PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Português para a Fundação Carlos Chagas (teoria e questões comentadas) Aula 09 Semântica (parônimos, homônimos, sinônimos, antônimos) Olá, pessoal! Tenho percebido alguns alunos nossos comentando nos diversos fóruns de concursos sobre nossas aulas. Agradeço muitíssimo pelo apoio de vocês. Como meu livro sairá agora em agosto, isso dará uma força muito legal. Espero que todos estejam se adaptando bem ao ritmo das aulas. Lembro que sempre estou passando no fórum para tirar qualquer dúvida. Bom, nesta aula, nosso assunto é semântica: o sentido das palavras. Abaixo temos uma teoria rápida que vai nortear o caminho, mas este tema se resolve mesmo é fazendo uma boa interpretação do texto. Isso tira qualquer dúvida. Procurei nas provas as questões puramente de semântica, mas é difícil encontrar as que envolvam somente esse assunto. Muitas vezes ele está relacionado às questões de ortografia, articulação de frases e de interpretação de texto. Juntando a isso, como percebi em nosso fórum que está havendo dúvidas de interpretação de texto e de articulação de frases, achei interessante inserir também essas questões. Vamos a alguns dados conceituais que nos ajudarão. I) Campos semânticos As palavras podem associar-se de várias maneiras. Quando se relacionam pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou antônimos, mas de aproximação de sentido num dado contexto. Ex.: perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz ^ partes do corpo humano azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás ^ cores martelo, serrote, alicate, batata, aipim, abóbora, torno, enxada ^ ferramentas berinjela, beterraba ^ legumes Observações a) Também constituem campos semânticos palavras como flor, jardim, perfume, terra, espinho, embora não pertençam a um grupo delimitado; mas a associação entre elas é evidente. b) As palavras podem pertencer a campos semânticos diferentes. Veja o caso de abóbora, citada há pouco. Ela também serve para indicar cor, o que a colocaria no segundo grupo de palavras. c) Essas palavras também podem ser associadas no grupo de hiperônimos e hipônimos que serão vistos em seguida. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Hiperônimo: Quando há vocábulos reunidos em grupo fazendo parte um mesmo campo semântico, podem-se associar esses vocábulos aos hiperônimos e hipônimos. O prefixo "hiper" e "hipo" significam, respectivamente, generalização e especificação. Assim, hiperônimo é uma palavra que apresenta um significado mais abrangente do que o do seu hipônimo (vocabulário de sentido mais específico). Por exemplo: Legume (sentido mais geral) é hiperônimo de batata (sentido mais específico). Fruta (sentido mais geral) é hiperônimo de abacaxi (sentido mais específico). Doença (sentido específico) mais geral) é hiperônimo de catapora (sentido mais Por associação, hipônimo são palavras que se relacionam pelo sentido dentro de um conjunto, ligando-se por afinidade ou por um ser parte do outro. Por exemplo: Banana ou laranja (sentido mais específico) são hipônimos de fruta (sentido mais geral) Azul ou preto (sentido mais específico) são hipônimos de cor (sentido mais geral) Alface ou couve (sentido mais específico) são hipônimos de verdura (sentido mais geral) Veja o que acontece com as palavras doença e gripe - doença é hiperônimo de gripe porque em seu significado contém o de gripe e o sentido de mais uma série de palavras como dengue, malária, câncer. Então se conclui que gripe é hipônimo de doença. A relação existente entre hiperônimo e hipônimo é fundamental para a coesão textual. Ex: Grupos de refugiados chegam diariamente do sertão castigado pela seca. São pessoas famintas, maltrapilhas, destruídas. Note que a palavra "pessoas" é um hiperônimo da palavra "refugiados", uma vez que "pessoas" apresenta um significado mais abrangente que seu hipônimo "refugiados". Polissemia: capacidade que as palavras têm de assumir significados variados de acordo com o contexto. Ele anda muito. Mário anda doente. Aquele executivo só anda de avião. relógio não anda mais. Meu O verbo andar tem origem no latim ambulare. Possui inúmeros significados em português, dos quais destacamos apenas quatro. Trata-se, pois, de uma mesma palavra, de uso diverso na língua. Nas frases do exemplo, significa, respectivamente, caminhar, estar, viajar e funcionar. Sinonímia: é um item de suma importância para a interpretação de textos da FCC e também para a coesão referencial, pois se pode retomar Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2 2 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR palavra anteriormente expressa por seu sinônimo, evitando a repetição viciosa. Há sinonímia quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em determinado contexto. O comprimento da sala é de oito metros. A extensão da sala é de oito metros. A substituição de comprimento por extensão não altera o sentido da frase, pois os termos são sinônimos. Em verdade, as palavras são sinônimas em certas situações, mas podem não ser em outras. É a riqueza da língua portuguesa falando mais alto. Podese dizer, em princípio, que face e rosto são dois sinônimos: ela tem um belo rosto, ela tem uma bela face. Mas não se consegue fazer a troca de face por rosto numa frase do tipo: em face do exposto, aceitarei. Isso você vai ver muitas vezes na prova da Fundação Carlos Chagas. Normalmente esse tipo de questão é a terceira ou quarta de cada prova, pois tem relação direta com a interpretação de texto. A banca normalmente lista expressões com o mesmo sentido contextual. Então o que é mais importante é a atenção na interpretação. Mas, como abordamos anteriormente, uma leitura atenta do texto retira qualquer dúvida. Antonímia Requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma questão de bom vocabulário. Antonímia é o emprego de palavras de sentido contrário, oposto. Ex.: É um menino corajoso. É um menino medroso. Homônimos, parônimos e expressões afins Homônimos são vocábulos de sentidos diferentes que, por apresentarem semelhanças formais, costumam provocar dúvidas de significado e de grafia. Há dois tipos de homônimos: homônimos homógrafos e homônimos homófonos. Os homógrafos são palavras que têm a mesma grafia, podendo a sua pronúncia coincidir ou não, como nos exemplos: manga (de roupa), manga "fruta" e manga "tubo de vidro ou cristal para lâmpadas"; seco /ê/ (adjetivo) e seco /é/ (verbo), gosto /ô/ (substantivo) e gosto /ó/ (verbo). Já os homófonos caracterizam-se por terem pronúncia idêntica e grafia diferente: censo/senso, cessão/seção/sessão, etc. Por sua vez, os parônimos são palavras que se apresentam como muito parecidas na pronúncia e na grafia, mas não chegam a ser idênticas. Exemplos: deferir/diferir, infligir/infringir. Vamos, assim, elencar alguns vocábulos que têm caído nas provas: 1) Uso dos porquês Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 3 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR 1) Porquê (junto e com acento) é usado quando for sinônimo de motivo, causa, indagação. Por ser substantivo, admite artigo e pode ir ao plural: Os considerandos são os porquês de um decreto. O Relator explicou o porquê de cada emenda. Qual é o porquê desta vez? 2) Por quê (separado e com acento) é usado quando a expressão aparecer em final de frase, ou sozinha: Brigou de novo, por quê? Brigou de novo? Por quê? Ria, ria sem saber por quê. 3) Porque (junto e sem acento) é usado nos seguintes casos: a. Para introduzir explicação, causa, motivo, podendo ser substituído por conjunções causais como pois, porquanto, visto que: Traga agasalho, porque vai fazer frio.(conjunção coordenativa explicativa = pois) A reunião foi adiada porque faltou energia.(conjunção subordinativa causal = pois) Porque ainda é cedo, proponho esperarmos um pouco mais. (conjunção subordinativa causal = como) b. Nas frases interrogativas a que se responde com "sim" ou "não": Ele não votou o projeto porque estava de licença? Essa medida provisória está na pauta de votação porque é urgente? Na realidade, a conjunção "porque" continua sendo subordinativa adverbial causal. A diferença é que na própria pergunta já se dá a causa (oração subordinada adverbial causal). c. Como conjunção de finalidade (= para que), levando o verbo para o subjuntivo. Esta construção é arcaica, mas vez por outra tem sido encontrada: Rezo porque tudo corra bem. Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas. Contemporaneamente, para exprimir finalidade, objetivo, prefere-se usar para que em lugar de porque: Rezo para que tudo corra bem. 4) Por que (separado e sem acento) é usado nos seguintes casos: a. nas interrogativas diretas e indiretas: Por que você demorou tanto? (interrogativa direta) Quero saber indireta) por que meu dinheiro está valendo menos. (interrogativa b. sempre que se puder inserir as palavras motivo, razão: Não sei por que ele se ofendeu. (Não sei por que motivo ele se ofendeu.) Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 4 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR O funcionário explicou por que havia faltado. (O funcionário explicou por que motivo havia faltado.) c. quando a expressão puder ser substituída por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, confirma-se que há pronome relativo "que" antecedido da preposição "por": A conservação. estrada (A estrada conservação.) por que pela qual passamos está em péssimo estado de passamos está em péssimo estado de Esse é o motivo por que a reunião foi adiada. (Esse é o motivo pelo qual a reunião foi adiada.) d. quando "que" for conjunção integrante iniciando oração subordinada substantiva objetiva indireta ou completiva nominal, com imposição da preposição "por" pelo verbo ou nome, respectivamente: Torcemos por que tudo se resolva logo. (= torcemos por isso) O Relator estava ansioso por que começasse a votação. (= ansioso por isso) Não se pode confundir este último caso com o uso da conjunção de finalidade (conforme acima - n° 3, letra c). Veja a diferença: Não expressou sua opinião porque não desanimasse os colegas. Note que o nome opinião, anterior à conjunção, não exigiu a preposição por. Além disso, percebe-se a intenção, a finalidade de não expressar sua opinião: para que não desanimasse os colegas. O Relator estava ansioso por que começasse a votação. Aqui, o nome ansioso exige a preposição por, razão pela qual deve ser separada do que. Exercícios 1. A reforma da casa não foi terminada ficou sem verba. 3. Os o seu proprietário estudam aquele período historico jamais compreenderam de tanta violência. 4. Este supermercado foi fechado. ? 5. Não se preocupe. Tenho certeza de que a situação você está passando é transitória. 6. Retiraram-se da assembleia sem dizer . 7. Você é contra a liberdade de imprensa? ? 8. Responda-me não podemos sair agora? 10. que Não sei o o disso. 2. Mau e mal Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 5 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR 1) Mau Mau é antônimo de bom. Pode aparecer como: a. adjetivo - varia em gênero e número: Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso. Não eram maus rapazes, apenas um pouco preguiçosos. Obs.: (feminino) Não era má atriz nas novelas, mas boa cantora no palco. b. palavra substantivada: Os bons vencerão os maus. 2) Mal Mal é antônimo de bem. Pode aparecer como: a. advérbio - não varia: O candidato foi mal recebido. Fizeram mal em dizer tais coisas. b. substantivo - varia em número: O mal nem sempre vence o bem. Há males que vêm para o bem. c. conjunção (corresponde a quando)- não varia: Mal cheguei, ele saiu. d. mal é também um prefixo: mal-educado, malcriado, mal-humorado Exercícios 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Antônio sempre foi um elemento. Na luta contra o , devemos nos lembrar de nosso Criador. O rapaz sofria de um incurável. Dos de nossa época, o pior é a violência. Os costumes causam problemas. soou o alarme, todos correram. Ele é criado e aluno. 3. Mas - más - mais 1. Mais pode ser um pronome ou um advérbio. É o contrário de menos: a. advérbio (indica intensidade) - modifica verbo ou adjetivo: Converse menos e trabalhe mais. A garota está mais bonita hoje. b. pronome indefinido (indica quantidade) - modifica um substantivo: Comprei mais lâmpadas para a sala de aula. 2. Mas é uma conjunção adversativa todavia, contudo: Prof. Décio Terror (indica oposição). www.pontodosconcursos.com.br Equivale a porém, 6 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu. 3. Más é adjetivo: Ela é uma má aluna. Exercícios 1. Embora fizesse o possível, ficava cada vez atrasado. 2. Todos sabiam que as irmãs de Pedro eram e covardes, ninguém fazia comentários. 3. Não diga nem uma palavra. Nada pode ser feito agora. 4. O corredor automobilístico esforçou-se ao máximo, as condições da pista eram . 5. Ele reclama sempre, acaba fazendo seus deveres de casa. 6. Tudo seria fácil se tivesse comparecido à reunião. 4. Há - a - à 1) Emprega-se o há: a. Com referência ao verbo fazer, indicando tempo decorrido: Não o vejo há quinze dias. Não se encontram há tempos. Saiu daqui há duas horas. b. Quando se trata de forma do verbo haver: Há um artigo interessante nesta revista. 2) Emprega-se o a (preposição): a. Com referência a tempo futuro: A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a maquilagem. b. Com referência a distância: Morava a cinco quadras daqui. 3) Emprega-se o a (artigo) quando se antepõe a substantivo feminino: A apólice tornou-se grande trunfo na mão do advogado. 4) Emprega-se o à quando houver crase da preposição com o demonstrativo a: a com o artigo a ou Rendeu à colega uma homenagem semelhante à que recebera. Exercícios 1. 2. 3. 4. 5. Estávamos uma pequena distância da praia. (a - há) O posto de gasolina fica três quilômetros daqui. (a - há) Vive muitos anos naquela cabana. (a - há) O relatório foi encaminhado dois dias. (a - há) Sairemos daqui dez minutos. (a - há) 5. Senão - se não 1. A palavra senão é usada equivalendo a : Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 7 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR a. do contrário (conjunção) Saia daqui, senão vai se molhar. b. a não ser, salvo, exceto (preposição): Não podia acreditar, senão vendo com os próprios olhos. Não faz outra coisa, senão reclamar. c. mas sim, porém (conjunção adversativa) Não tive a intenção de exigir, senão de pedir. Aconselhava não como chefe, senão como amigo. d. defeito, falha (substantivo): Fez um discurso perfeito, sem nenhum senão. (Esta é a forma que se usa na expressão "senão vejamos".) 2. A expressão se não é usada equivalendo a caso não (conjunção condicional e hipotética): Esperarei mais um pouco; se não vier, irei embora. (caso não venha) Se não buscares, não encontrarás. O dispositivo está na Constituição, se não no Regimento Interno. 6. A fim de - afim 1. A expressão a fim de indica finalidade; corresponde a para: Cheguei cedo a fim de terminar meu serviço. (Deve-se evitar estar a fim de no sentido de estar com vontade de em textos mais elaborados, pois trata-se de modismo, de gíria. Seu emprego só se justifica em textos coloquiais: Eu não estou a fim de sair hoje.) 2. A palavra afim (numa única palavra) corresponde a semelhante ou parente por afinidade: A Matemática e a Física são ciências afins. A língua portuguesa é afim da espanhola. 7. A par ou ao par? 1. A expressão a par equivale emprega-se com o verbo estar: a ciente, informado, prevenido; em geral, O diretor não estava a par do assunto. 2. A expressão ao par emprega-se em moeda de valor idêntico: O real já esteve ao par do dólar. relação a câmbio; indica título ou As ações foram cotadas ao par. 8. Em vez de - ao invés de 1. A expressão em vez de significa em lugar de: Em vez de nos ajudar, prejudicou-nos. Em vez de ir ao cinema, resolveu sair para comer uma pizza. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 8 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR 2. A expressão ao invés de significa ao contrário de: Ao invés de baixar, o preço dos legumes subi esta semana. Respostas: 1. 1 (porque: conjunção causal); 2 (Por que: frase interrogativa direta); 3 (porquê: substantivo); 4 (Por quê: único vocábulo da frase); 5 (por que: pronome relativo = pela qual); 6 (por quê: última palavra da frase); 7 (Por quê: único vocábulo da frase); 8 (por que: frase interrogativa, podemos inserir a palavra "motivo"); 9 (Porque: conjunção causal. Inicia oração subordinada adverbial causal); 10 (porquê: substantivo). 2. 1 mau, 2 mal, 3 mal, 4 males, 5 maus, 6 Mal, 7 malcriado e mau. 3. 1 mais; 2 más, mas; 3 mais; 4 mas, más; 5 mas; 6 mais. 4. 1 a; 2 a; 3 há; 4 há; 5 a. A lista a seguir mostra os distintos significados das palavras e expressões que podem gerar dúvidas: Abaixo-assinado: documento em geral de reivindicação, protesto ou solidariedade assinado por várias pessoas: Não faltaram abaixo-assinados contra a reforma da Previdência. Abaixo assinado: cada uma das pessoas que assinam um abaixo-assinado: Nós, abaixo assinados, vimos manifestar... Abjeção: baixeza, degradação: Em um ambiente de abjeção, as pessoas perdem o respeito. Objeção: réplica, contestação, obstáculo: O projeto tramitou sem encontrar nenhuma objeção. Absolver (absolvição): inocentar, perdoar: O tribunal absolveu o réu. Absorver (absorção): embeber em si, recolher em si, fazendo desaparecer por incorporação ou assimilação: O novo órgão absorveu as funções das duas secretarias que foram extintas. Acender: pôr fogo: Acender uma fogueira; ligar: Acender a lâmpada. Ascender: subir, elevar-se: Ascender na carreira. Acento: sinal gráfico, tom de voz: Nos discursos que fazia, era mestre em pôr o acento certo nas palavras certas. Assento: banco, cadeira: O Brasil reivindica assento no Conselho de Segurança da ONU. Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, falou acerca de seus projetos. A cerca de: preposição "de" + quantidade aproximada: Brasília fica a cerca de duzentos quilômetros de Goiânia. Há cerca de: verbo "há" + quantidade aproximada: O povoado existe há cerca de um século; Atualmente, há cerca de trezentos moradores vivendo em suas ruelas. Acessório: suplementar, adicional, secundário: As questões acessórias serão discutidas posteriormente; aquilo que se junta ao principal, complemento: Comprou acessórios de informática. Assessório: assessorial; relativo a assessores. Acidente: acontecimento casual, imprevisto: Encontraram-se por acidente em uma solenidade; desastre: Por sorte, ninguém se feriu no acidente. Incidente: episódio; dificuldade passageira: O incidente da agressão ao diplomata desencadeou uma crise entre os dois países. Alto: de grande dimensão vertical, elevado: alto-falante, muro alto. Auto: de si mesmo; ato público; registro escrito de uma ocorrência: automóvel; autos do processo. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 9 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR À medida que: à proporção que, ao passo que (expressa o desenvolvimento de ação simultânea a outra): À medida que amadurecem, as pessoas aumentam sua capacidade de compreensão; A situação foi se aclarando, à medida que a testemunha relatava os fatos. Na medida em que: pelo fato de que, uma vez que; porque (expressa causa ou a ideia de utilização de dado preexistente): Na medida em que o Relator apresentar seu parecer, a Comissão poderá votá-lo imediatamente; Devemos usar nossas prerrogativas de cidadãos, na medida em que elas existem. Amoral: que não tem senso de moral; moralmente neutro: Diz-se que a ciência é amoral. Imoral: contrário à moral, aos bons costumes; indecoroso; libertino: Conduta imoral. Moral: que está conforme os princípios socialmente aceitos: Encerrou o discurso com uma anedota de cunho moral. Ante: preposição: em frente a, perante: A verdade está ante nossos olhos; em consequência de; diante de: Ante os protestos, recuou da decisão. (Diz-se ante a, ante o, e não *ante à, *ante ao.) Ante: pref. expressa anterioridade: anteontem, antessala. Anti: pref. expressa contrariedade, oposição: antiácido, antirregimental. Ao encontro de: para junto de: Com os braços abertos, caminhou ao encontro dos colegas; favorável a, concordante ou compatível com: Suas ideias vêm ao encontro do que o projeto defende (as ideias concordam com o que o projeto defende). De encontro a: contra; em prejuízo de: Tropeçou, indo de encontro à mesa; Suas ideias vão de encontro ao que o projeto defende (as ideias são contrárias ao que o projeto defende). Ao invés de: ao contrário de (deve ser empregado quando houver oposição real entre uma coisa e outra): Ao invés de aprovar, rejeitou; Ao invés de rir, chorou. Em vez de: em lugar de; em substituição a: Em vez do Presidente, falou o VicePresidente; Em vez de pôr o projeto em votação, suspendeu a sessão; ao invés de: Em vez de rir, chorou. Aonde: usa-se com verbos de movimento (ir a, dirigir-se a, chegar a, etc.): Aonde vai o Brasil?; A comissão aonde (à qual / para a qual) foi encaminhado o projeto irá apreciá-lo hoje. Onde: usa-se com verbos que não dão idéia de movimento: Onde está o projeto no momento?; A comissão onde (em que / na qual) se encontra o projeto irá apreciá-lo hoje; Onde será a reunião? Aparte: interrupção ao orador: "Concedo o aparte ao nobre Colega." À parte: isoladamente: O destaque apresentado foi votado à parte. Apreçar: perguntar o preço. Apressar: dar pressa. A princípio: no começo, inicialmente: A princípio, ninguém acreditava que o projeto seria aprovado. Em princípio: antes de qualquer consideração; de maneira geral; em tese: Em princípio, as leis visam ao bem comum. No princípio: mesmo que a princípio. Aresto: acórdão, solução de um julgado. Arresto: apreensão judicial de bens para garantir futura cobrança de dívida; embargo. Arrochar (arrocho): apertar muito: Arrochar o salário. Arroxar: variação do verbo arroxear "tornar roxo". Ascendente: ancestral, antepassado (pai, avô, etc.): O avô materno foi o ascendente que mais o estimulou a seguir a carreira política. Descendente: pessoa que descende de outra (filho, neto, etc.): Os descendentes souberam consolidar o império industrial iniciado pelo patriarca. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 10 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR À toa: com a reforma ortográfica, é a mesma grafia para adjetivo (irrefletido; inútil): Um gesto à toa e para locução adverbial de modo (a esmo; irrefletidamente): Uma pessoa que vive à toa. Avocar: chamar; atribuir a si; arrogar-se: Avoca a si poderes de que não está investido. Evocar: lembrar; invocar: De maneira saudosa, vive evocando o passado. Invocar: pedir a proteção ou a ajuda de; chamar: Invocou o apoio de seus pares. Caçar (caça): perseguir para aprisionar ou matar: A polícia caçou os fugitivos até encontrá-los. Cassar (cassação): anular, revogar: A portaria cassou as aposentadorias concedidas irregularmente. Cardeal: adj. principal, fundamental. • subst. prelado: O cardeal foi quem celebrou a missa. Cardial: cárdico, cardíaco. Cavaleiro: que anda a cavalo; cavalariano. Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. Cela: pequeno quarto de dormir. Sela: assento que se põe sobre cavalgadura. Censo: levantamento de dados estatísticos; recenseamento: De acordo com o Censo 2000, há 171 milhões de brasileiros. Senso: faculdade de julgar, de sentir; juízo, entendimento: O estudo da Filosofia desenvolve o senso crítico. Cerrar: fechar; unir fortemente: Cerrou as mãos e soltou um grito; Encontrou todas as portas cerradas. Serrar: cortar com serra ou serrote: Os fugitivos serraram as grades da cela. Cessão: ato ou efeito de ceder: Agradeceu ao orador a cessão do aparte; transferência de posse ou direito: Cessão sem ônus. Seção: setor, repartição: Trabalha na Seção de Editoração; subdivisão de um todo: Um extenso capítulo com muitas seções. Sessão: espaço de tempo em que se realiza um trabalho: A sessão solene estendeuse por mais de três horas; A primeira sessão do filme começará às 17 h. Chá: bebida: Em vez de chá, tomou café. Xá: antigo soberano do Irã. Cheque: ordem de pagamento. Xeque: chefe muçulmano; lance de xadrez. (xeque-mate = o rei morreu ou o rei está morto) Pôr em xeque: pôr em dúvida ou dificuldade. Comprimento: dimensão longitudinal de um objeto; tamanho: A sala tem 10 m de comprimento. Cumprimento: ato ou efeito de cumprir: o cumprimento de uma promessa; gesto ou palavra de elogio ou de saudação: Recebeu emocionado os cumprimentos dos colegas. Concertar: fazer acordo; combinar: Os Líderes concertaram a votação para hoje. Concerto: acordo; ajuste: O projeto foi aprovado graças ao concerto entre os partidos; harmonia: O concerto das nações; espetáculo musical: O concerto foi aplaudido de pé. Consertar (conserto): reparar; restaurar: Mandou consertar o relógio. Coser: costurar. Cozer: cozinhar. Deferir (deferimento): atender: A Diretora deferiu prontamente o pedido; outorgar, conceder: Os jurados deferiram o prêmio ao jovem cientista. Diferir (diferimento): adiar: A empresa diferiu o pagamento; ser diferente: Esses projetos diferem apenas no acessório, sendo idênticos no essencial. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 11 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Defeso /ê/: adj. proibido: É defeso utilizar tributo com efeito de confisco; não sujeito a, isento. • subst. período do ano em que é proibido caçar ou pescar: O defeso da lagosta. Defesso /é/: que se fatigou; cansado. Delatar (delação): denunciar; revelar (crime ou delito): No interrogatório, o assaltante delatou seus comparsas. Dilatar: aumentar as dimensões ou o volume (dilatação): O calor dilata os sólidos; adiar, diferir, prorrogar (dilação): O Governo dilatou o prazo para pagamento do imposto. Demais e por demais: excessivamente, em demasia: A discussão deixou-a irritada demais (ou: por demais irritada). De mais: a mais: A conta veio com trinta reais de mais. (Na dúvida entre demais e de mais, lembrar que de mais é intercambiável com de menos.) Descrição: ato ou efeito de descrever; retrato: Fez uma descrição sumária da situação. Discrição: qualidade de discreto, do que não atrai a atenção: Veste-se com discrição; discernimento; poder (discricionário) da autoridade de agir. Descriminalizar: isentar de culpa; excluir a criminalidade: Há uma tendência de se descriminalizar a maconha. Descriminar: mesmo que descriminalizar. Discriminar: diferençar, distinguir; separar: Discriminar o bem do mal. Desidioso: em que há desídia; preguiçoso; negligente. Dissidioso: em que há dissídio, divisão; conflituoso, desarmonioso. Destratar: maltratar com palavras. Distratar: desfazer (trato, acordo). Discente: relativo a alunos: O corpo discente reclamou daquele professor. Docente: relativo a professores: O corpo docente avaliou os recursos dos alunos. Dorso: costas. Torso: tronco. Elidir: fazer elisão "supressão"; excluir, eliminar: A elisão fiscal é lícita. Ilidir: rebater, contestar, refutar: No tribunal, foi capaz de ilidir as provas que o incriminavam. Eludir: evitar ou esquivar-se com astúcia ou com artifício: Eludir a lei. Iludir: causar ilusão em; enganar; burlar: Suas promessas já não iludem ninguém. Emenda: correção de falta ou defeito, alteração: A emenda aperfeiçoou o projeto; regeneração. Ementa: resumo, síntese (de lei, decisão judicial, etc.): Muitas ementas terminam com a expressão "e dá outras providências". Emergir: vir à tona; surgir, manifestar-se. Imergir: fazer submergir; mergulhar, afundar. Emigrar (emigrante): sair de um país para ir viver em outro: Milhares de descendentes de japoneses emigraram do Brasil para o Japão. Imigrar (imigrante): entrar em outro país para nele viver: A maioria dos alemães que imigraram para o Brasil fixaram-se no Sul. Migrar (migrante): mudar periodicamente de região ou país; passar de um lugar para outro. Eminente: proeminente; sublime; ilustre, notável: O eminente professor marcou época com aulas memoráveis. Iminente: que está a ponto de acontecer: Com o transbordamento do rio, a inundação da cidade é iminente. Empoçar: formar poça. Empossar: dar ou tomar posse. Espectador: aquele que assiste a um espetáculo. Expectador: aquele que permanece na expectativa. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 12 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Esperto: atento; perspicaz; ativo. Experto: especialista, perito. Espiar: observar secretamente, espionar. Expiar: remir (a culpa), cumprindo pena; purificar-se. Estada: ato de estar; permanência: A estada da comitiva na capital foi de três dias. Estadia: prazo concedido para carga e descarga de um navio mercante num porto. Observação: O dicionário Aurélio (2009) categoriza este vocábulo também com valor de estada, permanência, mesmo este uso sendo condenado por muitos. Estático: imóvel como estátua; sem movimento; parado, hirto. "Olhava, estática, os destroços espalhados pelo chão". Extático: posto em êxtase, absorto, enlevado. Estrato: camada; faixa ou camada de uma população: Estratos sociais. Extrato: coisa que se extraiu de outra; resumo: Extrato bancário; perfume. Flagrante: registrado no momento da realização: Prisão em flagrante; evidente. Fragrante: perfumado. Florescente: que floresce; próspero: pomares florescentes. Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência: Comprei uma lâmpada fluorescente. Florescer: florir; prosperar, desenvolver-se: A indústria do turismo floresce a cada dia. Fluorescer: emitir radiação de fluorescência. Incerto: duvidoso; impreciso. Inserto: inserido; introduzido. Incipiente: que está no começo. Insipiente: ignorante; tolo. Incontinente: adj. imoderado, desregrado; sensual, lascivo. Incontinente ou incontinênti: adv. imediatamente, logo, sem intervalo: Os bombeiros responderam incontinente/ incontinênti ao chamado. Indefeso /ê/: sem defesa; desprotegido. Indefesso /é/: incansável; incessante. Infligir: impor, aplicar (pena, castigo): Na votação, os partidos de Oposição infligiram uma dura derrota ao Governo. Infringir: desobedecer a; transgredir: Quem infringe o Código Penal está sujeito a ser levado preso. Intemerato: não corrompido; puro. Intimorato: que não sente temor; destemido. Intercessão: ato de interceder, de intervir. Interse(c)ção: cruzamento; corte. Mandado: ordem escrita emitida por autoridade pública: Mandado de prisão. Mandato: concessão de poderes para desempenho de uma representação; procuração; delegação: Mandato parlamentar. Melhora: recuperação de mal físico ou moral; mudança para melhor estado ou condição. Melhoria: melhoramento; aprimoramento; mesmo que melhora "mudança para melhor estado ou condição". Óptico: respeitante à óptica "ciência da visão"; relativo à visão ou ao olho; ocular. Ótico: relativo ao ouvido; que é eficaz contra os males do ouvido. Ordinal: que denota ordem, posição. Ordinário: conforme ao costume; comum; frequente; vulgar. Original: que não ocorreu antes; novo; autêntico; com caráter próprio; primitivo. Originário: oriundo, proveniente; que não se alterou. Paço: palácio real ou episcopal. Passo: ato ou jeito de andar. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 13 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Pleito: questão em juízo; discussão; eleição: Ele elegeu-se no pleito do ano passado. Pleitear: demandar em juízo; falar a favor de; fazer por conseguir: Pleitear um cargo. Preito: homenagem; respeito; assunto. Render preito: fazer declaração de louvor, gratidão, respeito. Posar (pose): assumir atitude, modos ou ares de algo que se quer aparentar; fazer pose: Posar para fotos. Pousar (pouso): descer, baixar em pouso: O avião pousou; pernoitar: Pousaram em um hotel à beira da estrada. Preceder: anteceder, vir antes; ter precedência. Proceder: vir, provir; originar-se. Preeminente: que ocupa lugar mais elevado; superior; sublime. Proeminente: que sobressai; que avança em ponta; preeminente. Prescrever (prescrição): preceituar; receitar: O médico prescreveu repouso; perder o efeito: O prazo para cobrança da dívida prescreveu. Proscrever (proscrição): banir; expulsar; vetar: A Constituição proscreve a pena de banimento. Prever: ver antecipadamente. Prover: abastecer; regular; nomear para um cargo; deferir. Provir: vir de; originar-se; resultar: Certas doenças provêm da falta de saneamento básico. Ratificar (ratificação): confirmar, validar. Retificar (retificação): corrigir. Recrear: proporcionar recreação a; divertir(-se). Recriar: criar de novo. Reincidir (reincidência): tornar a incidir, recair em; repetir. Rescindir (rescisão): tornar nulo (contrato); cancelar. Remição: ato ou efeito de remir "tornar a obter, resgatar"; liberação de pena ou dívida. Remissão: ato ou efeito de remitir "perdoar"; perdão; ação ou efeito de remeter. Repreensão: ato de repreender; censura; advertência. Repressão: ação de reprimir; contenção; impedimento. Saldar: pagar o saldo de; liquidar (contas). Saudar: cumprimentar; aclamar. Segmento: porção de um todo: Segmento de mercado. Seguimento: continuação: Dar seguimento ao trabalho. Sob: debaixo de: A lixeira fica sob a mesa; debaixo de autoridade, comando, orientação: Agiu sob o manto da lei; Sob esse ponto de vista, o argumento dele está correto; Ficou sob a mira do assaltante. Sobre: em cima de: O livro está sobre a mesa; acima de, em lugar superior: Nem sempre sabemos que forças atuam sobre nós; a respeito de: No discurso, falou sobre a seca. Sobrescrever ou sobrescritar: escrever (no envelope) nome e endereço do destinatário. Subscrever ou subscritar: assinar. Sortir: prover, abastecer: Sortiu a despensa com as compras. Surtir: dar como resultado: Apesar de oportuna, a medida não surtiu a mudança desejada. Tachar: pôr defeito em, qualificar negativamente; censurar: Tachou a Oposição de revanchista; Tacharam-no de provinciano. Taxar: tributar; submeter a uma taxa: O Brasil taxa pesado as importações de certos produtos; fixar o preço de: O correio taxa as cartas com base no peso das mesmas; qualificar positivamente ou negativamente: Taxou a Oposição de aguerrida; Taxaramno de provinciano. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 14 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Tampouco: também não, muito menos (é usado para reforçar uma negação): Não veio, tampouco telefonou; Não pôde encaminhar o trabalho no prazo, tampouco teve tempo de revisá-lo. (Nem tampouco é expressão redundante, a ser evitada.) Tão pouco: muito pouco: É pena que demonstre tão pouco interesse pelos estudos; em tal (pequeno, escasso) grau ou quantidade: Ganha tão pouco, que mal tem dinheiro para comer. Tráfego: movimento ou fluxo: tráfego aéreo; trânsito: Tráfego congestionado. Tráfico: negócio, comércio: tráfico negreiro; negócio ilícito: Tráfico de entorpecentes. Trás: atrás, detrás; após, depois de. Traz: forma do verbo trazer. Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. Vestuário: conjunto das peças de vestir; traje. Vultoso: de grande vulto, volumoso, muito grande: Pagou pelo resgate uma vultosa soma em dinheiro. Vultuoso: acometido de vultuosidade "inchaço no rosto". Vamos agora às questões!!!! Questão 1: TRE TO - 2011 - Analista ... capaz de fornecer as mais diferentes eminentes. Considerando-se o par de palavras afirmar que se trata de exemplo de soluções eminentes / (A) antonímia. (B) sinonímia. (C) paronímia. (D) homonímia. (E) homofonia. Gabarito: C Comentário: Perceba que esses vocábulos parecidas, por isso são parônimos. para questões iminentes, possuem escrita e humanas é correto pronúncia Questão 2: DPE RS 2010 Fragmento do texto: O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em extinção e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais. A palavra animais estabelece ligações com espécies que estão em extinção. Qual a propriedade semântica dessa relação? (A) Hiperonímia. (B) Sinonímia. (C) Homonímia. (D) Paronímia. (E) Antonímia. Gabarito: A Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 15 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Comentário: Entre a palavra "animais" (nome mais específico) e espécie (nome mais generalizado), há um desnível. Há várias espécies (humana, vegetal, animal etc). Assim, animais está dentro do grupo de espécies. Portanto, há uma relação de hiperonímia: "espécies" é hiperônimo e "animais" é hipônimo. Questão 3: TRT 24 a R - 2006 - Analista Está correto o emprego do elemento sublinhado em: (A) As alterações porque sofrem as instituições podem ser necessárias. (B) Os caminhos porque percorrem os valores humanos são, por vezes, indevassáveis. (C) Se há rigor e ética nas instituições, algumas não funcionam mesmo porquê? (D) ÍHá que se investigar o porquê de as instituições serem tão manipuláveis. (E) Não se sabe o por que das instituições serem falhas, mesmo quando bem arquitetadas. Gabarito: D Comentário: Na alternativa (A), ocorre pronome relativo antecedido da preposição "por". Veja que "As alterações podem ser necessárias" é a oração principal e "por que (pelas quais) sofrem as instituições" é a oração subordinada adjetiva restritiva. Na alternativa (B), a estrutura é a mesma da anterior. A oração "Os caminhos são, por vezes, indevassáveis" é a principal, e "por que(pelos quais) percorrem os valores humanos" é a oração subordinada adjetiva restritiva. Na alternativa (C), em final de frase, deve ficar separado e com acento: Se há rigor e ética nas instituições, algumas não funcionam mesmo por quê? A alternativa (D) é a correta, pois o vocábulo recebeu artigo, o que o fez transformar-se em substantivo. Assim, recebe o acento e não pode ficar separado: o porquê. Na alternativa (E), há um artigo "o" antecipando o vocábulo, deve ficar junto e com acento: o porquê. Questão 4: TRT 6 a R 2006 Técnico Está correto o emprego do elemento sublinhado em: (A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber porquê. (B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança a imagem ilusória das pessoas. (C) Não sei porque razão os outros querem nos impor a imagem que têm de nós. (D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória traz alguma compensação. (E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por quê nossa imagem não está lá. Gabarito: B Comentário: Na alternativa (A), veja que em final de frase, deve ficar Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 16 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR separado e com acento: ...saber por quê. A alternativa (B) é a correta, pois o vocábulo recebeu o artigo, por isso recebe o acento e fica junto: o porquê. Na alternativa (C), há uma pergunta indireta, por isso deve ficar separado e sem acento. Para confirmar, basta observar o vocábulo "razão" explicitamente após o vocábulo: "Não sei por que razão". Lembre-se de que os vocábulos "razão", "motivo", "causa" podem estar explícitos ou implícitos na frase, para tornar a expressão "por que" separada e sem acento. Na alternativa (D), perceba que há uma conjunção causal, por isso deve ficar junto e sem acento: "...é porque nossa imagem...". Uma observação: veja que essa conjunção causal não pode ser substituída por "pois". Isso ocorre tendo em vista que a estrutura "Se ...é " é enfática e mais afeita à linguagem coloquial (mas não é errada na norma culta). Sem a estrutura enfática, a conjunção causal fica mais clara. Veja: "A ela aderimos porque nossa imagem ilusória traz alguma compensação." A diferença é apenas a perda da ênfase. Agora, sim, podemos substituir a conjunção "porque" por "pois", "porquanto", etc. Na alternativa (E), há uma pergunta indireta, típica de estruturas com os verbos "saber", "perguntar", "indagar", "questionar". Esse é o caso em que pode haver explícita ou implicitamente os vocábulos "motivo", "razão" e "causa". Portanto, separado e sem acento: Queremos perguntar (...) por que motivo nossa imagem não está lá. Questão 5: TRF 4 a R 2001 Analista Quanto ao emprego da forma sublinhada, está correta a frase: (A) A razão porque ele se absteve compete a ele esclarecer. (B) Sem mais nem porque, ele resolveu nos deixar. (C) Recusou-se a nos esclarecer o por quê da sua decisão. (D) Que ele renunciou, todo mundo sabe, mas ninguém sabe por quê. (E) Ele se limita a responder apenas: - Por que sim... Gabarito: D Comentário: Na alternativa (A), ocorre pronome relativo antecedido da preposição "por". Por isso, esse vocábulo deve ficar separado e sem acento. Para confirmar, basta trocar por "pela qual": "A razão por que (pela qual) ele se absteve...". Na alternativa (B), finalizando enunciado (não só a frase), o vocábulo deve ficar separado e com acento: "Sem mais nem por quê...". Na alternativa (C), como o vocábulo recebeu o artigo, obrigatoriamente transformou-se em substantivo e recebe acento: esclarecer o porquê. A alternativa (D) é a correta, pois a expressão encontra-se no final da frase, por isso deve ficar separada e com acento. Na alternativa (E), há uma resposta, por isso esse vocábulo é uma conjunção causal e deve ficar junto e sem acento: "- Porque sim...". Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 17 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 6: BAHIA GAS - 2010 - Analista Está correta a forma de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) Ela não nos disse por que razão tornou-se uma otimista; e se ela tornar ao seu pessimismo, será que nos explicará por quê? (B) A razão porque muitos se tornam pessimistas está no mundo violento de hoje; por quê outra razão haveriam de se desenganar? (C) "Por que sim": eis como respondem os mais impacientes, quando lhes perguntamos porque, de repente, se tornaram otimistas. (D) Sem mais nem porquê, ele passou a ver o mundo com outros olhos, dizendo que isso aconteceu por que encontrara a verdade na religião. (E) Não sei o por quê do seu pessimismo; porque você não me explica? Gabarito: A Comentário: A alternativa (A) é a correta, é uma pergunta indireta, em que podemos perceber o vocábulo "razão" explicitamente, por isso a expressão deve ficar separada e sem acento. No final de frase, essa expressão deve ficar separada e com acento. Na (B), a expressão deve ficar separada e sem acento, pois "por que" é pronome relativo antecedido da preposição "por". Para perceber isso, basta substituir por "pela qual". A segunda ocorrência da expressão deve permanecer separada e sem acento, pois há uma pergunta, e o termo não está em final de frase. Na (C), a estrutura entre aspas é uma resposta, por isso a expressão deve ficar unida e sem acento, por ser uma conjunção causal. A segunda ocorrência deve ficar separada e sem acento, pois é uma pergunta indireta, após o verbo "perguntamos" e podemos inserir o vocábulo "motivo", "razão" ou "causa" para a confirmação: "...por que motivo se tornaram...". Na (D), a expressão encontra-se em final de enunciado, por isso fica separada e com acento: "Sem mais nem por quê". Na segunda ocorrência, os vocábulos devem ficar juntos e sem acento, por haver uma conjunção causal. Na (E), na primeira ocorrência, há substantivo: "o porquê" (unido e com acento). Na segunda, há pergunta direta e o vocábulo não se encontra no final de frase, por isso deve ficar separado e sem acento. Questão 7: DPE RS 2011 Assinale a alternativa que contém erro gramatical. (A) Os porquês dos conceitos de sujeito e predicado na gramática. (B) Por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema? (C) Os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Por quê? (D) Os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Porquê? (E) Não se sabe por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Gabarito: D Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o vocábulo recebeu o artigo "Os", por isso deve ficar junto e com acento. A alternativa (B) está correta, pois há uma pergunta. Como não está em final de frase, a expressão fica apenas separada e não pode receber acento. A alternativa (C) está correta, pois a expressão "Por quê" é a única da frase e Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 18 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR é uma interrogação. Assim, deve ficar separada e com acento. Por esse mesmo motivo, a alternativa (D) é a incorreta. Tome cuidado, porque alguns candidatos nesta prova relataram-me que não perceberam a separação do vocábulo e pensaram que a banca havia errado colocando duas alternativas iguais. Por isso, marcaram outra alternativa. É mole? Isso acontece. Mas você deve prestar atenção, ok? A alternativa (E) está correta, pois ocorre uma pergunta indireta. Podemos subentender os vocábulos "motivo", "razão" ou "causa": Não se sabe por que (motivo) os conceitos... Por isso, deve ficar separado e sem acento. Questão 8: TRF 4 a R 2001 Analista Está correto e coerente o emprego do termo sublinhado no contexto da frase: (A) Se o piloto não ratificar a trajetória do vôo, haverá uma colisão. (B) Diz-se que é inamovível a pessoa que pouco ou nunca se emociona. (C) Diz-se que é um criminoso contumaz quando ele modifica seus costumes. (D) Ele é indolente, não hesita em despender esforços na realização de suas tarefas. (E) Em vez de reiterar seu julgamento, preferiu retificá-lo. Gabarito: E Comentário: Na alternativa (A), o ideal seria o verbo "retificar", pois a frase pede o sentido de corrigir, e não o de confirmar. Na alternativa (B), veja que "inamovível" possui uma estrutura vocabular com o radical "mov", que tem sentido de mover-se. O prefixo "in" nega a possibilidade de movimentação. Daí, entendermos que esse vocábulo tem o sentido de "aquele que não pode ser destituído do seu posto por via administrativa", "aquilo, aquele que não pode ser removido". Aquele que não se emociona, como é pedido na questão, seria "inemotivo". Na alternativa (C), "contumaz" possui o sentido contrário do pedido na questão, pois significa "aquele que age com grande teimosia; obstinação, aferro, afinco, pertinácia". No contexto, não cabe esse vocábulo. Na alternativa (D), primeiro devemos saber o que vem a ser indolente: aquele que denota falta de energia; apático, preguiçoso inerte, ocioso. Agora, vejamos o que significa "despender": gastar, consumir. Bom, com isso, percebemos que quem é "indolente" (preguiçoso) não vai "despender" (gastar) esforços para realizar algo. Ele vai "poupar" esforços, ou não realizará a tarefa, concorda? Por isso, a alternativa está errada. A alternativa (E) é a correta somente no tocante ao vocábulo sublinhado ("reiterar" significa confirmar, ratificar, já "retificar" significa corrigir). Mas a regência do verbo "preferir" não admite expressões intensificadoras, comparativas etc. Por isso, é incorreta a presença do termo "em vez de" nesta frase. A regência correta seria: Preferiu retificar o seu julgamento a reiterá-lo. A reiterar seu julgamento Prof. Décio Terror preferiu (confirmá-lo) Ou retificá-lo. www.pontodosconcursos.com.br 19 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 9: Fiscal de rendas SP ...para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora... No que se refere à grafia, para estar de acordo com o padrão culto, a frase que deve ser preenchida com forma idêntica à destacada acima é: (A) Referências são sempre interessantes, despertam curiosidade acerca da obra. (B) foi a obra que mais o teria impressionado sobre o assunto, respondeu alguém quando indagado sobre o motivo da citação. (C) Alguém poderá perguntar: - O autor citou Braudel, ...? (D) Gostaria de saber ele se interessou especificamente por essa obra de Braudel acerca do mar Mediterrâneo. (E) Quem sabe o da citação da obra de Braudel? Gabarito: D Comentário: Na alternativa (A), ocorre a conjunção causal "porque". Note que podemos substituir por "pois", "porquanto". Na alternativa (B), também há a conjunção causal "Porque". A única diferença é que essa estrutura oracional é a reposta de alguém a uma pergunta. Veja que podemos substituir por "Pois", "Porquanto". Na alternativa (C), como a expressão é a última da frase, deve ficar separada e com acento: "O autor citou Braudel, por quê?". A alternativa (D) é a correta, pois possui a expressão "por que" (separada e sem acento), como no pedido da questão. Isso ocorreu já que a frase é uma pergunta indireta e os vocábulos "motivo", "causa" ou "razão" podem ficar subentendidos após a expressão: "Gostaria de saber por que (motivo) ele se interessou...". Na alternativa (E), como o vocábulo recebeu artigo "o", deve ficar junto e com acento: "Quem sabe o porquê da citação...". Sec Edu SP - 2010 - Superior Texto: Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo. Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou outro resmungo de aprovação. Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entre quarenta e cinquenta anos, era provinciano, capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto e cáustico. Não discutia nunca; e defendiase da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão era a forma Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 20 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial; e acrescentava que os serafins e os querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual e eterna. Como desse esta mesma resposta naquela noite, contestou-lha um dos presentes, e desafiou-o a demonstrar o que dizia, se era capaz. Jacobina (assim se chamava ele) refletiu um instante e respondeu: - Pensando bem, talvez o senhor tenha razão. [...] (Machado de Assis. O espelho. Melhores Contos de Machado de Assis. São Paulo: Global, 2001) Questão 10: No primeiro parágrafo do texto, pode-se observar que o autor estabelece uma sinonímia contextual entre as seguintes expressões: (A) noite e alta transcendência. (B) questões de alta transcendência e misteriosamente. (C) questões de alta transcendência e mais árduos problemas do universo. (D) agitações e aventuras e atmosfera límpida e sossegada. (E) alta transcendência e menor alteração aos espíritos. Gabarito: C Comentário: Na alternativa (A), "noite" transmite uma relação temporal, e a expressão "alta transcendência" não possui essa relação. Na (B), "misteriosamente" é o modo como a luz das velas fundia-se com o luar. Não há relação com a expressão "questões de alta transcendência". A alternativa (C) é a correta. Primeiro, porque podemos excluir as demais alternativas por estarem bem fora dessa relação de semelhança de sentido. Para trabalharmos a semântica neste trecho, é mais didático transcrevê-lo abaixo: Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e 1 sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente osi mais árduos problemas do universo. Note que o primeiro trecho em negrito está paralelo ao segundo. Compare-os. Veja, inclusive, que o autor utiliza o artigo "os" 1 para enfatizar que o segundo termo está retomando o primeiro. Além disso, perceba que o autor evitou inserir as mesmas palavras para evitar a repetição viciosa. Por isso, ele inseriu sinônimos: "cavalheiros (=investigadores), "debatiam" (=resolvendo), "várias questões de alta transcendência"(=os mais árduos problemas do universo). Na (D), ocorre o contraste entre "agitações "atmosfera límpida e sossegada" no céu. e aventuras" na cidade e Na (E), a expressão "menor alteração aos espíritos" não tem relação com "alta transcendência", mas com "disparidade dos votos". Mesmo assim, não há Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 21 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR relação sinônima entre eles. Questão 11: Os vocábulos disparidade, árduos substituídos, respectivamente, pelos seguintes comum: e espórtula poderiam ser sinônimos de uso mais (A) igualdade, difíceis e doação. (B) igualdade, duros e contribuição. (C) diferença, difíceis e contribuição. (D) diferença, duros e doação. (E) concordância, duros e contribuição. Gabarito: C Comentário: Notamos que algo díspare é diferente, não cabendo as alternativas (A), (B) e (E). O adjetivo "árduos" significa "difíceis", mas o adjetivo "duros", em sentido figurado, também poderia transmitir o mesmo sentido. Por isso, não podemos eliminar a alternativa (D), sendo necessário vermos o contexto