[1.000] Considerando as observações sobre as retranslocações de N e P na folha e ligação entre teores no solo e teores na liteira discutidas no artigo, avalie qual dos dois nutrientes é mais limitante na situação apresentada. Além de justificar sua posição, descreva e discuta possíveis razões para isto. A retranslocação de nutrientes, ou seja, a capacidade das plantas em transportar nutrientes essenciais como nitrogênio e fósforo de suas folhas para outros compartimentos internos antes da abscisão foliar é de grande importância para o entendimento da ciclagem de nutrientes. É um dos mais importantes mecanismos utilizados pelas plantas para a conservação de nutrientes, levando a vantagens adaptativas em relação à competição, uso de nutrientes e produtividade, especialmente em solos pouco férteis e plantas sob limitação por N ou P. Tem um impacto direto sobre a ciclagem de nutrientes, uma vez que responde à disponibilidade de nutrientes no solo, além de alterar a qualidade nutricional da serapilheira depositada, influenciando a taxa de decomposição .O P é o nutriente mais limitante por não ser tão móvel como o N. Existe mecanismo que o P perdeu massa foliar pela senescência, pela inibição da degradação da liteira,com a associação de fungos micorrízicos que favorecem na absorção.Os fatores bióticos e abióticos são os que regem na funcionalidade do ecossistema atuando positivamente ou negativamente na decomposição da liteira.O aumento de N na decomposição da liteira foi devido à translocação de nutrientes pelas hifas dos fungos. a pergunta foi sobre a situação do trabalho, em que a retranslocação do P foi MUITO mais forte do que a de N, e em que todos os indicativos foram de que deficiência em P era o principal limitante ao crescimento e à decomposição. O que colocou está certo, mas pouco relacionado com a pergunta. [1.200] Discuta as conseqüências ecológicas locais e globais da nitrificação. Como as práticas agrícolas afetam este processo? Locais: A transformação do amônio para o nitrato que é realizada por bactérias quimiautotróficas que usam a nitrificação como fonte de energia para a fixação de CO2. Os riscos de acidificação e eutrofização do sistema solo- água decorrem, essencialmente, das emissões de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx) e amoníaco (NH3). As atividades agrícolas, particularmente as pecuárias intensivas, são, muitas vezes, responsáveis por importantes emissões de NH3, o mesmo acontecendo com a aplicação ao solo dos resíduos orgânicos, se esta não for efetuada de forma sustentada. O N2O é libertado a partir dos compostos nitrogenados presentes nos solos e nos cursos de água, nos correctivos orgânicos e nos adubos, em condições anaeróbias. No solo, estas emissões decorrem, essencialmente, do processo de desnitrificação operado por diversos tipos de bactérias do solo, sobretudo dos gêneros Pseudomonas, Bacillus e Paracoccus , em condições de anaerobiose, dando origem à libertação de N2 e N2O em proporções que dependem, entre outros fatores, do pH do solo.Em solos bem drenados e com reação neutra a levemente ácida, grande parte dos solos encontrados no Brasil, predomina o N na forma nítrica (NO3-), devido à velocidade de oxidação do NO2- ser maior que a do NH4+ ). Quando lixiviado, o NO3- pode comprometer a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, além de provocar a eutrofização das águas superficiais A libertação de N2O é favorecida em solos ácidos, quando o nível de nitrato ou de nitritos no solo é elevado e a concentração de oxigénio não é muito baixa. Globais: a nitrificação favorece a formação de N reativo que destrói a camada de ozônio., quando o NO3- é perdido para a atmosfera por meio de gases (NO, N2O, N2) produzidos em reações desse elemento no solo. Esse processo ocorre principalmente em condições anaeróbias, comum em solos inundados, onde todo o NO3- presente no solo pode ser rapidamente perdido por meio dos gases provenientes da desnitrificação. Porém, mesmo em condições parcialmente anaeróbias, onde sítios anaeróbios podem existir em um solo predominantemente aeróbio, acredita-se que possa haver perdas entre 5 e 30% do N aplicado como fertilizante indica que durante o processo de nitrificação também pode haver formação de N2O. O N2O contribui para o processo de aquecimento global por meio de incrementos no efeito estufa e causa redução da camada de ozônio; o NO pode provocar chuvas ácidas .Práticas que tenham por objetivo inibir a nitrificação são bem vindas na agricultura, uma vez que resultam na conservação do fertilizante nitrogenado no solo e no aumento da eficiência de uso de N pela cultura. Teoricamente, ao inibir a conversão de amônia, amônio e uréia em nitrato, pode-se reduzir as perdas de N associadas aos processos de lixiviação e desnitrificação, atingindo assim, benefícios ambientais e econômicos .Os inibidores de nitrificação são compostos que foram desenvolvidos para satisfazer essa necessidade, pois diminuem a formação de NO3- no solo, fazendo com que o N na forma amoniacal, que é menos sujeito à lixiviação, fique preservado no solo por mais tempo. Eles atuam na primeira fase da nitrificação, interferindo na atividade das bactérias do gênero Nitrosomonas, sendo capazes de retardar a oxidação do amônio a nitrito por determinado período de tempo. Dessa forma, a segunda fase da nitrificação não ocorre, pois faltaria nitrito para se oxidar a nitrato. Mais especificamente, os inibidores de nitrificação afetam a ação da enzima amônia monoxigenase (AMO), que é uma proteína da membrana das Nitrosomonas. No processo de oxidação catalítica a NH3 se liga ao sítio ativo da enzima e se oxida a hidroxalamina. Entretanto, os inibidores de nitrificação têm afinidade pelo mesmo sítio ativo da enzima, e por princípio de competição, se ligam a este, inibindo o processo por mais ou menos tempo, dependendo da estabilidade do composto .Um bom inibidor de nitrificação deve ser móvel, de forma que se mova junto com o fertilizante, persistente, atuando no período que a cultura exigir e acima de tudo, economicamente viável. Além disso, não pode ser tóxico aos organismos do solo, seres humanos e animais. ok [3.600] Sintetize o capítulo de forma a permitir o entendimento geral do assunto. Os processos biológicos regulam as transformações e fluxos de materiais na biosfera, desempenhando o controle na disponibilidade dos vários elementos químicos necessários às diversas formas de vida do planeta. A ciclagem de energia e dos elementos são processos essenciais para o solo e a biota. Os elementos em forma solúvel vão para a solução do solo, onde são influenciados por transformações bióticas e abióticas específicas que regulam os processos de adição e perda, assim como a biociclagem , passando por diferentes formas no solo e absorção pela vegetação e microbiota.As entradas de nutrientes no solo originarias do intemperismo e da decomposição de resíduos orgânicos são equivalentes às perdas originarias da lixiviação das bases, da assimilação pelas plantas e da mineralização da matéria orgânica . Este processo onde a ciclagem dos nutrientes não sofre alterações é denominado equilíbrio dinâmico. Nos agrossistemas ocorre um desequilíbrio na ciclagem de nutrientes: os processos de mineralização, extração pelas plantas e perdas por erosão são maiores do que as entradas de nutrientes oriundos da decomposição da matéria orgânica do solo e processos biogeoquímicos, principalmente pela alteração dos minerais primários. O desequilíbrio na ciclagem de nutrientes acarretará em uma diminuição na agregação do solo, principalmente em função das sucessivas perturbações causadas pelo cultivo do solo e da redução dos agentes ligantes orgânicos. As principais conseqüências sobre as propriedades físicas do solo estão relacionadas ao aumento do processo de erosão, diminuição da infiltração e retenção de água, redução da aeração e aumento da temperatura nas camadas superficiais do solo. A interação desses fatores condicionará uma diminuição na fertilidade do solo. Os componentes bióticos dos ecossistemas são essenciais para agrantir a ciclagem dos nutrientes no sistema vegetação-solo, onde os organismos atuam de modo contundente.O solo juntamente com o ambiente edáfico, é a base de sustentação da pedosfera onde se distribuem os ecossitemas,cujos pilares de sustentação são o fluxo de energia, ciclagem de nutrientes e biodiversidade, cuja atividade mantém os processos essenciais ao seu funcionamento e à manutenção. A decomposição e a mineralização dos materiais orgânicos e outros processos quimiolitotróficos são responsáveis pelas transformações que os elementos químicos sofrem no solo. Essas resultam de reações orgânicas e inorgânicas, em sua grande maioria mediadas pelos microrganismos que, por meio de mecanismos variados, regulam a disponibilidade e fluxo dos elementos. O carbono é o elemento fundamental na contituição das moléculas orgânicas, sendo utilizado primariamente pelos seres vivos presente no ambiente, combinado ao oxigênio e formando as moléculas de gás carbônico presentes na atmosfera.passa a fazer parte da biomassa através da fotossíntese. Os seres fotossintetizantes incorporam o gás carbônico atmosférico, transformando-se em moléculas orgânicas. O carbono é absorvido pelas plantas. Uma vez incorporado às moléculas orgânicas dos produtores, poderá seguir dois caminhos: ou será liberado novamente para a atmosferana forma de CO2, como resultado da degradação das moléculas orgânicas no processo respiratório, ou será transferido na forma de moléculas orgânicas aos animais herbívoros quando estes comerem os produtores (uma parte será transferida para os decompositores que liberarão o carbono novamente para a atmosfera, degradando as moléculas orgânicas presentes na parte que lhes coube). Os animais, através da respiração, liberam à atmosfera parte do carbono assimilado, na forma de CO2. Os solos ricos em matéria orgânica em decomposição (pântanos) apresentam grande concentração de CO2. O gás carbônico presente na atmosfera é importante componente do efeito estufa, um fenômeno atmosférico natural, que ocorre porque gases como o gás carbônico (CO2), vapor de água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e óxido nitroso (N2O) são transparentes e deixam passar a luz solar em direção à superfície da Terra. Esses gases porém são praticamente impermeáveis ao calor emitido pela superfície terrestre aquecida (radiação terrestre). O seqüestro de carbono refere-se a processos de absorção e armazenamento de CO2 atmosférico, com intenção de minimizar seus impactos no ambiente, já que trata-se de um gás de efeito estufa (GEE). A finalidade desse processo é conter e reverter o acúmulo de CO2 atmosférico, visando a diminuição do efeito estufa. Para que mantenha o sequestro de C recomenda-se: não remover os restos culturais do solo, mantendo-os na superfície como cobertura morta; evitar o revolviemnto do solo, conservando-o sem cultivo mecânico reduzido ao mínimo; mantê-lo sempre coberto por vegetação com abundante sistema radicular e a máxima diversidade possível; praticar rotação de culturas, pousios e rotação no uso de agroquímicos para ampliar a diversidade biológica no agrossistema; adotar práticas de manejo integrado para maximizar o uso de recursos e, assim, minimizar a aplicação de insumos químicos; promover a integração de sistemas de produção agrosilvopastoril; propiciar ações para recuperação de solos degradados ou marginais. O esgotamento de carbono orgânico do solo tem consequências ecológicas e econômicas, pois a matéria orgânica tem numerosas funções locais para o solo e fora dele, tornando-se um valioso recurso natural. A elevação do CO2 da atmosfera pode inibir a decomposição microbiana devido à maior absorção de N do solo pela vegetação. Esse mecanismo tem suas raízes nas transformações bioquímicas realizadas pela comunidade microbiana do solo que em hipótese contribuirá para amenizar os impactos do aquecimento global e biológicas, garantindo produtividade igual ou superior em relação aos sistemas de manejo tradicionais com revolvimento do solo. Em solo naturalmente anaeróbio, o estoque de C orgânico tende a ser maior do que em solo aeróbio, visto que a decomposição de materiais orgânicos naquela condição é menor do que nesta. Os microrganismos anaeróbios são menos eficientes em termos de decomposição do que os organismos aeróbios. Além disso, fungos e actinomicetos, organismos com capacidade de degradar frações orgânicas mais recalcitrantes, como a lignina, são aeróbios obrigatórios.MOS está relacionada aos fluxos de CO2 e CH4, os quais têm em solos agrícolas, em função de práticas de manejo utilizadas, uma fonte importante. A relação com o CO2 acontece através da decomposição aeróbia da MOS por bactérias, fungos e actinomicetos, como forma de obtenção de energia e de nutrientes para seus processos vitais. A função de transformar o nitrogênio existente no ar atmosférico em formas assimiláveis para plantas e animais - Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) - é realizada por bactérias fixadoras de nitrogênio e algumas algas azuis (cianobactérias), sendo a enzima universal conhecida como nitrogenase. Antes de ser absorvido, o nitrogênio é retirado do ar e transformado em amônia solúvel em água, que é utilizado diretamente pela planta, quando ocorre o processo de FBN. O nitrogênio fixado pode, ainda, ser transformado no solo em nitrato, forma que também é disponível para as plantas. O nitrogênio é o sexto em abundância no universo. Constitui cerca de 78% do volume atmosférico. Em combinação com outros elementos, ocorre nas proteínas; no salitre-do-chile (nitrato de sódio, NaNO3), muito usado como fertilizante; na atmosfera, na chuva, no solo e no guano (adubo natural formado a partir da decomposição dos excrementos e cadáveres de aves marinhas), sob a forma de amônia e sais de amônio; e na água do mar, como íons de amônio (NH4+), nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-).Quando o nitrogênio orgânico entra na cadeia alimentar, passa a constituir moléculas orgânicas dos consumidores primários, secundários. Atuando sobre os produtos de eliminação desses consumidores e do protoplasma de organismos mortos, as bactérias mineralizam o nitrogênio produzindo gás amônia (NH3) e sais de amônio (NH4+), completando a fase de amonificação do ciclo. NH4+ e NH3 são convertidos em nitritos (NO2-) e, posteriormente, no processo de nitrificação, de nitritos em nitratos (NO3-) por um grupo de bactérias quimiossintetizantes. Quando os decompositores atuam sobre a matéria orgânica nitrogenada (proteína do húmus, por exemplo) liberam diversos resíduos para o meio ambiente, entre eles a amônia (NH3). Combinando-se com a água do solo, a amônia forma hidróxido de amônio que ionizando-se, produz NH4+ (íon amônio) e OH- (hidroxila). Ao processo de decomposição, em que compostos orgânicos nitrogenados se transformam em amônia ou íon amônio, dá-se o nome de amonização. As bactérias quimiossintetizantes oxidam os íons e, com a energia liberada, fabricam compostos orgânicos a partir do CO2 e água, definindo a quimiossíntese. A oxidação dos íons amônio produz nitritos como resíduos nitrogenados, que são liberados para o meio ambiente. À conversão dos íons amônio em nitritos dá-se o nome de nitrosação. O nitrogênio entra constantemente na atmosfera pela ação das bactérias desnitrificantes, e continuamente retorna ao ciclo pela ação das bactérias ou algas fixadoras de nitrogênio (biofixação). A degradação do nitrogênio presente na célula (formas orgânicas ou inorgânicas) acontece