MANEJO DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA PRODUÇÃO DO

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MANEJO DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA
NA PRODUÇÃO DO AMENDOIM(Arachis
hypogaea L.) E DIFENTES TIPOS DE ADUBAÇÃO
Taciane Mendes de Amorim Gomes¹, Lígia Sampaio Reis², Paulo Alexsandro Albuquerque de Moura3, Rafael Lúcio
Rocha do Nascimento4 e Josué Ferreia Silva Junior5.

Introdução
O amendoim é uma leguminosa de origem sulamericana, rico em proteínas e vitaminas. Está entre as
oleaginosas mais cultivadas no mundo, é a quarta mais
produzida, perdendo apenas para a soja, o algodão e a
canola. No Brasil a região de maior produção do
amendoim é a Sudeste, seguida pela Centro-Oeste e
Nordeste, nessa última, seu cultivo é realizado
principalmente por pequenos e médios agricultores que
seu cultivo é, basicamente, uma atividade de pequenos
e médios produtores, dispondo de baixo nível
tecnológico, sendo comuns o uso e a reutilização de
sementes de populações locais, o que resulta em uma
baixa produtividade e elevado custo de produção, pelas
condições edafoclimáticas esses agricultores tem a
agricultura irrigada como uma fonte alternativa para
produção de alimentos.
Segundo Santos (1997), a produção do amendoim na
região Nordeste é considerada baixa, incapaz de
abastecer o mercado. Essa demanda pode ser atendida
por meio da implantação de práticas agrícolas e
variedades mais produtivas e adaptadas a região, que
contribua para elevar a produção agrícola ao patamar
ideal tanto agronômico como econômico. Com o clima
árido e semi-árido, e a escassez dos recursos hídricos é
cada vez mais utilizado águas salinas na irrigação para
a agricultura.
A salinidade causa grande impacto ambiental e
afeta negativamente a fisiologia da planta, pois
presença de sais leva a redução generalizada do
crescimento das plantas e influência diretamente em
sua produção. A presença de sais de sódio no solo
provoca redução generalizada do crescimento das
plantas cultivadas, com sérios prejuízos para a
atividade agrícola, através das modificações
fisiológicas da planta em resposta a quantidade de sais
no solo.
Neste caso, a utilização de águas salinas está
condicionada à tolerância das culturas à salinidade e ao
manejo de práticas, como irrigação e adubação, com vistas
a se evitar impactos ambientais, com conseqüentes
prejuízos às culturas e à sociedade.
O amendoim é uma espécie considerada moderadamente
sensível à salinidade (Correia, 2005). Como efeito direto,
as concentrações de sais não cheguem a atingir níveis
osmóticos que prejudicam a absorção de água pelas
plantas, mas pode prejudicar a absorção de nutrientes,
interferindo em seu desenvolvimento (Tester e Davenport,
2003).
O estresse hídrico é uma das respostas fisiológicas das
plantas assim como a redução do crescimento das plantas,
provenientes dos íons encontrados nos sais em solução no
solo.
Este trabalho teve como objetivo o efeito de quatro
níveis de salinidade da água de irrigação, e uma
testemunha, e três tipos de adubação na produção do
amendoim.
Material e métodos
O experimento foi conduzido no Centro de Ciências
Agrárias no Município de Rio Largo, em vasos instalados
em ambiente protegido. O solo da região é classificado
como Latossolo Amarelo Coeso Argissólico, com textura
média argilosa, com relevo local plano e altitude de 107 m. A
cultivar pertence ao tipo botânico Valência, que está entre
as mais cultivadas no Nordeste e no Brasil.
