LÍNGUA PORTUGUESA FAM Faculdade

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CURSO MÉDIO EM TEOLOGIA - FAM
LÍNGUA PORTUGUESA
FAM
Faculdade Manancial
(Academia Teológica e Profissional)
Site:
www.fam1.net
www.jdso.com.br
Dr. João Domingos Soares de Oliveira
CURSO MÉDIO EM TEOLOGIA - FAM
LÍNGUA PORTUGUESA
A Gramática tem como finalidade orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um padrão
de escrita e de fala baseado em diversos critérios. A Gramática brasileira é dividida em fonologia,
Morfologia e Sintaxe.
1.
FONOLOGIA
Em linguística, um fonema é a menor unidade sonora (fonética) de uma língua que estabelece
contraste de significado para diferenciar palavras. Por exemplo, a diferença entre as palavras PRATO e
TRATO, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: /P/ na primeira e /t/ na segunda.
O fonema não pode ser confundido com letra. Enquanto o fonema é o som em si mesmo, a letra
é a representação gráfica desse som. É bastante comum que um mesmo fonema seja representado por
diferentes letras, como o caso do fonema /z/ que no português pode ser representado pelas letras S
(CASA), Z (ZERO) ou X (EXAME). Também acontece de uma mesma letra representar mais de um
fonema, isso acontece, por exemplo, com a letra X que no português pode ter o som (fonema) de /z/
(EXEMPLO), /chê/ (ENXAME), /s/ (APROXIMAR) e /ks/ (FIXO).
Obs.: na escrita os fonemas devem sempre ser representados entre barras. Isto é o que os
distingue das letras. Ao se escrever uma letra sem barras, está se referindo a letra em si mesmo, e não
ao fonema.
Nem sempre há coincidência entre o número de letras e o número de fonemas em uma palavra.
Exemplos: TAXI - letras T A X I = 4 fonemas /t/ /a/ /k/ /s/ /i/ = 5 MANHÃ - letras M A N H Ã = 4 fonemas
/m/ /a/ /nh/ /a/
Algumas letras, em determinadas palavras, não representam fonemas. Por exemplo, o N e o M
nas palavras "VENDO" e "BOMBA" não representam um som isolado, mas servem para indicar a
nasalização da letra que lhes precede. Algumas palavras são escritas com letras que não possuem
qualquer som, e portanto não representam nenhum fonema, como o caso do H em palavras como
"HARMONIA" ou "HOJE", s em palavras como "NASCER" ou "DISCÍPULO" ou u nos grupos gu e qu
seguidos de e ou i, em palavras como "GUERRA" e "QUERO" e o x em palavras como "EXCEÇÃO" ou
"EXCEDER". Essas letras são conservadas na escrita, embora não apareçam na oralidade por razões
etimológicas.
Alofone: são as várias possibilidades de pronúncia de um mesmo fonema. Exemplo: o fonema
final /l/ da palavra "SOL" pode ser pronunciado como /l, /w/ ou /r/. Isto ocorre por causa de diferenças
regionais, sociais ou individuais.
1.1. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes:
1.1.1. VOGAIS
Vogal é o fonema produzido pelo ar que, expelido dos pulmões, faz vibrar as cordas vocais e não
encontra nenhum obstáculo na sua passagem pelo aparelho fonador. Classificam-se em:
1.1.1.1.
•
•
QUANTO À INTENSIDADE
Vogal tônica: é a vogal onde se encontra o acento principal da palavra.
Vogal subtônica: é a vogal onde se encontra o acento secundário da palavra.
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•
Vogal átona: é uma vogal onde não existe qualquer acento da palavra.
Exemplo: Na palavra automaticamente, o primeiro "a" é a vogal tônica, o segundo "a" é a vogal
subtônica, e as demais vogais são átonas.
Nota 1: Em alguns idiomas como o chinês não existe o conceito de intensidade da vogal. Em seu
lugar, existe o conceito de tom, em que as sílabas são distinguidas pela maneira como são entonadas.
Em português, o conceito de "tom" existe quando se diferencia uma pergunta de uma afirmação (ex.: "o
açúcar é branco."; "o açúcar é branco?") ou em uma frase exclamativa: "(ex.: "como o açúcar é
branco!"). Então percebemos que realmente o açúcar é branco, porque isso é uma parte dos fonemas.
Nota 2: Em nenhuma palavra de até três sílabas existem vogais subtônicas em português. E em
algumas preposições, artigos, pronomes e conjunções com uma ou duas sílabas (ex.: por, em, para, um,
o, pelo), não existem vogais tônicas.
1.1.1.2.
QUANTO AO TIMBRE
•
Vogais abertas: São as vogais articuladas ao se abrir o máximo a boca. Por exemplo: no
Brasil, nas palavras "amora" e "café", todas as vogais são abertas.
•
Vogais fechadas: São as vogais articuladas ao se abrir o mínimo a boca. Por exemplo: nas
palavras "êxodo" e "fôlego", todas as vogais são fechadas.
