Por que cometer erros antigos se há tantos erros novos a escolher?? (Bertrand Russel) Nossos sinceros agradecimentos ao Prof. João Evangelista Brito da Silva, o João, que apesar dos nossos erros, novos e antigos, continua a nos acolher com disposição e simpatia. NÚMEROS PRIMOS: TENTANDO ORGANIZAR O CAOS Prof. Hermes Antonio Pedroso Josy Fernandes Ribeiro Conteúdo Introdução ............................................................................................ 2 “Os Elementos” de Euclides ................................................................. 2 Marin Mersenne ................................................................................... 5 Números Primos Recordistas................................................................ 6 Porque é que se tentam descobrir Números Primos?............................. 8 Fórmulas que dão números primos ....................................................... 9 Fórmulas Polinomiais ........................................................................... 9 Fórmulas Exponenciais......................................................................... 10 O Crivo de Eratóstenes ......................................................................... 11 Tabela de Números Primos................................................................... 14 Seqüências com Infinitos Números Primos........................................... 15 A Distribuição dos Números Primos..................................................... 16 A Distribuição Logarítmica .................................................................. 17 Referências Bibliográficas.................................................................... 22 1 Introdução Apresentamos neste trabalho um pouco da história dos números primos, desde os primórdios na escola pitagórica até os dias atuais, onde ainda são encontrados problemas em aberto. Os pitagóricos faziam distinção entre Aritmética, ciência que estuda as propriedades dos números, e Logística, arte de calcular. A logística é muito anterior aos pitagóricos e à matemática grega, mas a aritmética é uma criação deles.Por exemplo, foram os pitagóricos os primeiros a estudar conceitos como o de números pares, ímpares, primos, perfeitos, amigos, entre outros, bem como algumas propriedades envolvendo esses números. Abordamos a relação de Euclides (cerca de 300 a.C.) entre números primos e números perfeitos, onde ainda persistem questões sobre a existência de números perfeitos ímpares e se o conjuntos desses números é infinito. Destacamos a surpreendente relação dos números primos com a função logarítmica natural e, desse modo, estabelece uma relação estreita entre a teoria dos números e análise. Apresentamos ainda referências aos números de Mersenne (1588-1648) dentre os quais são encontrados os maiores números primos, sendo o último de 4 de setembro de 2006. “Os Elementos” de Euclides Composto de 13 livros, “Os Elementos” de Euclides dedica alguns livros aos estudos dos pitagóricos, sendo que a aritmética, que atualmente chamamos de Teoria dos Números, é abordada nos livros VII, VIII e IX. Algumas definições do Livro VII: − Definição 2: Um número é uma multiplicidade composta de unidades. − Definição 3: Um número é parte de outro, o menor do maior, quando ele mede o maior. − Definição 11: Um número primo é aquele que só é mensurável pela unidade. Em grego: “Protós Arithmós estin monadi mone metroymenos”. Definição atual: Um número primo é aquele que só é divisível por 1 e por ele mesmo. 2 − Definição 12: Um número composto é aquele que é mensurável por algum número. Proposição 32, Livro VII: “Um número qualquer ou é primo ou pode ser medido por um número primo”. Proposição 20, Livro IX: “Existem mais números primos do que qualquer quantidade dada de números primos”. A elegante demonstração dada por Euclides é aritmética, depende da proposição 32 do Livro VII e usa o raciocínio de redução ao absurdo. A idéia é a seguinte: se a, b,…, k é uma quantidade de números primos, toma-se o número p = a ⋅ b ⋅ ... ⋅ k + 1 . O número p pode ser primo ou não. No primeiro caso, é um primo diferente daqueles considerados; no segundo, tem um divisor primo também diferente dos considerados. Logo, existe um primo diferente de a, b, …, k. Proposição 36, Livro IX: “Se tantos números quanto desejarmos começando com uma unidade são expostos em proporção dupla, até que a soma de todos se torne um número primo, e se a soma multiplicada pelo último forma algum número, o produto será perfeito”. Para demonstrar esse fato usaremos a função sigma (denotada por σ (n) ) que associa a cada número n a soma de seus divisores. Exemplos: 1. n = 12 σ (n) = 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28 . 