PROJETO E EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS DE PEDRA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS Daniella Mourão Perazzo Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientadora: Elaine Garrido Vazquez Rio de Janeiro Fevereiro de 2017 PROJETO E EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS DE PEDRA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS Daniella Mourão Perazzo Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientadora: Elaine Garrido Vazquez Rio de Janeiro Fevereiro 2017 i PROJETO E EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS DE PEDRA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS Daniella Mourão Perazzo PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. Examinado por: _________________________________ Prof. Elaine Garrido Vazquez, D.Sc., Orientador _________________________________ Prof. Sandra Oda, D.Sc. _________________________________ Engº Pedro de Souza Garrido Neto, M.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL ii Perazzo, Daniella Mourão Projeto e Execução de Revestimento de Pedra e Patologias Associadas/ Daniella Mourão Perazzo– Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica,2017. ix, 81 p.: 29,7 cm. Orientadora: Elaine Garrido Vazquez Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso de Engenharia Civil, 2017. Referências Bibliográficas: p. 79-81 1. Introdução 2. Revestimentos de Pedras em Edificações 3. Estudo Prático de Aplicação de Revestimento de Pedra 4.Considerações Finais I. Garrido Vazquez, Elaine; II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Título iii A força vem de onde se quer alcançar iv AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu pai, Paulo Perazzo, meu maior admirador. Por me dar a certeza de que sempre terá alguém me aplaudindo, por menor que seja a minha vitória. Obrigada por ser sempre presente e por sorrir mais que eu mesma das minhas conquistas. À minha mãe, Carmen Mourão, minha fonte de inspiração, meu exemplo de determinação e caráter, meu exemplo de vida e a responsável pelo dia de hoje. Obrigada pela insistência, pelos conselhos, por aguentar meus estresses e mesmo assim continuar me dando suporte. Devo tudo à você. À Maíra Perazzo, a quem agradeço todos os dias por ser minha irmã. Obrigada por ser você, por me ouvir, me ajudar, me apoiar, cuidar de mim e sempre estar ao meu lado independente do que seja. Você sempre é a chave mestra dos meus resultados. Aos meus presentes da UFRJ, meus amigos, os quais estiveram cada segundo comigo durante essa jornada. Sofremos, sorrimos, brincamos, estudamos, estudamos, estudamos, crescemos e mudamos. Essa conquista foi muito mais leve ao lado de vocês. Muito obrigada. À minha orientadora, professora e fonte de inspiração, Elaine Garrido, pela paciência e ensinamentos durante todo o curso. Agradeço pela pressão, por não ter freado minhas ideias e por me mostrar, espontaneamente, o poder que a mulher pode ter na construção civil. Aos meus professores, principalmente à minha banca, responsáveis pelo meu diploma. Os quais admiro e me orgulho de ter sido aluna. Obrigada pela paciência e pelos ensinamentos. Agradeço ao Engº Bruno Herdy, pela constante perseverança, por me mostrar a cada dia o verdadeiro significado e importância da palavra garra. Por apostar em mim, por acreditar no meu potencial e fazer questão de lapidá-lo em busca de um futuro como engenheira. Serei sempre grata pelos ensinamentos, paciência, dedicação e gargalhadas. Agradeço ao Engº Rodrigo Coimbra à quem devo grande parte do que sei e sou profissionalmente. Meu inexpressável agradecimento por ter tido a honra de admira-lo como mestre. Obrigada pelas incansáveis aulas de engenharia e de relacionamento pessoal, levarei sempre comigo. Ao Engº Alex Sandro, por aguentar meus dias de descontrole, por me provar o poder da confiança, por ter me dado a mão, suporte e abraços quando a sobrecarga parecia desestruturar. Não menos importante, aos meus amigos do Damai, por me ensinarem todos os dias, pela paciência com as minhas curiosidades, por sorrirem comigo, por me ajudarem a concluir esse trabalho com menor que tenha sido a ajuda. À minha família e amigos da vida, muito obrigada por me apoiarem e acreditarem em mim durante todo esse tempo. Vocês são essenciais. v Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica - UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. PROJETO E EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS DE PEDRA E PATOLOGIAS ASSOCIADAS Daniella Mourão Perazzo Fevereiro 2017 Orientadora: Elaine Garrido Vazquez Curso: Engenharia Civil Faz parte da história da civilização o uso de pedras naturais na construção civil. Contudo, seu uso indiscriminado pode gerar problemas futuros. Dessa forma, o presente trabalho tem como principal objetivo colaborar com melhorias na execução de revestimentos de pedra na construção civil. Associado a isso, analisa-se o surgimento de possíveis patologias associadas. Através de artigos, teses e livros de estudos, foram referenciados os procedimentos de execução atrelados ao revestimento de pedra. De forma a vivenciar os principais pontos contextualizados, foi feito um estudo prático que se caracterizou pelo acompanhamento da execução de um projeto de revestimento da pedra Hijau Verde analisando, inclusive, as patologias associadas. Este trabalho serviu para corroborar a real necessidade de se obter informações mais detalhadas sobre o projeto de revestimento de pedra antes do início de sua execução, de tal forma a evitar patologias e retrabalhos. Palavras-chave: Revestimento de Pedra, Patologias, Projeto, Execução vi Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer DESIGN AND IMPLEMENTATION OF STONE COATINGS AND ASSOCIATED PATHOLOGIES Daniella Mourão Perazzo February 2017 Advisor: Elaine Garrido Vazquez Major: Civil Engeneering The use of stone cladding in the civil construction is part of the history of civilization. However, its indiscriminate use can generate future problems. In this way, the main objective of this work is to collaborate with improvements in the execution of stone claddings in civil construction. Associated with this, is possible to analyze the recognition of pathologies existing in a project. Through articles, theses and study books, were referenced forms and procedures linked to the stone coating. In order to experience the main contextualized points, a practical study was carried out, which was characterized by the follow - up of a stone cladding project made with the stone Hijau Verde, also analyzing its associated pathologies. This work corroborated to certify the need to obtain more information about the stone coating before its settlement. Keywords: Stone Cladding, Pathologies, Project, Civil Construction vii SUMÁRIO SUMÁRIO ..................................................................................................................................... viii 1. 2. Introdução ............................................................................................................................. 1 1.1. Referencial Teórico ....................................................................................................... 1 1.2. Objetivo ......................................................................................................................... 2 1.3. Justificativa .................................................................................................................... 2 1.4. Metodologia .................................................................................................................. 3 1.5. Estruturação do Trabalho .............................................................................................. 3 Revestimentos de Pedras em Edifícações ............................................................................. 4 2.1. Definição e características das rochas .......................................................................... 4 2.2. Ensaios de Caracterização Tecnológica ......................................................................... 6 2.2.1. Análise Petrográfica .............................................................................................. 6 2.2.2. Densidade Aparente, Porosidade Aparente e Absorção de Água ......................... 7 2.2.3. Coeficiente de Dilatação Térmica Linear............................................................... 8 2.2.4. Resistência ao Congelamento e Degelo ................................................................ 9 2.2.5. Resistência à Compressão Uniaxial ....................................................................... 9 2.2.6. Módulo de Ruptura (Flexão por carregamento em 3 pontos) .............................. 9 2.2.7. Resistência à Flexão............................................................................................. 10 2.2.8. Resistência ao Impacto de Corpo Duro ............................................................... 11 2.2.9. Ensaios e análises necessárias de acordo com o uso pretendido ....................... 11 2.3. Projeto de Revestimentos de Pedras .......................................................................... 12 2.3.1. Fase 1- Projeto Preliminar ................................................................................... 12 2.3.1.1. Etapa 1 - Característica da Pedra Adequada ao Local de Implantação ........... 13 2.3.1.2. Etapa 2 - Dimensões ........................................................................................ 15 2.3.1.3. Etapa 3 - Acabamentos ................................................................................... 16 2.3.1.4. Etapa 4 - Orçamento e Disponibilidade no Mercado ...................................... 17 2.3.1.5. Etapa 5 - Compatibilização de Projetos........................................................... 18 2.3.1.6. Etapa 6 - Planejamento e Aquisição do Material ............................................ 19 2.3.1.7. Etapa 7 - Transporte, Manuseio e Armazenagem ........................................... 19 2.3.2. Fase 2 - Execução do Projeto............................................................................... 20 2.3.2.1. Substrato ......................................................................................................... 22 2.3.2.2. Impermeabilização (quando necessária) ........................................................ 23 2.3.2.3. Chapisco .......................................................................................................... 24 2.3.2.4. Camada de Regularização ............................................................................... 24 2.3.2.5. Argamassa de Assentamento .......................................................................... 24 2.3.2.6. Revestimento de Pedra ................................................................................... 29 viii 2.3.2.7. Juntas............................................................................................................... 29 2.3.2.8. Rejuntamento.................................................................................................. 31 2.4. 3. Patologias nos Revestimentos de Pedras .................................................................... 33 2.4.1. Patologias Químicas, Físicas e Biológicas ............................................................ 33 2.4.2. Patologias no Projeto de Revestimentos de Pedras ........................................... 35 2.4.2.1. Patologias Decorrentes da Fase 1- Projeto Preliminar.................................... 35 2.4.2.2. Patologias Decorrentes da Fase 2 - Execução do Projeto ............................... 40 Estudo Prático de Aplicação de Revestimentos de Pedras ................................................. 45 3.1. Apresentação do Objeto em Estudo ........................................................................... 45 3.2. Definição e Características das Rochas ....................................................................... 46 3.3. Ensaios de Caracterização Tecnológica ....................................................................... 47 3.4. Projeto de Revestimentos de Pedras .......................................................................... 49 3.4.1. Fase 1 - Projeto Preliminar .................................................................................. 49 3.4.1.1. Etapa 1 - Característica Pétrea Adequada ao Local de Implantação............... 49 3.4.1.2. Etapa 2 - Dimensões ........................................................................................ 49 3.4.1.3. Etapa 3 - Acabamentos ................................................................................... 51 3.4.1.4. Etapa 4 - Orçamento e Disponibilidade no Mercado ...................................... 51 3.4.1.5. Etapa 5 - Compatibilização de Projetos........................................................... 