pelas ação de espécies bacterianas especializadas presentes no solo, as quais disponibilizam amônia e nitrato. Essas duas formas de nitrogênio são os compostos facilmente utilizáveis pelas plantas verdes. Os nitritos liberados pelas bactérias nitrosas (Nitrosomonas e Nitrosococcus) são absorvidos e utilizados como fonte de energia por bactérias quimiossintetizantes do gênero Nitrobacter. Da oxidação dos nitritos formam-se os nitratos que, liberados para o solo, podem ser absorvidos e metabolizados pelas plantas. À conversão do nitrito (ou ácido nitroso) em nitrato (ou ácido nítrico) dá-se o nome de nitratação. A ação conjunta das bactérias nitrosas (Nitrosomonas e Nitrosococcus) e nítricas (Nitrobacter) permite a transformação da amônia em nitratos. A esse processo denomina-se nitrificação e às bactérias envolvidas dá-se o nome de nitrificantes. Os componentes dos tecidos vegetais e animais que são incorporados ao solo são decompostos por microrganismos heterotróficos, que decompõem macromoléculas em monômeros mais simples, como foi visto. Parte dos compostos simples e da energia liberada são utilizados pelos microrganismos para seu próprio metabolismo e para sua reprodução. A reprodução dos microrganismos provoca um aumento da biomassa no solo, imobilizando parte dos nutrientes que estavam contidos nos resíduos. Desta forma, este aumento de biomassa representa uma imobilização temporária dos nutrientes, do carbono e da energia que se encontravam originalmente nos tecidos vegetais e animais que compunham o resíduo, e que agora fazem parte dos tecidos microbianos.O equilíbrio entre as taxas de mineralização e imobilização pode ser bastante complexo. Este equilíbrio depende bastante da quantidade de carbono no resíduo e da relação entre carbono e Nitrogênio, Fósforo e Enxofre. Destas, a que é mais utilizada é a relação Carbono Nitrogênio (C/N). Quando o resíduo é adicionado ao solo, o aumento da população microbiana é estimulado pelo aporte de energia e nutrientes que o resíduo representa. Com este aumento da população microbiana, a demanda por oxigênio, nutrientes, energia e carbono aumenta. Os tecidos microbianos possuem em media uma concentração de 5% de N, o que resulta em uma relação C/N entre 20 e 30. Isto significa que os resíduos que possuírem uma relação C/N entre 20 e 30, fornecerão o nitrogênio necessário para a reprodução microbiana, não havendo imobilização nem mineralização significativa no início do processo. Se a relação C/N for maior, significa que os microrganismos buscarão outras fontes de N para satisfazer a demanda, e consumirão formas de nitrogênio que estão disponíveis para a plantas, resultando em uma imobilização líquida e podendo causar uma deficiência temporária de nitrogênio para as plantas. Se, por outro lado, a relação C/N for menos que 20-30, haverá um excesso de N no resíduo, que será mineralizado e desprezado pela microrganismos, permanecendo disponível para as plantas já num primeiro momento.O nitrogênio também pode ser oxidado a nitritos (NO2-) ou nitratos (NO3-) num processo chamado de nitrificação, o qual é facilitado pela presença de certas bactérias. Os óxidos nítrico (NO) e nitroso (N2O) são subprodutos destas reações, as quais também contribuem para a emissão destes gases para a atmosfera. As bactérias, plantas e algas convertem os compostos inorgânicos de nitrogênio a espécies orgânicas, tornando o nitrogênio disponível na cadeia ecológica alimentar. Nos animais, em processo de respiração celular, os compostos orgânicos são transformados, retornam ao solo como excremento e podem ser absorvidos por plantas. Quando os organismos morrem, certas bactérias são capazes de converter os compostos orgânicos contendo nitrogênio em nitrato, amônia ou, por uma série de reações químicas, em nitrogênio molecular, quando, então, retorna à atmosfera. A redução de nitrato (NO3-) a espécies de nitrogênio sob forma de gás (N2, N2O, NO), ocorre em processos químicos e biológicos e é denominada de desnitrificação. Como resultado deste processo, o N2 atmosférico constitui o principal reservatório de nitrogênio na Terra. Por outro lado, a ausência de desnitrificação pode ter sido a responsável, no passado, pelo grande acúmulo de nitrato nos oceanos. A desnitrificação ocorre em toda a superfície terrestre, num processo que reduz o nitrogênio desde o estado de oxidação +V (NO3-) até zero (N2), como mostrado na reação 11, em que os números em algarismos romanos representam os respectivos estados de oxidação do nitrogênio. Esse ciclo é fechado com o retorno do N2 à atmosfera. O nitrongênio é um nutriente que apresenta outras peculiaridades que difcultam ainda mais o seu manejo, originadas das múltiplas e complexas reações bioquímicas que infuenciam a sua dinâmica, disponibilidade e efciência no aproveitamento pelas plantas. A mineração do N-orgânico depende principalmente dos teores relativos de C,N,S e P da matéria orgânica e das atividades microbianas, as quais estão associadas as condições ambientais como : temperatura, umidade, aeração e pH da solução do solo. O processo inverso, no qual o N- mineral, oriundo da decomposição da M.O, é transformado em compostos orgânicos participando da composição de plantas ou microorganismos, após a sua incorporação, é denominado de imobilização. A absorção do P é um processo ativo que acontece contra um forte gradiente de concentração, tendo-se em vista que, no citoplasma, deve-se manter uma concentração entre 5 a 10mM. Devido à alta exigência das plantas e à baixa disponibilidade no solo, esse nutriente é quase sempre muito limitante ao crescimento delas, que geralmente apresentam grande déficit nutricional de P. A principal fonte de P para os seres vivos são as rochas fosfáticas que constituem um recurso natural não renovável que precisa ter seu uso racionalizado, pois se estima que as reservas de P se esgotarão nos próximos 80 a 100 anos. A reciclagem do P no solo tem estreita relação com os ciclos dos outros elementos via matéria orgânica. Devido à alta concentração de P nos microrganismos, que pode atingir, por exemplo, 2% da matéria seca nas bactérias, P é o segundo nutriente mais abundante na matéria orgânica do solo. Esse elemento tem forte influência na imobilização de C e N em sistemas biológicos;o acúmulo de C, N, P e S na matéria orgânica depende do conteúdo de P no material de origem, exercendo, portanto, influência na fertilidade do solo.Como as plantas e os microrganismos absorvem P da solução do solo, os processos químicos abióticos e bióticos que controlam as transformações e absorção desse elemento são importantes fatores do seu ciclo e da produtividade agrícola. Os microrganismos influenciam desde as transformações de P no solo ou na rizosfera até a absorção e translocação na planta. As transformações de P, portanto, representam um sistema complexo controlado por reações químicas com forte interferência biológica como: mineralização, imobilização e absorção, processos que controlam a dinâmica das transformações e os fluxos do elemento no ambiente.A atividae microbiana é responsável pela mineralização de P orgânico e atua também também em outros processos no solo. Diversos microrganismos, incluindo isolados de bactérias, actinomicetos, fungos e protozoários, são capazes de hidrolizar P de muitos compostos orgânicos através da produção de fosfatases, cuja atividade pode ser um indicador da transformação da MOS, através do estabelecimento da relação entre cinética da fosfatase e a taxa de decomposição. Vários grupos de microrganismos do solo ou da rizosfera são capazes, por meio de mecanismos diversos de extrair ou solubilizar P de frações insolúveis no solo e de fosfatos inorgânicos naturais pouco solúveis. A solubilização depende da linhagem do microrganismo, do tipo de fosfato a ser solubilizado, da acidez e da natureza dos materiais orgânicos produzidos., essa solubilização é relacionada à diminuição do pH e/ou à produção de ácidos orgânicos de acordo com as seguintes situações: solubilização dependente da acidez total; solubilização independe da acidez total; solubilização depende da diminuição do pH; solubilização independente da diminuição do pH; solubilização depende mais na natureza dos ácidos orgânicos produzidos que da acidez total, como verificado com vários fungos solubilizadores. O enxofre compondo a cisteína e metionina, estando presente também em várias vitaminas (tiamina, biotina). Na natureza, o enxofre sofre uma série de transformações, as quais são exclusivamente realizadas por microrganismos. A principal fonte de enxofre para os microrganismos corresponde aos sulfatos inorgânicos ou H2S. Grande quantidade de S é liberada na combustão dos fósseis e concentração elevadas encontram-se próximos às áreas industriais onde a quantidade retornada ao solo é também maior.S é perdido do solo principalmente pela lixiviação, dependendo o grau em que o SO4-2 é perdido da precipitação, capacidade de retenção do sulfato do solo, características de drenagem, presença e tipo de vegetação e imobilização na microbiomassa. Outras perdas incluem erosão, retirada pelas culturas, produção de H2S e compostos de S voláteis orgânicos.A deficiência do S tem tornado mais frequente por maior uso de fertilizantes em fórmulas sem S; redução na quantidade de S usado como pesticidas; rendimentos mais altos das culturas e perdas da MOS; redução na quantidade de S que atinge o solo em água de chuva ou deposição seca, pela adoção de sistemas de controle de emissão de dióxido de S na atmosfera, oriundos da queima de combustíveis fósseis e pelas usinas e indústrias. A mineralização é o processo de maior importância em relação à disponibilidade para as plantas, já que as formas orgânicas constituem a maior parte do enxofre do solo. Muitas espécies de fungos, bactérias e actinomicetos atuam no processo de mineralização do enxofre, utilizando a matéria orgânica como substrato para seu crescimento. Isto ocorre tanto em condições de aerobiose como de anaerobiose, tendo-se como produtos finais SO42- e H2S, respectivamente. A mineralização do enxofre orgânico em solos bem drenados, que constituem a maior parte dos solos bem cultivados, é influenciada por fatores de solo e clima e pelo manejo a que os mesmos são submetidos. Os principais fatores são: formas do enxofre inorgânico do solo, tipo de material orgânico adicionado ao solo, população microbiana, temperatura, aeração, umidade e pH do solo. Estes fatores são influenciados pelo manejo, sendo mais importantes os aspectos de revolvimento e cultivo do solo, adição de resíduos orgânicos e a calagem. Os fatores ambientais refletem-se na população e atividade microbiana. A fração S-O (reduzível) do enxofre orgânico é a considerada de mais fácil mineralização e então o seu teor no solo afeta as quantidades de SO42liberadas. A adição de materiais orgânicos com alta relação C/S pode provocar a imobilização de SO42- da solução do solo, enquanto relações baixas determinam maior taxa de mineralização dependendo do nível dos demais nutrientes. A população microbiana afeta a mineralização, dependendo da quantidade de microrganismos em de sua capacidade em hidrolisar compostos com enxofre. A temperatura do solo afeta a mineralização de enxofre pelo efeito sobre os microrganismos, sendo esta mais efetiva na faixa de 30-40ºC. O mesmo efeito é proporcionado pela aeração e umidade. A mineralização é maior em condições de aerobiose e no solo com umidade equivalente a 6080% da capacidade de campo. O pH do solo pode ser considerado o principal fator que afeta a mineralização, devido o seu marcante efeito na população e na atividade microbiana. O aumento do pH determina maior mineralização de enxofre, principalmente em solos com maior teor de matéria orgânica. A faixa mais favorável à mineralização de matéria orgânica encontra-se próxima à neutralidade. A mineralização de enxofre no solo é maior na presença de plantas em crescimento. Isto é provavelmente devido à maior atividade microbiana na rizosfera das plantas e à excreção pelas raízes de substâncias catalisadoras da decomposição da matéria orgânica. Por ser um processo intensamente afetado por fatores ambientais, a mineralização de enxofre apresenta flutuações estacionais. Em termos médios, estima-se que a taxa de mineralização encontra-se entre 1 e 2% ao ano. O cultivo de solos virgens, por seus efeitos nas condições de aeração, umidade e temperatura do solo e conseqüentemente na atividade microbiana, provoca a redução do teor de matéria orgânica e do enxofre orgânico. Observa-se com o tempo a diminuição do teor de enxofre total e orgânico no horizonte superficial e o aumento do enxofre em horizontes subsuperficiais pelo efeito de lixiviação. Em solos de cerrado, há um decréscimo de 25 a 75% no teor de enxofre orgânico após seu cultivo por 20 a 30 anos. A mineralização do enxofre orgânico, com liberação de SO42-, pode ocorrer por processos químicos, quando o solo é submetido a tratamentos físicos, como secagem e umedecimento. Esse fenômeno é comprovadamente não biológico, pois é imediato e o SO42- é liberado em quantidades maiores daquelas obtidas pela incubação do solo sob condições adequadas para a mineralização. Enxofre nas Plantas: Avaliação da Disponibilidade de Enxofre no Solo para as Plantas e as Deficiências causadas pela Ausência de Enxofre As fontes de enxofre para as plantas incluem o enxofre orgânico e inorgânico do solo, o enxofre das águas de precipitação e irrigação, o SO2 atmosférico e o enxofre veiculado por fertilizantes e pesticidas, logo, podemos deduzir que o enxofre disponível no solo para as plantas é aquele em formas químicas que podem ser absorvidas pelas raízes. Entretanto, o conceito de disponibilidade envolve também formas de enxofre que podem a curto ou médio prazos ser transformada por processos físicos, químicos ou biológicos em formas que possam ser absorvidas pelas plantas. Geralmente os métodos utilizados para estimar o enxofre baseiam-se no uso de extratores químicos em amostras de solos coletadas antes do cultivo e são desenvolvidos em estudos que utilizam apenas a camada superficial do solo. Assim, não são consideradas as contribuições pela mineralização do enxofre orgânico, da atmosfera e do enxofre do subsolo, e as perdas por lixiviação que podem ocorrer durante o cultivo. Os metais no solo originam-se da intemperização dos materiais de origem e de fontes antropogênicas como pesticidas e fertilizantes, rejeitos orgânicos e industriais, mineração e queima de combustíveis, irrigação e deposição atmosférica.Os metais encontram-se em formas diversas no solo, como: solúveis em água, retidos nos sítios de troca, adsorvidos ou complexados aos colóides orgânicos e inorgânicos, insolúveis precipitados ou oclusos pelos óxidos de Fe e Mn, como minerais primários, e nos compostos orgânicos e inorgânicos adicionados pelos resíduos.Os metais passam por uma biociclagem no solo através da absorção pelas plantas, biomassa microbiana e transformações em formas livres ou de quelato que se equilibram com as demais formas encontradas no solo. Os metais podem sofrer lixiviação ou ser absorvidos pela microbiota e pela vegetação. Após a morte das plantas, os metais acumulam-se na serrapilheira, sendo liberados durante a mineralização, fechando assim o ciclo.Os microrganismos e os metais disponíveis interagem de modo muito intenso por dois processos distintos: a biacumulação e a biossorção.A acumulação celular resulta da absorção metabólica e da translocação ativa para dentro da célula, resultando na bioacumulação, geralmente para garantir as funções