Técnico Publicidade Disciplina: Mídia/Estatística Profª Vivian Moraes 1º Bimestre/2016 A MÍDIA NA SOCIEDADE E NA COMUNICAÇÃO Para evoluirmos no conceito de mídia precisamos retomar alguns assuntos trabalhados nos anos anteriores. Comunicação A comunicação começou desde a pré-história em que os primeiros seres humanos começaram se comunicar através de pinturas rupestres e de gestos. Comunicação é uma palavra de sentido amplo e como tal abre um leque de possibilidades em vários segmentos. Com o surgimento de novas tecnologias, além da sofisticação e aprimoramento de métodos de comunicação já existentes, afloram a cada dia, novas alternativas tornando mais dinâmicas as possibilidades de comunicação. Essa evolução na área de comunicação é parte integrante da própria evolução do homem e da sociedade, mesmo porque é sabido que a comunicação está diretamente ligado aos sentidos humanos. Então basta dizer que hoje é impossível o homem deixar seus sentidos de lado simplesmente ignorando-os e deixando de comunicar-se, ou seja, é impossível o homem viver isolado a margem da sociedade. Comunicação é um campo de conhecimento acadêmico que estuda os processos de comunicação humana. Entre as subdisciplinas da comunicação, incluem-se a teoria da informação, comunicação intrapessoal, comunicação interpessoal, marketing, publicidade, propaganda, relações públicas, análise do discurso, telecomunicações e Jornalismo. Também se entende a comunicação como o intercâmbio de informação entre sujeitos ou objetos. Deste ponto de vista, a comunicação inclui temas técnicos (por exemplo, a telecomunicação), biológicos (por exemplo, fisiologia, função e evolução) e sociais (por exemplo, jornalismo, relações públicas, publicidade, audiovisual e meios de comunicação de massa). A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Estão envolvidos neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: duas pessoas tendo uma conversa face a face, ou através de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a rede global de telecomunicações, a fala, a escrita que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca informacional. No processo de comunicação em que está envolvido algum tipo de aparato técnico que intermedia os locutores, diz-se que há uma comunicação mediada. O processo de comunicação é composto de três etapas subdivididas: 1. Emissor: é a pessoa que pretende comunicar uma mensagem, pode ser chamada de fonte ou de origem. 0 Técnico Publicidade Disciplina: Mídia/Estatística Profª Vivian Moraes 1º Bimestre/2016 a. Significado: corresponde à ideia, ao conceito que o emissor deseja comunicar. b. Codificador: linguagem no qual a mensagem é transmitida. Ela deve ser de conhecimento de ambos os envolvidos: emissor e destinatário. (visual, sonora, tátil). 2. Mensagem: é a ideia em que o emissor deseja comunicar. a. Canal: também chamado de veículo, é o espaço situado entre o emissor e o receptor. (Ex. Revista, livro, jornal, rádio, TV, ar, etc.) b. Ruído: é a perturbação dentro do processo de comunicação. 3. Receptor: é a etapa que recebe a mensagem, a quem é destinada. a. Descodificador: linguagem no qual a mensagem é decifrada para que possa ser compreendida. Ela deve ser de conhecimento de ambos os envolvidos: emissor e destinatário. (visual, sonora, tátil). b. Compreensão: é o entendimento da mensagem pelo receptor. c. Feedback: o receptor confirmar a mensagem recebida do emissor, representa a volta da mensagem enviada pelo emissor. Indústria cultural Texto de: Filipe Rangel Celeti Na virada do século XIX para o século XX, o mundo ocidental conheceu uma nova forma de produção cultural. O método de produção em larga escala, difundido por Henry Ford (Fundador da Ford Motors), começou a se estender. Os avanços tecnológicos possibilitaram o surgimento de novas formas de expressões artísticas e o estabelecimento de novas relações entre o público e a arte. O cinema, por exemplo, é uma dessas expressões. A gravação de determinada sequência de cenas pode ser copiada e o filme pode ser visto por diversas pessoas em diversos lugares do 1 Técnico Publicidade Disciplina: Mídia/Estatística Profª Vivian Moraes 1º Bimestre/2016 mundo. É certo que essa possibilidade de alcançar muitas pessoas é boa. Porém, alguns filósofos perceberam que havia algo não tão positivo nessa nova realidade. Os filósofos alemães, Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1903-1969), observando esse novo momento do fazer artístico, cunharam o termo “indústria cultural”. Indústria cultural é o termo usado para designar esse modo de fazer cultura, a partir da lógica da produção industrial. Significa que se passou a produzir arte com a finalidade do lucro. Para se obter lucro com o cinema, por exemplo, é preciso fazer um filme que agrade o maior número de pessoas. Dessa