51 3.4.1.6. Etapa 6 - Planejamento e Aquisição do Material ............................................ 51 3.4.1.7. Etapa 7 - Transporte, Manuseio e Armazenagem ........................................... 51 3.4.2. Fase 2 - Execução do Projeto............................................................................... 53 3.4.2.1. Substrato ......................................................................................................... 53 3.4.2.2. Impermeabilização .......................................................................................... 55 3.4.2.3. Chapisco .......................................................................................................... 56 3.4.2.4. Camada de Regularização ............................................................................... 56 3.4.2.5. Argamassa de Assentamento .......................................................................... 58 3.4.2.6. Revestimento de Pedra ................................................................................... 59 3.4.2.7. Juntas............................................................................................................... 60 3.4.2.8. Rejuntamento.................................................................................................. 60 3.5. Patologias nos Revestimentos de Pedras .................................................................... 61 3.5.1. Patologias Químicas, Físicas e Biológicas ............................................................ 61 3.5.2. Patologias no Projeto de Revestimentos de Pedras ........................................... 61 3.5.2.1. Patologias Decorrentes da Fase 1 - Projeto Preliminar................................... 61 3.5.2.2. Patologias Decorrentes da Fase 2 - Execução do Projeto ............................... 63 4. Considerações Finais ........................................................................................................... 76 5. Referências Bibliográficas ................................................................................................... 78 ix x 1. Introdução 1.1. Referencial Teórico Na construção civil, os acabamentos representam as técnicas e materiais utilizados que completam o empreendimento. São eles: revestimentos, tintas, argamassas, azulejos, mosaicos, telhas, dentre outros. Não menos importante que a estrutura, o acabamento das edificações é responsável por personalizar e concluir o ambiente entregue ao cliente. Além das óbvias funções estéticas e de valorização econômica, os acabamentos têm também um peso importante no que se refere à higiene, vedação e proteção contra a deterioração do empreendimento. Assim, espera-se que os revestimentos sejam funcionais e adequados ao ambiente a que estão expostos, e que não apresentem problemas ou patologias durante a vida útil dos materiais. A importância e qualidade dos acabamentos, com a enorme oferta do mercado de diversos materiais, impõem a necessidade de uma escolha atenta e criteriosa, aliando fatores estéticos e econômicos à, não menos importante, componente técnica. São inúmeras as opções de materiais, técnicas e processos de construção, constituindo um vasto leque de escolhas e soluções construtivas possíveis de acabamentos. Faz parte da história da civilização o uso de pedras naturais na construção civil para a construção de prédios, monumentos, esculturas, estradas, viadutos e portos. Devido à alta durabiliade, resistência e abundância, o uso desse material continua sendo muito utilizado, principalmente nos acabamentos das construções. 1 Ainda que com finalidades diferentes do que as da antiguidade, as pedras naturais notabilizam-se pela diversidade e beleza de seus padrões estéticos, além das excelentes propriedades funcionais para revestimento, sendo determinantes ao padrão do empreendimento. Tais padrões são estabelecidos pela interação de diferentes estruturas, texturas e feições cromáticas. Contudo, mesmo as pedras mais resistentes, a exemplo de qualquer outro material sólido empregado em revestimentos, não estão, isentas de agressões físicas, biológicas e químicas incidentes nos diversos ambientes de aplicação. Pode-se evitá-las a partir da adoção de medidas consolidadas pelo conhecimento prévio de possíveis patologias. 1.2. Objetivo Nesse trabalho será explorado o projeto de execução de revestimentos de pedra e suas patologias associadas. Com o objetivo de colaborar com melhorias nos projetos de revestimento no Brasil, através do reconhecimento de falhas baseadas em estudos e em fatores analisados na aplicação prática. 1.3. Justificativa A relevância do tema deste trabalho se justifica pela aplicação de revestimentos em pedra em obras de maneira pouco estruturada. Além disto, este revestimento é aplicado em áreas externas às edificações, onde as condicionantes climáticas são mais extremas. Junto a isso, torna-se relevante também por analisar problemas que poderão ser evitados em futuros empreendimentos, assim como a análise do uso de um material novo e sua adequação aos procedimentos de uma empresa. Considerando também, que as fachadas externas compõem a beleza dos edifícios e que as patologias associadas, além de serem um risco à edificação, também contribuem para uma poluição visual das cidades. 2 1.4. Metodologia A revisão bibliográfica trata de uma revisão literária para fundamentação do referencial teórico quanto ao revestimento de pedra, através de artigos, teses e livros de estudos. O estudo prático se caracterizou pelo acompanhamento da execução de um projeto de revestimento da pedra Hijau Verde e verificação das patologias associadas a este revestimento específico. Para a compilação de dados, foram utlizadas imagens do arquivo pessoal da autora e projetos da obra, assim como informações dos procedimentos da empresa e dos fornecedores de pedras. 1.5. Estruturação do Trabalho Esse trabalho foi divido em 4 capítulos. O primeito capítulo apresenta a pedra de revestimento como acabamento na construção civil, o objeivo e justificativa do estudo, a metodologia e a estruturação da monografia. O segundo capítulo aborda a revisão bibliográfica de rochas para revestimento em edificações, apontando as características das pedras, o desenvolvimento do projeto, a execução e as patologias associadas a este procedimento executivo. No terceiro capítulo, apresenta-se um estudo prático com a análise dos procedimentos da aplicação do revestimento de pedra, conforme as etapas descritas na revisão bibliográfica e também identifica as patologias associadas. O quarto capítulo apresenta as considerações finais sobre o estudo, suas limitações e sugestões para trabalhos futurosPor fim, tem-se as referências bibliográficas utilizadas nesse estudo. 3 2. Revestimentos de Pedras em Edifícações 2.1. Definição e características das rochas Segundo Chiodi Filho & Rodrigues (2009), rochas saõ genericamente definidas como corpos sólidos naturais, formados por agregados de um ou mais minerais cristalinos. As rochas de revestimento, também designadas pedras naturais, rochas dimensionais e materiais de cantaria, segundo a ABNT NBR 15012 – Rochas para revestimentos de edificações - Terminologia, são rochas naturais que, submetidas a processos diversos de beneficiamento, são utilizadas no acabamento de superfícies, especialmente os revestimentos internos e externos de paredes, pisos e fachadas, em obras de construção civil. Além dos arranjos geológicos, as feições mineralógicas, composicionais e texturais são determinantes nas condições de resistência, coloração, grau de alterabilidade (Para fazer referência às diferentes intensidades com que as modificações ocorrem) e nas características estéticas destes materiais pétreos. As pedras apresentam características próprias, que dependem da história geológica pela qual passou desde sua formação e se dividem em: rochas ígneas, metamórficas e/ou sedimentares. Junto à classificação geológica, as pedras também são designadas por sua mineralogia, podendo ser divididas por: rochas silicáticas, silicosas, carbonáticas, sílico argilosas e ultramáficas. A seguir, o quadro 1 descreve a classificação geológica e suas principais rochas, enquanto o quadro 2 designa o conteúdo mineralógico e suas principais rochas. 4 Quadro 1- Classificação Geológica das Rochas Fonte: Adaptado de Branco (2010) Quadro 2- Classificação Mineralógica das Rochas Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) 5 2.2. Ensaios de Caracterização Tecnológica Para a definição de parâmetros que irão refletir no comportamento físico-mecânico das rochas nas condições normais de utilização, recomenda-se que todos os materiais rochosos de revestimento sejam submetidos a uma série de ensaios de caracterização tecnológica. Estas características permitem diagnosticar problemas estéticos decorrentes da seleção e aplicação inadequada dos materiais. Os principais conjuntos de normas, nem sempre equivalentes em suas especificações, são definidos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), ASTM (American Society for Testing and Materials), DIN (Deutsch Institut für Normung), AFNOR (Association Française de Normalization), AENOR (Asociación Española de Normalización), BS (British Standard), UNI (Ente Nazionale Italiano di Unificazione), dentre outras. Estes ensaios servem para distinguir os campos de aplicação dos materiais e de seu comportamento frente às solicitações de projeto. A seguir são apresentados uma análise e os 7 ensaios mais importantes, determinados pela NBR 15845 - 1 à 8 (ABNT, 2015), designados como “índices de qualidade”: 2.2.1. Análise Petrográfica A análise petrográfica de uma rocha implica uma série de observações rigorosas que pretendem, em geral, descrever a coloração, a estrutura, a textura, a granulação, a composição mineralógica com indicação, em porcentagem dos minerais essenciais e acessórios e a natureza da rocha. 6 São executadas análises macroscópicas e microscópicas em laboratório, conforme a ABNT NBR 15845 -1:(2015) Rochas para revestimento Parte 1: Análise petrográfica. O quadro 3 apresenta as características petrográficas gerais de algumas das principais rochas utilizadas como revestimento no Brasil, segundo FRAZÃO (2002, p. 25). Quadro 3 -Características Petrográficas das Principais Pedras Brasileiras Fonte : Frazão (2002) 2.2.2. Densidade Aparente, Porosidade Aparente e Absorção de Água Os ensaios de índices físicos permitem avaliar, com base na norma ABNT NBR 15845–2:(2015) Rochas para revestimento Parte 2: Densidade Aparente, porosidade aparente e absorção de água, o estado de alteração e de coesão em rochas de revestimento, assim como, a possibilidade de infiltração de líquidos na rocha. 7 A densidade aparente e a porosidade aparente fornecem indicações sobre a resistência físico-mecânica da rocha, mediante esforços compressivos e de flexão. O índice de absorção d’água, por sua vez, indica a capacidade da rocha ser encharcada por líquidos. O índice de absorção d’água nunca é superior ao índice de porosidade aparente, destacando-se que uma rocha com alta porosidade não tem necessariamente alta absorção d’água, pois seus poros e cavidades podem não ser comunicantes. Com maior porosidade efetiva, que traduz a existência de poros e/ou cavidades intercomunicantes, maior será a absorção d’água esperada para a rocha e provavelmente menor a sua resistência físico-mecânica. Em resumo, a porosidade aparente mostra relação direta com a resistência físicomecânica das rochas; a absorção d’água, com a possibilidade de infiltração de líquidos; e a massa específica aparente, com os aspectos de resistência físico-mecânica, além de permitir calcular o peso individual das placas especificadas no projeto arquitetônico de uma edificação (BRANCO, 2010). 2.2.3. Coeficiente de Dilatação Térmica Linear A dilatação térmica é uma propriedade que avalia a variação de tamanho de um determinado material frente à uma variação de temperatura. Submeter as rochas às variações de temperatura, conforme o ensaio descrito na ABNT NBR 15845–3 (2015) Rochas para revestimento Parte 3:Coeficiente de dilatação térmica linear, tem como objetivo a determinação do coeficiente de dilatação térmica, importante para o dimensionamento do espaçamento mínimo recomendável entre as chapas de um revestimento, de forma a se evitar o seu contato, compressão lateral e imbricamento. 8 2.2.4. Resistência ao Congelamento e Degelo É um ensaio recomendado, pela ABNT NBR 15845–4:(2015) Rochas para revestimento Parte 4: resistência ao congelamento e degelo, para as rochas ornamentais que se destinam à exportação para países de clima temperado, nos quais é importante o conhecimento prévio da susceptibilidade da rocha a este processo de alteração. Consiste em submeter a amostra a 25 ciclos de congelamento e de degelo, e verificar a eventual queda de resistência por meio da execução de ensaios de compressão uniaxial ao natural e após os ensaios de congelamento e degelo, calcula-se, então, o coeficiente de enfraquecimento (K), pela relação entre a resistência após os ciclos de congelamento e degelo e a resistência no estado natural. 