FATORES MOTIVADORES (1e2) 1. Auto Realização _________________ 2.Poder – Prestígio Status ________________________________ 3. Socialização – Associação Auto – estima _______________________________________ FATORES DE HIGIENE 4. Segurança MANUTENÇÃO _____________________________________________ 5. Fisiológicas (básicas) ________________________________________________________ PARA MANTER UMA PESSOA MOTIVADA É NECESSÁRIO ASSOCIAR O RESULTADO DE SEU CONSUMO COM A OBTENÇÃO DE UM OBJETIVO COERENTE COM SUAS NECESSIDADES NAQUELE MOMENTO. MOTIVAÇÃO As pessoas têm necessidades e expectativas, sendo que cada de diferentes formas buscam norteadores de suas próprias necessidades. A motivação nasce da necessidade do homem em eliminar sua carência interna e buscar sua satisfação. Importante interligar os produtos/marca com algo que propiciem ao ser humano uma auto estima elevada. Atualmente principalmente no que diz respeito a corpo, se coloca como padrão algo que para alguns fica intransponível atingir. O que percebo é que já está se inserindo um novo comportamento no mercado ao se utilizar pessoas diferentes, como magras, gordas, carecas, ou seja de diferentes biótipos. Existe marca de produtos de beleza que já está fazendo pesquisa em diferentes faixas estarias e mostrando os resultados que cada um consegue atingir Para Erich Fromm, esta satisfação não acomoda o homem, o predispõe a dar outro passo rumo a auto-realização Para ele o homem saudável é aquele que morre antes de ter nascido completamente, ou seja, deve sempre estar se movimentando em prol de um objetivo, não de uma forma massacrante e inconsciente, mas sim estabelecendo suas metas e planos de realização. Os seres humanos estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional. Este equilíbrio emocional está intimamente ligado a 3 fomes básicas: Físico, mental (psíquica/afetivo) e estruturação do tempo. Físico como será citado mais abaixo está ligado a sobrevivência e preservação da espécie. Psíquica/Afetivo: ligada a 5 emoções: amor, raiva, alegria, tristeza e o medo que sentimos desde que nascemos e que pode nos proteger como também nos impedir de grandes realizações caso o indivíduo se submeta a ele de forma incontestável.Os sentimentos diversos como: amor, medo, raiva, ânimo, desânimo, vergonha, dúvida, alegria, ansiedade, insegurança, medos que são guardados na memória e influencia a futura motivação: valores, socialização e cultura do indivíduo. Estruturação do tempo: viver de forma adequada é ter a vontade dirigida ao essencial do presente, integrando passado e futuro. O que ocorre é que a maior das pessoas vive 70% no passado (antes tudo era tão mais fácil...) de forma nostálgica; 25% no futuro (quando ganhar no jogo, quando for promovido, quando casar...) vive em devaneio o que causa grande ansiedade e somente 5% no presente. Deixando de integrá-los em um só tempo para que possa conduzir sua vida utilizando o passado como experiência e o presente como grande construtor do futuro, pois vivendo com estes percentuais a conseqüência é que a pessoa corre o risco de ficar patinando, sem conseguir produzir sua satisfação, acumulando rancores, delegando aos outros suas próprias frustrações. Afinal o que vem a ser motivação? -Estado interno que dá energia, torna ativo ou move, e que dirige ou canaliza o comportamento em direção a objetivos -Um estímulo interno que dirige o comportamento consciente a satisfazer a uma necessidade ou alcançar uma meta Motivar é mobilizar a natureza psíquica que possui necessidades de cresce como pessoa de fazer alguma coisa que lhe agrade e de fazê-la bem feito, é implantar nessa parte da personalidade um móvel de ação. Um indivíduo gosta de ser solicitado de receber responsabilidades de aceitar um trabalho que o desafie. A motivação está dentro de cada um, uma pessoa pode ser estimulada externamente, mas se não houver o interesse que é interno nada se pode fazer. A alternativa que atualmente vem se adotando nas empresas é o de identificar as necessidades dos consumidores e levam em consideração tais necessidades em seus sonhos desejos, e dessa forma conseguir cooperação, harmonia interpessoal (sinergia), que resulta num efeito global maior. A teoria “Y”, de MC Gregor, assume que as pessoas querem se desenvolver e estão dispostas a assumir responsabilidade são capazes de se autocontrolar e de se interessar pelos objetivos organizacionais. Enquadra-se num processo de modernização, ensinando o ser humano a descobrir o seu potencial e dirigi-lo de forma a satisfazer as necessidades de uma empresa, bem como sentir orgulho pelo trabalho realizado. Para teoria “Y” deve haver integração entre os objetivos individuais e os objetivos da organização: -O gasto de energia física e mental no trabalho pode ser tão natural como o descansar e divertir-se, dependendo das condições existentes. -Cada pessoa tem um mecanismo interno que conduz ao exercício de autocontrole e de autodirecionamento para tingir o objetivo com que esteja comprometida. -O engajamento do ser humano nos objetivos da empresa. -Nas condições da atual vida individual as potencialidades das pessoas comuns são sub-aproveitadas e nem sempre existem estímulos capazes de fazer as pessoas participarem ativamente. Hoje em dia, as idéias coerentes com a teoria “Y” propõem: -Descentralização e delegação de poderes -Enriquecimento e ampliação do trabalho -Gerenciamento participativo -Objetivos e avaliação pelo próprio indivíduo. Freud fazia uma analogia dos motivos com um iceberg, considerando que a parte mais importante da motivação está abaixo da superfície, e para isto se torna necessário uma maior compreensão de si próprio. Os organismos se tornam estimulados por meio de necessidades internas ou externas que podem ser fisiológicas ou psicológicas. Necessidade Fisiológica: por exemplo, quando o indivíduo sente fome um estado desagradável o levará a ter um comportamento dirigido ao objetivo para reduzir a tensão que está sentindo. Ou a fome pode ser estimulada pela imaginação (interno). ou externo o cheiro de algo agradável, algo do meio ambiente. A necessidade aqui é de preço baixo para uso imediato. “ FAZEMOS O MELGOR DO PIOR TRABALHO DO MUNDO” . propaganda papel higiênico “simplesmente essencial” água mineral “Sua vida em suas mãos” (unimed) Necessidades básicas ou primárias: sobrevivência (fome, sede, sono, proteção do corpo contra o frio). No frio, por exemplo, temos a necessidade de nos agasalhar simplesmente. Necessidades secundárias: de ordem psicossocial: sentir fome é uma necessidade biológica, fazer um regime para emagrecer é uma necessidade psicossocial.. Ou quando um indivíduo se sente feliz por estar fazendo algo em prol de uma causa. Escolhe-se a qualidade do produto que vai comprar. Como no exemplo do agasalho aqui verifica-se a beleza, o corte, a qualidade a cor. Segurança: Buscam benefícios de natureza protetora (Planos de saúde, estabilidade, transporte, clubes).Faz temer o desconhecido, o novo, o não familiar, a mudança, a instabilidade e faz com que o indivíduo se proteja. Quem está nesta etapa podem adotar comportamentos padronizados fugindo da flexibilidade e criatividade, por medo de assumir riscos que possam prejudicar sua segurança.”porto seguro sem pré presente” A PROTEÇÃO DE SEUS DIAS MAIS ÍNTIMOS “ Volkswagem você conhece você confia”. Televisor que dá 50 meses de garantia Afeto: sentimentos afetivos e emocionais de amor de pertinência pessoas com as quais se relacionam intimamente, afeições eróticas, e sexual. que apesar de fisiológica geralmente aparece condicionada a uma relação afetiva de maior ou menor. Necessidade de ser amado e querido. Enfermeiras de hospital liam na receita do médico RTC ao perguntar ao médico ele explicou que significava: Requer Ternura e Carinho, que assim o paciente sarava mais rápido. Comercias de margarina utilizam muito o senso de amor. Status de estima: Sente necessidade de reconhecimento, de elogio quer mostrar sua força, inteligência, adequação independência, enfim qualidades que lhe darão estima aos olhos do outros. quando a pessoa não se sente seguro sente necessidade de adquirir coisas para demonstrar prestígio. Necessidades de símbolos de posição elevada é o TER ao invés de SER. Necessidade da fama. “BMW Z3 especial como você” “ SEU JEITO DE SER ÚNICO” Realização - auto conhecimento ligadas ao crescimento do homem . É o desejo que o indivíduo tem de tornar-se aquilo que é capaz de SER.. Reflete a preocupação da pessoa em desenvolver suas potencialidades ao grau mais elevado possível, através de tarefas desafiantes e plenas de criatividade. Necessidade de questionar de querer maiores responsabilidades. FRASE : “SEU SONHO TERMINA AQUI” (consórcio panamericano) “A DIREÇÃO CERTA PARA NOVOS CAMINHOS” “nós resolvemos seus problemas , enquanto você realiza seus desejos” tenha seu futuro em mente” PRINCÍPIOS BÁSICOS Para Frederick Herzberg existem dois princípios básicos: Fatores de motivação e fatores de higiene Fatores de higiene: São aqueles que previnem a ocorrência de descontentamento, mas pouco contribuem para a motivação real: Organização da Empresa, Supervisão, Condições de trabalho, Salário, Companheirismo, Relacionamentos e Status/Segurança Fatores Motivacionais: auto-realização, o trabalho em si, a responsabilidades e a ascensão.: Reconhecimento, promoção, crescimento. A Motivação Extrínseca Provoca: -Mecanismo do medo: risco de descontrole -Mecanismo de estruturas pesadas de fiscalização, controle geração de custos e improdutividade (tem que fazer) -Estimula a competição entre as pessoas (jogo do perde/ganha) -Solução simplista: Eu dou, eu cobro = paternalismo A Motivação Intrínseca Provoca: -Trabalho com satisfação e orgulho -Processo estável -Estimula a cooperação (jogo do ganha/ganha) Podemos definir motivação como necessidades, desejos dirigidos a um objetivo. O indivíduo na tentativa de atingir seus objetivos pode adotar diferentes comportamentos visando superar os obstáculos até que encontre um adequado à situação, provocando sua satisfação. Por exemplo: Bloqueio tentativa número 1 nº2Bloqueio necessidade muito intensa tentativa Tentativa nº3 Êxito Continua o comportamento Motivos racionais: ligados a dados objetivos de realidade comprováveis como economia financeira durabilidade. São ligados a dados objetivos de realidade comprovável como: economia, durabilidade, eficiência. Emocionais: fatores subjetivos: valores pessoais, gosto. Estético. Força do desejo: está relacionado com o número do tipo de reforços passados. ex.: dor de garganta vou ao médico e fui bem atendido eu volto, magnitude dos desejos: inflamação e febre é mais provável que irei ao médico de todo jeito, que dependerá da concorrência com outros motivos que podem ser mais fortes. Ativação através de pistas situacionais: Percebemos as pistas como reforçadoras: ex.: concorrendo a um emprego ao perceber que outros vão sendo desclassificados, o indivíduo fica mais motivado a participar. Quando o indivíduo não consegue realizar seu objetivo diante de várias tentativas pode ocorrer: Frustração: Não tenta mais, desiste, sendo que o bloqueio pode estar ligado ao indivíduo, ou seja, a uma barreira imaginária. Ocorre quando a pessoa é continuamente impedida de atingir o objetivo A frustração desencadeia os seguintes mecanismos de defesa: Racionalização: apresenta desculpas, responsabiliza o outro como desculpas por não ter conseguido seu intento, também está a antecipação das probabilidades de conseqüências percebidas pelo indivíduo subjetivamente ligada aos valores que depende da disposição para conseguir satisfação independente do valor dado ao sucesso ou insucesso.. ex.: montar uma casa de café, mas no perfeccionismo para não querer errar pode temer insucesso; portanto não compra para não correr riscos.. Ou procura tarefas complicadas para não correr riscos, para não se responsabilizar. Existem comerciais que se utilizam deste mecanismo, como, por exemplo, fazendo embalagens menores de chocolate dizendo que somente comerá um e que merece por ter trabalhado tanto Regressão: apresenta comportamento infantil, é quando o indivíduo desiste de tentativas construtivas de solução de problemas e regridem para o comportamento mais infantil e primitivo. Ex.: dar pontapé no carro que não quer pegar. Por isto as pessoas fumam, para transgredir as leis de forma mais amena. Fixação: fica no mesmo comportamento, isto é, se utiliza sempre das mesmas respostas antigas e habituais, não se utilizando respostas novas e talvez mais eficientes. A resignação ou apatia ocorre depois de prolongada frustração quando o indivíduo perde a esperança de atingir o seu objetivo em determinada situação e deseja afastar-se da fonte de insatisfação. Apatia: aceito rotinas sem me incomodar com o que estou fazendo, sem nenhum prazer. Agressão: Descarrego minhas raivas em pessoas que não tem culpa pelo meu mau humor. Por exemplo: meu chefe briga comigo, como não posso brigar com ele, brigo com meu filho, chuto o cachorro... Culpa: Remoendo coisas que fizeram no passado e ficam se castigando. Pode ser pela compulsão de compras de coisas desnecessárias. Categorias das atividades são duas: 1)Dirigida para o objetivo - se em um dado momento o indivíduo sente fome ele procura um local para se alimentar, ou compra um alimento ou prepara a comida. 