biológicas, embora nem sempre isso aconteça para atender a uma necessidade nutricional, enquanto a sorção no envelope celular se dá por meio de processos não metabólicos, resultando na biossorção.Os metais pesados exerce grande efeito adverso sobre os microrganismos e processos microbianos no solo, comprometendo a funcionalidade do ecossitema como sua própria ciclagem.O metal alcança o solo por várias formas, onde constitui dois estoques principais: disponível e não disponível. Quando disponível, é absorvido pelas plantas, podendo entrar na cadeia trófica ou sendo devolvido ao solo onde será liberado novamente após a decomposição do resíduo orgânico, podendo acumular-se em forma disponível ou não. Se não for absorvido, poderá ser lixiviado e, assim, contaminar o lençol freático.Diversos microrganismos são capazes de reduzir Hg+2 para se autoprotegerem da sua ação tóxica e não para obtenção de energia. O produto dessa redução é volátil e menos tóxico, representando, assim, um mecanismo de destoxificação do meio para garantir o crescimento microbiano.O Fe e Mn tem sua disponibilidade muito influenciada pela atividade de microrganismos que atuam nos processos de oxirredução, controlando a sua biodisponibilidade. O Fe envolve transformações de oxirredução dos minerais, precipitação e dissolução e ainda sua mineralização ligado à MO. A oxidação do Mn são realizadas por bactérias quimioutotróficas.A disponibilidade de outros metais, como Zn, também é afetada pelos microrganismos através de seus efeitos indiretos no pH, produção de ácidos orgânicos e mineralização da MO. já ouviu falar em nem oito nem oitenta. Tudo bem que meti o pau mais de uma vez por conta de resumos que não diziam nada, mas a idéia é sintetizar pelo menos um pouco. De modo geral está bastante bom, mas tem algumas pérolas, como "O solo juntamente com o ambiente edáfico"... deste modo ficam parecendo duas coisas distintas, quando o ambiente edáfico É o solo... além disto, a ciclagem de nutrientes não tem relação próxima com a agregação do solo, e os pontos que levantou com relação a agregação são de manejo, não de fertilidade. A relação entre agregação e ciclagem é muito indireta, através da redução no teor de MO pela ciclagem se não houver novas entradas de C. há vários outros pontos como este, suspeito que em parte por querer escrever mais "bonito" [1.000] Quais os dois principais grupos de microorganismos a afetar especificamente o ciclo do P? Compare os mecanismos destes grupos, e avalie como as diferenças afetam a importância relativa destes grupos, e a ciclagem geral de P. Fungos micorrízicos e microrganismos solubilizadores de fosfato inorgâncico.Os microrganismos afetam diretamente a habilidade das plantas em adquirirem P do solo por meio de vários mecanismos. Esses mecanismos incluem: incremento da área superficial das raízes pela extensão do sistema radicular (associações micorrízicas) ou pela promoção do crescimento de raízes laterais e pêlos radiculares (promoção de crescimento por meio de fitohormônios); deslocamento do equilíbrio de adsorção, o que resulta numa transferância de íons fosfato para a solução do solo ou incrementa a mobilidade de formas orgânicas de Pi; e, estímulos de processos metabólicos que são efetivos na solubilização e mineralização dp Po a partir de formas poucos disponíveis de fósforo orgânico e inorgânico. A mineralização é feita pelos microrganismos heterotróficos comuns que produzem enzimas do tipo fosfatases, nucleases e fitases que atacam, por exemplo, ésteres fosfatados e fosfato de inositol liberando HPO4 para a solução. A grande maioria dos heterotróficos do solo tem ação mineralizadora, sendo mais comuns os produtores de fitases. Os fungos, possuem maior atividade hidrolítica de filatos que as bactéria.O controle da atividade hidrolítica de fosfatos orgânicos é feito pela disponibilidade de P, fonte de carbono e pH do solo, destacando-se em função do último as fosfatases ácidas e alcalinas. O fitato é uma ótima fonte de P para os microrganismos, e as fitases serem produzidas por vários seres vivos no solo, sua decomposição pode ser muito limitada devido às reações de adsorção e precipitação com metais formando filatos insolúveis. ok, mas ficaria muito melhor se especificasse quem é quem. Da forma como escreveu, ficou parecendo que os solubilizadores aumentam a absorção, quando são as micorrizas. [1.750] Considerando o modelo da biosfera apresentado na figura 1, destaque como podemos interferir de forma controlada com práticas agrícolas baseadas em microorganismos. Discuta em particular possíveis efeitos de modificações de práticas agrícolas em pontos específicos do ciclo apresentado. Os fluxos biológicos do H, C, N, O, S, são levados em grande parte por microrganismos catalisadores, termodinamicamente restrito a reações redox . As reações biológica estabelecem limites mais baixos de energia externa necessários para manter os ciclos. Em escalas de tempo geológicas de reabastecimento, de C, S e P é dependente tectônicas, especialmente o vulcanismo e erosão das rochas Por exemplo, o metano é formado por Archaea metanogênicas de a redução de CO2 com H2. Se o hidrogênio é suficientemente baixo, o processo inverso torna-se termodinamicamente favorável; onde o metano é oxidado anaerobicamente pelas Archaea . Da mesma forma, o ciclo do ácido oxidoacetato com CO2 com um rendimento energético líquido. Em bactérias verdes sulfurosas, e em alguns Archaebacteria, o mesmo ciclo é usado para assimilar CO2 em matéria orgânica com energia líquida. O único processo biológico que faz N2 acessível para a síntese de proteínas e ácidos nucléicos é a fixação de nitrogênio que é um processo redutor que transforma a N2 em NH4+. Na ausência de oxigênio, um terceiro grupo de microrganismos oportunistas usam NO2 e NO3 como receptores de elétrons na oxidação anaeróbica da matéria orgânica. O modelo da biosfera mostra os insumos básicos e saídas de energia e materiais. Geoquímica (abióticos) as transformações são representadas na parte superior (atmosférica) e inferior (tectônica e geotérmica) ,enquanto a biológica estão representados no meio da biosfera e os sedimentos. O ciclo biológico dos elementos não está completamente fechado devido a perdas por sedimentação de carbono orgânico e nitrogênio, carbonato, sulfetos de metais, sulfato e fosfato, e perdas para a atmosfera através da desnitrificação. Esse modelo está intimamente relacionado com processos geológicos, hidrológicos e biológicos, podendo avaliar o impacto ambiental causado por algum de um agente tóxico. O C é química e biologicamente ligado aos ciclos do O e H para formar os compostos da vida. CO2 entra nos ciclos biológicos por meio da fotossíntese, e, a síntese de compostos orgânicos constituídos de C, H, O, a partir de CO2 e água, e energia proveniente da luz.. Os organismos vivos usam esse C e o devolvem pelo processo inverso: o da respiração, decomposição e oxidação dos organismos vivos. Parte desse C é enterrado dando origem aos combustíveis fósseis. A formação dos sedimentos tectônicos contendo CO2 e a subseqüente reciclagem e decomposição nos processos tectônicos têm um tempo de residência de cerca de milhares de anos. A transformação do C presente nos organismos vivos por sedimentação e intemperismo envolve uma escala de tempo similar, embora as magnitudes sejam menores que para os carbonatos. Contudo, tais fluxos naturais estão sendo superados em muito pela quantidade de C que retorna à atmosfera pela queima dos combustíveis fósseis. Esta é a maior perturbação ao ambiente global causada pelo homem. Há ainda o desflorestamento e outras mudanças no uso da terra. O N é essencial para todas as formas de vida, pois está presente na estrutura dos aminoácidos. A maioria dos organismos não pode usar N2 diretamente sendo necessária muita energia para quebrar a ligação N - N. Uma vez isolados, os átomos de N podem converter-se em amônia, nitrato ou aminoácidos: o processo chama-se fixação e só ocorre por ação da luz ou da vida. O processo biológico é tão importante, que várias plantas estabelecem uma simbiose com bactérias capazes de fixar nitrogênio. A diminuição de nitrogênio em solos agrícolas pode ser reduzida por rotação de culturas. Ex: soja, que fixa N, pode estar em rotatividade com milho, que não fixa, e, assim, aumentar a fertilidade do solo. Se as bactérias apenas fixassem nitrogênio, N2 seria removido da atmosfera. As bactérias também realizam o processo inverso: a imobilização. Tanto a remoção de N2, como a incorporação são processos controlados por bactérias. N é fertilizante e contaminante das águas subterrâneas. Fontes industriais e descargas elétricas podem fixar N. N fixo significa N não ligado, ou seja, N atômico. Fixação industrial é hoje a maior fonte de N. Óxidos de N são formados a altas temperaturas quando N2 e O2 estão presentes. Os óxidos de N são a maior fonte poluidora proveniente dos automóveis. N2O diminui a camada de O3 na estratosfera. N é ao mesmo tempo essencial e tóxico. É essencial a todas as formas de vida e participa de vários processos industriais, liberando produtos tóxicos.Quanto aos seus efeitos no efluxo de CO2 para a atmosfera, entre as práticas agrícolas destacam-se as operações de aração e gradagem, as quais constituem o denominado preparo convencional do solo. Essas operações intensificam os processos microbianos responsáveis pela volta do C da matéria orgânica do solo e de resíduos vegetais para a atmosfera, seja na forma de CO2 de solos em condições aeróbias ou CH4 de solos inundados. Desta forma, a não utilização de preparos baseados no revolvimento intenso do solo pode ser uma alternativa com potencial de reduzir o efluxo desses gases de solos agrícolas para a atmosfera. os ciclos são levados para onde mesmo? tem várias frases muito truncadas, como "Em escalas de tempo geológicas de reabastecimento, de C, S e P é dependente tectônicas, especialmente o vulcanismo e erosão das rochas", a tal ponto que dão a impressão de que não foram escritas, mas sim montadas. Sugiro fortemente que aumente a atenção com o que escreve. [1.200] A grande intensidade da ciclagem de P pelo biomassa microbiana deve apresentar maior importância em solos com maior ou menor capacidade de fixação de nitrogênio? Como seria possível utilizar esta ciclagem do ponto de vista agronômico? Com uma maior FBN pois o N é correlacionado com o P, estando juntos na matéria orgânica influenciando na dinâmica e ciclagem no solo. Durante a reciclagem do MO no solo, parte vai para a biomassa microbiana que, apesar de ser um reservatório pequeno de P, representa elevada taxa de reciclagem. A biomassa microbiana recicla cerca de 70 vezes mais P por ano que a fitomassa, colocando em evidência sua importância no ponto de vista agronômico. As associações com microrganismos solubilizadores de P estão entre os fatores que influenciam no potencial das espécies ou cultivares em absorver P do solo.A produção de inoculantes contendo bactérias fixadoras de nitrogênio já é prática de rotina em laboratórios de microbiologia do solo, e as bactérias em geral, são um grupo de microrganismos que estão também entre os principais responsáveis pelo mecanismo de solubilização de fosfatos. Os gêneros bacterianos com o maior potencial para utilização como inoculantes para as culturas são Pseudomonas, Bacillus, Rhizobium, Burkholderia, Achromobacter, Microccocus, Aereobacter e Flavobacterium . Em virtude desta grande variedade de organismos, a utilização de bactérias solubilizadoras de fosfato inorgânico (BSFI) depende do conhecimento de suas características, entre as quais, a capacidade de solubilização, que varia com o microrganismo e as condições do ambiente . não tenho a menor idéia do que você tentou dizer, de tantas direções diferentes em que foi ao mesmo tempo. Por exemplo, não mencionou em que situação a ciclagem orgânica seria mais importante, e a solubilização de P inorgânico que deve ser o que você queria dizer com a parte de inoculante no fim não tem absolutamente nada a ver com o ponto da pergunta, que é a ciclagem do P orgânico. se livrou só porque eu errei a pergunta em relação à minha intenção inicial, que era disponibilidade de P. [3.600] Sintetize o capítulo de forma a permitir o entendimento geral do assunto. Neste capítulo intitulado “Transformações bioquímicas e ciclos dos elementos no solo” os autores aprofundam o conhecimento dos fatores que determinam a ciclagem dos elementos os quais têm predominância nos organismos vivos, dando ênfase para os elementos Carbono, Nitrogênio, Fósforo, Enxofre e, por último, os autores explanam sobre o ciclo dos metais, suas fontes, transformações e a sua capacidade de se tornarem elementos poluidores. O ciclo dos elementos e suas transformações são mediados pelos organismos, sendo estes processos biológicos, responsáveis pela disponibilidade de diversos elementos químicos necessários às diversas formas de vida do planeta. Os microrganismos atuam de forma direta ou indiretamente exercem papel na decomposição de material orgânico, mineralização, imobilização orgânica, reações de oxidação/redução, solubilização, precipitação e volatilização de diversos elementos presentes no sistema solo-planta tais como: H, O, C, N, P, S, K, Ca, Si, Mg, Fe, Mn, Cr, Cl, As, Se, Zn, Cd e Hg. Devido à influência humana no meio ambiente, grandes impactos nos ciclos biogeoquímicos dos elementos através dos ciclos hidrológicos e de sedimentos têm sido observados. Podemos citar: (a) a queima de combustíveis fosseis e a mudança no uso da terra que têm aumentado 13% o fluxo de C-CO2 para a atmosfera; (b) 108% da elevação do fluxo de N reativo é devido à queima de combustíveis fósseis e produção de fertilizantes; (c) A magnitude do fluxo de fósforo tem aumentado devido ao aumento da mineração deste elemento aproximadamente 400%; (d) aumento da liberação emissão de S, aproximadamente 113%, devido a queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento; (e) os fluxos de O e H (H2O) tem desbalanço de 16% entre a precipitação e o uso da água e (f) a carga de material em suspensão nos rios tem aumentado 200%. Essas alterações têm fortes implicações no funcionamento dos ecossistemas por aumentar as quantidades de formas reativas dos elementos e interferir nos componentes bióticos. Sendo que, os componentes bióticos dos ecossistemas são essenciais para garantir a ciclagem dos nutrientes no sistema vegetação-solo. De forma generalizada, a vegetação absorve os elementos da solução do solo e os assimila em seus tecidos com a ajuda da energia solar; ao final do ciclo, são depositados no solo, sendo degradados pelos microrganismos, mineralizados, liberando parte para a atmosfera e parte para a solução do solo, podendo ser novamente absorvido pelas plantas, formando um ciclo. O funcionamento dos ecossistemas envolve processos de ganho (entradas) e perdas (saídas) de carbono e nutrientes, determinando a intensidade e o balanço desses processos opostos, o grau de sustentabilidade do ecossistema ou a eficiência daqueles manejados para produção agrícola. Os ecossistemas são sustentados por três pilares principais: fluxo de energia, ciclagem de nutrientes e biodiversidade. Se o ecossistema sofrer interferência que leve à perda de energia, redução da biodiversidade e retirada de nutrientes (ciclo aberto), ele terá sua sustentabilidade comprometida. Um fato que comprova a eficiência da ciclagem de nutrientes é o fato que pequena proporção de nutrientes permanece na matéria morta. Nas florestas de clima temperado, onde predominam situações que limitam a atividade