UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL ALINE FERREIRA VIEIRA PRESENÇA DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA E HIPERTENSÃO EM ADULTOS E IDOSOS Canoas 2008/2 ALINE FERREIRA VIEIRA PRESENÇA DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA E HIPERTENSÃO EM ADULTOS E IDOSOS Projeto de Pesquisa para Trabalho de Conclusão de Curso Universidade Luterana do Brasil Pró-Reitoria de graduação Curso de Fonoaudiologia Orientadora: Fga. Dra. Isabela Hoffmeister Menegotto Canoas 2008/2 1.1 INTRODUÇÃO O adequado funcionamento do sistema auditivo desempenha um importante papel na comunicação humana, que se processa por meio da fala e da linguagem. Devido a este fato, pode-se dizer que uma perda auditiva, tanto na infância como na fase adulta, pode trazer efeitos devastadores sobre a capacidade de comunicação de um indivíduo, pois dificulta a recepção da linguagem oral (BOONE & PLANTE, 1994). Sabe-se que a qualidade de vida dos indivíduos portadores de deficiência auditiva é extremamente prejudicada (TEIXEIRA, 2005; ALMEIDA, 2007). A deficiência auditiva (DA) é considerada uma doença severamente incapacitante que pode ser adquirida por inúmeros fatores, como exposição ao ruído, ingestão de medicamentos ototóxicos, ou alterações metabólicas e vasculares (MARCHIORI et al. 2002). Os distúrbios circulatórios podem afetar a audição de muitas maneiras, com diferentes tipos de queixas relacionadas à deficiência auditiva. À medida que os indivíduos envelhecem cresce o número de doenças crônicas, sendo a hipertensão arterial e a DA de grande prevalência na população idosa (BARALDI, ALMEIDA & BORGES, 2004). A pressão arterial é a resistência que o sangue encontra nas artérias periféricas versus o volume de sangue que o coração bombeia a cada batida. Quando os níveis de pressão arterial encontram-se elevados e sustentados, com conseqüente aumento de risco cardiovascular, de acordo com Lipp e Rocha (1996) tem-se um distúrbio vascular chamado Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). A HAS nos idosos pode provocar uma involução gradual dos vasos da orelha interna. Ocorre assim uma perda do ligamento espiral, mais diretamente na espira basal da cóclea, que audiometricamente se caracteriza por uma perda auditiva maior nas freqüências altas (MARCHIORI et al. 2002). O indivíduo portador de deficiência auditiva necessita de intervenção especializada e quanto mais precoce for feito o seu diagnóstico, mais rapidamente ele terá a assistência necessária em termos de reabilitação e orientação. Uma vez que há uma estreita relação entre HAS e DA (MARCHIORI, FILHO & MATSUO, 2006), acredita-se que os dados aqui obtidos servirão de apoio para que os profissionais da área da saúde venham a solicitar aos portadores de hipertensão arterial uma avaliação audiológica sempre que possível. O diagnóstico auditivo poderá propiciar a este indivíduo uma melhor qualidade de vida, evitando que o mesmo acabe isolando-se ou sendo isolado pela comunidade devido à sua DA. A partir disto a presente pesquisa tem como objetivo verificar a relação entre a presença de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e deficiência auditiva (DA) em grupo de adultos e idosos e analisar a influência da variável gênero e idade nos distúrbios pesquisados. 