2)Atividade no objetivo: é o atingir o objetivo: Ingerir o alimento ou não por não ter dinheiro ou estar longe de qualquer local para se alimentar, nesta situação resulta a frustração. Para uma empresa estimular seus empregados deve ter: -Os objetivos demarcados em conjunto com o funcionário ( envolvimento) -A conexão com os objetivos de vida do empregado (motivo interno), que é a base do comprometimento. -Sistemas contínuos de estímulos (programas motivacionais), voltados para a valorização da criatividade e desenvolvimento do homem. Reconhecer através do impacto e não da recompensa -Um sistema de comunicação transparente e complementar. Postura realista -Ações renovadas, avaliações constantes, parceria nas relações, trabalho em equipe e prontidão -Avaliação de desempenho, baseada em padrão de desempenho e resultados esperados. Os empregados devem ter ciência e consciência de seus deveres e de participar no como praticá-los=Responsabilidade A motivação deve ser uma atitude dinâmica e contínua. O acompanhamento precisa ser metodológico acrescentando novos elementos e estímulos, à medida que evoluir a participação dos profissionais nos objetivos da empresa. Uma avaliação do progresso de participação deve integrar o conjunto de ações dos segmentos É errôneo supor que todos os enganos pelo empregado são causados por falta de motivação. Há duas escolas básicas para explicar as causas do erro: - A escola de falibilidade que assume que os seres humanos são falíveis, que há limites para a capacidade humana, da memória, da concentração, e de outras faculdade necessárias para se fazer um bom trabalho, em outras palavras “o erro é humano”. -A escola da falta de atenção, para a qual a causa primária de qualquer erro é a falta de atenção e que o adágio que errar é humano gera um clima de mediocridade de tolerar erros desnecessários Qualquer programa motivacional deve ter como objetivo o comportamento, em alterar atitudes, porém dando ênfase ao modo de pensar do próprio empregado com um grau de consciência. Muitos cientistas do comportamento afirmam que os seres humanos agem em resposta aos estímulos de suas necessidade e aspirações. Considerando o indivíduo (OP) o efeito do estímulo (E) e o tipo de resposta possível (R), temos três casos: 1º -caso: E OP R -O estímulo age sobre o organismo preparado que resulta em uma resposta, quando, então, usamos a memória, a percepção e a inteligência. 2º -caso: E R OP -Neste caso o estímulo já traz uma resposta e o organismo preparado participa como passivo do resultado. É o caso das chamadas operações automáticas. Ex.: trabalhos repetitivos em que o organismo preparado só toma consciência quando há alterações de estímulos ou de necessidade de mudança da resposta 3º - caso: OP E R É a criatividade. Quando preparamos nosso organismo para receber o estímulo e dar respostas correspondentes. É quando o homem muda o meio ambiente O homem se coloca em cada uma dessas posições de acordo com a motivação que tiver. Grande parte desse comportamento depende de aspectos organizacionais e funcionais da empresa e de qual forma se tem que realizar as tarefas, no sistema de produção DESMOTIVAÇÃO Quando o indivíduo depende só de estímulo externo, o montante de energia investida na atividade condicionada vai gradativamente diminuindo ao nível de satisfação experimentado por ele vai baixando até resultar na diminuição do conceito de auto-estima SINTOMAS DE DESMOTIVAÇÃO Um relacionamento ruim com os companheiros; Falta de amizade e confiança para com os superiores; Desinteresse pelo trabalho; Falta de iniciativa; Desânimo e postergação das tarefas; Acomodação; Dependência à orientação dos demais; Irresponsabilidade; Baixa produtividade; Os seres humanos estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional, o que pode ser definido como um estado de ajustamento. O ajustamento não se refere somente a satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança, mas também à satisfação de pertencer a um grupo social e de estima, de auto-realização. É a frustração dessas necessidades que causa muitos problemas de ajustamento. Como a satisfação dessas necessidades superiores depende muito de outras pessoas, particularmente daquelas que estão em posições de autoridade, torna-se importante para a administração compreender a natureza do ajustamento e do desajustamento. O ajustamento como a inteligência varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo indivíduo de um momento para outro. Varia dentro de um conjunto e pode ser definido em vários graus, mais do que em tipos. Um bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é descrever as características de pessoas mentalmente sadias. As características básicas são: -sentir-se bem consigo mesma -sentir-se bem, em relação aos outros É capaz de enfrentar por si as demandas da vida. PESQUISA MOTIVACIONAL Para conhecermos as reais necessidades dos consumidores as pesquisas são fundamentais. Uma das pesquisas utilizadas são as chamadas qualitativas, onde se reúnem vários grupos para estabelecer conexão dos produtos e afins com idade/classe social e situação de vida e de uso. Abaixo elenco um exemplo do que chamo avaliação qualitativa Para se forma os grupos deve estabelecer fatores como idade e classe social 20 a 30 anos 31 a 49 anos 50 a 65 anos DURAÇÃO Geralmente as horas para aplicação gira em torno de 4 a 5 horas por grupo AQUECIMENTO Utilizam-se palavras chaves que se relaciona com o produto em questão solicitando a cada um que escreva a imagem que lê vem a cabeça Mostrar fotos de diferentes pessoas e idades e pedir para correlacionar com cada produto e dizer o porque COMPÁRATIVO Deve ser feito com os principais concorrentes Dispor os produtos como se estivessem no próprio ponto de venda Pedir antes de observarem para estar atento a cada sensação que cada produto lhes causou Cada embalagem deve estar numerada para que coloquem suas sensações , aquela que mais se destacou e algo que o fez lembrar Classificação -Pedir para classificar o que mais gostou -O que mudaria e porque -Dar uma situação que vem a memória de cada um dos produtos -Que tipo de pessoas utilizam estes produtos (deve se aquecer os participantes lembrando os tipos que existem) -O que mais gostou do produto e porque? -Que parte mais gostou DEGUSTAÇÃO (estamos citando exemplo de produto alimentício) A degustação deve ser feita de olhos vendados para tirar qualquer estímulo Sabor: ótimo, forte, bom, fraco, ruim, aguado, agradável, amargo Aroma: sensação o que lembra FINALIZAR -sem olhar os produtos qual que ele lembra mais e descrever -Mostrar novamente os produtos e pedir para que cada um coloque o que escreveu de diferente da realidade. De posse deste material é feito um relatório onde são analisados todos os fatores: forma, cor, tamanho, situações que são mais próximas do produtos. Tal pesquisa gera informações de como o consumidor Vê o produto e a quem acaba se destinando. Propicia um elenco de situações que podem ser utilizadas nas campanhas de marketing, assim como a análise para atingir o público a qual se destina. REFEERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Engel, James F. – Comportamento do consumidor GADE, Christiane – Psicologia do Consumidor Hersey, Paul - Psicologia para Administradores de Empresas -E.P.U. - 1977 - S.P. Martin José – o Poder da imagem, criando valor subjetivo para marca – Intermeios 0 - 1992 Teles, Antonio X. - Psicologia Organizacional - Ed. Ática - 1994 - S.P. Dake, Richard - Ciência do Comportamento na Indústria - Ed. MC Graw-Hill -1977 - S.P . " Auto-Estima e Alta Performance " de MIKE GEORGE Nós temos muito pouco tempo juntos, portanto eu gostaria de compartilhar rapidamente com vocês uma definição de auto-estima. Sua definição é muito simples. É o conhecimento da sua própria beleza, da sua própria singularidade e do seu próprio valor. O que acontece é que em todas as culturas de hoje, a humanidade perdeu este conhecimento, bem como esta percepção. Se abordarmos esta questão da singularidade nós veremos que passamos a maior parte de nossas vidas nos comparando com os outros. A nossa cultura define o sucesso como aquisição e beleza. Através dessas duas idéias nós passamos a nos comparar todo o tempo com outros. Desde uma idade muito tenra, somos ensinados a fazer comparações. Não sei quanto a vocês, mas sempre que me comparava a outro ser humano, raramente saía desta comparação me sentindo melhor. Há uma outra definição de auto-estima: é simplesmente o quanto eu me sinto bem sobre mim mesmo. Se vocês pegarem qualquer revista, seja masculina ou feminina, vocês encontrarão ali um mito de beleza. Se você não é muito bonito ou muito bonita, se você não tem uma aparência extremamente elegante e atraente, se você não possuiu um corpo bem torneado, de acordo com o mundo em que vivemos, a vida não terá muito sucesso para você. Essa é uma crença profundamente enraizada dentro do subconsciente de todos nós. A segunda idéia de auto-estima é a nossa própria beleza interna. Não a beleza que vemos no espelho todos os dias, mas a beleza que vem de dentro para fora. A beleza inata de cada alma humana. A beleza do caráter. A beleza das nossas qualidades naturais. Quais são as coisas que nós corremos atrás durante nossa vida inteira? Há três coisas que nós buscamos em todas as nossas atividades: felicidade, amor e paz. Se vocês pensarem em tudo o que vocês fazem, e porque vocês fazem, é porque vocês acham que aquilo vai torná-los felizes. É por isso que nos apegamos ao nome, ao carro... Mas o que nós estamos buscando? Amor em nossos relacionamentos, paz na nossa natureza e felicidade no final de cada experiência. A nossa vida inteira está dirigida para buscar estas três coisas. Mas estamos condenados ao fracasso. Acho que todos vocês já sabem disso, porque onde estas coisas podem ser encontradas? Não lá fora. O paradoxo desta busca espiritual que existe há dois mil anos é que tudo aquilo que nós estamos buscando, nós já possuímos. É por isso que uma vez por ano vocês vão a uma grande loja de departamentos, compram um lindo presente, embrulham-no, escrevem um lindo cartão e entregam a alguém que está em sua vida, e dizem: "Esse presente é de mim para você, com grande amor". Onde está o amor? Na loja de departamentos? No presente? No embrulho? No cartão? Não, no meu coração. Então por que é que eu não posso dar isso o