microbiana, os elementos acumulam-se mais no solo e serrapilheira. Os resíduos destas regiões apresentam elevados teores de compostos aromáticos e baixos teores de bases (K, Ca, Mg), o que dificulta sua decomposição. Já a alta intensidade dos processos biológicos nas condições tropicais contribui para a elevada fragilidade do ecossistema. Por isso, solos sob vegetação natural, quando desmatados, são mais produtivos que aqueles cultivados, pois os nutrientes estocados são reciclados em pouco tempo, consumindo grande parte da matéria orgânica do solo, que se oxida rapidamente. Este processo é grandemente observado na região amazônica em que a instalação de lavouras após o desmate é altamente produtiva, sendo que com os sucessivos cultivos a produção alcança patamares que não propiciam a atividade agrícola. As ações antrópicas, como o desmatamento, poluição química da atmosfera e solo, o uso de produtos industriais (fertilizantes e pesticidas), alteram os fluxos dos elementos, exercendo enorme influência em seus ciclos. De forma geral, o ciclo do carbono (C) termina ao atingir os sedimentos oceânicos, onde se acumulará nas camadas mais profundas, principalmente em formas inorgânicas. Antes de ser depositado nestas camadas o C circula pelos componentes da biosfera, resumidamente no sistema solo-plantaatmosfera. Esse ciclo é regulado por processos de oxirredução, os quais determinam os fluxos de CO2 para compostos orgânicos e, desses para CO2 e CH4. Tais processos controlam os fluxos e determinam os ganhos e as perdas, representando fonte e dreno de C entre o solo e a atmosfera, sendo esses fluxos também denominados seqüestro (dreno) e emissão (fonte) de C do solo para a atmosfera. Estima se que, aproximadamente metade do C fotoassimilado pelas plantas é consumido na respiração dos seres vivos para manutenção e crescimento. Admitisse que quando a razão da quantidade total de nutrientes na vegetação em relação ao solo for maior que 1,0, o sistema é pouco sustentável, pois depende essencialmente da reciclagem, e qualquer interferência na vegetação compromete a estabilidade do ecossistema, como ocorre em florestas sob solos arenosos e pobres em reservas nutricionais. As ações antrópicas no planeta têm causado aumento no C-CO2 e C-CH4 da atmosfera. Isto tem forte relação com o controle térmico da terra, um efeito nos dias atuais disto é o conhecido “efeito estufa” responsável pelo aquecimento do planeta e alteração de vários ecossistemas. Avaliam que metade da emissão de CO2 para a atmosfera é proveniente da oxidação da matéria orgânica do solo. O ciclo do C é resumido a dois grandes fluxos principais que controlam o balanço desse elemento ou desbalanço: a fotossíntese e a respiração. O enriquecimento global de gases da atmosfera é devido, principalmente, à queima de combustíveis fósseis e ao desmatamento. Enquanto que a depleção é devida, principalmente, a incorporação do C nos tecidos das plantas, sendo que grande parte do C fotoassimilado pelas plantas é depositado no solo. O input anual de C para o solo é de 40 a 68 Gt ano-1, o que corresponde a quase 15% de CO2 atmosférico, enquanto a biota terrestre respira globalmente de 40 a 60 Gt ano-1 de CO2. A retenção de carbono no solo, além de melhorar sua qualidade (melhora a retenção de água e nutrientes, diminui a susceptibilidade à erosão etc.), pode representar importante serviço ambiental. É importante salientar que cerca de 30% de C dos solos mundiais encontram se nos solos dos trópicos, onde existe grande pressão sobre as terras cultivadas e florestas nativas, as quais, se destruídas, contribuirão duplamente para o aumento do C atmosférico. Comparativamente, solos manejados sob sistema de plantio direto podem seqüestrar aproximadamente 40% mais carbono do que solos com manejo convencional, o que representa uma alternativa para retirar parte do excesso de CO¬2 da atmosfera, tornando o cultivo agrícola mais conservacionista. Deve-se levar em conta que o cultivo agrícola, seja ele convencional ou plantio direto, requer mecanização, corretivos e uso de fertilizantes, especialmente dos nitrogenados para aumentar a produção de biomassa vegetal e que, consome-se energia e libera-se CO2. Para estabelecer o balanço geral da atividade agrícola, existe o conceito de “Potencial de mitigação do aquecimento global” (PMAG) que corresponde ao balanço líquido entre C-retido e C-CO2 (equivalente) total emitido. Existem algumas práticas que auxiliam o seqüestro de carbono no solo como: (a) a não remoção dos restos culturais; (b) evitar o revolvimento do solo; (c) manter o solo sempre coberto por vegetação; (d) praticar rotação de culturas, pousios e promover a diversidade biológica no agrossistema; (e) adotar práticas de manejo integrado; (f) promover a integração de sistemas agrossilvopastoril (integração lavoura-pecuária) e (g) propiciar ações para recuperação de solos degradados ou marginais. A perda do C-orgânico do solo tem conseqüências ecológicas e econômicas, devido às funções que a matéria orgânica exerce no solo como: (a) funções locais (solo), melhoria das propriedades funcionais do solo (química, física e biológica) e (b) funções fora do local: redução de sedimentos em corpos d’água, filtração de poluentes, biodegradação de substâncias tóxicas etc. Outro aspecto interessante no contexto da emissão de gases do efeito estufa e a atividade biológica do solo é a relação com a temperatura. Os autores citam que a elevação da temperatura de 25 para 35C, triplicou a quantidade de C mineralizado. Assim, é razoável supor que, a cada aumento da temperatura global da atmosfera, corresponderia maior liberação de C-CO2 pelos solos das regiões temperadas, onde, inclusive, existe maior quantidade de carbono armazenado no solo, representando alto potencial de aceleração do impacto nas mudanças globais do clima. Outro aspecto de grande importância no ciclo do C é a produção e absorção de CH4 no solo, e a acumulação de C em solos anaeróbios ou encharcados. O principal fator na acumulação de MO em solos anóxicos é a redução da atividade da enzima fenoloxidase, o que permite o acúmulo de compostos fenólicos. E esses, são potentes inibidores das enzimas hidrolíticas responsáveis pela biodegradação orgânica resultando, assim, em acúmulo de resíduos no solo. Na reciclagem de materiais de matriz orgânica, substâncias orgânicas de origem doméstica, agrícola, urbana e industrial, atenção deve ser dada, pois, estes substratos podem conter substâncias tóxicas aos seres vivos e ao solo, sendo necessária a submissão desses resíduos a tratamentos específicos como estabilização química em reatores ou compostagem antes da disposição no solo. Das suas transformações, ocorrem processos que merecem atenção especial como: (a) liberação de gases malcheirosos e metais tóxicos; (b) liberação ou formação de substâncias orgânicas poluentes que podem atuar como mutagênicos, teratogênicos e carcinogênicos; (c) contaminação do solo e águas e (d) transmissão de doenças. A aplicação em solos agrícolas de matrizes orgânicas (biossólido, lodo de esgoto etc.) é geralmente alternativa viável para disposição final do lodo ou biossólido. Como medida de segurança, alguns parâmetros técnicos já foram estabelecidos para a orientação na aplicação agrícola de biossólidos como: contaminação de metais pesados no material, limites de concentração de metais pesados no solo e taxa de aplicação e carga máxima. Existem normas técnicas rigorosas para a aplicação de resíduos sólidos no solo. O plano técnico de aplicação baseia-se em vários aspectos, como: (a) classificação do material: tipo de resíduo, composição, patógenos, matéria orgânica, taxa de mineralização e capacidade de neutralização; (b) caracterização do local: localização na paisagem, tipo de solo e uso da terra e cultura; (c) taxa de aplicação: N disponível, metais pesados, teor de outros elementos e carga orgânica e (d) impactos ambientais: atração de vetores, odores desagradáveis e outros impactos. A reciclagem pode contribuir muito para a sustentabilidade do planeta, mas pode também causar problemas se não for técnica e corretamente planejada e conduzida. O nitrogênio pode ser encontrado majoritariamente na litosfera, rochas, fundo dos oceanos e sedimentos, na atmosfera e biosfera. O N da matéria viva encontra-se predominantemente nas plantas (94%), achando-se os 6% restantes nos animais (2%) e microbiota (4%). De todos os elementos que circulam no sistema solo-planta-atmosfera, o que sofre maior número de transformações bioquímicas no solo é o nitrogênio, que apresenta ciclo universal onde se distinguem três subciclos chamados: elementar, autotróficos e heterotróficos. O subciclo elementar representa a conexão entre as formas vivas e os compartimentos dominantes na terra e na atmosfera, sendo representado pela desnitrificação e fixação biológica de N2. O subciclo autotrófico inclui a atividade das plantas, fotossíntese e formação de compostos orgânicos nitrogenados como substratos primários para os microrganismos heterotróficos, cuja atividade representa o subciclo heterotrófico desse elemento, caracterizado pela mineralização, dissipação de energia da matéria orgânica e produção de formas inorgânicas de N no solo. A fixação de N2 é a principal via de adição de N no sistema solo-planta, contribuindo com mais do dobro do que é aplicado via fertilização mineral. Desnitrificação e lixiviação são os principais processos de perda de N do solo e, juntos, contribuem com 72% do total de N perdido. As interferências antrópicas sobre o ciclo de N são muito intensas e de grande significado influenciando nas transformações e fluxos desse elemento no sistema soloplanta-atmosfera. A maior parte do N do solo encontra-se na forma orgânica, normalmente como proteínas, peptídeos, quitina, peptídeoglicano, ácidos nucléicos, bases nitrogenadas e uréia. A mineralização do N do solo ocorre, predominantemente, nas frações menos representativas, em termos de quantidade da matéria orgânica do solo, como a biomassa e a sua função ativa. A maior parte da MOS é composta de frações de difícil decomposição, estudos indicam que apenas cerca de 2 a 5% do reservatório de N-orgânico total do solo é mineralizado a cada ano. A mineralização do N envolve, inicialmente, a ação de peptidases extracelulares que quebram as proteínas, liberando peptídeos e aminoácidos. A amonificação é definida como a conversão de N-orgânico em amônia, ocorrendo através de diferentes reações de desaminação (hidrolítica, oxidativa, redutiva e dessaturativa). A NH3 produzida nestas reações se equilibra no solo com H2O formando NH4+, que é absorvido pelas plantas ou sofre nitrificação pelos microrganismos. A assimilação do N ocorre por duas rotas metabólicas principais, que envolvem compostos orgânicos intermediários oriundos do ciclo de Krebs, alfacetoglutorato e aspartato/glutamato. O alfa-cetoglutorato transforma-se em glutamato, que, por ação da glutamina sistetase, o transforma em glutamina (transaminação). Esses produtos aminados são empregados na síntese de aminoácidos essenciais à síntese protéica de novas células, onde os compostos hidrogenados podem ocorrer em formas complexas. Esse é o principal processo químico responsável pela imobilização biológica de N. Na sequência do ciclo, o produto da mineralização, NH3, converte-se em condições aeróbias a NO3-, por meio da nitrificação, podendo ter vários destinos. As bactérias e seus predadores, as amebas, são os principais microrganismos responsáveis pela maior mineralização de N no solo cultivado, enquanto que, os anelídeos têm participação maior na mineralização de N em solos sem cultivo, pois esses organismos são danificados pela interferência mecânica no solo. A mineralização de N é influenciada pelos fatores que controlam o crescimento e a atividade microbiana no solo, como pela quantidade ou taxa de aplicação do resíduo. A taxa de mineralização de N é um processo essencial ao ecossistema e, portanto, indicador da qualidade do solo. A mineralização/imobilização é intensa em condições aeróbias e, pequena, em condições de anoxia. Continuando o ciclo, o amônio continua a sofrer transformações, convertendose em NO2-, que, imediatamente, converte-se em NO3-, processo chamado de nitrificação. Os procariotos quimioautotróficos são os principais facilitadores desse processo, mas não são os únicos, pois pode ocorrer a nitrificação heterotrófica por fungos em certas condições e, recentemente, ficou demonstrado que leguminosas fixadoras de N2 também fazem nitrificação na parte aérea. A nitrificação microbiana do amônio a nitrato é realizada por bactérias quimiautotróficas que usam a nitrificação como fonte de energia para fixação de CO2. A nitrificação pode ser dividida em duas etapas: 1º. Nitritação, que é a transformação do amônio a nitrito mediada, por exemplo, por bactérias do gênero Nitrossomonas, e 2º. Nitratação, que é a transformação do nitrito a nitrato, realizada por bactérias do gênero Nitrobacter. A nitrificação em plantas não era conhecida até recentemente, quando se demonstrou que algumas leguminosas fixadores de N2 sintetizavam a partir da asparigina e acumulam o ácido 3-nitropropiônico que é um composto tóxico que é convertido em N inorgânico (NO3-, NO2-) na parte aérea de onde retorna ao solo via serrapilheira. A nitrificação bacteriana é a principal via de nitrificação no solo, sendo influenciada por vários fatores, como: (a) aeração; (b) temperatura; (c) umidade; (d) reação do solo; (e) fertilizantes; (f) matéria orgânica e relação C:N; (g) fatores tóxicos. No solo o NO3- pode ser: (a) ser absorvido por plantas; (b) utilizado por microrganismos; (c) sofrer lixiviação; (d) sofrer redução (desnitrificação). Como a maioria das plantas assimila preferencialmente NO3-, seu bom desenvolvimento é freqüentemente dependente da nitrificação biológica e, por isso, a capacidade nitrificadora é um bom indicador de fertilidade do solo, tornando esse processo é de grande importância ecológica e agronômica. Elevadas taxas de nitrificação podem implicar os seguintes fatores: (a) eutrofização de mananciais; (b) problemas de saúde ao homem e animais, quando ingerido em grandes quantidades; (c) formação de nitrosamina que possui ação carcinogênica e (d) a geração de produtos poluentes (NO3-) ou precursores de gases atmosféricos também poluentes. Como uma etapa seguinte à amonificação, a nitrificação exerce papel fundamental nos mecanismos de perda de N no solo, principalmente naqueles em forma gasosa ou por lixiviação. Por possuir um ciclo aberto na natureza, N sofre constantes perdas, tornando-se o nutriente que mais limita o crescimento das plantas e a produção agrícola mundial. Os processos redutivos de N culminam com a produção de gases, que por representar as perdas de N do solo, causam a destruição da camada de ozônio (O3). A redução do nitrato ocorre por meio de vários mecanismos, como: (a) redução assimilatória; (b) quimiodesnitrificação; (c) respiração do nitrato; (d) redução dissimilatória de NO3- para NH4+ e (e) desnitrificação respiratória. A desnitrificação consiste na redução bioquímica de formas oxidadas a formas gasosas (N2 e N2O), envolvendo quatro fases redutivas catalisadas por diferentes enzimas do periplasma, membrana e citoplasma bacteriano. A desnitrificação é um processo de grande importância geoquímica e ambiental, porém muito complexa. Nas bactérias desnitrificantes, as formas oxidadas de N atuam como aceptores terminais de elétrons oriundos da oxidação de substratos reduzidos. Esse processo representa a principal via de perda de N do solo para a atmosfera. 