1.2 REFERENCIAL TEÓRICO 1.2.1. PERDA AUDITIVA EM IDOSOS Tratando-se de doenças crônicas sabe-se que, em geral, a idade avançada está associada a um comprometimento maior dos sentidos. A deficiência auditiva (DA) tem um efeito adverso no estado funcional, na qualidade de vida, na função cognitiva e no bem-estar emocional, comportamental e social do indivíduo idoso. Alguns estudos demonstram uma prevalência de 63% de DA em indivíduos idosos (BARALDI, 2004). A audição é uma das funções primordiais do ser humano, necessária para a integração do indivíduo no meio em que vive. Quando a capacidade de comunicação é afetada, independente da causa, as conseqüências são imediatas (TEIXEIRA, 2005). Bess et al. (2001) apontam a perda auditiva neurossensorial como conseqüência freqüente do processo de envelhecimento. O sistema auditivo em envelhecimento geralmente apresenta uma perda na sensibilidade do limiar e uma diminuição na habilidade de compreender a fala em intensidade confortável. O processo do envelhecimento, segundo Marques (2004), é global, deteriorativo e irreversível. Dentre as alterações sensoriais que acompanham este processo, a DA, ou a diminuição da função auditiva conhecida como “presbiacusia”, é uma das mais incapacitantes. Esta privação sensorial faz com que o idoso diminua gradativamente o seu contato social, promovendo alterações emocionais muitas vezes devastadoras. De acordo com Teixeira (2005), o afastamento da situação de comunicação traz uma série de prejuízos, pois o indivíduo apresenta dificuldades em compreender e ser compreendido. Esses prejuízos vão desde a não participação na vida familiar até o isolamento e a depressão. A DA torna a percepção dos sons consoantes muito difícil, especialmente quando a comunicação ocorre em ambientes ruidosos. Idosos portadores de presbiacusia experimentam uma diminuição da sensibilidade auditiva e uma redução na inteligibilidade da fala, o que vem a comprometer seriamente seu processo de comunicação verbal (RUSSO, 2004). Freqüentemente respostas inadequadas de indivíduos idosos presbiacústicos geram uma imagem de senilidade a qual pode não condizer com a realidade (RUSSO, 2004). Dados da ASHA (American Speech – Language – Hearing Association) mostram que 14% dos indivíduos nos Estados Unidos de meia idade, entre 45 e 64 anos, e 54% da população acima dos 65 anos apresentam alguma DA. 1.2.2 HIPERTENSÃO E PERDA AUDITIVA A importância da hipertensão arterial sistêmica (HAS) como doença humana deve-se às complicações clínicas, à morbidade e à mortalidade, bem como aos pesados encargos impostos aos pacientes, à família e aos cofres públicos. Estima-se que metade dos óbitos em pacientes acima dos 50 anos seja devido a doenças cardiovasculares, sendo 80% deles de portadores de HAS (TOSCANO & BARBOSA, 2007). Segundo Luna (1989), a hipertensão arterial é caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados de pressão arterial sistólica e/ou diastólica, ambos associados a alterações metabólicas, hormonais, fatores genéticos, obesidade e hipertrofia cardíaca e vascular. O diagnóstico da hipertensão arterial é definido por níveis tensionais elevados e persistentes de pressão arterial acima dos limites de normalidade (valores de pressão arterial inferiores a 85 mmHg de pressão diastólica e inferiores a 130 mmHg de pressão sistólica), ou seja, indivíduos hipertensos possuem valor de pressão arterial sistólica igual ou superior a 140 mmHg e pressão arterial diastólica igual ou superior a 90 mmHg. Na população idosa, se considera-se para pressão arterial sistólica alterada, valores iguais ou superiores a 160mmHg (SMELTZER & BARE, 1994) Artrite, hipertensão e perda auditiva são os três problemas crônicos mais freqüentemente encontrados em idosos. A pressão elevada no sistema vascular pode resultar em hemorragias na orelha ou no sistema nervoso central (WEINSTEIN, 1999). Os tecidos da orelha interna são extremamente ativos metabolicamente, o que faz com que uma privação metabólica, mesmo que por um curto período, possa resultar em perdas auditivas (ZIMMERMAN, 1999). Marchiori et al. (2002), visando observar a freqüência e o perfil audiológico de indivíduos hipertensos, estudaram 552 exames, sendo 137 de pacientes com HAS de ambos os sexos com idade variando de 14 a 84 anos. 121(88,32%) dos pacientes com HAS mostraram deficiência auditiva, na maioria (43,06%) moderada, neurosenssorial (38,32%) e/ou queixas auditivas, tais com zumbidos, plenitude auricular e vertigem. 