História - Educacional

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O IMPERIALISMO E A
PRIMEIRA GRANDE GUERRA
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
nou-se progressivamente multilateral, resultado da crescente industrialização na Europa, Estados Unidos e Japão. Paralelamente a esse progresso – essa época ficou conhecida como belle èpoque – desenvolveu-se a
divisão internacional do trabalho, um comércio especializado em escala mundial.
Introdução
O fim do século XIX, curiosamente, remete-nos ao
início do século XX. O que acontecia naquele tempo?
No final do século XIX, um novo quadro político, econômico e sociocultural se delineava. As transformações
eram rápidas e intensas: na política, via-se, após a derrota do Antigo Regime, a consolidação do Estado liberal; na economia, via-se um desenvolvimento inédito,
resultado da expansão industrial e comercial; na sociedade, assistia-se a um crescimento populacional e a
mudanças que incidiam sobre a organização social até
então existente; e, finalmente, na cultura, como resultado de tudo isso, assistia-se a um expressivo florescer de
novas idéias e convicções a respeito do homem e da
sociedade.
A cultura do final do século XIX representou, antes
de tudo, a reação aos valores até então dominantes e o
questionamento do liberalismo político e econômico.
Vários fatores foram responsáveis por essa efervescência cultural, entre eles, o próprio desenvolvimento econômico que dominava a Europa: este, embora produzisse importantes melhorias materiais, não se mostrava
capaz de reduzir as desigualdades sociais.
A cultura liberal burguesa, fundamentada no individualismo e no racionalismo, contrapunha-se à reação
de filósofos, sociólogos e pensadores que sugeriam que
a conduta humana era muito complexa e, nem sempre,
governava-se por considerações racionais. Filósofos
passaram a demonstrar a importância da intuição como
meio de compreensão do mundo e defendiam que a
consciência humana não podia ficar sujeita a análises
científicas estritas.
Resultado da expansão industrial, a economia alcançou a segunda globalização, um impressionante fortalecimento das relações entre as nações do mundo.
Desenvolveu-se uma autêntica economia internacional
na qual países de todos os continentes participavam da
troca de bens e serviços. À medida que a economia
internacional se intensificou, o comércio mundial tor-
N
EXPLIQUE o significado da expressão belle èpoque
para a Europa do final do século XIX.
FIGURA 1: A Belle Èpoque
FONTE: READER’S DIGEST. 2000 ans de vie quotidienne en
France. Paris: Sélection du Reader's Digest, 1981. p. 245.
O imperialismo afro-asiático
Era muito provável que uma economia mundial cujo ritmo era determinado por seu núcleo
capitalista desenvolvido ou em desenvolvimento se transformasse num mundo onde os avançados dominariam os atrasados; em suma, num
mundo de Império.
História
O significado do imperialismo está no impacto da presença européia no resto do mundo. A
Europa impôs ao mundo não só um governo, mas
também novos padrões de comércio, novas técnicas, instituições e idéias.
HOBSBAWN, Eric J. Era dos extremos: o breve
século XX (1914–1991). trad. Marcos Santorrita.
São Paulo: Campanha das Letras, 1992.
O imperialismo e a Primeira Grande Guerra 1
A expansão industrial determinou um considerável
aumento da produção industrial e, ao mesmo tempo,
novas necessidades: a maior disponibilidade de mercados e as novas fontes de matérias-primas tornaramse meio estratégico para manter o progresso.
Entre 1880 e 1914, a maior parte do mundo, à exceção da Europa e das Américas, foi formalmente dividida
em territórios sob governo direto ou sob dominação política indireta dos seguintes países: Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, EUA e Japão. O
domínio desses países se fez dividindo as duas maiores regiões do mundo: África e Pacífico. A Ásia e a América Latina permaneceram nominalmente independentes, embora as potências ocidentais tenham constituído, nessas áreas, zonas de influência.
Os fatores que determinaram a ação imperialista foram:
• a expansão industrial;
N
EXPLIQUE a afirmação do historiador Eric Hobsbawn:
(...)Onde os avançados dominariam os atrasados (...)
• a acumulação capitalista;
• o crescimento populacional;
• a demanda por mais matérias-primas;
• o baixo custo das matérias-primas fora das áreas
industriais;
• a necessidade de ampliação dos mercados de
consumo dos excedentes;
• o crescimento dos centros urbanos e o êxodo rural;
• o nacionalismo, manifestado pela conquista militar e política;
História
• a exportação de capitais, reinvestidos com o objetivo de expandir e fortalecer empresas.
Outros fatores para a efetivação do imperialismo foram a exportação de capitais para investimentos mais
rentáveis, gerenciados por poderosos monopólios de
banqueiros, investidores e industriais, e o argumento
de que a ação do homem branco sobre os outros povos
tinha caráter civilizador.
Para os Estados, o imperialismo foi considerado um
prolongamento da política nacional no quadro da política internacional ativa, e foi responsabilidade dos chefes políticos criar condições para a melhoria do nível de
vida de seus cidadãos.
Assim, o século XIX conheceu a criação de uma economia global, que atingia as mais remotas paragens do
mundo, conforme afirma o historiador Hobsbawn. Uma
rede cada vez mais densa de transações econômicas,
comunicações e mercadorias, dinheiro e pessoas ligava os países desenvolvidos entre si e ao mundo não
desenvolvido. Essa rede, entre 1875 e 1914, alcançou
montanhas espetaculares de exportação. As ferrovias,
que em 1870 somavam 200 mil quilômetros, em 1914,
tinham alcançado mais de 1 milhão de quilômetros.
Era muito provável que uma economia mundial cujo
ritmo era determinado por seu núcleo capitalista desenvolvido ou em desenvolvimento se transformasse
num mundo onde os avançados dominariam os atrasados; em suma, num mundo de Império.
2 CP00 –23M19
FIGURA 2: A África no início do século XIX
A conquista da África
A penetração européia na África se fez pelo norte,
no começo do século XIX. Em primeiro lugar, com a
assinatura de tratados comerciais com as sociedades
árabes. Em 1830, os franceses obtiveram um tratado
com a Tunísia; posteriormente, os ingleses realizaram
convenções comerciais com os marroquinos e, em seguida, com os turcos na Ásia Menor.
O sistema dos tratados de comércio, as garantias
diplomáticas, etc. permitiram ao capitalismo europeu extrair desses povos os produtos necessários à indústria,
desequilibrar a economia doméstica, influenciar o sistema político, para logo transformá-los em colônias.
Outro instrumento de penetração e domínio foi a
política de melhorar as comunicações dos países, por
via marítima, fluvial ou terrestre, o que permitia aplicar
os capitais excedentes da Europa. Essa estratégia de
dominação européia alcança o seu apogeu em 1869,
quando foi inaugurado o canal de Suez. Em 1870, 486
navios navegavam pelo canal. Em 1910, eram 4.500
navios, que transportavam mais de 16 milhões de toneladas de mercadorias.