20 a 30% do N aplicado na agricultura não são recuperados devido à desnitrificação ou volatilização. Podemos citar como os principais fatores que regulam a desnitrificação, sendo: (a) umidade e aeração do solo; (b) pH e temperatura e (c) teor de nitrato e de carbono. Além de representar prejuízo para a agricultura, a desnitrificação contribui para o estreitamento da camada de ozônio e para o efeito estufa. Os autores citam que existem alguns nitrificadores que também são desnitrificadores. A nitrificação desnitricante ocorre com maior intensidade em solo fertilizado com muito N-mineral, elevados teores de matéria orgânica e baixa oxigenação. Vários processos abióticos também contribuem para alterações nos teores de N mineral do solo, incluindo a fixação nas argilas e colóides orgânicos e reações com substâncias húmicas. O nitrato é a forma de N mais móvel no solo, e por não serem adsorvidas as partículas do solo, está sujeita a lixiviação. Para evitar perdas excessivas de N, sempre é recomendado o parcelamento da adubação nitrogenada. O fósforo é um elemento imprescindível para a vida. Ele faz parte de biomoléculas como ácidos nucléicos e ATP. Os organismos vivos absorvem fósforo na forma de ortofosfato solúvel, esse nutriente é obtido da solução do solo onde a concentração é geralmente muito baixa. A absorção de fósforo é um processo ativo que acontece contra um forte gradiente de concentração, tendo-se em vista que, no citoplasma, deve-se manter uma concentração entre 5 a 10 mM. Devido à alta exigência pelas plantas e à baixa disponibilidade no solo, esse nutriente é quase sempre muito limitante ao crescimento delas, que geralmente apresentam grande déficit nutricional de P. O ciclo do P é aberto e flui das rochas para o fundo dos oceanos, tendo maior intensidade entre a biota e o solo. O P é um agente potencial de poluição ambiental, eutrofização de rios, e estratégico para a agricultura, visto ser um recurso finito. A principal fonte de P para os seres vivos são as rochas fosfáticas que constituem um recurso natural não renovável que precisa ter seu uso racionalizado, pois se estima que as reservas de P se esgotarão nos próximos 80 a 100 anos. Calcula-se que aproximadamente 75% do P aplicado ao solo são perdidos ou ficam retidos nas suas partículas, o que contribui para seu acúmulo nos solos cultivados. A reciclagem do P é intimamente relacionada com a dos outros elementos via matéria orgânica. Devido à alta concentração de P nos microrganismos, P é o segundo nutriente mais abundante na matéria orgânica do solo. Ele tem forte influência na imobilização de C e N em sistemas biológicos; o acúmulo de C, N, P e S na matéria orgânica dependem do conteúdo de P no material de origem, exercendo, portanto, influência na fertilidade do solo. Nos sistemas agrícolas, especialmente nos Brasileiros, P e N representam os nutrientes que mais limitam a produção. A maior parte do P ocorre em fração mineral ligada aos óxidos de Fe e Al nos solos ácidos, e a Ca nos neutros e alcalinos. O P orgânico do solo é encontrado principalmente na forma de fosfato de inositol, fosfolipídios, e nucleotídeos. A maior parte das reservas de P do solo é não lábil, estando quimicamente muito estável e difícil de torna-se disponível às plantas. A fração lábil é geralmente menor que 5% de P do solo. Como as plantas e os microrganismos absorvem P da solução do solo, os processos químicos abióticos e bióticos que controlam as transformações e absorção desse elemento são importantes fatores do seu ciclo e da produtividade agrícola. Os mecanismos de transformação de P no solo envolvem além da retenção ou fixação nas partículas do solo por processos químicos, a liberação ou solubilização da fração de transição (lábil), mineralização e imobilização biológica mediados pelos microrganismos. As transformações de P são reações com forte influência microbiana, principalmente na mineralização, imobilização e absorção, processos que controlam a dinâmica das transformações e os fluxos dos elementos no ambiente. Apesar de pouco reativo no solo, P, quando atinge os corpos d’água, geralmente arrastado pela erosão ou como rejeitos diversos, exerce grande impacto ambiental nos ecossistemas, principalmente, na eutrofização dos mananciais hídricos. Diversos microrganismos, incluindo isolados de bactérias, actinomicetos, fungos e protozoários, são capazes de hidrolisar P de muitos compostos orgânicos através da produção de fosfatases, cuja atividade pode ser um indicador da transformação da MOS. Durante a reciclagem de material orgânico no solo, parte vai para a biomassa microbiana que, apesar de ser um reservatório pequeno de P, representa elevada taxa de reciclagem de P. A biomassa microbiana recicla cerca de 70 vezes mais P por ano que a fitomassa, colocando em evidência a importância dos processos biológicos no ciclo desse elemento. A mineralização é influenciada por inúmeros fatores, em especial pelas condições ambientais que interferem na densidade e atividade microbiana e pela mineralogia do solo. A imobilização de fosfato é mais provável de se dar quando o ortofosfato disponível no solo estiver em condições abaixo da exigida pela microbiota. A quantidade de P imobilizada é diretamente relacionada à de biomassa. Os microrganismos absorvem mais P mineralizado que as plantas. A decomposição e a mineralização de P no solo ocorrem simultaneamente com a de C e seguem a mesma dinâmica discutida para N. A principal fração de P-mineralizável no solo é a biomassa, tendo indicação que até a metade desse P pode ser mineralizada por ano. A grande maioria dos heterotróficos do solo tem ação mineralizadora, sendo mais comuns os produtores de fitases. Os fungos, em geral, possuem maior ação hidrolítica de fitatos que as bactérias, embora as fitases sejam também produzidas por bactérias, plantas e animais. As nucleases são produzidas, principalmente, pelos microrganismos rizosféricos e as fosfolipases pelos actinomicetos. O controle as atividade hidrolítica de fosfatos orgânicos é feita pela disponibilidade de P, fonte de carbono e pH do solo, destacando-se em função do último as fosfatases ácidas e alcalinas. Os microrganismos são as principais fontes de enzimas mineralizadoras de fosfatos. As frações moderadamente lábeis de P contribuem com 80 a 90% do P mineralizado. A mineralização difere bastante em relação às condições ambientais. Estima-se que no clima temperado a mineralização de P varia de 1 a 10% por ano do total orgânico, enquanto nos trópicos essas taxas atingem 15 a 20% de P-orgânico, representando importante mecanismo para a disponibilidade do nutriente. Vários grupos de microrganismos do solo ou da rizosfera são capazes de extrair ou solubilizar P de frações insolúveis no solo e de fosfatos inorgânicos naturais pouco solúveis. A solubilização de P pode resultar da produção de CO2 e de ácidos orgânicos oriundos da mineralização de C-orgânico e da produção de enzimas e de compostos quelantes e complexantes pela microbiota. Outros mecanismos, como a produção de ácidos inorgânicos, são também importantes na solubilização dos fosfatos inorgânicos. Embora exista maior número de bactérias solubilizadoras do que de fungos, estes apresentam maior capacidade de solubilização. Diversas bactérias são reconhecidamente solubilizadoras de fosfato como gêneros de Pseudomonas e Bacillus que são empregados como fertilizantes. Os fungos que destacam-se são Aspergillus niger, A. flavus e outras espécies deste gênero. A solubilização de P é uma competência ubíqua da microbiota, alcançando 40 a 70% dos isolados das sementes, de 10 a 40% de isolados de rizosfera e de cerca de 20% de isolados do solo. Essa capacidade existe até mesmo entre fitossimbiontes, como rizóbio e fungos micorrízicos. A competência para a solubilização varia entre espécies microbianas e as formas químicas de fosfato. A maioria é capaz de solubilizar fosfatos de cálcio, mas poucas são capazes de solubilizar fosfatos de Al e Fe. A utilização dos genes para solubilização do fosfato já são bastante conhecidos, contudo, seu uso é restrito na biotecnologia ou não praticado devido à possibilidade deste gene se difundir com outras espécies microbianas e causar danos ambientais como a eutrofização mananciais d’água. A presença de microrganismos na rizosfera geralmente facilita a absorção de P pelas plantas, mas há evidências que a translocação na planta pode ser reduzida. Diversas bactérias causam alterações biológicas na rizosfera e fisiológicas na planta, em especial nas raízes, que resultam de melhor absorção de P. A produção de substâncias húmicas durante a decomposição da MOS que pode competir com o íon H2PO4- por superfície de adsorção, constituindo uma superfície protetora sobre os sesquióxidos coloidais. Isso contribui para menor fixação do P para aumentar P-lábil no solo. Como as reservas de fosfato conhecidas são finitas, qualquer estratégia que prolongue sua vida útil terá grande impacto para a existência humana no planeta. O enxofre é também um elemento essencial para todos os seres vivos, pois é necessário para síntese de aminoácidos que constituem as vitaminas, os hormônios e as enzimas. A maior parte do S está na atmosfera, por causa das atividades humanas, como a queima de fósseis e da vegetação, predominando na forma de SO2, que pode ser absorvido diretamente do ar pelas plantas ou levado ao solo pela chuva. Em forma inorgânica, predomina nos solos a SO42-, embora compostos de oxidação mais baixos sejam também encontrados como sulfetos, sulfito etc. O S é perdido do solo principalmente pela lixiviação, dependendo o grau em que o SO42- é perdido por precipitação, temos a capacidade de retenção do sulfato do solo, características de drenagem, presença e tipo de vegetação e imobilização na microbiomassa são alguns fatores que podem contribuir para a aretenção ou lixiviação do S. Outras perdas incluem erosão, retirada pelas culturas, produção de H2S e compostos de S voláteis orgânicos. A principal fonte de S no solo é a pirita (FeS2), que ocorre em rochas ígneas. É um elemento essencial às plantas, cujas deficiências têm-se tornado mais freqüentes devida a: (a) maior uso de fertilizantes sem S na fórmula; (b) redução da quantidade de S utilizada como pesticida; (c) rendimento mais alto das culturas e perdas da matéria orgânica do solo; (d) redução da quantidade de S que é depositada no solo pela chuva. S existe em várias formas e estados de oxidação e sofre semelhantes transformações biológicas, como: sulfato (SO42-), sulfito, tiossulfato etc. Em seus estados reduzidos (S2-, S0) S é fonte de energia metabólica para algumas bactérias quimiolitotróficas, que usam HS- e O2 para gerar energia e sintetizar compostos orgânicos a partir de CO2. Em seu estado oxidado (SO42), é aceptor de elétrons para o metabolismo respiratório de bactérias redutoras de sulfato. Em torno de 90% do S presente na camada arável do solo, acha-se na forma orgânica em frações distintas e em estreita relação com as quantidades de C, N, e P. A maioria está diretamente ligada ao carbono (C-S), como nos aminoácidos, e outra na forma de éster (C-O-S), sofrendo ambas as frações mineralização, produzindo SO42-. Os aminoácidos são a principal forma de ligação C-S, representando em torno de 30% do S do solo, enquanto ésteres sulfatados constituem de 30 a 75% de S orgânico total. Quantidade razoável de S é encontrada na biomassa microbiana constituindo uma reserva que pode ser mineralizada tal como ocorre com os outros nutrientes no solo. Em solo aerado, o ciclo do enxofre resume-se basicamente na decomposição/mineralização de S-orgânico e na rápida imobilização de SO42inorgânico. A decomposição é feita pelos heterotróficos, havendo várias rotas aeróbias e anaeróbias dos compostos sulfatados, envolvendo desde a oxidação como fonte de energia à quebra de ligações “ésteres” pelas sulfatases, produzindo S-SO4 ou H2S como intermediário à dessulforilação pelas dessulfidrases. A mineralização de S é influenciada por todos os fatores que afetam o crescimento e a atividade microbiana no solo. A mineralização de S, na presença de plantas, é maior que no solo sem planta. O enxofre sofre inúmeras reações de redução e oxidação no solo. Os processos de redução podem ser dissimilatórios de SO42- e S0 para S2- e assimilatórios desses para S-orgânico. A ação das bactérias redutoras de sulfato esta relacionado à poluição, corrosão, degradação de depósitos minerais e tratamento de efluentes, sendo sua presença freqüentemente indicada por cor escura e cheiro característico de H2S. Os metais no solo originam se da intemperização dos matérias de origem e de fontes antropogênicas como pesticidas e fertilizantes, rejeitos orgânicos e industriais, mineralização e queima de combustíveis, irrigação e deposição atmosférica. A combustão de carvão mineral é a atividade que contribui com o maior número de metais poluentes para o solo, seguidas pela deposição de lodo de esgoto e resíduos da indústria petrolífera e siderúrgica. Os metais encontram-se em formas diversas no solo, como: solúveis em água, retidos nos sítios de troca, adsorvidos ou complexados aos colóides orgânicos e inorgânicos, insolúveis precipitados ou oclusos pelos óxidos de Fe e Mn, como minerais primários, e nos compostos orgânicos e inorgânicos adicionados pelos resíduos. Os metais passam por uma biociclagem no solo através da absorção pelas plantas, biomassa microbiana e transformação em formas livres ou de quelato que se equilibram com as demais formas encontradas no solo. Os elementos metálicos, portanto, além de sofrer inúmeras transformações, estão também sujeitos à mineralização e à mobilização pela biomassa microbiana. A imobilização microbiana dos metais é muito pequena e pouco relevante nos fluxos desses elementos. Minerais insolúveis contendo K, Ca e Mg podem ser solubilizados pelos microrganismos, o que constitui importante mecanismos de pedogênese e de controle da disponibilidade desses elementos no solo. A produção de ácidos orgânicos é o mecanismo mais comum de ataque biológico à minerais da crosta terrestre. Os microrganismos podem transformar certos metais por meio de mecanismos bioquímicos diferenciados, como metilação e desmetilação. Por exemplo, a metilação de Hg é um mecanismo de sua destoxificação. Vários fungos e bactérias fazem metilação de metais como As, Hg, Se via co-enzima metilcobalamina. Ao mesmo tempo em que os microrganismos transformam esses elementos, sua densidade, atividade e diversidade são influenciadas por concentrações elevadas de certos metais no solo. Os microrganismos e os metais disponíveis podem interagir por dois processos: a bioacumulação e a biossorção. A acumulação celular resulta da absorção metabólica e da translocação ativa para dentro da célula, resultando na bioacumulação, geralmente para garantir as funções biológicas, embora nem sempre isso aconteça para atender a uma necessidade nutricional, enquanto a sorção no envelope celular se dá por meio de processos não metabólicos, resultando na biossorção. A absorção ocorre para todos os metais inclusive os radioativos. A absorção e a bioacumulação são processos de imobilização de metais importante na biorremediação. A bioacumulação celular dos metais é regulada metabolicamente por proteínas como metalotioneínas. Materiais capsulares das células microbianas contêm metabólitos, como moléculas de baixo peso molecular e agentes complexantes ou quelantes, como, por exemplo, os sideróforos e as melaninas e glomalina, que são eficazes na retenção e complexação de metais. O metal alcança o