Os tratamentos consistiram de quatro níveis de salinidade
da água de irrigação ( N1- 0,7;N2- 1,7; N3- 2,7; N4- 3,7
dS.m-1 a 25 °C) e três tipos de adubação (orgânica, mineral
e a combinação das duas) no delineamento em blocos
inteiramente casualizados, compondo um fatorial 4x3, com
três repetições, totalizando 15 tratamentos. A água
utilizada na irrigação foi preparada em laboratório com
________________
1.Primeiro Autor é Aluna de Graduação do curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas. Campus Delza
Gitaí, BR 101-Norte Km 85 Rio Largo AL CEP 57.100-000. Emal: [email protected]
2. Segundo Aurtor é Professora Doutora Adjunto, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas. Campus Delza Gitaí, BR 101Norte Km 85 Rio Largo AL CEP 57.100-000. Emal: [email protected]
3. TerceiroAutor é Aluno de Graduação do curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas. Campus Delza
Gitaí, BR 101-Norte Km 85 Rio Largo AL CEP 57.100-000. Emal: [email protected]
4. Quarto Autor é Aluno de Graduação do curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas. Campus Delza Gitaí,
BR 101-Norte Km 85 Rio Largo AL CEP 57.100-000. Emal: [email protected]
5. Quinto Autor é Aluno de Graduação do curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Alagoas. Campus Delza Gitaí,
BR 101-Norte Km 85 Rio Largo AL CEP 57.100-000. Emal: [email protected]
adição de NaCl até se obter a concentração desejada,
de acordo com os níveis de cada tratamento. Durante o
período experimental, as irrigações foram feitas com
base no volume de água consumido pela cultura, com o
devido controle do volume drenado. A colheita foi
realizada aos 105 dias após semeadura (DAS), quando
os frutos estavam no estágio apropriado, considerandose o ciclo das cultivares de 93 dias, em média. A
adubação foi feita com uma aplicação de superfosfato
simples e húmus seguindo os tratamentos.
As variáveis de produção analisadas foram: o número e
matéria seca dos frutos, total de sementes e o peso de
10 sementes. Para obtenção das fitomassas utilizou-se
de estufa de circulação forçada de ar, a 60 ºC, para
secagem, pesando-as, em seguida, em balança
eletrônica com precisão de 0,0001 g.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de
variância e submetidos com comparações de médias.
Resultados
Os níveis de salinidade na água de irrigação
afetaram, significativamente, o peso das vagens das
plantas (p < 0,01), e o número de grãos por vagem (p <
0,05).
Houve decréscimo no número de grãos por vagens
em relação ao aumento unitário da CEa, (Tabela 1).
Para o tratamento submetido a 3,7 dSm-1 em solo,
observou-se uma menor produção comparado aos
demais tratamentos, (Figura 1).
O Peso de vagens, foi afetado significativamente
pelo aumento crescente da salinidade da água de
irrigação, (Tabela 2), principalmente no nível de maior
CEa, mas todos os tratamentos submetidos a irrigação
com água salina apresentaram os efeitos negativos a
presença dos íons, provenientes NaCl, na água. (Figura
2)
Foi observado os vasos que receberam adubação
orgânica apresentou pequena diferença dentre os níveis
de salinidade, mas o decréscimo ocorreu para todos os
tratamentos submetidos a irrigação com água salina,
tanto para o peso de vagens como no número de grãos/
vagem, em resposta ao aumento dos níveis de
salinidade.
Discussão
A água salina na cultura do amendoim afetou o
crescimento da planta e diretamente a produção e
qualidade dos frutos, resultante dos efeitos causados
pelas condições de estresse hídrico pela a cultura
passou.
O estresse hídrico induz respostas e mudanças no
organismo funcional da planta, onde a vitalidade da
planta é reduzida conforme o tempo e intensidade desse
estresse hídrico, podendo causar danos permanentes a
planta, Larcher (2000). O efeito osmótico é ocasionado
pela deficiência hídrica na planta, com alterações em sua
morfologia, adaptando-se a reduzir perdas de água por
transpiração.
O efeito osmótico induz a deficiência hídrica nas plantas,
nas quais podem ocorrer alterações morfológicas e
anatômicas, como formas de adaptação. O amendoim é
considerada uma planta tolerante a salinidade, esses tipos
de plantas são capazes de ajustar seu potencial osmótico,
envolvendo a absorção e acumulação de íons
Em níveis crescentes de salinidade, o amendoinzeiro teve
sua tolerância reduzida nas fases posteriores à germinação
e início da fase de produção, aumentando a sua
sensibilidade no decorrer de seu desenvolvimento.
