Escola E. E. F. M. Félix Araújo – Geografia – Prof° Tibério Mendonça – 2º Ano ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO BRASILEIRO Ao sul, Arroio Chuí no Rio Grande do Sul. E A localização geográfica do território brasileiro apresenta-se a 5°16’19” de latitude norte a 33°45’09” latitude sul; e 34°45’54” de longitude oeste a 73°59’32” de longitude oeste. O Brasil encontra-se totalmente no hemisfério oeste de Greenwich. Desse modo, podemos concluir que: Característica física Apenas o Sul do país faz parte da zona temperada, apresentado um clima de temperaturas mais amenas; struturado a partir do modelo colonial de exploração, somente no final do século XIX o espaço brasileiro deixou de apresentar uma economia fragmentada, dividida em ilhas de exportação, para se constituir como um espaço integrado com as diversas regiões. O Brasil possui o quinto mais extenso território do mundo, com área total de 8.547.403km². Com exceção do Chile e do Equador, todos os Estados sul-americanos compartilham fronteiras com o Brasil. A quase totalidade do território brasileiro (93%) está ao sul da linha do Equador, ou seja, no hemisfério sul; Possui quatro fusos horários diferentes. A maior parte das terras brasileiras está localizada entre os trópicos, o que faz do nosso país uma região tipicamente tropical, onde predominam climas quentes; Contado pela linha do Equador e Trópico de Capricórnio e banhado pelo oceano Atlântico. As dimensões continentais do território brasileiro podem ser observadas também através das distâncias que separam os pontos extremos: 4.394 Km de norte a sul; 4.319 Km de leste a oeste; 7. 408 Km de litoral; 15. 719 Km de fronteira com os países vizinhos. Os pontos extremos do Brasil são: A oeste, a Serra da Contamana no Acre; A leste, a Ponta do Seixas na Paraíba; Ao norte, o Monte Caburaí em Roraíma; O IBGE, juntamente com o IME - Instituto Militar de Engenharia, realizaram novas medições de altitude de 7 pontos culminantes do Brasil, para tanto, utilizou recursos mais modernos e novas tecnologias, como o GPS, sistema de navegação e posicionamento por satélite. Com os novos estudos, verificou-se algumas alterações, como suspeitava o IBGE, o Pico da Pedra da Mina, localizado no município de Passa-Quatro, Minas Gerais, é mais elevado do que o Pico das Agulhas Negras, pertencente a Itatiaia, no Rio de Janeiro. Antes de 2004, a última medição dos pontos culminantes havia sido feita na década de sessenta pelo Ministério das Relações Exteriores, através da Primeira Comissão Demarcadora de Limites. 1 Escola E. E. F. M. Félix Araújo – Geografia – Prof° Tibério Mendonça – 2º Ano AS NOVAS ALTITUDES DOS PONTOS CULMINANTES DO BRASIL Altitude Antiga (m) Altitude Nova (m) 1º. Pico da Serra Imeri Neblina AM 3.014,1 2.993,78 2º. Pico 31 Serra Imeri de Março AM 2.992,4 2.972,66 2.890,0 2.891,98 4º. Pico da Serra da Pedra da Mantiqueira Mina MG 2.770,0 2.798.39 5º. Pico das Serra do Agulhas Itatiaia RJ Negras 2.787,0 2.791,55 6º. Pico do Cristal Serra do Caparaó MG 2.780,0 2.769,76 7º. Monte Roraima Serra do Pacaraima RR 2.875,0 2.734,06 Nome 3º. Pico da Bandeira Localidade Estado Serra do Caparaó ES conquista de novas terras para os dois países. Essas “descobertas” geraram tensões e conflitos entre ambos, e na tentativa de evitar uma guerra foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que passou a definir nosso primeiro limite territorial. Esse tratado, assinado em 7 de julho de 1494, em Tordesilhas, na Espanha, estabeleceu uma linha imaginária que passava a 370 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde (África). Esse meridiano dividiu o mundo entre Portugal e Espanha: as terras a leste seriam portuguesas e as terras a oeste seriam espanholas. Fonte: IBGE A construção do território brasileiro Os grandes descobrimentos dos séculos XV e XVI foram pouco a pouco transformando a imagem que os europeus tinham do mundo. A ocupação do Brasil iniciou-se apenas a partir de 1530, já que até então os portugueses, mais interessados nos lucros obtidos no comércio com as índias, limitaram-se a explorar o pau-brasil. A madeira foi a riqueza mais facilmente encontrada em nosso território. Por muito tempo, a ocupação do território manteve-se apenas no litoral. Foi somente no século XVII que o interior do país começou a ser explorado mais intensamente possibilitando a formação de cidade e vilas no interior do país. O território brasileiro tal qual o reconhecemos hoje, foi se configurando lentamente, a partir das várias atividades econômicas coloniais. Tratado de