Nessa época, o mundo muçulmano exerceu grande
atração sobre os europeus, por várias razões, entre as
quais a mais decisiva era o caráter estratégico da região
na política mundial. A proximidade com a Europa, através
do Mediterrâneo, fez com que a Inglaterra e a França
dominassem aquela parte da África e o Oriente Médio.
Outro elemento importante para a dominação dos
povos africanos e asiáticos foi o estado de organização
social e política dos europeus, isso lhes permitiu construir uma complexa infra-estrutura e fazer comércio o
que facilitou muito a sua dominação.
N
CONSTRUA um parágrafo sintetizando os fatores que
facilitaram aos europeus exercer um domínio sobre
os povos da África e do Oriente Médio.
Episódios da dominação
européia na África
Até 1860, o Egito era considerado na Europa
como um integrante do sistema econômico europeu. Naquela época, havia no país cerca de 100
mil europeus dedicados ao comércio, ao sistema
bancário e à melhoria dos serviços públicos. O
país contava com 1500 km de vias férreas, 8000
km de telégrafos e 13 000 km de canais de irrigação. A Alexandria e o Cairo eram centros de civilização européia.
As inversões de capital europeu adotaram em
sua maior parte a forma de empréstimos ao governo a juros de 12% , que eram o dobro do normal, resgates através de bônus e obrigações que
constituíam a dívida pública egípcia. Em 1880,
essa dívida era de 90 milhões de libras egípcias
e seus juros consumiam totalmente as rendas
públicas. O governo do Egito foi obrigado a negociá-la, perdendo o controle sobe o canal de
Suez e seu governo transformado em fantoche
pelos ingleses e franceses.
FIGURA 3: Chefe nativo e seus comandados (1ª foto). Africano
preso ao tronco (2ª foto)
FONTE: Revista História do Século 20. n.12. São Paulo: Abril,
1973. p.319 e 321.
Os alemães na África
As atrocidades no Congo
Para Leopoldo II, rei da Bélgica, esta não oferecia
grandes oportunidades para os seus sonhos de glória.
Por isso, voltou-se para a África, onde adquiriu uma
colônia: o Congo. A preocupação imediata de Leopoldo II em ganhar dinheiro, sem ter uma administração
efetiva da nova possessão, o fez praticar abusos que
ficaram conhecidos como as atrocidades dos seringais
do Congo.
A Alemanha, desde o Congresso de Berlim, de 1884,
almejava ter domínios na África. A luta por um Império
colonial mais extenso quase sempre se baseava no argumento de que o tamanho das colônias já existentes
era desproporcional à força política e econômica da Alemanha. Os alemães reivindicavam o direito de ser a
segunda maior potência colonial. Um banqueiro alemão na época assim exprimia:
os últimos cem anos viram a partilha do mundo. Que pena que não tomamos nada nem nada
ganhamos! Hoje sabemos, acrescentava, que a
maioria das colônias nos custam mais do que
nos valem. Mas cedo veremos que todas as partes do mundo são valiosas.
História
A perda da soberania egípcia
Revista História do Século 20. n. 12, p. 333.
O imperialismo e a Primeira Grande Guerra 3
FIGURA 4: Grupo herero de resistência contra os alemães e seu chefe
Assim, o governo alemão, progressivamente, estendeu domínios na parte da África Oriental: eram fazendeiros, nos Camarões, comerciantes e lojistas, no Sudoeste, e, no Togo, eram funcionários públicos. A importância numérica dos alemães, nas diversas regiões: sudoeste e parte oriental da África, variava em função das
demandas na construção de estradas de ferro.
Na África, os alemães para alcançarem os seus propósitos, enveredaram por uma estratégia de exterminação. Um militar, após uma ação de campo, explicou
seus métodos ao chefe do Estado-Maior alemão:
Creio que essa nação deve ser destruída enquanto nação.
Revista História do Século 20. n.12. p. 336.
História
Após lutarem contra os Herero, povo do sudoeste
africano, os alemães exterminaram os nama, expropriaram as suas terras.
N
RELACIONE os fatos a respeito do modo de dominação dos europeus sobre a África com os objetivos de
lucro do sistema capitalista.
A conquista do continente teve início com a
ocupação da Argélia pela França, em 1830.
À Conferência de Berlim (1884/85) coube determinar as normas a serem seguidas pelos países interessados no continente e garantir a livre
navegação dos rios Congo e Níger para a penetração em direção ao interior da África. O continente africano apresentou três grandes áreas de
conquista: África do Sul, Norte da África e África
Intertropical.
África do Sul – A conquista dessa região pelos ingleses teve como ponto de partida as colônias do Cabo e de Natal. Após a derrota dos bôers
(Guerra dos Bôers – 1899/1902), os ingleses incorporaram a República do Transvaal e Orange
e aprofundaram sua presença, conquistando Niassilândia, Bechuanalândia e Rodésia.
África do Norte – Região fortemente islamizada e teoricamente submetida ao império Otomano, na época.
• A França conquistou a Argélia, a Tunísia e
impôs o protetorado ao Marrocos.
• Os italianos ocuparam a Líbia.
• O Egito se transformou em protetorado inglês, devido às dívidas do governo egípcio
decorrentes da construção do canal de Suez
(1869).
África Intertropical – Nessa região, existiam
sociedades com os mais variados tipos de organização social. Cada potência européia conquistou uma parte da região. Ocorreu o predomínio
inglês em Uganda, Quênia, Zanzibar e Sudão.
Na África Ocidental e Equatorial, a presença
dominante foi a francesa, com destaque para a
Bélgica, no Congo.
4 CP00 –23M19
de suas exportações desse país. A Índia fornecia algodão e recebia produtos metalúrgicos. A China era um
grande produtor de chá, algodão, seda e outros produtos primários. A China e o Japão não permitiam o acesso direto a seus portos e muito menos aos mercados
internos.
Em 1855, a Grã-Bretanha e França conseguiram acordos para facilitar acesso. As exigências ocidentais aos
governos asiáticos eram de liberdade comercial nos
portos, no comércio interior; direito de estabelecer empresas comerciais no interior; autorização para construir ferrovias; melhores condições para os residentes
estrangeiros que transformou certas cidades asiáticas
em redutos ocidentais, onde as autoridades e as leis do
país não tinham ação.
A Índia, para os ingleses, transformou-se em um prolongamento do território nacional, afirmou o historiador
Hector H. Bruit, em seu livro: O Imperialismo. Assim, os
ingleses dominaram o Oceano Índico, a única forma de
estruturar solidamente o vasto império que se estendia
do Egito às margens do rio Ganges.
Os franceses não deixaram por menos, dominaram
toda a região da Indochina.
Durante um certo tempo, os governos asiáticos se
dispuseram a fazer essas concessões. Por volta de 1880,
os problemas haviam-se acumulado perigosamente. A
China mostrou-se irredutível em permitir a construção
de ferrovias e o acesso de comerciantes ao interior.