tempo inteiro? Por que eu fico buscando por isso se eu já o possuo? Não parece um comportamento meio maluco? Mas este é um comportamento global. A mesma coisa acontece com a felicidade. Nós buscamos externamente por momentos de felicidade. Talvez um sorvete lhe faça feliz. As férias, elas também, talvez o façam feliz. Ou então dirigir um BMW pode fazer você feliz. Mas também fará de você um escravo: ao sorvete, às férias e ao seu carro. Felicidade não é uma dependência, é uma decisão. Decida ser feliz! Por que não? Já está lá. O que vocês estão esperando? Algumas condições externas para ficar feliz? Nós vamos esperar a nossa vida inteira para encontrar estas condições perfeitas. Isto é loucura, eu já tenho isso. Vocês conhecem a história dos deuses? No início do universo, os deuses estavam tendo uma reunião e então um disse para o outro: "Onde nós devemos esconder a verdade? Tenho certeza de que se os seres humanos encontrarem a verdade eles farão uma confusão com ela". Então um dos deuses disse: "Vamos colocá-la na estrela mais distante". Outro disse: "Não, eu não colocaria a verdade lá. Eles vão acabar encontrando. Eles estão tão desesperados em sua busca que vão acabar construindo uma aeronave para chegar até essa estrela". Outro deus disse: "Vamos escondê-la no fundo do oceano" e outro respondeu: "Não, não, não! Eu não colocaria a verdade lá. Definitivamente eles vão acabar encontrando-a lá no fundo do oceano, porque eles estão tão desesperados para encontrar a verdade e a felicidade...". Então um deus que estava sentado, quieto, num canto, disse: "Eu sei onde esconder a verdade. Vamos pendurá-la em seus pescoços e eles nunca a encontrarão lá." Então, o que tenho que fazer para sentir-me bem comigo mesmo? Qual é a base para a auto-estima? Felicidade, amor e paz. Quando eu descubro isto, então experimento o segundo paradoxo: eu só posso ter essas três coisas quando eu as entrego. Vocês sabem disso, não sabem? Porque quando vocês dão um presente, como vocês se sentem? Como vocês se sentem quando vêem a felicidade daquele que está recebendo? É só quando eu começo a dar aquilo que eu já tenho que eu começo a entender o terceiro aspecto da definição de auto-estima: e esta é a idéia de valor. Nós esquecemos nosso valor na vida. Eu só restauro o meu valor na vida quando eu vejo quão valioso eu sou para os outros. Qual é outra palavra para vida? Relacionamentos. E o que são relacionamentos? Eles significam dar e receber energia. No que nós transformamos este dar e receber? Todas as culturas hoje em dia transformam o "dar e receber" em "tomar e guardar". Então passamos a maior parte de nossas vidas com medo, tentando proteger aquilo que pensamos que possuímos – mas a posse de alguma coisa é uma ilusão. Eu não posso possuir nada. Vocês conhecem o ditado: "Nós não podemos levar nada conosco quando vamos embora". Mas essa necessidade de possuir e guardar alguma coisa é o que nos impede de compartilhar com outros. Quando eu paro de doar, eu paro de ver o meu valor em relação aos outros. E o que realmente significa a auto-estima? É uma percepção do meu próprio valor. Portanto, o conhecimento e a percepção da minha singularidade, da minha beleza e do meu valor. Como é que nós perdemos a nossa auto-estima? Geralmente isso acontece numa idade muito cedo. Basta que alguns adultos digam as palavras erradas. "Mike, você não é muito bom em escrever! Você não é muito bom em fazer funcionar qualquer máquina. Você é um menino muito irritado!". Basta apenas algumas destas afirmações nessa idade tenra e isso cria uma impressão de que natureza dentro de nós? "Eu não sou capaz, eu não sou muito bom nisso, eu sou uma pessoa muito raivosa". Então minha própria crença, minha opinião de mim mesmo, começam a formar-se a partir daí. Eu acredito em tudo que essas pessoas maduras dizem e se eu continuo a dar energia a essas crenças dentro de mim, isto acaba se tornando a realidade de como eu me vejo. E talvez muitos anos mais tarde, depois de pensar por muitos anos "Sim, eu não sou bom, sim eu sou uma pessoa raivosa" eu tenho que ver um especialista, um terapeuta; sentar na poltrona e ele tem de me ajudar a mudar as minhas crenças. É por isso que hoje em dia a indústria da terapia tem explodido. Porque tantos de nós ouvimos as coisas erradas e passamos a acreditar nas coisas erradas sobre nós mesmos. Então, qual é o ABC da transformação? É muito simples. A primeira coisa que eu tenho que fazer é ter percepção. Eu tenho que ter a percepção de como eu me enxergo. Não me refiro ao que nós vemos no espelho. Não é como eu me pareço, isto não é a base da auto-estima, na verdade isso é o oposto: a base da comparação. Mas qual é a imagem do meu ser interno? Como eu estou me enxergando? Este é o desafio da minha palavra preferida: a história do guru e do discípulo. Um dia o discípulo vai até o guru e diz: "Por favor, senhor guru! Dê-me uma palavra que me ajude a ter a iluminação". O guru está num dia de silêncio, portanto escreve uma palavra num pedaço de papel: Awareness (Percepção) e dá ao discípulo. Então o discípulo sai dizendo: "Sim! Fantástico! É isso mesmo!". Quando ele já está saindo da porta, ele retorna e simplesmente escreve para o guru, pedindo para esclarecer um pouco mais o significado daquilo. E o guru então simplesmente sorri, o sorriso dos iluminados, pega o papel e lápis e escreve: Percepção, percepção, percepção. E o discípulo sai dizendo: "Sim! Fantástico! É isso mesmo!". Quando ele já está saindo da porta, ele retorna e escreve para o guru: "Será que o senhor poderia me dizer exatamente o que significa percepção?" O guru então sorri, pega o papel e o lápis e escreve: Percepção, percepção e percepção significa percepção. Pelo menos uma palavra vocês irão se lembrar da noite de hoje. Se vocês tiverem de se lembrar de alguma coisa, levem esta palavra com vocês, o entendimento de como ter percepção de si próprios. Nós fomos ensinados e condicionados a termos percepção de tudo mais: percepção do tempo, das outras pessoas, dos outros países, da televisão, dos jornais, do que meus vizinhos estão fazendo, mas a última coisa da qual nós temos percepção é de nós mesmos. É assim que nós perdemos a conexão com a nossa própria felicidade e a nossa própria paz. Quando você restaura a percepção em si, você é capaz de ver todas estas crenças que você vem carregando dentro de você. E quando você vê estas crenças, você é capaz de perceber aquilo que você tem que transformar. Deixe-me dar um exemplo: o que os seres humanos mais passam a sua vida fazendo? Vocês repararam no que todos nós somos muito bons? Somos muito bons em corrigir as outras pessoas. Adoramos corrigir as outras pessoas. Por que isso? Porque nós temos essa crença de que podemos controlar outros seres humanos. É possível controlar outro ser humano? É possível? Se vocês souberem controlar alguém, por favor, falem comigo! Quero saber qual é o seu segredo. Em algum momento de suas vidas vocês já ficaram chateado com alguém? Não! [risos] Vocês sabem porque ficaram chateados? Porque vocês estavam tentado controlá-lo. É daí que surge a raiva: uma tentativa de controlar uma outra pessoa e quando você tenta controlar outra pessoa, você está destinado a fracassar, destinado a sentir-se frustrado, destinado a experimentar stress e a sua autoestima está destinada a descer. Simplesmente devido a esta única crença que carregamos internamente. Não é a toa que temos momentos tão difíceis em nossos relacionamentos. E qual é segredo do sucesso? Ter a consciência da sua crença, ser capaz de perceber qual o comportamento que a acompanha, esmigalhá-la dentro de seu próprio estado mental e jogá-la fora, e substitui-la com a inteligência da influência. Porque relacionamentos significam influência. O que vocês farão se eu tentar controlar vocês? Vocês colocarão uma barreira, não é verdade? Nem eu entro, nem vocês saem. Há uma influência muito pequena. Se eu não controlo vocês, vocês permanecem mais abertos e então eu passo a ter mais influência. Na sua família, no seu trabalho, com os seus amigos, o segredo para ter sucesso é não controlar e assim vocês terão mais influência. No ABC da transformação, o "C" significa algo muito simples: "não controlar" e comprometer-se. Procure escrever tudo aquilo com o qual você está comprometido. Comprometimento com pessoas, com tarefas, com organizações... Escreva, anote tudo isto e uma semana mais tarde, olhe esta lista. Todas as coisas que você sabe que você deveria fazer. Se houver uma diferença entre a primeira lista e a segunda lista, se você não conseguiu preencher suas responsabilidades, a lacuna que existe entre os dois é onde a minha integridade desaparece. É aí que a minha auto-estima desaparece. Então, simplesmente, procure ter poucos comprometimentos: não crie muitos compromissos. Porque quanto mais vocês preenchem os seus compromissos, mais vocês são capazes de elevar a sua auto-estima. Este é o ABC da transformação. O "D" é para disciplina, alguma coisa que nós já ouvimos anteriormente. Disciplina não significa que você tenha que fazer alguma coisa. Disciplina, na sua origem, vem da palavra aprender. Significa uma aprendizagem contínua; é a base para o crescimento contínuo e este ergue a sua auto-estima. É simplesmente uma questão de entrar internamente e ser capaz de remover todas estas barreiras e esses bloqueios que estão impedindo a sua auto-estima de emergir. Os bloqueios são essas experiências que tivemos quando éramos crianças, os bloqueios das crenças erradas que todos nós carregamos e também os bloqueios que vêm através das promessas que não foram cumpridas, promessas essas que nós fizemos para nós mesmos. Se vocês forem capazes de ver isso, então metade da viagem já está sendo feita. Mas há outras coisas que eu também posso fazer para aumentar a minha auto-estima: primeiro, as coisas externas. Procure encontrar um grupo de pessoas que dê apoio a você. Em outras palavras: normalmente nós nos misturamos o tempo todo com pessoas que são negativas. Existe alguma forma de poluição em nossos relacionamentos. Então, procure encontrar um grupo de pessoas que é capaz de apoiar um ao outro, capaz de encorajar um ao outro, que é capaz de celebrar um ao outro. E se nesse grupo de pessoas você conseguir encontrar um mentor, ele poderá ajudá-lo em seu propósito de desenvolver-se. Procure circundar-se com imagens positivas. Procure garantir que você está consumindo imagens positivas. Tenha muito cuidado com as coisas que estão entrando na sua consciência. Quando vocês estiverem voltando para casa hoje à noite, o que é que vocês farão? Irão parar na próxima locadora de vídeos e alugar o último filme: "O Exterminador do Futuro 5". Então chegar na sua casa e ligar aquela "divindade" que está lá no cantinho da sua sala e então passar as próximas duas horas consumindo medo, preocupação, ansiedade, violência, tensão. E no final do filme dirão: "Oh! Foi um filme maravilhoso! Mas eu estou me sentindo tão mal..." Isso não parece loucura? Mas é o que o resto do mundo está fazendo. Não é de admirar porque a autoestima das pessoas é um grande problema. Ontem à noite estava compartilhando com um grupo de pessoas, que de acordo com os números da organização mundial de saúde, no ano 2020 a doença mais comum que existirá entre os seres humanos será a depressão. Uma das drogas mais populares hoje em dia é o Prozac, que é a droga do nosso estilo de vida: devolve nossa felicidade em um segundo. Então, após "Exterminador do Futuro 5", uma pequena dose de Prozac. [risos] Para cima, para baixo, para cima, para baixo... A energia mais poderosa que existe no mundo é a energia da nossa consciência. Vocês dizem que aquilo que entra tem que sair – então procurem ter bastante cuidado com as imagens que estão rodeando vocês. Vocês são perfeccionistas? Algumas pessoas são perfeccionistas, são obcecadas