2. Se n é primo, como os únicos divisores de n são 1 e n, então σ ( n) = 1 + n . Fórmula para encontrar σ (n) : 1. É fácil verificar que para n = p α , onde p é primo e α é um número natural, σ (n) = 1 + p + p 2 + ... + p α = 1 − p α +1 p α +1 − 1 = . 1− p p −1 3 Exemplo: n = 53 σ ( n) = 1 = 5 + 5 2 + 5 3 = 2. α α No caso n = p1 1 p 2 2 ... p r αr 54 − 1 5 −1 , onde r ≥ 1 e cada fator pi é primo, com pi ≠ p j para i ≠ j. Mostra-se por indução sobre r que σ ( n) = α +1 α α +1 +1 p1 1 − 1 p 2 2 − 1 p r r − 1 ⋅ ⋅⋅⋅ p1 − 1 p 2 −1 pr − 1 Exemplos: a) n = 12 = 2 2 ⋅ 3 σ (n) = 2 3 − 1 32 − 1 8 ⋅ = 7 ⋅ = 7 ⋅ 4 = 28 2 −1 3 −1 2 b) n = 20 = 2 2 ⋅ 5 σ (n) = 1 + 2 + 4 + 5 + 10 + 20 = 23 − 1 52 − 1 24 ⋅ = 7⋅ = 7 ⋅ 6 = 42 2 −1 5 −1 4 Demonstraremos agora a Proposição 36 de Euclides. Em notação atual: “Se 1 + 2 + 2 2 + ... + 2 n −1 = 2 n − 1 é primo, então P n = 2 n −1 (2 n − 1 ) é perfeito.” Demonstração: Temos que 2 n − 1 é primo, por hipótese, logo σ ( Pn ) = σ (2 n −1 )σ (2 n − 1) = 2n − 1 ⋅ (1 + 2 n − 1) = 2 n (2 n − 1) = 2 [2 n −1 (2 n − 1)] = 2 Pn 2 −1 ou seja, Pn = 2 n−1 (2 n − 1) é perfeito. Resultado importante: Euler provou a seguinte recíproca da Proposição 36 de Euclides: “Se n é um número perfeito par, então n = 2 k −1 (2 k − 1) , onde k > 1 e 2 k − 1 é um número de Mersenne primo”. Observação: Nenhum número primo é perfeito. De fato, se p é um número primo, temos que σ ( p ) = 1 + p ≠ 2 p . 4 Curiosidades: Os dois primeiros números perfeitos, P2 = 2(2 2 − 1) = 2 ⋅ 3 = 6 e P3 = 2 2 ( 2 3 − 1) = 4 ⋅ 7 = 28 , eram conhecidos dos hindus e dos hebreus antes de Pitágoras. Os gregos conheciam apenas os P2 = 6 , números P3 = 28 , P5 = 2 4 (2 5 − 1) = 16 ⋅ 31 = 496 e P7 = 2 6 (2 7 − 1) = 64 ⋅ 127 = 8 128 . O quinto número perfeito foi encontrado na primeira metade do século XVI por Hudalrichus Regius e corresponde a n = 13 . P13 = 212 (213 − 1) = 4096 ⋅ 8192 = 33 350 336 Em 1603, Pietro A. Cataldi (1548-1626) encontrou P17 = 216 (217 − 1) = 65 536 ⋅ 131 071 = 8 589 869 056 e P19 = 218 (219 − 1) = 262 144 ⋅ 524 287 = 137 438 691 328 . Marin Mersenne (1588-1648) A ardente atividade dos matemáticos num período em que não existiam revistas científicas conduziu a círculos de discussão e a uma constante correspondência. Algumas figuras ganharam mérito por servirem como centro de intercâmbio científico. A mais conhecida delas é o frade, filósofo e músico Marin Mersenne, cujo nome como matemático é recordado nos “Números de Mersenne”. Com ele corresponderam-se Descartes, Fermat, Desargues, Pascal e muitos outros cientistas. Segundo H. Bosmans, informar Mersenne de uma descoberta significava publicá-la em toda a Europa. O convento no qual Mersenne ensinou situava-se na atual Place des Vosges, em Paris, e aí acudiam os visitantes a procura de “Lê bon père Mersenne”. Em 1644 Marin Mersenne conjecturou que os números M p = 2 p − 1 , p ≥ 1 , são primos para p = 2, 3, 5, 7, 13, 17, 19, 31, 67, 127 e 257 e compostos para todos os outros primos p < 257 . 5 O número M 19 foi o maior número primo de Mersenne conhecido até 1732, quando Euler provou que M 31 é primo. Mas a conjectura de Mersenne tinha cinco erros. Hoje sabemos que M 61 é primo, M 67 é composto, M 89 e M 107 são primos e M 257 é composto. Em 1983 (com computador é lógico), Slowinski mostrou que M 132 049 é primo. O número perfeito associado a esse número de Mersenne é P132 049 = 2132 048 (2132 049 − 1) , formado por 79 000 dígitos, é o 29° número perfeito conhecido. Números Primos Recordistas • Em 13 de novembro de 1.996, na França, Joel Armengaud descobriu o 35° primo de Mersenne. É o número 21.398.269 − 1 , com 420.921 dígitos. • Com 895.932 dígitos, o número 2 2.976.221 − 