forma, criam-se alguns padrões, como o vilão e o mocinho, as histórias de amor, os finais felizes. No fundo, toda a produção artística fica padronizada e não há espaço para o novo. Todo esse processo de padronização ocorre também no universo da música. Um ritmo ou artista de sucesso logo é “copiado”, não possibilitando aos ouvintes a escolha, já que é tudo muito parecido. Outro problema é que não há mais espaço para a liberdade de criação. No caso da música, a composição precisa estar de acordo com o produtor musical, com o empresário, com o dono da gravadora. No fundo, a lógica da produção artística é a mesma da produção industrial, onde cada um “aperta um parafuso” sem conhecer todo o processo. O importante é sempre vender muitos álbuns, não importando muito a qualidade musical. Essa indústria da cultura, produzindo essa cultura para as massas, faz com que se entre num círculo vicioso. A indústria define qual tipo de arte pode ser consumido; e parte do público que não se rebelou com os padrões impostos passa a perder a sua capacidade de julgar e de perceber algo bom. Com isso, a indústria cultural passa a produzir mais arte de péssima qualidade e o público consome essa arte. Disso resulta arte sempre com qualidade inferior e público sempre com gosto inferior. A indústria cultural idealiza produtos adaptados ao consumo das massas, assim como também pode determinar esse consumo trabalhando sobre o estado de consciência e inconsciência das pessoas. Ela pode ainda ter função no processo de acumulação de capital, reprodução ideológica de um sistema, reorientação de massas e imposição de comportamento. A intenção da indústria cultural não é promover um conhecimento, porque conhecer levanta questionamentos, rompe paradigmas e necessita de novas respostas. Esse sistema incorpora nos participantes uma nova necessidade: a “necessidade do consumo”, geradora de mercadorias próprias para a venda e vinda do capitalismo e desta forma é possível representar e incentivar o produto ao invés do conhecimento. O conhecimento, por sua vez, se torna produto da elite e é sobre esses aspectos que Adorno e Horkheimer questionam quando tratam de indústria cultural. Sobre a forma pela qual as artes e o conhecimento humano são tratadas e se tornaram de fácil manipulação. Entretanto, do mesmo grupo de amigos de Adorno e Horkheimer, o filósofo Walter Benjamin (1892-1940) via algo bom no fato de essa arte alcançar diversas pessoas. Para Benjamin há uma democratização da arte. A possibilidade de copiar o que se produz é a possibilidade de levar cultura para um maior número de pessoas. A fotografia possibilita que se observe um quadro de um museu distante, sem a necessidade de o observador ter de se deslocar. O cinema possibilita o 2 Técnico Publicidade Disciplina: Mídia/Estatística Profª Vivian Moraes 1º Bimestre/2016 mesmo. Mesmo a fotografia e o cinema sendo um fragmento do olhar de quem estava por trás da câmera é possível levar esse pedaço do mundo para outras pessoas. Além disso, com o avanço tecnológico, é possível que mais pessoas tenham acesso às ferramentas para a produção cultural. Benjamin não viu o mundo tecnológico que temos hoje, mas o que ele pensou pode ser observado. O barateamento da tecnologia permitiu que muitos artistas gravassem em estúdios improvisados nas suas garagens e quartos. O computador é uma dessas ferramentas que possibilitam uma abertura para o mundo, democratizando o acesso à cultura. Comunicação de massa Entende-se como comunicação de massa a disseminação de informações através de jornais, televisão, rádios, cinema e também pela Internet, os quais se reúnem em um sistema denominado mídia. A comunicação de massa tem a característica de chegar a uma grande quantidade de receptores ao mesmo tempo, partindo de um único emissor. As sociedades receptoras geralmente são urbanas e complexas e passam por processos múltiplos e dinâmicos em que há um grande poder da mídia sobre seus habitantes. A comunicação humana pode ser classificada em dois aspectos distintos, sendo desenvolvida em vários campos de naturezas diferentes: a comunicação em pequena escala e a comunicação de massa. Nos dois casos, o ser humano começou a lidar com utensílios para auxiliar e tornar potente o processo de produzir, enviar e receber mensagens. A tecnologia se tornou aliada de tal comunicação humana, além de passar a participar da rotina da humanidade ao longo de seu desenvolvimento. A importância dos meios de comunicação de massa Explica-se o termo “comunicação de massa” pela ideia de transmitir e disseminar uma mensagem para o maior número de pessoas possível. Para que isso ocorra, é necessário que os meios utilizados para a transmissão consigam atingir uma grande população. Portanto, podemos considerar que a televisão, o rádio, os jornais e mais