com tudo. Então, não seja mais um perfeccionista. Seja um "complecionista", aquele que almeja obter algo na sua plenitude. Cada vez que você abre a gaveta e olha para ela, você vê uma bagunça. Uma vozinha interna diz: "Eu preciso arrumar isso...". Daí você fecha correndo a gaveta e vai embora. E com o que você vai embora? Você vai embora com esse sentimento de algo incompleto, de algo que não foi terminado em sua consciência. E de maneira quieta e silenciosa, o que você está fazendo? Está rompendo um compromisso interno, porque você não terminou aquilo que você começou. Hoje em dia o mundo está andando tão rápido... Nós começamos tantas coisas e fracassamos em completá-las. Dentro de nossa consciência, nos sentimos bem conosco mesmos? Com isso a auto-estima vai para baixo. Então, seja aquele que tem a meta de completar as coisas. E o último aspecto do método que pode ajudálo a restaurar a sua estima, no aspecto externo, é ter a percepção de todas as suas "zonas de conforto", que significa a maneira como você organiza o mundo que está a sua volta, a maneira confortável como você organizou a sua vida inteira. Quer seja seu quarto ou a sua cozinha, ou então seus hábitos de pensamento ou o seu comportamento... É a maneira que você descobre como fica confortável internamente. Uma zona de conforto é uma zona de limitação, quando nos limitamos muito rapidamente. Você pode dizer: "Mike, nós vamos esquiar neste fim-de-semana. Vamos esquiar!" E eu então respondo: "Não, eu não sei esquiar". Por que eu estou dizendo isso? Porque isso traz à minha memória a imagem de quando eu cai quando esquiava com dez anos de idade. Esquiar significa algo que está fora da minha zona de conforto, que foi definida pela minha própria auto-imagem. Eu preciso empurrar-me para fora das minhas zonas de conforto. Mas a maioria de nós não faz isso até que sejamos forçados. Não mudamos até que tenhamos que nos transformar. Esperamos a dor vir para nós nos transformarmos. São duas e meia da manhã. Você está deitado em sua cama. Está muito frio e fica cada vez mais frio e o único cobertor que existe está no guarda-roupa, no andar de baixo da casa. Quão frio tem que ficar até que você se levante e vá buscar o cobertor? Você espera até aquele ponto máximo e este é um comportamento humano clássico. A razão pela qual nós temos tanto stress no mundo de hoje é muito simples: nós não estamos preparados para mudar. Mudar o nosso próprio comportamento. Agarramo-nos rigidamente aos nossos padrões. Então, o que eu posso fazer internamente? Rodrigo Loures (da Nutrimental que compartilhou a experiência da sua empresa com o público) deu o método mais importante para nós podermos elevar a nossa auto-estima e é muito simples: estar focado. Hoje em dia nossa linguagem está preenchida com tudo o que está errado. A linguagem do tudo está indo mal, dos problemas da vida. Muitos anos atrás estava fazendo uma viagem em um navio na Rússia, onde acontecia uma conferência. Tudo na Rússia é um problema: a comida, a economia, o tempo, o esgoto, a água... As pessoas lá estão tão condicionadas a ver a vida como um problema que pediram que eu desse várias palestras sobre pensamento positivo, stress, auto-administração. E o título da palestra? "O problema do pensamento positivo" [gargalhadas] Então, o que nós temos que fazer? Mudar o foco, mudar a nossa percepção. Vocês conhecem o velho ditado: "O copo está meio cheio, ou o copo está meio vazio". Na China eles têm uma palavra para crise e é a mesma palavra para oportunidade. Quando eles vêem uma crise, eles também percebem ali uma oportunidade. Será que nós fazemos o mesmo? Não, nós ficamos paralisados com os problemas da vida. O governo é um problema, dinheiro é um problema, meu trabalho é um problema, as pessoas são um problema. Fica fácil entender porque a nossa energia fica sempre descendo. Uma coisa tão simples que todos nós poderíamos fazer que é simplesmente focar a nossa atenção na oportunidade e na solução e não no problema e na crise. Talvez o maior desafio que todos nós enfrentamos é este e nós vemos isto como o maior de todos os problemas. O problema maior não é o futuro, não é o presente, é o passado. Nós nos agarramos ao passado, às experiências do passado. Nós freqüentemente ouvimos isso na nossa língua. "Não foi terrível?" "Eu gostaria que eles não tivessem feito..." "Se tivesse acontecido dessa outra forma...". Quando vocês forem embora hoje, procurem pensar em seu dia e vocês irão verificar que 80% do seu tempo vocês passaram no passado. Não apenas foi gasto no passado, mas o que vocês tentaram fazer também? O que é que nós fazemos quando gastamos o nosso tempo no passado? O impossível: tentar mudá-lo. Não parece loucura? Isso não seria o suficiente para nos dar o certificado de que somos loucos? Procure observar as conversas que você tem internamente. Eu tenho, portanto, que largar o passado. Talvez você pense: "Mas e quanto as coisas que não deram certo com os meus pais no passado? Todas aquelas coisas que eles me falaram e que me levaram a ter uma baixa auto-estima?" Talvez vocês tenham que visitar aquele terapeuta que cobra U$ 30,00 por hora. E ele então provavelmente dirá para você: a única maneira de você se livrar do seu passado é você voltar no passado e experimentar tudo aquilo de novo. Que indústria maravilhosa: loucura! O que acontece quando vocês levam o carro ao mecânico após um acidente? O homem pergunta a você o que aconteceu no acidente? O mecânico está interessado em saber quem fez o quê no carro? Não, ele simplesmente começa a consertar o carro. A mesma coisa acontece conosco. Eu não tenho que retornar ao passado e tentar reviver aquelas experiências para tentar me libertar delas. Eu tenho que começar a fazer as coisas certas aqui e agora. Então, o que me ajuda a me libertar do meu passado? Ter o meu foco no futuro. O que me dá o foco no futuro? Talvez vocês sejam igual à Sra. Brown. A Sra. Brown acorda um dia de manhã, vê o gato sentado e pensa: "Eu tenho que alimentar o gato". Então ela vai até a geladeira pegar a ração para gatos. E então ela vê a salada que as crianças vão comer no almoço e pensa: "Eu tenho que fazer sanduíches para as crianças comerem no almoço". Ela vai pegar o pão e não há pão. "Eu tenho que ir até a mercearia comprar pão". E quando ela vai à mercearia ela vê o jornal e há 300 novos empregos no jornal. Ela está procurando por um emprego. Então ela compra o jornal e fica ocupada em ler o jornal. Lá diz que há uma grande tempestade chegando. Ela pensa: "Será que o meu seguro está em dia?" Ela telefona para a companhia de seguros. E então, o que a Sra. Brown está perdendo na sua vida? Não digam que é a comida! O que ela está perdendo? Ela não tem metas claras. A maioria dos seres humanos não tem metas claras. Vocês sabem por que é importante ter metas? Porque quando você acorda de manhã há um pequenino homem sentado ao lado da sua cama. Ele está ali sentado com um cheque. Todas as vezes que vocês abrem os seus olhos tem alguém ali com um cheque para vocês. É um cheque no valor de 86.400. Infelizmente não são dólares, ou libras ou marcos alemães. Vocês sabem do que eu estou dizendo, não ? 86.400 segundos todos os dias. Nós vemos o tempo como dinheiro, não é? Inclusive medimos o tempo por dinheiro. Vocês têm metas muito definidas sobre como gastar seu dinheiro: a casa, o vestido, o carro, as férias. Vocês também possuem igualmente estas metas claras de como gastam o seu tempo? Muito poucas pessoas têm esta meta clara. Numa pesquisa feita recentemente a 200 pessoas, foi perguntado: "Vocês têm as suas metas escritas diariamente sobre o que estão almejando?" Apenas 4% escrevem as metas que têm para cada dia. Apenas 4%. Sabem o que isto significa? Significa que os outros 96% vão passar as suas vidas ajudando os 4% a alcançar sucesso em suas vidas. Este é um outro certificado de ter um comportamento maluco. Eu preciso então estar claro sobre quais são as minhas metas. O que vocês criam quando esclarecem as suas metas? Vocês são capazes de criar uma pequena imagem aí (na testa) de vocês mesmos alcançando aquela meta. Porque a meta é como uma visão. Para alcançar a meta você tem de criar uma visão e ter uma visão é algo muito importante. Eu vou dar-lhes um exemplo: eu tenho uma visão de qual é a minha meta. Eu vou ser aquele que vai ganhar a medalha de ouro no campeonato de golf em três anos. E no dia seguinte eu estou caminhando pela rua e vejo um anúncio que diz: "Aulas de golf por metade do preço". Porque eu tenho a visão, o anúncio tem um significado para mim. Se eu não tivesse aquela visão, aquele anúncio não teria qualquer significado. Vocês já acordaram de manhã e chegaram ao final do dia com aquela vozinha dizendo: "Eu não sei qual é o significado desta vida! Eu não sei o que estou fazendo aqui! O que está acontecendo?" Existe uma espécie de um vazio. Qual é a razão? É porque não há visões, não há metas, não há um sucesso interno, não há auto-estima. Eu preciso ter metas. Se você tiver que ir ao passado, vá ao passado de maneira positiva e procure descobrir quais foram as suas vitórias, tudo aquilo que você fez de bom, procure descobrir tudo aquilo que você pode celebrar e anote tudo isso e então use estas experiências para poder dar poder às suas metas do futuro. Agora sobre o método final para poder elevar a sua auto-estima. O método mais bem sucedido nestes últimos dois mil anos. Atrás deste método está a capacidade de nós nos transformarmos dentro de um segundo, mudar a nossa natureza em um segundo. Qual é a sua natureza? É positiva ou é negativa? Aquele velho sábio sentado às margens do rio e ao seu lado o seu discípulo. Então, um pequeno inseto sobe pela mão do sábio e pica a sua mão. O sábio simplesmente afasta a sua mão e então o inseto simplesmente vai embora e cai no rio. O sábio pega o inseto e coloca-o na margem de novo. Um minuto depois o inseto retorna e pica a mão do sábio e vai embora e cai no rio. O sábio inclina-se, pega o inseto e coloca-o de volta na margem. Naturalmente, o inseto sobe pela mão do sábio e pica-o por uma terceira vez. E aturalmente que ele cai no rio de novo. E pela terceira vez o sábio inclina-se e pega o inseto e coloca-o na margem. O discípulo vira-se para o sábio e diz: "Mestre, por que você salva o inseto a cada vez que ele lhe pica?" e o sábio responde ao discípulo: "Está na natureza dele picar. Está na minha natureza salvar." Qual é a sua natureza? No contexto dos relacionamentos humanos, qual é a natureza mais valiosa? Vocês sabem qual é a resposta, mas vocês já escolheram isso? Vocês já escolheram, de maneira consciente, qual vai ser a sua natureza? Porque nós temos o poder da escolha. Nós temos o poder para poder fazer esta escolha e este poder não está lá fora. Ele está dentro de nós. A única forma de alcançá-lo é através de uma viagem interna. Uma viagem interior, para dentro de mim mesmo. Esta é a viagem da meditação. É por isso que os sábios passam muito tempo em meditação. Eles entram dentro de si para encontrar o poder, para restaurar a sua autopercepção, eles viajam para fazer uma escolha consciente de como eles querem ser e então trazer aquela escolha à realidade e na interação com os outros. Se eu sou alguém que salva, alguém que estende a mão para ajudar, se eu sou alguém que doa, o que acontecerá em retorno? Vocês conhecem o velho princípio: "aquilo que você dá, você recebe de volta". O que quer dizer isso? Isso é capaz de elevar a minha auto-estima, porque eu sou capaz de ver o valor que eu tenho em relação aos outros. Eu sei que a minha viagem é única, eu sei que sou singular. Eu sou único. E o caminho para experimentar tudo isto é entrar internamente: os místicos, os sábios e os santos já estão tentando dizer isto a nós há dois mil anos. Mas nós estamos ouvindo? Não. Então simplesmente ligue-se, conecte-se. Você pensa que tem