Alguns gramáticos da língua portuguesa ainda classificam as vogais "e" e "o" na categoria de
vogais reduzidas quando são átonas no fim de uma palavra, que em geral são pronunciadas como "i" e
"u". Por exemplo, nas palavras "análise" e "camelo".
1.1.1.3.
QUANTO AO MODO DE ARTICULAÇÃO
•
Vogais orais: São as vogais pronunciadas completamente através da cavidade oral. Em
português, existem de sete a nove vogais orais, de acordo com o dialeto, a saber: "á" [ä], "â" [ ], "ê" [e],
"é" [ɛ], "i" [ ], "í" [i], "ô" [o], "ó" [ɔ] e "u" [u] (as vogais representadas pelos símbolos [ , ] são
comumente representados por [ɨ, ɐ] por sua proximidade e também por sua semelhança gráfica).
•
Vogais nasais: São as vogais pronunciadas em que uma parte do ar usado para a
pronúncia escapa pela cavidade nasal. Em português, existem cinco vogais nasais. Nas palavras: "maçã",
"sempre", "capim", "bondade", e "fundo", os grafemas assinalados em negrito representam vogais
nasais. Também são nasais os ditongos "ão", "ãe", "õe" e o ditongo "ui" da palavra "muito".
1.1.1.4.
QUANTO AO PONTO DE ARTICULAÇÃO
•
Vogais posteriores: São as vogais pronunciadas com a língua posicionada no fundo da
boca, entre o dorso da língua e o véu palatino. Em português, são posteriores as vogais "ô", "ó" e "u".
•
Vogais anteriores: São as vogais pronunciadas com a língua posicionada na frente da boca
entre o dorso da língua e o palato duro. Em português, são anteriores as vogais "ê", "é" e "í".
•
Vogais centrais: São as vogais pronunciadas com a língua posicionada no centro da boca.
Em português, são centrais as vogais "á", "â", e em alguns dialetos também têm o "i" átono,
pronunciado ora central ora quase posterior.
1.1.2. SEMIVOGAIS
As semivogais são fonemas que não ocupam a posição de núcleo da sílaba, devendo, portanto,
associar-se a uma vogal para formarem uma sílaba. Em português, somente os fonemas representados
pelas letras "i" e "u" em ditongos e tritongos são considerados semivogais. Um ditongo é sempre
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formado por uma vogal mais uma Semivogal. Quando a semivogal vem antes da vogal, o ditongo é dito
"crescente" (como em "jaguar"). Quando a semivogal vem depois, o ditongo é dito "decrescente" (como
em "demais"). Nos ditongos "ui" e "iu", uma das letras é sempre considerada vogal e a outra é
semivogal. No caso dos tritongos, todos eles são formados por uma vogal intercalada entre duas
semivogais.
1.1.3. CONSOANTES
Consoantes são fonemas assilábicos que se produzem após ultrapassar um obstáculo que se
opõe à corrente de ar no aparelho fonador. Estes obstáculos incluem os lábios, os dentes, a língua, o
palato, o véu palatino e a úvula.
1.1.3.1.
QUANTO AO PAPEL DAS CORDAS VOCAIS
•
Consoantes surdas (ou desvozeadas): São as consoantes pronunciadas sem que as cordas
vocais sejam postas em vibração. São surdas as seguintes consoantes em português: f, k, p, c, s, t, x, ch.
•
Consoantes sonoras (ou vozeadas): São as consoantes pronunciadas com a vibração das
cordas vocais. São sonoras as seguintes consoantes em português: b, d, g, j, l, lh, m, n, nh, r, v, z.
1.1.3.2.
QUANTO AO MODO DE ARTICULAÇÃO
•
Consoantes oclusivas: São as consoantes pronunciadas fechando-se totalmente o
aparelho fonador, sem dar espaço para o ar sair. São oclusivas as seguintes consoantes: p, t, k, b, d, g.
•
Consoantes fricativas: São as consoantes pronunciadas através de uma corrente de ar que
se fricciona em um obstáculo. São fricativas as seguintes consoantes em português: f, j, s, ch, v, z.
•
Consoantes laterais: São as consoantes pronunciadas ao fazer passar a corrente de ar nos
dois cantos da boca ao lado da língua. Em português, são laterais apenas as consoantes "l" e "lh".
•
Consoantes vibrantes: São as consoantes pronunciadas através da vibração de algum
elemento do aparelho fonador, em geral a língua ou o véu palatino. Em português, são vibrantes apenas
as duas variedades do "r", como em "carro" e em "caro".
•
Consoantes nasais: São as consoantes em que o ar sai pelas fossas nasais, em vez da boca.
Em português, são nasais as consoantes "m", "n" e "nh".
1.1.3.2.
QUANTO AO PONTO DE ARTICULAÇÃO
•
Consoantes bilabiais: São as consoantes pronunciadas com o contato dos dois lábios. Em
português, são bilabiais as consoantes: p, b, m.
