureza para recriar a vida. O Princípio biocêntrico é uma conexão imediata com as leis que conservam e permitem a evolução da vida. Elaborado por Rolando Toro Araneda, tem como referência imediata a vida, e se inspira nas leis universais que conservam os sistemas vivos e tornam possível sua evolução. Para Toro, “a vida não é a conseqüência dos processos atômicos e químicos, mas da estrutura guia da construção do universo. As relações de transformação matéria-energia são os estados de integração da vida. A evolução do universo é, na realidade, a evolução da vida”. “É um estilo de sentir e de pensar que toma como ponto de partida, e como referência existencial, a vivência e a compreensão dos sistemas”. Por esse princípio, o homem precisa compreender que é um componente de um sistema vivente maior, que suas ações são capazes de modificar esse sistema e, por outro lado, ele está sujeito às modificações desse. A harmonia desse sistema, portanto, depende da maneira como o indivíduo se comporta consigo mesmo, com o outro e com o meio onde vive. Há múltiplas formas de buscar essa harmonização como tai-chi-chuan, meditação, orações, biodança, ioga, psicoterapia, reiki, exercícios físicos e outras formas. Um dos mecanismos eficazes de conseguir essa harmonia é através do Sistema Biodança. Nesta época conturbada que a humanidade está passando, onde a mídia reforça o ter sobre o ser, isto é, o homem só tem direito de se sentir realizado se tiver carros do ano, casas maravilhosas e uma infinidade de parafernálias supérfluas, é muito difícil conseguir uma integração afetiva. Esta só é possível com a reintegração da percepção, motricidade, afetividade e funções viscerais. O homem realizado, fabricado pela mídia, tem sua percepção distorcida, não confiando nos outros e nem em si mesmo. É o tipo oportunista, que sente prazer em enganar e se fazer melhor que os outros. As vivências experimentadas na biodança induzem a uma integração afetiva, em parte, através do equilíbrio de ativação do sistema nervoso autônomo. Esta ativação é tanto ergotrópica, relacionada ao instinto de luta e fuga, por ativação simpática, como trofotrópica, de repouso e interiorização, por ativação parassimpática. O equilíbrio simpático-parassimpático reorganiza o funcionamento fisiológico visceral orgânico, atingindo um estado dinâmico de normalidade, ou seja, a homeostasia. O indivíduo passa a se perceber fisicamente mais equilibrado. Além disso, a movimentação em sintonia com a percepção sonora e a percepção do outro, tende a ativar o sistema límbico, ligado diretamente às emoções, completando a integração afetiva e evitando a depressão. A renovação orgânica ocorre, em parte, pelo mesmo princípio de equilíbrio do sistema nervoso autônomo considerado na integração afetiva. O organismo funcionando mais equilibrado devolve ao indivíduo a alegria de viver. Este passa a ter melhor percepção do funcionamento de seu organismo do ponto de vista físico, mental e psíquico. Para Toro, a renovação orgânica é o estabelecimento da harmonia homeostática, ou seja, a ultraestabilidade dinâmica do biossistema. A renovação orgânica é induzida principalmente pelos estados vivenciais de transe, que ativam os processos de renovação e regulação global das funções biológicas, diminuindo os fatores de desorganização. Quanto à reaprendizagem das funções originárias da vida, segundo Toro , esse processo consiste na retroalimentação do comportamento e do estilo de vida, com os instintos básicos programados geneticamente. O objetivo dos instintos é conservar a vida e permitir sua continuidade e evolução, não havendo evolução biológica através da cultura. Percebe-se então, a maior ênfase na capacidade de percepção, no sentir, do que no saber, no entendimento racional. O desenvolvimento dos potenciais genéticos, segundo a biodança, ocorre por ação de ecofatores positivos sobre cinco grandes conjuntos de potenciais que são justamente as linhas de vivência trabalhadas na biodança. Ainda segundo Toro, “o desenvolvimento dos potenciais genéticos dentro de um contexto ecológico, reativa as funções originárias da vida, como a capacidade de amor, a alegria e a coragem de viver”. Através da associação de exercícios selecionados com estímulos musicais e a indução de movimentos por explicações verbais do facilitador ou facilitadores, denominadas consignas, promove-se a melhor percepção de si mesmo e a integração com os demais membros do grupo. Portanto, “na biodança promove-se a ativação do núcleo afetivo do ser humano através da indução de vivências integradoras usando a música, o canto, a dança e situações de encontro em grupo”. A vivência na biodança é a base desse sistema na busca da auto- regulação. Os exercícios estão destinados a vivenciar e, somente muito