1 é o 36° primo de Mersenne descoberto. Foi encontrado por Gordon Spence, no dia 24 de agosto de 1.997 no Reino Unido, com seu computador pessoal, um Pentium de 100 MHz, que demorou 15 dias para provar a primalidade do número. • Roland Clarkson descobriu em 27 de janeiro de 1.998 que o número 2 3.021.377 − 1 , com 909.526 dígitos é o 37° primo de Mersenne. Roland usou um Pentium de 200 MHz, que ficou 46 dias para mostrar que esse número realmente é primo. • O 38° primo de Mersenne, descoberto nos Estados Unidos por Nayan Hajratwala, no dia 1 de junho de 1.999 é o número 2 6.972.593 − 1 , que possui 2.098.960 dígitos e foi encontrado por um Pentium II IBM de 350 MHz, que demorou 111 dias para verificar se realmente era um número primo. Nayan Hajratwala recebeu um prêmio de US$ 50 mil da Eletronic Frontier Fundation por ter sido o primerio a descobrir um número primo com mais de 1.000.000 • A 39° posição foi ocupada pelo número 213.466.917 − 1 , que possui 4.053.946 dígitos. Descoberto em 14 de novembro de 2.001 por Michael Cameron, no Canadá, que demorou 45 dias para provar que esse número realmente é primo em seu AMD T-Bird PC de 800MHz. 6 • 2 20.996.011 − 1 , com 6.320.430 dígitos é o 40° primo de Mersenne. Número descoberto por Michael Shafer, em 17 de novembro de 2.003. • Em 15 de maio de 2.004 foi encontrado um número primo com 7.235.733 dígitos, com milhões de dígitos a mais do que o do número encontrado anteriormente. Ele foi encontrado pelo computador (um Pentium de 2,4 GHz) do norte-americano Josh Findley. Descoberto pelo projeto GIMPS é o 41° primo Mersenne encontrado e pode ser representado como 2 24.036.583 − 1 . • O 42° primo de Mersenne é o número 2 25.964.951 − 1 , com 7.816.230 dígitos foi encontrado pelo Dr. Martin Nowark, da Alemanha, no dia 18 de fevereiro de 2.005. Demorou 50 dias para seu Pentium 4 de 2,4 GHz provar a primalidade deste número. • Em 15 de dezembro de 2.005, Dr. Curtis Cooper e Dr. Steven Boone, professores da Central Missouri State University, descobriram o 43° primo de Mersenne, o número 2 30 402 457 − 1 , com 9.152.052 dígitos. • No dia 4 de setembro de 2.006, novamente Dr. Curtis Cooper e Dr. Steven Boone descobriram o 44° primo de Mersenne. Esse número contém 9.808.358 dígitos e é expresso por 2 32 582 657 − 1 . Este é o maior número primo conhecido até hoje e quase ganhador do prêmio de US$ 100 mil que a Eletronic Frontier Fundation promete dar para quem encontrar um número primo com mais de 10.000.000 dígitos. A Eletronic Frontier Fundation (Fundação Fronteira Eletrônica), dos Estados Unidos, promete dar, além desse prêmio de US$ 100 mil, prêmios de: • US$ 150 mil para quem descobrir primeiro um número primo com 100.000.000 dígitos. • US$ 250 mil para quem for o primeiro a encontrar um número primo que possui 1.000.000.000 de dígitos. Os Números de Mersenne são encontrados através de um projeto na Internet, o GIMPS (The Great Internet Mersenne Prime Search – Grande busca do Primo de Mersenne pela Internet), onde os voluntários baixam um programa que roda continuamente em seus 7 computadores. Um servidor central, então, envia diferentes números para cada máquina, que analisa se realmente se trata de um número primo. Este programa foi criado pelos programadores George Woltman e Scott Kurowski. Esta forma de processamento “espalhado” pela Internet permite um maior poder de análise de informações. Até hoje são conhecidos apenas 44 números primos de Mersenne. Porque é que se tentam descobrir números primos? 1. Para testar Hardware: Este tem sido historicamente utilizado como um argumento para a evolução computacional em geral, logo é mais uma motivação para uma empresa do que para um único indivíduo. Desde o princípio da computação eletrônica, que programas com o intuito de encontrar grandes números primos têm sido utilizados como teste para hardware. Por exemplo, rotinas de software do projeto GIMPS foram utilizadas pela Intel para testar os chips de Pentium II e Pentium Pro antes de serem lançados no mercado. 