NOME DO ALUNO: _____________________________________________ Nº : _______ DISCIPLINA: PRODUÇÃO TEXTUAL PROFESSOR (A): MÔNICA ANO: 9ºM TURMA: FII 9.3 e 9.4 . Estudo Dirigido – 1º SEMESTRE Aluno(a), “Todos os escritores, ou pelo menos os grandes, manifestam-se favoravelmente à leitura como base de toda criação textual. É preciso conhecer os limites. Interpretar e produzir textos é, em muitos casos, exatamente ver até onde esses limites irão. E é, por fim, conhecer a capacidade que os textos têm de esconder elementos em suas entrelinhas, elementos que o bom intérprete/escritor deve dominar cada vez melhor.” Marcelo Moraes Caetano CONTEÚDOS RELEVANTES A SEREM ESTUDADOS Leitura; Interpretação de texto; Pontuação; Tipologia textual: narração, descrição e dissertação; O parágrafo nos textos argumentativos; Coesão e coerência; Gêneros textuais; OBJETIVOS ESPECÍFICOS Ler e interpretar o texto corretamente; Desenvolver habilidades de leitura exercitando a pontuação, a entonação e a ênfase em determinados gêneros textuais; Verificar por meio de questões propostas o papel da pontuação na construção dos sentidos do texto. Reconhecer o parágrafo nos textos argumentativos; Identificar os tipos textuais e produzi-los de forma articulada; Compreender que a língua dispõe de uma série de mecanismos que criam vínculos entre palavras, entre orações e entre diferentes partes de um mesmo texto; Reconhecer que a falta de coerência fica clara quando o leitor não é capaz de perceber de que modo as informações apresentadas em um texto se articulam; Analisar os diversos gêneros textuais como uma necessidade de comunicação social. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO Faça uma leitura minuciosa de cada tema proposto no seu livro didático; Dedique-se além do necessário; A releitura é fundamental para qualquer estudo; Organize o tempo para a realização dos exercícios; O diálogo é uma forma de aprendizado inestimável; A pesquisa será a essência do seu aprimoramento. Os textos pertencentes à família dos gêneros argumentativos – como o texto de opinião, as cartas argumentativas de reclamação e solicitação, o editorial, a crítica, etc. – e também a dissertação escolar têm a finalidade de persuadir o interlocutor. Para que esse objetivo seja alcançado, é necessário planejar o texto e pensar na melhor estratégia argumentativa, isto é, qual a melhor forma de convencer o leitor. Uma seleção criteriosa de argumentos, por exemplo, é essencial para construir uma boa estratégia argumentativa. Mas não é tudo. Também é importante organizar o texto em partes, em parágrafos e diversificar o tipo de argumento utilizado em cada parágrafo. Há várias formas de desenvolvimento do parágrafo. Conheça algumas delas, lendo o texto a seguir. O TRABALHO QUE EMPOBRECE O trabalho infanto-juvenil, além de ser social e eticamente indesejável, é um instrumento de manutenção da pobreza. Gera perdas financeiras consideráveis, consequentes ao baixo desenvolvimento humano das crianças obrigadas a trabalhar. Para chegar a essa conclusão, basta quantificar o montante de renda que indivíduos com distintas idades de ingresso no mercado de trabalho auferem ao longo de sua vida profissional mais produtiva – entre 21 e os 55 anos –, como fizeram Antônio Carlos Coelho Campino e Maria Dolores Montoya Diaz, professores da Universidade de São Paulo, em trabalho realizado pela Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social. Com base na PNAD de 1995, os pesquisadores chegaram a números que qualificam e atestam a tese de que, quanto mais tarde a pessoa entrar no círculo economicamente ativo, maior será seu salário durante 35 anos de trabalho, tempo de recolhimento compulsório para aposentadoria. Analisou-se o comportamento salarial de quem havia se ocupado em várias etapas. As perdas acumuladas por pessoas que ficaram economicamente ativas dos sete aos 14 anos, e cuja idade em setembro de 1995 variava entre os 21 e os 55 anos, representavam perto de 30% do produto interno bruto (PIB). Para termos ideia, ainda segundo o estudo, com R$ 11, 3 bilhões (1.7 do PIB) seria possível estender à totalidade das crianças trabalhadoras o programa de bolsa-escola (Peti), o que tiraria da ignorância milhares de trabalhadores-mirins de sete a 14 anos e elevaria seus ganhos salariais e, consequentemente, o PIB. Quando