A concentração de sais em conjunto com diversos íons
pode prejudicar a absorção de nutrientes e o funcionamento
normal da planta.
No que se refere à Peso de vagens, houve efeito da
salinidade da água de irrigação, onde a salinidade inibiu a
produção da cultura, assim como no Número de grãos por
vagem .
A produção sofreu variações de diferentes intensidades e
decresceu linearmente com o aumento da salinidade e
variou com o tipo de adubação que recebeu, confirmando a
literatura que o meio influencia o efeito dos sais no solo. A
água salina na cultura do amendoim afetou a o crescimento
da planta e com isso a produção e a qualidade dos frutos.
Agradecimentos
A Universidade Federal de Alagoas – UFAL, ao Centro
de Ciências Agrárias – CECA / UFAL, a Professora
Doutora: Lígia Sampaio Reis,
pelas orientações, a
Fundação Amparo a Pesquisa do Estado de AlagoasFAPEAL e Embrapa.
REFERÊNCIAS
[1]
[2]
[3]
[4]
[5]
SANTOS, R.C. dos; MOREIRA, J. de A.N.; CABRAL, E.L. Estudo
da peroxidade na fenologia do amendoim submetido a estresse
hídrico. Revista Oleaginosas e Fibrosas, Campina Grande, v.1, n.1,
p.117-124, 1997.
OLIVEIRA, F.A.; CAMPOS, T.G.; OLIVEIRA, B.C. Efeito de
substratos salinizados na germinação, vigor e no desenvolvimento
do algodoeiro herbáceo, Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal,
v.18, n.2, p.1-10, dez,1998.
CORREIA,K.G., FERNANDES,P.D. GHEYI, H. R.,; GURGEL,
M. T.; . RODRIGUES L. N. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, v.9, (Suplemento), Campina Grande, PB,
p.81-85, 2005
TESTER, M.; DAVENPORT, R. Na+ tolerance and Na+ transport
in higher plants. Annals of Botany, London, V.91, n.3, p. 503- 527,
2003.
LARCHER, W. Ecofisiologia Vegetal. São Carlos-SP. Ed. Rima
Arts e Textos, 531 p, 2000.
Tabela 1. Médias dos Números de Grãos por Vagem nos tratamentos submetidos aos cinco níveis de salinidade, N0- 0;
0,7;N2- 1,7; N3- 2,7; N4- 3,7 dS.m-1 a 25 °C. Submetidos a análise de variância.
N1-
NÚMEROS DE GRÃOS POR VAGEM
Níveis de salinidade
Média
1
2,4211 A
2
2,2811 AB
3
2,3333 AB
4
1,9278 B
Tabela 2. Médias dos Pesos das Vagens nos tratamentos submetidos aos cinco níveis de salinidade, N1- 0,7;N2- 1,7; N3- 2,7; N43,7 dS.m-1 a 25 °C. Submetidos a análise de variância.
PESO DAS VAGENS
Níveis de salinidade
Média (g)
1
34,1889 A
2
26,8444 BC
3
22,8500 C
4
16,0211 D
Figura 1. Número de Grãos por Vagem do amendoim, em diferentes níveis de salinidade (N0- testemunha; N1- 0,7;N2- 1,7; N32,7; N4- 3,7 dS.m-1 a 25 °C) e três tipos de adubação (O- Orgânica; MO- Mineral e Orgânica; e M- Mineral).
Figura 2. Peso das Vagens do amendoim, em diferentes níveis de salinidade ( N0- testemunha; N1- 0,7;N2- 1,7; N3- 2,7; N4- 3,7
dS.m-1 a 25 °C) e três tipos de adubação (O- Orgânica; MO- Mineral e Orgânica; e M- Mineral).
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