que ler os jornais ou ouvir as fofocas, mas não escutamos a nós mesmos. Aprenda a ouvir-se; a ouvir e a ver a beleza e poder que existe dentro de você. O amor não nos abandona. Somos nós que abandonamos o amor. Nós perdemos a consciência do amor. Então, dê a si mesmo uma chance. Fique quieto, calmo e escute o chamado do amor de dentro de si. Vou parar por aqui e se vocês perceberem que tem alguma coisa que não está funcionando para vocês ou qualquer pergunta que esteja arranhando o seu intelecto ou alguma coisa que não esteja clara, se alguém tiver alguma pergunta, esta é a oportunidade de fazê-la. Pergunta: Como conciliar a auto-estima e o excesso de vaidade, a arrogância? Resposta: Vaidade mata a auto-estima porque estou baseando o meu próprio valor na aparência. Baseando o meu valor naquilo que é aparente. Estou baseando os meus bons sentimentos internos na minha aparência. E o que a aparência está sempre fazendo? O que está acontecendo todos os dias no espelho do banheiro? Um novo cabelo branco, uma outra ruga ou duas. "Oh, meu Deus! Estou ficando velho! Já não sou mais tão bonito! Eu não me sinto bem sobre mim mesmo!" Na verdade, a vaidade física traz a nossa auto-estima para baixo e isto está conectado com aquela outra beleza que já mencionei anteriormente. Eu tenho que estar conectado com a minha beleza interior. Vocês conhecem o velho ditado: "A beleza é tão profunda quanto a nossa pele". A verdadeira beleza brilha em nós através do nosso caráter e da nossa personalidade. A verdadeira beleza é aquela que brilha do nosso interior para fora. Todos nós somos como radiadores. Nós estamos irradiando energia agora mesmo. Nós estamos fazendo isso o tempo todo. Nós irradiamos atitudes, portanto, aprendam a irradiar a atitude da gratidão. Gratidão por tudo que existe à sua volta. Esta é uma energia que vem de dentro para fora e isso nos torna muito atraentes para os outros seres humanos. Vocês conhecem a lei da atração? A lei da atração no universo mantém os planetas girando ao redor dos planetas, mas no contexto dos relacionamentos humanos é a mesma coisa. Nós orbitamos ao redor uns dos outros. Somos atraídos uns em relação aos outros. Mas não é a aparência física que nos atrai. Às vezes por alguns minutos, por algumas poucas semanas mas, no final, o que realmente nos mantém nas órbitas uns dos outros? É a energia que nós irradiamos de uns para outros, nas nossas atitudes, através de nossa personalidade, através de nosso caráter. Esta é a lei da atração. Você fica atraído por uma pessoa que está sempre se queixando e criticando? Vocês a convidam para um café ou um bate-papo? Não, ao contrário: nos afastamos. Mas a pessoa que é sorridente e cooperativa é muito atraente. Qual é a coisa mais atraente em todos os nossos relacionamentos? Então, quando vocês despertarem amanhã cedo, vão à sala mais popular na sua casa e olhem para a foto mais popular ali e apenas ria. Vocês sabem do que eu estou falando, não é verdade? O espelho na parede do banheiro! Sério! Tentem fazê-lo. Dê risada de si mesmo no espelho. Eu garanto a vocês que estarão morrendo de rir em dois minutos. E funciona mesmo! Dentre minutos, duas pessoas de jaqueta branca estarão na porta para levar você embora, mas pelo menos você estará feliz! Então, a capacidade de simplesmente sorrir. Onde é que começa o sorriso na face? Começa em algum lugar lá dentro e irradia-se através de nossas atitudes. E quando você irradia você sorri através das suas atitudes. O que você recebe em retorno? O amor dos outros. A atenção e o amor dos outros. O que acontece com a sua auto-estima? "Uau! Eu sou uma pessoa feliz! As pessoas gostam de mim porque eu estou feliz o tempo todo! Poxa, eu sou muito bom nisso!" E isso é capaz de erguer a minha auto-estima. Simples, não é? Pergunta: É uma forma de egoísmo tentar preencher-se antes de dar para os outros; ou seja, se você está se sentindo vazio, como você poderia dar para alguém mais? Resposta: Sim, é uma forma de egoísmo e de que você está dependendo de alguma coisa externa para sentir-se bem internamente. É isso que nós fomos ensinados neste mundo moderno. O sucesso é medido na proporção do ganho externo. Somos encorajados a investir a nossa coragem em alguma coisa externa. Quer seja a posição que eu tenha, o carro que eu dirijo ou qualquer outro aspecto. Estou tão feliz porque esta é a minha casa! Isso é a garantia de matar a nossa auto-estima porque um dia esta casa não vai mais estar ali. Se essa minha identidade está investida na casa ou em qualquer outra coisa externa, então eu me torno dependente daquilo, eu começo a me sentir com a necessidade daquilo e sinto-me como um escravo. E os seres humanos não foram feitos para serem escravos. Nós fomos criados para sermos livres: felicidade e liberdade são como irmão e irmã. A razão pela qual nós não somos felizes é porque nós não somos livres, somos dependentes em dirigir o nosso carro novo para sentir-nos bem. Porque no momento que eu estou dirigindo o carro é como se eu fosse o carro. E se qualquer pessoa arranhar levemente o meu carro, como eu me sinto? Eu me sinto chateado e com raiva, como se eles tivessem me arranhado. Eu sou um carro? Um outro certificado de que eu estou novamente dormindo. Então, quantas coisas nos fazem perder a nossa identidade na nossa vida? Objetos, pessoas, idéias; todas estas coisas podem mudar, podem ficar velhas. Mas há um lugar e um espaço dentro de cada um de nós que é livre de ter que identificar-se com qualquer coisa externa. E este é o espírito, esta é a nossa verdadeira natureza, é o que somos de verdade. Nós perdemos a nossa consciência, acabamos dormindo e nos perdemos em tudo aquilo que está acontecendo lá fora. Se eu identifico-me com qualquer coisa que na verdade não seja eu, vivo no medo, medo da perda, medo do prejuízo: isto é stress, que é a doença mais comum que existe no mundo de hoje. E por que isto acontece? Porque eu perdi a saída. Não é que vocês vão retornar para casa esta noite e dizer: "Por favor, leve o meu carro embora! Ah, eu vou dar a minha casa!". Estas coisas vêm a nós e, como formas de energia, as usamos e depois de certo tempo, eventualmente, as passamos para frente. Mas o erro que cometemos é que investimos a nossa identidade nestas coisas e este é o momento do sono. Então para ser livre, não se identifiquem com nada! Nem com uma idéia, nem uma filosofia, nem mesmo uma crença. Na verdade, vocês não deveriam acreditar em nenhuma palavra do que eu digo. [risos] É sério! Vocês não devem acreditar em mim! Porque no mundo, hoje em dia, já existem crenças suficientes. O que é que está acontecendo lá fora? Tudo isto o que está acontecendo é porque as pessoas identificam-se com este sistema de crenças. Nós temos cerca de 70 a 80 conflitos acontecendo atualmente no mundo todo. "Esta é a minha crença". "Não concordo com a sua crença". Isso significa guerra, dor, conflito e é sinal de auto-estima muito baixa. Então, não se identifiquem com nada. Larguem todas estas coisas mentalmente e se dêem um tempo para conhecer a si próprios. Vocês se importam consigo mesmos? Vocês cuidam de si mesmos? Vocês se valorizam? A primeira coisa que eu deveria cuidar deveria ser de mim mesmo, não o que eu possuo ou o que eu tenho, mas eu deveria cuidar primeiro de mim. Simplesmente eu. Mas para começar a cuidar de mim eu preciso saber um pouquinho sobre quem eu sou, o que eu sou, a minha verdadeira identidade. Às vezes eu posso descobrir isso quando eu começo a observar o que eu não sou. Estão prontos? Eu tenho pensamentos, mas eu não sou os meus pensamentos. Eu tenho sentimentos, mas eu não sou os meus sentimentos. Eu tenho muitos papéis que eu desempenho todos os dias, mas eu não sou os meus papéis. Eu tenho este corpo que me leva para toda parte, mas eu não sou este corpo. Então, quem sou eu? Quem são vocês? Vocês só irão descobrir em silêncio. Vocês só poderão conhecer-se em silêncio. Para experimentar o silêncio, para chegar ao silêncio eu preciso gastar algum tempo em meditação, fazendo esta viagem interna. BULIMIA NERVOSA Táki Athanássios Cordás A BN é caracterizada, em sua forma típica, pela ingestão compulsiva e rápida de grande quantidade de alimento, com pouco ou nenhum prazer, alternada com comportamento dirigido para evitar o ganho de peso (como vomitar, abusar de laxantes e diuréticos ou períodos de restrição alimentar severa) e medo mórbido de engordar. BN é quase exclusivamente confinada a mulheres jovens; menos de 10% são homens. O início dos sintomas se dá entre os 16 e 19 anos, embora não seja incomum que isso ocorra na 3a. Ou 4a. Década e que a procura de tratamento médico demore em média cerca de 5 anos. A latência na busca de auxílio especializado decorre de sentimento de culpa e vergonha, bem como da idéia de que esse não seja um problema médico ou psicológico. O desenvolvimento de sintomas depressivos, os problemas familiares e conjugais, dificuldades no casamento ou na escola, porém, obrigam a buscar o médico. Em nosso meio, a maioria dos pacientes é seguida por clínicos gerais e endocrinologistas, sem o adequado encaminhamento psiquiátrico e a instalação de um modelo multiprofissional de tratamento. DIAGNÓSTICO E QUADRO CLÍNICO Critérios do DSM-IV (APA, 1994) : A. Episódios recorrentes de consumo alimentar compulsivo - episódios bulímicos tendo as seguintes características: 1. Comer em pequeno intervalo de tempo (i.e., aproximadamente em 2 horas)uma quantidade de comida claramente maior do que a maioria das pessoas comeria no mesmo tempo e nas mesmas circunstâncias; e 2. Sensação de perda de controle sobre o ato alimentar durante os episódios ( i.e., a sensação de não conseguir parar de comer ou controlar o quê e quanto.). B. Comportamentos inapropriados recorrentes de compensação para prevenir ganho de peso,vomito auto-induzido, abuso de laxantes, diuréticos ou outras drogas, dieta restrita ou jejum ou, ainda, exercícios vigorosos. C. Os episódios bulímicos e os comportamentos compensatórios ocorrem, em média, 2 vezes por semana, por pelo menos 3 meses. D. A auto-avaliação é indevidamente influenciada pela forma e peso corporais. E. O distúrbio n]ao ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa. A AP, encarregada de elaborar os critérios para bulimia nervosa no DSM-IV, incluiu 2 sub-tipos na nova classificação: um grupo de pacientes com vômitos auto-induzidos e uso de laxativos (tipo purgativo) e outro qual não utiliza esses artifícios (tipo mão purgativo). Na CID-10, os critérios são básicamente os mesmos, salientando porem, a possibilidade de um episódio prévio de anorexia nervosa de intensidade variável: a) há uma preocupação persistente com o comer e um desejo irresistível de comida: o paciente sucumbe a episódios de hiperfagia, nos quais grandes quantidades de alimento são consumidas em curtos períodos de tempo. B) o paciente tenta neutralizar os efeitos de” engordar” dos alimentos por meio de 1 ou mais do que segue: vômitos auto-induzidos, abuso de purgantes, períodos alternados de inanição, uso de drogas, tais como anorexígenos, preparados tireoideanos ou diuréticos. Quando a bulimia ocorre em pacientes diabéticos, eles podem negligenciar seu tratamento insulínico. C) a psicopatologia inclui um pavor mórbido de engordar e o paciente estabelece para si mesmo um limiar de peso nitidamente definido, bem abaixo de seu peso pré-mórbido, que seria o peso ótimo ou saudável na opinião do médico. Freqüentemente, mas nem sempre, há uma história de um episódio prévio de anorexia nervosa, o intervalo entre os dois transtornos variando de poucos meses a vários anos. Esse episódio prévio pode ter sido expresso completamente, ou pode ter assumido uma forma leve, com perda de peso moderada e/ou fase transitória de amenorréia. QUADRO CLÍNICO A primeira caracterização clínica é dada pela descrição que o paciente faz da ingestão