•
Consoantes dentais: São as consoantes pronunciadas com a língua entre os dentes. Em
português são dentais as consoantes: t, d e n.
•
Consoantes alveolares: São as consoantes pronunciadas com o contato da língua nos
alvéolos dos dentes. Em português, são alveolares as consoantes: s, z, l e o "r" fraco.
•
Consoantes labiodentais: São as consoantes pronunciadas com o contato dos lábios na
arcada superior dos dentes. Em português, são labiodentais as consoantes "f" e "v".
•
Consoantes palatais: São as consoantes pronunciadas com o contato da língua com o
palato. Em português, são palatais as seguintes consoantes: j, ch, lh e nh, e, em alguns dialetos, também
as consoantes "t" e "d" antes de "i".
•
Consoantes retroflexivas: São as consoantes pronunciadas com a língua curvada. Em
português, somente alguns dialetos do Brasil têm uma consoante retroflexiva, o chamado "r" caipira.
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•
Consoantes velares: São as consoantes pronunciadas com a parte traseira da língua no
véu palatino. Em português, são velares as consoantes: k, g e rr (em alguns dialetos brasileiros).
•
Consoantes uvulares: São as consoantes pronunciadas através da vibração da úvula. Em
português, existem na variedade europeia e no dialeto fluminense; no caso, o "r" forte.
•
Consoantes glotais: São as consoantes pronunciadas através da vibração da glote. Não há
consoantes glotais em português e em praticamente nenhum dos idiomas ocidentais. Exemplos de
idiomas com consoantes glotais são o hebraico e o árabe.
Nota: No Brasil, é perceptível a diferença de pronúncia da palavra tia entre pessoas do Rio de
Janeiro e Nordeste, por exemplo. De modo geral, para os primeiros, a letra "t" é um fonema palatal
(pronunciado mais ou menos como "txia", enquanto para os segundos representa um fonema alveolar.
Ainda que — assim como em prato e trato — os sons correspondentes à letra t de tia sejam diferentes
(isto é, letras iguais e sons diferentes), o fonema é um só, visto que, na língua, não se estabelece
distinção de significado ao pronunciar-se /tia/ ou /txia/. As letras do alfabeto representam os sons
recebem o nome de FONEMA.
2.
MORFOLOGIA
Resumindo, a Morfologia é o estudo da palavra e sua função na nossa língua.
2.1. SUBSTANTIVO
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. A palavra que indica o nome dos seres
pertence a uma classe chamada substantivo. O substantivo é a palavra que dá nome ao ser.
Além de objeto, pessoa e fenômeno, o substantivo dá nome a outros seres, como: lugares,
sentimentos, qualidades, ações e etc.
2.1.1. CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO
-Comum - é aquele que indica um nome comum a todos os seres da mesma espécie.
-Coletivos - entre os substantivos comuns encontram-se os coletivos, que, embora no singular,
indicam uma multiplicidade de seres da mesma espécie
-Próprio - é aquele que particulariza um ser da espécie.
-Concreto - é aquele que indica seres reais ou imaginários, de existência independente de outros
seres.
-Abstrato - é aquele que indica seres dependentes de outros seres.
2.2. ARTIGO
Na frase, há muitas palavras que se relacionam ao substantivo. Uma delas é o artigo.
Artigo é a palavra que se antepõe ao substantivo para determiná-lo.
2.2.1. CLASSIFICAÇÃO DO ARTIGO
O artigo se classifica de acordo com a ideia que atribui ao ser em relação a outros da mesma
espécie.
Definido - é aquele usado para determinar o substantivo de forma definida: o, as, os, as.
Indefinido - é aquele usado para determinar o substantivo de forma indefinida: um, uma, uns,
umas.
2.3. ADJETIVO
Outra palavra que, na frase, se relaciona ao substantivo, é o adjetivo.
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Adjetivo é a palavra que caracteriza o substantivo.
2.3.1 FORMAÇÃO DO ADJETIVO
Como o substantivo, o adjetivo pode ser:
-Primitivo - é aquele que não deriva de outra palavra.
-Derivado - é aquele que deriva de outra palavra (geralmente de substantivos ou verbos).
-Simples - é aquele formado de apenas um radical.
-Composto - é aquele formado com mais de um radical.
2.3.2 LOCUÇÃO ADJETIVA
Para caracterizar o substantivo, em lugar de um adjetivo pode aparecer uma locução adjetiva, ou
seja, uma expressão formada com mais de uma palavra e com valor de adjetivo.
2.4. NUMERAL
Entre as palavras que se relacionam, na frase, ao substantivo há também o numeral.
Numeral é a palavra que se refere ao substantivo dando a ideia de número.
O numeral pode indicar:
-Quantidade - Choveu durante quatro semanas.
-Ordem - O terceiro aluno da fileira era o mais alto.
-Multiplicação - O operário pediu o dobro do salário.
-Fração - Comeu meia maça.