N
FIGURA 6: A partilha da Ásia
A Conquista da Ásia
Na segunda metade do século XIX, a Ásia foi foco da
ação imperialista dos europeus. A Inglaterra, a Rússia a
Holanda e a França já possuíam territórios naquela parte do mundo desde o início do século XIX. A Espanha e
Portugal tinham posses que datavam do século XVI. Portugueses estavam em Macau (China), nas Ilhas Timor
(Indonésia), Goa Damão e Diu ( Índia ). Os Estados Unidos ingressaram na ação imperialista ao final do século
XIX.
A Ásia, por volta de 1860, proporcionava 13,5%do
total de importações britânicas e recebia 16,4% do total
REDIJA um parágrafo e IDENTIFIQUE com relação ao
imperialismo europeu na África e na Ásia, as suas
diferenças básicas.
A Ásia Oriental despertou o interesse europeu
desde a época Moderna, no contexto do expansionismo. Com a expansão industrial, os europeus procuraram a Ásia como mercado consumidor dos seus
produtos industrializados e fornecedor de matérias-primas. No final do século XIX, as relações entre
a Ásia e o Ocidente tiveram como elemento principal o investimento de capitais.
Dominação da Índia – A ação da Inglaterra teve
início no século XVII, com a Cia. das Índias Orientais. No início do século XIX, a Companhia controlava toda a região. Com a revolta dos Cipaios (1857–
1859), os ingleses transformaram a Índia num protetorado, explorando sua produção de algodão e
juta.
História
FIGURA 5: A África no início do século XX
O imperialismo e a Primeira Grande Guerra 5
Abertura da China – A entrada dos ocidentais
na China tem como momento marcante à 1ª Guerra
do Ópio (1840/42), quando os ingleses, por meio
do Tratado de Nanquim, obtiveram vantagens comerciais e Hong-Kong se transformou em entreposto
inglês.
Em 1860, o Tratado de Nanquim estabeleceu o
direito de outros europeus terem suas áreas de influência na China. Os chineses jamais aceitaram o
convívio com os europeus. Esse xenofobismo determinou revoltas, como a Revolução dos Taipings
(1851/64), a Revolta dos Boxers (1900/01).
Em 1894/95, a Guerra Sino-Japonesa determinou uma intervenção coletiva de nações ocidentais
em favor da China, fato que facilitou a abertura desse país aos norte-americanos. Foram mantidas as
áreas anteriores de influência européia.
Abertura do Japão – Em 1854, Matthew Perry,
comandando uma esquadra norte-americana, obrigou os japoneses a conceder-lhe direitos para comerciar em portos do Japão.
O contato com os ocidentais desencadeou um
processo de modernização, conhecido como Revolução Meiji, a qual integrou o Japão ao capitalismo
industrial.
N
na, em nome da ordem, para salvaguardar os interesses econômicos norte-americanos no Continente, com
o claro objetivo de substituir os investidores europeus.
Com esse propósito permitiram a intervenção de inglesas, alemães e italianas que cobravam daquele país
sua responsabilidade no pagamento de dívida externa
com o apoio dos Estados Unidos. Considerando-se donos da América Latina.
Observe a figura.
IDENTIFIQUE os focos de resistência ao domínio Ocidental na Ásia e APRESENTE os fatores que geraram
essas resistências.
FIGURA 7: Caricartura brasileira de J. Carlos, alusiva à
passagem de Epitácio Pessoa pelos EUA: “Nos Estados Unidos
S. Exa. receberá a ‘Ordem de Monroe’.”(Careta, 21-6,1919.)
FONTE: BRUIT, H. Héctor. O Imperialismo. São Paulo:
Atual,1994. p. 56.
História
N
O imperialismo norte-americano
O imperialismo norte-americano fundamentou-se em
duas doutrinas: em relação à Ásia, os norte-americanos
reivindicaram o direito de, como os europeus, terem a
oportunidade de participarem das ações comerciais.
Com relação à América Latina, desde o início do século
XIX, (1823), com a doutrina Monroe, reagiram à política
de reativação do colonialismo defendida pela Espanha,
apoiada pelos participantes do Congresso de Viena.
As primeiras investidas norte-americanas se fizeram
em 1835,com a anexação do Texas, pertencente ao México, continuaram, 1835–1848, com o domínio do Novo
México e da Califórnia.
No início do século XX, o presidente Theodore Roosevelt (1901–1909) deu à doutrina Monroe uma interpretação imperialista: o Corolário Roosevelt que fundamentou a ação dos Estados Unidos pela América Lati-
6 CP00 –23M19
INTERPRETE, em um parágrafo, o significado da Doutrina Monroe para os latino-americanos no início do
século XX.
Seguiram-se a essas políticas intervencionistas a política de portas abertas, de John Hay,
e a diplomacia do dólar, de William Taft.
Em direção ao mar, a ação norte-americana
seguiu Alfred Thayer Mahan (Doutrina Mahan): a
marinha norte-americana deveria estabelecer
pontos estratégicos nos oceanos para dominar
áreas do Caribe e do Pacífico Sul.
A primeira Conferência Interamericana (1889/
90), a do México (1901/1902), a do Rio de Janeiro (1906), a de Buenos Aires (1910) e outras
concretizaram os objetivos americanos:
• de aumentar o mercado consumidor e de investimento de capitais;
• de construir um canal que fizesse a ligação
entre o Atlântico com o Pacífico para facilitar
a comunicação entre a costa leste e a costa
oeste.
As conseqüências do imperialismo norte-americano foram as seguintes:
• 1898 – anexação do Havaí, das Filipinas e de
Porto Rico;
• 1899 – domínio sobre Samoa;
• 1901 – imposição de protetorado sobre Cuba;
• 1903 – construção do Canal do Panamá e
estabelecimento de controle sobre a zona do
Canal;
• 1905 – imposição de semiprotetorado sobre São
Domingos (atual República Dominicana);
A ação norte-americana, cada vez mais, determinou a definição de doutrinas de dominação,
como:
• o Corolário Roosevelt, de 1901, que reforçou
os interesses norte-americanos que determinaram, de forma unilateral, o direito de intervenção no continente americano;
• a Doutrina do Big Stick, quando os norte-americanos se arrogaram o direito de intervir em
países americanos para solucionar problemas
econômicos.
• 1912 – ocupação da Nicarágua;
• 1914 – ocupação do Haiti;
• 1916 – compra das Ilhas Virgens à Dinamarca.
Teodoro Roosevelt transformou o mar das Antilhas num lago americano: interveio em São Domingos; provocou uma revolução no Panamá, a qual
lhe permitiu o controle do canal transoceânico; fez a
guerra de Cuba e anexou Porto Rico. No Pacífico
Sul, anexou as ilhas do Havaí, Guam e Filipinas.