1.2.3 VARIÁVEL GÊNERO E IDADE Marchiori et al. (2002) observou em seu estudo que há um aumento do número de perda auditiva em pacientes hipertensos com o acréscimo da idade. Dos 32 pacientes com idade inferior a 50 anos, 12,70% apresentaram perda auditiva; dos 47 pacientes com idade entre 51 e 65 anos, 24,81% apresentaram perda auditiva e dos 58 pacientes acima de 66 anos, 36,40% apresentaram perda auditiva. Outro estudo realizado por Marchiori, Filho, Matsuo (2006) demonstrou a existência de associação entre perda auditiva e hipertensão em indivíduos entre 45 e 64 anos (meia idade). A faixa etária maior mostrou-se fator de risco independente para perda auditiva, o que contribuiu para esclarecer este aspecto controverso da saúde humana. Isto se deve provavelmente ao fato de que, com a idade vão se instalando alterações estruturais em todo organismo, inclusive no aparelho auditivo. Pearson et al. (2005), após um estudo longitudinal com 681 homens e 416 mulheres, sem evidências patológicas específicas do aparelho auditivo, verificaram que existe aumento da perda auditiva duas vezes maior em velocidade nos homens que nas mulheres. Verificou ainda que a idade e o sexo estão associados à perda auditiva mesmo em grupos sem evidências de perda auditiva induzida pelo ruído. Em outro estudo realizado por Collet et al. (1992), com indivíduos de 45 a 64 anos, o sexo masculino (p=0,0004) mostrou-se fator de risco independente para a perda auditiva, o que endossa os trabalhos que afirmam que nos indivíduos do sexo masculino há um declínio significativo da acuidade auditiva com a idade. 1.2.4 PRESBIACUSIA Em relação aos tipos de configuração audiométrica, em um estudo realizado por Baraldi, Almeida e Borges (2004), existiu diferença proporcionalmente significativa entre dois grupos de idosos (hipertensos x normotensos) para curva do tipo rampa. Essa diferença apareceu tanto na orelha direita quanto na esquerda, verificando que a configuração do tipo rampa foi de maior recorrência estatística nos idosos normotensos (44,4%) e a configuração do tipo plana foi mais freqüente nos idosos hipertensos (23,5%). De acordo com Bonadese (1998), existem tipos específicos de presbiacusia. Um deles origina-se da degeneração da estria vascular, que gera mudanças nos potenciais elétricos da cóclea e na produção de energia no Órgão de corti. Este tipo de presbiacusia resulta em configuração audiométrica do tipo plana. Estes dados eliciam a possibilidade de idosos hipertensos apresentarem foco de degeneração na estria vascular, o que justificaria apresentarem configuração do tipo plana (BONADESE, 1998). 1.2.5 ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM IDOSOS COM HAS Em um estudo realizado por Torres, Figueiredo e Waltermann (2006), foi verificado que há necessidade de estreitar relações entre profissionais, pois o portador de HAS necessita de abordagem multidisciplinar por se tratar de uma doença multifatorial. Já que a HAS mostrou-se fator de risco para deficiência auditiva, é importante a presença do fonoaudiólogo na equipe multiprofissional envolvida na HAS. Além disso, não basta somente a indicação e a adaptação do aparelho de amplificação sonora individual sem uma correta orientação quanto aos benefícios e ganhos desse aparelho para o indivíduo e sua família (MARCHIORI, FILHO E MATSUO 2006). O aparelho oferece um maior volume de som, permitindo que os sons cheguem até a orelha interna e sejam decodificados, mas é através do processamento auditivo central que esses estímulos ganham significado lingüístico. Caso haja uma alteração neste, os sons amplificados pelo aparelho não serão compreendidos e desta forma o idosos acabará por não conseguir se adaptar à amplificação sonora (VERAS & MATTOS, 2007). O acesso ao aparelho de amplificação sonora é um direito do indivíduo, de acordo com o decreto nº.1.948/96, de 03/07/1996, que regulamenta a Lei nº. 8.842, de 04/01/1994, que dispõe sobre a Política - Nacional do idoso, atribuindo ao Ministério da Saúde à competência de fornecer próteses necessárias à recuperação e reabilitação da saúde do idoso (MATTOS, 2004). 