Avaliação de desempenho ambiental na construção civil: panorama histórico e metodológico Ruani Burock dos Santos (1) Paula de Castro Brasil (2) (1) Graduanda em Arquitetura e Urbanismo e Bolsista de Iniciação Científica na Universidade Estácio de Sá – UNESA. E-mail: [email protected] (2) Professora dos cursos de Arquitetura e Engenharia Civil da Universidade Estácio de Sá UNESA, Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Brasil E-mail: [email protected] Resumo: A problemática dos impactos ambientais gerados na produção de edificações tem exigido do setor da construção civil novas posturas no modo de pensar o ciclo de vida das edificações. Diante da necessidade de produzir edificações visando a sustentabilidade, surgiram ao longo da história Sistemas de Certificação de Desempenho Ambiental de Edifícios, de caráter internacional, que vêm sendo usadas no cenário brasileiro. Com isso, o objetivo deste trabalho foi promover uma análise comparativa destes sistemas de certificação, realizando uma discussão sobre as metodologias de avaliação. Como resultado, foi possível observar que as certificações contribuem para a inserção de diretrizes de sustentabilidade nas etapas do processo de projeto, aumentando o desempenho ambiental dos empreendimentos certificados. Entretanto, estas metodologias não são condicionantes para a produção de edificações sustentáveis. Palavras-chave: Certificação ambiental, desempenho ambiental e sustentabilidade Abstract: The issue of environmental impacts in the production of buildings has required the construction of new postures sector in thinking the life cycle of buildings. Faced with the need to produce buildings for the sustainability emerged throughout history Certification Systems Environmental Performance of Buildings, international in character, which have been used in the Brazilian scenario. Thus, the aim of this study was to carry out a comparative analysis of certification systems, conducting a discussion of the valuation methodologies. As a result, it was observed that the certifications contribute to integration of sustainability guidelines on the steps of the design process, improving the environmental performance of certified enterprises. However, these methodologies are not conditions for the production of sustainable buildings. Keywords: Environmental certification, environmental performance and sustainability 1. INTRODUÇÃO Os métodos de avaliação de desempenho ambiental de edifícios tornaram-se uma forte tendência para o mercado de construções sustentáveis na década de 90. O primeiro sinal da necessidade de se avaliar o desempenho ambiental de edifícios veio exatamente com a constatação que, mesmo os países que acreditavam dominar os conceitos de projeto ecológico, não possuíam meios para verificar quão "verdes" eram de fato os seus edifícios. Como seria comprovado mais tarde, edifícios projetados para sintetizar os conceitos de construção ecológica freqüentemente consumiam ainda mais energia que aqueles resultantes de práticas comuns de projeto e construção (SILVA; FINEP, 2007). Outro incentivo relevante é que os selos e as certificações ajudam a demonstrar o desempenho do edifício e os esforços realizados para a redução do consumo de recursos naturais, desperdícios na construção e para o aumento da qualidade de vida das pessoas envolvidas com a edificação. Além disso, o fato de receber uma certificação ou um “selo verde” garante a credibilidade e o compromisso da edificação com a sustentabilidade diante de um mercado que se torna a cada dia mais competitivo e que tem utilizado o tema sustentabilidade como “marketing verde” para divulgar o produto arquitetônico. Segundo Krause (2007), os métodos de avaliação atuam nas etapas de programação da edificação, auxiliam na orientação do planejamento de edifícios sustentáveis e nas simulações para verificar o desempenho. Com isso apóiam as etapas de projeto básico e projeto executivo. Alguns desses métodos também avaliam edifício já em operação. Diante dos sistemas de avaliação de desempenho já desenvolvidos por diversos países, o presente trabalho aborda algumas das principais metodologias internacionais de avaliação da qualidade ambiental a fim de identificar a evolução do uso das certificações ambientais no Brasil. 