compulsiva, com perda de controle, de grande quantidade de alimento em curto prazo de tempo, ou mais raramente, um longo ritual de várias horas ou uma noite inteira. Geralmente, estes episódios bulímicos ocorrem às escondidas e são seguidos de sensação de culpa, vergonha e desejo de auto-punição. Durante esses episódios, o paciente presta pouca atenção ao gosto ou à textura do alimento. Geralmente, sã alimentos ricos em carboidratos, como doces, chocolate, mel sorvetes, leite compensado, biscoitos. De 2 mil a 5 mil calorias costumam ser ingeridas em um único episódio, embora estejam descritas ingestões de mais de 15 mil calorias em um único episódio. O comportamento direcionado para o controle do peso corporal inclui períodos de jejum prolongado, exercícios físicos excessivos, abuso de cafeína e fumo, uso de laxantes, diuréticos, hormônios tireoideanos, drogas anorexígenas e, eventualmente, cocaína. O comportamento, que por suas características de dramaticidade mais chama a atenção, é o de forçar o vomito após um episódio bulímico, recurso este que o paciente “inventa sózinho” ou aprende em filmes, livros de atrizes ou com amigos. A freqüência dos episódios bulímicos e vômitos é variável de 1 a 10 ou mais ao dia. A extrema preocupação com a forma e o peso corporais, descrito como “fobia do peso” ou “medo mórbido de ficar gordo”, é um aspecto psicopatológico relevante, expresso não apenas no nível do comportamento pessoal (não usar roupas de banho, evitar determinados lugares por sentir-se gordo etc.), mas também nas relações pessoais e familiares, tornando-se praticamente tema único das conversas que o paciente mantém. SINAIS E SINTOMAS FÍSICOS Sinais: - Geralmente peso normal; as purgativas extremas tem maior risco de complicações clínicas. _ Edema generalizado ou localizado nas extremidades inferiores (retenção renal compensatória de sódio e água, i é, hipovolemia com hiperaldosteronismo secundário ou pseudo-síndrome de Bartter). _ Queda de cabelo, espessamento, secura e descamação da pele. _ Alterações mestruais, efeitos da deficiência de estrógeno. _ Hipotermia. _ Aumento das parótidas e outras glândulas salivares, alterações dentárias devido ao ácido gástrico, laceração ou hiperemia do palato e faringe posterior; lesões das unhas, dedos e dorso das mãos (sinal de Russell), secundárias a indução de vômitos. _ Gengivite por alteração da flora oral. _ Diminuição de reflexos, fraqueza muscular. _ Cãimbras e mioclonias (podendo ter sinal de Trousseau positivo). _ Sinais de hipocalemia. _ Sinais de hipertireoidismo (aumento da freqüência cardíaca e respiratória, pele quente, agitação psicomotora, reflexos exaltados). _ Esofagite, Mallory-Weiss, pneumotórax, penumomediastino ou fratura de costela secundários à indução de vômitos. SINTOMAS _Queixa de obstipação , empachamento ou diarréia. hiperatividade//. _Sede constante ou estrema e aumento da diurese (nefropatia hipocalêmica-hipovolemia). _Irregularidade// mestrual, amenorréia. ACHADOS LABORATORIAIS _ Alcalose metabólica com hipocloremia, nível aumentado de bicarbonato. _ Hipocalemia. _ Hipovolemia com hiperaldosteronismo 2ário, pseudo-síndrome de Bartter. _ Nefropatia hipocalemica com déficit de concentração urinária. _ Miopatia hipocalêmica. _ Hipocalcemia, hipomagnesemia, hipofostatemia. _ Hipertireoidismo, às vezes à custa de elevação de T3, com tireoglobulina suprimida (exógeno). _Aumento da amilase sérica, à custa da fração salivar. ASPECTOS FAMILIARES O risco de se encontrar um familiar de 1º grau com bulimia é pelo menos 2 a 3 x > do que o risco de se ter a doença na população geral (7,8). Além da concomitância de transtornos alimentares na mesma família, parece haver uma > probabilidade// de se encontrarem transtornos psiquiátricos outros, marcadamente depressão e abuso de drogas, em familiares de pacientes do que em controles. Uma explicação é que existiria uma vulnerabilidade genética comum p/ BN e outros transtornos psiquiátricos. Em suma, estudos em, familiares de pessoas acometidas sugerem que certos traços da doença são herdados, porém, estes estudos não discriminam entre fatores genéticos e fatores associados ao ambiente familiar. A estrutura familiar e o aparecimento da doença tem sido objeto de teorias e estudos experimentais. Autores com base em teorias sitêmicas e obs. Clínicas desenvolveram tipologias de famílias afetadas. O que se apreende desses modelos é pouco específico; existe uma grande variabilidade no modo de relacionamento cognitivo-afetivo nas famílias de pacientes. Pacientes e pais relatam que suas famílias são conflituosas, desorganizadas, pouco coesas e que há falta de cuidados e encorajamento dos filhos por parte dos pais. A observação direta das famílias revela que os pacientes adotam uma postura de submissão rancorosa diante de pais, descritos como hostis e negligentes. As diferenças observadas só foram encontradas em amostras vistas em clínicas de tratamento, e não em amostras tomadas da comunidade. Não está claro ainda como cada indivíduo passa a apresentar sintomas bulímicos e não depressão, abuso de drogas ou outra forma de ruptura do funcionamento individual diante de uma família problemática. Postula-se para a dinâmica familiar muito mais um papel desencadeante ou m mantenedor do quadro do que um fator causal, uma vez que não existe um padrão familiar único que seja associado à BN. MODELO MULTIFATORIAL Á seguir, é proposta uma hipótese que procura pôr em contexto os vários fatores mencionados acima. Uma vulnerabilidade biológica, possivelmente envolvendo 5-HT, perturba a atividade de sistemas cerebrais que regulam ao mesmo tempo comportamento alimentar e expressão do afeto. A diminuição de serotonina gera sintomas depressivos (baixa auto-estima, humor depressivos), irritabilidade podendo reforçar a decisão de se fazer uma dieta. Uma menor ingestão calórica leva a um decréscimo[cimo de serotonina cerebral que, por sua vez, acentua a incapacidade do paciente em modular adequadamente estados extremos de humor e saciedade. Do ponto de vista cognitivo, estabelecer uma dieta com padrões irrealistas torna o paciente suscetível a perder o controle alimentar, já que a mera percepção da falha na dieta leva a uma resposta cognitiva do tipo “tudo ou nada”. O paciente tem para si que é incapaz de manter a dieta , o controle é abandonado e o momento seguinte é de um episódio bulímico. Comportamentos voltados para a perda de peso agem da mesma maneira que o regime. Numa tentativa insuficiente de correção do afeto e cognições geradas pelo comer compulsivo, os comportamentos purgativos levam a uma nova falha, restabelecendo[elegendo o círculo vicioso. O risco da doença é acentuado se existe uma história familiar de transtornos psiquiátricos. Outros fatores de risco são certos traços de personalidade (pouco apego afetivo e baixa auto-estima) e aspectos que intensificam o efeito do próprio corpo e a propaganda na mídia do ideal de magreza. Fatores genéticos, por sua vez, podem estar determinando qualquer um dos fatores individuais. TRATAMENTOS PSICOTERÁPICOS TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL Consenso de que as terapias para modificar o comportamento alimentar são as mais bem sucedidas. Existem características psicopatologicas fundamentais que devem ser levadas em consideração para o tratamento da BN. A principal delas é a presença de idéias sobrevalorizadas sobre a forma e peso corporal. Segundo o modelo cognitivo-comportamental, essas idéias seriam cognições distorcidas, presentes de forma estereotipada e automática, que provocariam comportamentos alimentares igualmente distorcidos, como a adoção de regras dietéticas rígidas e inflexíveis, baseadas na realização de jejuns, vômitos autoprovocados, abuso de laxantes, diuréticos e moderadores de apetite. Ao ocorrerem transgressões desses hábitos alimentares, como acontece durante os episódios bulímicos, com a ingestão exagerada e rápida de alimentos altamente calóricos, são consideradas pelas pacientes como sendo um abandono completo do controle alimentar e aumentam os sentimentos de impotência e sofrimento. Fatores fisiológicos também facilitam a ocorrência de episódios bulícios, principalmente os jejuns prolongados feitos pelas pacientes e as perdas de eletrólitos, água e nutrientes causadas pelos comportamentos purgativos. Por isso, um dos objetivos do tratamento é a mudança nos hábitos alimentares, que reverteriam os prejuízos nutricionais e físicos causados nas pacientes. Um outro ponto fundamental é a modificação das idéias sobre a imagem corporal que determinam a perpetuação desses comportamentos, obtida apenas pela modificação e correção das distorções cognitivas dessas pacientes. Outros sintomas, como humor depressivo e ansiedade, ocorrerm de forma secundária ou associada ao quadro clínico, acarretando a presença de uma baixa auto-estima, isolamento social, alteração da concentração e intensas dificuldades de relacionamento familiar e interpessoal. Esses fatores ambientais vão se tornando os principais gatilhos para que a paciente apresente episódios bulímicos. Despertam sentimentos de culpa, vergonha e insatisfação nas pacientes que se vêem ainda + ameaçadas pela possibilidade de ganhar peso, adotando os comportamentos purgativos como forma de compensar os excessos e controlar seu peso. Isto porém somente agrava o quadro clínico e os sentimentos de fracasso e baixa-auto estima, levando a um novo ciclo de dietas, episódios bulímicos e uso de técnicas de purgação.-Fig. 1: base das condutas e técnicas aplicadas pelos terapeutas que tratam BN usando a TCC. PREOCUPAÇÃO INTENSA COM FORMA E PESO > DIETA EXTREMA > EPISÓDIOS BULÍMICOS (BINGE-EATING) > VOMITO AUTO-INDUZIDO COMPENSATÓRIO (USO DE LAXATIVOS OU DIURÉTICOS) > PIORA DA AUTO-ESTIMA . CURSO E PROGNÓSTICO Bom prognóstico ou recuperação - freqüência de menos de um episódio bulímico ao mês; outros menos de um por semana; outros, ainda, a remissão completa ou grande porcentagem de redução dos sintomas bulímicos. Em um estudo recente, Keller 91992), - seguimento de 30 pacientes bulímicas, encontrou elevado índice de cronificação, recaídas e recorrência, evidenciando um panorama negativo, após período de 3 as 3,5 anos. Cerca de 1/3 das pacientes mantiveram-se doentes, sem qualquer remissão, durante aproximadamente 3 anos após a entrada no estudo, independentemente do tratamento realizado. Das pacientes em remissão, cerca de 63% recaíram após até 1,5 ano. Nas pacientes em remissão, o uso de dietas restritivas, embaraço ou esquiva de comer em publico, atividade física compulsiva e eventuais episódios bulímicos foram comuns. Embora um quadro psiquiátrico adicional no início do tratamento não seja preditor de mau prognóstico, pacientes com evolução desfavorável tendem a apresentar mais diagnósticos associados. Fatores de bom prognóstico parecem incluir a presença de história familiar de alcoolismo, a ausência de transtorno de personalidade e o tempo mais curto da doença. PROPOSTA PARA UM MODELO BREVE DE TRATAMENTO SEMANA 0 - avaliação pelo médico, constando de anamnese semi-estruturada e as escalas de avaliação, exame físico, exames complementares e termo de consentimento informado. O paciente recebe a guia de orientação “Lembre-se” (anexo) e é-lhe solicitado o preenchimento do diário alimentar de avaliação semanal. O contrato terapêutico é realizado. SEMANA 1 - Tema proposto para discussão: “O que é a doença, suas causas (teoria de set point), suas complicações psicológicas e físicas, inluindo a exibição de figs. Ilustrativas. Discussão do diário alimentar. Orientação para suspensão de laxantes, diuréticos e outros recursos direcionados para evitar o ganho de peso. Tarefa solicitada para a próxima semana: “Trazer por escrito o que entendeu a respeito de seu problema e que sentido faz em sua vida o que lhe foi dito”. SEMANA 2 - Discussão do diário alimentar. Discussão da tarefa proposta na semana anterior, retomando a discussão sobre que é a doença e suas possíveis causas. Relembrados os tópicos do guia de orientação - Lembre-se SEMANA 3 - Discussão do diário alimentar. Orientação sobre ansiedade, propondo a discussão sobre o que é, como a ansiedade pode estar ligada ao seu comportamento alimentar e como é possível lidar com as sensações ansiosas. Treino de relaxamento. Tarefa solicitada para a próxima semana: “deverá trazer por escrito alternativas sobre o que fazer quando sentir-se ansioso ou irritado, em vez de comer”. SEMANA 4 - Escalas de avaliação. Discussão do diário alimentar. Discussão da tarefa proposta na semana anterior. Discussão de 2 temas: “O corpo não é tão elástico como se quer (os limites orgânicos, o corpo idealizado)” e “As fantasias de que o emagrecimento pode trazer felicidade”. Tarefa solicitada para a próxima semana: trazer por escrito “O que eu vou ganhar se emagrecer”. SEMANA 5: Discussão do diário alimentar. Discussão da tarefa proposta na semana anterior. Discussão sobre os vômitos (se ainda presentes), com tentativa de introduzir procedimentos para prevenção de resposta. Tarefa solicitada: “Trazer por escrito uma lista de dez qualidades que julga ter”. SEMANA 6:Discussão do diário alimentar. Discussão da estruturação do tempo livre e da tarefa proposta na semana anterior. Tarefa solicitada : trazer por escrito um texto com 2 colunas, as primeira citando razões para continuar bulício e, a segunda com razões para abandonar esse comportamento. SEMANA 7 - discussão do diário alimentar. Discussão da tarefa proposta na semana anterior. SEMANA 8- Escalas de avaliação. Discussão do diário alimentar. Discussão da tarefa proposta na semana anterior. Solicita-se a vinda da família ou cônjuge para a próxima semana. SEMANA 9- Orientação familiar. SEMANA 10 -Discussão do diário alimentar. Discussão com o paciente sobre a reunião familiar. SEMANA 11 - Discussão do diário alimentar. Discussão de tema trazido pelo paciente (tema livre) semana 12 - Escalas de avaliação. Discussão a respeito da evolução e das possibilidades de recaída. ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL SEMANA 0 - (Pré-tratamento) - Peso Amanuense alimentar: alimentos que evita, e por quê. Dietas já realizadas, crenças e tabus alimentares. Orientação reforçando a solicitação médica para a feitura do diário alimentar. SEMANA 1 - Peso. Por meio do diário alimentar, discutir os hábitos e as principais crenças. Orientação dos horários adequados para as refeições, tentando introduzir um padrão alimentar regular. Conceito de fome e saciedade. SEMANA 2- Peso - Avaliação do diário alimentar, reforçando os horários corretos para as refeições e a reintrodução paulatina de alimentos considerados perigosos. ABC da nutrição, explanando a respeito dos constituintes de uma boa alimentação. SEMANA 4- Peso. Avaliação do diário alimentar, rediscutindo não apenas os horários, mas enfatizando quantidades. Como fazer as compras alimentares. SEMANA 6 - Peso. Avaliação do diário alimentar, discutindo as possibilidades de substituição de alimentos. SEMANA 8- Peso . Avaliação do diário alimentar e da lista de substituições, restaurantes e lanchonetes. SEMANA 12 - Peso. Discussão de uma dieta trazida pelo paciente. Material impresso explicativo sobre princípios nutricionais será dado no decorrer das sessões. O diário alimentar recolhido semanalmente contendo informações a respeito da ingestão alimentar (tipos e quantidades), freqüência de episódios bulímicos, vômitos auto-induzidos e conteúdos cognitivos relacionados com os episódios serviu para avaliar o comportamento bulímico e também como fonte de orientação específica sobre os fatores precipitantes e contingentes do comportamento. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: Nas semanas 0, 4, 8 12 e após 1 ano de tratamento, os pacientes preencheram os seguintes instrumentos de avaliação: 1) “Bulimic Investigatory Test Edinburgh” (BITE) (Henderson; Freeman , 1987) instrumento de auto-aplicação avalia ao longo do tratamento os escores de gravidade e sintomatológico do comportamento bulímico em versão para o português (Cordás; Hochgraf, 1993). Apenas a escala de sintomas foi empregada nesta tese. 2) “Body Shape Questionnaire” (BSQ) (Cooper et al.,1987) - instrumento de auto aplicação; o BSQ foi idealizado para avaliar o grau de insatisfação com a imagem corporal e mudanças ocorridas ao longo do tratamento, aplicado em sua versão para o português (Cordas Castilho, 1994). 3) Escala de Hamilton (Hamilton, 1960) para depressão (21 itens), aplicada por médico psiquiatra independente, sem conhecimento do grupo ao qual o paciente pertencia. 4) Escala de Incapacitação de Sheehan (Sheehan, 1991) - instrumento de autoaplicação, valendo-se de três subescalas; avalia a impressão do paciente sobre a incapacidade relacionada com a doença no trabalho, vida social e em geral (Lotufo Neto, 1991). 5) Impressão clínica Global (Guy,1976), foi aplicada nas mesmas condições da escala de Hamilton para depressão por um psiquiatra independente. Foram usados os parâmetros gravidade da doença, melhora clínica e efeitos terapêuticos. DISCUSSÃO E FUTURAS PERSPECTIVAS PREDOMINÂNCIA DE MULHERES PARA BN (BRANCOS DE CLASSE SOCIAL MÉDIA OU MEDIA-ALTA E ELEVADO NÍVEL EDUCACIONAL) Comorbidade: BN e abuso e dependencia de álcool e drogas, transtornos do humor, cleptomania e comportamento auto-agressivo. Ref. Bibliog.Cordás, T.A & Castilho, S. - Imagem corporal nos transtornos alimentares - Instrumento de avaliação - “Body shape questionnaire” - Psiq. Biol,2: 17-21, 1994 Cordás, T.A,& Hochgraf, P.B. - O BITE: instrumento para avaliação da bulimia nervosa. Versão para o português. J. Bras. Psiq, 42: 14144,1993.Hamilton, M. - A rating scale for depression. J. Neurol Neurosug Psichiatry, 23: 56-62, 1960 Escala de Incapacitação de Sheehan - Lotufo Neto, F. - Relações alcoolismo e estados fóbicos e ansiosos. São Paulo, 1991. (Tese de Doutoramento, Faculdade de Medicina, USP) DIÁRIO ALIMENTAR - DIA ____/____/____ Hora / O que e quanto comeu? Foi bulímico? Vomitou após? Descreva pensamentos e a situação que aconteceu o ato. Anexo II Lembre-se: isto é muito importante. Planeje antecipadamente o que e quanto você vai comer. 1. Pare de pensar durante alguns períodos do dia como você está lidando com seu problema. Algumas das suas técnicas podem estar funcionando bem. Outras não. É necessário discutir isso com seu médico. 2. Planeje os seus dias antes; logo pela manhã ou na véspera evite longos períodos do comportamento não planejado ou sem atividade definida. 3. Use o diário de comportamento alimentar de maneira mais completa possível, levando-o a todos os lugares. 4. Tente comer sempre acompanhado, nunca só. 5. Não faça nada enquanto estiver comendo, exceto conversar com quem está comendo com você. Não veja televisão, não leia; ouvir música é possível, desde que isso não atrapalhe a sua concentração. Concentre-se no que come, mastigue lentamente e degluta seu alimento. 6. Planeje diariamente suas refeições e horários. O esquema usual é de três refeições: café da manhã, almoço e jantar. Dois lanches entre as refeições podem ser feitos com conteúdo e horários planejados. Lembre-se: jejuar estimula os episódios de bulimia. 7. Combine com sua família ou, se você mesmo faz as compras em sua casa, não acumular um grande estoque e não comprar alimentos que você identifica como “perigosos”. 8. Carregue menos dinheiro possível se você costuma “comer” demais fora de casa. 9. Identifique os períodos de maior risco e planeje atividades não compatíveis com o comer, como encontrar amigos, fazer ginástica ou tomar um banho, ler, etc. 10.Evite o mais possível áreas “perigosas”, como cozinha, entre as refeições. Se necessário, quando sentir dificuldades de controle, saia de casa imediatamente. 11.Não se pese mais do que uma vez por semana, se necessário pare de se pesar indefinidamente. Não pense em perder peso nesse momento do tratamento. 12.Se você está pensando muito a respeito de seu peso e de seu corpo, pode ser que você esteja ansioso(a) ou deprimido (a). Você se sente gordo a), feio (a) quando encontra dificuldades? Discuta isso com seu médico. 13.Faça exercícios regularmente. Exercícios regulares aumentam o metabolismo basal e ajudam a diminuir o apetite, particularmente, por doces. Exercícios não são para perder peso. 14.Em mulheres é muito importante estar atenta ao período pré-mestrual e da mestruação. 15.Não beba álcool, pode aumentar seu apetite e diminuir seu controle. 16.Reveja sempre os problemas físicos que a doença causa ou pode causar-lhe. Você lembra como pode ficar seu rosto? O controle que você está tentando não é fácil, é necessário trabalhar hora após hora, mais do que dia a dia. Uma falha não justifica desistir e entregarse a uma sucessão de falhas. Você perceberá como cada tempo conseguido com alimentação normal reforçará seus hábitos de alimentação saudável Auto estima5 A auto-estima influencia tudo o que você faz, desde os atos mais banais como barganhar o preço do tomate com o feirante, até a opção entre permanecer num emprego seguro mas sem perspectivas ou montar seu próprio negócio. Quem se ama deseja - e sabe que merece - o melhor para si. Não se trata só de ser feliz. Para muita gente, a auto-estima é uma questão de sobrevivência, diante de um mercado de trabalho que exige dos profissionais não apenas competência técnica, mas iniciativa e a coragem de correr riscos. "Nem sempre os indivíduos com a auto-estima elevada conseguem sucesso em seus empreendimentos", ensina o psicólogo americano Nathaniel Branden, que há 25 anos se dedica ao tema da auto-estima. "Mas suas derrotas, por mais graves que sejam, são um fator exterior a eles próprios." Numa pessoa com baixa autoestima, segundo Branden, ocorre o oposto. "Quando algo não dá certo, o sujeito se identifica com a própria derrota", constata. O insucesso, portanto, serve como uma confirmação de que ele é, essencialmente, um fracassado. Os alicerces da auto-estima são lançados muito cedo, logo no início da infância. O ponto de partida são atitudes aparentemente insignificantes - por exemplo, uma mãe que sabe sorrir para o filho quando ele requisita o seu olhar. Não se sabe exatamente a partir de que idade é possível falar na existência de amor-próprio. Os psicólogos acreditam que a presença constante de rostos adultos com expressão amável e interessada é importante para que o bebê aprenda, pouco a pouco, a gostar de si mesmo. "Geralmente as pessoas dotadas de uma autoestima sólida são beneficiadas na infância pelo amor incondicional dos pais", escreveram os psiquiatras franceses François Lelord e Christophe André, autores do livro A Auto-Estima - Amar a Si Mesmo para Conviver Melhor com os Outros, há dez meses na lista dos mais vendidos nas livrarias da França. Relações sociais Cultivado na infância, o amor por si mesmo sofre flutuações ao longo da existência. É claro que bases sólidas na fase inicial facilitam tudo, mas os acontecimentos posteriores - ou seja, o sucesso ou não nas relações amorosas, na amizade e no trabalho - também influenciam, e muito. "A auto-estima é o resultado do conjunto das nossas relações sociais", afirma o psicanalista Fernando Teixeira, professor na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Moral da história: se você teve uma infância complicada, isso não é motivo para achar que a sua baixa auto-estima é um destino imutável. André e Lelord contam, no livro, que já encontraram - em geral fora dos consultórios - adultos que, apesar de um "mau começo", foram capazes de construir um amor-próprio sólido. "De qualquer maneira", concluem, " para compreender a auto-estima de um adulto é necessário se debruçar sobre a criança que ele foi." A melhor maneira de checar