1.3 MATERIAL E MÉTODOS 1.3.1 TIPO DE PESQUISA Esta pesquisa é um estudo retrospectivo observacional, transversal e descritivo (GOLDIM, 2000). 1.3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA A população é constituída de adultos e idosos atendidos no projeto de extensão “Caracterização de Idosos”, da Fga. Adriane Teixeira, inserido no Curso de Fonoaudiologia da Universidade Luterana do Brasil. Utilizando dados secundários, serão avaliados os prontuários de 35 indivíduos participantes do projeto acima referido que constituirão a amostra. 1.3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA Esta pesquisa tem como objetivo a verificação da possível relação entre a presença de hipertensão arterial e deficiência auditiva em adultos e idosos pertencentes ao grupo da Terceira Idade da Universidade Luterana do Brasil - ULBRATI e do Centro de Estudos de Atividades Físicas para idosos - CEAFI buscando também analisar a influência das variáveis gênero e idade. Para a pesquisa, será feita a análise de dados secundários, ou seja, serão avaliados os resultados da pesquisa de limiares auditivos e pressão arterial que encontram-se nos prontuários dos cursos de Fonoaudiologia e Enfermagem respectivamente, da Universidade Luterana do Brasil, conforme anexos A e B. Para obtenção dos dados necessários para a pesquisa, foi elaborada uma Ficha de Triagem Auditiva, conforme apêndice A. Esta contém todas as informações cruciais para correlação da pesquisa em questão sendo elas: nome, nº. do prontuário, idade, sexo, audição (OE e OD) e presença ou ausência de HAS. A partir disto será montada uma tabela contendo todos estes dados para posteriormente analisar a correlação entre à presença de HAS e DA em idosos e adultos pertencentes a este grupo. A coleta da base de dados foi realizada em junho de 2007, por alunos bolsistas dos cursos de Fonoaudiologia e Enfermagem, da forma descrita abaixo: Primeiramente foi feita a seleção de uma sala silenciosa no prédio 55 (ULBRA), por intermédio de um decibelímetro Minipa MLS 1351-C para realização da Triagem auditiva, que envolve meatoscopia e pesquisa dos limiares por via aérea. A seguir foi feito um convite aos indivíduos para participarem da pesquisa e aqueles que aceitaram, dirigiram-se então para a sala na qual seria realizado o exame. Foi estipulada a entrada na sala de 10 em 10 indivíduos. Cada estagiária realizou o exame individualmente, explicando ao indivíduo como proceder durante o mesmo. A avaliação iniciou-se com a realização da meatoscopia com objetivo de identificar a presença de tampão de cerume ou corpos estranhos no meato acústico externo, pois a presença de um destes impossibilitaria o indivíduo de prosseguir no exame. Para esta verificação utilizou-se um otoscópio da marca Welch Allyn. Prosseguiu-se então, com a pesquisa dos limiares auditivos por via aérea do indivíduo, utilizando um audiômetro portátil da marca Interacoustics modelo AS-208. Antes de iniciar, cada indivíduo respondeu a um breve questionário contendo questões como nome; data de nascimento; e qual a melhor orelha. Explicou-se aos indivíduos que neste exame eles iriam levantar a mão sempre que escutassem o som de um apito. Este som seria forte e aos poucos iria diminuir, mas que deveriam levantar a mão sempre o ouvissem, mesmo que “bem baixinho”. Após a colocação dos fones auriculares, realizou-se a pesquisa dos limiares auditivos por via aérea com objetivo de identificar o menor som que o indivíduo era capaz de ouvir. O exame foi iniciado pela melhor orelha, sendo a mesma informada pelo próprio indivíduo e quando indiferente iniciou-se