2.2.5. Resistência à Compressão Uniaxial Determina a tensão (MPa) que provoca a ruptura da rocha quando submetida a esforços compressivos. Sua finalidade é avaliar a resistência ao cisalhamento da rocha quando utilizada como elemento estrutural e obter um parâmetro indicativo de sua integridade física. Este ensaio, ABNT NBR 15845–5:(2015) Rochas para revestimento Parte 5: resistência à compressão uniaxial, é mais frequentemente solicitado para a avaliação das resistências dos materiais sobre os quais vão atuar forças verticais. No entanto, ele constitui um índice importante da qualidade das placas de rochas a serem utilizadas como revestimento. Elevados valores de resistência à compressão implicam, de uma maneira geral, em materiais de alta resistência mecânica (VIDAL et al. 1999). 2.2.6. Módulo de Ruptura (Flexão por carregamento em 3 pontos) A resistência à flexão é a propriedade que a rocha possui de resistir mediante a um esforço fletor. Ela está associada à dureza de seus constituintes minerais e ao grau de coesão 9 de seus componentes, que por sua vez está associado ao tamanho dos grãos e ao grau de alteração. Para avaliar a resistência das rochas quanto à flexão realiza-se ensaios, segundo a ABNT NBR 15845–6: (2015) Rochas para revestimento Parte 5: Flexão por carregamento em 3 pontos, que visa determinar a tensão que provoca a ruptura da rocha quando submetida a esforços fletores. O ensaio de flexão por carregamento em três pontos (ou ainda, módulo de ruptura) determina a tensão (MPa) que provoca a ruptura da rocha quando submetida a esforços flexores. Permite avaliar sua aptidão para uso em revestimento, ou elemento estrutural, e também fornece um parâmetro indicativo de sua resistência à tração (MENDES e VIDAL, 2002). 2.2.7. Resistência à Flexão Os ensaios utilizados para a determinação da resistência à flexão procuram determinar qual a tensão mínima, ou qual a flexão máxima, que provoca a ruptura de uma placa de rocha quando submetida a esforços de compressão e/ou tração, de acordo com a ABNT NBR 15845 -7: (2015) Rochas para revestimento Parte 7: Resistência à Flexão. A avaliação da resistência das placas rochosas à ruptura por flexão é cada vez mais importante frente às modernas técnicas de revestimento em pisos e fachadas. As rochas com tendência natural de desplacamento plano-paralelo, caso por exemplo das ardósias e de alguns quartzitos, são mais flexíveis e portanto mais resistentes à ruptura por tração que os demais tipos litológicos. Pode-se assim determinar a dimensão tolerada das placas, com a espessura mínima delas exigível, para a confiabilidade da obra. 10 2.2.8. Resistência ao Impacto de Corpo Duro A resistência ao impacto de corpo duro é um indicativo da tenacidade da rocha. A resistência da rocha ao impacto é fornecida, conforme a norma ABNT NBR 15845 – 8: (2015) Rochas para revestimento Parte 8: Resistência ao impacto de corpo duro, através da determinação da altura de queda (m) de uma esfera de aço que provoca o fraturamento e quebra das placas de rocha, com acabamento e espessura de uso. É um ensaio importante, para a caracterização da rocha utilizada em pisos, soleiras, degraus, mesas, balcões e pias. Quanto menores os valores encontrados, menos resistente ao choque é o material, tornando-se, no caso, imprescindíveis cuidados extras no transporte e na sua colocação. 2.2.9. Ensaios e análises necessárias de acordo com o uso pretendido De acordo com o uso pretendido, podem-se discriminar os ensaios e as análises de interesse para a qualificação das rochas, conforme o quadro 4 e a Tabela 1 a seguir. Quadro 4 - Ensaios e Análises Recomendados de Acodo com o Uso Pretendido do Materal. Fonte: Chiodi Filho & Rodrigues (2009) Tabela 1 - Proposta Geral de Qualificação Tecnológica das Rochas Ornamentais e de Revestimento. Fonte: Chiodi Filho & Rodrigues (2009) 11 2.3. Projeto de Revestimentos de Pedras Revestimento é o conjunto de camadas que recobre as vedações e a estrutura de uma construção. Os revestimentos de pedra têm as funções de: auxilio à estanqueidade ao ar e à água; proteção térmica e/ou acústica; resistência mecânica da própria vedação; função de segurança contra a ação do fogo; função estética; função de valorização econômica; higiêne. Para que suas funções sejam exercidas com qualidade, é importante a existência de um projeto bem elaborado em conjunto com os devidos cuidados na execução. Pode-se dividir o projeto em duas fases: Fase1- Projeto preliminar; e Fase 2 Execução do projeto. 2.3.1. Fase 1- Projeto Preliminar A etapa de projeto é fundamental para que a obra tenha um bom desempenho ao longo de sua vida útil, pois aborda pontos que devem ser previstos antes da execução e que, se não analisadas corretamente levam a vícios permanentes, prejudicando a produtividade, qualidade e sustentabilidade do serviço. Um projeto bem elaborado consegue diminuir custos, perdas de material, otimiza as diversas etapas de execução, contém as diversas especificações dos materiais a serem utilizados na obra, o método de execução e prevê futuras patologias (MELO, 2014). 12 Por se tratar de uma etapa de suma importância e para melhor organizar as atividades do projeto preliminar, este pode ser dividido nas 7 etapas descritas a seguir: 2.3.1.1. Etapa 1 - Característica da Pedra Adequada ao Local de Implantação A escolha da melhor rocha para revestimento, para um pretenso projeto arquitetônico ou de engenharia, precede o conhecimento de suas propriedades intrínsecas, que, conjugado ao conhecimento do meio físico no qual ficará submetida a rocha e às suas solicitações de uso, definem sua qualificação e viabilidade de emprego. O uso inadequado das pedras pode levar ao comprometimento da durabilidade e da estética, e, consequentemente, implicações de ordem econômica e de segurança. Do ponto de vista do enquadramento técnico e comercial, em função da grande variedade de tipos, composições, cores, caracteres estruturais e texturas, os granitos (rochas silicáticas) são as rochas mais utilizadas no revestimento, seguidas dos mármores (rochas carbonáticas) nacionais e importados, utilizados notadamente no acabamento de interiores (MENDES e VIDAL, 2002). Mármores e granitos são materiais tanto físico-mecânica quanto quimicamente bastante distintos, extraídos da natureza e, mais importante, utilizados em seu estado natural. Outros tipos de rochas também muito empregados em revestimentos, são os limestones e travertinos (rochas carbonáticas), os quartzitos (rochas silicosas), ardósias (rochas síltico-argilosas) e serpentinitos (rochas ultramáficas). Como tentativa de adequação aos usos mais recomendados de cada material, destaca-se que os mármores, travertinos e limestones são menos resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente mais reativas que os granitos, exigindo pressupostos rígidos de manutenção em fachadas, pisos e áreas de serviço. Os granitos e quartzitos são mais resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente menos reativas que as rochas carbonáticas 13 (mármores, travertinos e limestones), exigindo cuidados quanto ao manchamento produzido por infiltrações de líquidos, sobretudo provenientes de umidade residual e excesso de água e de oleosidade nas argamassas de fixação e rejunte. As ardósias têm resistência intermediária entre granitos e mármores, quanto ao ataque químico e abrasão, devendo-se observar as espessuras mínimas aceitáveis para pisos, o espaçamento das juntas em ambientes externos e a correta especificação de argamassas de fixação e rejunte. O quadro 5 a seguir indentifica o tipo de pedra mais adequado à cada local de aplicação. Pode-se identificar assim, o material mais adequado ao local de revestimento do projeto. Quadro 5- Locais de Aplicação das Rochas Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) Assim, pode-se dizer que granitos, quartzitos e ardósias, do ponto de vista físicomecânico, mostram-se superiores aos mármores para revestimentos externos. Sob o mesmo prisma, os mármores seriam por sua vez idealmente especificáveis para interiores, com restrições aos pisos de alto tráfego, escadas de grande volume, às áreas de serviço e notadamente às pias de cozinha. Em cidades litorâneas, reforça-se a inadequação dos mármores para fachadas e pisos, pelo ataque do aerossol marinho, que contém ácido clorídrico e agride as fachadas, 14 e pela abrasividade das areias de praia que se fixam no solado dos calçados e riscam os pisos. Resalva-se ainda, inadequada a utilização de duas rochas com resistências distintas à abrasão, por exemplo mármore e granito, para um mesmo piso em local com alto tráfego de pedestres, pois seguramente ocorrerá desgaste diferencial ao longo do tempo. Acrescenta-se que, como rochas de cor mais escura, as ardósias retêm mais calor que as rochas claras, em ambientes externos sujeitos à insolação. Dessa propriedade resulta a importância de observar espessuras mínimas para os ladrilhos/lajotas de ardósia em ambientes externos, pois peças muito finas facilitam a transmissão do calor para as argamassas de fixação e potencializam o desplacamento nos revestimentos (CHIODI FILHO & RODRIGUES, 2009). 2.3.1.2. Etapa 2 - Dimensões É também na fase de projeto que se determina as espessuras e comprimentos dos revestimentos. A importância dessa etapa se encontra nos detalhes a que o revestimento está atrelado. As dimensões, por sua vez, são importantes para a paginação do projeto, podendo modificar a posição de tubulações, pontos de elétrica ou até detalhes arquitetônicos. No entanto, não só o comprimento da placa deve ser especificado, mas também a espessura da mesma, que varia não só com o tipo de tráfego esperado, mas também com a resistência à flexão da rocha selecionada. A Tabela 2, para granitos, mármores e quartzitos, discrimina essas variáveis e propõe a espessura das placas de piso para três situações de tráfego: pedestres e bicicletas, pedestres até veículos leves e pedestres até veículos de passeio. As ardósias, que são rochas 15 com resistência à flexão normalmente bem mais elevada que a dos granitos, mármores e quartzitos, também atendem com folga a essas condicionantes. Tabela 2- Espessura Mínima horizontal para Granitos, Mármores e Quartzitos Fonte: Chiodi Filho & Rodrigues 2009 Segundo Kondo (2003), placas assentadas verticalmente devem ter espessura máxima de 2 a 3 cm. para evitar descolamentos, quedas e deformações. 2.3.1.3. Etapa 3 - Acabamentos Além dos tamanhos, as pedras podem ter diferentes acabamentos de superficie, o que contribui para a adaptação da rocha a um ambiente antes não indicado e com a 16 possibilidade de utilização da mesma pedra de diversas formas diferentes. O quadro 6 a seguir mostra alguns dos acabamentos mais utilizados na construção civil. Quadro 6- Acabamentos de Placas de Rochas Fonte: Adaptado de Mauro, 2011 2.3.1.4. Etapa 4 - Orçamento e Disponibilidade no Mercado Diferente dos revestimento cerâmicos, os fornecedores de pedras produzem os produtos conforme especificado em projeto. No entando, as marmorarias possuem equipamentos mais generalizados, com tamanhos e medidas mais recorrentes na construção 17 civil. Contudo, deve-se fazer uma pesquisa de mercado durante a execução do projeto para se certificar da possibilidade de produção das espessuras e dimensões previstas no projeto. Em casos de dimensões não convencionais, o custo e o prazo de entrega podem ser reestabelecidos conforme necessidade de encomenda da peça solicitada. Para que não ocorra alterações no cronograma e aditivos, a compatibilização do possível fornecedor contratado com as necessidades de projeto devem ser pensadas antes mesmo da aprovação do projeto. 2.3.1.5. Etapa 5 - Compatibilização de Projetos Nesta fase é onde se procura identificar e conhecer as especificações dos demais elementos do empreendimento com os quais o revestimento terá interfaces. O projeto de revestimento deve considerar os demais projetos construtivos, envolvendo, os de alvenaria, de piso, detalhes arquitetônicos, estruturais, instalações e impermeabilização. A compatibilização do projeto de revestimento com o projeto estrutural, de vedação, de instalações, de impermeabilização e arquitetônico é de grande importância, visto que a definição de pontos hidráulicos e elétricos, espessuras, paginação, tamanho de placas, existência de juntas de dilatação e forma de assentamento podem e devem ser previstos antes da execução. Dessa forma, compatibilizar os projetos anteriormente, evita uma obra com retrabalhos, gastos não programados, mais segura, sustentável e estéticamente consolidada. Esta etapa pode ser considerada como atividade eventual de correções e ajustes das especificações estabelecidas. Embora se espere que as especificações iniciais sejam mantidas, nota-se que em função de incompatibilização de projetos, modificações são necessárias durante esta etapa para a implantação de correções e ajustes. 