posteriormente, a conscientizar (ou seja, a vivência tem prioridade sobre a consciência). A vivência teria um poder auto-regulador em si; a consciência, por outro lado, seria um espelho que registra e denota os novos estados de integração, regulação e otimização. O indivíduo normal desenvolve as cinco linhas de vivência, sendo que alguns reforçam, durante a vida, algumas linhas de vivência expensas de outras linhas. Se uma só delas estiver ausente ou debilitada, o indivíduo está enfermo. Para atingir o desenvolvimento harmônico das linhas de vivência não basta apenas conhecer a biodança por uma única vivência. É necessário fazer parte de um grupo regular e constante, onde os potenciais de cada um dos membros do grupo serão explorados e, se necessário, modificados, sempre com o auxílio de cada participante do grupo. Na busca do equilíbrio, os facilitadores de biodança usam músicas maravilhosas capazes de nos tocar profundamente e transformar nossa percepção musical em movimentos criativos e buscando integrar esses movimentos com outras pessoas do grupo. “A percepção do outro, aceitando-o incondicionalmente e convidando-o a participar de nossa evolução existencial pelas vivências da Biodanza, é um processo que exige, às vezes, grandes modificações na nossa maneira de ser”. “Aceitar o desafio de se modificar com as vivências propostas pelo facilitador do grupo traz como recompensa a ampliação da auto-estima e a integração com o próximo, propiciando assim a melhora na qualidade de vida. Isso pode ser sentido com a diminuição do estresse, a maior aceitação das pessoas em casa e no trabalho, a ampliação do sentimento humanitário e de defesa do meio em que vivemos, a busca do ser em lugar do ter, o combate ao medo e a timidez, o entendimento da importância de viver o aqui e agora, a quebra de preconceitos, entre outras mudanças”. Relacionando a biodança com o processo de saúde e doença, tem-se que essa visa estimular a saúde, a nossa parte sã, nossa excelência. Sua orientação é a integração; integração corpo e mente, matéria e espírito, racional, emocional, intuição, reflexão. Sua utilização é muito importante no estado saúde-doença, já que visa a regulação do ser humano, a cura do corpo através da estabilização da mente. Uma das características da biodança é enxergar o ser humano como um todo, como um reflexo do seu interior. Tende a ver o processo da doença como a instabilização do psíquico refletindo no somático. Daí a sua importância na medicina, como uma terapia alternativa que busca auxiliar no processo de cura do enfermo, sendo de grande ajuda pra medicina, que ainda hoje, tende a ver o doente como portador de doença física unicamente em detrimento da doença psíquica (que para muitos estudiosos é a principal causa da doença orgânica). . O que vem tornar a Biodança uma resposta absolutamente coerente na ajuda de enfermos é a linguagem que ela utiliza. Tem-se que a música é um estímulo muito precoce e eficaz na nossa vida: ainda dentro do útero materno temos contato com os sons. Na verdade, o próprio movimento da vida ao nosso redor (os pássaros cantando; as pessoas circulando e conversando; o som da chuva, do vento, das árvores; etc) é música.A linguagem da música é fácil de ser percebida e entendida e faz o ser humano voltar no tempo e expor seu interior juntamente com tudo que o aflige. É, portanto, pela exteriorização dos problemas, dos medos, das ansiedades que muitas enfermidades são superadas e o indivíduo torna-se mais autoconfiante na busca de sua saúde física e mental. A Biodança vem nos permitir o acesso à realidade por outra via, por outro canal, por outra linguagem, cala nossa fala para ouvir nosso próprio corpo.Sua fala é silenciosa: música, gestos, movimento e olhar. Apreendemos a realidade não pensando nela, mas sentindo. A Biodança surgiu no momento em que percebemos que a razão e o conhecimento não se mostraram suficientes para responder aos problemas do mundo: que os modelos educacionais e terapêuticos não têm se mostrado eficazes na construção de uma sociedade mais justa e humana e na promoção da saúde. Mais do que uma proposta terapêutica, a atuação da Biodança é pedagógica, propõe uma revisão dos valores que fundamentam nossa vida na direção de valores mais naturais, orgânicos, ligados aos instintos e às necessidades vitais. Contribui, também, para diminuir o abismo entre saúde e doença, somático e psíquico, interior e exterior. Pela característica de ajudar o ser humano a buscar resposta às suas necessidades, a Biodança vem sendo utilizada em diversas áreas com extraordinária eficácia. Nas empresas vem sendo incorporada a programas de desenvolvimento de equipe, de qualidade, de criatividade e de prevenção ao stress, pois ajuda a restaurar a força, o ímpeto, a