2.4.1 CLASSIFICAÇÃO DO NUMERAL
-Cardinal - Indica uma quantidade determinada de seres.
-Ordinal - Indica a ordem (posição) que o ser ocupa numa série.
-Multiplicativo - Expressa a ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi
aumentada.
-Fracionário - Expressa a ideia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi dividida.
2.5. PRONOME
Além do artigo, adjetivo e numeral há ainda outra palavra que, na frase, se relaciona ao
substantivo: é o pronome.
Pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo, relacionando-o à pessoa do
discurso.
As pessoas do discurso são três:
-Primeira pessoa - a pessoa que fala. Exemplos: eu, nós me, mim; meu, minha, etc.
-Segunda pessoa - a pessoa com quem se fala. Exemplos: te, tu, você, vós, vos, teu, tua etc.
-Terceira pessoa - a pessoa de quem se fala. Exemplos: ele, ela, seu sua, dele, dela, lhe, etc.
5.1 Classificação do Pronome
Há seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e
relativos.
-Pronomes pessoais:
Os pronomes pessoais substituem os substantivos, indicando as pessoas do discurso. São eles:
retos, oblíquos e de tratamento.
-Pronomes Possessivos:
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de
posse de algo (coisa possuída).
-Pronomes Demonstrativos:
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São palavras que indicam, no espaço ou no tempo, a posição de um ser em relação às pessoas do
discurso.
-Pronomes Indefinidos:
Pronomes Indefinidos são palavras que se referem a Terceira pessoa do discurso, dando-lhe
sentido vago ou expressando quantidade indeterminada.
-Pronomes Interrogativos:
Pronomes Interrogativos são aqueles usados na formulação de perguntas diretas ou indiretas.
Assim como os indefinidos, referem-se a Terceira Pessoa do Discurso.
-Pronomes Relativos:
São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com
os quais se relacionam.
2.6. VERBO
Quando se pratica uma ação, a palavra que representa essa ação, indicando o momento que ela
ocorre, é o verbo. Uma ação ocorrida num determinado tempo também pode constituir-se num
fenômeno da natureza expresso por um verbo.
Verbo é a palavra que expressa ação, estado e fenômeno da natureza situados no tempo.
2.6.1 CONJUGAÇÕES DO VERBO
Na língua portuguesa, três vogais antecedem o “r” na formação do infinitivo: a-e-i. Essas vogais
caracterizam a conjugação do verbo. Os verbos estão agrupados, então, em três conjugações: a primeira
conjugação (terminados em ar), a segunda conjugação (terminados em er) e a terceira conjugação
(terminados em ir).
2.6.2 FLEXÃO DO VERBO
O verbo é constituído, basicamente, de duas partes: radical e terminações.
As terminações do verbo variam para indicar a pessoa, o número, o tempo, o modo.
2.6.3 TEMPO E MODO DO VERBO
O fato expresso pelo verbo aparece sempre situado nos tempos:
-Presente - Ele anuncia o fim da chuva.
-Passado - Ele anunciou o fim da chuva.
-Futuro - Ele anunciará o fim da chuva.
Além de o fato estar situado no tempo, ele também pode indicar:
-Fato certo - Ele partirá amanhã.
-Fato duvidoso - Se ele partisse amanhã...
-Ordem - Não partas amanhã.
As indicações de certeza, dúvida e ordem são determinadas pelos modos verbais. São, portanto
três modos verbais: Indicativo (fato certo), Subjuntivo (fato duvidoso), Imperativo (ordem).
2.6.4 VOZES DO VERBO
Voz é a maneira como se apresenta a ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito. São três as
vozes verbais:
-Ativa - o sujeito é o agente da ação, ou seja, é ele quem pratica a ação.
-Passiva - o sujeito é paciente, isto é, sofre a ação expressa pelo verbo.
-Reflexiva - o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente da ação verbal, isto é, pratica e sofre
a ação expressa pelo verbo
2.7. ADVÉRBIO
Há palavras que são usadas para indicar as circunstâncias em que ocorre a ação verbal: são os
advérbios.
Advérbio é a palavra que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.
2.7.1 CLASSIFICAÇÃO DO ADVÉRBIO
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De acordo com as circunstâncias que exprime, o advérbio pode ser de:
-Tempo (ontem, hoje, logo, antes, depois)
-Lugar (aqui, ali, acolá, atrás, além)
-Modo (bem, mal, depressa, assim, devagar)
-Afirmação (sim, deveras, certamente, realmente)
-Negação (não, absolutamente, tampouco)
-Dúvida (talvez, quiçá, porventura, provavelmente)
-Intensidade (muito, pouco, mais, bastante).
2.7.2 LOCUÇÃO ADVERBIAL
É um conjunto de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
2.7.3 ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS
São advérbios interrogativos: quando (de tempo), como (de modo), onde (de lugar), por que
(causa). Podem aparecer tanto nas interrogativas diretas quanto nas indiretas.