18 2.3.1.6. Etapa 6 - Planejamento e Aquisição do Material A aquisição do material deve ser muito bem planejada, visto que o material deve estar na obra poucos dias antes da execução do serviço, sem que ocupe espaço útil no estoque por um período considerável de tempo. Para que seja feita a requisição, faz-se um levantamento das quantidades necessárias de cada material a partir da planta e do memorial descritivo. A correta execução dessa etapa é extremamente importante, sabendo-se que um levantamento mal feito pode acarretar futuros gastos não programados e atrasos por falta de material. Deve-se considerar ainda no pedido de pedras, a porcentagem de 20% de quebra por falta de cuidados na execução, transporte, manueseio e armazenamento. 2.3.1.7. Etapa 7 - Transporte, Manuseio e Armazenagem Este item determina que a empresa construtora deve, de maneira evolutiva, garantir a correta identificação, manuseio, armazenamento e condicionamento, preservando a conformidade da pedras em todas as etapas do processo, sendo esta uma responsabilidade tanto dos membros da própria empresa quanto dos fornecedores do serviço, no caso de terceirização. Para garantir que as peças se mantenham intactas ou com menos danos possíveis, algumas recomendações são importantes, principalmente no transporte e na armazenagem do material. No caso de transporte, as pedras devem ser carregadas na vertical fixando-as na carroceria, no piso, ou alguém as segurando. Evitar solavancos, freadas bruscas, lombadas, buracos e balanços exagerados, tendo em vista que se trata de material de peso concentrado, balancear a carga no veículo. Ao descarregar, apoia-las vagarosamente sobre papelão, régua de madeira mole (exceto em materiais claros) ou correia de borracha. Para maior 19 segurança no transporte, pode-se aplicar um produto protetor que crie um filme resistente e de fácil remoção ao final da obra. Ao ser armazenado, as placas de pedra deverão ser estocadas em locais secos, longe de produtos químicos e sobre sarrafos (nunca direto no chão). Peças grandes, acima de 1m de lado, devem ser estocadas deitadas (sentido horizontal) e por um período inferior a 30 (trinta) dias, pois pode causar o arqueamento das peças. Permitir o remanejamento desnecessário das peças e que o material estocado sirva de apoio para outros objetos, pode causar quebras ou danos irreversíveis. 2.3.2. Fase 2 - Execução do Projeto Na execução do revestimento, é imprescindível tomar cudado com todas as camadas que compõem o sistema. Cada camada pode ajudar ou atrapalhar o assentamento da pedra, uma vez que juntas, formam o sistema de vedação da estrutura. As paredes normalmente são formadas pela primeira camada estrutural, a qual chamamos de substrato, seguida do chapisco, regularização (emboço), argamassa de assentamento e por fim, o revestimento de pedra, juntas e rejunte. A depender do projeto em que se aplica o revestimento, as paredes podem, ou não, conter camadas de impermeabilização, conforme mostrado na figura 1. Os pisos, normalmente são formados pelo substrato, seguido de regularização (contrapiso), argamassa de assentamento e por fim, o revestimento de pedra, juntas e rejunte. Principalmente pisos de banheiros, piscinas, teto de subsolo e outras áreas molhadas, a estrutura horizontal pode conter camadas de impermeabilização depois do 20 substrato ou depois da camada de regularização, dependendo do projeto. Conforme mostrado na figura 2. Figura 1 - Camadas das Paredes nos Revestimentos de Pedras Fonte: Autora (2017) 21 Figura 2 - Camadas dos Pisos nos Revestimentos de Pedra Fonte: Autora (2017) 2.3.2.1. Substrato Constituído por superfície plana de paredes ou pisos, sobre os quais são aplicados as demais camadas do sistema de revestimento. É o componente de sustentação dos revestimentos, via de regra formado por elementos de alvenaria/estrutura (MAIA NETO, 2017). As alvenarias, que podem ser de blocos vazados de concreto, blocos sílico-calcários ou de concreto celular, devem estar curadas há pelo menos 14 dias. As bases de concreto devem ter superfície preferencialmente rústica, curada há pelo menos 28 dias (CHIODI FILHO & RODRIGUES, 2009). 22 A base de concreto poderá ter superfície rústica ou lisa e deverá estar curada há pelo menos 28 dias. 2.3.2.2. Impermeabilização (quando necessária) De acordo com a ABNT NBR 9575:2010 Impermeabilização - Seleção e Projeto, o projeto de impermeabilização deve ser desenvolvido em conjunto e compatibilizado com os demais projetos de construção, tais como arquitetura (projeto básico e executivo), estrutural, hidráulico-sanitário, águas pluviais, gás, elétrico, revestimento, paisagismo e outros, de modo a serem previstas as correspondentes especificações em termos de tipologia, dimensões, cargas, ensaios e detalhes construtivos. A impermeabilização deve ser projetada de modo a evitar a passagem de fluidos e vapores nas construções, podendo ser integrados ou não outros sistemas construtivos (desde que observadas normas específicas de desempenho que proporcionem as mesmas condições de estanqueidade). A impermeablização tem o objetivo de proteger os elementos e componentes construtivos que estejam expostos ao intemperismo, contra a ação de agentes agressivos presentes na atmosfera, além de proteger o meio ambiente de possíveis agentes contaminantes. É importante possibilitar, sempre que possível, o acesso à impermeabilização, com o mínimo de intervenção nos revestimentos sobrepostos a ela, de modo a ser evitada, tão logo sejam percebidas falhas do sistema impermeável, a degradação das estruturas e componentes construtivos. 23 2.3.2.3. Chapisco É a camada de revestimento aplicada diretamente sobre a base ou sobre a impermeabilização, com a finalidade de uniformizar a absorção da superfície e melhorar a aderência da camada subsequente, geralmente usada antes do emboço (Adaptado de MELO, 2009). 2.3.2.4. Camada de Regularização Os revestimentos verticais convencionais (não-aerados) podem ser assentados sobre três tipos de base: emboço de argamassa, alvenaria ou concreto. No caso de emboço, deve estar conforme a ABNT NBR 13281/2005 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos, a fim de garantir o necessário para uma base segura para o assentamento das placas de rocha. O emboço deve estar curado há, no mínimo, 14 dias (CHIODI FILHO & RODRIGUES, 2009). Os revestimentos horizontais convencionais (não elevados) podem ser assentados sobre um contrapiso de argamassa ou sobre uma base de concreto. A argamassa de contrapiso deve ser sarrafeada ou desempenada e estar curada há, no mínimo, 14 dias. Sobre a camada de regularização, são aplicadas as argamassas de assentamento e rejuntamento (CHIODI FILHO & RODRIGUES, 2009). 2.3.2.5. Argamassa de Assentamento A superfície das bases deve estar firme, seca, curada e limpa, sem pó, poeira, gordura/oleosidade e outros resíduos que impeçam a aderência das argamassas de assentamento. Para o assentamento vertical não-ventilado, são aplicadas as argamassas: cimentícia convencional pastosa; colante; ou adesiva. 24 Em assentamento de placas de rochas horizontais, são aplicáveis as argamassas: cimentícia convencional semi-seca; colante; ou, adesiva. A principal diferença entre elas reside na força de aderência sob cura normal (condições ambientais), cura submersa em água (ambientes molhados) e cura em estufa a 70˚C (ambientes sujeitos a elevadas temperaturas). A aderência é crescente da argamassa cimentícia convencional para as argamassas colante e adesiva. Conforme Chiodi Filho & Rodrigues (2009), a argamassa cimentícia convencional semi-seca (tipo “farofa”), como o próprio nome sugere, deve ter consistência de farofa, isto é, não pode ser seca e tampouco excessivamente úmida. O traço sugerido é 1:4 (cimento:areia), em volume. No canteiro de obra, para confecção e preparo da argamassa semi-seca, deve-se considerar os seguintes cuidados: usar areia média lavada; a água deve ser isenta de impurezas e quimicamente neutra. Não deverá ser transportada ou armazenada em latas ou recipientes metálicos que possam liberar resíduos oxidáveis, os quais provocam manchamento na rocha; o cimento deverá ser de procedência e notoriedade reconhecidas, preferencialmente do tipo CPII-E-32. Para rochas claras recomenda-se utilizar cimento branco; evitar a adição de cal na argamassa, pois apesar de proporcionar maior trabalhabilidade, pode provocar o surgimento de eflorescência na superfície do piso. No uso das argamassas colantes (também denominada cimento-cola), alguns cuidados são necessários, conforme Carvalho Júnior (1999): utilizar a argamassa colante adequada ao tipo de matéria e condições de uso e exposição (ACII, ACIII, Cola tudo); a argamassa deverá ser aplicada em camada única, isto é, apenas no emboço, caso a peça seja limitada à dimensão de 20 x 20 cm. Para dimensões acima desta, aconselha-se a aplicação de argamassa colante em dupla camada cruzada, ou seja, aplicação na base e nas costas da placa; deve-se respeitar a espessura recomendada pelo fabricante da argamassa que estiver 25 sendo usada; assentamento do revestimento com a utilização de argamassa colante exige que as placas não estejam molhadas para que não ocorra prejuízo de aderência (a não ser que haja recomendações contrárias do fabricante da argamassa). Caso as placas estejam sujas de poeira ou partículas soltas, estas deverão ser removidas com a utilização de um pano seco. Em situações em que se faça necessária a molhagem das placas para a sua limpeza, estas não deverão ser assentadas antes de sua completa secagem; a placa de rocha limpa e seca será aplicada sobre os cordões de argamassa colante ligeiramente fora de posição, sendo, em seguida, pressionada e arrastada até a sua posição final, de modo a romper os filetes da argamassa. Atingida a posição final, a placa deverá ser suficientemente percutida com os dedos ou com um martelo de borracha, para não danificar sua face polida ou provocar a quebra da mesma. Uma percussão adequada é fundamental, pois aumenta a área de contato da argamassa com a placa, aumentando, assim, a sua resistência ao arrancamento. A percussão deverá ser feita até o extravasamento da argamassa colante pelas laterais da placa; após o assentamento, recomenda-se a limpeza da placa num prazo inferior a uma hora, e que deverá ser feita com esponja de espuma de poliuretano limpa e úmida, seguida de secagem com estopa limpa. Preferencialmente, nunca devem ser utilizados ácidos para a limpeza, devido à possibilidade dos mesmos provocarem manchas indesejáveis nas placas (os ácidos, tais como o ácido muriático, podem atacar quimicamente materiais como os mármores e em granitos podem provocar manchas avermelhadas devido à remoção de íons de ferro eventualmente presentes). A utilização de argamassa adesiva (supercola), via de regra composta por cimentos de alta resistência, copolímeros orgânicos e cargas minerais, é mais apropriadamente indicada para assentamentos de rochas onde se requeiram elevadas resistências e rapidez na execução. Essa rapidez na execução poderá ser ilustrada ao se comparar, por exemplo, os tempos requeridos para o rejuntamento e para a liberação do piso ao trafego após o assentamento: 72 horas nas argamassas cimentícias convencionais ou colantes contra 6 26 horas na argamassa adesiva. Os procedimentos para o assentamento de pedra com argamassa adesiva são semelhantes aos grafados para a argamassa colante. As principais diferenças residem no fato de a argamassa adesiva possibilitar o assentamento em camadas mais grossas (até 30 mm, contra 4 mm - 8 mm da argamassa colante) e requerer cuidados especiais durante o espalhamento com a desempenadeira denteada para que não forme uma película superficial sobre o adesivo (nesse caso, recomenda-se aplicar nova camada do produto sobre a camada com a película). As argamassas cimentícias convencionais para revestimentos verticais são pastosas e constituídas por cimento e areia, com traço 1:3 em volume. Opcionalmente, podem-se acrescentar aditivos melhoradores de aderência. As argamassas exercem tanto a função de regularização da base, como a de fixação das placas rochosas. A consistência da argamassa deve ser compatível com o processo de lançamento, de modo que todo o espaço (1 cm a 3 cm) entre a base e a placa rochosa seja preenchido. Para alturas superiores a 2 m, à argamassa cimentícia pastosa deverão ser acrescentados grampos metálicos. Nestes casos, recomenda-se que as placas rochosas sejam providas de ranhuras no tardoz (verso). Podem ser assim chumbados arames de aço galvanizado ou inoxidável, utilizando-se massa plástica, ou colas à base de resinas de poliéster ou epoxídicas. Esses arames são enganchados a uma tela de aço galvanizado ou inoxidável, fixada com chumbadores de expansão na base dos revestimentos, os quais deverão ser posicionados de forma a constituir uma malha quadrada, com aproximadamente 50 cm x 50 cm. Nos revestimentos de paredes internas, nas quais não seja utilizada a tela de aço (altura inferior a 2 m), deve-se preparar a superfície da base e o tardoz (verso) das placas 27 rochosas, através de apicoamentos, chapiscos, etc, visando melhorar a aderência da argamassa. Os quadros 7 e 8 a seguir indicam os ambientes recomendáveis para o uso de cada argamassa em revestimento vertical e horizontal, respectivamente. Quadro 7 - Argamassa de Assentamento Ideal - Revestimento Vertical Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) Quadro 8 - Argamassa de Assentamento Ideal - Revestimento Horizontal Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) 28 2.3.2.6. Revestimento de Pedra Os revestimentos de pedra podem ter diferentes dimensões, tipos, acabamentos, formas e funções, conforme apresentado nos itens 2.1, 2.2 e 2.3. 