pela orelha direita. O ambiente onde foi realizada a triagem auditiva, por não ser isolado acusticamente, dificulta a identificação do som, principalmente em freqüências graves. Este fato impossibilitou o uso da classificação de limiares auditivos normais até 25 dB. Sendo assim, foi estabelecido que aqueles indivíduos que apresentassem limiares auditivos acima de 30 dB, recebessem um encaminhamento para realizar a avaliação audiológica completa, a fim de identificar se o mesmo apresenta ou não uma perda auditiva. A seguir os indivíduos eram orientados a se dirigirem a outra sala localizada no mesmo prédio, para realização da avaliação da presença de hipertensão por estagiários voluntários do curso de enfermagem também supervisionados por uma professora do mesmo curso referido. 1.3.4 ANÁLISE DE DADOS Para análise dos dados serão utilizadas as informações obtidas nas avaliações auditivas e no banco de dados da área da enfermagem sobre HAS para verificar a relação entre presença de Deficiência auditiva e Hipertensão arterial sistêmica, analisando as variáveis, idade, gênero e grau de deficiência para o grupo estudado, através de análise estatística descritiva no semestre de 2008/2. Para análise dos limiares auditivos será utilizada a Classificação de limiares auditivos segundo a Organização Mundial da Saúde, conforme anexo B e para classificação da hipertensão arterial será utilizada a Classificação de acordo com o Ministério da Saúde, conforme anexo C. 1.3.5 ASPECTOS ÉTICOS Esta pesquisa inseriu-se dentro do projeto “Caracterização de idosos” atendidos em Projeto Extensionista da Fga. Adriane Teixeira, aprovado pelo Comitê de Ética conforme protocolo 125h - 2008 pela Universidade Luterana do Brasil. O grupo de idosos que fará parte desta pesquisa foi atendido também por alunos e professores do Curso de Enfermagem, pois estavam realizando hidroginástica. Segundo as recomendações éticas nas pesquisas que envolvem seres humanos, é necessário que haja um Termo de Consentimento Livre Esclarecido que tem a garantia de não identificação e da manutenção do caráter confidencial da informação com relação a privacidade. Embora esta pesquisa seja realizada através de dados secundários, também é necessário que seja estabelecido um Consentimento não só da equipe responsável pelos prontuários como também do examinador e orientador de garantir a confidencialidade e o anonimato dos pacientes, o que é realizado através do Termo de Compromisso de Utilização de Dados, conforme anexo E. 1.3.6 CRONOGRAMA Mês Atividade Març o 2008 Estruturaçã o projeto Qualificaçã o Coleta de dados Análise de dados estatísticos Discussão Conclusão Pesquisa bibliográfica Defesa do TCC x Abri l 200 8 Mai o 200 8 Junh o 2008 Julh o 2008 Agost o 2008 x x Set. 200 8 Out. Nov. Dez. 200 200 200 8 8 8 x x x x x x x x x x x REFERÊNCIAS ASHA (American Speech – Language – Hearing Association). Disponível em: <http: www.asha.org > acesso em 29 de Março de 2008. ALMEIDA, L.G. Qualidade de vida de adultos e idosos antes e depois do uso de prótese auditiva. Canoas, 2007. Monografia de conclusão de curso: Universidade Luterana do Brasil, 2007. BARALDI, G.D.; ALMEIDA, L.C.; BORGES, A.C.L.C. Perda Auditiva e Hipertensão: achados em um grupo de idosos. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v.70, nº. 5, 640-4, 2004. BESS, F.H.; HEDLEY-WILLIAMS, A.; LICHTENSTEIN, M.J. Avaliação em idosos. IN: MUSIEK, F.E.; RINTELMANN, W.F. Perspectivas atuais em avaliação auditiva. 1º.ed. São Paulo: Manole, 343-69, 2001. BODANESE, L.C. Hipertensão Arterial no Idoso. Revista Brasileira de Clínica e Terapêutica, v.24, nº. 5, 194-9, 1998. BOONE, D.R.; PLANTE, E. Comunicação humana e seus distúrbios. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. COLLET, L.; BERGER-VACHON, C.; DESREUX, V.; MORGON, A. Auditory brainstem reponse (ABR) latency: relative importance of age, sex and sensorineural hearing-loss using a mathematical model of the audiogram. International Journal of Neuroscience, v. 67, nº. 4, 187-97, 1992. FUESS, V. L. R.; CERCHIARI, D. P. Estudo da hipertensão arterial sistêmica e do diabetes mellitus como fatores agravantes da presbiacusia. Arquivos internacionais de otorrinolaringologia, v.7, nº. 2, 2003. LIPP, M.N.; ROCHA, J.C. Stress, HAS e Qualidade de vida: Um guia de tratamento para o hipertenso. 2º Ed: Papirus, Campinas – São Paulo, 1996. LUNA, R. L. Hipertensão arterial. Rio de Janeiro: Medsi, 1989 MARCHIORI, L.L.M.; FREITAS, S.V.; VIEIRA, M. Análise de prevalência das queixas e perdas auditivas de pacientes com hipertensão arterial submetidos à avaliação audiológica. São Paulo: Pancast Fono Atual, v. 21, nº. 2, 97-104, 2002. MARCHIORI. L.L.M.; REGO, E.E.; MATSUO, T. Hipertensão como fator associado à perda auditiva. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 72, nº. 4, 533-40, 2006. MARQUES, A.C.O.; KOZLOWSKI, L.; MARQUES, J.M. Reabilitação Auditiva no Idoso. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 70, nº. 6, 806-11, 2004. MATTOS, L.C. Presbiacusia e Saúde Pública. Informativo Técnico Científico do INES; Rio de Janeiro, nº. 21, 2004. OPARIL, S. Hipertensão arterial. IN: GOLDMAN, L.; BENNET, J.C.; Organizadores. Cecil – Tratado de medicina interna. Rio do Janeiro: Guanabara Koogan; 2001. P.289-92. PEARSON, J.D.; MORREL, C.H.; GORDON-SALANT, S.; BRANT, L.J.; METTER, E.J.; KLEIN, L.L.; FORZARD, J.L. Gender differences in a longitudinal study of ageassociated hearing loss. The Journal of the Acoustical Society of America, v. 97, nº. 2, 1196-205, 1995. RUSSO, I. P. Intervenção Fonoaudiológica na Terceira Idade. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. SMELTZER, S. C.; BARE, B. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médicocirúrgica. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, v.4, 7 ed, 1994. TEIXEIRA, A. R. O uso de prótese auditiva na melhoria da qualidade de vida de idosos: um comparativo entre usuários e não usuários. Porto Alegre, 2005. 147 IL. Tese de Doutorado em Gerontologia Biomédica: Pontifícia Universidade Católica. Rio Grande do Sul, 2005. TORRES, L. S.; FIGUEIREDO, M. R. B.; WALTERMANN, M. Hipertensão arterial: um desafio para a equipe multiprofissional. Revista de Divulgação Científica, v. 17, nº. 1, 129-138, 2006. TOSCANO-BARBOSA, E. Expectativas para abordagem da hipertensão no Brasil, com a mudança do século. Revista Brasileira de Hipertensão, v. 7, nº. 1, 7-10, 2007. VERAS, R. P.; MATTOS, L. C. Audiologia do envelhecimento: revisão da literatura e perspectivas atuais. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 73, nº. 1, 128-34, 2007. WEINSTEIN, B. E. Presbiacusia. 4ºed. IN: KATZ, J editor. Tratado de Audiologia Clínica. São Paulo: Manole, p. 562, 1999. ZAITUNE, M.P.A.; BARROS, M.B.A.; CÉSAR, C.L.G.; CARANDINA, L.; GOLDBAUM. Hipertensão arterial em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v. 22, nº. 2, 285-194, 2006. ZIMMERMAN, R. L. Considerações Neurológicas em Audiologia. 4ºed. IN: KATZ, J editor. Tratado de Audiologia Clínica. São Paulo: Manole, p.32, 1999. ANEXOS ANEXO A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Termo de Compromisso de Utilização de Dados Presença de Deficiência Auditiva e Hipertensão em Adultos e Idosos Os pesquisadores abaixo comprometem-se a garantir e preservar as informações dos prontuários e/ou base de dados da Clínica Escola de Fonoaudiologia do Curso de Fonoaudiologia e do Curso de Enfermagem da Universidade Luterana do Brasil garantindo a confidencialidade e o anonimato dos pacientes. Concordam igualmente que as informações coletadas serão utilizadas única e exclusivamente para execução do projeto acima escrito. Canoas, maio de 2008. Pesquisadores Adriane Ribeiro Teixeira_______________________ (Professora do Curso de