2.8. PREPOSIÇÃO
Há palavras que, na frase, são usadas como elementos de ligação: uma delas é a preposição.
Preposição é a palavra invariável que liga dois termos.
Nessa ligação entre os dois termos, cria-se uma relação de subordinação em que o segundo
termo se subordina ao primeiro.
2.8.1 LOCUÇÃO PREPOSITIVA
É o conjunto de duas ou mais palavras com valor de uma preposição.
2.9. CONJUNÇÃO
Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a
conjunção. Conjunção é a palavra que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma
oração.
9.1 Classificação das conjunções
As conjunções podem ser coordenativas e subordinativas.
2.10. INTERJEIÇÃO
Há palavras que expressam surpresa, alegria, aplauso, emoções. Essas palavras são as
interjeições. Interjeição é a palavra que procura expressar, de modo vivo, um sentimento.
2.10.1 CLASSIFICAÇÃO DE INTERJEIÇÃO
As interjeições classificam-se segundo as emoções ou sentimentos que exprimem:
-Aclamação: Viva!
-Advertência: Atenção!
-Agradecimento: Grato!
-Afugentamento: Arreda!
-Alegria: Ah!
-Animação: Coragem!
-Pena: Oh!
2.10.2. LOCUÇÃO INTERJETIVA
São duas ou mais palavras com valor de interjeição.
3.
SINTAXE
Porque estudar Sintaxe. Frase, oração, período.
1 – TEMA: Noções de Sintaxe. Frase, oração, período. Importância do estudo da sintaxe.
2 – PRÉ-REQUISITO: Ler com compreensão. Ter noções de morfologia.
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3 – META: Este roteiro foi elaborado com o objetivo de:
. Desenvolver habilidades de interpretar textos
. Conscientizar o aluno da importância do estudo da Sintaxe da Língua Portuguesa
. Proporcionar condições para estabelecimento dos conceitos de frase, oração e período.
4 – PRÉ-AVALIAÇÃO: O objetivo da pré-avaliação é diagnosticar o quanto se tem conhecimento
de um as¬sunto. Para isso, basta que você responda à Auto avaliação que está no final deste Roteiro,
antes de ler qualquer texto existente nele. Se você alcançar um resultado igual ou superior a 80 pontos,
não precisa es-tudar o assunto, pois você já o domina suficientemente. Caso contrário, vá direto para as
Atividades de Es¬tudo.
5 – ATIVIDADES DE ESTUDO: Ler com entendimento é pré-requisito para se aprender qualquer
coisa atra¬vés da leitura. Por isso, leia o texto do Anexo A para treinar sua interpretação. Embora a
leitura dos anexos em si seja também interpretação de texto, ela é voltada para uma finalidade mais
específica que é a apren¬dizagem dos conceitos gramaticais. O texto do Anexo A é mais genérico e serve
de treinamento para a compreensão geral da língua. Portanto, faça o seguinte:
a) Tenha um dicionário de Português ao seu alcance, para consultá-lo sobre as palavras que você
desco¬nhece o significado;
b) Procure um lugar sossegado para os textos e fazer os exercícios;
c) Leia primeiro o texto; faça em seguida os exercícios; compare suas respostas com o gabarito e
veja o que errou; retorne ao texto para verificar o porquê do erro.
6 – PÓS-AVALIAÇÃO: Após ter feito o estudo dos textos e os exercícios, responda às questões
propostas na Auto avaliação. Creio que você agora, acertará todas. Caso isso não aconteça, consulte as
orientações dadas nas Atividades Suplementares.
7 – ATIVIDADES SUPLEMENTARES: Se você não conseguiu alcançar 80 pontos na Pós-avaliação,
volte à leitura dos textos, agora com mais atenção. Sem pressa. A leitura com compreensão é à base da
aprendi¬zagem.
ANEXO A – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
A FUGA (Fernando Sabino)
1.
Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela
sala, fazendo um barulho infernal.
2.
– Para com esse barulho, meu filho – falou, sem se voltar.
3.
Com três anos já sábia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas:
não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.
4.
– Pois então para de empurrar a cadeira.
5.
– Eu vou embora – foi à resposta.
6.
Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão
suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com
apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? – a mãe
mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura,
um botão amarrado num barbante.
7.
A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente, o pai olhou ao
redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até ao portão:
8.
– Viu um menino saindo desta casa? – gritou para o operário que descansava diante da
obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio.
9.
– Saiu agora mesmo com uma trouxinha – informou ele.
10.
Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do
muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o
pedaço de bis¬coito e – saíra de casa prevenido – uma moeda de 1 cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou
9
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o passinho, abriu a correr em direção à Avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à
distância.
11.
– Meu filho, cuidado!
12.
O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no
asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como a
um ani¬malzinho:
13.
– Que susto você me passou, meu filho – e apertava-o contra o peito, comovido.
14.
– Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.
15.
Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
16.
– Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.
17.
– Me larga. Eu quero ir embora.