2.3.2.7. Juntas As juntas cumprem o papel de isolar e limitar, à uma única peça, as tensões que atuam nas camadas da base e nas pedras durante o assentamento, não permitindo que essas forças alcançem peças vizinhas. Estas devem acomodar deformações sem prejudicar o revestimento. Tensões causadas por variações térmicas, compressão e tração, poderão romper a ligação entre revestimento e substrato, ocasioando descolamento ou outros problemas e patologias, assim as juntas tem papel fundamental para evitar essas ocorrências. Ainda não existe nenhuma nortmatização elaborada pela ABNT com recomendação específica para juntas em revestimento de pedra em geral. A NBR 15846:2010 Rochas para Revestimento- projeto, execucão e inspeção de revestimento de fachada com insertos metálicos, recomenda que as juntas devem ser previstas no revestimento que coincidam, em comprimento e largura, com as juntas de dilatação ou de movimentação existentes no suporte de placas fixadas com inserts metálicos em fachadas. Segundo a Norma, cabe ao projetista verificar a necessidade de juntas de dilatação adicionais no revestimento. Além disso, as juntas entre as placas devem ser suficientes para absorver as movimentações tanto do suporte como do revestimento. No caso de encontros das extremidades (horizontal ou vertical) do revestimento com quaisquer elementos distintos, que se projetem sobre estas e para além destas, é recomendável deixar um espaço conveniente entre as placas. No entanto, quando se trata de assentamento em pisos ou paredes com argamssa, as placas trabalham diferentemente das fixadas com inserts. 29 Considera-se então, as recomendações segundo a ABNT NBR 13753:1996 – Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento. Os quadros 9 e 10, adaptados de Villela (2015) e Fiorito (2009), determinam os tipos de juntas de assentamento, dilatação/movimentação, dessolidarização e estruturais. Quadro 9 – Tipos de Juntas Fonte: Adaptado de Villela (2015) e Fiorito (2009) Quadro 10 – Tipos de Juntas Fonte: Adaptado de Villela (2015) e Fiorito (2009) 30 2.3.2.8. Rejuntamento Rejunte é a argamassa específica para preencher as juntas de assentamento, permitindo a trabalhabilidade das placas. O rejuntamento é feito após a cura da argamassa de assentamento. São funções do rejuntamento: auxiliar no desempenho estético do revestimento; estabelecer regularidade superficial; compensar variação de bitola e facilitar assentamento das placas; vedar o revestimento; permitir difusão de vapor de água; proporcionar alívio de tensões; e otimizar aderência das placas. Segundo Branco (2010), a função mais importante do rejunte é vedar a passagem de agentes deletérios para trás do revestimento ou, em outras palavras, vedar o revestimento, impedindo a passagem de água que pode levar ao surgimento de manchas provenientes de lixiviação, danos por ciclos de secagem/umedecimento entres outros, como juntas não preenchidas ou mal preenchidas. Para a aplicação, recomenda-se utilizar desempenadeira de borracha, estendendo e pressionando o produto para dentro das juntas. Após 15 a 40 minutos do rejuntamento, proceder à limpeza, utilizando esponja macia, úmida e limpa. Os tipos de rejunte são classificados como: cimentícios industrializados (ou monocomponentes); cimentícios Bicomponentes; acrílico ou Epóxi; com Selantes Elastoméricos (Silicones); Os rejuntes industrializados produzidos em pó (cimento, areia e aditivos), são rejuntes onde é necessário apenas adicionar água limpa para seu preparo. Deve-se preferir os produtos aditivados com fungicidas, algicidas e impermeabilizantes. Já os Rejuntes Cimentícios Bicomponentes, apresentam-se como duas partes distintas, com uma fração granular seca e outra na forma de emulsão aquosa (aditivo líquido), bastando efetuar a mistura na hora da aplicação. Em contrapartida, os rejuntes de base acrílica ou epóxi são 31 adequados para ambientes onde se requer alta impermeabilidade nas juntas. Em áreas externas, sujeitas à insolação, não são recomendados os rejuntamentos epóxi, devendo-se, nestes locais, preferir os de base acrílica. Em fachadas, são aplicáveis os rejuntamentos compostos por selantes elastoméricos (p.ex. mástique a base de poliuretano ou silicone), apoiados sobre anteparo neutro e flexível (p.ex. espuma de polietileno expandido). Este tipo de rejuntamento, além de ser mais flexível que os cimentícios, evita problemas de infiltrações e eflorescências. Os selantes elastoméricos podem ser utilizados tanto em juntas de assentamento (juntas existentes entre as placas) como em juntas de movimentação (juntas que dividem panos extensos de revestimentos em panos menores, normalmente posicionadas nas transições viga/alvenaria (CHIODI FILHO & RODRIGUES, 2009). Os quadros 11 e 12 indicam os locais recomendados para o uso dos devidos rejuntes paredes e pisos, respectivamente. Quadro 11 - Argamassa de Rejuntamento - Revestimento Vertical Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) 32 Quadro 12 – Argamassa de Rejuntamento - Revestimento Horizontal Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) Em projetos de revestimento de pedras, existe a possibilidade de não rejuntar as juntas de assentamento, onde o espaçamento entre uma pedra e outra deve ser dado respeitando a trabalhabilidade da pedra. Neste caso, a atenção na passagem da argamssa no verso deve ser redobrada, devido à ausência de rejunte para proteger as juntas de intempéries. 2.4. Patologias nos Revestimentos de Pedras As pedras tendem a se alterar naturalmente com o tempo. O deterioramento se inicia quando a pedra entra em contato com a natureza, podendo ser acelerado dependendo da agressividade climática, da proximidade marítima, do grau de poluição, de falta de cuidados no desenvolvimento do projeto ou na execução do projeto e também da falta de manutenção ao longo de sua vida util. 2.4.1. Patologias Químicas, Físicas e Biológicas A deterioração inclui mudanças físicas, químicas e biológicas que resultam na diminuição da resistência da rocha e modificações na aparência estética, desde alterações 33 cromáticas até esfoliações de camadas superficiais ou ainda a perda de resistência mecânica (FRESCÁ & YAMAMOTO, 2014). Nos revestimentos de pedras, as patologias se caracterizam por modificações na cor original, manchamentos, eflorescências, degradação, fissuras, bolor, queda de resistência mecânica, desgaste, descolamento do revestimento, entre outras. Os principais agentes de agressão, formadores de patologias nos revestimentos, referem-se tanto a substâncias ácidas ou alcalinas convencionalmente manuseadas nos ambientes internos (residenciais e industriais), quanto a chuvas ácidas e outras manifestações de poluição atmosférica incidentes, sobretudo, nos revestimentos externos. Além disso, os diferentes tipos e variedades de rochas reagem de maneira distinta a esses agentes agressivos. No quadro 13 a seguir, observa-se os processos de degradação dos materiais aplicados decorrentes da ação de agentes físicos, químicos e biológicos. Quadro 13 - Patologias Químicas, físicas e biológicas Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) 34 Destaca-se, sobre o assunto, que a maior parte das patologias apresentadas depois do uso, poderia ser prevenida mediante conhecimento das características tecnológicas das rochas, especificação de argamassas e técnicas adequadas de fixação e rejuntamento e, em casos específicos, pela utilização de selantes na face e tardoz das placas (CHIODI FILHO & RODRIGUES, 2009). 2.4.2. Patologias no Projeto de Revestimentos de Pedras Na maioria dos casos, as patologias podem ser evitadas ou minimizadas se na fase de projeto forem previstas falhas causadoras de problemas maiores. É comum, durante a obra, o diagnóstico de patologias por execução equivocada e/ou falta de conferência dos serviços preliminares. Ainda em serviços conferidos, pode-se identificar desde o desenvolvimento do projeto, problemas causadores de futuras patologias devido a fatores diversos como: falta de detalhamento em projeto; uso inadequado de materiais; falta de conhecimento técnico; dentre outros. Contudo, é de suma importância a identificação e correção dessas patologias antes da entrega do empreendimento, a fim de minimizar a ocorrência de problemas, chamados de manutenção e custos não-programados. 2.4.2.1.Patologias Decorrentes da Fase 1- Projeto Preliminar Recomenda-se que, para se chegar a etapa final da fase de projeto, os profissionais (arquiteto ou projetista) envolvidos com a elaboração do mesmo, considerem todos os fatores importantes, principalmente no que diz respeito a qualidade, ao desempenho e ao custo do produto final. Aliado a isso, é necessário o conhecimento de parâmetros, que poderão interferir de forma direta ou indiretamente no resultado final do projeto (FLAIN; CAVANI, 1992). 35 Alguns cuidados necessários estão relacionados com a preparação e revisão dos projetos de execução do revestimento, que deverão estar, segundo Gere (1981), claros, logicamente numerados e com os desenhos bem detalhados, com a compra técnica, o transporte e estocagem dos materiais e o emprego de mão-de-obra adequada. Na fase de compra do material, o fornecedor contratado pode não conseguir fornecer determinadas dimensões das placas determinadas em projeto. Havendo assim, mudança de especificação para atender ambos os lados interessados. No entanto, a mudança das dimensões sem uma revisão do projeto, pode acarretar na desconfiguração da paginação projetada. No transporte, no manuseio, na armazenagem ou na execução de serviços posteriores, pode-se ocorrer a quebra de pedaços das peças. No entanto, diferente das placas cerâmicas, a pedra,em alguns casos, tem a possibilidade de reparo. Um polidor, com o auxílio de resinas e maquita, cola o pedaço quebrado de volta ou o arremata com rejunte. Essa medida, se não executada com bastante cuidado, pode causar manchas devido à resina ou permitir a passagem de água para atrás da pedra, acarretando patologias futuras como: manchas por absorção de água e descolamento de placa por lixiviação. Além de quebras, a armazenagem inadequada e prolongada pode causar empenamento de placas extensas, dificultando a instalação da mesma ou até o descarte por impossibilidade de retornar ao prumo, nível ou esquadro original. Pelo fato de normalmente as pedras serem superfícies planas, a peça instalada ou ainda armazenada, torna-se um atrativo de apoio para a execução de outros serviços. Quando indevidamente protegidas, propicia-se o aparecimento de manchas, arranhões ou cortes das mesmas, muitas vezes irreversíveis. 36 A armazenagem de outros materiais junto de pedras, pode acarretar em manchas, principalemente em pedras claras. Além do contato com produtos corrosivos, o mais comum, na armazenagem, é a coloração por madeiras úmidas, até mesmo do próprio palete. A falta de atenção na compatibilização de projetos, aprova projetos para execução com problemas ou detalhes não compatibilizados. Esse tipo de falha cria aberturas para soluções durante a execução da obra, baseadas em experiências pessoais e vivênciadas anteriormente. Devido à prazos apertados e necessidade de urgência, decisões são tomadas sem a re-compatibilização de todos os projetos, causando patologias não previstas ou até não identificadas. A escolha de materiais não convencionais, como ideias novas, acaba sendo um desafio nas obras em que são implementadas inicialmente. Normalmente, o procedimento executivo é criado depois da implementação em alguns empreendimentos distintos e as informações externas são poucas. Com isso, a obra fica atada e sem uma coordenação exata do que se deve fazer. Devendo junto à execução, buscar soluções inovadoras. Esse processo de adaptação da inovação leva à execução de medidas muitas vezes equivocadas, porém, que podem ser corrigidas à tempo. Em contrapartida, pode-se implantar patologias que serão descobertas somente com o passar dos anos. Para melhor entendimento, algumas falhas nessa etapa estão resumidas nos quadros 14 e 15, a seguir: 37 Quadro 14 – Falhas no Desenvolvimento de Projeto Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009); Flain ;Frazão & Righi (2014); Frascá (2017); Fioretti (2007) 38 Quadro 15 – Falhas no Desenvolvimento de Projeto Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009); Flain ;Frazão & Righi (2014); Frascá (2017); Fioretti (2007) 39 2.4.2.2. Patologias Decorrentes da Fase 2 - Execução do Projeto A má execução da estrutura que será revestida, desencadeia falhas nas camadas seguintes, prejudicando a execução por fim, do revestimento. Estrutura fora de nível, estrutura fora de prumo, marcação errada da alvenaria, deslocamento da forma, dentre outros, são exemplos de problemas do substrato. Dependendo do lugar a ser revestido, deve-se considerar a impermeabilização do substrato. No entanto, é comum nos projetos, esquecer de considerar a impermeabilização na espessura final da base do revestimento. Além disso, são falhas nesta etapa: descolamento da membrana impermeabilizante; escolha inadequada do tipo de impermeabilização; execução incorreta, causando passagem de fluidos. Sendo esses descuidos, futuros causadores de patologias no revestimento. 