a criança começa a trabalhar aos sete anos, vai receber ao longo da vida 37% menos, em média, do que receberia se tivesse ingressado no mercado de trabalho aos 14. Se a comparação for com uma pessoa que começou a trabalhar aos 21 anos, o percentual de perda de quem iniciou na labuta aos sete anos pulará para 50%. O estudo dos pesquisadores da USP oferece muitas evidências de que o principal impacto do trabalho infantil ocorre sobre o nível de escolaridade atingido por trabalhadoresmirins. Como há estreita relação entre a idade e o ingresso no trabalho e o grau de instrução, chega-se à ligação, também, entre trabalho infantil e perdas salariais. Se o principal desafio das democracias em construção na América Latina é vencer a pobreza, faz-se necessário que os discursos bem-intencionados de governos e organismos internacionais sejam transformados em ações urgentes. Só assim se terá uma forma de luta efetiva contra o trabalho infantil basta mais dizer que se combate a formação de exércitos de adultos, jovens e crianças lançados à violência das drogas e do narcotráfico; nem que se reduzem os índices de mortalidade infantil, desnutrição e fome. Essa crise crônica, afinal, é financeira, administrativa, de gestão? Sem uma resposta, todos continuarão a assistir, em camarotes cada vez mais eticamente desqualificados, à repetição da barbárie a que são submetidas as crianças trabalhadoras. (CIPOLA, Ari. O trabalho infantil. São Paulo: Publifolha, 2001. p.80-2) GLOSSÁRIO Atestar: comprovar, afirmar. Auferir: conseguir, obter, colher. Gestão: ato ou efeito de gerir, administração, gerência. Peti: sigla Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. PIB: sigla de Produto Interno Bruto, ou seja, a quantidade de riqueza produzida no país. PNAD: sigla de Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Recolhimento compulsório: descontos de previdência social feitos automaticamente nos pagamentos dos trabalhadores registrados em carteira profissional. 01 – Geralmente as crianças ingressam na vida profissional para aumentar a renda familiar. No entanto, o autor do texto defende o ponto de vista de que, a longo prazo, essa iniciativa traz consequências negativas. Com base no 1º parágrafo do texto, responda: Qual é a tese ou a ideia principal sobre o trabalho infantil defendida pelo autor? _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 02 – O parágrafo de um texto argumentativo pode ser construído de diferentes formas. Uma delas, a mais comum, é a que faz uso de uma declaração inicial. Esse tipo de parágrafo é introduzido por meio de uma afirmação, desenvolvida por ideias secundárias. Observe o 1º parágrafo. 05 – Também é comum o desenvolvimento do parágrafo por meio do estabelecimento de relações de causa e consequência. No 6º parágrafo, por exemplo, é apontada a causa de os trabalhadores-mirins ganharem menos ao longo da vida (consequência). Qual é a causa? a) Qual é a declaração que inicia o parágrafo? _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 06 – Outra forma de desenvolver o parágrafo é a que faz uso da interrogação, ou seja, o autor introduz o parágrafo com uma pergunta que é respondida pelo próprio texto. Trata-se, na verdade, de uma forma simpática de envolver o leitor e despertar seu interesse. Há, no texto em estudo, um parágrafo desenvolvido por meio de interrogação? Se sim, identifique-o. _______________________________________ b) Qual o trecho em que aparece a ideia secundária? _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 03 – Outro tipo de desenvolvimento é o que faz uso de uma citação, ou seja, para fazer seu ponto de vista, o autor utiliza o pensamento de autoridades ou de especialistas no assunto. Também pode se valer de dados de pesquisa de órgãos ou entidades reconhecidos na área. De que forma o autor utiliza a citação como argumento no texto? _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 04 – Outra forma bastante comum de desenvolvimento de parágrafo é a que faz uso de comparação. Que tipo de comparação o autor desenvolve no 4º e no 5º parágrafos do texto? _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ Identifique o tipo textual predominante em cada trecho a seguir. 