A Primeira Guerra Mundial
ArgéliaTunísia
Ifni
Líbia
África
Ocidental
Senegal
Revanchismo
Alemanha e
Áustria-Hungria
Pan-germanismo
Itália
Itália-irridenta
Turquia
Movimento dos
jovens turcos
Sérvia e Rússia
Pan-eslavismo
asc
dag
Possessão belga Ocidental
Possessões alemãs
Bechuanalândia
Possessões inglesas
Colônia Basutolândia
Possessões italianas
do Cabo
Possessões francesas
Possessões espanholas
Possessões portuguesas
Estados independentes
Ma
França
África do Sul
Ro
dé
sia
ar
éia
Eritr
ália
Sudão AngloSom nica
â
t
i
Egípcio
África
Br
Nigéria
Equatorial
Co
Abissínia
Togo
ria
s
Libé
Camarões
o Ou ta d
ta d
Somália
ro o
Uganda
Cos rfim
Muni
a
Italiana
M
Quênia
Congo
Gabão
Belga
Cabinda
África
Zanzibar (ingl.)
Oriental
Serra Gâmbia
Leoa
Guiné
Port.
Angola
Tipos de nacionalismo
Egito
História
Mauritânia
Marrocos
S
Fr omá
an lia
ce
sa
Rio do
Ouro
Mo
çam
biq
ue
Essa expansão econômica fez nascer uma
expressiva competição por mercados, matérias-primas, áreas para investimentos e pontos economicamente estratégicos: a competição imperialista.A ação imperialista européia
na África tornou-se, a partir da Conferência
de Berlim de 1884-85, uma importante fonte
de tensão internacional, com a Grã-Bretanha,
a França, a Alemanha e a Bélgica do rei Leopoldo II, tentando ganhar controle de vastas
regiões daquele continente pela diplomacia
e pela conquista.
Somava-se à competição imperialista o
nacionalismo exacerbado que emergia em diversos países europeus, resultado da própria
consolidação do Estado liberal e da valorização do Estado-nação.
FIGURA 8: Imperialismo europeu na África
O imperialismo e a Primeira Grande Guerra 7
A expansão industrial
e o nacionalismo
Rivalidade
anglo-germânica
Em 1870, quando da Guerra franco-prussiana, a
França perdeu para a recém-unificada Alemanha os territórios da Alsácia Lorena.
A partir daí, a ascensão da Alemanha no continente
alterou o equilíbrio de poder na Europa. O rápido crescimento industrial alemão pode ser evidenciado pelos dados abaixo.
Rivalidade russo-turca
Porcentagem de crescimento (1893–1913)
Reino
Unido
Alemanha
Estados
Unidos
População
20
32
46
Produção de carvão
75
159
210
Ferro-gusa
50
287
337
Aço bruto
136
522
715
Exportações de produtos manufaturados
121
239
563
Receita com
transporte ferroviário
49
141
Rivalidade
austro-russa
Rivalidade
franco-alemã
146
História
A apreensão frente ao expansionismo industrial alemão somada ao nacionalismo exacerbado que dominava a Europa agravaram as rivalidades entre os países europeus. Nesse contexto, dois episódios foram marcantes para o aumento das rivalidades da França e da
Inglaterra com a Alemanha.
As crises marroquinas: as disputas pelo
Marrocos acirraram, em 1905–1906, as diferenças entre a França e a Alemanha. Em 1905, a
Alemanha apresentou sua oposição às pretensões francesas sobre o Marrocos. Para solucionar a questão foi convocada, em 1906, a Conferência de Algeciras, que deu à França direito sobre os portos do Marrocos. Em 1911, a França
efetivou seu domínio sobre a região.
Estrada de ferro Berlim-Bagdá: A construção
da estrada de ferro Berlim-Bagdá foi um outro
exemplo dos interesses imperialistas em conflito. Os capitalistas alemães tinham o interesse em
estabelecer ligação com as importantes áreas comerciais do Oriente Médio. A construção da estrada, porém, dependia da formação de um consórcio entre alemães, ingleses e franceses. Estes últimos, frente a ameaça que o expansionismo alemão representava, boicotaram o empreendimento.
8 CP00 –23M19
Rivalidade
ítalo-francesa
N
Decorrente de questões
econômicas, como: a competição naval entre as
duas potências e o expressivo crescimento industrial alemão, que ameaçava a hegemonia britânica.
Decorrente do apoio russo aos movimentos de
emancipação dos eslavos da península balcânica, sob domínio turco. O
apoio dos russos devia-se
à sua pretensão de atingir
o Mediterrâneo, área de
mar quente.
Decorrente do interesse
de ambas sobre a região
dos Bálcãs e da disposição
russa em proteger os sérvios (eslavos) do domínio
austríaco.
Decorrente da perda dos
territórios franceses da Alsácia Lorena para a Alemanha, na época da Guerra
Franco-prussiana,
de
1870.
Decorrente da anexação
da Tunísia pelos franceses
em 1881, território de interesse italiano.
CONSTRUA um texto explicitando o quadro políticoeconômico gerador do sistema de alianças às vésperas da Primeira Grande Guerra.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________
Com a deterioração das relações diplomáticas, retomou-se a política de alianças inaugurada à época da
Guerra franco-prussiana por Bismarck, quando este, para
se fortalecer contra a França, formou a Aliança dos Três
Imperadores entre Alemanha, Áustria-Hungria e Rússia.
A partir de 1882, o cenário político e diplomático conduziu as nações européias a um novo reagrupamento:
Alemanha, Áustria-Hungria e Itália formaram a Tríplice
Aliança e, em 1907, França, Inglaterra e Rússia formaram a Tríplice Entente.
Paralelamente às questões já levantadas, outros fatores internos às nações envolvidas foram determinantes
para agravar o clima conflituoso que imperava na Europa.
Ma
rB
álti
co
Noruega
Su
éc
ia
Os antigos impérios multinacionais da
Áustria, da Turquia e da Rússia sofriam a
ameaça de desagregação face aos movimentos nacionalistas dos povos dominados. Para garantir seus domínios, os imCO
TI
N
périos definiram uma política mais agresLÂ
AT
siva, agravando o quadro geral das relaO
AN
ções políticas, militares e diplomáticas.
CE
O
A emancipação da maioria dos domíRússia
nios turco-otomanos na península dos
Balcãs deu origem à competição entre a
Dinamarca
Áustria e a Rússia pelos territórios recémindependentes. Em 1908, a Áustria anexou a Bósnia-Hezergovina contrariando
GrãAlemanha
as pretensões expansionistas russas e
Holanda
Bretanha
sérvias na região. Com o intuito de impeBélgica
dir o expansionismo sérvio e a formação
Áustriada Grande Sérvia, em 1912, a Áustria
Hungria
Suíça
criou um estado-tampão, a Albânia.
França
nia Mar
mê
o
Negro
Em 28 de junho de 1914, ocorreu, em
R
Bulgária
Sarajevo, capital da Bósnia, o assassinaItá
lia
Império
to do herdeiro do trono austríaco, o arquiro
Monteneg
Otomano
duque Francisco Ferdinando. O assassiEspanha
nia Gré
Albâ
ci
no era Gavrilo Princip, um sérvio ligado à
a
organização nacionalista Mão Negra.
Mar Mediterrâneo
O assassinato do arquiduque levou a
Áustria, em 30 de julho de 1914, a declaFIGURA 9: A Europa antes da Primeira Guerra Mundial
rar guerra à Sérvia.