40 O traço do chapisco dever ser executado conforme especificado pelo fornecedor, ou conforme o projeto da obra. O chapisco executado de forma indevida, não faz corretamente o seu papel de aderir a camada de regularização ao substrato ou impermeabilização. Deve-se tomar cuidado, na camada de regularização (tanto no emboço, quanto no contrapiso), com o traço adequado, com a espera da cura e com a espessura da camada. Essa etapa é fundamental para a execução sem imprevistos do revestimento. Caso seja identificado rachaduras na camada de regularização, deve-se fazer o teste de percussão ou abrir um pedaço da camada, para a análise do problema. Evitando assim, o assentamento da pedra em um local inseguro. É na etapa de assentamento que ocorrem, normalmente, as falhas que só serão decobertas depois da obra ser entregue, devido ao fato de que existem poucas etapas a serem executadas após o assentamento. Como já dito anteriormente, as recomendações do fornecedor de argamassa devem ser seguidas corretamente, visto que a utilização de traço diferente do que o do fornecedor pode perder a garantia de que as rochas estejam completamente aderidas à superfície. Caso o colocador não aplique a argamassa em toda a pedra, cria-se um vazio entre a pedra e o substrato, permitindo a passagem de água causando eflorescência, manchas, descolamento de placa ou fissuras. Não menos importante que as etapas anteriores, as juntas são de fundamental importância quando se trata de revestimento de pedra. Elas são muitas vezes definidas sem que seja feito um estudo da pedra. No entanto, estudar a espessura das juntas ideais para o projeto prevê a dilatação e trabalhabilidade do revestimento. Evitando assim, futuras patologias. 41 O rejuntamento deve ser considerado como uma etapa de fechamento, de vedação. É ele que proteje o acesso de fluidos e contaminantes à base do revestimento. Com ele, é possível reduzir as possibilidades de patologias causadas pela má execução de alguma etapa anterior. Deve-se executá-lo com cuidado nos detalhes. A execução do rejuntamento tardio, leva ao acúmulo de sujeira entre as juntas. Esse fator pode levar ao amarelamento do rejunte por ascenção da sujeira, ou ainda à mistura do rejunte com a poeira no momento do rejuntamento. Essas questões podem ser sanadas facilmente durante a conferência do seviço. Um rejunte mal executado, permite a passagem de água por debaixo da placa e não necessáriamente é feita impermeabilização nas camadas de base. Com isso, além de possíveis eflorescência, manchas, descolamento de placa ou fissuras, pode-se causar vazamentos pela estrutura. No entanto, existem projetos que excluem a necessidade do rejuntamento. Dessa forma, faz-se uma camada extra de impermeabilizante entre a argamassa de assentamento e a camada de regularização, para que assim, substitua algumas funções do rejunte. Tendo assim, que tomar cuidado redobrado na etapa de assentamento. Os quadros 16 e 17 a seguir resumem alguns erros de execução de cada camada que antecede e sucede o revestimeto de pedra. Estão eles associados aos fenômenos causadores das suas respectivas patologias. Se conferidas ainda na fase de execução, reduzem as chances da ocorrência das patolgias futuras. Quadro 16 – Falhas na Execução do Revestimento de Pedra Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009); Flain ;Frazão & Righi (2014); Frascá (2017); Fioretti (2007) 42 Quadro 17 – Falhas na Execução do Revestimento de Pedra Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009); Flain ;Frazão & Righi (2014); Frascá (2017); Fioretti (2007) 43 44 3. Estudo Prático de Aplicação de Revestimentos de Pedras 3.1. Apresentação do Objeto em Estudo O caso estudado para esse trabalho foi um empreendimento multifamiliar residêncial A, da incorporadora B, no Recreio dos Bandeirantes, na cidade do Rio de Janeiro. O empreendimento com aproximadamente 30.000 m2 de área construída em um terreno de 10.150,50 m2, com 5 torres de 9 pavimentos e cobertura, somando um total de 174 apartamentos e área comun. As obras foram iniciadas em novembro de 2014, com data de Habite-se em fevereiro de 2017 e prazo de entrega para março de 2017. O desafio da obra se deve à projetos de arquitetura, interiores e paisagismo ricos em detalhes, com um vasto leque de acabamentos e revestimentos inovadores e variados. Mais precisamente nas áreas comuns e na piscina, pode-se deparar com 12 variedades de pedras de revestimento com acabamentos distintos, distribuídas em basicamente 5 ambientes. Dentre elas: Porfido ferrugem; Vulcano; Granito Preto São Gabriel; Granito Aqualux; Granito Santa Cecília Bege; Limestone Niwala; Limestone Baiteg Blue; Travertino Turco; Pedra de mão; Quartzito Branco (São Tomé); Hitam; e Hijau verde. Contudo, neste trabalho, concentrou-se o estudo na Hijau verde, a pedra mais utilizada na região da piscina, pelo fato de ser uma pedra nova no mercado brasileiro. 45 3.2. Definição e Características das Rochas A pedra Hijau se caracteriza por uma rocha ígnea, da família das carbonáticas, rica em quartzo e retirada dos tufos dos vulcões da indonésia, o que faz alguns fornecedores a chamarem de quartzito. As características seguem a seguir nos quadros 18 e 19. A figura 3 mostra a pedra Hijau bruta antes de pssar pelo processo de corte. Quadro 18- Classificação Geológica da Hijau Verde Fonte: Adaptado de Branco (2010) Quadro 19- Classificação Mineralógica da Hijau Verde Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) Figura 3 – Hijau Verde Antes do Corte Fonte: marmoraria - greenstonesukabumi.com 46 3.3. Ensaios de Caracterização Tecnológica A definição e características das pedras estudadas são obtidas pelo fornecedor, através de uma ficha técnica emitida por laboratórios que realizam os ensaios de caracterização tecnológicas nas pedras. No entanto,por não ser obrigatório, nem todos os ensaios propostos pela ABNT NBR 15845 1:8: 2015 foram executados para essa pedra, conforme visto do quadro 20 a seguir: Quadro 20- Checklist Pedra Hijau Verde Fonte: Adaptado de Chiodi Filho & Rodrigues (2009) Com base nos dados obtidos com o estudo e ensaios da Hijau, pode-se definir se a mesma é adequada ao uso que lhe foi projetado. A pedra Hijau possui resistência às oscilações térmicas (importante para revestimento externo), no entanto, como a pedra fica submersa, ela se mantém em temperaturas constantes. Não sendo determinante para a escolha para piscinas. A resistência química não é obrigatória por norma, mas é importante para revestimentos de piscinas, devido ao elevado uso de produtos de corpos, cabelos e cloro, o que adequa a Hijau ao tipo de revestimento, assim como pelos resultados das resistências à compressão e flexão. 47 O alto índice de porosidade e absorção de água, são índices negativos para outras rochas, por diminuir a resistência físico–mecânica e causar manchas por absorção de líquidos, respectivamente. Já para a pedra Hijau, são responsáveis por causar uma aparência naturalmente diferenciada. Na figura 4 a seguir, encontra-se os resultados dos ensaios, além de outras especificações úteis feitas pelo fornecedor para a análise da pedra. Figura 4 – Ficha Técnica Hijau Verde Fonte: Adaptada da ficha técnica fornecida pela empresa fornecedora da pedra Palimanam revestimentos naturais 48 3.4. Projeto de Revestimentos de Pedras 3.4.1. Fase 1 - Projeto Preliminar 3.4.1.1.Etapa 1 - Característica Pétrea Adequada ao Local de Implantação Para a escolha do tipo de pedra adequado a cada ambiente, além do conhecimento do arquiteto, e de indicações dos fornecedores, analisou-se a ficha técnica dos tipos de pedras, obtidas com fornecedores das mesmas. A Ficha é de grande importância na adequação da pedra ao uso. Pincipalmente no caso de uma rocha nova no mercado, como a pedra Hijau verde (ou Green Bali, ou Sukabumi Stone), que foi a pedra escolhida para o revestimento interno da piscina adulto, dos espelhos d’água, das cascatas e da piscina infantil. Esse ambiente possui contato com água constantemente, com alto índice de ácido clorídrico, além de ser exposto à intempéries. Contudo, a Hijau se adequa à piscina por resistir aos raios ultravioletas do sol, à abrasão, aos produtos químicos e à movimentação da estrutura. 3.4.1.2. Etapa 2 - Dimensões As placas de Hijau Verde do projeto têm espessura de 1cm, tanto para pisos como para paredes e possuem 4 tipos de acabamentos e cortes na obra: rústica (bruta) 20 x 20 cm; lisa 20 x 20 cm; lisa 10 x10 cm; e seixos. Conforme visto nas figuras 5, 6 e 7. Figura 5 –Hijau verde 10 x 10 cm Fonte: Autora (2017) 49 Figura 6 – Variação das dimensões da Hijau verde (Seixos, 10 x 10 cm e 20 x 20 cm, respectivamente) Fonte: Autora (2017) Figura 7 –Hijau verde – Espessura 1 cm Fonte: Autora (2017) 50 3.4.1.3. Etapa 3 - Acabamentos Tanto a pedra lisa, quanto a denominada rústica, o tipo de acabamento é o bruto, mudando o fato da lisa ser serrada nas 3 dimensões e a rústica não ser serrada em uma só face. Os seixos são polidos e cortados nesses formatos. A falta de polimento, mantendo a estutura original, permite uma maior absorção de água pelos poros. 3.4.1.4. Etapa 4 - Orçamento e Disponibilidade no Mercado Existem muitos poucos fornercedores dessa pedra no Brasil. Contudo, os preços ainda são elevados e são encontrados apenas em pequenas variações de dimensões, o que levou ao fato da paginação ser adaptada ao fornecimento. Foi elaborado um mapa de cotação e entre os fornecedores cotados, com valores de fornecimento entre R$ 200,00 e R$ 550,00, foi escolhido o fornecedor com o menor preço, com cadastro já existente na empresa e melhor nota de avaliação. 3.4.1.5.Etapa 5 - Compatibilização de Projetos Existe na empresa uma equipe de projeto, responsável pelos detalhes e modificações necessárias, visto que os projetos do empreendimento foram feitos por escritórios diferentes, contudo, alguns pontos não foram compatibilizados. 3.4.1.6. Etapa 6 - Planejamento e Aquisição do Material A aquisição desse material foi feita com uma margem de 20% de perda e estoque 3 meses antes da execução do revestimento. Com isso, o material não ficou em estoque por um longo tempo. 3.4.1.7. Etapa 7 - Transporte, Manuseio e Armazenagem Essa pedra, possui tamanhos de fácil manuseio e armazenagem, sendo transportadas em caixas com pedras para executar 2m2 de revestimento. Dessa forma, as pedras ficaram mais protegidas e menos vulneráveis aos danos por manuseio, transporte e armazenagem. 51 Nas figuras 8 e 9 a seguir, mostram as caixas de Hijau em uso e armazenadas na obra. Figura 8 –Hijau verde - Embalagem Fonte: Autora (2017) Figura 9 –Hijau verde - Armazenadas Fonte: Autora (2017) Apesar de armazenada em locais úmidos, as caixas foram estocadas empilhadas em paletes. Garantido assim, sua integridade. 52 3.4.2. Fase 2 - Execução do Projeto O revestimento estudado foi aplicado tanto nas paredes, quanto no piso da piscina, onde tem contato com a água. Além disso, o complexo de piscinas está localizado em uma área onde metade está acima do subsolo e outra metade sobre aterro. Por ser uma pedra não muito conhecida, algumas etapas de execução foram interrompidas ou adaptadas durante a obra em andamento. Além disso, as camadas do sistema variam conforme a estrutura que a suporta. Nas paredes acima do subsolo ou do aterro, as camadas foram: substrato; impermeabilização; chapisco; emboço; outra camada de impermeabilização; argamassa de assentamento; e pedra. Nos pisos acima do subsolo ou do aterro, as camadas foram: substrato; impermeabilização; regularização; contrapiso; outra camada de impermeabilização; argamassa de assentamento; e pedra. 