Escola Secundária Alberto Sampaio Teste de Sociologia n.º 2 – 12º ano - Turma N 2004/2005 Versão 1 Grupo I: 12345678910- C A B C C D A B D D Grupo II: 1 – O Individualismo e o Etnocentrismo são obstáculos epistemológicos porque travam, impedem ou desvirtuam o normal desenvolvimento do conhecimento científico. O Individualismo coloca o indivíduo no centro de decisão da acção social, isto é, considera-o o único elemento de decisão. O Individualismo tende a produzir um tipo de explicações do que se passa em sociedade como efeito, a nível colectivo, de factores que se apreendem a nível do indivíduo e que se tomam, portanto, como independentes do contexto social em que estes se inserem. Trata-se, assim, de uma forma de rejeição do determinismo social. Constitui um obstáculo epistemológico porque não permite encontrar explicações correctas dos fenómenos sociais, desvirtuando assim o conhecimento científico. A melhor maneira de proceder à ruptura epistemológica com o Individualismo é estabelecer tipologias e correlações entre os fenómenos sociais. O Etnocentrismo consiste em explicar tudo em relação às normas e aos comportamentos do grupo social a que se pertence. Corresponde, assim, a uma visão do mundo e da sociedade matriciada pela cultura do observador, fazendo desta a norma ou a referência na análise de outras realidades sociais. O Etnocentrismo é um obstáculo epistemológico porque faz com que as outras realidades sociais sejam observadas em função da nossa e porque é portador de racismo, xenofobia, chauvinismo e preconceitos étnicos, que são manifestações de uma visão unilateral e deformada da realidade social. A observação sociológica exige que nos coloquemos numa posição não etnocêntrica, abertos a novas formas de agir e de pensar, diferentes da nossa, mas igualmente boas, certas, aceitáveis e adequadas no contexto social em que se inserem. 2 – Para efectuar essa investigação utilizaria a regra do Concreto e a regra da Observação Sistemática. A regra do Concreto afirma que a observação sociológica deve basear-se na evidência verificável, isto é, deve ter sempre como base factos concretos que os outros observadores possam ver, medir e verificar quanto à sua exactidão. Deve-se sempre partir de dados concretos, susceptíveis de serem experimentados, de forma a se poderem estabelecer relações causais entre os fenómenos sociais. Neste caso, essa regra seria adequada pois deveríamos apoiar-nos em dados concretos que nos mostrassem a situação da mulher na sociedade portuguesa, portanto, situações reais, que pudessem ser observadas por outros sociólogos e entre os quais pudéssemos estabelecer relações causais para justificar certas situações. A regra da Observação Sistemática afirma que a observação sociológica deve ser sistemática no sentido de se esforçar por encontrar todos os dados relevantes. O observador deve estabelecer um plano bem delineado de observação, contendo as variáveis a estudar, as relações entre as variáveis, o registo das observações, a formulação de hipóteses explicativas…Portanto, a utilização desta regra teria sentido neste caso, pois o observador deveria preocupar-se em reunir todos os dados relevantes disponíveis da situação da mulher na sociedade portuguesa, investigando os casos, as causas e formulando hipóteses explicativas de uma forma sistemática. 3 – O método mais adequado seria o método de análise intensiva. Este método permite efectuar um estudo em profundidade e amplitude de um determinado fenómeno social, recorrendo a todas as técnicas disponíveis. Esta análise permite conhecer em profundidade, permitindo-nos conhecer os múltiplos aspectos a considerar em qualquer fenómeno social e em amplitude, dando-nos uma perspectiva histórica do fenómeno social em análise. Além disso, temos liberdade para escolher as técnicas mais adequadas ao objectivo que pretendemos realizar. Neste caso, se queremos conhecer em profundidade as expectativas dos colegas de turma relativamente à utilização da Internet devemos recorrer a este método de análise intensivo, para conhecermos em profundidade o fenómeno social. 4 – A observação participante é uma técnica que se baseia na recolha de elementos de informação a partir da análise efectuada por um observador que se encontra intencionalmente no grupo a estudar, ou dele fazendo, efectivamente, parte, o que lhe permite efectuar uma análise intensiva e global. Apresenta duas modalidades: a observação-participação, se o sociólogo se insere no grupo a observar depois de ter definido um projecto de análise para esse grupo; e participação-observação, se o investigador já faz parte de um grupo social e aproveita a sua inserção para observá-lo. Eu concordo com a afirmação porque o investigador do social deve, nos casos da observação participante, observar o grupo social, sem ser unicamente observador ou participante. O sociólogo não pode tornar a sua participação inobservante, com uma interiorização total dos interesses e ideais do grupo que está a estudar, esquecendo-se do seu papel. Portanto, não deve envolver-se emocionalmente com o grupo e tornar-se em mais um dos indivíduos desse grupo. Por outro lado, o sociólogo não deve ter uma participação “fria” e distante do grupo social, pois assim não conseguirá ter uma visão aprofundada do objecto de estudo porque os próprios membros do grupo recusar-se-ão a ser estudados por alguém que não demonstre simpatia para com os seus ideais e interesses. 5 – O papel do sociólogo é o de compreender a realidade social. É verdade que estes não devem opor-se, sistematicamente, à ordem social instituída, mas a compreensão da realidade social não deve impedi-lo de tomar posição em certas questões e contribuir, de alguma forma, para a mudança social. Assim, é compreensível que estudos ambientais sejam, muitas vezes, encomendados a sociólogos. Estes podem ter uma atitude que contribua para a mudança e melhore certos aspectos a nível ambiental. Com os seus estudos e a sua perícia sociológica ao serviço do ambiente, podem detectar causas, formulando hipóteses explicativas e tentar encontrar soluções. Portanto, devem ter uma atitude científica, objectiva, revisiva e racional, que contribua para a compreensão da realidade social e contribua, de alguma forma, para a mudança. Daniela Maria Santiago Gonçalves Nº 7 12ºN