A expansão industrial alemã, a competição imperialista, o nacionalismo exacerbado somado aos incidentes loOutubro
A Turquia une-se à Tríplice Alicalizados definiram o cenário político e diplomático que
ança, também denominada poantecedeu a Primeira Guerra Mundial.
tências centrais.
N EXPLIQUE os fatores políticos, econômicos e militaBélgica, Sérvia e Japão aderem
res que levaram à Primeira Grande Guerra.
à Tríplice Entente, compondo o
Sé
rv
Portuga
l
ia
bloco dos aliados.
1915
A eclosão do conflito
O sistema de alianças que imperava na Europa acabou arrastando o restante dos países ao conflito. A começar pela Rússia, o posicionamento das nações se
deu da seguinte forma:
30 de julho
A Rússia declara-se a favor da
Sérvia contra a Áustria-Hungria.
1º de agosto
A Alemanha declara guerra à
França, sua rival e principal aliada da Rússia.
4 de agosto
A Inglaterra, inicialmente hesitante, adere ao conflito quando
a Alemanha, para atingir a França, violou a neutralidade belga.
Bulgária entra na guerra contra
os aliados.
Ao lado das grandes manobras político-militares, a
grande indústria européia logo pode expressar a amplitude de sua expansão. A guerra assumia, cada vez mais,
um caráter científico e industrial.
Produção de munições
no Reino Unido, 1914–1918
1914
Canhões
91
Tanques
–
Aviões
200
Metralhadoras 300
1915
1916
1917
1918
3 390 4 314
5 137
8 039
1 100
1 359
–
150
História
Março de 1915 A Itália abandona a Tríplice Aliança e entra na guerra, ao lado
dos aliados.
1 900 6 100 14 700 32 000
6 100 33 500 79 700 120 900
O imperialismo e a Primeira Grande Guerra 9
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Alemanha
Holanda
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História
AT
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Estônia
Letônia
Lituânia
Polônia
Tchecoslováquia
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FIGURA 11: A Europa após a Primeira Guerra Mundial
Dinamarca
GrãBretanha
O
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Mar Mediterrâneo
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Noruega
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ses europeus sofreram uma drástica diminuição, enquanto o endividamento e o desemprego se multiplicaram.
Uma redefinição do mapa europeu teve lugar. O império austríaco desmembrou-se e a Alemanha sofreu
uma diminuição de seu território e a perda de suas possessões na África, Ásia e Oceania. A Rússia, ao assinar
o Tratado de Brest Litovsky com a Alemanha, concordou
com a independência dos territórios da Finlândia, Letônia, Estônia e Lituânia.
Vários tratados definiram a nova organização político-territorial da Europa:
Finlândia
Até o ano de 1917, a guerra parecia continuar sem
resultados decisivos. Apenas em 1918, com a grande
batalha da França, os alemães foram obrigados a aceitar todas as condições impostas pelo armistício de 11 de
novembro de 1918.
A Primeira Guerra Mundial, por suas manobras políticas, econômicas e militares, caracteriza-se
• por ser uma guerra de movimento com uma ação
ofensiva da Alemanha e invasão da França;
• por ser uma guerra de trincheiras, em que os exércitos imobilizavam-se em trincheiras improvisadas;
• pelo bloqueio dos portos alemães pelos navios ingleses, de modo a dificultar o abastecimento, sobretudo de alimentos;
• pelas sucessivas derrotas dos aliados, em 1915,
em suas tentativas de decidir o conflito a leste e a
oeste;
• pela Batalha de Verdun de 1916, que é considerada
a maior batalha da guerra, marcada pela obstinada
resistência francesa frente aos ataques alemães;
• pela guerra submarina desenvolvida pelos alemães em 1917, privando as potências neutras do
livre comércio;
• pela entrada dos EUA na guerra contra as potências centrais, em 1917, devido aos ataques dos submarinos alemães e à obstrução do comércio;
• saída da Rússia da guerra, em 1917, com a assinatura do Tratado de Brest-Litovsky, entre os revolucionários russos e a Alemanha.
Espanha
ré
ci
Império
Otomano
a
Mar Mediterrâneo
FIGURA 10: A Europa às vésperas da Primeira Guerra Mundial
Entre os tratados assinados, é importante ressaltar
as disposições do Tratado de Versalhes, de abril de 1919,
contra a Alemanha.
Esse tratado responsabilizou a Alemanha pela guerra e pelos prejuízos por ela causados, obrigando-a a
indenizar os países envolvidos no conflito.
Além disso, reduziu o território e os domínios coloniais alemães e obrigou-os a devolver à França o território da Alsácia Lorena. A Alemanha teve seu exército reduzido a um contingente máximo de 100 mil homens e
foi proibida de possuir armamento estratégico como forças aéreas, canhões pesados e submarinos.
Outras conseqüências da Primeira Guerra Mundial
foram:
• isolacionismo político norte-americano;
• crise econômica e perda de liderança mundial dos
países europeus;
• expansão da economia norte-americana;
Conseqüências da
Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial ocasionou, para os países
envolvidos, um pesado ônus de perdas humanas e materiais. A população ativa e as frotas mercantes dos paí-
1 0 CP00 –23M19
• declínio do liberalismo e ascensão dos regimes
autoritários de direita;
• conquistas sociais e políticas, como legislação trabalhista e sufrágio universal, decorrentes das apreensões para com a expansão do socialismo.
Com o objetivo de manter a paz na Europa, criou-se
a Sociedade da Liga das Nações (SDN), seguindo a
última disposição do plano de paz do presidente norteamericano para a Europa, denominado 14 pontos de
Woodrow Wilson.
CONSTRUA um texto significativo sobre a importância da Primeira Grande Guerra na definição de novos
países europeus.
Textos complementares
GUERRA QUÍMICA
As armas
A idéia de usar, na guerra, substâncias tóxicas ou
microrganismos patogênicos não é nova; o envenenamento da água, por exemplo, é um recurso que remonta à Antigüidade. Foi no século XIX, porém, que a
tecnologia moderna possibilitou armas tóxicas realmente eficazes, mas cuja “estréia” só se daria na guerra
de 1914-18.
Histórico.
Em 1915, perto de Ypres (Bélgica) forças alemãs
fizeram uso sério, pela primeira vez, e com efeito devastador , de uma arma química, o cloro. Este foi, pouco depois, suplantado por outro gás, dez vezes mais
tóxico, o fosgênio, capaz de atravessar as improvisadas máscaras contra o cloro. A competição gases versus máscaras culminou, em julho de 1917, quando
os alemães empregaram, pela primeira vez, o gás de
mostarda (sulfeto de dicloro dietila), um vesicatório
que em forma líquida produz grandes bolhas dolorosas e cujo vapor pode produzir, se inalado em dose
suficiente, a morte. (No último ano da guerra, foi este
gás o responsável por 16 % de todas as baixas britânicas e 33 % das americanas.) No pós-guerra, as grandes nações preocuparam-se com a proscrição dessas armas, do que resultou a assinatura, em 1925, do
Protocolo de Genebra (subscrito na ocasião por 29
países e posteriormente por muitos outros), proibindo
História
N
O imperialismo e a Primeira Grande Guerra 1 1
História
a utilização bélica de gases asfixiantes, venenosos ou outros. Entretanto, o Protocolo foi rompido
apenas 11 anos depois, quando os italianos empregaram o gás de mostarda contra os etíopes.