2. Para saber mais sobre sua distribuição: Apesar da Matemática não ser uma ciência experimental, freqüentemente se procuram exemplos para testar conjecturas (que após tal, esperamos demonstrar). Com o evoluir do tamanho dos números, evolui, de certo modo, o nosso conhecimento sobre a distribuição dos mesmos. O Teorema dos Números Primos foi descoberto através do simples "olhar" para tabelas de números primos e verificar a sua distribuição. 3. Criptografia: Para a segurança da Criptografia RSA escolhe-se números primos grandes. Usa-se números grandes, pois, caso contrário, seria fácil quebrar e são melhores os números primos por não admitirem fatoração. 4. Pelos produtos que advém da procura: A busca de números primos recordistas deixou como legado alguns dos maiores teoremas da teoria elementar dos números primos, tais como o Pequeno Teorema de Fermat, e a reciprocidade quadrática. Mais recentemente a busca de tais primos é ainda usada por professores para motivarem os seus alunos na pesquisa matemática e talvez para os demover 8 a futuras carreiras nas áreas de ciências e engenharias. Estes são apenas alguns produtos que advém desta pesquisa. 5. Pela glória: Muitos tentam descobrir números primos recordistas simplesmente pelo desejo de competir e ganhar!! As suas maiores contribuições para a Humanidade não são meramente pragmáticas, é pela curiosidade e pelo espírito inquieto do Homem. Para não perdemos o desejo do "fazer ainda melhor". Fórmulas que dão Números Primos 1. Fórmulas Polinomiais Um dos tipos mais simples de fórmulas para primos que podemos imaginar é a fórmula polinomial. Com isto nos referimos a um polinômio f ( x) = a n x n + a n −1 x n −1 + ... + a1 x + a 0 cujos coeficientes a n , a n −1 , ..., a1 , a 0 são números inteiros que satisfazem a condição f(m) é primo para todo inteiro m. Vamos ver o que acontece no exemplo f ( x) = x 2 + 1 . Tabelando os valores inteiros positivos de x contra f(x), temos: x f(x) 1 2 2 5 3 10 4 17 5 26 6 37 7 50 8 65 9 82 10 101 9 Observe que se x for ímpar, f(x) é par. Assim, a não ser quando x = 1 , o valor de f(x) é sempre composto (e múltiplo de 2) quando x é impar. Portanto, quando x > 1 , temos que f(x) só pode vir a ser primo se x for par. Também não adianta considerar apenas os valores pares para x, uma vez que f (8) = 65 é composto. Vemos então, que este polinômio não nos dá uma fórmula para primos. Infelizmente este exemplo não é fruto do azar, veja o que nos diz o seguinte teorema: Teorema: Dado um polinômio f(x) com coeficientes inteiros, existe uma infinidade de números positivos m tais que f(m) é composto. Vejamos alguns exemplos de fórmulas polinomiais que nos fornecem números primos: Leonard Euler (1707-1783), o maior matemático do século XVIII, e talvez de todos os tempos, apresentou, em 1772, a fórmula f (n) = n 2 + n + 41 , que fornece primos para os seguintes valores de do inteiro n: n = 0,...,39, 42, 43, 45, 46, 47, 48, 50, 51, 52, 53,... Temos ainda: P = 2n 2 + 29 , n = 0,...,28 . P = n 2 + n + 17 , n = 0,...,16 . P = 3n 2 + 3n + 23 , n = 0,...,21 . Do que dissemos até agora, conclui-se que não existe uma fórmula polinomial para primos, pelo menos se estivermos considerando apenas polinômios em uma variável. Entretanto, existem polinômios em mais de uma variável cujos valores positivos são sempre primos. Mas estes polinômios têm grau muito alto e muitas variáveis. Infelizmente estas fórmulas são complicadas demais para serem úteis na prática. 2. Fórmulas Exponenciais Pierre de Fermat (1601-1665), um dos maiores matemáticos do século XVII, acreditava conhecer uma fórmula que fornecessem, senão todos, pelo menos uma infinidade 10 de números primos. Em uma carta endereçada a seu amigo Bernard Frenide de Bessy datada, n provavelmente, de agosto de 1640, ele enumerou os números da forma Fn = 2 2 + 1 para os números inteiros de n entre 0 e 6. Os números são: F0 = 3 , F1 = 5 , F5 = 4.294.967.297 F3 = 257 , F2 = 17 , e F4 = 65.537 F6 = 18.446.744.073.709.551.617 Em seguida, revelava ele, embora confessando não estar de posse de uma prova completa, sua convicção de que os números eram primos para todos os valores do natural n. É surpreendente que Fermat não tenha tentado aplicar um método para fatorar o número F5 , como fazia para fatorar os Números de Mersenne. Igualmente curioso é que Frenide não tenha imediatamente observado o erro de