2. METODOLOGIAS DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2.1 Building Reserach Establishment Environmental Assesment Method (BREEAM) O BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) foi o primeiro método de avaliação de desempenho ambiental. Desenvolvido pelo Building Research Establishment (BRE) na Inglaterra em 1990, contém exigências de caráter prescritivo com foco no interior da edificação, no seu entorno próximo e no meio ambiente. Essa metodologia oferece um processo de avaliação baseado em auditoria externa aplicadas nos estágios de projeto, gerenciamento e operação, e revisão pós construção em edifícios de escritório, industrias, residenciais e comerciais. A avaliação ocorre sob o sistema de pontuação nos seguintes aspectos: Gestão; Saúde e Bem Estar; Energia; Transporte; Água, Materiais; Uso do Solo; Ecologia e Poluição (BRASIL, 2010). Para receber a certificação BREEAM nas etapas de projeto e execução a edificação em análise deve preencher mais de 25% dos itens avaliados, ou seja, no mínimo de 200 pontos (25%) para ser aprovada. Os níveis de classificação podem variar de acordo com a pontuação recebem o conceito “Bom” com mais de 300 pontos (37,5%), “Muito Bom” com no mínimo 380 pontos (47,5%) e “ Excelente” com no mínimo 490 pontos (61,3%) (BREEAM, 2014). Já nas etapas de gestão e operação é necessário que a edificação adquira no mínimo 160 pontos (21,1%), 280 pontos (36,9%) para receber o conceito “Bom”, 400 pontos (52,8%) para o “Muito Bom” e 520 pontos (68,6%) para o conceito Excelente. Esse método avalia edificações do tipo escritórios, residenciais, industriais e espaços comerciais (figura 1). FIGURA 1 – Critérios de avaliação no processo BREEAM. Fonte: Adaptado de SILVA; FINEP (2007). 2.2 Building Environmental Performance Assessment Criteria (BEPAC) Em 1993 foi lançado o BEPAC (Building Environmental Performance Assessment Criteria) que é a primeira versão canadense para avaliação do desempenho ambiental de edifícios. Trata-se de um método padronizado e abrangente desenvolvido exclusivamente para a avaliação do desempenho ambiental de edifícios comerciais novos ou existentes (BRASIL, 2010). O método é orientado a incentivos, para guiar e encorajar o mercado a valorizar práticas com maior responsabilidade ambiental e padrões de desempenho mais elevados. Os edifícios poderão ser certificados de acordo com a qualidade ambiental de seu projeto e gestão (COLE; ROUSSEAU; THEAKER, 1993). Segundo Silva; FINEP (2007), a estrutura do BEPAC distingue critérios de projeto e de gestão separados para o edifício-base e para a tipologia de ocupação. Estes créditos estão distribuídos em quatro módulos: (1) projeto do edifício base; (2) gestão do edifício-base; (3) projeto da ocupação (defaults de ocupação); e (4) gestão da ocupação (figura 2). Cada módulo é avaliado segundo cinco categorias: 1. proteção da camada de ozônio; 2. impacto ambiental do uso de energia; 3. qualidade do ambiente interno; 4. conservação de recursos; 5. contexto de implantação e transporte. FIGURA 2 – Estrutura do BEPAC. Fonte: Adaptado de SILVA; FINEP (2007) Para determinar os créditos correspondentes, os pontos obtidos em cada critério são multiplicados por fatores de ponderação. Esta ponderação procura refletir a significância e prioridade em relação aos demais critérios na mesma categoria, ou o esforço necessário para atender ao critério estipulado (SILVA; FINEP, 2007). A ponderação de critérios é conduzida apenas dentro das categorias de impacto. Devido às diferenças fundamentais entre as categorias, elas não são ponderadas entre si. O resultado final da avaliação traz, portanto, o total de créditos obtidos em cada uma das cinco categorias e, no certificado concedido, os créditos obtidos são mostrados em relação ao valor máximo possível para cada critério. 2.3 Selo Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) foi desenvolvido pelo United States Green Building Council (USGBC) em 1996 e a teve a primeira versão publicada em 1999. Baseado em padrões científicos, o LEED enfatiza estratégias para o desenvolvimento sustentável do espaço, aproveitamento de água, eficiência energética, seleção de materiais e qualidade ambiental interna (USGBC, 2014). A metodologia é dividida por tipologias: LEED-NC para construções novas e grandes reformas; LEED-EB para edifícios em uso; LEED-CI para interiores comerciais; LEED-CS para envoltória; LEED-Homes para residenciais; LEED-Homes para residenciais; LEED –ND para desenvolvimento de bairros e loteamentos (figura 3). FIGURA 3 – Portfólio das ferramentas LEED. Fonte: autoras (2014) A avaliação ocorre através do somatório de pontos obtidos em seis áreas principais: Sítios sustentáveis, Uso eficiente de água, Energia e atmosfera, Materiais e recursos, Qualidade do ambiente interno, Inovação e projeto. O total da pontuação indica se o empreendimento está apto para ser certificado e o nível da certificação pode ser platina, ouro, prata e apenas certificado no caso da edificação receber a pontuação mínima (BRASIL, 2010). Segundo dados do Green Building Council Brasil 2014, o programa desenvolvido pelo sistema LEED contempla além da certificação, suporte profissional, treinamento e recursos práticos. Esse sistema de certificação vem tentando se internacionalizar atuanto atualmente em 141 países, através da formação de consultores com conhecimento acerca do processo LEED, e da implantação de empresas terceirizadas com auditores que analisam os documentos enviados pelo empreendedor referentes à comprovação do cumprimento dos prérequisitos para obter a certificação. A certificação LEED é a mais utilizada no Brasil. 