a dignidade humana e a clonagem. análi- se - PUC

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Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – I SSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimen to Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
A DIGNIDADE HUMANA E A CLONAGEM. ANÁLISE BIOÉTICA.
Geciane Gomes
Newton Aquiles von Zuben
Faculdade de Filosofia
Centro de Ciências Humanas e
Sociais Aplicadas
[email protected]
Ética e Epistemologia
Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
[email protected]
Resumo: Neste projeto haverá uma abordagem sobre
a clonagem humana de acordo com análise bioética e
como a dignidade humana faz-se e encontra-se intrínseca na tecnociência, que instrumentaliza o ser humano.
Palavras-chave: Bioética, clonagem, dignidade.
Área do Conhecimento: Ciências Humanas –
Filosofia – Fapic.
Texto
O filósofo e cientista político Francis Fukuyama esclarece o conceito de dignidade humana diferenciando-o
do conceito de respeito, para depois engendrar na
religião, na filosofia e na ciência em busca dos mais
tradicionais aos mais modernos significados do termo.
[1]
Num capítulo específico da obra Nosso Futuro PósHumano, intitulado como Dignidade Humana, Francis
Fukuyama defende primeiramente que a dignidade
não equivale a respeito, mas é uma parcela dele. Segundo Fukuyama, respeito significa o mesmo que reconhecimento, enquanto dignidade significa essência.
O reconhecimento ou respeito é a igualdade de um ser
humano diante das diversidades da sociedade democrática liberal, seja no âmbito financeiro, político, cultural, ou, como previsto na bioética que é o foco da obra,
genético. A essência ou dignidade é a base que contém o mínimo de respeito latente que iguala todos os
seres humanos independente das suas diferenças
acidentais, pois se encontra presente em cada ser
humano. [1]
Assim, temos a dignidade como o elemento independente de todos os acidentes diferenciadores entre os
seres humanos capaz de torná-los iguais. A fim de
vulgarizar o termo dignidade humana e facilitar o sentido de sua explicação, Fukuyama utiliza a expressão
Fator X. [1]
Logo, são apresentadas pelo próprio autor da expressão as questões sobre o que é e de onde vem tal fator. É quando Fukuyama apresenta a religião, a filosofia e a ciência com alguns de seus respectivos representantes e suas respostas. Para os cristãos, vem de
Deus. Para Kant, é a escolha moral. Ambas as respostas são rejeitadas pelos
cientistas empíricos. Então, ocorre o choque entre a
tradição e a modernidade: a primeira não aceita a
instrumentalização humana, já a segunda não aceita
análise imaterial sobre o humano. [1]
O geneticista Axel Kahn, juntamente com o jornalista
Fabrice Papillon, em sua obra A Clonagem em Questão, no capítulo Clonagem e Dignidade Humana, alerta para a necessidade de uma ética moderna, que
encare os problemas da atualidade, que acompanhe
o avanço tecnológico e a revolução genética, pois a
ética tradicional pertence a um tempo em que não se
cogitava a clonagem reprodutiva humana, por exemplo. [3]
Podemos destacar que moralmente o principal risco
da manipulação de genes a fim de compor um ser
idêntico ao humano, ou seja, um clone humano, é o
eugenismo, que Kahn e Papillon refutam enquanto
exemplifica seus temores baseado na história da clonagem, seguida da possibilidade do clone tornar-se
indigno na sociedade e mero depósito de órgãos. [3]
Ainda que defendam a atualização ética acerca do
assunto da clonagem, Kahn e Papillon recordam a
tese clássica de Kant de que o homem deve ser tratado como um fim em si mesmo e não como um meio,
como uma tese válida ainda hoje. [3]
O domínio atual do homem sobre a natureza é vasto
e tende a ser crescente, mas carece de uma ética
influente própria da atualidade. O futuro deste mundo
tecnocientífico é incerto se as atitudes humanas possuem orientações inseguras ou até mesmo descompromissadas com o outro. O mais prudente é encarar
os desafios gerados pela tecnociência conforme surgem. Cabe a ética ser debatida, atualizada e influente. [2]
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – I SSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimen to Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
REFERÊNCIAS
[1] Fukuyama, Francis. Nosso Futuro Pós-
Humano. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.
[2] Hogemann, Edna Raquel Rodrigues Santos.
Conflitos Bioéticos: O Caso da Clonagem Humana. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.
[3] Kahn, Axel; Papillon, Fabrice. A Clonagem
em Questão. Lisboa: Instituto Piaget, 1998.
PARECER : Geciane Gomes, durante esse período, teve um rendimento muito bom na compreensão manifesta nos textos e nos debates
em grupo.
Seus textos revelaram sempre maturidade, domínio da temática e boa expressão no campo
da filosofia. Sua linguagem é clara, concisa e
sua argumentação bem articulada. Nestes últimos dias, por problemas pessoais, não conseguiu completar a redação mais expandida, o
que será feito no texto definitivo para publicação. Isso não tira, fique registrado, o grande
mérito de seu trabalho. Na minha avaliação
seu aproveitamento foi muito bom..
Newton Aquiles von Zuben – orientador.
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