Fermat, já que também trabalhara na fatoração de Números de Mersenne. A julgar pelo tom da correspondência entre eles, isto não traria senão satisfação a Frenide, que aliás, estava muito longe de ser um matemático do gabarito de Fermat. Ao contrário, Frenide parece ter concordado com Fermat quanto a esta conjectura. Esse problema só ficou definitivamente resolvido quando Euler, em 1732, provou que, para n = 5 , Fn não é primo: 5 F5 = 2 2 + 1 = 4.294.967.297 = 641 × 6.700.417 Ao passo que os Números de Mersenne são uma rica fonte de primos, poucos primos de Fermat são conhecidos. Até hoje são conhecidos apenas os números F0 = 3 , F1 = 5 , F2 = 17 , F3 = 257 e F4 = 65.537 . Esses números são chamados de Primos de Fermat. Sabemos hoje que Fn é composto para todo n entre 5 e 16. O Crivo de Eratóstenes O cientista grego Eratóstenes (276-194 a.C.) era responsável pela famosa Biblioteca de Alexandria. Escreveu sobre Astronomia, Geografia, Cronologia, Ética, Matemática e outros assuntos. Ele é lembrado por ter sido o primeiro a medir com precisão (a menos de 50 milhas!) a circunferência da Terra. E também por seu Crivo dos números primos. Eratóstenes foi também amigo de Arquimedes (287-212 a.C.) – o maior intelecto da Antiguidade – e o receptor da famosa carta (chamada “O Método”) em que Arquimedes 11 revelou seu método de fazer descobertas matemáticas. Em sua velhice, Eratóstenes ficou cego e dizem que se suicidou deixando de se alimentar. Nicômaco (cerca de 100 d.C.) em sua Aritmética, publicada por volta do ano 100 d.C., introduz o Crivo de Eratóstenes da seguinte maneira: “O método para obter os números primos é chamado por Eratóstenes uma peneira (crivo), porque tomamos os números ímpares misturados de maneira indiscriminada e, por este método, como se fosse pelo uso de um instrumento ou peneira, separamos os primos ou indecomponíveis dos secundários ou compostos.” Portanto o crivo atua como uma peneira que só deixa passar os números primos. Vejamos como funciona. Em primeiro lugar o crivo determina todos os primos até um certo inteiro positivo n previamente escolhido. Para realizar o crivo devemos proceder da seguinte maneira: listamos os ímpares de 3 a n. É claro que só listamos os ímpares porque o 2 é o único primo par. Começamos então a operar com o crivo propriamente dito. O primeiro número da nossa lista é 3; riscamos os demais números da lista de 3 em 3. Assim serão riscados todos os múltiplos de 3 maiores que ele próprio. Em seguida procuramos o menor elemento da lista, maior que 3, que não tenha sido riscado, que é 5. Riscamos os demais números da lista, de 5 em 5. Assim serão riscados todos os múltiplos de 5 maiores que ele próprio. E assim por diante, até chegar a n. Por exemplo, se n = 35 , a lista de números é 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 Ao final da primeira passagem do crivo (de 3 em 3), ficamos com 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 Ao final da segunda passagem do crivo (de 5 em 5), a lista é 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 Ao final da terceira passagem do crivo (de 7 em 7), a lista continua a mesma acima. A quarta passagem seria de 11 em 11, mas novamente nada vai mudar na lista. Na verdade nenhuma passagem posterior do crivo vai eliminar nenhum número adicional desta lista. Logo, os primos ímpares menores que 35 são 3 5 7 11 13 17 19 23 29 31 Este exemplo nos leva a observar algumas características do crivo. Em primeiro lugar, alguns números são riscados da lista mais de uma vez. É o caso do 15 que já havia sido riscado na primeira passagem e foi também riscado na segunda. Em segundo lugar, já havíamos riscado da lista todos os números compostos na segunda passagem do crivo. Todas as passagens posteriores foram redundantes. 