Madri Os Tratados assinados entre Portugal e Espanha A importância dos tratados assinados entre Espanha e Portugal, acabaram por definir, com pequenos acréscimos posteriores, a área que consideramos hoje como território brasileiro: Tratado de Tordesilhas e Tratado de Madri. Tratado de Tordesilhas Espanha e Portugal foram os pioneiros na expansão marítimo-comercial iniciada no século XV, resultando na O Tratado de Madri, assinado em 1750, praticamente garantiu a atual extensão territorial do Brasil. O novo acordo anulou o Tratado de Tordesilhas e determinou que as terras pertenceriam a quem de fato as 2 Escola E. E. F. M. Félix Araújo – Geografia – Prof° Tibério Mendonça – 2º Ano ocupassem, princípios de uti possidetis, isto é, uma solução diplomática que conferia a um Estado o direito de apropriar-se de um novo território com base na ocupação, na posse efetiva da área, e não em títulos anteriores de propriedade. É evidente que esse princípio foi utilizado apenas entre Portugal e Espanha ou entre o Brasil e países da América do Sul, sem nunca levar em consideração a posse das diversas tribos indígenas. Isso porque o indígena nunca foi considerado pelos colonizadores um ser humano de pleno direito, mas apenas um empecilho a ser removido ou a ser domesticado e disciplinado para o trabalho. estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, ao mesmo tempo que forneciam animais para as áreas de mineração. Em função da atividade mineradora, várias vilas e cidades foram fundadas, e o território da Coroa portuguesa ficou maior. As missões que catequizavam indígenas estiveram presentes no sul e no norte do território. Com as missões, outra atividade econômica incorporou grande parte da Amazônia ao domínio português: a exploração e a comercialização das drogas do Sertão. O bandeirantismo A importância das atividades econômica As atividades econômicas foram fator essencial para a expansão territorial brasileira. Nossa economia colonial girava em torno da produção de gêneros primários voltados, em sua maior parte, para a exportação e para as necessidades da metrópole portuguesa. O bandeirismo ou bandeirantismo foi um movimento de penetração para o interior com origem, principalmente, em São Paulo e contribuiu para a expansão dos domínios territoriais portugueses no continente. Ocorreu basicamente no século XVIII e foi motivado pela busca de metais preciosos e, especialmente, pela caça de indígenas para serem aprisionados e vendidos como escravos. Os bandeirantes penetraram sertão adentro, atacaram aldeias, aprisionaram e escravizaram indígenas e exterminaram enorme número deles. Do ponto de vista do povoamento, esse fenômeno foi despovoador e não povoador, pois provocou uma desertificação humana em áreas onde havia inúmeras aldeias indígenas, sem substitui-las por povoações brancas. Em todo caso, as bandeiras serviram para que o europeu conhecesse melhor o território, já que cada expedição representou uma soma de novos conhecimentos sobre a terra, que foram importantes para a penetração posterior rumo ao oeste. Colonização do sul do país As áreas localizadas ao sul do trópico de Capricórnio tornaram-se efetivamente povoadas a partir do século XIX, com a chamada colonização moderna, feita por imigrantes, em especial colonos alemães, italianos e eslavos. Essa colonização teve por base a pequena propriedade. A questão do Acre Depois do pau-brasil, a cana-de-açúcar fez do litoral do Nordeste a mais importante região econômica da colônia até o início do século XVII, transformando a atividade açucareira em empresa e o Brasil em colônia do açúcar. Paralelamente à economia canavieira, a expansão da pecuária, da mineração, as bandeiras, as missões jesuítas e a coleta das “drogas do Sertão” (produtos como cacau, pimenta, sementes oleaginosas, castanha, entre outros, explorados na Amazônia durante o período colonial), provocaram a interiorização e o alargamento do território português em áreas que pertenciam à Espanha. A pecuária foi a responsável pelo povoamento do Sertão nordestino, onde complementou a lavoura de cana-deaçúcar que dominava o litoral fornecendo a carne para alimentação e animais de tração para o trabalho nos engenhos. Mais tarde, as tropas de muares e o gado foram fundamentais para o povoamento do sul das regiões dos atuais Os conflitos que envolveram essa área estiveram ligados à extração da borracha por migrantes nordestinos no fim do século XIX. Em 1903, a Questão do Acre resolveu o problema criado pelo fato de seringueiros brasileiros vindos do Nordeste terem