Também os japoneses, no período 1937–43 usaram várias vezes, embora em pequena escala,
armas químicas contra os chineses. Na 2ª Guerra
Mundial, contudo, essas armas não foram usadas em escala semelhante à da 1ª Guerra Mundial, circunstância particularmente afortunada, pois
em fins da década de trinta os alemães haviam
descoberto uma nova classe de arma química –
bem mais eficiente que quaquer outra até então
conhecida –, baseada em compostos organofosforados.
As armas químicas
Três gases – Tabun, Sarin e Soman – incolores e inodoros, mortíferos mesmo em pequena
quantidade (agem sobre os nervos que controlam
os músculos, provocando a morte por asfixia ao
paralisarem os músculos respiratorios) foram criados pelos alemães entre 1937 e 1943. Suas fórmulas e métodos de fabricação foram posteriormente levados para os EUA; uma das fábricas de
Tabun foi, contudo, capturada pelos russos e transferida para a então URSS. No início da década
1950–60 químicos ingleses descobriram substâncias ainda mais tóxicas, cujas propriedades (entre
as quais menor volatilidade) foram comunicadas
aos americanos conforme um acordo de troca de
informações sobre assuntos de defesa. Denominadas ( em código ) VE e VX, têm sido produzidas
e estocadas nos EUA, onde também houve aperfeiçoamento do gás de mostarda, do qual várias
formas novas se acham agora padronizadas para
uso militar. Em seu esforço de pesquisa para encontrar substâncias incapacitadoras, o que chegou a fazer surgir a esperança de uma “guerra
sem morte”, os EUA só conseguiram padronizar,
até agora, o BZ (de efeito alucinatório). Existe atualmente grande interesse por agentes atormentadores, como o CS, que, em pequenas doses, pode
dispersar multidões, provocando, durante alguns
minutos, a sensação de um resfriado agudo e
muito doloroso.
As armas bacteriológicas
À diferença das armas químicas, as bacteriológicas nunca tiveram uso bélico em vasta escala. As pesquisas em curso visam a desenvolver
organismos causadores de doenças como peste,
varíola, sarampo etc.
http://www.acordacidadao.hpg.ig.com.br/H&R.htm
1 2 CP00 –23M19
Tratado de Versalhes
No Palácio de Versalhes, em Paris, reuniramse os representantes de 32 países, que assinaram um acordo em 28 de junho de 1919, elaborado na verdade pelos representantes dos “Três
Grandes” – o presidente Woodrow Wilson dos
EUA, e os primeiros ministros da Inglaterra e
França, David Lloyd George e Georges Clemanceau – e que foi imposto à Alemanha derrotada.
O Tratado, que punha fim oficialmente a I Guerra, pretendia devolver a paz à Europa e ao mesmo tempo, eliminar o potencial bélico e industrial alemão, mas criou uma nova realidade marcada pela postura imperialista dos vencedores e
pelo fortalecimento do sentimento nacionalista
e de vingança na Alemanha. A Alemanha foi obrigada a entregar todo seu equipamento bélico ( 5
mil canhões, 25 mil metralhadoras, 3 mil morteiros, 1700 aeroplanos, 5 mil locomotivas, 150 mil
vagões, 5 mil caminhões, 6 cruzadores, 10 encouraçados, 8 cruzadores e 50 destróieres), a
retirar suas tropas da região do Reno, próxima
da França, a reduzir o efetivo militar, foi proibida
de se unir à Áustria e perdeu todos os seus territórios na África e Ásia. Na Europa, o país foi obrigado a devolver as regiões da Alsácia e Lorena
à França e as regiões de Dantzig (de população
predominantemente alemã) à Polônia.
O governo alemão foi obrigado a pagar pesada indenização, não somente aos países que
haviam sido invadidos, mas também aos EUA,
Inglaterra e algumas de suas colônias, fortalecendo o imperialismo britânico. O valor inicial
da indenização foi fixado em 24 bilhões de libras, que foi reduzido gradualmente, redução
que não impediu o desastre econômico no país.
A Itália pode ser considerada como grande derrotada na I Guerra. Apesar de ter lutado a favor
dos Aliados, de ter contribuído com recursos
materiais e de ter parte de seu território ocupado
e destruído durante a guerra, não conseguiu ver
atendidas suas reivindicações territoriais e recebeu uma parcela irrisória das indenizações pagas pela Alemanha.
BURNS, Mcnall Edward. História da Civilização
Ocidental. v.2. Porto Alegre: Globo, 1963. p. 865.
1. No final do século XIX, deu-se a passagem do capitalismo de livre concorrência para o capitalismo dos
monopólios. Nesse período, situa-se a fase em que,
para as grandes potências industriais, a exportação
de capitais tornou-se mais importante do que a exportação de mercadorias.
Esta é uma das explicações para
a) a origem do imperialismo.
b) o pioneirismo industrial britânico.
c) o surgimento dos bancos.
d) a eclosão da Guerra Fria.
e) a formação do mercado comum europeu.
2. Qual preposição em relação ao quadro cultural da
época do imperialismo é INCORRETA?
a) O liberalismo econômico, teoria surgida no final do
século XVIII, opunha-se às práticas mercantilistas
que alimentavam o poder do Estado com a concessão de monopólios, protecionismo e privilégios a determinados grupos, defendendo a livre concorrência e o câmbio livre.
b) Identificado com o capitalismo que as revoluções
burguesas e a Revolução Industrial consolidavam,
o liberalismo defendia a divisão do trabalho, tanto
no plano interno quanto no internacional.
c) Embora integrantes de um mesmo contexto histórico, iluminismo e liberalismo econômico divergiam em um ponto central: a limitação do poder estatal, tese não-encampada pelos iluministas.
d) O liberalismo político apoiou as investidas da burguesia, pois justificava-se a dominação sobre os
outros povos, como meio de estender a civilização
européia.
3. Caracteriza o capitalismo monopolista, EXCETO
a) a necessidade de altos investimentos é uma das
causas do aparecimento da concentração de empresas.
b) surgiram vários tipos de concentração de empresas, entre eles, cartéis e holding.
c) o cartel caracteriza-se por ser uma concentração
vertical, conservando nas empresas suas autonomias jurídicas e técnicas.
d) a holding é uma associação de várias empresas
sob o controle de uma empresa central.