12 Consideremos a segunda observação. Ela indica que deve ser possível parar de riscar os números muito antes de chegar a n. De fato, se m é um inteiro da lista, então m ≤ n . Se m m ≤ n . Isto é, qualquer for composto, então terá um fator menor ou igual a m . Mas número composto da lista tem fator menor ou igual a n . Desta forma não precisamos riscar números de r em r quando r > [ n ] . No exemplo acima [ 35 ] = 5 ; por isso é suficiente riscar de 3 em 3 e de 5 em 5, e nada mais. A outra observação é mais delicada. Infelizmente não é possível evitar completamente o fato de que alguns números serão riscados várias vezes. Mas podemos melhorar um pouco o crivo acima. Digamos que queremos achar os primos até n, e que estamos prestes a riscar os números de p em p. É claro que os múltiplos de p que também são múltiplos de primos menores do que p já foram riscados da lista. Portanto, nesta etapa, podemos começar a riscar de p em p a partir do menor múltiplo de p, que não é múltiplo de um primo menor que p; isto é, a partir de p 2 . Resumindo: podemos começar a riscar de p em p a partir de p 2 . Isto evita algumas duplicações e torna o crivo um pouco mais econômico. Como todo algoritmo, o crivo de Eratóstenes tem suas limitações. Se o que queremos é achar primos muito grandes, este não é o algoritmo que devemos usar. Mas não podemos creditar isto como um defeito; afinal, o objetivo do algoritmo é achar todos os primos até n, e isto não é razoável se n tiver 200 algarismos. 13 Tabela de Números Primos 2 29 67 107 163 211 263 313 373 431 479 547 601 653 719 773 839 907 971 1031 1091 1153 1223 1289 1361 1433 1487 1553 1609 1669 1747 1823 1889 1979 2029 2099 2161 2251 2311 2381 2441 2539 2617 2683 2729 2797 2861 3 31 71 109 167 223 269 317 379 433 487 557 607 659 727 787 853 911 977 1033 1093 1163 1229 1291 1367 1439 1489 1559 1613 1693 1753 1831 1901 1987 2039 2111 2179 2267 2333 2383 2447 2543 2621 2687 2731 2801 2879 5 37 73 131 173 227 271 331 383 439 491 563 613 661 733 797 857 919 983 1039 1097 1171 1231 1297 1373 1447 1493 1567 1619 1697 1759 1847 1907 1993 2053 2113 2203 2269 2339 2389 2459 2549 2633 2689 2741 2803 2887 7 41 79 127 179 229 277 337 389 443 499 569 617 673 739 809 859 929 991 1049 1103 1181 1237 1301 1381 1451 1499 1571 1621 1699 1777 1861 1913 1997 2063 2129 2207 2273 2341 2393 2467 2551 2647 2693 2749 2819 2897 11 43 83 137 181 233 281 347 397 449 503 571 619 677 743 811 863 937 997 1051 1109 1187 1249 1303 1399 1453 1511 1579 1627 1709 1783 1867 1931 1999 2069 2131 2213 2281 2347 2399 2473 2557 2657 2699 2753 2833 2903 13 47 89 139 191 239 283 349 401 457 509 577 631 683 751 821 877 941 1009 1061 1117 1193 1259 1307 1409 1459 1523 1583 1637 1721 1787 1871 1933 2003 2081 2137 2221 2287 2351 2411 2477 2579 2659 2707 2767 2837 2909 17 53 97 149 193 241 293 353 409 461 521 587 641 691 757 823 881 947 1013 1063 1123 1201 1277 1319 1423 1471 1531 1597 1657 1723 1789 1873 1949 2011 2083 2141 2237 2293 2357 2417 2503 2591 2663 2711 2777 2843 2917 19 59 101 151 197 251 307 359 419 463 523 593 643 701 761 827 883 953 1019 1069 1129 1213 1279 1321 1427 1481 1543 1601 1663 1733 1801 1877 1951 2017 2087 2143 2239 2297 2371 2423 2521 2593 2671 2713 2789 2851 2927 23 61 103 157 199 257 311 367 421 467 541 599 647 709 769 829 887 967 1021 1087 1151 1217 1283 1327 1429 1483 1549 1607 1667 1741 1811 1879 1973 2027 2089 2153 2243 2309 2377 2437 2531 2609 2677 2719 2791 2857 2939 14 Observações: a) Todo número primo ímpar é da forma 4k + 1 ou 4k + 3 . b) Todo número primo ímpar é da forma 6k + 1 ou 6k + 5 . Justificativa: Seja a um número primo, • a ÷ 4 = 4k + r , assim a = 4k , a = 4k + 1, a = 4k + 2 ou a = 4k + 3 , como a = 4k e a = 4k + 2 são números pares, então a é da forma 4k + 1 ou 4k + 3 . • a ÷ 6 = 6k + r , assim a = 6k , a = 6k + 1, a = 6k + 2, a = 6k + 3, a = 6k + 4 ou a = 6k + 5 , como a = 6k , a = 6k + 2 e a = 6k + 4 são números pares e a = 6k + 3 é divisível por 3, então a é da forma 6k + 1 ou 6k + 5 . Seqüências com Infinitos Números Primos Teorema: A progressão 3, 7, 11,..., 4n+3,... contém infinitos primos. Demonstração: É claro que o termo geral de nossa progressão também pode ser escrito como 4n-1. Seja 3, 7, 11,..., p a lista completa dos primos dessa progressão até p. Formamos o número N = 4(3.7.11... p ) − 1 . É claro que N>p e também N não é divisível por dois ou por qualquer dos primos 3, 7, 11,..., p. Se N for primo, então ele é um primo da forma 4n-1, que é maior que p. Suponha que N não seja primo. Pela observação anterior, ele é um produto de primos ímpares menores que N, que não pode incluir qualquer dos primos 3, 7, 