solo por várias formas, onde constitui dois estoques principais: disponível e não disponível. Quando disponível, é absorvido pelas plantas, podendo entrar na cadeia trófica ou sendo devolvido ao solo onde será liberado novamente após a decomposição do resíduo orgânico, podendo acumular-se em formas disponíveis ou não. Se não for absorvido, será lixiviado e, assim, contaminar o lençol freático. Por exemplo, o mercúrio é um dos mais perigosos poluentes. Diversos microrganismos são capazes de reduzir Hg2+ para se autoprotegerem. O produto desta reação Hg0 é volátil e menos tóxico. A disponibilidade de nutrientes poluidores é muito influenciada pela atividade de microrganismos que atuam nos processos de oxirredução, controlando sua biodisponibilidade. A disponibilidade de outros metais, como o Zn, também é afetada pelos microrganismos através de seus efeitos no pH, produção de ácidos orgânicos e mineralização da matéria orgânica. Uma possível e viável utilização destas características dos microrganismos de utilização de metais é na remediação de locais contaminados, landfarming ou biorremediação. excelente, mas como as demais respostas poderia ser um pouco mais sucinta [1.200] Quais os dois principais grupos de microorganismos a afetar especificamente o ciclo do P? Compare os mecanismos destes grupos, e avalie como as diferenças afetam a importância relativa destes grupos, e a ciclagem geral de P. Fungos e bactérias. A despeito de os fungos serem mais eficientes na produção de enzimas hidrolíticas responsáveis pela mineralização de P, estes microrganismos estão em menor número do que as bactérias. A capacidade de solubilização de fosfato ocorre também em fitossimbiontes, rizóbio e micorrizas, que promovem também sua maior absorção, sendo que os micorrizícos arbusculares e ectomicorrízicos são responsáveis pela criação de um sistema eficiente de mineralização/absorção de P com árvores florestais de clima tropical, como discutido no artigo. Ambos os grupos, sendo heterotróficos, têm os seus mecanismos ligados a produção de enzimas do tipo fosfatase, nucleases e fitases, as quais atacam ésteres fosfatados e fosfato de inositol liberando HPO42- para a solução do solo. Os mecanismos presenciados pelas bactérias (Bacillus e Peseudomonas, algumas espécies destes gêneros, por exemplo) para aumentar a disponibilidade e absorção de P pelas plantas correspondem a alterações biológicas na rizosfera, devido principalmente a sua acidificação pela secreção de ácidos orgânicos e, fisiológica nas plantas, criação de nódulos por rizóbio. Já os fungos (Aspergillus niger e A. flavus, por exemplo) aumentam a absorção de P por meio de mecanismos físicos, formando as micorrízas, possibilitando a exploração de locais os quais as raízes não alcançam, fisiológicos, pela alteração da cinética de absorção do P pelas plantas bem como as bactérias, químico, ocasionando alterações no ambiente rizosférico também semelhante às bactérias. O acesso ao P orgânico e, generalizadamente, mediado pela mineralização realizada pelos microrganismos decompositores, bactérias e fungos, contudo um viés deste processo é que primeiramente estes microrganismos imobilizam o P, visto que ambientes como a Amazônia o P do solo não se encontra disponível para as plantas. Desta forma, uma maior atuação deste grupo de microrganismo sobre o P orgânico da liteira causaria maior deficiência para as plantas. No artigo os autores citam que o P inicial da liteira não se correlacionou com a taxa de decomposição da mesma. Esta situação é explicada pelo fato de as plantas no ambiente de floresta tropical, Amazônica, dificultar a ação e diminuir a diversidade e densidade de microrganismos decompositores devido à formação de liteira com elevado teor de compostos inibidores de para os microrganismos, taninos, e de formar de carbono de difícil decomposição, como a lignina. Desta forma, a ciclagem de P para as plantas, em casos que o solo seja um forte competidor pela imobilização de P e onde a disponibilidade de P é baixa, pode ser favorecida pela associação com fungos micorrízicos ou prejudicada pela imobilização promovida por bactérias heterotróficas. Neste caso, o primeiro grupo de microrganismos, os fungos, promove a ciclagem mais rápida do P no sistema solo-planta, enquanto as bactérias causam um ciclo mais longo neste mesmo sistema. Adicionalmente, seria menor a quantidade de P que poderia ser adsorvida pelas partículas minerais diminuindo o número de transformações que P realizaria para voltar à planta. excelente [1.200] A grande intensidade da ciclagem de P pelo biomassa microbiana deve apresentar maior importância em solos com maior ou menor capacidade de fixação de nitrogênio? Como seria possível utilizar esta ciclagem do ponto de vista agronômico? Em solos com maior capacidade de fixação de N. Visto a necessidade do suprimento de P para o “turnover” microbiano bem como sua atividade metabólica necessitarem de grandes quantidades deste elemento e devido ao fato que os solos que possuem maior fixação de nitrogênio consequentemente fixarão maior quantidade de P, pois este elemento forma juntamente com o N as principais formas de compostos orgânicos capazes de fornecer P no solo, nucleotídeos, fosfolipídios e fosfato de inositol, o que pode representar em alguns solos até 98% do P disponível. Então a sua imobilização acarretaria que o P da própria biomassa microbiana teria que ser reaproveitado pelos microrganismos. Mesmo sendo a biomassa microbiana um reservatório de fósforo, pequeno em relação ao solo, o fósforo da biomassa possui intenso fluxo devido a sua rápida reciclagem. Um fato importante da possibilidade de utilização da biomassa microbiana para ciclagem e disponibilização de P para a agricultura é devido ao fato que a biomassa microbiana recicla aproximadamente 70 vezes mais P por ano do que a fitomassa. Portanto, a biomassa microbiana pode se constituir em uma forma de “P-lábil” podendo estar disponível para as plantas de forma mais rápida para sua absorção possibilitando uma potencial criação de um sistema de liberação de P para as plantas via biomassa microbiana. ok, para a pergunta errada. agora foi que vi que tinha colocado fixação de N, quando a minha idéia era falar na disponibilidade de P. [2.400] Discuta possíveis conseqüências da grande variação em decomposições totais relatadas na tabela 1 do artigo, em particular no que tange à possibilidade de generalizações a partir de apenas alguns estudos de ciclagem de nutrientes. Ligue isto com a síndrome de baixa decomposição mencionada em vários pontos do artigo, e avalie conseqüências para a prática da adubação verde em culturas tropicais. A grande variação nas taxas de decomposição, primeiramente, indica que os modelos de decomposição estão subestimando as taxas de decomposição reais, principalmente, como exposto no artigo, a taxa de decomposição em florestas tropicais não parece ser rápida e sim lenta, o que demonstra um viés da generalização de que em regiões tropicais com elevadas temperaturas e umidade a taxa de decomposição é maior e mais rápida do que em regiões de menor temperatura e umidade. Podemos concluir pela análise da tabela que as espécies vegetais também possuem elevada contribuição para a redução da decomposição da liteira seja pela produção de substâncias tóxicas aos microrganismos decompositores (taninos), seja devido à liteira rica em compostos de difícil degradação (lignina) estes dois, principalmente, consistem em uma estratégia para menor imobilização de P e outros nutrientes pelos microrganismos decompositores, o tipo de solo o qual poderá fornecer maior quantidade de nutrientes ou não também exercem grande influência, devido ao fato que facilitará a aquisição de nutrientes para a realização do “turnover” microbiano bem como para as plantas, a pluviometria é essencial visto o P no solo se deslocar por difusão, processo que necessita de filme d’água para acontecer, o tempo da estação seca, a duração da avaliação, e o método de avaliação da decomposição, o qual, costumeiramente, utiliza bolsas com tamanho de malhas diferenciadas possibilita a contribuição da meso e macrofauna, os quais não são contabilizados nos modelos atuais, mas estes organismos possuem ação fundamental no processo de decomposição devido a sua ação trituradora tornando o material mais susceptível ao ataque microbiano, são fatores que contribuem para que as estimativas de taxa de decomposição devam ser revistas, pois, estes estudos destroem as premissas básicas dos modelos de decomposição atualmente utilizados que relacionam decomposição com o teor de N, a relação Lignina:N e C:N. Portanto, em climas tropicais a taxa de decomposição não esta estritamente relacionada com os fatores climático, havendo portanto, necessidade de compreensão dos fatores acima citados para a criação de um modelo que melhor descreva a degradação da liteira em climas tropicais. A baixa decomposição descrita no artigo, não se torna uma característica desfavorável às plantas das regiões tropicais, mas sim, uma característica desejável. Em regiões em que o solo é pobre em nutrientes existe uma intensa competição entre plantas e microrganismos, sendo que os microrganismos levam vantagem em sua absorção. Devido possuir maior área de absorção, maior afinidade pelos nutrientes e possuir taxa de “turnover” elevada o que torna os microrganismos excelentes competidores. A menor decomposição de material orgânico acarreta em menor imobilização pela biomassa microbiana, o que favorece a absorção de P da liteira pelas plantas, especialmente, quando associados com fungos micorrízicos. Além do mais, solos pobres tendem a reter nutrientes, por exemplo, o P, de forma não disponível para plantas ou microrganismos fato que é indesejável. Sendo assim, quanto menor a taxa de decomposição menor a imobilização microbiana e menor a possibilidade do solo reter nutrientes. A adubação verde consiste na introdução de matéria orgânica diferente daquela que é encontrada na região, portanto, pode ser uma matéria orgânica de melhor qualidade, possuindo maior facilidade de degradação e liberação de nutrientes. A utilização de matéria orgânica diferente da local favorece a degradação da matéria orgânica do solo na sua forma de fácil degradação ou recalcitrante, este mecanismo é conhecido como “efeito priming” o que acarreta em maior liberação de nutrientes. Contudo, este manejo possibilitará a exaustão das reservas orgânicas do solo mais rapidamente, fato que é indesejável. ok, mas a ligação com adubação verde ficou bem mais fraca do que o resto do texto. Além disto, não me consta que a parte recalcitrante do adubo verde seja particularmente menor do que em outros casos. [2.000] Compare as reações de oxi-redução de metano e nitrogênio, considerando a complexidade das comunidades microbiológicas que realizam estas reações e o grau de semelhança entre as reações das duas metades do ciclo. Compare também o lado energético dos dois conjuntos de reações, indicando em particular que reações são exergônicas e endergônicas, e possíveis implicações para os dois ciclos em termos de estabilidade e direção geral dos fluxos de reações sob condições de limitação de energia. Ambas as reações de oxirredução ocorrem por meio de sintrofia de microrganismos, interação metabólica intermicrobiana. O metano é formado pela atuação de bactérias metanogênicas na redução de CO2 e H2. A redução, síntese de compostos orgânicos, do metano ocorre primeiramente com a redução do CO2 para carboidratos por meio de diversos organismos em meio óxico (fotossíntese em algas, cianobactérias e plantas e bactérias quimiolitotróficas) e anóxico (por bactérias fototróficas e homoacetogênicas) sendo que por último as bactérias metanogênicas reduzem o CO2 utilizando energia de carboidratos e formando metano (CH4). O metano pode ser posteriormente oxidado em meio óxido pela metanotrófia bacteriana liberando energia. A reação de redução do nitrogênio converte N2 em NH4+, esta reação é catalisada pelo complexo da nitrogenase, específica de certos microrganismos. Neste processo, as bactérias convertem uma molécula inerte em outra com elevada energia, que pode ser utilizada por diversos outros organismos, como as plantas. Na presença de oxigênio, o NH4+ pode ser oxidado a nitrato (NO3-) em um processo denominado nitrificação, o qual ocorre em duas etapas: nitritação e nitratação. Na nitritação ocorre à passagem de NH4+ para NO2- com a liberação de 6e- esse processo é mediado pelas bactérias do gênero Nitrossomonas. A nitratação corresponde à transformação de NO2- e NO3- nesse processo ocorre à liberação de 2e- e é mediado pelas bactérias do gênero Nitrobacter. Ambos os gêneros de bactérias utilizam essa energia liberada por estes compostos reduzidos (NH4+ e NO2-) para transformar CO2 em matéria orgânica. No último passo do ciclo ocorrerá a formação de N2, “fechando” assim o ciclo do N. Nas metades dos ciclos ocorre o predomínio de reações de oxidação (respiração) transformando intermediários reduzidos em oxidados para aquisição de energia. Em ambiente anóxico ocorre metanogênese, fermentação e respiração os quais os seus produtos, intermediários de baixa energia, oriundos da quebra de moléculas de alta energia, são utilizados na fotossíntese anoxigênica. No meio óxico, a reação de oxidação predominante é a respiração, sendo seus produtos oxidados, intermediários de baixa energia, utilizados na fotossíntese oxigênica para produção de compostos reduzidos como carboidratos e também temos a fixação de N2 a qual reduz N2 para NH4+. As reações de oxidação são exorgônicas (respiração, fermentação) e as de redução são endorgânicas (fixação de N2, metanogênese, fotossíntese oxigênica e anoxigênica). No caso de limitação de energia, em ambos os fluxos, haveria uma tendência termodinâmica a reversão de boa parte dos produtos mais reduzidos em formas menos reduzidas liberando energia para o sistema e alcançando um novo equilíbrio. ok, mas não comparou a complexidade dos dois sistemas, nem mencionou que enquanto para metano os dois lados da reação podem ser frequentemente feitos pelos mesmos organismos, de modo geral as duas metades para nitrogênio são por gêneros diferentes de bactérias. [1.200] É possível um sistema produtivo ser fechado do ponto de vista ecológico, mesmo desconsiderado o Carbono? Justifique sua posição Não. Se a finalidade do sistema é produção, portanto, haverá uma saída de grande parte do que foi produzido em um local para outro. Essa exportação, por exemplo, pode acontecer na forma de grãos e qualquer outra forma de massa seca que seja retirada da área, ocorrendo com isso à saída via matéria seca de diversos nutrientes e quantidades diferentes dos nutrientes, sendo necessário que esses nutrientes sejam repostos no solo por outros meios como: adubação com esterco, pó de rochas, fertilizantes etc. provenientes de outros lugares e, principalmente, mesmo na natureza os ciclos dos elementos são abertos, no caso do P, processos erosivos arrastam esse elemento retirando-o do ciclo de uma determinada região e depositando em outras. Portanto, o ciclo é aberto. excelente [1.200] A grande intensidade da ciclagem de P pelo biomassa microbiana deve apresentar maior importância em solos com maior ou menor capacidade de fixação de nitrogênio? Como seria possível utilizar esta ciclagem do ponto de vista agronômico? Com uma maior capacidade de FBN uma vez que o N e o P estão juntos na matéria orgânica, e estes influenciam na dinâmica e ciclagem dos nutrientes no solo. A dinâmica do P em solos é complexa, devido ao fenômeno de