07 – Ele saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando, as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalando, os dedos no ar e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado freneticamente [...] AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. Rio de Janeiro: Ediouro. sd. (Fragmento). _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 08 – A ideia de que existem planetas em torno de outras estrelas além do Sol não é nova. Mas nenhuma pista deixou os astrônomos tão animados como as que foram detectadas na estrela 51 da constelação do Pégaso. Em outubro, os astrônomos Michel Mayor e Didier Queiroz, da Universidade de Genebra, notaram que a estrela se movia de um lado para outro. Deduziram que deveria haver um planeta do tamanho de Júpiter puxando-a de cá para lá enquanto girava à sua volta. Só se poderá ter certeza quando um telescópio registrar a imagem do novo mundo. Mas os cálculos já são muito convincentes, dizem os especialistas. Superinteressante, fev. 1996. _______________________________________ _______________________________________ 09 – segundo o sociólogo francês Laurent Mucchielli, a violência provoca mais medo do que antes porque ela perdeu a sua significação política o vazio criado pelo declínio das grandes ideologias e das esperanças coletivas. “Hoje, o futuro parece incerto e cada um se fecha no seu universo pessoal, no qual as primeiras preocupações são a saúde e a tranquilidade. A violência não é mais compreendida como uma manifestação das injustiças”, diz. São estas injustiças, contudo, que continuam explicando boa parte da violência, segundo o sociólogo. Seja na França, seja no Brasil, que ele visitou há oito anos. “Fiquei muito impressionado com as desigualdades enormes do Brasil e não tive o sentimento de que as elites dirigentes tivessem grandes projetos para transformar essa situação histórica.” [...] _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ Pesquise no dicionário: 11 – Coerência – _________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ Folha de São Paulo, 3 fev. 2002. (Fragmento) _______________________________________ 12 – Coesão – ___________________________ _______________________________________ _______________________________________ 10 – Explique se há incoerência na tirinha. _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ Pontue os textos. 13 – Esperto como uma raposa Quando alguém se mete a esperto dizemos que ele é uma raposa Esse animal sempre aparece nas fábulas inventando um jeito de se dar bem Em A raposa e o corvo por exemplo a ave vai comer um pedaço de queijo quando a raposa chega e lhe faz muitos elogios dizendo no fim “Pena que você não sabe cantar” Vaidoso o corvo abre o bico e deixa o queijo cair bem na boca da raposa 14 – Você dançou Na gíria dançar tem o sentido de se dar mal Na fábula A cigarra e a formiga as formigas dão um duro danado enquanto a cigarra passa o dia tocando a viola e cantando No inverno ela vai pedir abrigo no formigueiro e uma delas pergunta “Por que você não fez uma casa no verão “ A cigarra explica que estava cantando Batendo a porta na cara da cigarra a formiga diz “Pois então dance agora” (Recreio, nº 161) Analisando texto só para os com-celular e avisos oficiais de que o celular pode causar problemas de saúde para quem usa, como a defenestração. Mas desconfio que, do jeito que vai, nós, os sem-celular, é que acabaremos discriminados, reunidos em pequenos oásis de silêncio e recato enquanto todos à nossa volta se comunicam o tempo todo sem parar. Luis Fernando Veríssimo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 18 set. 2002. GLOSSÁRIO Defenestração: ato de atirar algo pela janela. Furor: grande exaltação de ânimo; arrebatamento. Seteira: fresta nas paredes de um edifício para iluminar o seu interior. Leia o texto a seguir. Abrace o seu carteiro Não é a consequência mais grave da nossa crise social, eu sei, mas você já se deu conta de como, pouco a pouco, fomos nos afastando dos nossos carteiros? Quem não mora em casa com cerca eletrificada, arame farpado, seteira, guarita, jardim minado e a caixa de carreio longe da porta mora em apartamento e, a não ser no caso de carta registrada, raramente vê a cara do seu carteiro. Eles mesmo devem ter uma certa nostalgia do tempo em que precisavam bater nas nossas portas, e até dos ataques dos nossos cachorros. Pelo menos havia um contato... Da próxima vez que o enxergar, abrace o seu carteiro