11,...,p. Observamos que todo primo ímpar é da forma 4n+1 ou 4n-1 e, como (4m + 1)(4n + 1) = 4(4mn + m + n) + 1 , é claro que todo produto de números da forma 4n+1 é novamente dessa forma. Esses fatos implicam que, na nossa situação presente, isto é, em que N é um produto de primos ímpares que não pode incluir qualquer dos primos 3, 7, 11,..., p, deve ser verdadeiro que qualquer dos fatores primos é da forma 4n-1, e, portanto, maior que p. Concluímos que em cada caso existe um primo na progressão que é maior do que p, e isto completa a prova. Teorema de Peter Gustav Lejeune Dirichlet (1805-1859): Se a e b são inteiros positivos sem fator comum maior que 1, então a progressão aritmética a, a+b, a+2b,...,a+nb,... contém infinitos números primos. 15 A prova de Dirichlet utilizou idéias e técnicas de análise avançada e abriu novas linhas de pensamento na Teoria dos Números. A Distribuição dos Números Primos Existem 5 números primos entre 101 e 113, mas nenhum entre 114 e 126. Achamos 23 primos entre 1 e 100 e 21 primos entre 101 e 200; mas entre 8.401 e 8.500 existem apenas 8 primos, e estes estão amontoados no intervalo 8.418 e 8.460. E antes que se fique com uma impressão errônea, deixe-me acrescentar que existem 13 primos entre 89.501 e 89.600. Entre 1 e 10.000.000 encontramos 664.580 primos. Depois disso, dependemos de teorias e fórmulas de aproximação. Isso deixa aberta a possibilidade de haver concentrações de números primos em certos lugares ou a ausência deles em outros. Essa ausência pode ser facilmente estabelecida, pelo simples expediente de exibir intervalos arbitrariamente longos de números naturais nos quais todos os números são compostos, nenhum é primo! Tais intervalos são as vezes chamados desertos de números primos. Para exibi-los, comecemos por observar que, dado qualquer número natural n, seu fatorial é divisível por todos os números 2, 3, ..., n − 1, n pois é simplesmente o produto desses números. Então, n!+ 2 é divisível por 2, n!+ 3 é divisível por 3, n!+ 4 é divisível por 4, e assim por diante, até chegarmos a n!+ n é divisível por n. Em outras palavras, todos os números n!+ 2, n!+ 3, n!+ 4, ..., n!+ n , são compostos. Nesse intervalo existem n − 1 números. Como n é arbitrário, podemos escolhê-lo de forma a termos uma seqüência ininterrupta de números compostos, ou seja, um deserto de números primos, tão longo quanto quisermos! 16 Exemplo: n = 6 6 != 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 720 6 !+ 2 = 720 + 2 = 722 = 2 ⋅ 321 6 !+ 3 = 720 + 3 = 723 = 3 ⋅ 241 6 !+ 4 = 720 + 4 = 724 = 4 ⋅ 181 6 !+ 5 = 720 + 5 = 725 = 5 ⋅ 145 6 !+ 6 = 720 + 6 = 726 = 6 ⋅ 121 Ou seja, 722, 723, 724, 725, 726 são compostos. A distribuição logarítmica Muitas tentativas foram feitas para descobrir o n-ésimo primo p n e para o exato número de primos entre os n inteiros positivos. Todos esses esforços falharam e foi alcançado algum progresso real apenas quando os matemáticos começaram a procurar informações acerca da distribuição média dos primos entre os inteiros positivos. É costume denotar por π (x) o número de primos menor ou igual um número positivo x. Assim π (1) = 0 , π (2) = 1 , π (3) = 2, π (4) = 2 , e π ( p n ) = n . Os matemáticos Adrien-Marie Legendre (1752-1833) e Carl Friedrich Gauss (1777-1855), cada um a seu modo, estudaram essa função por meio de tabelas de primos, com o objetivo de descobrir uma função simples que aproximasse π (x) com um erro relativo pequeno para x grande. Mais precisamente, eles procuravam uma função f (x) com a propriedade de que lim x →0 f ( x) f ( x) − π ( x) = lim − 1 = 0 . x →∞ π ( x ) π ( x) Isto é, tal que lim x →∞ f ( x) =1 π ( x) 17 Baseado em suas observações eles conjecturaram que ambas as funções x ln x x dt ln t 2 e li ( x) = ∫ eram boas aproximações. A função li(x) é conhecida como a integral logarítmica. A tabela seguinte mostra que sucesso têm essas funções. x π (x) 10 4 4,34 8,5 10 2 25 21,71 13,16 10 3 168 144,76 13,83 178 10 4 1 229 1085,73 11,65 1246 10 5 9 592 8685,88 9,44 78 628 10 6 78 498 72382,41 7,79 664 918 10 7 664 579 620420,68 6,64 10 8 5 761 455 5428681,02 5,77 10 9 50 847 534 48254942,43 5,09 1010 455 052 012 434294481,9 4,56 x / ln x % de erro li(x) Tanto