3.4.2.1. Substrato A maior parte da estrutura foi executada em concreto armado, como mostra a figura 10. A estrutura de concreto revestida de hijau verde é composta por: uma piscina grande; uma piscina infantil; nove jardineiras; dois espelhos d’água; uma hidromassagem; um deck molhado; e uma cascata. Os dois muros de transbordo foram executados a princípo com uma fiada de bloco de concreto de 14 cm de espessura e depois readaptado para com duas fiadas de bloco de concreto de 14 cm, não exatamente conforme o projeto mostrado na figura 11. Foi deixado um vão entre os blocos no sentido transversal para passagem de tubulações. 53 Figura 10 – Vista aérea da área da piscina Fonte: Autora (2017) Figura 11 – Corte transversal do muro com transbordo Fonte: Autora (2017) 54 3.4.2.2. Impermeabilização As áreas acima do subsolo indicadas em laranja na figura 12, foram impermeabilizadas com manta asfáltica polimérica e camada de cimento Portland e areia. No interior das jardineiras acrescenta-se tinta antiraiz. Já nas áreas indicadas em laranja na figura 13, a impermeabilização foi feita em argamassa polimérica, devido ao fato de serem estruturas sobre aterro e não necessitarem de impermeabilizante tão resistente quanto a manta. Além da impermeabilização antes da camada de regularização, foram aplicadas duas camadas de impermeabilizante cimentício anteriormente à aplicação da argamassa de assentamento, devido ao fato da obra ter decidido não rejuntar a pedra de revestimento. Criando assim, mais uma proteção da base por infiltração. Figura 12 – Regiões revestidas de Hijau verde impermeabilizadas com manta asfáltica Fonte: Autora (2017) 55 Figura 13 – Regiões revestidas de Hijau verde impermeabilizadas com Argamassa polimérica Fonte: Autora (2017) 3.4.2.3. Chapisco Nas paredes revestidas de manta, foi feito um chapisco convencional associado à tela galvanizada hexagonal. Já as paredes impermeabilizadas com argamassa polimérica, foram chapiscadas com chapisco estrutural e tela nas arestas e quinas. 3.4.2.4. Camada de Regularização Nos pisos em geral, foi feito contrapiso do tipo “farofa” para regularizar a área de aplicação do revestimento e nas paredes, emboço convencional, conforme mostram as figuras 14 e 15, respectivamente. 56 Figura 14 – Execução do contrapiso no deck molhado Fonte: Autora (2017) Figura 15 – Emboço Piscina 57 Fonte: Autora (2017) 3.4.2.5. Argamassa de Assentamento O tipo de argamassa a ser utilizada no assentamento não é especificado em projeto. No entanto, no procedimento da empresa indica para pedras decorativas em uso externo o uso de argamassa colante tipo III. Assim, devido ao uso corriqueiro, junto ao fato da pedra Hijau se enquadrar ao perfil de pedras decorativas, inicialmente foi utilizada a argamassa colante ACIII. Contudo, a argamassa ACIII no meio da execução do revestimento foi trocada pela argamassa colante “colatudo” que possui aditivos não muito diferentes da ACIII, mas que foi mais indicada pelo fornecedor por meio de um manual enviado à obra. Apesar das placas de pedra serem até 20 x 20 cm e não necessitarem, por norma, da dupla colagem, as mesmas foram assentadas dessa forma, para reforçar a fixação à base. Além disso, a argamassa utilizada foi da cor branca para não manchar a pedra, pois a argamassa da cor cinza pode manchar peças claras. Nas figuras 16 e 17 a seguir, tem-se exemplos do uso da argamassa cola tudo. Figura 16 – Argamassa cola tudo Branca – Especificação da quantidade de água Fonte: Autora (2017) 58 Figura 17 – Assentamento do revestimento com argamassa cola tudo Branca Fonte: Autora (2017) 3.4.2.6. Revestimento de Pedra O revestimento, como já falado anteriormente, consiste em uma pedra relativamente nova no mercado, a pedra Hijau Verde. Foi utilizada em quatro formatos e tamanhos diferentes. Sendo elas: lisa 10 x 10 cm; lisa 20 x 20 cm; rústica 20 x 20 cm; e seixo. A figura 18 mostra a hijau rústica assentada e a figura 19 a Hijau 10 x 10 cm assentada na jardineira. Figura 18 – Hijau Verde Rústica assentada Fonte: Autora (2017) 59 Figura 19 – Hijau Verde lisa 10x 10 assentada na jardineira Fonte: Autora (2017) 3.4.2.7. Juntas Pelo fato de serem estruturas que comportam água e a pedra ser porosa e de grande absorção de água, as juntas em geral, são de grande importância nesse revestimento. As juntas de assentamento são as chamadas “juntas secas” ou “juntas zero”, quais têm espaçamento mínimo entre as placas. Devido à irregularidade das placas, essas juntas ficam em torno de 1 mm e 2 mm. Foram executadas juntas de dilatação em dois pontos da piscina de adulto, mais ou menos a cada 10 m. Não existem juntas de dessolidarização nem estruturais nessas áreas. 3.4.2.8. Rejuntamento Nenhum dos locais aplicados a Hijau no empreendimento foi rejuntado. 60 3.5. Patologias nos Revestimentos de Pedras Em todas as etapas foram tomadas medidas pela empresa A a fim de reduzir ao máximo a existência de patologias momentâneas ou futuras. Contudo, apesar dos cuidados tomados e da experiência dos profissionais, foi inevitável a ocorrência de falhas durante o processo. 3.5.1. Patologias Químicas, Físicas e Biológicas As patologias químicas, físicas e biológicas costumam ocorrer após anos ou meses da entrega do empreendimento. Assim, essas patologias não foram analisadas no estudo pelo fato do empreendimento não ter sido entregue ainda, portanto, não dando tempo para o aparecimento das mesmas. Porém, as patologias identificadas durante a execução estão interligadas a estas. 3.5.2. Patologias no Projeto de Revestimentos de Pedras O uso dessa pedra pouco utilizada no Brasil, em conjunto com a falta de informação do material, descuidos no desenvlvimento do projeto e inexperiência na execução da mesma, ocasionaram interrupções corretivas a fim evitar futuras patologias. Essas interrupções inesperadas geraram um atraso no cronograma físicos dos acabamentos da área devido à adaptação das situações antigas às novas soluções, ou ainda, à espera dos novos materiais. 3.5.2.1. Patologias Decorrentes da Fase 1 - Projeto Preliminar O detalhamento do projeto em questão poderia ter sido mais elaborado devido à riqueza de detalhes atrelados à serviços subsequentes. Com deficiência de detalhamento especificado em projeto, abriram-se oportunidades de interpretações equivocadas e tomadas de decisões muitas vezes certas, como outras erradas. 61 Diferente das pedras convencionais, a Hijau é comercialzada já em medidas padrões, com pouca variedade de dimensões. Com isso, o projeto já foi executado considerando as medidas do fornecedor, não havendo problemas de desconfiguração da paginação por essa questão. Em contrapartida, as pedras danificadas por falta de cuidado não são facilmente reparadas com auxílio de resina. Essas peças foram descartadas ou utilizadas para corte de filetes. A figura 20 a seguir, mostra uma placa da pedra Hijau que não é possível ser reparada. Figura 20 – Hijau Verde danificada Fonte: Autora (2017) O encontro de pedras de diferentes espessuras com jardins, tubulações ou outros tipos de revestimento, levou a obra a criar soluções instantâneas que tomam tempo e muitas vezes atrapalham os serviços subsequentes. 62 O uso desse revestimento não convencional na primeira obra da empresa, como qualquer outro material novo no mercado, não se adequa perfeitamente ao procedimento executivo de revestimento de pedras. A pedra Hijau, apesar de ser uma pedra de revestimento, possui características únicas que mereceram cuidados especiais que foram sendo adequados no decorrer da obra, causando algumas vezes retrabalhos e gastos não previstos. O alto grau de absorção de água da Hijau, contrária às outras pedras, é um dos fatores que contribui para o diferencial dela. A alta absorção de água, causa um contraste de cor que caracteriza a beleza dessa pedra quando molhada. Não sendo assim, uma patologia dessa pedra. Apesar da alta porosidade, essa pedra é indicada para piscinas pelos fornecedores. Contudo, deve-se tomar cuidado com produtos utilizados para que não acelere a degradação do revestimento por corrosão ou produtos ácidos. Junto a isso, pelo fato dela não ser polida, aumenta as chances de acúmulo de sujeiras nos poros, tendo assim que ter uprocedimentos de manutenção e limpeza constantes. 3.5.2.2. Patologias Decorrentes da Fase 2 - Execução do Projeto A princípio, tem-se a fase de revestimento como a fase menos problemática da obra. No entanto, é nela que aparecem os problemas não corrigidos anteriormente, devido ao fato de que essa etapa é o fechamento de um ciclo totalmente atrelado entre si, onde a camada anterior prejudica a próxima, se não executada da forma adequada. Devido à falta de conferência das camadas de base, foram constatados no momento de entrada da mão-de-obra de assentamento, problemas que impediam a continuidade dos 63 serviços, causando um atraso no planejamento da mão-de-obra, assim como no cronograma financeiro. Em relação ao substrato, algumas partes da estrutura em geral ficaram fora da marcação, causando a deformação da paginação, que gerou filetes esteticamente não adequados, alterando a paginação do projeto de arquitetura. Ainda na estrutura de concreto, existiu uma preocupação com o nível da borda externa da piscina, assim como o da "borda infinita". Por poucos centímetros a estrutura passou do nível de projeto, tendo assim, que compensar os desníveis com o assentamento da própria pedra. O que não é indicado pelos fabricantes da argamassa, por prejudicar a aderência da mesma. A elevação ou redução do nível, também prejudicaram a paginação do projeto de arquitetura. A figura 21 a seguir indica as arestas da piscina de adultos, onde ocorreu um erro de paginação devido a execução errada da forma, criando um filete de pedra esteticamente inapropriado. Figura 21 – Execução de filetes não existentes em projeto Fonte: Autora (2017) 64 Ainda no substrato, mais precisamente na cascata localizada em uma das paredes, quando executada, foi deslocada de 3 cm para o lado esquerdo, e 1 cm para baixo. Esse erro, talvez não fosse crítico em outro projeto, contudo, esta falha acarretou um grande problema de paginação dessa parede. O projeto previa a utilização de dois tipos da pedra Hijau, que se intercalavam. Com isso, teve que ser feito o ajuste da cascata para o nível e alinhamento estabelecido no projeto. A figura 22 indica a marcação da paginação desalinhada com a cascata e a figura 23 após o ajuste da cascata, com a paginação correta. Figura 22 – Desalinhamento da cascata Fonte: Autora (2017) Figura 23 – Cascata alinhada e revestida Fonte: Autora (2017) 65 A impermeabilização, foi a camada mais problemática da região estudada. As espessuras da manta asfáltica não foram consideradas em projeto, causando a elevação do nível programado, prejudicando o encontro dos revestimentos que deveriam estar nivelados. Com isso, foi paralisado o serviço de assentamento, para a quebra do substrato seguido da colagem da manta pela segunda vez. Outra patologia apresentada ao iniciar o assentamento do revestimento de pedra, foi a identificação de rachaduras no emboço da piscina, onde foi feita a impermeabilização com argamassa polimérica. Para identificar o problema, foi aberto um vão nas camadas e verificou-se o descolamento do impermeabilizante que, por falta de limpeza, não possuia aderência ao substrato. Assim, foram retiradas todas as camadas e refeita a impermeabilização com uma mistura de impermeabilizantes cimentícios. As figuras 24, 25 e 26 a seguir mostram os processos de retirada das camadas para o reparo da impermeabilização. Figura 24 - Retirada do emboço, chapisco e impermeabilizante Fonte: Autora (2017) 66 Figura 25 - Retirada das pedras para refazer a impermeabilização Fonte: Autora (2017) Figura 26 - Reaplicação da camada de impermeabilização Fonte: Autora (2017) 67 A elevação do muro que transborda foi feita com duas fiadas de blocos de concreto. Diferente do projeto, devido à passagem de tubulações, as fiadas foram espaçadas entre si. Os blocos deveriam ter sido cheios de concreto e depois impermeabilizados com manta asfáltica. Contudo, ao iniciar o revestimento de pedra, foram encontradas rachaduras no emboço, diagnosticando pelo teste de percussão, houve descolamento da manta na parte superior do substrato, conforme mostrado na Figura 27. As figuras 27, 28, 29 e 30 indicam o teste de percussão, a abertura do emboço para análise da patologia, a colagem da manta descolada e o assentamento da pedra novamente no emboço, respectivamente. Figura 27 - Teste de percussão no muro que transborda Fonte: Autora (2017) Figura 28 - Rompimento das camadas para análise do problema Fonte: Autora (2017) 68 Figura 29 - Colagem da manta descolada Fonte: Autora (2017) Figura 30 - Assentamento da Hijau no muro após arremate Fonte: Autora (2017) 69 Identificou-se então, que o descolamento da manta foi devido ao vão existente dentro do muro, causando um "efeito estufa" que condensava o ar em vapor d'água na parte superior do muro. Para solucionar, foi retirada a manta e a camada de regularização, preenchendo todo o interior do muro com concreto para ocupar o vácuo que junto com o calor, gerava o condensamento do ar. Em seguida, foram refeitas as camadas retiradas. A identificação dessas patologias, em relação