ocupado uma grande área pertencente à Bolívia. Com a mediação do barão do Rio Branco, que representou o Brasil, foi assinado o Tratado de Petrópolis, que tornou brasileira a área ocupada, mediante um pagamento de 2 milhões de libras esterlinas e também assumiria o compromisso de proporcionar à Bolívia uma saída para o mar, mediante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Paralelamente ao curso desses dois rios (Madeira e Mamoré), a estrada de ferro ligaria o interior boliviano à cidade de Parintins, às margens do Rio Amazonas. Em 1907, a empreitada foi iniciada com 30.000 homens para a construção de 364 quilômetros de estrada de ferro. As condições precárias do local e as constantes epidemias dizimaram mais de 6.000 3 Escola E. E. F. M. Félix Araújo – Geografia – Prof° Tibério Mendonça – 2º Ano trabalhadores. Em 1912, um trecho da ferrovia ficou pronto, sem, no entanto, concretizar a saída da Bolívia para o mar. Dessa maneira, o Brasil nunca cumpriu sua parte no acordo, embora tenha anexado o Acre. A SUDENE, em 1959; SUDAM, em 1966; SUDECO, em 1967; As rodovias de integração, como Belém-Brasília. Todas essas medidas tiveram como principal objetivo aprofundar as relações entre as diversas áreas do país, levando a consolidação do espaço nacional. As diferenças regionais A integração do espaço brasileiro Formalmente, podemos dizer que o espaço brasileiro surgiu com a independência política do país no início do século XIX. Nessa época a economia sobrevivia das exportações de cana-de-açúcar, algodão, couro e peles. Mas um novo produto agrícola começava a se desenvolver: o café. Com o avanço do cultivo do café e o aumento de sua importância econômica para todo o país, o produto tornou-se o responsável pelo início da integração territorial brasileira e, portanto, pela formação de um verdadeiro espaço nacional. As atividades econômicas brasileiras até o desenvolvimento da economia cafeeira no século XIX eram regionais, isoladas uma das outras. Podia-se dizer que economicamente o Brasil era formado por “ilhas” desarticuladas entre si e voltadas para o exterior. Assim ocorria com a cana-de-açúcar no Nordeste e a mineração no Sudeste. Esses “arquipélagos” encaixavam-se perfeitamente no conceito do capitalismo comercial, que visava ao acúmulo de capital e metais preciosos para fortalecer o poder real. A constituição de um mercado consumidor e a grande acumulação de capitais gerados pelo café foram fatores decisivos para a instalação de indústrias no país, o que representou outra etapa no processo de integração nacional. Além de aprofundar a integração comercial que havia se desenvolvido com o café, o processo de industrialização acentuou a urbanização, dando nova direção ao povoamento no país. O governo brasileiro teve papel fundamental no processo de industrialização. Criou várias políticas regionais de desenvolvimento, procurando estimular a transferência de atividades econômicas para outras regiões. Entre suas principais iniciativas, cabe destacar: Os contrastes regionais no interior do território brasileiro originou-se da formação histórico-econômica do nosso país. Ou seja, devem-se ao modo pelo qual o Brasil se desenvolveu, desde sua colonização por Portugal até a independência e posterior industrialização e urbanização, ocorridas principalmente no século XX. Durante os três primeiros séculos da colonização o Nordeste foi a região mais importante, a mais rica e populosa do país. No século XIX o declínio econômico do Nordeste em relação ao desenvolvimento de Centro-Sul acentuou-se ainda mais. Esse fato juntamente com a enorme concentração da propriedade das terras nas mãos de poucas famílias nordestinas, fez com que muitas pessoas saíssem dessa região para o Centro-Sul do país. A Amazônia durante séculos foi deixada de lado, embora nos dias de hoje venha sendo intensamente ocupada num processo de destruição. Simplificando um pouco, podemos dizer que o Nordeste simboliza o “Brasil Velho”, o Brasil colônia, com enormes plantações monocultoras, mão-de-obra extremamente mal remunerada e pobreza intensa. O centro-Sul, por sua vez, representaria o “Brasil Novo”, o Brasil da indústria e das grandes metrópoles, o país da imigração e da modernização econômica. A Amazônia simbolizaria, talvez, o “Brasil do Futuro”, um território com muitos recursos naturais. Porém, essas riquezas vêm sendo destruídas pela rápida ocupação da região amazônica, que beneficia apenas uma minoria privilegiada. O mapa abaixo apresenta os países que falam português: A inauguração de Brasília em 1960; 4