Legendre como Gauss foram incapazes de provar suas conjecturas. Os primeiros resultados solidamente estabelecidos nessa direção foram obtidos em torno de 1850, pelo matemático russo Pafnutii L. Chebyshev (1821-1894), que mostrou as seguintes desigualdades π ( x) 9 7 < < 8 x / ln x 8 são válidas para todo x suficientemente grande. Ele provou também que, se o limite lim x →∞ π ( x) x / ln x 18 existe, então seu valor deve ser 1. O passo seguinte – grandioso – foi dado por Bernhard Riemann (1826-1866) em 1859 num artigo breve, de apenas 9 páginas, famoso por sua riqueza de idéias profundas. Riemann, no entanto, simplesmente esboçou suas provas e assim seu trabalho foi inconclusivo em diversos aspectos. O fim dessa parte da história veio em 1896, quando Jacques Hadamard (1865-1963) e Charles de la Vallée Poussin (1866-1962), trabalhando independentemente mas baseados nas idéias de Riemann, estabeleceram a existência desse limite e desse modo completaram a prova do Teorema dos Números Primos: lim x →∞ π ( x) = 1. x / ln x (1) Essa lei relativamente simples é um dos fatos mais notáveis de toda a Matemática. Se a escrevemos da forma: π ( x) / x = 1. x →∞ 1 / ln x lim (2) então ela admite a seguinte interpretação interessante em termos de probabilidade. Sendo n um número inteiro positivo, então a razão π (n) / n é a proporção de primos entre os inteiros 1, 2,..., n; ou, de modo equivalente, é a probabilidade de ser primo um desses inteiros escolhidos ao acaso. Podemos pensar em (2) como a afirmação de que essa probabilidade é aproximadamente 1/ln n para n grandes. Segue-se do Teorema dos Números Primos que o n-ésimo primo é aproximadamente n.ln n, no sentido de que pn =1 n →∞ n. ln n lim (3) Para provar usamos o fato de que π ( p n ) = n e inferimos de (1) que lim n →∞ pn n =1 = 1 ou lim n →∞ n ln p p n / ln p n n (4) Tomando agora o logaritmo de (4) e usando a continuidade do logaritmo na forma ln lim = lim ln , obtemos lim(ln p n − ln n − ln ln p n ) = 0 n→∞ ou 19 ln n ln ln p n lim ln p n 1 − − = 0. ln p n ln p n n→∞ Isto implica que a expressão entre colchetes deve tender a 0, e como a terceira parcela dela também tende a 0 [recordemos que (ln n) / n → 0 ], devemos ter lim n →∞ ln n =1 ln p n (5) Com o auxilio de (5), obtemos de (4) lim n →∞ pn pn ln p n = lim ⋅ = 1, n → ∞ n ln n n ln p n ln n o que termina a prova de (3). É também interessante ver que o Teorema dos Números Primos é equivalente à afirmação de que π ( x) = 1. li ( x) (6) li ( x) = 1; x →∞ x / ln x (7) lim x →∞ Para provar, basta mostrar que lim pois, se assim o for lim x →∞ π ( x) π ( x) li( x ) π ( x) = lim ⋅ = lim . x x → ∞ → ∞ x / ln x li ( x ) x / ln x li ( x) Provemos (7). Integrando-se li(x) por partes, obtemos x x dt x dt 2 li ( x) = ∫ = − +∫ . ln t ln x ln 2 2 (ln t ) 2 2 (8) Como 1 /(ln t ) 2 é positivo e decrescente para t > 1 , se x ≥ 4 temos x dt = 2 2 (ln t ) 0<∫ Dividindo membro a membro por x dt ∫2 (ln t ) 2 + x dt ∫ (ln t ) 2 x < x −2 x− x + (ln 2) 2 (ln x ) 2 < x x− x + 2 (ln 2) (ln x ) 2 x chegamos em ln x 20 x 0< dt ∫ (ln t ) 2 2 x ln x < ln x x (ln 2) 2 + 4 ln x Calculando o limite com x → ∞ e usando o Teorema do Confronto concluímos que x lim x →∞ dt ∫ (ln t ) 2 2 x / ln x =0 (9). Esse resultado mostra que as duas conjecturas de Legendre e Gauss foram confirmadas quando o Teorema dos Números Primos foi finalmente provado. O Teorema dos Números Primos como proposição envolvendo a função logarítmica e um limite está obviamente relacionado à Análise. Esse fato é muito surpreendente em vista de que os primos são objetos discretos e não têm aparentemente ligação com as funções contínuas e processo de passagem a limite, que são a essência da Análise. Contudo, quase todo trabalho significativo sobre o Teorema de Dirichlet e o Teorema dos Números Primos, depende do instrumental analítico avançado de séries infinitas, de Teoria da Variável Complexa, de transformadas de Fourier, etc. Conseqüentemente, essa parte da Matemática tornou-se conhecida como Teoria Analítica dos Números. 21 Referências Bibliográficas COUTINHO, S.C., Números Inteiros e Criptografia RSA, Rio de Janeiro: IMPA, 2003, 213p. 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