18.
Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala – tendo antes o cuidado de fechar a
porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.
19.
– Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
20.
– Fico, mas vou empurrar está cadeira.
21.
E o barulho recomeçou.
“– Fique aí, quietinho, está ouvindo?” Papai está trabalhando.
- Fico, mas vou empurrar está cadeira.
E o barulho recomeçou.
Isso significa que tudo iria começar novamente, pois a criança queria mesmo era chamar a
atenção do pai. Há, no entanto, uma ação na história que não se repetirá. Qual é essa ação e por que
não se repetirá?
III – Reescreva as frases abaixo, substituindo as palavras grifadas por outras de sentido
equivalente (escolha entre as que estão no quadro), fazendo as modificações, se necessário.
Reuniu – uniu – economizou – associou – reduziu – apressou –Espremeu – ajustou – abraçou –
recobrou – observou – consertou
1.
O pai não reparou que o menino juntou ação às palavras.
2.
O menino juntou as suas coisinhas.
3.
Ele juntou duas cadeiras para formar uma cama.
4.
O menino juntou um dinheirinho para comprar uma bola.
5.
O menino apertou o passinho.
6.
A costureira apertou várias roupas para mim.
7.
Quando ele apertou a fruta, o caldo escorreu no copo.
8.
Ele apertou as despesas porque estava em dificuldades.
9.
O pai apertou o filho contra o peito, comovido.
10.
O pai reparou que o menino havia ficado triste.
11.
O pedreiro já reparou o muro.
12.
Ele só reparou as forças porque parou um pouco.
ANEXO B – A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA SINTAXE
Alguns alunos, às vezes, questionam os professores sobre gastar tempo estudando alguns
assuntos que, segundo eles, não vão usar no dia-a-dia da vida profissional. Um desses assuntos é a
SINTAXE. Mas, o que é mesmo isso? Do que trata? Qual o seu valor para o exercício profissional,
qualquer que seja ele?
Primeiro temos que saber que a língua constitui-se de um todo quando a usamos para nos
comu¬nicar. É verdade que, ao falarmos com alguém, não vamos nos “ ligar ” se estamos usando um
substantivo, verbo, se a palavra é masculina ou se está no plural. Não nos preocupamos com a
classificação gramatical. O que nos preocupa, no momento da comunicação, é se aquele que nos ouve
10
CURSO MÉDIO EM TEOLOGIA - FAM
ou lê, entende o que estamos informando. Mas, de repente, o nosso ouvinte ou leitor pode ficar bravo
conosco, porque entendeu diferente o que foi informado. É o que costumamos classificar como “ruído
na comunicação”.
Às vezes, esses “ruídos” acontecem porque o comunicador da mensagem não a construiu dentro
dos padrões da língua, por pura falta de conhecimento desta língua. E naturalmente, quanto mais se
conhece um instrumento, mais sucesso teremos em manejá-lo. Assim também acontece com a Língua
Portuguesa. Quanto mais você souber a respeito dela, mais sucesso você terá, ao usá-la.
Não há nenhuma área da vida profissional que dispense o uso da língua. Em qualquer situação de
sua profissão você a usará, seja para escrever um relatório, para ler ou dar uma informação, para
escrever uma receita médica ou uma receita culinária, a língua vai estar presente, falada ou escrita.
ANEXO B – A DIVISÃO SISTEMÁTICA PARA SE ESTUDAR A LÍNGUA PORTUGUESA
Para melhor estudarmos o Português, os estudiosos desta língua (os gramáticos) estabeleceram
como estudar sistematicamente os elementos que a constituem: é o que chamamos de GRAMÁTICA.
A Gramática classifica e sistematiza os fenômenos da língua, fixando regras que, de acordo com a
época, representam o ideal da expressão correta. Quando dizemos “de acordo com a época”, queremos
dizer que, por a língua ser dinâmica, ela evolui, altera-se, muda. É por isso que, de vez em quando,
ouvimos falar em reforma ortográfica da língua.
O estudo da Gramática se divide em três grandes partes: a Fonética, a Morfologia e a Sintaxe.
A Fonética ocupa-se dos sons da língua. Descreve e classifica os sons produzidos e usados na fala,
fixando a pronúncia correta das palavras.
A Morfologia se ocupa da estrutura e classificação das palavras e do tipo de relacionamento
entre o ser e a palavra que o representa.
A Sintaxe trata do arranjo das palavras e da construção das frases. É o estudo do valor que uma
pa¬lavra tem em relação às outras que a acompanham. A Sintaxe procura verificar qual é a importância
que cada palavra tem dentro da frase e o melhor lugar em que cada uma deve ficar para melhor
expressar nosso pensamento.
Portanto, estudar Sintaxe nos habilita a usar a língua portuguesa de maneira correta, eficaz e
ele¬gante. Um dos pré-requisitos para estudar Sintaxe é sabermos distinguir bem as classes das
palavras. Para isso você precisa estudar Morfologia.