fixação de P, isto é, à transformação de P-lábil em P não-lábil. Do ponto de vista agronômico, a biomassa microbiana recicla cerca de setenta vezes mais P por ano que a fitomassa, dessa forma fica claro a importância da ciclagem de P. As associações com microrganismos solubilizadores de P estão entre os fatores que influenciam no potencial das espécies ou cultivares em absorver P do solo. A produção de inoculantes contendo bactérias fixadoras de nitrogênio já é prática de rotina em laboratórios de microbiologia do solo, e as bactérias em geral, são um grupo de microrganismos que estão também entre os principais responsáveis pelo mecanismo de solubilização de fosfatos. O fósforo exerce papel importante no metabolismo vegetal, participando da fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia, transferência de genes e reprodução, além de ser o macronutriente mais limitante para o crescimento e a produção agrícola em condições brasileiras. muito semelhante, porém menos confusa do que a primeira resposta a esta mesma pergunta. No entanto, assim como ela não pegou o ponto principal, que seria favorecer a conservação máxima da MO do solo, para ter um maior componente de P orgânico (portanto protegido da imobilização química). Além disto, também não discutiu em quais solos a ciclagem orgânica seria mais importante, que são os com baixo P. do mesmo modo que na resposta anterior a esta pergunta, se livrou pelo meu erro na questão, que deveria ser sobre o teor de P do solo, não a fixação de N. [3.600] Sintetize o capítulo de forma a permitir o entendimento geral do assunto. Os processos biológicos possuem um papel importante, estes regulam as transformações e fluxos de materiais na biosfera, desempenhando o controle na disponibilidade dos vários elementos químicos necessários às diversas formas de vida do planeta. O fluxo dos elementos é bastante complexo e apresenta forte relação e influência do clima e de ações antrópicas sobre os ecossistemas. Os elementos em forma solúvel vão para a solução do solo, onde são influenciados por transformações bióticas e abióticas. Esses nutrientes ao serem depositados no solo via necromassa são transformados pelos organismos heterotróficos liberando-os totalmente ou parcialmente em forma mineral disponível, completando assim a parte de seu ciclo na natureza. A interferência humana tem causado grande impacto nos ciclos biogeoquímicos dos elementos através dos ciclos hidrológicos e de sedimentos, destacando-se a queima de combustíveis fósseis e a mudança no uso da terra têm aumentado o fluxo de C-CO2 para atmosfera; a queima de combustíveis fósseis e a produção de fertilizantes têm elevado a intensidade do fluxo de N reativo; a mineração de fontes de fósforo tem aumentado a magnitude do fluxo desse elemento na biosfera; a queima de combustíveis fósseis e da biomassa terrestre tem contribuído para elevar a emissão de S para a atmosfera. Os principais processos de transformação bioquímica que regulam a ciclagem dos elementos decomposição, no sistema mineralização, solo-planta-atmosfera amonificação, são imobilização, fotossíntese, nitrificação, desnitrificação, fixação biológica, solubilização, oxidação e oxi-redução. Estas alterações têm fortes implicações no funcionamento dos ecossistemas por aumentar as quantidades de formas reativas dos elementos e interferir nos componentes bióticos. O funcionamento dos ecossistemas envolve processos de ganhos e perdas de carbono e nutrientes, determinando a intensidade e o balanço desses processos opostos, o grau de sustentabilidade do ecossistema ou a eficiência daqueles manejados para produção agrícola. O solo juntamente com o ambiente edáfico, é à base de sustentação da pedosfera onde se distribuem os ecossistemas, cujos pilares de sustentação são os seguintes: fluxo de energia, ciclagem de nutrientes e biodiversidade. Se o ecossistema sofrer interferência que leve à perda de energia, redução da biodiversidade e retirada de nutrientes, ele terá a sustentabilidade comprometida. Por outro lado, ecossistemas com entrada de nutrientes, manutenção da biodiversidade, equilíbrio biológico e conservando energia terão sua sustentabilidade mantida. Ficam claras as funções que os organismos do solo desempenham direta ou indiretamente no funcionamento dos ecossistemas, no entanto, verifica-se que a distribuição dos nutrientes entre os componentes do ecossistema é bastante variável. Solos sob vegetação natural, quando desmatados, são mais produtivos que aqueles cultivados, pois os nutrientes estocados são reciclados em pouco tempo, consumindo grande parte da matéria orgânica do solo, que oxida rapidamente, quando a vegetação é retirada. O carbono é o elemento fundamental na constituição das moléculas orgânicas, sendo utilizado primariamente pelos seres vivos presente no ambiente, combinado ao oxigênio e formando as moléculas de gás carbônico presentes na atmosfera, passa a fazer parte da biomassa através da fotossíntese. O carbono é absorvido pelas plantas, uma vez incorporado às moléculas orgânicas dos produtores, poderá seguir dois caminhos, ou será liberado novamente para a atmosfera na forma de CO2, como resultado da degradação das moléculas orgânicas no processo respiratório, ou será transferido na forma de moléculas orgânicas aos animais herbívoros quando estes comerem os produtores. Os animais, através da respiração, liberam à atmosfera parte do carbono assimilado, na forma de CO2. Os solos ricos em matéria orgânica em decomposição apresentam grande concentração de CO2. O gás carbônico presente na atmosfera é importante componente do efeito estufa, um fenômeno atmosférico natural, que ocorre porque gases como o gás carbônico (CO2), vapor de água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e óxido nitroso (N2O) são transparentes e deixam passar a luz solar em direção à superfície da Terra. Esses gases são praticamente impermeáveis ao calor emitido pela superfície terrestre aquecida (radiação terrestre). O seqüestro de carbono refere-se a processos de absorção e armazenamento de CO2 atmosférico, com intenção de minimizar seus impactos no ambiente, já que se trata de um gás de efeito estufa (GEE). A finalidade desse processo é conter e reverter o acúmulo de CO2 atmosférico, visando a diminuição do efeito estufa. Para que mantenha o sequestro de C recomenda-se: não remover os restos culturais do solo, mantendo-os na superfície como cobertura morta; evitar o revolvimento do solo, conservando-o sem cultivo mecânico reduzido ao mínimo; mantê-lo sempre coberto por vegetação com abundante sistema radicular e a máxima diversidade possível; praticar rotação de culturas, pousios e rotação no uso de agroquímicos para ampliar a diversidade biológica no agrossistema; adotar práticas de manejo integrado para maximizar o uso de recursos e, assim, minimizar a aplicação de insumos químicos; promover a integração de sistemas de produção agrosilvopastoril; propiciar ações para recuperação de solos degradados ou marginais. O esgotamento de carbono orgânico do solo tem consequências ecológicas e econômicas, pois a matéria orgânica tem numerosas funções locais para o solo e fora dele, tornando-se um valioso recurso natural. A elevação do CO2 da atmosfera pode inibir a decomposição microbiana devido à maior absorção de N do solo pela vegetação. Esse mecanismo tem suas raízes nas transformações bioquímicas realizadas pela comunidade microbiana do solo que em hipótese contribuirá para amenizar os impactos do aquecimento global e as biológicas, garantindo produtividade igual ou superior em relação aos sistemas de manejo tradicionais com revolvimento do solo. Em solo naturalmente anaeróbio, o estoque de C orgânico tende a ser maior do que em solo aeróbio, visto que a decomposição de materiais orgânicos naquela condição é menor. Os microrganismos anaeróbios são menos eficientes em termos de decomposição do que os organismos aeróbios. A relação com o CO2 acontece através da decomposição aeróbia da MOS por bactérias, fungos e actinomicetos, como forma de obtenção de energia e de nutrientes para seus processos vitais. A função de transformar o nitrogênio existente no ar atmosférico em formas assimiláveis para plantas e animais - Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) - é realizada por bactérias fixadoras de nitrogênio e algumas algas azuis (cianobactérias), sendo a enzima universal conhecida como nitrogenase. O nitrogênio fixado pode, ainda, ser transformado em nitrato, forma que também é disponível para as plantas. O nitrogênio é o sexto em abundância no universo. Constitui cerca de 78% do volume atmosférico. Em combinação com outros elementos, ocorre nas proteínas; no salitre-do-chile (nitrato de sódio, NaNO3), muito usado como fertilizante; na atmosfera, na chuva, no solo e no guano (adubo natural formado a partir da decomposição dos excrementos e cadáveres de aves marinhas), sob a forma de amônia e sais de amônio; e na água do mar, como íons de amônio (NH4+), nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-). Atuando sobre os produtos de eliminação desses consumidores e do protoplasma de organismos mortos, as bactérias mineralizam o nitrogênio produzindo gás amônia (NH3) e sais de amônio (NH4+), completando a fase de amonificação do ciclo, NH4+ e NH3 são convertidos em nitritos (NO2-) e, posteriormente, no processo de nitrificação, de nitritos em nitratos (NO3-) por um grupo de bactérias quimiossintetizantes. Quando os decompositores atuam sobre a matéria orgânica nitrogenada (proteína do húmus, por exemplo) liberam diversos resíduos para o meio ambiente, entre eles a amônia (NH3). Combinando-se com a água do solo, a amônia forma hidróxido de amônio que ionizando-se, produz NH4+ (íon amônio) e OH- (hidroxila). Esse processo de decomposição, em que compostos orgânicos nitrogenados se transformam em amônia ou íon amônio, é conhecido como amonização. As bactérias quimiossintetizantes oxidam os íons e, com a energia liberada, fabricam compostos orgânicos a partir do CO2 e água, definindo a quimiossíntese. A oxidação dos íons amônio produz nitritos como resíduos nitrogenados, que são liberados para o meio ambiente. O nitrogênio entra constantemente na atmosfera pela ação das bactérias desnitrificantes, e continuamente retorna ao ciclo pela ação das bactérias ou algas fixadoras de nitrogênio (biofixação). Essas duas formas de nitrogênio são os compostos facilmente utilizáveis pelas plantas verdes. Os nitritos liberados pelas bactérias nitrosas (Nitrosomonas e Nitrosococcus) são absorvidos e utilizados como fonte de energia por bactérias quimiossintetizantes do gênero Nitrobacter. Da oxidação dos nitritos formam-se os nitratos que, liberados para o solo, podem ser absorvidos e metabolizados pelas plantas. À conversão do nitrito (ou ácido nitroso) em nitrato (ou ácido nítrico) dá-se o nome de nitratação. A ação conjunta das bactérias nitrosas (Nitrosomonas e Nitrosococcus) e nítricas (Nitrobacter) permite a transformação da amônia em nitratos. A esse processo denomina-se nitrificação e às bactérias envolvidas dá-se o nome de nitrificantes. Os componentes dos tecidos vegetais e animais que são incorporados ao solo são decompostos por microrganismos heterotróficos, que decompõem macromoléculas em monômeros mais simples, como foi visto. Parte dos compostos simples e da energia liberada é utilizada pelos microrganismos para seu próprio metabolismo e para sua reprodução. A reprodução dos microrganismos provoca um aumento da biomassa no solo, imobilizando parte dos nutrientes que estavam contidos nos resíduos. Desta forma, este aumento de biomassa representa uma imobilização temporária dos nutrientes, do carbono e da energia que se encontravam originalmente nos tecidos vegetais e animais que compunham o resíduo, e que agora fazem parte dos tecidos microbianos. O equilíbrio entre as taxas de mineralização e imobilização pode ser bastante complexo. Este equilíbrio depende bastante da quantidade de carbono no resíduo e da relação entre carbono e Nitrogênio, Fósforo e Enxofre. Destas, a que é mais utilizada é a relação Carbono Nitrogênio (C/N). Quando o resíduo é adicionado ao solo, o aumento da população microbiana é estimulado pelo aporte de energia e nutrientes que o resíduo representa. Com este aumento da população microbiana, a demanda por oxigênio, nutrientes, energia e carbono aumenta. Os tecidos microbianos possuem em media uma concentração de 5% de N, o que resulta em uma relação C/N entre 20 e 30. Isto significa que os resíduos que possuírem uma relação C/N entre 20 e 30, fornecerão o nitrogênio necessário para a reprodução microbiana, não havendo imobilização nem mineralização significativa no início do processo. Se a relação C/N for maior, significa que os microrganismos buscarão outras fontes de N para satisfazer a demanda, e consumirão formas de nitrogênio que estão disponíveis para a plantas, resultando em uma imobilização líquida e podendo causar uma deficiência temporária de nitrogênio para as plantas. Se, por outro lado, a relação C/N for menos que 20-30, haverá um excesso de N no resíduo, que será mineralizado e desprezado pela microrganismos, permanecendo disponível para as plantas já num primeiro momento. O nitrogênio também pode ser oxidado a nitritos (NO2-) ou nitratos (NO3-) num processo chamado de nitrificação, o qual é facilitado pela presença de certas bactérias. Os óxidos nítricos (NO) e nitroso (N2O) são subprodutos destas reações, as quais também contribuem para a emissão destes gases para a atmosfera. Quando os organismos morrem, certas bactérias são capazes de converter os compostos orgânicos contendo nitrogênio em nitrato, amônia ou, por uma série de reações químicas, em nitrogênio molecular, quando, então, retorna à atmosfera. A redução de nitrato (NO3-) a espécies de nitrogênio sob forma de gás (N2, N2O, NO), ocorre em processos químicos e biológicos e é chamada de desnitrificação. Como resultado deste processo, o N2 atmosférico constitui o principal reservatório de nitrogênio na Terra. A desnitrificação ocorre em toda a superfície terrestre, num processo que reduz o nitrogênio desde o estado de oxidação +V (NO3-) até zero (N2). Esse ciclo é fechado com o retorno do N2 à atmosfera. O nitrogênio é um nutriente que apresenta outras peculiaridades que dificultam ainda mais o seu manejo, originadas das múltiplas e complexas reações bioquímicas que influenciam a sua dinâmica, disponibilidade e eficiência no aproveitamento pelas plantas. A mineração do N-orgânico depende principalmente dos teores relativos de C, N, S e P da matéria orgânica e das atividades microbianas, as quais estão associadas às condições ambientais como: temperatura, umidade, aeração e pH da solução do solo. O processo inverso, no qual o N-mineral oriundo da decomposição da M.O, é transformado em compostos orgânicos participando da composição de plantas ou microorganismos, após a sua incorporação, é denominado de imobilização. Devido à alta exigência das plantas e à baixa disponibilidade no solo, esse nutriente é quase sempre muito limitante ao crescimento delas, que geralmente apresentam grande déficit nutricional de P. À reciclagem do P no solo tem estreita relação com os ciclos dos outros elementos via matéria orgânica. Devido à alta concentração de P nos microrganismos, que pode atingir, por exemplo, 2% da matéria seca nas bactérias, P é o segundo nutriente mais abundante na matéria orgânica do solo. Esse elemento tem forte influência na imobilização de C e N em sistemas biológicos; o acúmulo de C, N, P e S na matéria orgânica dependem do conteúdo