ao revestimento de pedra, foi de grande importância para evitar futuros desplacamento, assim como evitar a lixiviação causada pela passagem de água em ambos os sentidos de fluxo (tanto no sentido de dentro para fora da piscina ou do muro, como de fora para dentro da piscina), evitando assim, a proliferação de material biológico embaixo do revestimento e o arraste de material pela água, causando manchas e eflorescência. Não houveram problemas em relação ao chapisco executado nem com a camada de regularização. Ao iniciar o assentamento das pedras, utilizou-se argamassa colante ACIII cinza. No entanto, percebeu-se que a argamassa cinza poderia causar manchas na pedra. Mudouse então, para argamassa colante ACIII branca. Ao executar cerca de 40% do revestimento do local, a obra recebeu um manual específico da pedra Hijau, o qual indicava o uso da argamassa colante tipo "cola tudo" branca. Para manter a garantia de colocação da pedra, a obra mudou mais uma vez o tipo de argamassa utilizada. Essas mudanças geraram um atraso pelo fato de ter que aguardar o recebimento da argamassa ideal, mas previniram a ocorrencia de manchas ou desplacamentos. Apesar do procedimento de execução do assentamento das pedras ter sido passado aos colocadores, após a ocorrência de chuvas no local, localizaram-se pontos em que as 70 pedras acumulavam água em suas bordas, apontando as peças que não tinham cola em toda a sua superfície. Foi necessário então, a retirada e recolocação dessas peças, principalmente pelo fato da piscina não ser rejuntada e ter maior fluxo de água pelas juntas das pedras. Essa medida foi tomada a fim de evitar a lixiviação, o desplacamento e o manchamento do revestimento. As figuras 31 e 32 mostram as peças com água acumulada na sua periferia. Figura 31 - Acúmulo de água devido à má execução da argamassa de assentamento na piscina adulto Fonte: Autora (2017) Figura 32 - Acúmulo de água devido à má execução da argamassa de assentamento na piscina infantil Fonte: Autora (2017) 71 Durante a retirada de algumas pedras para ajustes, foram identificadas pedras assentadas incorretamente, as quais durante o assentamento, não tiveram seus cordões de argamassa rompidos com o deslizamento da peça (figura 33). Essa medida é de suma importância para a fixação da pedra, pois assim, a argamassa da base se adere à argamassa da pedra, evitando o desplacamento. A figura 34 exemplifica o assentamento incorreto, devido a passagem de massa em diversas peças e a passagem de massa em direções aleatórias no substrato. Figura 33 -Codões de argamassa de assentamento inteiros Fonte: Autora (2017) Figura 34 -Codões de argamassa de assentamento inteiros Fonte: Autora (2017) 72 Durante o assentamento, deve-se tomar cuidado com a limpeza da massa que passa pelas juntas para a parte de cima da placa. Esse resíduo, se não for limpo em até 30 minutos após o contato com a pedra, pode ocasionar manchas, podendo ser irreversível (figura 35). Figura 35 -Argamassa acumulada na face externa do revestimento Fonte: Autora (2017) Mais uma vez, devido ao fato de não se obter um conhecimento prévio sobre o assentamento dessa pedra, foi aconselhado por um dos fornecedores, que a mesma deveria ser molhada antes de ser assentada (figuras 36 e 37), por razões dessa pedra ser muito porosa e absorver a água da argamassa de assentamento, podendo ocorrer um desplacamento devido a uma argamassa fraca e seca. No entanto, existe uma dúvida se tal medida pode acarretar em um desplacamento por excesso de água no conjunto massa e pedra. 73 Figura 36 -Pedra Hijau molhada durante o assentamento Fonte: Autora (2017) Figura 37 -Pedra Hijau molhada durante o assentamento Fonte: Autora (2017) A piscina adulto possui uma raia em outra pedra denominada Hitam Preta, contudo, ao assentar a hitan no centro da piscina, notou-se que a hitan possuia uma espessura 0,5 cm a mais que a Hijau. Para que não houvesse atrasos na execução e nem ficasse um ”garrote” no meio da piscina, foi executado um pequeno caimento do centro do piso em direção às bordas. Dessa forma, a diferença de espessura passou despercebida (figura 38). 74 Figura 38 -Pedra Hijau Verde e pedra Hitan Preta Fonte: Autora (2017) Devido à ausência de rejunte nesse projeto, as juntas irregulares das pedras ficam muito aparentes e devem ser assentadas com o espaço adequado, devido à dilatação térmica da Hijau. As juntas muito próximas (menos que 2mm) podem ocorrer futuras fissurações nas pedras (figura 39). A ausência de rejunte não causou patologias na execução, mas pode causar futuras, se as juntas não forem bem tratadas. Nesse caso, impermeabilizou-se com argamassa cimentícia. Figura 39 -Pedra Hijau Verde Rústica com juntas muito pequenas Fonte: Autora (2017) 75 4. Considerações Finais Conhecer à origem do material utilizado é de extrema importância para que seja feita uma escolha correta, assim como para entender as limitações do material. No caso das pedras, as suas composições mineralógicas e geológicas determinam a relação da finalidade do uso com o ambiente a que são empregados. Constata-se que os ensaios definidos pela NBR 15845:2015 (ABNT, 2015), acrescentado aos estudos mineralógico e geológico, indicam as características necessárias para a adequação da pedra a cada tipo de uso, relacionando seus parâmetros às características físicas-mecânicas das mesmas. Para que sejam realizadas devidamente as funções dos revestimentos de pedras, verifica-se que todas as etapas preliminares do projeto em conjunto com as etapas de execução, são determinantes para a entrega de um produto bem executado, sem falhas e que suportem as intempéries a que estão submetidas. Além da questão física-mecânica, o planejamento e replanejamento dessas etapas são importantes para que não haja um imprevisto no orçamento e no cronograma físico de forma negativa. No presente trabalho, o estudo da pedra Hijau Verde, como uma pedra utilizada pela primeira vez pela empresa A, comprovou a necessidade de se obter mais informações sobre este material antes de seu assentamento. Ainda que a empresa analisada realize análises de projetos e obtenha procedimentos de execução de revestimentos de pedras consolidados, os mesmos não foram suficientes para que o assentamento da pedra Hijau estudada não apresentasse patologias. 76 Constatou-se no estudo, que a pedra em si não foi o maior motivo de preocupação e atrasos, mas a falta de preparo das camadas anteriores e falhas de projeto, fizeram com que houvesse uma série de patologias durante a execução do revestimento, prejudicando além da excelência do assentamento, o orçamento e o cronograma físico, determinados para esse serviço. Além disso, o estudo foi importante para identificar que grande parte das patologias identificadas futuramente, são associadas ao descaso em que foram executadas. Na obra em análise, ainda que tenham ocorrido imprevistos em várias etapas, foram corrigidas as patologias encontradas a fim de reduzir ao máximo futuros problemas. Sendo assim, o objetivo do trabalho de colaborar com melhorias nos projetos de revestimentos no Brasil foi atingido, visto que futuros projetos poderão identificar os problemas ocorridos no estudo da Pedra Hijau Verde e assim evitá-los. Contudo, o trabalho foi baseado em um único caso dentro de uma empresa A, a qual utilizou pela primeira vez esse tipo de pedra, não devendo assim, utilizar o trabalho como base para revestimentos de pedra em geral. Sugere-se para trabalhos futuros, um estudo com outras pedras e suas patologias de forma mais abrangente e aprofundada. 77 5. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 13753:1996 – Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento. Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15012 (2003): Terminologia. Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br. Acessado em: 20 jan 2017 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 9575:2010 Impermeabilização - Seleção e Projeto, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15846:2010 Rochas para Revestimento- projeto, execucão e inspeção de revestimento de fachada com insertos metálicos Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15845 - 1 (2015): Rochas para revestimento Parte 1: Análise petrográfica. Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15845 - 2 (2015): Rochas para revestimento Parte 2: Densidade Aparente, porosidade aparente e absorção de água, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15845 -3 (2015): Rochas para revestimento Parte 3:Coeficiente de dilatação térmica linear, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15845 - 4 (2015): Rochas para revestimento Parte 4: resistência ao congelamento e degelo, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15845 - 5 (2015): Rochas para revestimento Parte 5: resistência à compressão uniaxial, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). 78 ABNT NBR 15845 - 6 (2015): Rochas para revestimento Parte 5: Flexão por carregamento em 3 pontos, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15845 - 7 (2015): Rochas para revestimento Parte 7: Resistência à Flexão, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 15845 - 8 (2015): Rochas para revestimento Parte 8: Resistência ao impacto de corpo duro, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.abnt.org.br BRANCO, L.A.M.N. Revestimentos pétreos: estudo de desempenho frente `as técnicas e condições de assentamento. Tese de doutorado. UFMG, Instituto de Geociências. Belo Horizonte. 2010. 263p. CARVALHO JR., A. N. Técnicas de Revestimento. Apostila do Curso de Especialização em Construção Civil. DEMC – EE. UFMG. Belo Horizonte: 2006. Chiodi Filho, Cid; Rodrigues, Eleno de Paula. Guia de aplicação de rochas em revestimentos; Projeto Bula / Cid Chiodi Filho; Eleno de Paula Rodrigues. - São Paulo: ABIROCHAS, 2009 118 p. FIORETTI, G. B. Influência do tipo de rocha no manchamento frente à umidade de revestimentos pétreos. Trabalho de Diplomação (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento de Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre. 2007.98p. FIORITO, A.J.S.I. Manual de argamassas e revestimentos: Estudos e procedimentos de execução. 2.ed. São Paulo: PINI, 2009. 232p. FLAIN, E. P.; CAVANI, G. de R. Revestimentos verticais com placas de rocha. Téchne, Pini, São Paulo, 1992. v. 10, pp. 59-63. FLAIN, E.P.; RIGHI, R. & FRAZÃO, E.B. Patologias em revestimentos com placas pétreas em edificações e espaços urbanos no Brasil. III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva São Paulo, 2014. FRASCÁ, M.H.B.O. & YAMAMOTO, J.K (2014). Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (RBGEA). Volume 4, n°1. p.23-32. FRASCÁ, MARIA H.B. de O. Caracterização tecnológica de rochas ornamentais e de revestimento: estudo por meio de ensaios e análises e das patologias associadas ao uso. São Paulo. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.fiec.org.br/sindicatos/simagran/artigos_palestras/Curso_Caracterizacao_ 79 TecndeRochas.htm>. Acesso em: 10 jan. 2017. FRAZÃO, E. B. Tecnologia de rochas na construção civil. São Paulo: ABGE. 2002. GERE, A.S. Recommended practice for the use of natural stones in building construction. New York, Building Stone Magazine. 1981. KONDO, S.T. (2003) SUBSÍDIOS PARA SELEÇÃO DOS PRINCIPAIS REVESTIMENTOS DE FACHADA DE EDIFÍCIOS - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo MAIA NETO, F.; SILVA, A.de P. & CARVALHO,JR., A.N. Perícias em patologias de revestimentos em fachadas. X Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Pericias X COBREAP. Disponivel em: < http://www.mrcl.com.br/xcobreap/020.pdf > Acesso em 20 jan 2017. MAURO, G.C. Estudo do processo produtivo dos granitos no estado do Espírito Santo objetivando a aplicação destes na construção civil. Monografia. UFMG, Instituto de Geociências. Belo Horizonte. 2011. 55p. MELO, D.A (2014) INTRODUÇÃO DE MELHORIAS NA APLICAÇÃO DE MATERIAL CERÂMICO DE PAREDE - OTIMIZAÇÃO DA QUALIDADE E DA SUSTENTABILIDADE EM OBRAS DE EDIFICAÇÕES – Universidade Federal do Rio de Janeiro [MENDES, V.A.; VIDAL, F.W.H. 2002. Controle de qualidade no emprego das rochas ornamentais na construção civil. In: III Simpósio sobre Rochas Ornamentais do Nordeste, Anais Recife, PE. Disponivel em: <http://www.fiec.org.br/sindicatos/simagran/artigos_palestras/Controle_de_Qualidade_noEm pregoRochasornamentais.htm>, acesso em 13 fev. 2017.] VIDAL, F.W.H., BESSA de F., LIMA, M.A.B. Avaliação de rochas ornamentais do Ceará através de suas características tecnológicas. CETEM / MCT, Série Tecnologia Mineral, 76. 1999. 30p. VILLELA, T.R. Análise comparativa do desempenho, produção e manutenção de revestimentos cerâmicos em pisos. Monografia. Curso de Especialização em Construção Civil. DEMC – EE. UFMG. Belo Horizonte: 2015. 66p. PALIMANAM - Revestimentos Naturais. Ficha Técnica Pedra Hijau Green Stone Sukabumi. Disponível em: https://www.greenstonesukabumi.com/2016/09/portofolio.html Acessado em: Janeiro de 2017. 80