da palavra "espórtula": Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou outro resmungo de aprovação. Note que o substantivo "doação" não cabe no contexto, pois se mostrou uma participação quase inexistente, apenas resmungo de aprovação. O substantivo "doação" transmite ideia de participação com afinco, dedicação profunda, algo que não ocorreu no texto. Por isso, a alternativa correta é a (C), pois o substantivo "contribuição" é mais adequado, pois não transmite intensidade na participação. Questão 12: TRT 23 a R 2007 Técnico Estas são o fruto de mecanismos de permanentes negociações intergovernamentais instigadoras do abandono de um destino nacional solitário em prol de um destino compartilhado. O segmento grifado na afirmativa acima tem seu sentido original reproduzido, com outras palavras, em: (A) que abandonaram as nações isoladas em seu ideal, evitando um objetivo comum em seus mecanismos. (B) que semeiam discordância em nações isoladas, como meio de compartilhar possíveis interesses comuns. (C) que provocam a solidão de determinadas nações, tendo em vista o processo de união das demais. (D) que defendem a substituição de uma visão nacional particular por uma reciprocidade de interesses afins. (E) que priorizam a nacionalidade de cada um, em detrimento da comunidade, em seus interesses particulares. Gabarito: D Comentário: Note que as negociações são instigadoras do abandono de um destino nacional solitário, isto é, fomentam, induzem, provocam o abandono da solidão. Assim, pode-se entender que se quer a interação entre os países, Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 22 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR fuga do individualismo, da solidão. Isso é corroborado pela expressão "em prol de um destino compartilhado", interativo, comum a várias nações. Na alternativa (A), a expressão "evitando um objetivo comum" vai contra o que foi proposto no texto original. Na alternativa (B), ao semear discordâncias em nações isoladas, não se consegue o compartilhamento de interesses comuns. Na alternativa (C), não foi dito que haveria solidão de determinadas nações, mas o abandono de um destino nacional solitário. A alternativa (D) é a correta, pois realmente se quer fortalecer as relações comuns (reciprocidade de interesses afins) e evitar uma visão nacional particular. (abandonar um destino nacional solitário). Na alternativa (E), não se prioriza a nacionalüade de cada um (o interesse particular), mas o interesse comum. Questão 13: TRT 21 a R 2003 Analista Está adequado o emprego da expressão sublinhada na frase: (A) Salvo melhor juízo, é indiscutível que partilhamos do mesmo julgamento: teus argumentos vêm de encontro aos meus. (B) A menos que você retifique seu voto, passando a acompanhar-nos em nossa decisão, não haverá como mantê-lo em nosso partido. (C) Em vista da notoriedade de seu mau caráter, ninguém se surpreendeu quando assumiu a responsabilidade pela trapaça que havia feito. (D) Ele se mostra transigente apenas nos casos em que não lhe convém arredar pé da posição que esteja defendendo com o habitual denodo. (E) A unanimidade na aprovação só foi alcançada porque a bancada de oposição reviu seu voto, ratificando a decisão do líder, renitente adversário do projeto. Gabarito: B Comentário: Na alternativa (A), o contexto nos mostra que o correto seria "ao encontro de", pois transmite a ideia de "em favor de". Já a expressão "de encontro a" transmite sentido de oposição. Na alternativa (B), "retifique" transmite o valor de "corrigir, mudar", o que o contexto pede. Deve-se mudar o voto. Por isso, a alternativa (B) é a correta. Na alternativa (C), o adjetivo "mau" se llga a substantivo, significando o oposto de "bom". Quanto à morfologia, esta palavra foi bem empregada. Porém, observando-se o contexto em que se encontra, o correto seria "bom" caráter, pois houve notoriedade de seu caráter, ninguém se surpreendeu por ele ter assumido algo de errado. Isso não seria normal para uma pessoa de caráter ruim. Por isso, o erro é semântico. O adjetivo correto seria "bom". Na alternativa (D), o contexto mostra que alguém se mostra intolerante somente em determinados casos. Por isso o vocábulo correto seria "intransigente". Transigente significa tolerante, o que não ocorre no contexto da frase. Na alternativa (E), o sentido necessário para a frase é o de corrigir, por isso o correto seria o vocábulo "retificando". Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 23 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 14: MPE RS - 2010 - Médio ... afirma que dados da empresa trabalho. foram cruciais para os resultados do O único adjetivo que NÃO apresenta semelhança de sentido com o de cruciais, entre aqueles que também aparecem no texto, considerada a forma de masculino singular, é: (A) valioso. (B) essencial. (C) isolado. (D) decisivo. (E) significativo. Gabarito: C Comentário: O adjetivo "isolado" realmente é o único que não transmite uma ideia de importância dos dados para os resultados da empresa. Todos os outros adjetivos transmitem essa ideia. Questão 15: BB - 2011 - Escriturário Nesse processo, o objetivo é, ao mesmo tempo, dinamizar as potencialidades locais e desbloquear aqueles entraves que impedem esse potencial de se realizar. Os dois segmentos grifados acima podem ser substituídos, mantendo-se o mesmo sentido, na ordem, por: (A) reduzir - equacionar os problemas (B) incentivar - afastar os obstáculos (C) desconsiderar - libertar os fatores (D) diversificar - identificar os empecilhos (E) valorizar - perceber as dificuldades Gabarito: B Comentário: O verbo "dinamizar" traduz uma ideia qualitativa de amplitude, algo que os verbos "reduzir" e "desconsiderar" não transmitem. Por isso, eliminamos as alternativas (A) e (C). Eliminamos as alternativas (D) e (E), pois "desbloquear" não é o mesmo que apenas "identificar" e "perceber", é algo além. É necessário "afastar os obstáculos". Por isso, a alternativa correta é a (B). Questão 16: BB - 2011 - Escriturário Descendo o rio Negro, no Amazonas, o contraste da frondosa copa de uma árvore, muito acima das outras, atiça a ir ao seu encontro. Na fala dos autores, o trecho grifado significa: (A) mostra nossa direção na floresta. (B) impede que nos aproximemos dela. (C) tenta nos afastar dali. (D) nos inspira certo medo. (E) desperta nossa curiosidade. Gabarito: E Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 24 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Comentário: O verbo "atiçar" tem o sentido de "despertar". A expressão "a ir ao seu encontro" transmite a ideia de que ir ao local saciaria nossa curiosidade, por isso é correta a interpretação de "desperta nossa curiosidade". Questão 17: TRT 9 a R - 2010 - Analista O Deus que interferia no mundo transformou-se no Deus criador: após criar o mundo, deixou-o à mercê de suas leis. A frase acima permanecerá correta e manterá o sentido caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) imiscuía ao - tornou-o à deriva em (B) intercalava ao - pô-lo ao acaso de (C) intervinha no - abandonou-o às (D) entronizava no - confiou-o às (E) imputava ao - manteve-o entregue às Gabarito: C Comentário: O verbo "imiscuir" já foi visto nas aulas de verbo e de vez em quando vem caindo nas questões de ortografia e semântica. Esse verbo significa "intrometer-se". Semanticamente, esse verbo está adequado; porém, sintaticamente não, pois esse verbo exige a preposição " e m " e é pronominal. (imiscuía-se no). Assim, a alternativa (A) foi excluída. Nas alternativas (B), (D) e (E), perceba que "intercalava", "entronizava" e "imputava" não produzem o mesmo sentido de "interferia". A alternativa (C) é a correta, pois "interferia(em)" tem o mesmo sentido e regência do verbo "intervinha(em)". A expressão "deixou-o à mercê" dá ideia de abandono, como ocorre com a expressão "abandonou-o às". Note que o pronome " o " retoma "mundo", por isso a alternativa está correta. Questão 18: TRE TO - 2011 - Analista ... por que nos darmos o trabalho de lê-lo? A expressão que contém o mesmo sentido do segmento grifado acima é: (A) entediarmos ao. (B) esforçarmos para. (C) preservarmos de. (D) pouparmos de. (E) resguardarmos em. Gabarito: B Comentário: A expressão dar-se o trabalho de transmite a ideia de que algo necessita de muito esforço. Por isso, a expressão "darmos o trabalho de lê-lo" é o mesmo que "esforçamos para lê-lo". A alternativa (B) é a correta. Questão 19: TRT 1 a R - 2011 - Analista Fragmento do texto: Compartilhar o espaço com estranhos é uma condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. A presença ubíqua de estranhos é fonte de ansiedade, assim como de uma agressividade que volta e meia pode emergir. Faz-se necessário experimentar, tentar, testar e (espera-se) encontrar um modo de tornar a coabitação Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 25 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR palatável. Essa necessidade é "dada", não-negociável. Mas o modo como os habitantes de cada cidade se conduzem para satisfazê-la é questão de escolha. E esta é feita diariamente. ... condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. Mantendo-se a correção e a lógica, o verbo grifado acima pode ser substituído, sem qualquer outra alteração na frase em que se encontra, APENAS por (A) escapar. (B) afastar. (C) evadir. (D) evitar. (E) prevenir. Gabarito: A Comentário: Note que as alternativas (D) e (E) não possuem verbos com mesmo sentido de "fugir". Por isso as eliminamos. Os verbos "escapar", "afastar" e "evadir" são sinônimos de "fugir". Mas perceba o contexto: Compartilhar o espaço com estranhos é uma condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. Deixando mais claro seria: Os habitantes das cidades consideram difícil fugir dessa condição. O verbo fugir é transitivo indireto e exige preposição "de". O verbo sinônimo e de mesma regência é "escapar". Veja: Os habitantes das cidades consideram difícil escapar dessa condição. Note que os verbos "afastar" e "evadir" são pronominais e deveriam receber o pronome "se". Veja: Os habitantes das cidades consideram difícil afastar-se dessa condição. Os habitantes das cidades consideram difícil evadir-se dessa condição. Assim, o problema é a regência nas alternativas (B) e (C); fazendo com que a alternativa correta seja a (A). Questão 20: T R T 2 3 a R - 2004 - Analista Fragmento do texto: É importante, pois, para todo cidadão, ter consciência de que, em uma sociedade, a coexistência entre os diferentes é necessária, não obstante essa diferença não dever gerar desigualdade de oportunidade. Assim, brancos e negros relacionam-se necessariamente uns com os outros, podem conviver com suas diferenças concretas, e os direitos devem ser proporcionalmente iguais. Hoje, essa afirmação é utópica, pois a sociedade ainda não conseguiu distinguir as diferenças e articulá-las, sem conceder privilégios a uns e restrições a outros. A diferença precisa ser concebida assim: algo produtivo, complementar. Essa é uma visão relativizadora, contrária ao etnocentrismo, que supervaloriza um em detrimento de outro. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 26 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Na relação entre o vocabulário e os efeitos de sentido do texto, os termos utópica, restrição, detrimento serão substituídos, correta e respectivamente, por (A) aparente - paliativo - aperfeiçoamento. (B) virtual - omissão - revés. (C) discutível - bloqueio - malogro. (D) ilusória - limitação - prejuízo (E) viável - exceção - enfraquecimento. Gabarito: D Comentário: De antemão, algo que é utópico é imaginário, fantasioso, ilusório. No texto, a afirmação é utópica, isto é, não é real, não é verdadeira. Note que, exceto a alternativa (D), as demais estão bem fora do contexto. Por isso, esta é a alternativa correta. Para confirmar, percebemos que "restrição" realmente significa "limitação". Veja o contexto: "... sem conceder privilégios a uns e restrições (limitações)a outros." O vocábulo "detrimento" realmente traduz a ideia de "prejuízo". Veja: Essa é uma visão relativizadora, contrária ao etnocentrismo, um em detrimento(prejuízo) de outro. que supervaloriza Assim, a reconstrução seria: Hoje, essa afirmação é ilusória, pois a sociedade ainda não conseguiu distinguir as diferenças e articulá-las, sem conceder privilégios a uns e limitações a outros. A diferença precisa ser concebida assim: algo produtivo, complementar. Essa é uma visão relativizadora, contrária ao etnocentrismo, que supervaloriza um em prejuízo de outro. Questão 21: TRF 1aR - 2006 - Analista Fragmento do texto: Um editorial da respeitada revista britânica The Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma polêmica com pesquisadores latino-americanos. O texto da revista sugeriu que o país pode mergulhar num caos após a morte do ditador Fidel Castro, que sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do Leste Europeu após a queda de seus regimes comunistas. E conclamou os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária para os cubanos. De quebra, a publicação insinua que há dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano fazer frente a esse quadro. Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo do texto, ao editorial da revista britânica The Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar. Considerando-se o contexto, não haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido empregados, respectivamente, (A) (B) (C) (D) (E) ensejar - aventar - convocar - sugerir instigar - propor - reiterar - infiltrar dirimir - conceder - atribuir - insuflar solapar - retificar - conceder - induzir conduzir - insinuar - proclamar - confessar Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 27 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Gabarito: A Comentário: Veja o significado do primeiro verbo de cada alternativa: ensejar: dar ensejo, incitar, provocar; instigar: incitar , estimular; dirimir: suprimir, resolver; solapar: demolir, destruir; conduzir: guiar, levar. Veja que apenas as alternativas (A) e (B) possuem o sentido de acordo com o contexto. Notamos que o verbo "aventar" e "propor" são sinônimos de "sugerir". Veja que "conclamar" é sinônimo de "convocar". O verbo "reiterar" só seria possível, neste contexto, se já houvesse sido feita a convocação anteriormente e então pela segunda vez seria a reiteração, a confirmação. Por isso, a alternativa (B) é excluída e a correta é a (A). Veja que "insinuar" é sinônimo de "sugerir", o que a confirma como correta. Questão 22: CEAL - 2005 - Superior Em geral, nas democracias, os eleitores consideram os políticos profissionais uma espécie daninha que prolifera no interstício entre os cidadãos e o exercício do poder que deveria ser deles. Traduz-se corretamente o sentido da expressão sublinhada na frase acima em: (A) uma sorte de gente maligna que se perpetua no meio. (B) um tipo de seres nocivos que se propagam no pequeno espaço. (C) um tipo de seres contumazes que ocupam o espaço que medeia. (D) um gênero de pessoas nefastas que reduzem o intervalo. (E) um gênero de pessoas arredias que se multiplicam no vácuo. Gabarito: B Comentário: Note que daninho é adjetivo que significa aquilo que causa dano, prejuízo, algo nocivo. Interstício é substantivo que significa pequeno intervalo entre as partes. Na alternativa (A), perceba que nem sempre uma pessoa que causa prejuízo é maligna, pois esta última tem a intenção de causar o dano. Assim, o termo "maligna" é muito categórico para este contexto. Além disso, "proliferar" significa aumentar, alastrar-se, multiplicar, não é o mesmo sentido de perpetuar. A alternativa (B) é a correta, pois espécie daninha tem o sentido de seres nocivos, proliferar tem o sentido de propagar, e interstício significa espaço entre. Na alternativa (C), contumaz significa grande teimosia, muita persistência. Isso não está de acordo com o contexto. Na sequência, o ideal seria retirar "que medeia", deixando apenas "o espaço", tendo em vista conservar a regência. Na alternativa (D), "pessoas nefastas" significa aquelas que causam desgraça. É outro termo muito categórico para o contexto. O verbo "reduzem" é o oposto de "prolifera". Na alternativa (E), pessoas arredias são aquelas que se afastam das outras, do convívio social. Isso não cabe no contexto. O verbo "proliferar" tem seu sentido próximo a "multiplicar", mas "interstício" não significa "vácuo". Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 28 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 23: DPE - SP - 2010 Superior Fragmento do texto: Não se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar um termo técnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o vocabulário especializado; tratase, sim, de evitar o exagero das linguagens opacas, cifradas, que pedem "tradução" para a própria língua a que presumivelmente pertencem. O exemplo de Graciliano diz tudo: quando o propósito da comunicação é honesto, quando se quer clareza e objetividade no que se escreve, as palavras devem expor à luz, e não mascarar, a mensagem produzida. No caso desse honrado prefeito alagoano, a ética rigorosa do escritor e a ética irrepreensível do administrador eram a mesma ética, assentada sobre os princípios da honestidade e do respeito para com o outro. Na construção Não se trata de ir contra (...), de não reconhecer (...), abolir, os elementos sublinhados têm, na ordem dada, o sentido de de (A) contrariar - desconhecer - procrastinar (B) ir ao encontro - ignorar - suspender (C) contradizer - desmerecer - extinguir (D) contraditar - discordar - reprimir (E) ir de encontro - rejeitar - suprimir Gabarito: E Comentário: Não se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar um termo técnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o vocabulário especializado; trata-se, sim, de evitar o exagero das linguagens opacas, cifradas, que pedem "tradução" para a própria língua a que presumivelmente pertencem. Perceba que "ir contra a" termina com preposição "a", e o substantivo "necessidade", no texto, não possui artigo "a"; por isso não há crase. Essa expressão tem o sentido equivalente às expressões "contradizer", "contraditar" (nestes casos, o "a" viraria artigo do substantivo "necessidade") e "ir de encontro" (neste caso, o "a" continua sendo preposição "a", e o substantivo "necessidade" não possui artigo "a", como no texto original). Assim, eliminamos a alternativa (B), pois "ao encontro de" não transmite valor de oposição, mas de aproximação de ideias. Na expressão "não reconhecer a vantagem", podemos entender que "não reconhecer" não quer dizer "desconhecer", mas não dar crédito a algo. Por isso, também eliminamos a alternativa (A). Perceba que o verbo "desmerecer" transmite a ideia de rebaixar, menosprezar; por isso, não cabe no contexto, e podemos eliminar a alternativa (C). Veja que o verbo "discordar", além de não transmitir o mesmo sentido de "não reconhecer", possui regência diferente (exige a preposição "de"). Por isso, eliminamos a alternativa (D). Assim, a alternativa correta é a (E). Veja que o vocábulo "abolir" realmente tem o sentido de "suprimir". Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 29 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 24: Infraero - 2010 Superior Fragmento do texto: Mais do que um marinheiro de primeira viagem, o passageiro de primeiro voo leva consigo os instintos e os medos primitivos de uma espécie criada para andar sobre a terra. As águas podem ser vistas como extensão horizontal de caminhos, que se exploram pouco a pouco: aprende-se a nadar e a navegar a partir da segurança de uma borda, arrostando-se gradualmente os perigos. Mas um voo é coisa mais séria: há o desafio radical da subida, do completo desligamento da superfície do planeta, e há o momento crucial do retorno, da reconciliação com o solo. Se a rotina das viagens aéreas banalizou essas operações, nem por isso o passageiro de primeira viagem deixa de experimentar as emoções de um heroico pioneiro. Na frase a rotina das viagens aéreas banalizou essas operações, o sentido do verbo banalizar é equivalente ao sentido que assume o verbo sublinhado em: (A) O progresso trivializou experiências que eram vistas como temerárias. (B) A nova diretoria restringiu algumas das iniciativas programadas. (C) A agência de turismo fez de tudo para popularizar seus planos de viagem. (D) O comandante vulgarizou-se ao se dirigir daquele modo à tripulação. (E) A companhia apequenou seus novos projetos diante da crise. Gabarito: A Comentário: O verbo "banalizar" tem o sentido de tornar banal, vulgar, trivial, simplificar. Assim, somente a alternativa (A) é a correta, pois o verbo "trivializou" pode ser substituído por "simplificou", "banalizou". Note que a alternativa (D) poderia nos confundir, porém o verbo "vulgarizar-se" não produz o sentido de "simplificar", mas de tornar chulo, baixo, grosseiro. Questão 25: TRE AC - 2003 Técnico Fragmento do texto: O tempo transformou o Brasil num dos campeões da mobiliiade social. Três de cada quatro brasileiros são miseráveis, pobres ou emergentes, uma denominação técnica para definir o grupamento imediatamente abaixo da classe média. (Nada a ver, portanto, com os chamados "emergentes" das colunas sociais.) E apenas um pertence à classe média ou à classe alta. A pirâmide social brasileira é larga demais embaixo e mais fina do que deveria em cima. Como esse panorama se arrasta há muito tempo, o Brasil autoriza leituras pessimistas a respeito do futuro das camadas mais modestas da sociedade e mesmo da possibilidade de ascensão da classe média. Há neste parágrafo o emprego, por duas vezes, da palavra emergentes. Considerando-se o contexto, é correto afirmar que aí emergentes são aqueles que, quanto às classes sociais, (A) saem de uma situação superior. (B) se mantêm numa condição inferior. (C) estão indo para uma situação superior. (D) são sempre apontados em eventos festivos. (E) representam a classe média ou a alta. Gabarito: C Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 30 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Comentário: Perceba que "emergentes" possui o aposto explicativo "uma denominação técnica para definir o grupamento imediatamente abaixo da classe média". Além disso, perceba o vocábulo "ascensão", o qual transmite a ideia de ir para uma situação superior. Por isso, a alternativa (C) é a correta. Questão 26: TRE TO - 2011 Analista Fragmento do texto: Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por: (A) pessoalmente. (B) de modo incisivo. (C) apontando. (D) entre outras coisas. (E) cuidadosamente. Gabarito: E Comentário: A expressão "a dedo" significa de maneira cuidadosa. Por isso, a alternativa (E) é a correta. Questão 27: TRT 4 a R 2006 - Analista Parecia desinteressado da opinião alheia, naquele evento organizado por uma grande empresa, a que comparecera apenas por força de contrato profissional. A frase acima permanecerá formalmente correta elementos sublinhados, respectivamente, por caso se substituam os (A) infenso pela opinião alheia / onde fora (B) infenso à opinião alheia / em que se fizera presente (C) imparcial pela opinião alheia / aonde estivera (D) neutralizado sobre a opinião alheia / na qual estivera (E) imparcial com a opinião alheia / aonde se apresentara Gabarito: B Comentário: Perceba que o pedido da questão não especificou o sentido das palavras, mas a conservação da formalidade. Assim, basta que não haja problemas gramaticais e incoerência, mesmo que o sentido mude um pouco. O adjetivo "infenso" significa "inimigo, contrário, adverso". Neste contexto, esse adjetivo rege a preposição "a". Por isso, a alternativa (A) está errada. Como a alternativa (B) possui a preposição "a", mantém-se a correção gramatical. Não eliminamos esta e partimos para a alternativa seguinte. O adjetivo "imparcial" também cabe no contexto, Esse nome exige a preposição "a", admitindo-se a preposição "com", mas não a preposição "pela". Por isso, eliminamos a alternativa (C) e mantemos a (E). O adjetivo "neutralizado" não admite a preposição "sobre". Como é uma forma do particípio, naturalmente cabe a preposição "por" (neutralizado por). Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 31 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Mas, se quiséssemos manter a ideia original, o ideal seria mudarmos para o adjetivo "neutro" com a preposição "a": "neutro à opinião". Com isso, também eliminamos a alternativa (D). Como sobraram as alernativas (B) e (E), e o pronome relativo "que" está antecedido da preposição "em", na oração "em que se fizera presente", veja que a expressão "em que" é o adjunto adverbial de lugar. A preposição "em" está corretamente empregada por dizer respeito a um lugar estático, parado (fazer-se presente (estar) em algum lugar). Quanto à alternativa (E), o erro está no uso da preposição antes desse pronome relativo, pois alguém se apresenta a outro alguém, ou se apresenta em algum lugar. Note que na alternativa o pronome relativo "aonde" transmite valor de lugar, o qual não pode receber preposição "a", mas "em". (apresentar-se em algum lugar). Por isso, a alternativa correta é a (B). Questão 28: TRT 8aR 2010 - Analista Rita No meio da noite despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus cinco anos. Seus cabelos castanhos - a ff azul - o nariz reto, correto, os olhos de água, o riso fino, engraçado, brusco... Depois um instante de seriedade; minha filha Rita encarando a vida sem medo, mas séria, com dignidade. Rita ouvindo música; vendo campos, mares, montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das coisas, mas pegando dele seu jeito de amar - sério, quieto, devagar. Eu lhe traria cajus amareios e vermelhos, seus olhos brilhariam de prazer. Eu lhe ensinaria a palavra cica, e também a amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; e o córrego; e a nuvem tangida pela viração. Minha filha Rita em meu sonho me sorria - com pena deste seu pai, que nunca a teve. (Rubem Braga. 200 Crônicas escolhidas. 13. ed. Rio de Janeiro. Record, 1998, p.200) ... na graça de seus cinco anos. (primeiro parágrafo) ... e a nuvem tangida pela viração. (penúltimo parágrafo) As palavras grifadas nas frases transcritas acima têm, respectivamente, o sentido de (A) dádiva e calmaria. (B) encanto e brisa marinha. (C) gratuidade e vento forte. (D) alegria e mudança do clima. (E) inocência graciosa e tempestade. Gabarito: B Comentário: Veja que "graça", neste contexto, não se encontra no sentido de gratuito, mas de encantamento, alegria etc. Veja que com isso eliminamos as alternativas (A) e (C). Veja que na alternativa (A), o vocábulo "dádiva" possui os significados de "presente", "oferta", "dom". O substantivo "viração" significa vento brando, brisa m a r í m a . Assim, só cabe a alternativa (B) como correta. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 32 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Como falei no início da aula, percebi no fórum que alguns alunos estão com dificuldades na articulação de frases. Por isso, seguem algumas questões para tirarmos as dúvidas. Questão 29: TRT 4 a R 2011 - Técnico O trabalho dele não é dos mais gratificantes, pois, além de garantir um salário razoável, não permite as horas de lazer que necessita, para si e com os familiares. O período acima está mal estruturado. Considere as novas formas de redigi-lo, apresentadas abaixo. I. O trabalho dele não é dos mais gratificantes, pois, apesar de garantir a ele um salário razoável, não lhe permite as horas de lazer de que necessita para si e para o convívio com seus familiares. II. O trabalho dele não é dos mais gratificantes, visto que lhe garante um salário razoável, não permitindo, mesmo assim, que usufrua das horas de lazer necessário a si próprio e junto aos familiares. III. O trabalho dele não é dos mais gratificantes: garante-lhe um salário razoável, sim, contudo não permite que desfrute das horas de lazer necessárias a si e à convivência com seus familiares. É correto afirmar que (A) I, II e III são formulações claras e corretas. (B) I e II, somente, são formulações claras e corretas. (C) I e III, somente, são formulações claras e corretas. (D) I, somente, é formulação clara e correta. (E) II e III, somente, são formulações corretas. Gabarito: C Comentário: Veja a frase original e seus problemas: O trabalho dele não é dos mais gratificantes, pois, além de garantir um salário razoável, não permite as horas de lazer que necessita, para si e com os familiares. A expressão "além de" dá ideia de que "garantir um salário razoável" (algo positivo) se acumula a uma primeira informação também positiva. Mas isso não ocorreu, pois a primeira informação é negativa: o trabalho não é dos mais gratificantes. Na realidade, o ideal seria uma ideia concessiva, com o conectivo "apesar de". Além disso, note que o verbo "necessita" é transitivo indireto e exige a preposição "de". O ideal seria "de que necessita". A expressão "para si" está paralela a "os familiares", por isso, o ideal seria a mesma preposição "para": para si e para os familiares. Esse termo é o objeto indireto do verbo transitivo direto e indireto "permite" (permite as horas (...) para si e para os familiares). De acordo com a explicação dos erros encontrados na frase original, perceba que as frases I e III estão corretas. Logicamente, alguns ajustes foram feitos para maior clareza. Veja que nas frases I e III conservou-se a ideia de contraste por meio dos conectivos "apesar de" e "contudo". Note também que há uma explicação, Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 33 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR expressa pela conjunção "pois" na frase I e pelo sinal de dois-pontos na frase III. Mas a frase II não está plenamente adequada. Perceba abaixo: O trabalho dele não é dos mais gratificantes, visto que lhe garante um salário razoável, não permitindo, mesmo assim, que usufrua das horas de lazer necessário a si próprio e junto aos familiares. A locução conjuntiva "mesmo assim" está inadequada, porque não admite verbo no gerúndio. O ideal seria a troca desta locução por "no entanto", "porém", contudo", com o verbo no presente do indicativo: "não permite, porém, que usufrua...". Note que não se pode dizer que há erro na concordância "usufrua das horas de lazer necessário", pois, apesar de pouca clareza, a concordância com "lazer" também é válida. A falta de paralelismo em "a si próprio e junto aos familiares" não pode ser encarada como erro gramatical, mas a construção tem mais clareza com a repetição da preposição: "necessário a si próprio e aos familiares". Questão 30: TRT 6aR 2006 - Analista Penso também nas nadadoras. Elas me assustam. Aqueles ombros enormes. As três frases acima estão rearticuladas de forma correta e coerente no seguinte período: (A) Me assustam também, quando penso nas nadadoras, cujos os ombros são enormes. (B) Por serem de ombros enormes, penso também naquelas nadadoras, quando me assusto. (C) Assusto-me com aquelas nadadoras, onde os ombros são enormes, quando também penso nelas. (D) Assustam-me as nadadoras, quando passo a pensar nelas, com seus ombros enormes. (E) Me assustam ainda os ombros enormes daquelas nadadoras, ao pensar neles. Gabarito: D Comentário: Na alternativa (A), o erro é iniciar a frase com pronome oblíquo átono: "Me assustam". Outro problema grave é o artigo "os" após o pronome relativo "cujos". Além disso, não há sujeito para o verbo "assustam". Na alternativa (B), é dito que alguém pensa naquelas nadadoras quando se assusta. Isso não foi afirmado nas três frases. Na alternativa (C), o pronome relativo "onde" não está retomando lugar. O ideal seria trocar por "cujos". A alternativa (D) é a correta, pois não há erro na construção frasal. Veea que a relação temporal "quando passo a pensar nelas" está adequada à oração "Assustam-me as nadadoras". Na alternativa (E), novamente o pronome átono "Me" está iniciando frase, o que é errado. O pronome "neles" está se referindo a "ombros". Não é o que previa o original, mas não se pode dizer que está errado, pois, por associação, o resultado é o mesmo. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 34 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 31: TRT 6 a R 2006 - Técnico A ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos. Alguns fenômenos assustavam o homem no passado. Crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida. Os mistérios da vida permanecem ainda sem o necessário entendimento. As frases acima articulam-se em um único período, com lógica, clareza e correção, da seguinte maneira: (A) Como a ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos, de que assustavam o homem no passado é que as crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, permanecendo ainda sem o necessário entendimento. (B) Alguns fenômenos assustavam o homem no passado, que a ciência, hoje, consegue explicar uma série deles, embora com as crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, que ainda permanecem sem entendimento. (C) A ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos como as crenças milenares as quais tentam desvendar os mistérios da vida e alguns fenômenos que assustavam o homem no passado, ainda sem entendimento. (D) A série de alguns fenômenos assustavam o homem no passado de cujas crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, que ainda permanece sem o necessário entendimento, apesar que a ciência, hoje, consegue explicar. (E) Crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida que permanecem ainda sem o necessário entendimento, embora a ciência, hoje, consiga explicar uma série de fenômenos que assustavam o homem no passado. Gabarito: E Comentário: É difícil explicar no papel cada desvio. Assim, vamos apontar os erros gramaticais, sem ainda vermos a parte semântica, a ligação entre as orações. Se acharmos mais de uma correta gramaticalmente, aí sim focaremos na semântica. Tudo isso para não perdermos tempo. Na (A), veja que a conjunção "Como" iniciaria uma oração subordinada adverbial causal, mas a oração principal aparece com a expressão "é que", a qual atrapalha a coesão. Além disso, deveria haver uma vírgula após passado para marcar a antecipação da oração adverbial. Veja ainda que o pronome relativo "que" está na função de sujeito, por isso não pode ser antecedido pela preposição "de". Como a ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos, de que assustavam o homem no passado é que as crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, permanecendo ainda sem o necessário entendimento. Na (B), o pronome relativo "que" está muito longe de seu antecedente "fenômenos". Esse pronome relativo é o objeto direto da locução verbal "consegue explicar", porém esse verbo já tem outro objeto direto que é a expressão "uma série deles". Tudo isso causa falta de coerência. Além disso, a conjunção "embora" força o verbo para o subjuntivo. Assim, o ideal seria: "embora (...) tentem desvendar..." Alguns fenômenos assustavam o homem no passado, que a ciência, hoje, Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 35 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR consegue explicar uma série deles, embora com as crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, que ainda permanecem sem entendimento. A alternativa (C) não possui erro gramatical. alternativa e pulamos para a próxima. Então, não eliminamos a Na (D), o pronome relativo "cujas" está antecipado da preposição "de" equivocadamente, pois cumpre papel de sujeito. Além disso, esse pronome não retoma nenhum termo da oração anterior. Ainda há o problema de o verbo "permanece" estar no singular, sendo que seu sujeito "que" retoma o substantivo plural "mistérios". A locução conjuntiva adverbial concessiva exige a preposição "de": Apesar de que. Por isso, há vício gramatical e a alternativa deve ser excluída. A série de alguns fenômenos assustavam o homem no passado de cujas crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, que ainda permanece sem o necessário entendimento, apesar que a ciência, hoje, consegue explicar. A alternativa (E) não possui erro gramatical. Então, voltamos à alternativa (C) e depois na (E), para observarmos a integridade das informações de cada período. Na (C), o conectivo "como" transmite valor de exemplificação, isto é, dá a entender que "crenças milenares" é um dos fenômenos. De acordo com o contexto, isso está errado. Além disso, a expressão "ainda sem entendimento" causa ambiguidade, pois pode se referir a "passado", a "alguns fenômenos" ou a "homem". Por isso, eliminamos esta alternativa, sobrando a alternativa (E) como correta. A ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos como as crenças milenares as quais tentam desvendar os mistérios da vida e alguns fenômenos que assustavam o homem no passado, ainda sem entendimento. Acompanhe as informações de cada período, elas são preservadas com coesão e coerência. Veja: Crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida 1 que permanecem ainda sem o necessário entendimento 2 , embora a ciência, hoje, consiga explicar uma série de fenômenos 3 que assustavam o homem no passado 4 . A ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos3. Alguns fenômenos assustavam o homem no passado4. Crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida1. Os mistérios da vida permanecem ainda sem o entendimento2. necessário Questão 32: TRT 8aR 2010 - Analista Os filhos dos japoneses em poucos anos tinham feito o trabalho de um século. Entravam na água e cortavam a juta, eram corajosos e disciplinados. O período acima está reescrito com correção, mantendo o sentido original, em: Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 36 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (A) Corajosos e disciplinados, os filhos dos japoneses entravam na água e cortavam a juta, e em poucos anos tinham feito o trabalho de um século. (B) Os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados, em poucos anos tinham feito o trabalho de um século, entravam na água e cortavam a juta. (C) Entravam na água e cortavam a juta, os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados e em poucos anos tinham feito o trabalho de um século. (D) Os filhos dos japoneses, entravam na água, cortavam a juta, eram corajosos, disciplinados e tem feito o trabalho de um século em poucos anos. (E) Os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados entravam na água e cortavam a juta, tinha sido feito o trabalho de um século em poucos anos. Gabarito: A Comentário: Os filhos dos japoneses em poucos anos tinham feito o trabalho de um século1. Entravam na água e cortavam a juta2, eram corajosos e disciplinados3. Na alternativa (A), perceba a numeração que confirma que a semântica foi preservada. Poderíamos ficar na dúvida com a vírgula antes da conjunção "e". Porém, note que essa conjunção já está presente anteriormente. Além disso, essa conjunção agrega valor conclusivo, não só de adição. Por tudo isso, pode haver vírgula antes do segundo "e". Corajosos e disciplinados 3 , os filhos dos japoneses entravam na água e cortavam a juta 2 , e em poucos anos tinham feito o trabalho de um século 1 . Na alternativa (B), a expressão "corajosos e disciplinados" não está separada por vírgulas, passando a transmitir valor de restrição (somente os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados). Isso prejudica a coerência com o texto. Além disso, perceba que o adjunto adverbial "em poucos anos" está intercalado. Por ser de pequena extensão, esse termo pode ficar entre vírgulas ou sem nenhuma vírgula. Mas nunca apenas com uma. Os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados3, em poucos anos tinham feito o trabalho de um séculoi, entravam na água e cortavam a juta2. Na alternativa (C), há vírgula entre sujeito e predicado, por isso a vírgula após "juta" deve ser retirada. Além disso, o termo "corajosos e disciplinados" deve ficar entre vírgulas, por ser aposto explicativo. Entravam na água e cortavam a juta, os filhos dos japoneses2 corajosos e disciplinados3 e em poucos anos tinham feito o trabalho de um séculoi. Na alternativa (D), há vírgula entre sujeito e predicado. Assim, a vírgula após "japoneses" deve ser retirada. A estrutura "e tem feito" está gramaticalmente errada, pois está em tempo verbal diferente do original (tinha feito). Além disso, deveria se flexionar no plural, pois se refere ao termo "filhos dos japoneses". Os filhos dos japoneses, entravam na água, cortavam a juta2, eram corajosos, disciplinados3 e tem feito o trabalho de um século em poucos a n o s i . Na alternativa (E), além do termo "corajosos e disciplinados" deve estar entre vírgulas, a locução verbal da voz passiva "tinha sido feito" causa Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 37 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR incoerência. Os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados3 entravam na água e cortavam a juta 2 , tinha sido feito o trabalho de um século em poucos anosi. Questão 33: TRT 8aR 2010 - Analista Fala-se comumente em influências na obra deste ou daquele autor. com o tempo, perdeu contorno pejorativo. O termo, A opinião exposta acima está corretamente reproduzida, com outras palavras, em: (A) Um ou outro autor recebem influências, que pode ser apontado por seu viés negativista, como a perda do sentido da própria criação. (B) Mudanças positivas na maneira de se avaliar obras literárias, a partir das influências recebidas nessas mesmas obras, sempre foi bem recebido por um ou outro autor. (C) A maneira pejorativa de comparar obras literárias com influência deste ou daquele autor coexistiu nas críticas elaboradas ao longo do tempo. (D) Influências que, com frequência, são apontadas em obras de diferentes autores passaram a ser vistas, ao longo do tempo, sem conotação negativa. (E) Quando se fala em influências na obra escrita por certo autor, é comum haver conotação pejorativa na avaliação da mesma. Gabarito: D Comentário: Na alternativa (A), perceba que a informação não é a mesma. Além disso, o pronome relativo "que" está na função de sujeito e retoma "influências", por isso, a locução verbal deve passar a plural e feminino: "podem ser apontadas". Na (B), o verbo "avaliar" é transitivo direto, o pronome "se" é apassivador, por isso o sujeito paciente é "obras literárias", que deve forçar o verbo para o plural: "...se avaliarem as obras literárias". Além disso, o sujeito da locução verbal passiva "foi recebido" é "Mudanças positivas"; por isso essa locução deve se flexionar no plural: "foram recebidas". A alternativa (C) não possui erro gramatical, mas note que não preserva o mesmo sentido da frase original. A alternativa (D) é a correta, pois não há vício de linguagem e a informação foi preservada. Compare: Fala-se comumente2 em influências na obra deste termo, com o tempo, perdeu contorno pejorativo3. ou daquele autori. O Influências que, com frequência2, são apontadas em obras de diferentes autoresi passaram a ser vistas, ao longo do tempo, sem conotação negativa3. Na (E), não há vício gramatical, mas a informação original mudou. Questão 34: TRT 6aR 2006 - Analista São os subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar a construída pelos outros. imagem nossa Uma outra forma clara e correta de se redigir o que expressa a frase acima é: Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 38 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (A) É a imagem que os outros constróem para nós com subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar. (B) Haja vista dos ilusórios subterfúgios, levam-nos os outros a admirar como foi que se construiu a nossa imagem. (C) Levam-nos a admirar nossa própria imagem, do modo como se construiu os subterfúgios ilusórios dos outros. (D) Deve-se aos subterfúgios ilusórios que sejamos levados à admiração da imagem nossa que os outros construíram. (E) Tendo os outros construído nossa imagem, são com subterfúgios ilusórios que fazem com que lhe sejamos levados a admirar. Gabarito: D Comentário: Na alternativa (A), não há acento no verbo "constroem". Perceba que a construção com a preposição "para" muda o sentido (para nós), é a nossa imagem construída pelos outros. Por isso, esta alternativa está errada. Na (B), a expressão "Haja vista" não admite preposição "de". Como tem valor de causa, não cabe o verbo "levam"; pois, com este verbo, a causa é o sujeito (os ilusórios subterfúgios nos levam a...). Assim, esta alternativa também está errada. Na (C), a construção sintática está rompida, pois não se tem o sujeito do verbo "Levam". O verbo "construiu" é transitivo direto e o pronome apassivador "se" faz com que o sujeito paciente seja "os subterfúgios"; por isso esse verbo deve se flexionar no plural: "se construíram os subterfúgios ilusórios". Outro problema: não são os subterfúgios construídos, mas a nossa imagem. A alternativa (D) está corretíssima. Perceba que o verbo "Deve" é transitivo direto e indireto. O pronome "se" é apassivador. O verbo "Deve" corretamente não se flexionou no plural, porque a oração "que sejamos levados à admiração da imagem nossa" é o sujeito oracional paciente. Note que "aos subterfúgios" é o objeto indireto. Na (E), a preposição "com" está erradamente empregada antes do sujeito "subterfúgios ilusórios". Além disso, o pronome "lhe" está mal empregado. O verbo "admirar" necessita de um complemento, que não aparece nesta construção. Por isso, esta alternativa está errada. Questão 35: TRT 4 a R 2011 - Analista A redação correta é: (A) A regente insistiu junto à auxiliar que caberia à ela falar com a imprensa e nós, não aquiecendo, impusemos que a mídia tem de lidar com nós mesmos, os funcionários. (B) Diz-se que o tio é mais bom do que preparado, mas o convívio com a adolescente tem sido dulcíssimo, em que lhe pesem os excessivos maus humores da jovem. (C) Pai extremoso, ele soe ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se o exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro. (D) Em se cuidando dessa doença no início, não existe dúvidas de que haverá cura - é o que os Estados Unidos, recentemente, provou ao mundo. (E) Desejando intensamente alçar-se diretor e ele passou a agir com zelo e Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 39 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR discrição, não exitando em exceder suas funções e o horário do fim do expediente. Gabarito: B Comentário: Na alternativa (A), não há crase antes do pronome "ela". O pronome "nós" não está paralelo ao outro núcleo; por isso a construção correta seria: "conosco e com a imprensa". O verbo corretamente grafado seria "aquiescendo". Nesta construção, o ideal seria a oração reduzida de gerúndio "não aquiescendo" iniciar novo período. Como toda a estrutura possui verbo no passado, a correlação ficaria correta com o verbo "tem" no pretérito imperfeito do indicativo. Corrigindo, ficaria: A regente insistiu junto à auxiliar que caberia a ela falar conosco e com a imprensa. Não aquiescendo, impusemos que a mídia tinha de lidar com nós mesmos, os funcionários. Na (B), a construção "mais bom do que preparado" está correta gramaticalmente, pois há comparação de dois adjetivos com um só elemento (um ser). Assim, construções como "ele é mais bom do que bonito", "ele é mais grande do que seguro", "ele é mais pequeno do que silencioso" estão corretas; pois há comparação de dois adjetivos com apenas um ser (ele). O errado é a combinação "mais grande", "mais pequeno", "mais bom", "mais mau" em comparação de dois elementos (dois seres) e um adjetivo. Veja: Ele Ele Ele Ele é é é é mais mais mais mais grande do que ela (errado) pequeno do que ela (errado) bom do que ela (errado) mau do que ela (errado) Ele Ele Ele Ele é é é é maior do que ela (certo) menor do que ela (certo) melhor do que ela (certo) pior do que ela (certo) Note o emprego correto do adjetivo "dulcíssimo" (derivado da palavra "doce"). Veja também que "em que" está corretamente empregado, pois retoma "convívio", isto é, nesse convívio os excessivos maus humores pesam ao tio. Por tudo isso, esta alternativa é a correta. Na (C), o verbo correto seria "sonha". Além disso, deve-se empregar o pronome "lhe" com valor de posse: "lhe exacerbam os ânimos", isto é, "exacerbam seus ânimos". Corrigindo, teríamos: Pai extremoso, ele sonha ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se lhe exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro. Na (D), o verbo "existe" deve se flexionar no plural, porque seu sujeito é "dúvidas". O verbo "provou" deve também se flexionar no plural, porque o sujeito possui substantivo próprio no plural iniciado por artigo "os". Em se cuidando dessa doença no início, não existem dúvidas de que haverá cura - é o que os Estados Unidos, recentemente, provaram ao mundo. Na (E), deve-se retirar a conjunção "e" antes da oração principal e inserir uma vírgula, pois há uma oração subordinada adverbial antecipada. O verbo corretamente grafado seria "hesitando" (derivado de hesitar). Corrigindo, teríamos: Desejando intensamente alçar-se diretor, ele passou discrição, não hesitando em exceder suas funções e expediente. Prof. Décio Terror a agir com o horário do www.pontodosconcursos.com.br zelo e fim do 40 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Questão 36: TRT 9 a R 2010 - Analista (TI) É preciso reformular, por falha estrutural, a redação da seguinte frase: (A) Aos que lhe perguntam se dorme bem à noite, responde o autor afirmativamente, mostrando que não teme o desafio do desconhecido. (B) A ciência almeja o progresso, colaborar e diminuir os males da humanidade, preocupa-se em aplicar seu próprio conhecimento. (C) O autor se opõe frontalmente aos que creem em Adão e Eva e propagam a convicção de que o mundo tem menos de 7.000 anos. (D) Ao usar a expressão agenda da ciência, o autor está-se referindo às metas principais que os cientistas se propõem a perseguir. (E) O autor não deixa de compreender as razões que levam alguns cientistas a seguir uma religião, sem que, por isso, comprometam a ciência. Gabarito: B Comentário: Perceba como o período composto na alternativa (B) está mal construído. Pela pontuação, as ações "almeja", "colaborar" e "diminuir" fazem parte de uma enumeração. Mas esses termos não são paralelos semântica ou sintaticamente. Por isso, não podemos simplesmente passar todos os verbos para o presente, pois não faria sentido. Perceba que cada oração tem seu sentido desconexo do todo; por isso, não conseguimos coerentemente formar novo período. A gramática chama isso de truncamento sintático. Bom, já vimos que a alternativa (B) realmente é a errada. Mas você pode ter ficado na dúvida em outras alternativas, as quais vou comentar somente aquilo que geraria dúvida. Na alternativa (A), o sujeito de "respondem" é o pronome reativo "que", o qual retoma "os". Por isso, o verbo está no plural. Os verbos "dorme", "responde" e "teme" estão no singular porque se referem a "autor". Na (C), veja que os verbos "creem" e "propagam" estão no plural, porque o sujeito é o pronome relativo "que", o qual retoma o pronome "os". O nome "convicção" exige a preposição "de", por isso a oração posterior é subordinada substantiva completiva nominal. Na (D), poderíamos ter dúvida quanto à colocação pronominal em "está-se referindo". Veja que na aula de regência vimos que o pronome pode ficar enclítico ao verbo auxiliar. Na (E), a dúvida poderia recair na concordância do verbo "seguir". Por que não está plural, concordando com o seu referente "cientistas"? Essa é a concordância com o infinitivo. Ele pode se flexionar no plural para confirmar, enfatizar que são os cientistas que realizam a ação, mas também pode ficar no singular, sem problemas gramaticais, pois assim não haveria ênfase no agente, mas apenas na ação. Questão 37: TRT 9 a R 2010 - Analista É preciso CORRIGIR, por falha estrutural, a