como anda o seu amor-próprio é lembrar-se exatamente de como você se sentia em relação a si mesmo em sua pior fase uma daquelas crises que atropelam a vida de todos. "A auto-estima genuína é o que sentimos a nosso respeito quando nada vai bem", resume o psicólogo americano Nathaniel Branden. A capacidade de sair do buraco, seja ele mais ou menos profundo, está intimamente ligada ao quanto você se ama e se sente capaz. Quem confia em suas capacidades e gosta de si mesmo investe nos próprios projetos, percebe as limitações que tem e trabalha para eliminá-las - faz cursos, muda hábitos. Não teme se expor. Dá suas opiniões e, caso esteja errado, pode não gostar do que aconteceu, mas não se sente inseguro - sabe que todos podem errar. Simplesmente aprende e reformula seus pensamentos. "Quem tem alta auto-estima é resistente às dificuldades, aos fracassos e ao estresse", explica Christophe André à EMOÇÃO. "Assim, aceita os riscos e as vantagens do sucesso". Medo do fracasso Mas a falta de auto-estima fecha a pessoa em seu mundo próprio. Expor-se não significa a possibilidade de sucesso, mas de fracasso - e, como conseqüência, de não ser aceito. Aprender é difícil, pois mostrar que não sabe algo é sinal de incompetência. Como aquela criança que, ao começar um jogo novo preocupa-se mais em ganhar do que em aprender as regras e as estratégias mais eficientes. O medo da rejeição, seja no amor, no trabalho, ou até mesmo naquela barganha com o feirante, tem um peso muito grande. O não causa tanto sofrimento, que paralisa. "Como essas pessoas têm medo de fracassar, no trabalho escolhem postos menos qualificados que sua real competência e evitam missões importantes", conta André. "No amor, se deixam escolher, ou pior, repelem aqueles que chegam". Quando alcançam o sucesso, freqüentemente se angustiam. Sofrem o que os psiquiatras chamam de "Síndrome do Impostor". Ou seja, temem que, de uma hora para outra, seus chefes e companheiros descubram que, na verdade, ele é uma fraude e não tem competência para ocupar o cargo que conseguiu. O perfeccionismo é exacerbado. E normalmente baseia-se em roteiros próprios, encarregados de antecipar uma realidade não vivida. Por exemplo: você imagina que seu projeto será considerado o melhor já apresentado na empresa, com direito a alçá-lo a um cargo na diretoria. Só que isso não acontece - o que, aliás, tinha mais chances de acontecer. Mas surge um sentimento de frustração, mesmo que o trabalho tenha sido elogiadíssimo e contado pontos importantes a seu favor. "A auto-estima depende do ideal do que a pessoa gostaria de ser e de como ela avalia que é de fato", explica a psicóloga carioca Mônica Duchesne. Se o ideal está muito distante, surge o sofrimento. "É preciso encontrar o crivo interno, descobrir que o parâmetro não é externo, o outro, mas a própria pessoa", ensina. "Auto-estima é um nome que reúne diferentes valores sociais, essencialmente o valor atribuído por um sujeito a seus próprios valores", arremata o analista Fábio Herrman, da Sociedade Brasileira de Psicanálise. A saída, portanto, é dar o real valor a seus próprios valores Anorexia Uma clínica sueca diz ter desenvolvido um tratamento altamente eficaz contra anorexia e bulimia, distúrbios alimentares que atingem milhares de pessoas, especialmente as adolescentes. A terapia envolve um treinamento dos pacientes nos hábitos alimentares normais e, depois, eles descansam sentados em salas onde a temperatura gira em torno dos 40 graus Celsius. "Tratar pacientes anoréxicos com temperaturas quentes é um método antigo, que foi esquecido há muito no mundo médico", disse Per Sodersten, professor do Centro de Anorexia do Hospital Huddinge de Estocolmo. "Experimentos têm mostrado que animais (com distúrbios alimentares) se tranquilizaram em temperaturas mais quentes e começaram a comer mais", acrescentou. Desde o início da pesquisa de sete anos, 75% dos 168 pacientes tratados chegaram ao peso normal, com um período médio de recuperação de 14 meses. Para 12% dos pacientes, a condição melhorou. Apenas 7 por cento tiveram recaída. Tanto as pessoas com anorexia nervosa, que envolve a perda ou a redução do apetite, quanto com bulimia (comer em excesso e depois induzir vômitos) foram tratadas com sucesso. Com o novo método, os pacientes são treinados a comer porções cada vez maiores, auxiliados por um programa de computador especial. Pratos de comida são colocados em balanças ligadas a um computador e os pacientes podem visualizar a velocidade com que comem em um gráfico, tentando combiná-lo com a velocidade de uma pessoa sem a condição. Depois, os pacientes são levados para descansar em uma sala quente e só podem se mover em cadeiras de roda, a fim de conservar a energia. "Os anoréxicos têm temperaturas corporais menores e geralmente tentam se aquecer movimentado-se bastante. Também existe uma explicação genética: quando se come muito pouco, os genes dizem para sermos mais ativos para encontrar comida", afirmou Sodersten. Estima-se que 1% de todas as meninas em países ocidentais desenvolvem anorexia entre os 14 e 19 anos. Apenas 5% de todos os pacientes com distúrbios alimentares são do sexo masculino Durante a primeira edição do reality show Big Brother Brasil, o país inteiro tomou contato com um problema que tem se tornado cada vez mais comum entre as mulheres. No programa, o público pôde ver, diariamente, os acessos de gula e de remorso da empresária Leca. Ainda que seu corpo estivesse magro e perfeitamente dentro dos atuais padrões de beleza, a jovem bem nascida do Big Brother literalmente purgava sua culpa por comer demais tomando laxantes, fazendo longos jejuns ou mesmo provocando vômitos. O problema de Leca é conhecido como bulimia, e pode estar associado a outro ainda mais grave, a anorexia, que ocorre quando a pessoa simplesmente pára de se alimentar, podendo vir a falecer em poucos meses (segundo a Organização Mundial da Saúde, 20% dos casos de anorexia terminam em morte da paciente). A anorexia e a bulimia estão entre as principais causas de morte de mulheres jovens em todo o mundo, e a maioria das vítimas são adolescentes em período de formação física e psicológica que colocam em risco suas vidas pelo temor obsessivo de engordar. Exemplos famosos de anorexia em jovens não faltam: recentemente ganhou destaque na imprensa aconteceu na China, onde uma estudante de 15 anos que media 1,65 m e pesava 54 kg começou uma dieta que acabou levando à sua morte, pesando menos de 30 kg. A doença não escolhe classe social e chegou a círculos privilegiados, como no caso da filha do presidente francês Jacques Chirac e da princesa Victoria, da Suécia. Entre as vítimas mais velhas, é preciso lembrar a modelo Kate Moss, que já foi hospitalizada por anorexia, e a princesa Diana, bulímica assumida. Mas, além de chegar à moda e ao poder, círculos em que a absessão com a aparência é constante, a anorexia e a bulimia têm tirado o sono de milhares de famílias anônimas em todo o mundo, que vêem suas filhas sempre às voltas com dietas e programas de beleza, e nem sempre sabem reconhecer o limite entre a preocupação com a beleza e a distorção da auto-imagem. Por isso, em geral, as famílias só detectam o problema quando a situação já é de emergência, o que traz maiores os riscos de que a doença seja fatal. Juan Carlos Jaimes e Laura Cánepa/Redação Terra O que é? A anorexia nervosa é um transtorno alimentar que se manifesta pela forte recusa a se manter o peso corporal em níveis mínimos de acordo com o tamanho e a idade. Uma mulher de 1,52 m, por exemplo, deve pesar entre 43 e 50 kg, mas, em casos de anorexia, acaba pesando até menos de 29 kg, chegando perto da morte. A doente se vê gorda no espelho, mesmo estando extremamente magra, e o ato de perder peso se converte em sua principal obsessão. Ela também se sente insegura para expor o corpo e perde qualquer desejo pelo contato físico íntimo. De cada dez doentes, pelo menos duas não conseguem superar a anorexia. Em séculos passados, a doença estava ligada a jejuns religiosos que acabavam se transformando em obsessões. Mas, no final do século 20, quando a luta pela magreza passou a ser incentivada pela mídia, a anorexia tornou-se mais comum, e passou a atingir mulheres juvens suscetíveis aos apelos da sociedade de consumo e de seus padrões (muitas vezes inatingíveis) de beleza. Mas há como prevenir: a doença se instala de repente, mas tem uma média de 15 meses de desenvolvimento, podendo mesmo chegar a vários anos. Como se trata de um distúrbio de auto-imagem, não adianta simplesmente obrigar a paciente a se alimentar. É preciso compreender seu problema e ajudá-la e reconstruir a autoimagem e, acima de tudo, a auto-estima. Mas lembre-se: a ajuda profissional é INDISPENSÁVEL para o tratatamento. Juan Carlos Jaimes e Laura Cánepa/Redação Terra Bulimia A bulimia nervosa é um transtorno alimentar que se manifesta pelo sentimento de culpa em relação à comida. Os bulímicos costumam ter grandes acessos de gula (estudos descrevem situações em que chegam a ingerir mais de 15 mil calorias em um único dia) seguidos de acessos de rejeição. Depois de, literalmente, se entupir de comida, o doente provoca vômitos, ingere laxantes e diuréticos, faz longos jejuns e tenta gastar calorias através de exercícios físicos puxadíssimos. Em geral, quem sofre desta doença também tem dificuldade de expor o próprio corpo e de usar roupas justas. Da mesma forma que os anoréticos, os bulímicos vêem o próprio corpo de maneira distorcida: acreditam estar muito mais gordos do que estão. Para ajudálos, não adianta simplesmente dizer que estão bem ou recomendar dietas mais saudáveis. É preciso um tratamento médico e psicológico para recuperar o equilíbrio e auto-estima da pessoa doente, e também muita paciência para compreender sua obsessão. Juan Carlos Jaimes e Laura Cánepa/Redação Terra "As causas psicológicas profundas da bulimia e da anorexia podem estar ligadas ao desejo de auto-destruição, que pode se manifestar de diversas formas, seja pela drogadição, pela compulsão por comer ou pela rejeição do alimento, isto é, da energia vital", explica a psicóloga Márcia Santos. Mas, de maneira geral, os transtornos alimentares decorrem dos padrões de beleza distorcidos da sociedade ocidental. Como descreve a psiquiatra colombiana Lucrecia Ramirez, estudiosa o tema, "nossa sociedade tem uma percepção anormal sobre o ideal de beleza da mulher". Mas a psiquiatra observa que, no caso da anorexia, essa percepção anormal é criada dentro do imaginário feminino, e nada tem a ver com o que os homens gostam: "Eles preferem as curvas e tendem a ser menos exigentes com as imperfeições". O exemplo também é fundamental: além da mídia, que lucra milhões de dólares com modelos magérrimas (e nem sempre saudáveis), Lucrecia chama atenção para o fato de que, muitas vezes, as mães obcecadas por manter o peso influenciam suas filhas pequenas, que aprendem a rejeitar a comida. Sendo assim, o tratamento dos transtornos alimentares implica uma série de questionamentos e reelaborações. O psiquiatra Gustavo Adolfo Constain explica que o tratamento é longo e exige atenção permanente: as recaídas são comuns, pois o ganho de peso, que é o objetivo imediato do tratamento, causa horror às doentes. Também é preciso alimentá-las aos poucos, já que seu corpo está desacostumado à comida. Além disso, é preciso que uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, nutricionistas e psicólogos acompanhe a paciente, juntamente com sua família. Juan Carlos Jaimes e Laura Cánepa/Redação Terra Como reconhcer Na verdade, a forma mais óbiva de se reconhecer o problema é quando a paciente está abaixo do peso ideal e continua se achando gorda. Mas elas nem sempre revelam como se sentem. Então, alguns sinais podem ser observados: r roupas que exponham o corpo Juan Carlos Jaimes e Laura Cánepa/Redação Terra