Fonoaudiologia) Aline Ferreira Vieira____________________ (Estagiária do Curso de Fonoaudiologia) ____________________ Equipe responsável pelos prontuários ANEXO B CLASSIFICAÇÃO DE PERDA AUDITIVA SEGUNDO OMS TABELA 1.1 - Classificação das Perdas Auditivas quanto ao Grau (Organização Mundial da Saúde - OMS, 1997): Grau da perda auditiva Características Sem Perda Auditiva Até 25 dB (melhor orelha) Perda Auditiva Leve 26-40 dB (melhor orelha) Nenhum problema ou problemas auditivos muito leves. Capaz de ouvir sussurros. Capaz de ouvir e repetir palavra em voz de intensidade normal a 1 metro de distância. Perda Auditiva Moderada Capaz de ouvir e repetir palavras em voz de intensidade normal a 1 metro de distância. Perda Auditiva Severa 31-60 db (crianças até 15 anos) 41-60 dB (melhor orelha) 61-80 dB (melhor orelha) Perda 81 dB ou Incapaz de ouvir e Capaz de ouvir algumas palavras gritadas no melhor ouvido. Recomendações Aconselhamento de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) poderá ser necessário. AASI é normalmente recomendado. AASI é necessário. Se AASI não estiver à disposição, leitura orofacial e Língua de Sinais deverão ser ensinadas. AASI poderá auxiliar Perdas Auditivas Incapacitantes* Grau da perda auditiva Grau da perda auditiva Grau da perda auditiva Auditiva Profunda mais (melhor orelha) Características entender mesmo com voz gritada. Recomendações na compreensão de palavras. Reabilitação adicional é necessária. Leitura e muitas vezes a Língua de Sinais são essenciais. Média de 0.5, 1, 2, 4 kHz na melhor orelha) * São consideradas Perdas Auditivas Incapacitantes aquelas que são permanentes, e que, sem amplificação, se situam acima de 31dB para crianças até 15 anos e 41dB para pessoas acima de 15 anos e adultos (média 0.5, 1,2,4 kHz na melhor orelha. OMS. WHO/PDH/97.3 Geneva: WHO, 1997. ANEXO C CLASSIFICAÇÃO HIPERTENSÃO SEGUNDO MINISTÉRIO DA SAÚDE APÊNDICES APÊNDICE A FICHA DE COLETA DE DADOS UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL RESULTADOS DA TRIAGEM AUDITIVA E AVALIAÇÃO HAS Nome: Idade: Sexo: Número do prontuário: Limiares OD: 1000_______ 2000_______ 4000_______ Limiares OE: 1000_______ 2000_______ 4000_______ Hipertensão Arterial Sistêmica: ( ) SIM ( ) NÃO APÊNDICE B TABELA DA COLETA PERDA AUDITIVA & HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA PERDA AUDITIVA & HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Nome sexo idade HAS GÊNERO mulheres 1 homens 2 IDADE adultos idosos 1 2 TRIAGEM AUDITIVA Normal 1 Alterada 2 HAS NÃO SIM 1 2 TRIAGEM AUDITIVA EM AO PARTE 2 – RELATÓRIO DE COLETA Relatório de Coleta A disciplina de TCC I tem por objetivo orientar os acadêmicos na elaboração e estruturação do projeto de pesquisa para o trabalho de conclusão do curso. É muito importante que a escolha de cada acadêmico seja de acordo com a área à qual mais se identifique. Sendo assim, escolhi fazer meu trabalho de conclusão na área de audiologia, sob a orientação da professora Adriane R. Teixeira, pois já estávamos fazendo estudos nesta área há um ano, em projeto de extensão chamado “Caracterização de idosos”, onde eu participava como sua aluna bolsista. Optamos então por fazer um estudo retrospectivo observacional com objetivo de avaliar se a presença de Hipertensão arterial estava diretamente relacionada com a presença de alterações auditivas, bem como se havia influencia das variáveis gênero e idade nos distúrbios pesquisados. O projeto então foi designado “Presença de alterações auditivas e hipertensão arterial em adultos e idosos”, vinculado ao projeto de extensão intitulado “Caracterização de Idosos”, aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa (CEP) da Universidade Luterana do Brasil conforme protocolo 125h-2008. Primeiramente estruturei o projeto e realizei inúmeras pesquisas bibliográficas sobre o assunto. Após discussões, elaborei os objetivos