e convide-o a entrar. Depois de se certificar que é carteiro mesmo e não assaltante disfarçado, claro. Defendo a ideia de que deveria haver porte de celular como há porte de arma, e não só para evitar – está bem, dificultar um pouco – que caia na mão dos bandidos. Acho que o celular se juntará ao cigarro como um divisor da humanidade. Com o cigarro pegamos o câncer do outros, com o celular somos atacados pela intimidade dos outros, sem qualquer possibilidade de defesa. Você fica indeciso entre dois impulsos, o de sair de perto para não ouvir mais detalhes sobre o furúnculo da Adalgisa e chegar mais perto para ouvir os dois lados da conversa e ter, pelo menos, o consolo da bisbilhotice total. Em geral não pode fazer nem uma coisa nem outra. Fica ali, semi-imerso na vida de outro e fingindo ser surdo. Um agravante é que as pessoas parecem adquirir, junto com o celular, uma desinibição de penitentes. Dizem tudo com furor confessional e para serem ouvidas no céu. Cresce uma rejeição ao celular parecida com a que o cigarro provoca nos nãofumantes e logo haverá a segregação, setores 15 – O autor revela um profundo saudosismo com relação à época em que os carteiros entregavam as correspondências pessoalmente. Segundo o texto, por que os carteiros já não estão presentes em nossa vida diária? _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 16 – Segundo o texto, por que se tornou arriscado receber o carteiro como antigamente? Justifique-se com elementos do próprio texto. _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 17 – Com base em que ideias o narrador critica o uso do celular? _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 18 – Que consequências poderão enfrentar os “sem-celular” e os “com-celular”, de acordo com o texto? _______________________________________ autoridades brasileiras. A que você atribui a existência desse fenômeno? Que medidas deveriam ser tomadas a fim de combater a exploração de menores? _______________________________________ _______________________________________ Depois de escolher uma das propostas, comece a planejar seu texto. Pense na posição que vai defender e selecione os melhores argumentos para fundamentar seu ponto de vista. Planeje parágrafo a parágrafo. Pense na melhor forma de desenvolvê-los, de acordo com o tipo de argumento que pretende desenvolver. Por exemplo, você poderá citar dados de pesquisas ou comparar realidades distintas; poderá explicar um conceito ou dar exemplos; poderá também utilizar a citação de um especialista, e assim por diante. Não deixe de apresentar, logo no 1º ou no 2º parágrafo, a ideia principal que você pretende desenvolver. Ela deve expressar claramente sua posição sobre o tema. _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ 19 – O que você pensa sobre a utilização do celular em determinados locais que exigem a atenção e a ética do usuário? _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ _______________________________________ Planeje seu texto _______________________________________ 20 – Escolha uma das propostas a seguir para produzir um texto dissertativo-argumentativo. PROPOSTA 1: Muitas crianças ajudam em casa, tomando conta de irmãos menores ou fazendo tarefas domésticas: cozinhar, passar, limpar a casa, etc. Na sua opinião, a criança deve ou não ajudar em casa? Se acha que sim, explique por que e em que condições esse trabalho deve ocorrer. Se acha que não, explique por quê. PROPOSTA 2: A lei de proteção á criança e ao adolescente permite que o menor de 16 e maior de 14 anos trabalhe, desde que seja na condição de aprendiz. Isso quer dizer que durante certo tempo o adolescente aprenderia determinada profissão e trabalharia um número reduzido de horas, a fim de continuar os estudos. Contudo, o que se verifica na realidade é que muitos adolescentes, para garantir o emprego, deixam de estudar e chegam a trabalhar 40 horas por semana, como os adultos. Na sua opinião, a lei que regula o trabalho do menor aprendiz deve ser mantida? PROPOSTA 3: A exploração de menores é um fenômeno social que há anos vem preocupando as BIBLIOGRAFIA BECHARA, Evanildo. Minidicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: editora Nova Fronteira, 2009. MESQUITA, Roberto Melo, MARTOS, Cloder Rivas. Gramática pedagógica: volume único – 30ed. São Paulo: Saraiva, 2009.