recentemente, a internet, são mídias de comunicação de massa. A característica dessa comunicação é que a mensagem parte de um único emissor para inúmeros receptores, o que torna o envio da mensagem mais ágil, fácil e amplo. Muitos estudiosos consideram que esse tipo de interação não pode ser considerado comunicação, pois em seu significado mais arcaico, comunicação é uma via de mão dupla, sendo assim, essas mídias deveriam apenas ser chamadas de veículos de massa. Seja o nome que for, o que se pode afirmar é a importância e a grande influência que essas mídias possuem sobre uma sociedade. Podemos encontrar grandes vantagens na utilização desse tipo de comunicação, pois é através dele que informações atingem de forma rápida e 3 Técnico Publicidade Disciplina: Mídia/Estatística Profª Vivian Moraes 1º Bimestre/2016 eficiente uma sociedade, atraindo a atenção das pessoas para diversos assuntos. Por outro lado, há também desvantagens, pois antes de qualquer coisa, são formadores de opinião, chegando muitas vezes a impor essa opinião individual do emissor para todos os seus receptores, influenciando a formação de opinião pública favorável ou desfavoravelmente sobre pessoas, grupos e organizações. A mídia mais atacada por essa teoria é a Televisão. Para muitos ela é o meio de comunicação mais poderoso e persuasivo, pois é modeladora e passiva, “bombardeando” mensagens prontas para seus expectadores sem dar tempo para que haja reflexão sobre o assunto, sendo condicionados assim para uma só opinião. Isso gera a indústria cultural que reflete em uma sociedade alienada e facilmente comandada. Muitos afirmam que não há democracia na comunicação em massa, pois mesmo que os receptores tenham diversas opções para escolher suas fontes e meios de informações, isso é apenas uma falsa ilusão de livre arbítrio, pois todas as fontes enviaram a mensagem como acham que devem ser transmitidas e não como elas verdadeiramente são. Hoje em dia, o meio de comunicação de massa mais “democrático” é a Internet, pois você pode tanto receber quanto emitir uma mensagem, podendo atingir grandes públicos, tornando-se assim um formador de opinião também. De qualquer forma, dentro de todos os seus pontos positivos e negativos, os meios de comunicação em massa são essenciais dentro de uma sociedade. Quando utilizados com cautela e Inteligência, são grandes fontes de informações e auxiliam para o bem estar da sociedade. Tipos de meios de comunicação Para introduzir o conceito dos tipos de comunicação, abordamos os argumentos de Dizard (2000, p. 23). "As atuais mudanças são a terceira grande transformação nas tecnologias da mídia de massa nos tempos modernos. A primeira aconteceu no século XIX, com a introdução das impressoras a vapor e do papel de jornal barato. O resultado foi a primeira mídia de massa verdadeira - os jornais "baratos" e as editoras de livros e revistas em grandes escalas. A segunda transformação ocorreu com a introdução da transmissão por ondas eletromagnéticas - o rádio em 1920 e a televisão em 1939. A terceira transformação na mídia de massa - que estamos presenciando agora - envolve uma transição para a produção, armazenagem e distribuição da informação e entretenimento estruturadas em computadores. Ela nos leva para o mundo dos computadores multimídia, compact discs, banco de dados portáteis, redes nacionais de fibras óticas, mensagens enviadas por fax de última geração, páginas de Web e outros serviços que não existiam há 20 anos". Podemos citar os meios de comunicação de massa mais comuns: Televisão, Rádio, Revistas, Internet, Livros e o Cinema. 4 Técnico Publicidade Disciplina: Mídia/Estatística Profª Vivian Moraes 1º Bimestre/2016 Os meios de comunicação de massa: • • Podem ser usados tanto para fornecer informações úteis e importantes para a população, como para alienar, determinar um modo de pensar, induzindo certos comportamentos e aquisição de certos produtos, por exemplo. São a principal ferramenta para a indústria do marketing, são neles que as propagandas, as campanhas publicitárias chegam ao público, a população. Cultura superior, cultura média e cultura de massa Dwight Mcdonald fala na existência de três formas de manifestação cultural: superior, média e de massa: • • • Cultura de massa é uma cultura ''inferior'' Cultura média é designada também pela explosão midcult, que remete ao universo dos valores pequeno-burgueses. Cultura de massa é chamada de masscult. O que abrange o rótulo cultura superior. São todos os produtos canonizados pela crítica erudita – como, por exemplo, as pinturas do renascimento e as composições de Bethoven. Há dificuldade na distinção entre essas formas culturais contínuas quando se pretende estabelecer uma relação entre elas e as classes sociais. A midcult surge como subproduto da indústria cultural. Nesse