O estudo da Sintaxe também nos ajuda a interpretar melhor os textos. Por isso, se você tem
algumas dificuldades na interpretação de textos, você precisa se esforçar e deixar de lado a indisposição
para o estudo da Sintaxe. Você verá que o estudo desta área da língua só lhe trará benefícios e não vai
gastar tempo à toa.
ANEXO C – FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO. DIFERENÇAS.
Você já deve ter ouvido muito falar em frase, oração e período. Mas você sabe qual é a diferença
en¬tre elas? Vamos começar nosso estudo fazendo uma pergunta: o que é frase? Observe os exemplos
abaixo:
1 – Tenha cuidado com os espinhos, meu filho!
2 – Cuidado com os espinhos!
3 – Cuidado!
Nos exemplos, há uma mesma mensagem estruturada de várias maneiras, o que não impede que
cada uma delas transmita a ideia completa, ou seja, que cada uma delas comunique alguma coisa. Pois
bem, cada um dos exemplos acima é uma frase. Então, nossa resposta à pergunta é:
Frase é todo enunciado suficiente em si mesmo para estabelecer comunicação.
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CURSO MÉDIO EM TEOLOGIA - FAM
É a expressão de um pensamento, por meio de uma ou várias palavras. A frase sempre tem um
sen¬tido completo. Então, todos os exemplos acima são frases, porque transmitem uma mensagem de
sentido completo.
A frase tem sempre um sentido intencional, isto é, exprime aquilo que temos intenção de dizer.
O sentido intencional que damos a nossas palavras, faz com que as pronunciemos com um determinado
tom de voz, isto é, com uma certa entoação ou melodia. Assim, cada frase possui uma entoação própria.
Considerando a entoação das frases, podemos classificá-las em:
DECLARATIVAS – quando declaram alguma coisa. Ex.: Eles vão ao cinema.
EXCLAMATIVAS – indicam surpresa, alegria, tristeza. Ex.: Eles vão ao cinema!
INTERROGATIVAS – indicam uma pergunta. Ex.: Eles vão ao cinema?
Você percebeu a diferença existente entre as frases acima? Elas estão compostas das mesmas
palavras, mas, por causa da entoação da voz que deve ser usada, a mensagem não é a mesma.
Também, pela simples entoação, podemos diferenciar a fala de um português da de um
brasileiro e entre os brasileiros, a de um carioca, nordestino, gaúcho ou mineiro. Entretanto, na escrita,
essas marcas melódicas não podem ser distinguidas a não ser através do uso da linguagem usada pelos
falantes e os sinais gráficos usados para indicá-los. Mas, mesmo assim, só ouvindo os falantes é que
vamos distingui-los.
Vamos, agora, analisar as frases quanto a sua estrutura.
1º exemplo: Tenha cuidado com os espinhos, meu filho!
Aqui, a frase é formada por um grupo de palavras entre as quais há um verbo. Você sabe: verbo
é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno.
2º exemplo: Cuidado com os espinhos!
Aqui, retiramos algumas palavras (o verbo) que apareciam na primeira frase, entretanto a
mensagem continua sendo transmitida.
3º exemplo: Cuidado!
Aqui, há apenas uma palavra que expressa a ideia contida nas duas primeiras frases, mas não é
um verbo.
Na primeira frase, a ideia é que alguém: meu filho; faz uma ação: ter; que resulta em algo:
cuidado com os espinhos.
Nessa estrutura, a ideia está expressa por palavras que apresenta alguém que faz a ação (sujeito)
mais o verbo indicativo da ação e seus complementos (predicado). Quando a estrutura da frase aparece
assim, dizemos que esta frase é uma oração.
Portanto, a oração é uma frase que obrigatoriamente apresenta um verbo na sua estrutura em
volta do qual gravitam outras palavras que lhe completam o sentido.
Já as frase 2 e 3, embora expressem ideias completas, não apresentam verbo na sua estrutura.
A oração é a frase onde encontramos um sujeito e um predicado que podem ser claramente
separados ou identificados. O exemplo abaixo é uma oração:
A sala está suja.
Pois temos o sujeito (a sala) e o predicado (está suja).
Mas, se dissermos:
Que sala suja! - é apenas uma frase e não uma oração, porque não
podemos distinguir ou identificar claramente o sujeito e o predicado.
Há certas orações que podem não apresentar o sujeito Ex.: Chove lá fora.
Assim, o fator indispensável para que haja uma oração é a presença do verbo na frase. É por isso
que afirmamos:
Toda oração é uma frase, mas nem frase é uma oração.
E o que é um período? Período é uma frase organizada com uma ou mais orações. O período
termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca, na escrita com um ponto, ponto de
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CURSO MÉDIO EM TEOLOGIA - FAM
interrogação, ponto de exclamação, reticências e, às vezes, com dois pontos.
Ex.: 1. A excursão durou cerca de meia hora.