2.4 Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency (CASBEE) A metodologia japonesa CASBEE foi desenvolvida em 2002 pelo Japan Sustainability Building Consortium e é aplicada em edifícios comerciais, escolares, restaurantes, hospitais, hotéis e residenciais. É dividida em quatro ferramentas de avaliação: pré-projeto e projeto para edifícios novos e certificação ambiental e pós-projeto para edifícios existentes (tabela 1). TABELA 1 – Suíte de ferramentas de avaliação que compõem o CASBEE. Fonte: Adaptado de SILVA; FINEP, 2007. O CASBEE propõe aplicar o conceito de sistemas fechados (um espaço hipotético encerrado pelos limites do terreno) para determinar a capacidade ambiental relacionada ao edifício a ser avaliado (Figura 4). Este limite hipotético define e distingue claramente o espaço dentro dos limites do terreno (ambiente como propriedade privada), e o espaço fora dos limites do terreno (ambiente como propriedade pública). FIGURA 4 – Estrutura conceitual do CASBEE. Fonte: Adaptado de SILVA; FINEP (2007) As edificações são avaliadas através do preenchimento de fichas que abordam os seguintes aspectos: consumo de energia, uso de recursos críticos, ambiente local e interno. Após essa análise é gerado um formulário com a pontuação obtida e um formulário com o desempenho da edificação. 2.5 Processo AQUA-HQE O processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) desenvolvido a partir da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environmentale) é aplicado no Brasil pela Fundação Vanzolini. Em 2013 os organismos de certificação residencial-QUALITEL e não-residencialCERTIVEA desenvolveram a Rede Internacional de certificação HQE, uma unificação de critérios e indicadores para todo o mundo, cujo órgão certificador passa a ser a Cerway, sempre fundamentado nas premissas da certificação HQE francesa (VANZOLINE, 2014). Todos os referenciais de certificação tem um alinhamento de parâmetros para permitir a comparação dos valores avaliados, porém os níveis de exigência respeitam as especificidades e diferenças de cada país. A Fundação Vanzolini ao celebrar um acordo de cooperação com o CERWAY passou a ser a representante no Brasil da rede de certificação HQE e o Processo AQUA transformau-se em AQUA-HQE. Desde seu lançamento em 2008 o Processo AQUA propõe um novo olhar para sustentabilidade nas construções brasileiras; seus referenciais técnicos foram desenvolvidos considerando a cultura, o clima, as normas técnicas e a regulamentação presentes no Brasil, mas buscando sempre uma melhoria contínua de seus desempenhos. Mantendo a base conceitual francesa, o AQUA estrutura-se no Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE) e na Qualidade Ambiental da Edificação (QAE). O Sistema de Gestão avalia além do comprometimento do empreendedor, a implantação e o funcionamento da estrutura organizacional, competência dos envolvidos, contratos, comunicação, planejamento. Esse acompanhamento e análise possibilitam a tomada de ações corretivas e aprendizagem através do balanço do empreendimento a partir eventuais problemas observados ao longo do empreendimento e das pendências constatadas na vistoria de entrega (BRASIL, 2010). Já o referencial da Qualidade Ambiental do Edifício corresponde a catorze critérios para avaliar o desempenho arquitetônico e técnico da construção sendo baseadas nos critérios de desempenho. O edifício é avaliado em função do desempenho em cada uma das catorze categorias sendo possível o alcance dos níveis Bom, Superior ou Excelente. Para receber a certificação, os edifícios precisam alcançar no mínimo três resultados excelentes e sete bons (figura 5). . FIGURA 5 - Perfil da QAE mínimo necessário para receber a certificação. Fonte: BRASIL (2010) Com relação à vida útil do edifício, os empreendimentos certificados pela metodologia AQUA devem apresentar um plano que assegure o desempenho do edifício durante o seu uso considerando aspectos de operacionalização e manutenção dos critérios avaliados. 