de P no material de origem, exercendo, portanto, influência na fertilidade do solo. Como as plantas e os microrganismos absorvem P da solução do solo, os processos químicos abióticos e bióticos que controlam as transformações e absorção desse elemento são importantes fatores do seu ciclo e da produtividade agrícola. Os microrganismos influenciam desde as transformações de P no solo ou na rizosfera até a absorção e translocação na planta. As transformações de P, portanto, representam um sistema complexo controlado por reações químicas com forte interferência biológica como: mineralização, imobilização e absorção, processos que controlam a dinâmica das transformações e os fluxos do elemento no ambiente. A atividade microbiana é responsável pela mineralização de P orgânico e atua também em outros processos no solo. Vários grupos de microrganismos do solo ou da rizosfera são capazes, por meio de mecanismos diversos de extrair ou solubilizar P de frações insolúveis no solo e de fosfatos inorgânicos naturais pouco solúveis. A solubilização depende da linhagem do microrganismo, do tipo de fosfato a ser solubilizado, da acidez e da natureza dos materiais orgânicos produzidos, essa solubilização é relacionada à diminuição do pH e/ou à produção de ácidos orgânicos de acordo com as seguintes situações: solubilização dependente da acidez total; solubilização independe da acidez total; solubilização depende da diminuição do pH; solubilização independente da diminuição do pH; solubilização depende mais na natureza dos ácidos orgânicos produzidos que da acidez total, como verificado com vários fungos solubilizadores. Na natureza, o enxofre sofre uma série de transformações, as quais são exclusivamente realizadas por microrganismos. A principal fonte de enxofre para os microrganismos corresponde aos sulfatos inorgânicos ou H2S. Grande quantidade de S é liberada na combustão dos fósseis e concentrações elevadas encontram-se próximos às áreas industriais onde a quantidade retornada ao solo é também maior. O S é perdido no solo principalmente pela lixiviação. Outras perdas incluem erosão, retirada pelas culturas, produção de H2S e compostos de S voláteis orgânicos. A deficiência do S tem tornado frequente pelo maior uso de fertilizantes em fórmulas sem S; redução na quantidade de S usado como pesticidas; rendimentos mais altos das culturas e perdas da MOS; redução na quantidade de S que atinge o solo em água de chuva ou deposição seca, pela adoção de sistemas de controle de emissão de dióxido de S na atmosfera, oriundos da queima de combustíveis fósseis e pelas usinas e indústrias. O processo de maior importância em relação à disponibilidade para as plantas, já que as formas orgânicas constituem a maior parte do enxofre do solo é a mineralização. Muitas espécies de fungos, bactérias e actinomicetos atuam no processo de mineralização do enxofre, utilizando a matéria orgânica como substrato para seu crescimento. Isto ocorre tanto em condições de aerobiose como de anaerobiose. A mineralização do enxofre orgânico em solos bem drenados, que constituem a maior parte dos solos bem cultivados, é influenciada por fatores de solo e clima e pelo manejo a que os mesmos são submetidos. Os principais fatores são: formas do enxofre inorgânico do solo, tipo de material orgânico adicionado ao solo, população microbiana, temperatura, aeração, umidade e pH do solo. Estes fatores são influenciados pelo manejo, sendo mais importantes os aspectos de revolvimento e cultivo do solo, adição de resíduos orgânicos e a calagem. Os fatores ambientais refletem-se na população e atividade microbiana. A temperatura do solo afeta a mineralização de enxofre pelo efeito sobre os microrganismos, sendo esta mais efetiva na faixa de 30-40ºC. O mesmo efeito é proporcionado pela aeração e umidade. A mineralização é maior em condições de aerobiose e no solo com umidade equivalente a 60-80% da capacidade de campo. O pH do solo pode ser considerado o principal fator que afeta a mineralização, devido o seu marcante efeito na população e na atividade microbiana. A faixa mais favorável à mineralização de matéria orgânica encontra-se próxima à neutralidade. A mineralização de enxofre no solo é maior na presença de plantas em crescimento. Isto se da devido à maior atividade microbiana na rizosfera das plantas e à excreção pelas raízes de substâncias catalisadoras da decomposição da matéria orgânica. Em termos médios, estima-se que a taxa de mineralização encontra-se entre 1 e 2% ao ano. O cultivo de solos virgens, por seus efeitos nas condições de aeração, umidade e temperatura do solo e conseqüentemente na atividade microbiana, provoca a redução do teor de matéria orgânica e do enxofre orgânico. Observa-se com o tempo a diminuição do teor de enxofre total e orgânico no horizonte superficial e o aumento do enxofre em horizontes subsuperficiais pelo efeito de lixiviação. As fontes de enxofre para as plantas incluem o enxofre orgânico e inorgânico do solo, o enxofre das águas de precipitação e irrigação, o SO2 atmosférico e o enxofre veiculado por fertilizantes e pesticidas, o enxofre disponível no solo para as plantas é aquele em formas químicas que podem ser absorvidas pelas raízes. Entretanto, o conceito de disponibilidade envolve também formas de enxofre que podem a curto ou médio prazo ser transformada por processos físicos, químicos ou biológicos em formas que possam ser absorvidas pelas plantas. Geralmente os métodos utilizados para estimar o enxofre baseiam-se no uso de extratores químicos em amostras de solos coletadas antes do cultivo e são desenvolvidos em estudos que utilizam apenas a camada superficial do solo. Assim, não são consideradas as contribuições pela mineralização do enxofre orgânico, da atmosfera e do enxofre do subsolo, e as perdas por lixiviação que podem ocorrer durante o cultivo. Os metais no solo originam-se da intemperização dos materiais de origem e de fontes antropogênicas como pesticidas e fertilizantes, rejeitos orgânicos e industriais, mineração e queima de combustíveis, irrigação e deposição atmosférica. Os metais encontram-se em formas diversas no solo, como: solúveis em água, retidos nos sítios de troca, adsorvidos ou complexados aos colóides orgânicos e inorgânicos, insolúveis precipitados ou oclusos pelos óxidos de Fe e Mn, como minerais primários, e nos compostos orgânicos e inorgânicos adicionados pelos resíduos. Os metais passam por uma biociclagem no solo através da absorção pelas plantas, biomassa microbiana e transformações em formas livres ou de quelato que se equilibram com as demais formas encontradas no solo. Os metais podem sofrer lixiviação ou ser absorvidos pela microbiota e pela vegetação. Após a morte das plantas, os metais acumulam-se na serrapilheira, sendo liberados durante a mineralização, fechando assim o ciclo. Os microrganismos e os metais disponíveis interagem de modo muito intenso por dois processos distintos: a bioacumulação e a biossorção. A acumulação celular resulta da absorção metabólica e da translocação ativa para dentro da célula, resultando na bioacumulação, geralmente para garantir as funções biológicas, enquanto a sorção no envelope celular se dá por meio de processos não metabólicos, resultando na biossorção. Os metais pesados exercem grande efeito adverso sobre os microrganismos e processos microbianos no solo, comprometendo a funcionalidade do ecossitema como sua própria ciclagem. O metal alcança o solo por várias formas, onde constitui dois estoques principais: disponível e não disponível. Quando disponível, é absorvido pelas plantas, podendo entrar na cadeia trófica ou sendo devolvido ao solo onde será liberado novamente após a decomposição do resíduo orgânico, podendo acumular-se em forma disponível ou não. Se não for absorvido, poderá ser lixiviado e, assim, contaminar o lençol freático. Diversos microrganismos são capazes de reduzir Hg+2 para se auto protegerem da sua ação tóxica e não para obtenção de energia. O produto dessa redução é volátil e menos tóxico, representando, assim, um mecanismo de destoxificação do meio para garantir o crescimento microbiano. O Fe e Mn tem sua disponibilidade muito influenciada pela atividade de microrganismos que atuam nos processos de oxirredução, controlando a sua biodisponibilidade. O Fe envolve transformações de oxirredução dos minerais, precipitação e dissolução e ainda sua mineralização ligado a MO. A disponibilidade de outros metais como o Zn, também é afetada pelos microrganismos através se seus efeitos indiretos no pH, produção de ácidos orgânicos e mineralização da matéria orgânica. bem completo, mas daria para resumir um pouco mais sem perder as informações mais importantes. [1.200] Discuta as conseqüências ecológicas locais e globais da nitrificação. Como as práticas agrícolas afetam este processo? As consequências ecológicas locais decorrem, essencialmente, das emissões de dióxido de enxofre, óxidos de N e amônia, levando riscos de acidificação e eutrofização do sistema solo-água. As atividades agrícolas, particularmente as pecuárias intensivas, são muitas vezes responsáveis por importantes emissões de amônia. O N2O é libertado a partir dos compostos nitrogenados presentes nos solos, nos cursos de água, corretivos orgânicos e nos adubos. No solo, o principal responsável por estas emissões é justamente o processo de desnitrificação operado por diversos tipos de bactérias do solo, dando origem à libertação de N2 e N2O em quantidades que dependem, entre outros fatores, do pH do solo. Quando lixiviado, o NO3- pode comprometer a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, além de provocar a eutrofização das águas superficiais. A libertação de N2O é favorecida em solos ácidos, quando o nível de nitrato ou de nitrito no solo é elevado e a concentração de oxigênio não é muito baixa. Já as consequências globais da nitrificação referem-se justamente a contribuição do N2O para o processo de aquecimento global por meio de incrementos no efeito estufa, causando redução da camada de ozônio, na formação de N reativo que também é responsável pela destruição da camada de ozônio, quando o NO3- é perdido para a atmosfera por meio de gases produzidos em reações desse elemento no solo. Esse processo ocorre principalmente em condições anaeróbias, onde todo o NO3- presente no solo pode ser rapidamente perdido por meio dos gases da desnitrificação. As práticas agrícolas desejáveis são as que servem como inibidoras da nitrificação, uma vez que resultam na conservação do fertilizante nitrogenado no solo e no aumento da eficiência de uso de N pela cultura. Teoricamente, ao inibir a conversão de amônia, amônio e uréia em nitrato, podem-se reduzir as perdas de N associadas aos processos de lixiviação e desnitrificação, atingindo assim, benefícios ambientais e econômicos. Um bom inibidor de nitrificação deve ser móvel, de forma que se mova junto com o fertilizante; persistente, atuando no período que a cultura exigir e acima de tudo, economicamente viável. Além disso, não pode ser tóxico aos organismos do solo, seres humanos e animais. suponho que a pecuária intensiva que esteja falando seja porco ou frango, ou então a leiteira do nordeste americano e oeste europeu... de resto ok [1.000] Considerando o principal mecanismo de ação para a fauna do solo descrito no trabalho, compare com o que acontece em uma pastagem, em termos de ciclagem de nutrientes e distribuição espacial. A presença de excretas é uma importante via de retorno de nutrientes para as plantas em condições de pastagem. Nitrogênio (N), sódio (Na), Cloro (Cl) e enxofre (S), são excretados em significativas proporções, tanto nas fezes, quanto na urina destes animais. Alguns elementos são excretados preferencialmente pela urina como o potássio (K), enquanto outros são pelas fezes como o fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), cobre (Cu), zinco (Zn), ferro (Fe) e manganês (Mn)). A presença dos excretos no pasto, freqüentemente, provocam um aumento da produção de matéria seca nas plantas próximas a eles localizadas devido ao aproveitamento de parte dos nutrientes. Contudo, o aproveitamento dos nutrientes pode não acontecer de maneira eficiente. Por exemplo, durante o pastoreio, 90 a 95% do N removido com o consumo da forrageira são retornado, com as excreções, de maneira concentrada a pequenas áreas da pastagem. Com as fezes, o aporte de N pode contribuir significativamente para a nutrição da forrageira somente se esse material for incorporado ao solo. Na urina, a principal fração nitrogenada, que pode ser representada pela uréia, é rapidamente hidrolisada a amônio (NH4+), que acarreta aumento do pH local gerando perdas substanciais de N por volatilização da amônia. Todavia, para tal feito, deve-se considerar, além da aquisição eficiente dos nutrientes dos excretos pelas plantas, a sua distribuição na área do pasto, uma vez que a efetividade do retorno de nutrientes das excretas nas pastagens depende da quantidade (número) de excretos depositados, da proporção da área da pastagem ocupada, do grau de uniformidade de sua distribuição, da taxa de nutrientes retornados e do aproveitamento destes nutrientes pelas plantas. acertou o principal efeito dos animais na ciclagem de nutrientes em pastagem, mas nem sequer mencionou a fauna do solo... a principal diferença é que a fauna do solo ajuda a melhorar a distribuição da liteira, ao incorporar e reduzir o tamanho das partículas, enquanto o animal na pastagem reduz o tamanho da partícula, mas concentra o material em pontos, com pior distribuição espacial. [0.250] Considerando a reciclagem de materiais orgânicos, discuta o que aconteceria em termos de ciclagem de nutrientes em escala nacional caso o tratamento do esgoto e compostagem do lixo orgânico fossem adotados em larga escala em todas as cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes. O saldo desta modificação seria positivo, negativo ou neutro, em sua opinião? Com o aumento da reciclagem, consequentemente irá reduzir a exploração mineral deste elemento, e diminuirá os impactos ambientais em alguns locais. A maioria dos ambientalistas acredita que encorajar os hábitos de reciclagem é uma ferramenta essencial na campanha de redução de impacto global. E se parte da população estiver comprometida com a reciclagem o reaproveitamento do lixo se desenvolverá de forma automática, e retornará como uma ferramenta benéfica. Considero que seja positivo, pois, haveria maior aproveitamento destes nutrientes, fazendo com que eles retornassem ao ciclo solo-planta mais rapidamente, podendo ser reutilizado na agricultura, etc., além do que, o P, por exemplo, é um recurso esgotável, dessa forma qualquer forma de prolongar a sua utilização torna-se de interesse. resposta pouco técnica, e não discute a principal consequência em termos de ciclagem de nutrientes, que seria a exportação maciça de nutrientes do campo para as áreas peri-urbanas. O efeito seria positivo, já que mesmo exportando é melhor do que a alternativa de simples perda dos nutrientes, mas precisaria ser bem controlado. O ponto levantado com relação ao P é bastante importante, e este seria o nutriente mais fácil de retornar ao campo, já que há possibilidade de extrair um minério menos volumoso do que o resíduo propriamente dito. [0.000] Considerando o modelo da biosfera apresentado na figura 1, destaque como podemos interferir de forma controlada com práticas agrícolas baseadas em microorganismos. Discuta em particular possíveis efeitos de modificações de práticas agrícolas em pontos específicos do ciclo apresentado. Não respondida