2. Lia comentou o ocorrido e calou-se em seguida.
O sentido das frases apresentadas é completo. Mas observe que existem verbos (durou,
comentou, calou-se). Na frase 1 temos apenas um verbo: durou. Já na frase 2 temos dois verbos:
comentou e calou. No primeiro exemplo temos um período simples: é formado apenas por uma oração.
No segundo exemplo, temos um período composto: é formado por duas orações.
RESUMINDO:
FRASE – é um enunciado de sentido completo com ou sem verbo.
ORAÇÃO – é um enunciado de sentido completo onde deve aparecer obrigatoriamente um
verbo.
PERÍODO – é um enunciado com sentido completo formado por uma ou mais orações.
LEITURA REFLEXIVA
PÁ, PÁ, PÁ
A americana estava há pouco tempo no Brasil. Queria aprender o português depressa, por isto
prestava muita atenção em tudo que os outros diziam. Era daquelas americanas que prestam muita
atenção.
Achava curioso, por exemplo, o “pois é”. Volta e meia, quando falava com brasileiros, ouvia o
“pois é”.
Era uma maneira tipicamente brasileira de não ficar quieto e ao mesmo tempo não dizer nada.
Quando não sabia o que dizer, ou sabia, mas tinha preguiça, o brasileiro dizia “pois é”. Ela não
aguentava mais o “pois é”.
Também tinha dificuldades com o “pois sim” e o “pois não”. Uma vez quis saber se podia me
perguntar uma coisa.
Pois não – disse eu, polidamente.
É exatamente isso! O que quer dizer “pois não”?
- Bom. Você me perguntou se podia fazer uma pergunta. Eu disse “pois não”. Quer dizer, “pode,
esteja à vontade, estou ouvindo, estou às suas ordens…”
- Em outras palavras, quer dizer “sim”.
- É.
- Então por que não se diz “pois sim”?
- Porque “pois sim” quer dizer “não”.
- O quê?!
- Se você disser alguma coisa que não é verdade, com a qual eu não concordo, ou acho difícil de
acreditar, eu digo “pois sim”.
- Por quê?
- Porque o “pois”, no caso, dá o sentido contrário, entende? Quando se diz “pois não”, está-se
dizendo que seria impossível, no caso, dizer “não”. Seria inconcebível dizer “não”. Eu dizer não? Aqui, ó.
- Onde?
- Nada. Esquece. Já o “pois sim” quer dizer “ora, sim!”. “Ora, se eu vou aceitar isso.” “Ora, não
me faça rir. Rá, rá, rá.”
- “Pois” quer dizer “ora”?
- Ahn… Mais ou menos.
- Que língua!
Eu quase disse: “E vocês, que escrevem ‘tough’ e dizem ‘tâf’?”, mas me contive. Afinal, as
intenções dela eram boas. Queria aprender. Ela insistiu:
Seria mais fácil não dizer o “pois”.
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Eu já estava com preguiça.
Pois é.
Não me diz “pois é”!
Mas o que ela não entendia mesmo era o “pá, pá, pá”.
Qual o significado exato de “pá, pá, pá”.
Como é?
“Pá, pá, pá”.
“Pá” é pá. “Shovel”, Aquele negócio que a gente pega assim e…
“Pá” eu sei o que é. Mas “pá” três vezes?
Onde foi que você ouviu isso?
- É a coisa que eu mais ouço. Quando brasileiro começa a contar história, sempre entra o
“pá,pá,pá”.
Como que para ilustrar nossa conversa, chegou-se a nós, providencialmente, outro brasileiro. E
um brasileiro com história:
- Eu estava ali agora mesmo, tomando um cafezinho, quando chega o Túlio. Conversa vai,
conversa vem e coisa e tal e pá, pá, pá…
Eu e a americana nos entreolhamos.
- Funciona como reticências – sugeri eu. – Significa, na verdade, três pontinhos. “Ponto, ponto,
ponto.”
- Mas por que “pá” e não “pó”? Ou “pi” ou “pu”? Ou “etcétera”?
Me controlei para não dizer – “E o problema dos negros nos Estados Unidos?”.
Ela continuou:
E por que tem que ser três vezes?
Por causa do ritmo. “Pá, pá, pá.” Só “pá, pá” não dá.
E por que “pá”?
Porque sei lá – disse, didaticamente.
O outro continuava sua história. História de brasileiro não se interrompe facilmente.
E aí o Túlio com uma lengalenga que vou te contar. Porque pá, pá, pá…
- É uma expressão utilitária – intervim. – Substitui várias palavras (no caso toda a estranha
história do Túlio, que levaria muito tempo para contar) por apenas três. É um símbolo de garrulice vazia,
que não merece ser reproduzida. São palavras que…
- Mas não são palavras. São só barulhos. “Pá, pá, pá.”
- Pois é – disse eu.
Ela foi embora, com a cabeça alta. Obviamente desistira dos brasileiros. Eu fui para o outro lado.
Deixamos o amigo do Túlio papeando sozinho.
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