3. RESULTADOS OBTIDOS Após análise das metodologias de certificação ambiental mais utilizadas no mundo, foi possível observar que as certificações ambientais estudadas avaliam os empreendimentos a partir do somatório de pontos das categorias de cada certificação . Se o empreendimento atinge a pontuação mínima necessária recebe a certificação. Por ser um sistema de somatório de pontos, e a avaliação acontecer sob o produto final, é possível abandonar alguns critérios da certificação (categorias) e atingir a pontuação necessária somente com os critérios escolhidos pelo empreendedor. No AQUA não é possível abandonar algum critério ou escolher quais itens pontuar. No entanto, se algum item não se adequar a edificação, é possível justificar os motivos pelos quais esse requisito não se aplica ao projeto ou construção. Além disso, todas as categorias possuem o mesmo peso, o que confere uma avaliação mais completa no que se refere as áreas que envolvem o tema sustentabilidade. As metodologias de avaliação não abordam o tema sutentabilidade social, embora algumas como o LEED e o AQUA, apresentem preocupações voltadas para os profissionais que atuam no canteiro de obras, a informalidade na cadeia produtiva e em relação aos impactos da edificação no seu entorno. Torna-se fundamental que cada país possua a sua própria metodologia de certificação ambiental. Para a aplicabilidade de certificações internacionais há a necessidade de adaptação com relação as condicionantes climáticas, normas, legislações e cultura do setor da construção civil. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do estudo dos métodos de avaliação ambiental foi possível observar a necessidade das metodologias abordarem critérios de sustentabilidade gerais correspondentes as questões culturais do setor da construção no país e critérios específicos para cada região, em função do clima, vegetação e materiais regionais. Todos estes métodos partilhavam o objetivo de encorajar a demanda do mercado por níveis superiores de desempenho ambiental, provêem avaliações ora detalhadas, para o diagnóstico de eventuais necessidades de intervenção no espaço construído, ora simplificadas, para orientar projetistas ou sustentar a atribuição de selos ambientais para edifícios. É fundamental ressaltar que os métodos de avaliação ambiental são importantes ferramentas para orientar os profissionais da AEC, e que requerem maior integração entre os envolvidos nas etapas do processo de projeto, o que inclui a participação dos especialistas (acústica, energia, entre outros) Para que o produto final edificado, atinja melhores níveis de desempenho ambiental, é necessário que ocorram mudanças nas etapas do processo de projeto a fim de inserir critérios de sustentabilidade e, consequentemente, elevar qualidade da edificação, no sentido da sustentabilidade. Ressalta-se também que inserir critérios de sustentabilidade no processo de projeto não é somente uma questão metodológica e sim uma questão de mudança de paradigmas no setor da construção civil, seja esse privado ou público. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Association HQE – Haute Qualité Environnementale, Statuts de l'Association, Disponível em <http://assohqe.org/hqe/IMG/pdf/STATUTS.pdf>. Acesso em março de 2014. BRASIL, P. ; SALGADO, M. S. . A importância da gestão do processo de projeto na durabilidade das edificações. In: XIV Encontro Nacional de Tecnologia de Ambiente Construído, 2012, Juiz de Fora. ENTAC 2012. Juiz de Fora: UFJF/ANTAC, 2012 BRASIL, Paula. Diretrizes para um modelo de gerenciamento do processo do projeto em edificações sustentáveis. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Fluminense. 2010 BREEAM: BRE Environmental Assessment <http://www.breeam.org>. Acesso em: 03.04.14 Method. Home Page. Disponível em: CIB - INTERNATIONAL COUNCIL FOR RESEARCH AND INNOVATION IN BUILDING AND CONSTRUCTION Agenda 21 for Sustainable Construction in Developing Countries – A discussion document CSIR Building and Construction Technology, Pretoria, 2002. FUNDAÇÃO VANZOLINE. Disponível em: http://www.vanzolini.org.br/hotsite-aqua.asp. Acesso em 28.09.2014. GREEN GLOBES. The Practical Building Rating <http://www.greenglobes.com>Acesso em janeiro de 2014. System. Disponível em GREEN BUILDING COUNCIL. LEED: Leadership in Energy and Environmental Design. Disponível em: http://www.usgbc.org/leed. Acesso em abril de 2014. KAATZ, E.et al. Advancing key outcomes of sustainability building assessment. Building Research and Information, v. 34, n. 4, p. 308-320, 2006. KRAUSE, Cláudia Barroso. Sustentabilidade e arquitetura: Histórico e abordagem do estado da arte. Rio de Janeiro, 2007. POUCHARD, L. C. e CUTTING-DECELLE, A. Ontologies and standard-based approaches to interoperability for concurrent engineering, Em: Concurrent Engineering in Construction Projects. p. 118 – 160, organizadores: ANUNBA, C. J., KAMARA, J. M., E CUTTING-DECELLE, A., Editora Taylor and Francis, Nova Iorque: EUA, 2007 SILVA, V. Metodologias de avaliação de desempenho ambiental de edifícios. FINEP. São Paulo, 2007 AGRADECIMENTOS As autoras agradecem a Capes pela bolsa de doutorado e a UNESA pela bolsa de iniciação científica e incentivo à pesquisa.