4.(UNI-RJ) Na segunda metade do século XIX, o mundo assistiu a uma nova e espetacular fase de expansão dos países capitalistas dirigida principalmente
para a Ásia e África. Sobre essa expansão colonial e
imperialista é correto afirmar que, EXCETO
a) um dos objetivos da conquista de outros países
seria a necessidade de converter os indígenas
pagãos e defender a fé cristã.
b) o Japão se integrou ao imperialismo através da
era Meiji.
c) a procura de matérias-primas, áreas de investimentos de capitais e ampliação de mercados.
d) a busca de colônias estava relacionada também
com o excedente populacional das nações colonizadoras.
e) o colonialismo do século XIX formulou o mito da
superioridade racial que enaltecia o branco e a
exploração imperialista.
5. (PUC-SP) O Imperialismo representou, na segunda
metade do século XIX, “a partilha do mundo” entre as
principais potências capitalistas. Através da política
expansionista destas últimas pretendia-se, segundo
seus defensores,
a) sustentar os lucros das grandes empresas aplicando no exterior os capitais excedentes.
b) garantir espaços livres para os excedentes populacionais e propagar a civilização ocidental entre
os povos atrasados.
c) assegurar o fornecimento de matérias-primas para
as indústrias daquela potência, além de mão-deobra barata.
d) abrir novos mercados para os produtos industrializados, a fim de evitar o perigo da superprodução.
e) propagar a religião, difundir a medicina, aumentar
os lucros dos grandes grupos financeiros.
6. (PUC-MG) Os países capitalistas, antigos pela grave
crise econômica do final do século XIX, buscam no
imperialismo uma alternativa de superação dessa crise. São fatores que impulsionam a política imperialista, EXCETO
a) a necessidade de obtenção de matérias-primas e
de alimentos a preços compensadores.
b) os limites do desenvolvimento tecnológico, provocando baixa produtividade.
c) a busca de mercados consumidores para os produtos industrializados.
d) a obtenção de áreas para a inversão dos capitais
excedentes.
e) o crescimento populacional além das possibilidades do mercado de trabalho europeu.
7. (UNA) Uma das principais conseqüências do Imperialismo europeu dos séculos XIX e XX foi a
História
Questões propostas
a) dinamização da estrutura industrial nas colônias.
b) migração das populações asiáticas para a Europa.
c) ruptura do equilíbrio político europeu, conduzindo
à Primeira Guerra Mundial.
O imperialismo e a Primeira Grande Guerra 1 3
d) organização da economia africana segundo critérios estatizantes.
e) concentração da atividade colonizadora na exploração de metais preciosos.
a) o protecionismo, o livre-cambismo e a tendência
à concentração do capitalismo.
b) o socialismo reformista, o imperialismo e a centralização das empresas.
c) a tendência à concentração do capital e à centralização das empresas e o imperialismo.
d) o colonialismo, o livre-cambismo e o aparecimento de oligopólios.
e) o imperialismo, o capital monopolista e o liberalismo econômico na teoria e na prática.
8. (PUC-MG) Durante o século XIX, a Europa ocidental
e os Estados Unidos da América conquistaram extensas regiões do mundo, repartindo os continentes entre si e organizando poderosos impérios coloniais
para garantirem a acumulação capitalista.
Faziam parte dos objetivos estabelecidos por tais
potências, EXCETO
a) ampliar os mercados no exterior para viabilizar o
escoamento dos excedentes produzidos nos seus
centros industriais.
b) dominar territórios ricos em recursos naturais e
matérias-primas, suprindo, assim, a crescente demanda das indústrias em desenvolvimento.
c) estabelecer contatos nos limites da circulação de
mercadorias com as áreas periféricas, preservando as seculares estruturas produtivas ali existentes.
d) exportar capitais para países onde as condições
gerais eram extremamente favoráveis a sua reprodução, gerando lucros elevadíssimos.
e) obter uma posição privilegiada frente às demais
nações, na política internacional.
História
9. (Cesgranrio) Sobre a expansão européia na África,
na Oceania e na Ásia, no final do século passado,
são corretas as afirmações abaixo, EXCETO
a) A necessidade de dominar regiões que pudessem
absorver parcelas de capital cujo investimento lucrativo era mais limitado na Europa, onde a economia era cada vez mais dominada pelas empresas
monopolista.
b) O interesse em subjugar regiões em estágio de desenvolvimento inferior, de forma a estabelecer trocas internacionais que atendessem às diferentes
necessidades do pólo colonizado e do colonizador.
c) A necessidade de dominar áreas situadas em pontos estratégicos nas principais rotas marítimas, em
função do acirramento da concorrência entre as
potências européias mais desenvolvidas.
d) O interesse por estas regiões explicava-se também pela necessidade de subjugar áreas que pudessem absorver emigrantes europeus, oriundos,
em sua maior parte, das populações rurais.
e) A necessidade de dominar áreas que pudessem
fornecer matéria-prima para as indústrias européias e força de trabalho a preços mais baixos do que
aqueles pagos aos operários europeus.
10. (PUC-RJ) As transformações do sistema capitalista
a partir de 1870/1880, nas sociedades mais industrializadas, tiveram como características principais:
1 4 CP00 –23M19
11. (Vunesp)
I. ... longe (...) das melodiosas valsas vienenses
(...) eram audíveis os lamentos das nacionalidades abortadas pela prepotência dos grandes impérios...
II. ... o capitalismo se transformou num sistema de
opressão colonial e de asfixia financeira da intensa maioria da população do globo por um
punhado de países avançados...
Às afirmações pode-se associar
a)
b)
c)
d)
e)
a
a
o
o
a
Comuna de Paris.
Primeira Guerra Mundial.
conflito Sino-Soviético.
Congresso de Viena.
política da Santa Aliança.
12. (Fatec) Segundo as teorias desenvolvimentistas, a
guerra era concebida como
a) uma necessidade de ampliar o mercado interno,
substituindo as importações.
b) uma política econômica tendendo a desvalorizar
a produção agrícola.
c) uma forma de criar condições para a importação
de tecnologia estrangeira.
d) um recurso complementar e necessário à importação de produtos primários.
e) uma política econômica que necessitava do apoio
de todas as classes sociais para ser
implementada.
13. (Puccamp) Ao eclodir a Primeira Guerra Mundial, em
1914, a Alemanha dispunha de um plano militar – o
Plano Schlieffen – que tinha como principal objetivo
a)
b)
c)
d)
e)
14.
o ataque naval à Inglaterra.
neutralizar os Estados Unidos.
a aliança com a Itália e o Japão.
agir ofensivamente contra a França e a Rússia.
a anexação da Áustria.
(UEL) Em 1919, Wilson (Estados Unidos), Lloyd
George (Inglaterra) e Clemenceau (França) definiram a Paz de Versalhes, em que
a) a Alemanha foi considerada culpada pela Guerra e submetida a indenizações e retaliações
c)
d)
e)
15. (Mackenzie) A respeito do envolvimento dos EUA na
Primeira Grande Guerra é INCORRETO afirmar que
a) foi influenciado pela intenção germânica de atrair o México, prometendo-lhe ajuda na reconquista de territórios perdidos para os EUA.
b) os EUA financiaram diretamente a indústria bélica franco-inglesa e enviaram um grande contingente de soldados à frente.
c) uma possível derrota da França e Inglaterra colocaria em risco os investimentos norte-americanos na Europa.
d) contrariando o Congresso, o presidente dos EUA
rompeu a neutralidade, declarando guerra às forças do Eixo.
e) a adesão dos E.U.A. desequilibrou as forças em
luta, dando um novo alento a Entente.