e metodologia. Sendo este um estudo inserido em projeto interdisciplinar, os indivíduos participantes também foram atendidos por alunos e professores do curso de Enfermagem. Procurei a professora Luiza Milão, responsável pelos dados da Hipertensão necessários para minha pesquisa. Após sua autorização para utilização dos dados, conclui o projeto em maio de 2008 e apresentei à banca examinadora, neste mesmo mês, composta pela professora orientadora – Fga. Adriane R. Teixeira e pela professora da disciplina de TCC I – Fga. Susana Delgado. Realizou-se a análise do projeto e discutidas as modificações a serem feitas. Desta forma, foi estabelecido para a acadêmica estruturar melhor o texto do trabalho, pois continha parágrafos e frases muito extensos, o que dificultava a leitura e compreensão do mesmo. A orientadora sugeriu também para que durante o período de férias, a acadêmica construísse a tabela com os dados dos sujeitos, pois caso houvesse falta de algum dado, os mesmos poderiam ser recuperados, em virtude da população da amostra fazer parte dos projetos da ULBRA para a terceira idade. No mês de julho de 2008, construí a tabela para obtenção dos dados para a pesquisa e verifiquei que faltavam alguns dados. Havia 107 triagens auditivas e somente 84 avaliações de hipertensão e destes apenas 34 sujeitos estavam com os dados completos. Para poder recuperar estes dados, aguardei até o início do semestre, pois as atividades com a terceira idade só iniciavam em agosto. No final do mês de julho fui comunicada pela direção do curso que minha orientadora não mais fazia parte do corpo docente do Curso de Fonoaudiologia da Ulbra. Foi realizada então uma reunião com a coordenadora do curso Fga. Simone Teixeira e ficou estabelecido que a partir de então eu seria orientada pela professora Fga. Isabela H. Menegotto e que permaneceria com o mesmo trabalho. Em agosto de 2008, após apresentar e discutir o projeto com a nova orientadora foram realizadas as modificações sugeridas anteriormente e conversamos sobre a questão da amostra. Verificou-se que era importante recuperar as dados que faltavam, em função do objetivo do trabalho. No final do mês de setembro, consegui recuperar alguns destes dados. A partir deste momento iniciei a análise dos resultados. Minha amostra então foi composta por 76 indivíduos, destes 20 eram adultos com idade variando entre 49 e 59 anos e 56 idosos com idade variando entre 60 e 80 anos. Do total de indivíduos, 55 eram do sexo feminino e 21 do sexo masculino. No mês de outubro procurei o Laboratório de estatística da ULBRA. Tendo meu banco de dados pronto, no primeiro encontro foram efetuadas as análises previstas no projeto sendo as mesmas finalizadas neste mesmo encontro. Neste encontro foi verificada a correlação entre os distúrbios pesquisados e suas variáveis foi testada através do teste Qui-quadrado com nível de significância estatística de 0,05 (5%). Finalizada a análise estatística iniciei a descrição dos resultados, sendo que a introdução e a metodologia do artigo já estavam prontas. Por fim descrevi a discussão onde comparei os achados em meu estudo com o dos outros pesquisadores e a conclusão que tem como meta responder os objetivos de meu estudo. Considerações Finais Inicialmente diria que não foi difícil desenvolver o projeto, mas sim trabalhoso. Estabelecer critérios, ter atenção para não causar viés na pesquisa, ir à busca de referencial bibliográfico. São tarefas que nos requer tempo, dedicação, responsabilidade e muito diálogo com orientador. Acredito que o fato de ter participado de outras pesquisas ao longo da graduação enquanto bolsista me auxiliou e muito para desenvolver este trabalho de conclusão, o qual requer uma maior dedicação de nossa parte. Agradeço a todos que me ajudaram e me apoiaram em todos os momentos e foi com muito orgulho e satisfação que realizei este trabalho.