motivação, a relação com o grupo, a consciência de si mesmo, enfim, a alegria de viver. Na medicina vem se firmando como uma alternativa na busca de fazer os doentes lidar melhor com sua enfermidade e procurar meios de promoção da saúde. Como diz seu criador, Rolando Toro, "não pretendemos só melhorar a qualidade de vida. Somos decididamente mais ambiciosos, pretendemos a felicidade". Através da linguagem primitiva da dança da vida, do gesto que se repete no cotidiano, através da fala do silêncio e da música, a Biodança se insere nesse novo paradigma que nos leva à redescoberta de valores primordiais. Em sua essência vem apenas mudar a qualidade de nosso olhar em direção às coisas mais óbvias, e às coisas mais simples do ser humano: assumir a identidade, a vida, a integração ao mundo, o amor, a saúde. A biodança como uma terapia necessita de um orientador habilitado para fazer esse trabalho, já que se trata de um recurso terapêutico que necessita de treinamento anterior. A boa relação entre treinador e aluno é de fundamental importância no funcionamento da técnica e deve ter todas as características de uma boa comunicação humana: sincera, natural, alegre. A atitude do professor deve ser cálida, afetiva, de contato. As formas tradicionais de relação autoritária devem ser excluídas ao máximo. O método de Biodança aplicado a pessoas com problemas de saúde tem sido bem difundido e alguns profissionais (principalmente psicólogos) têm aplicado essa técnica com bons rendimentos terapêuticos. A Biodança eleva o nível geral de saúde. Os problemas mais freqüentes, observados em grupos de trabalho são os seguintes: timidez, ansiedade, tendências agressivas, transtornos de motricidade, anorexia, problemas psicossomáticos, irritabilidade, dificuldade de comunicação e conflitos. É fundamental que o facilitador aproveite as situações espontâneas que vão surgindo durante as vivências, pondo limites por um lado e dando lugar à espontaneidade, por outra. Os grupos devem ser mistos, levando-se em conta que as motivações de homens e mulheres são diferentes, convém alternar exercícios em que se dá expressão aos sentimentos e à afetividade, mais próprios das mulheres, com outros exercícios destinados a reforçar a identidade e o espírito de luta característico do sexo masculino. As danças rítmicas podem realizar-se sobre a fantasia de cerimônias indígenas primitivas. As danças circulares contribuem para integrar ambos os sexos e a desenvolver o espírito de camaradagem. Dessa forma, tem-se a biodança como uma alternativa na área de saúde. Deve-se ressaltar, entretanto, que antes de se optar por uma terapia alternativa, deve-se encarar a medicina como uma ciência que deve interagir com outras áreas em prol do paciente. Daí a importância de uma equipe multidisciplinar para se lidar com um doente. A interação entre as diversas áreas de saúde (medicina, psicologia, fisioterapia, enfermagem, etc) é que proporciona ao cliente uma melhor perspectiva, auxiliando no tratamento. Isso tudo, além da boa relação médico-paciente, faz com que o doente se sinta integrado e pronto para colaborar no processo de restauração da sua saúde. As terapias alternativas entram nesse contexto como facilitadores do tratamento, ajudando o doente a buscar em si mesmo um meio de superar as dificuldades impostas pela doença física. Assim, o paciente começa a ver nele próprio, e não exclusivamente no médico, um caminho para o restabelecimento da saúde. INTRODUÇÃO A preocupação do homem com o processo saúde-doença não é fato recente. Hipócrates, o pai da medicina, na antiga Grécia, muito antes da era cristã, já definia saúde como o estado de harmonia do homem com a natureza, o equilíbrio entre os diferentes componentes do organismo com o meio ambiente. De acordo com seus pensamentos, saúde e doença dependiam de perfeita integração mente/corpo/meio-ambiente. Esse conceito hipocrático perdurou até a Idade Média, quando os dogmas do catolicismo passaram a responsabilizar o comportamento do homem pelo aparecimento de doenças. De acordo com esse pensamento, a doença era nada mais que um castigo pelos pecados cometidos. O médico perdeu seu papel nesse contexto: a ele cabia apenas o cuidado do corpo, para aliviar o sofrimento. Com o advento da ciência e o crescimento da cultura ocidental no Renascimento, uma nova forma de pensamento aflorou: o paradigma mecanicista cartesiano passou a ser adotado para explicar o processo saúde-doença. Segundo esse paradigma, o corpo é composto por partes e visto como máquina, ou seja, todas suas funções dependem do funcionamento independente de cada órgão. Assim sendo, a doença é causada por defeitos das peças da máquina humana. Essa teoria criava uma rigorosa dicotomia entre corpo e mente, cabendo a essa última papel