processo, ela se diferencia da masscult: por tomar emprestado procedimentos da cultura superior, desbastando-os, facilitando-os: • • por usar esses procedimentos quando eles já foram consumidos; por vendê-los como cultura superior. Cultura Popular e Cultura Pop A oposição entre cultura superior e de massa é considerado imprescindível para a caracterização da indústria cultural. A cultura popular é uma das fontes de uma cultura nacional, a cultura de massa é chamada cultura pop. Ainda hoje uma parte considerável da sociedade comporta-se perante os produtos da cultura pop do mesmo jeito como a sociedade de algumas décadas atrás deportou diante, exatamente, da arte pop. É possível pensar numa aliança entre a própria cultura popular e os veículos da cultura pop, que são os da indústria cultural. 5 Técnico Publicidade Disciplina: Mídia/Estatística Profª Vivian Moraes 1º Bimestre/2016 A Mídia e o Quarto Poder O quarto poder é uma expressão utilizada para demonstrar o quanto a mídia e os meios de comunicação de massa exercem influência e poder na sociedade, tanto quanto os três poderes do Estado Democrático (Legislativo – que cria as leis, Executivo – que executa as leis e Judiciário – que fiscaliza as leis). O quarto poder entra em cena como “cão de guarda” da sociedade a partir do momento que tem o objetivo de fiscalizar estes 3 poderes e denunciar, investigar e levar à conhecimento do público a atuação correta ou não de cada um deles, seja sobre atos ilegais e ilícitos, corruptos e incorretos, em diversos setores, principalmente Político. Entretanto, o cenário atual do quarto poder se desvirtuou e hoje ele se instala entre a informação livre e o espectador obstáculos comunicacionais compostos por circulação de mais e mais informação, o chamado “bombardeio informativo”, recheado de novas roupagens que desviam a atenção e/ou superficializam o conteúdo, em uma espécie de “manobra” para que o receptor não perceba quais outras informações lhe são ocultadas e dissolvidas pela “censura”. Dessa forma, o amplo recebimento de numerosas informações limita o acesso à informação. Esse mecanismo atrofia inclusive o desenvolvimento intelectual da “massa”, bloqueando o caminho e a construção de uma opinião pública realmente formada e consistente. O quarto poder não representa mais – não em sua totalidade – o conceito de fiscalizar os poderes e nortear os cidadãos. Por ele agora passam filtros que são geridos por interesses particulares, amputando informações, direcionando olhares, minando o funcionamento intelectual, em uma verdadeira democracia de faz de conta. Trechos do artigo: A Mídia e o Quarto Poder, de Gennaro Portugal Ciotola: O presente artigo se propõe a esclarecer de que forma a mídia atuou e tem atuado na história da república brasileira. A ela sempre coube um papel de destaque atuando quase de forma invisível, mas permanentemente influenciando nas ações de governo e no comportamento da sociedade, extrapolando em muitos momentos o seu principal papel de bem informar de forma isenta o povo brasileiro. É fácil constatar a enorme influência da mídia na política. A política e os políticos trabalham com um material especial, que é a credibilidade. A matéria prima da política é a credibilidade, um capital simbólico. Ora, a mídia é o meio de produção desse capital, tanto para construí-lo, como para destruí-lo, como é o caso do escândalo político. Quando se fala em mídia como quarto poder é necessário ressaltar, de imediato, que esse assim chamado poder também ser um poder usurpado. Isso por que esse poder que a mídia se atribui não lhe foi conferido pelo povo, origem do poder legítimo nas sociedades democráticas. A mídia se arrogou esse poder por conta própria, sem levar em conta a população, mas baseada apenas em sua 6 Técnico Publicidade Disciplina: Mídia/Estatística Profª Vivian Moraes 1º Bimestre/2016 força econômica, política e ideológica, acumpliciando-se a setores da classe política. Ninguém conferiu esse poder a ela. A força da mídia não esta apenas em construir a realidade, mas também em ocultá-la. Quem tem poder para difundir noticias, tem poder para manter segredos e difundir silêncios. Podemos concluir que uma parte do que de importante ocorre no mundo, ocorre em segredo e em silencio, fora do alcance dos cidadãos. A média de horas que um brasileiro fica diante da TV é de 4 horas, recebendo uma grande 'carga de informação', porém cabe a nós perceber que a midia não é onipotente. Devemos exercer de forma pacifica e legitima o nosso poder, diria o quinto poder, lutando pela democratização dos meios de comunicação, pois com isso certamente a mobilização popular e as iniciativas de mudanças serão muito mais fáceis e rápidas. Fonte: http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia-do-brasil/a-midia-quarto-poder.htm 7