16. (Mackenzie) Ao término da Primeira Grande Guerra, as potências vencedoras responsabilizaram a
Alemanha pela guerra e foi-lhe imposto um tratado
punitivo, o Tratado de Versalhes, que teve como
conseqüências:
a) degradação dos ideais liberais e democráticos,
agitações políticas de esquerda – como o movimento espartaquista, crise econômica e desemprego.
b) enfraquecimento dos sentimentos nacionais,
militarização do Estado Alemão, recuperação
econômica e incorporação de Gdansk.
c) anexação das colônias de Togo e Camarões, a
afirmação dos ideais liberais e democráticos e a
valorização do marco alemão.
d) prosperidade econômica, rearmamento alemão,
desmembramento da Alemanha e fortalecimento
dos partidos liberais.
e) surgimento da República Democrática Alemã e da
República Federal Alemã, fortalecimento do nazismo, militarismo e diminuição do desemprego.
17. I - Entre as propostas dos 14 Pontos de Wilson,
incluía-se a criação de uma Liga das Nações para
a preservação da paz mundial;
II- O Tratado de Versalhes impôs propostas humilhantes à Alemanha, refletindo o revanchismo francês.
III- A Rússia saiu da Primeira Guerra após a Revolução socialista de 1917.
IV-As propostas de paz impostas à Tríplice Aliança,
ao final da Primeira Guerra Mundial, são conhecidas como a Paz dos Vencedores.
V- Após a Primeira Guerra, emergiram Estados totalitários na Alemanha e na Itália.
Assinale a alternativa CORRETA, quanto às afirmativas acima.
a) Todas estão incorretas.
b) Todas estão corretas.
c) Somente a I e a II são corretas.
d) Somente a II e a III estão corretas.
e) Somente a III, a IV e a V estão corretas.
18. (Fuvest) Os Tratados de Paz assinados ao fim da
Primeira Guerra Mundial “aglutinaram vários povos num só Estado, outorgaram a alguns o status
de ‘povos estatais’ e lhes confiaram o governo,
supuseram silenciosamente que os outros povos
nacionalmente compactos (como os eslovacos na
Tchecoslováquia ou os croatas e eslovenos na Iugoslávia) chegassem a ser parceiros no governo,
o que naturalmente não aconteceu e, com igual
arbitrariedade, criaram com os povos que sobraram um terceiro grupo de nacionalidades chamadas minorias, acrescentando assim aos muitos
encargos dos novos Estados o problema de observar regulamentos especiais, impostos de fora,
para uma parte de sua população. (...) Os Estados
recém-criados, por sua vez, que haviam recebido
a independência com a promessa de plena soberania nacional, acatada em igualdade de condições com as nações ocidentais, olhavam os Tratados das Minorias como óbvia quebra de promessa e como prova de discriminação”.
Hannah Arendt, As origens do totalitarismo.
A proposição que representa uma interpretação correta do texto é:
a) Após a Primeira Guerra, os Tratados de Paz estabelecidos solaparam a soberania e estabeleceram condicionamentos aos novos Estados do
Leste europeu através dos Tratados das Minorias, o que criou conflitos entre diferentes povos
reunidos em um mesmo Estado.
História
b)
territoriais, semeando o descontentamento e o
revanchismo.
os bolcheviques, liderados por Lênin, tiveram
apoio inglês para assumir o governo russo, estabelecendo o primeiro Estado socialista.
os russos brancos estabeleceram uma aliança
com a Alemanha e conduziram a Rússia à Guerra Civil.
a Itália, sob a liderança de Mussolini, pôde organizar, financiada pela França, a marcha sobre
Roma.
se estabeleceu a nazificação alemã, que se fundamentou no armamentismo e na busca do “espaço vital”, ou seja, na geopolítica da conquista
territorial.
b) O surgimento de novos Estados-nações se fez
respeitando as tradições e instituições dos po-
O imperialismo e a Primeira Grande Guerra 1 5
vos antes reunidos nos impérios que desapareceram com a Primeira Guerra Mundial.
c) Os Tratados de Paz e os Tratados das Minorias
restabeleceram, no mundo contemporâneo, o sistema de dominação característica da Idade Média.
d) Apesar de os Tratados de Paz estabelecidos depois da Primeira Guerra terem tido algumas características arbitrárias em relação aos novos Estados-nações do Leste europeu, o desenvolvimento histórico destas regiões demonstra que
foi possível uma convivência harmoniosa e
gradativamente ocorreu a integração entre as
minorias e as maiorias nacionais.
e) Os Tratados de Paz depois da Primeira Guerra
conseguiram satisfazer os vários povos do Leste
europeu. O que perturbou a convivência harmoniosa foi o movimento de refugiados das revoluções comunistas.
19. Foi em 1894 que acabou o século XIX (...) De 1815
a 1914, a Europa (...) desfrutara um século de paz
(...) Nesse século, a burguesia pôde consolidar o
seu poder (...) E o imperialismo colonialista ia bem,
obrigado, na África e Ásia. A guerra de 1914 caiu
como uma bomba neste (paraíso).
História
A Primeira Grande Guerra descortinou uma série
de conflitos camuflados neste “paraíso” tais como:
a) a luta pelas terras conquistadas na América e a
manutenção do tráfico de escravos.
b) a disputa de mercados mundiais pelas nações
européias imperialistas como a Inglaterra, Alemanha e França e a opressão aos movimentos
nacionalistas na África e na Ásia.
c) a difusão do movimento socialista em países
como a Inglaterra e França com o advento da
Revolução Russa.
d) a disputa dos mercados consumidores europeus
pelas nações independentes da África e da Ásia.
e) a luta dos americanos e brasileiros pelo controle
dos mercados fornecedores de matérias-primas
japoneses e africanos.
20. A Primeira Guerra Mundial, que enfraqueceu a Europa em população e importância econômica:
a) acarretou a criação da Liga Pan Germânica encarregada de efetivar o Anschluss.
b) contribuiu para a concretização do Pacto
Germânico-Soviético de não agressão, firmado
entre Guilherme II e Nicolau II.
c) contribuiu para a formação, dentro da Sérvia de
sociedades secretas, tais como a Mão Negra fundada em 1921.
d) contribuiu para a criação de um clima favorável
para a aceitação dos princípios do socialismo utópico.
e) acarretou a difusão das idéias que apontavam
as contradições do liberalismo.
1 6 CP00 –23M19
Gabarito
a) 1, 4, 12, 14, 16, 18
b) 6, 11, 17, 19.
c) 2, 3, 5, 7, 8, 10
d) 9, 13, 15
e) 20
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