Tráfico de pessoas e conflito armado Nos conflitos armados em todo o mundo, governos e grupos armados cometem crimes de guerra, agridem os direitos humanos e atacam a população civil. WRITER-ID | 15 agosto 2013 Nos conflitos armados em todo o mundo, governos e grupos armados cometem crimes de guerra, agridem os direitos humanos e atacam a população civil. O conflito armado deixa os habitantes locais, incluindo homens, mulheres e crianças, vulneráveis à violência, abuso, exploração, prostituição forçada, trabalho forçado e recrutamento ilegal de crianças como soldados pelas forças do governo e os grupos armados. Da mesma forma, os refugiados e as pessoas internamente desalojadas (IDPs) lutam para sobreviver em situações precárias que as tornam altamente susceptíveis à exploração, incluindo o tráfico. Mulheres e meninas passam por situações muito difíceis durante e depois do conflito armado, e são particularmente vulneráveis à escravidão sexual. Os atuais conflitos globais colocam as populações em sérios riscos de tráfico. Por exemplo, os grupos armados ilegais da Colômbia recrutam crianças à força como combatentes, para o cultivo ilegal de entorpecentes ou para serem exploradas na prostituição. Membros de gangues e redes do crime organizado obrigam os colombianos vulneráveis, incluindo as pessoas desalojadas, ao tráfico sexual e ao trabalho forçado, especialmente a venda e transporte de drogas ilegais. A Colômbia é destino para o abuso sexual infantil de turistas estrangeiros dos Estados Unidos, Europa e outros países sul-americanos. Um outro exemplo disso é a Somália, onde o grupo militante al-Shabaab obrigou crianças somalis a se tornarem soldados ou as levou para a prostituição; algumas crianças que fogem da Somália em busca de refúgio nos países vizinhos, tais como o Quênia, são obrigadas a se prostituir ou a trabalhos forçados como pastores de rebanhos. Em Ruanda, mulheres e crianças em campos de refugiados são atraídas para a prostituição forçada na capital ou outros países da região, iludidas por falsas promessas de trabalho ou oportunidades de estudos. Na Síria, alguns trabalhadores imigrantes estrangeiros e refugiados iraquianos podem ser vítimas do tráfico e se expõem à violência, abuso e prisão por parte do governo e das forças da oposição. Os refugiados sírios são também vulneráveis ao tráfico nos países para onde fugiram. Mewael é um refugiado da Eritreia que foi levado à força por grupos criminosos do Sudão até a península egípcia do Sinai, onde foi mantido por meses e torturado por seus sequestradores, perdendo ambas as mãos. Sua história não é diferente das de milhares de outros imigrantes, refugiados e pessoas em busca de asilo, altamente vulneráveis, em todo o mundo – entre os quais vítimas de tráfico – que foram sequestrados nas fronteiras dos países que enfrentam conflitos internos. Copyright 2017 Diálogo Americas. All Rights Reserved.