irrelevante. No século XX, com as teorias de Einstein, surgiu um novo horizonte: a matéria vista como manifestação de energia e os homens, também formados de matéria, passaram a ser considerados seres energéticos, constituídos de vários sistemas energéticos que interagem entre si e com o meio, formando um todo, que deve sempre estar harmonioso. Voltamos assim à antiga concepção hipocrática, porém, acrescentando o espírito à tríade mente/corpo/meio ambiente. Foi a retomada dessa visão hipocrática associada à de Einstein que trouxe a tona a necessidade de ver o ser humano como um todo, ou seja, dotado de um corpo que interage com seu espírito e vice-versa. Hoje em dia a idéia de que a mente interfere no corpo está cada vez mais consolidada, a ponto de se traduzir em doenças físicas. A frase: “corpo são, mente sã” reflete a idéia do quanto o psíquico interfere no somático e o resultado dessa interferência é a saúde ou a doença. Assim, a harmonia entre essas duas partes do corpo é que determina a saúde, o bem estar; a desarmonia traz a doença, o desânimo. Assim, a busca pela harmonia é imprescindível para qualquer indivíduo. É por entender que a medicina sozinha não consegue dar o suporte necessário no tratamento do indivíduo como um todo, e por perceber que com o passar do tempo houve uma maior preocupação com a totalidade do ser, que as terapias alternativas surgem como uma possibilidade viável de ajuda na promoção da saúde doente. E é nesse contexto que se torna evidente a necessidade de uma equipe multidisciplinar no tratamento de um doente e que a arteterapia e a biodança surgem como terapias auxiliares para mudar a realidade do doente. A arteterapia vem como um meio para expressar o mundo interno das pessoas. Os recursos artísticos (pintura, dança, música, fotografia, etc) são utilizados para entrar em contato com o inconsciente do indivíduo e ajudá-lo a lidar com sua doença. No contexto hospitalar, a arteterapia é um meio de estimular o paciente, desviando a atenção da doença em si e abrindo uma oportunidade de autoconhecimento e cura interior. Como se sabe, o corpo doente reflete as condições da mente! A biodança traz consigo a idéia da musicalidade da vida, utiliza-se da linguagem musica-movimentos corporais para promover uma maior integração entre corpo e mente, gerando harmonia e conseqüentemente saúde. CONCLUSÃO O entendimento de que corpo e mente interagem de forma a resultar em saúde ou doença está cada vez mais consolidado nos dias atuais. A harmonia e o equilíbrio interior nunca foram tão buscados e o ser humano cada dia mais se convence de que é preciso estar bem consigo mesmo para ser saudável. A medicina vem evoluindo no sentido de proporcionar a seus clientes melhores meios de diagnóstico e tratamento, mas todo esse desenvolvimento tecnológico tem se mostrado ineficiente se utilizado como único meio de ajuda a um doente. Por isso as terapias alternativas surgem no sentido de auxiliar o tratamento, ajudando a medicina a enxergar seu paciente como um todo e entender que é necessário uma equipe multidisciplinar para dar um bom suporte ao paciente. Dessa forma, é na tentativa de fazer o paciente enxergar que ele é o centro de todos os cuidados e que pode contribuir com seu tratamento que surgiram a arteterapia e a biodança com o objetivo de fazer esse doente buscar o equilíbrio interior. É através da arte que esse paciente expões seus medos, anseios, combate a ociosidade e dá margem à imaginação e à criatividade, desviando, assim, sua atenção da doença física. Cumpre-se, portanto, o objetivo de ajudar o doente a lidar com sua doença, equilibrando, dessa maneira, seu corpo e sua mente. Os benefícios da arteterapia são inegáveis e é cada vez maior o número de instituições que trabalham com esse tipo de terapia no auxílio a seus doentes. Assim, as linguagens plásticas; as técnicas de desenho, pintura, modelagem, construções, sonorização, musicalização, dança, drama, fotografias; as histórias contadas; a poesia constituem uma ferramenta essencial no tratamento, na profilaxia, na reabilitação e na educação dos pacientes. A biodança também surge nesse meio com o propósito de ajudar: através da linguagem música - movimentos corporais auxilia o paciente a buscar o equilíbrio interior. Ajuda o indivíduo a se expressar, a procurar pela harmonia e entender que ele pode ajudar a promover sua saúde. Trata-se, portanto, de dois meios de grande valia para a medicina, já que não basta o apoio técnico, é preciso também o apoio emocional ao doente. Além disso, qualquer instrumento que venha a acrescentar no tratamento, tem-se aí a arteterapia ou a biodança como alternativas, é bem vindo. Como já foi dito, o indivíduo só tem saúde se estiver bem consigo mesmo e em harmonia com seu interior. .