redação da frase: (A) Não empreendamos caminhadas sem primeiro definir o trajeto a seguir, o esforço a despender, os objetivos a alcançar. (B) Temerárias são as jornadas que mal definimos seus objetivos, assim como não avaliamos o esforço cujo trajeto nos exigirá. (C) Quando não definimos o trajeto a cumprir e o esforço a despender em Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 41 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR nossa caminhada, ela não nos trará qualquer recompensa. (D) Dificilmente algum objetivo será alcançado numa caminhada para a qual não previmos um roteiro a ser seguido com segurança. (E) Nenhum benefício poderemos colher de uma viagem para a qual não nos preparamos com um mínimo de cuidados e de antecedência. Gabarito: B Comentário: O problema é a alternativa (B), pelo mal uso do pronome relativo. Veja que há uma ideia de posse (seus objetivos). Assim, o correto é o uso do pronome relativo "cujo". Além disso, como na oração posterior, não há relação de posse, o correto é a substituição do pronome relativo "cujo" por "que", ou "o qual". Corrigindo, teríamos: Temerárias são as jornadas cujos objetivos mal definimos, avaliamos o esforço que(o qual) trajeto nos exigirá. As demais alternativas estão "pegadinhas", não comentei. corretas. Como não assim visualizei como não possíveis TRT 6aR 2006 - Analista Individuação O processo de se tomar de fato um indivíduo é muiio custoso, tão custoso que preferimos investir todos os recursos disponíveis em evitar enfrentar essa batalha penosa, que é de todos nós. Salvo engano, é por essa razão que gastamos tanto tempo investindo num egocentrismo que é, paradoxalmente, autodestrutivo. Quando nos fixamos apenas na satisfação dos nossos desejos, na glorificação da nossa imagem pessoal ou no atendimento de todos os apetites, acabamos sendo privados do prazer maior, que é descobrir quem de fato somos. A farsa mais poderosa do egocentrismo está em que ele acena com a ilusão de que estamos pensando em nós mesmos e encontrando uma satisfação inteiramente legítima e pessoal, quando na verdade estamos nos tornando prisioneiros dos outros, dos valores que os outros nos impõem como verdadeiros. O grave equívoco está, pois, em que atendamos aos instintos que brotam das regiões mais sombrias do nosso ser sem nos darmos conta de que isso pode nos afastar de um conhecimento mais profundo de nós mesmos. O que a individuação requer é que deixemos de lado o conforto fácil e os subterfúgios ilusórios para encararmos de modo corajoso as nossas fraquezas, o nosso vazio. Qualquer coisa que se interponha nesse processo de autoanálise faz-nos desviar nossos olhos de nós mesmos, levando-nos a admirar a imagem que gostamos de construir no espelho artificial do egocentrismo. (Adaptado de texto extraído do site A bacia das almas) Questão 38: A penosa batalha a que se refere o autor, e que é por ele caracterizada no desenvolvimento do texto, é aquela em que se confrontam os processos (A) (B) (C) (D) do egocentrismo e da autodestruição. dos instintos e do conforto fácil. do egocentrismo e da auto-análise. da individuação e da auto-análise. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 42 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (E) dos subterfúgios ilusórios e do egocentrismo. Gabarito: C Comentário: O título do texto é "Individuação", algo a ver com indivíduo. No início do texto já se tem a ideia de que viver pensando só em si, exacerbar o individual é prejudicial ("investindo num egocentrismo que é, paradoxalmente, autodestrutivofr). O autor, então, desenvolve os argumentos apontando que o egocentrismo leva à autodestrição. A última frase do texto é o dado explícito que responde à questão: Qualquer coisa que se interponha nesse processo de auto-análise faz-nos desviar nossos olhos de nós mesmos, levando-nos a admirar a imagem que gostamos de construir no espelho artificial do egocentrismo. Por isso, a alternativa correta é a (C). Questão 39: individuação Depreende-se da perspectiva assumida pelo autor que a (A) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, mas é profundamente recompensador como autoconsciência. (B) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, porque dá vazão aos nossos mais terríveis instintos. (C) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, já que numa autoanálise nos miramos num espelho artificial. (D) é um processo essencial e conseqüente, embora implique o esforço da construção de uma imagem que seja acolhida pelos outros. (E) é um processo essencial e conseqüente, pois nos faz merecedores da benevolência com que os outros nos julgam. Gabarito: A Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois entendemos que a individuação não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, porque no início do texto já se mostra que se tornar de fato um indivíduo é muito custoso. Por isso, acabamos abrindo mão desse processo e caímos no egocentrismo, apontado pelo autor como algo negativo e autodestrutivo. Veja que, no final do segundo parágrafo, o autor informa que o prazer maior (algo profundamente recompensador) está em descobrir de fato quem somos (autoconsciência). Questão 40: Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em: (A) salvo engano = sem qualquer hesitação. (B) a farsa mais poderosa = o embuste mais forte. (C) acena com a ilusão = proclama a falsidade. (D) os subterfúgios ilusórios = os deslizes da dissimulação. (E) no espelho artificial do egocentrismo = na elaboração mais aprofundada. Gabarito: B Comentário: A alternativa (A) está errada, pois a expressão "salvo engano" significa se não houver equívoco. Não possui relação com hesitação, que significa indecisão. A alternativa (B) está correta, pois "farsa" é sinônimo de "embuste", assim como as expressões "poderosa" e "forte". Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 43 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR A alternativa (C) está incorreta, porque "ilusão" e "falsidade" não são sinônimos contextuais. Os verbos "acena" e "proclama" até poderiam ser entendidos contextualmente como sinônimos, na ideia de afirmação de algo. Na alternativa (D), "subterfúgios" não significa diretamente "dissimulação", mas pretexto, forma ardil de se esquivar de situação difícil. Dependendo do contexto em que é empregado, pode-se até entendê-los como sinônimos. Mas "ilusórios" realmente não cabe no sentido de "deslizes". Por isso a alternativa está errada. Na alternativa (E), espelho artificial não tem nada a ver com algo aprofundado. O que devo tomar nota como mais importante? • • LER as regras e procurar diferenciar os sentidos. O melhor macete é ler em voz alta. Não procure DECORAR, mas associar as palavras, marcar as mais difíceis e depois retornar lendo em voz alta. SEMPRE realizar as questões por eliminação. Nem sempre nós conheceremos o sentido de todas as palavras numa questão de semântica; mas, muitas vezes, você vai conseguir a alternativa correta, eliminando as palavras que você conhece, outras vezes simplesmente com a atenção no contexto em que ela se encontra. Índice das provas analisadas Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: Prova: TRF 4aR 2001 Analista TRT 21aR 2003 Analista TRE AC - 2003 Técnico TRT23aR - 2004 - Analista CEAL - 2005 - Superior TRF 1aR - 2006 - Analista TRT 4aR 2006 - Analista TRT 6aR 2006 - Analista TRT 6aR 2006 Técnico TRT 24aR 2006 Analista TRT 6aR 2006 Técnico TRT 23 R 2007 Técnico Fiscal de rendas SP 2008 - Superior TRT 9aR 2010 - Analista MPE RS - 2010 - Médio DPE RS 2010 - Superior DPE - SP - 2010 Superior Infraero - 2010 Superior Sec Edu SP - 2010 - Superior TRT 8aR 2010 - Analista TRT 9aR 2010 - Analista (TI) BAHIA GÁS - 2010 - Analista BB - 2011 - Escriturário TRE TO - 2011 - Analista Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 44 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Prova: TRT1aR - 2011 - Analista Prova: TRT 4aR 2011 - Analista Prova: TRT 4aR 2011 - Técnico Muitos alunos têm tido dificuldades na resolução de algumas questões. Isso é normal e por isso elencamos as questões novamente. Elas estão aí para reforçar seu estudo. Alguns alunos dizem que preferem pular um dia e só então realizam só as questões da aula estudada. Isso também é uma forma legal de aprendizagem. Mas saiba do seguinte: procure fazer uma regra de três e verificar o índice de seu aproveitamento. Aconselho você a partr para a próxima aula só depois de ter realizado a revisão das questões com média acima de 8,0. Se não atingiu esse índice, retorne nas questões, verifique o erro. Se minha explicação não ficou a contento, mande-me a pergunta pelo fórum. Isso vai fazer você ficar mais tranquiio(a) no desenvolvimento da aula. Você notou que as questões de articulação de frases, na r e a l i a d e , trabalham todo o conteúdo gramatical? Qual é a melhor maneira de abordá-las? Da mesma forma que todas as outras, sempre por eliminação. Até nosso próximo encontro! Grande abraço. Terror Lista de questões Questão 1: TRE TO - 2011 - Analista ... capaz de fornecer as mais diferentes eminentes. Considerando-se o par de palavras afirmar que se trata de exemplo de (A) (B) (C) (D) (E) soluções eminentes / para questões iminentes, humanas é correto antonímia. sinonímia. paronímia. homonímia. homofonia. Questão 2: DPE RS 2010 Fragmento do texto: O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de ideias envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de quase oito décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de excessos na vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a animais em extinção e avançou nas políticas para a educação das relações étnico-raciais. A palavra animais estabelece ligações com espécies que estão em extinção. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 45 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Qual a propriedade semântica dessa relação? (A) (B) (C) (D) (E) Hiperonímia. Sinonímia. Homonímia. Paronímia. Antonímia. Questão 3: TRT 24 a R - 2006 - Analista Está correto o emprego do elemento sublinhado em: (A) As alterações porque sofrem as instituições podem ser necessárias. (B) Os caminhos porque percorrem os valores humanos são, por vezes, indevassáveis. (C) Se há rigor e ética nas instituições, algumas não funcionam mesmo porquê? (D) ÍHá que se investigar o porquê de as instituições serem tão manipuláveis. (E) Não se sabe o por que das instituições serem falhas, mesmo quando bem arquitetadas. Questão 4: TRT 6 a R 2006 Técnico Está correto o emprego do elemento sublinhado em: (A) Muita gente se agarra à imagem artificial de si mesma sem saber porquê. (B) Não é fácil explicar o porquê do prestígio que alcança a imagem ilusória das pessoas. (C) Não sei porque razão os outros querem nos impor a imagem que têm de nós. (D) Se a ela aderimos, é por que nossa imagem ilusória traz alguma compensação. (E) Queremos perguntar, diante do espelho artificial, por quê nossa imagem não está lá. Questão 5: TRF 4 a R 2001 Analista Quanto ao emprego da forma sublinhada, está correta a frase: (A) (B) (C) (D) (E) A razão porque ele se absteve compete a ele esclarecer. Sem mais nem porque, ele resolveu nos deixar. Recusou-se a nos esclarecer o por quê da sua decisão. Que ele renunciou, todo mundo sabe, mas ninguém sabe por quê. Ele se limita a responder apenas: - Por que sim... Questão 6: BAHIA GAS - 2010 - Analista Está correta a forma de ambos os elementos sublinhados na frase: (A) Ela não nos disse por que razão tornou-se uma otimista; e se ela tornar ao seu pessimismo, será que nos explicará por quê? (B) A razão porque muitos se tornam pessimistas está no mundo violento de hoje; por quê outra razão haveriam de se desenganar? (C) "Por que sim": eis como respondem os mais impacientes, quando lhes perguntamos porque, de repente, se tornaram otimistas. (D) Sem mais nem porquê, ele passou a ver o mundo com outros olhos, Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 46 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR dizendo que isso aconteceu por que encontrara a verdade na religião. (E) Não sei o por quê do seu pessimismo; porque você não me explica? Questão 7: DPE RS 2011 Assinale a alternativa que contém erro gramatical. (A) (B) (C) (D) (E) Os porquês dos conceitos de sujeito e predicado na gramática. Por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema? Os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Por quê? Os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Porquê? Não se sabe por que os conceitos de sujeito e predicado têm problema. Questão 8: TRF 4aR 2001 Analista Está correto e coerente o emprego do termo sublinhado no contexto da frase: (A) Se o piloto não ratificar a trajetória do vôo, haverá uma colisão. (B) Diz-se que é inamovível a pessoa que pouco ou nunca se emociona. (C) Diz-se que é um criminoso contumaz quando ele modifica seus costumes. (D) Ele é indolente, não hesita em despender esforços na realização de suas tarefas. (E) Em vez de reiterar seu julgamento, preferiu retificá-lo. Questão 9: Fiscal de rendas SP ...para entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora... No que se refere à grafia, para estar de acordo com o padrão culto, a frase que deve ser preenchida com forma idêntica à destacada acima é: (A) Referências são sempre interessantes, despertam curiosidade acerca da obra. (B) foi a obra que mais o teria impressionado sobre o assunto, respondeu alguém quando indagado sobre o motivo da citação. (C) Alguém poderá perguntar: - O autor citou Braudel, ...? (D) Gostaria de saber ele se interessou especificamente por essa obra de Braudel acerca do mar Mediterrâneo. (E) Quem sabe o da citação da obra de Braudel? Sec Edu SP - 2010 - Superior Texto: Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo. Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala um quinto personagem, calado, pensando, Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 47 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou outro resmungo de aprovação. Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entre quarenta e cinquenta anos, era provinciano, capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto e cáustico. Não discutia nunca; e defendiase da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão era a forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial; e acrescentava que os serafins e os querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual e eterna. Como desse esta mesma resposta naquela noite, contestou-lha um dos presentes, e desafiou-o a demonstrar o que dizia, se era capaz. Jacobina (assim se chamava ele) refletiu um instante e respondeu: - Pensando bem, talvez o senhor tenha razão. [...] (Machado de Assis. O espelho. Melhores Contos de Machado de Assis. São Paulo: Global, 2001) Questão 10: No primeiro parágrafo do texto, pode-se observar que o autor estabelece uma sinonímia contextual entre as seguintes expressões: (A) (B) (C) (D) (E) noite e alta transcendência. questões de alta transcendência e misteriosamente. questões de alta transcendência e mais árduos problemas do universo. agitações e aventuras e atmosfera límpida e sossegada. alta transcendência e menor alteração aos espíritos. Questão 11: Os vocábulos disparidade, árduos substituídos, respectivamente, pelos seguintes comum: (A) (B) (C) (D) (E) e espórtula poderiam ser sinônimos de uso mais igualdade, difíceis e doação. igualdade, duros e contribuição. diferença, difíceis e contribuição. diferença, duros e doação. concordância, duros e contribuição. Questão 12: TRT 23aR 2007 Técnico Estas são o fruto de mecanismos de permanentes negociações intergovernamentais instigadoras do abandono de um destino nacional solitário em prol de um destino compartilhado. O segmento grifado na afirmativa acima tem seu sentido original reproduzido, com outras palavras, em: (A) que abandonaram as nações isoladas em seu ideal, evitando um objetivo comum em seus mecanismos. (B) que semeiam discordância em nações isoladas, como meio de compartilhar possíveis interesses comuns. (C) que provocam a solidão de determinadas nações, tendo em vista o processo de união das demais. (D) que defendem a substituição de uma visão nacional particular por uma reciprocidade de interesses afins. (E) que priorizam a nacionalidade de cada um, em detrimento da comunidade, Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 48 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR em seus interesses particulares. Questão 13: TRT 21aR 2003 Analista Está adequado o emprego da expressão sublinhada na frase: (A) Salvo melhor juízo, é indiscutível que partilhamos do mesmo julgamento: teus argumentos vêm de encontro aos meus. (B) A menos que você retifique seu voto, passando a acompanhar-nos em nossa decisão, não haverá como mantê-lo em nosso partido. (C) Em vista da notoriedade de seu mau caráter, ninguém se surpreendeu quando assumiu a responsabilidade pela trapaça que havia feito. (D) Ele se mostra transigente apenas nos casos em que não lhe convém arredar pé da posição que esteja defendendo com o habitual denodo. (E) A unanimidade na aprovação só foi alcançada porque a bancada de oposição reviu seu voto, ratificando a decisão do líder, renitente adversário do projeto. Questão 14: MPE RS - 2010 - Médio ... afirma que dados da empresa trabalho. foram cruciais para os resultados do O único adjetivo que NÃO apresenta semelhança de sentido com o de cruciais, entre aqueles que também aparecem no texto, considerada a forma de masculino singular, é: (A) (B) (C) (D) (E) valioso. essencial. isolado. decisivo. significativo. Questão 15: BB - 2011 - Escriturário Nesse processo, o objetivo é, ao mesmo tempo, dinamizar as potencialidades locais e desbloquear aqueles entraves que impedem esse potencial de se realizar. Os dois segmentos grifados acima podem ser substituídos, mantendo-se o mesmo sentido, na ordem, por: (A) (B) (C) (D) (E) reduzir - equacionar os problemas incentivar - afastar os obstáculos desconsiderar - libertar os fatores diversificar - identificar os empecilhos valorizar - perceber as dificuldades Questão 16: BB - 2011 - Escriturário Descendo o rio Negro, no Amazonas, o contraste da frondosa copa de uma árvore, muito acima das outras, atiça a ir ao seu encontro. Na fala dos autores, o trecho grifado significa: (A) mostra nossa direção na floresta. (B) impede que nos aproximemos dela. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 49 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (C) tenta nos afastar dali. (D) nos inspira certo medo. (E) desperta nossa curiosidade. Questão 17: TRT 9aR - 2010 - Analista O Deus que interferia no mundo transformou-se no Deus criador: após criar o mundo, deixou-o à mercê de suas leis. A frase acima permanecerá correta e manterá o sentido caso se substituam os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) (B) (C) (D) (E) imiscuía ao - tornou-o à deriva em intercalava ao - pô-lo ao acaso de intervinha no - abandonou-o às entronizava no - confiou-o às imputava ao - manteve-o entregue às Questão 18: TRE TO - 2011 - Analista ... por que nos darmos o trabalho de lê-lo? A expressão que contém o mesmo sentido do segmento grifado acima é: (A) (B) (C) (D) (E) entediarmos ao. esforçarmos para. preservarmos de. pouparmos de. resguardarmos em. Questão 19: TRT 1aR - 2011 - Analista Fragmento do texto: Compartilhar o espaço com estranhos é uma condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. A presença ubíqua de estranhos é fonte de ansiedade, assim como de uma agressividade que volta e meia pode emergir. Faz-se necessário experimentar, tentar, testar e (espera-se) encontrar um modo de tornar a coabitação palatável. Essa necessidade é "dada", não-negociável. Mas o modo como os habitantes de cada cidade se conduzem para satisfazê-la é questão de escolha. E esta é feita diariamente. ... condição da qual os habitantes das cidades consideram difícil, talvez impossível, fugir. Mantendo-se a correção e a lógica, o verbo grifado acima pode ser substituído, sem qualquer outra alteração na frase em que se encontra, APENAS por (A) (B) (C) (D) (E) escapar. afastar. evadir. evitar. prevenir. Questão 20: TRT 23 a R - 2004 - Analista Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 50 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Fragmento do texto: É importante, pois, para todo cidadão, ter consciência de que, em uma sociedade, a coexistência entre os diferentes é necessária, não obstante essa diferença não dever gerar desigualdade de oportunidade. Assim, brancos e negros relacionam-se necessariamente uns com os outros, podem conviver com suas diferenças concretas, e os direitos devem ser proporcionalmente iguais. Hoje, essa afirmação é utópica, pois a sociedade ainda não conseguiu distinguir as diferenças e articulá-las, sem conceder privilégios a uns e restrições a outros. A diferença precisa ser concebida assim: algo produtivo, complementar. Essa é uma visão relativizadora, contrária ao etnocentrismo, que supervaloriza um em detrimento de outro. Na relação entre o vocabulário e os efeitos de sentido do texto, os termos utópica, restrição, detrimento serão substituídos, correta e respectivamente, por (A) (B) (C) (D) (E) aparente - paliativo - aperfeiçoamento. virtual - omissão - revés. discutível - bloqueio - malogro. ilusória - limitação - prejuízo viável - exceção - enfraquecimento. Questão 21: TRF 1aR - 2006 - Analista Fragmento do texto: Um editorial da respeitada revista britânica The Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma polêmica com pesquisadores latino-americanos. O texto da revista sugeriu que o país pode mergulhar num caos após a morte do ditador Fidel Castro, que sofre de câncer, tal como ocorreu nos países do Leste Europeu após a queda de seus regimes comunistas. E conclamou os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária para os cubanos. De quebra, a publicação insinua que há dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano fazer frente a esse quadro. Quatro ações são atribuídas, no primeiro parágrafo do texto, ao editorial da revista britânica The Lancer: acender, sugerir, conclamar e insinuar. Considerando-se o contexto, não haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido empregados, respectivamente, (A) (B) (C) (D) (E) ensejar - aventar - convocar - sugerir instigar - propor - reiterar - infiltrar dirimir - conceder - atribuir - insuflar solapar - retificar - conceder - induzir conduzir - insinuar - proclamar - confessar Questão 22: CEAL - 2005 - Superior Em geral, nas democracias, os eleitores consideram os políticos profissionais uma espécie daninha que prolifera no interstício entre os cidadãos e o exercício do poder que deveria ser deles. Traduz-se corretamente o sentido da expressão sublinhada na frase acima em: Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 51 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (A) uma sorte de gente maligna que se perpetua no meio. (B) um tipo de seres nocivos que se propagam no pequeno espaço. (C) um tipo de seres contumazes que ocupam o espaço que medeia. (D) um gênero de pessoas nefastas que reduzem o intervalo. (E) um gênero de pessoas arredias que se multiplicam no vácuo. Questão 23: DPE - SP - 2010 Superior Fragmento do texto: Não se trata de ir contra a necessiade do uso de conceitos específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar um termo técnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o vocabulário especializado; tratase, sim, de evitar o exagero das linguagens opacas, cifradas, que pedem "tradução" para a própria língua a que presumivelmente pertencem. O exemplo de Graciliano diz tudo: quando o propósito da comunicação é honesto, quando se quer clareza e objetividade no que se escreve, as palavras devem expor à luz, e não mascarar, a mensagem produzida. No caso desse honrado prefeito alagoano, a ética rigorosa do escritor e a ética irrepreensível do administrador eram a mesma ética, assentada sobre os princípios da honestidade e do respeito para com o outro. Na construção Não se trata de ir contra (...), de não reconhecer (...), de abolir, os elementos sublinhados têm, na ordem dada, o sentido de (A) (B) (C) (D) (E) contrariar - desconhecer - procrastinar ir ao encontro - ignorar - suspender contradizer - desmerecer - extinguir contraditar - discordar - reprimir ir de encontro - rejeitar - suprimir Questão 24: Infraero - 2010 Superior Fragmento do texto: Mais do que um marinheiro de primeira viagem, o passageiro de primeiro voo leva consigo os instintos e os medos primitivos de uma espécie criada para andar sobre a terra. As águas podem ser vistas como extensão horizontal de caminhos, que se exploram pouco a pouco: aprende-se a nadar e a navegar a partir da segurança de uma borda, arrostando-se gradualmente os perigos. Mas um voo é coisa mais séria: há o desafio radical da subida, do completo desligamento da superfície do planeta, e há o momento crucial do retorno, da reconciliação com o solo. Se a rotina das viagens aéreas banalizou essas operações, nem por isso o passageiro de primeira viagem deixa de experimentar as emoções de um heroico pioneiro. Na frase a rotina das viagens aéreas banalizou essas operações, o sentido do verbo banalizar é equivalente ao sentido que assume o verbo sublinhado em: (A) (B) (C) (D) (E) O progresso trivializou experiências que eram vistas como temerárias. A nova diretoria restringiu algumas das iniciativas programadas. A agência de turismo fez de tudo para popularizar seus planos de viagem. O comandante vulgarizou-se ao se dirigir daquele modo à tripulação. A companhia apequenou seus novos projetos diante da crise. Questão 25: TRE AC - 2003 Técnico Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 52 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Fragmento do texto: O tempo transformou o Brasil num dos campeões da mobilHade social. Três de cada quatro brasileiros são miseráveis, pobres ou emergentes, uma denominação técnica para definir o grupamento imediatamente abaixo da classe média. (Nada a ver, portanto, com os chamados "emergentes" das colunas sociais.) E apenas um pertence à classe média ou à classe alta. A pirâmide social brasileira é larga demais embaixo e mais fina do que deveria em cima. Como esse panorama se arrasta há muito tempo, o Brasil autoriza leituras pessimistas a respeito do futuro das camadas mais modestas da sociedade e mesmo da possibilidade de ascensão da classe média. Há neste parágrafo o emprego, por duas vezes, da palavra emergentes. Considerando-se o contexto, é correto afirmar que aí emergentes são aqueles que, quanto às classes sociais, (A) (B) (C) (D) (E) saem de uma situação superior. se mantêm numa condição inferior. estão indo para uma situação superior. são sempre apontados em eventos festivos. representam a classe média ou a alta. Questão 26: TRE TO - 2011 Analista Fragmento do texto: Quando eu sair daqui, vamos começar vida nova numa cidade antiga, onde todos se cumprimentam e ninguém nos conheça. Vou lhe ensinar a falar direito, a usar os diferentes talheres e copos de vinho, escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. ... escolherei a dedo seu guarda-roupa e livros sérios para você ler. A expressão grifada na frase acima pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido original, por: (A) (B) (C) (D) (E) pessoalmente. de modo incisivo. apontando. entre outras coisas. cuidadosamente. Questão 27: TRT 4aR 2006 - Analista Parecia desinteressado da opinião alheia, naquele evento organizado por uma grande empresa, a que comparecera apenas por força de contrato profissional. A frase acima permanecerá formalmente correta elementos sublinhados, respectivamente, por (A) (B) (C) (D) (E) caso se substituam os infenso pela opinião alheia / onde fora infenso à opinião alheia / em que se fizera presente imparcial pela opinião alheia / aonde estivera neutralizado sobre a opinião alheia / na qual estivera imparcial com a opinião alheia / aonde se apresentara Questão 28: TRT 8 a R 2010 - Analista Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 53 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Rita No meio da noite despertei sonhando com minha filha Rita. Eu a via nitidamente, na graça de seus cinco anos. Seus cabelos castanhos - a fita azul - o nariz reto, correto, os olhos de água, o riso fino, engraçado, brusco... Depois um instante de seriedade; minha filha Rita encarando a vida sem medo, mas séria, com dignidade. Rita ouvindo música; vendo campos, mares, montanhas; ouvindo de seu pai o pouco, o nada que ele sabe das coisas, mas pegando dele seu jeito de amar - sério, quieto, devagar. Eu lhe traria cajus amarelos e vermelhos, seus olhos brilhariam de prazer. Eu lhe ensinaria a palavra cica, e também a amar os bichos tristes, a anta e a pequena cutia; e o córrego; e a nuvem tangida pela viração. Minha filha Rita em meu sonho me sorria - com pena deste seu pai, que nunca a teve. (Rubem Braga. 200 Crônicas escolhidas. 13. ed. Rio de Janeiro. Record, 1998, p.200) ... na graça de seus cinco anos. (primeiro parágrafo) ... e a nuvem tangida pela viração. (penúltimo parágrafo) As palavras grifadas nas frases transcritas acima têm, respectivamente, o sentido de (A) (B) (C) (D) (E) dádiva e calmaria. encanto e brisa marinha. gratuidade e vento forte. alegria e mudança do clima. inocência graciosa e tempestade. Questão 29: TRT 4aR 2011 - Técnico O trabalho dele não é dos mais gratificantes, pois, além de garantir um salário razoável, não permite as horas de lazer que necessita, para si e com os familiares. O período acima está mal estruturado. Considere as novas formas de redigi-lo, apresentadas abaixo. I. O trabalho dele não é dos mais gratificantes, pois, apesar de garantir a ele um salário razoável, não lhe permite as horas de lazer de que necessita para si e para o convívio com seus familiares. II. O trabalho dele não é dos mais gratificantes, visto que lhe garante um salário razoável, não permitindo, mesmo assim, que usufrua das horas de lazer necessário a si próprio e junto aos familiares. III. O trabalho dele não é dos mais gratificantes: garante-lhe um salário razoável, sim, contudo não permite que desfrute das horas de lazer necessárias a si e à convivência com seus familiares. É correto afirmar que (A) I, II e III são formulações claras e corretas. (B) I e II, somente, são formulações claras e corretas. (C) I e III, somente, são formulações claras e corretas. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 54 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR (D) I, somente, é formulação clara e correta. (E) II e III, somente, são formulações corretas. Questão 30: TRT 6aR 2006 - Analista Penso também nas nadadoras. Elas me assustam. Aqueles ombros enormes. As três frases acima estão rearticuladas de forma correta e coerente no seguinte período: (A) Me assustam também, quando penso nas nadadoras, cujos os ombros são enormes. (B) Por serem de ombros enormes, penso também naquelas nadadoras, quando me assusto. (C) Assusto-me com aquelas nadadoras, onde os ombros são enormes, quando também penso nelas. (D) Assustam-me as nadadoras, quando passo a pensar nelas, com seus ombros enormes. (E) Me assustam ainda os ombros enormes daquelas nadadoras, ao pensar neles. Questão 31: TRT 6aR 2006 - Técnico A ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos. Alguns fenômenos assustavam o homem no passado. Crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida. Os mistérios da vida permanecem ainda sem o necessário entendimento. As frases acima articulam-se em um único período, com lógica, clareza e correção, da seguinte maneira: (A) Como a ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos, de que assustavam o homem no passado é que as crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, permanecendo ainda sem o necessário entendimento. (B) Alguns fenômenos assustavam o homem no passado, que a ciência, hoje, consegue explicar uma série deles, embora com as crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, que ainda permanecem sem entendimento. (C) A ciência, hoje, consegue explicar uma série de fenômenos como as crenças milenares as quais tentam desvendar os mistérios da vida e alguns fenômenos que assustavam o homem no passado, ainda sem entendimento. (D) A série de alguns fenômenos assustavam o homem no passado de cujas crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida, que ainda permanece sem o necessário entendimento, apesar que a ciência, hoje, consegue explicar. (E) Crenças milenares tentam desvendar os mistérios da vida que permanecem ainda sem o necessário entendimento, embora a ciência, hoje, consiga explicar uma série de fenômenos que assustavam o homem no passado. Questão 32: TRT 8aR 2010 - Analista Os filhos dos japoneses em poucos anos tinham feito o trabalho de um século. Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 55 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR Entravam na água e cortavam a juta, eram corajosos e disciplinados. O período acima está reescrito com correção, mantendo o sentido original, em: (A) Corajosos e disciplinados, os filhos dos japoneses entravam na água e cortavam a juta, e em poucos anos tinham feito o trabalho de um século. (B) Os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados, em poucos anos tinham feito o trabalho de um século, entravam na água e cortavam a juta. (C) Entravam na água e cortavam a juta, os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados e em poucos anos tinham feito o trabalho de um século. (D) Os filhos dos japoneses, entravam na água, cortavam a juta, eram corajosos, disciplinados e tem feito o trabalho de um século em poucos anos. (E) Os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados entravam na água e cortavam a juta, tinha sido feito o trabalho de um século em poucos anos. Questão 33: TRT 8aR 2010 - Analista Fala-se comumente em influências na obra deste ou daquele autor. com o tempo, perdeu contorno pejorativo. O termo, A opinião exposta acima está corretamente reproduzida, com outras palavras, em: (A) Um ou outro autor recebem influências, que pode ser apontado por seu viés negativista, como a perda do sentido da própria criação. (B) Mudanças positivas na maneira de se avaliar obras literárias, a partir das influências recebidas nessas mesmas obras, sempre foi bem recebido por um ou outro autor. (C) A maneira pejorativa de comparar obras literárias com influência deste ou daquele autor coexistiu nas críticas elaboradas ao longo do tempo. (D) Influências que, com frequência, são apontadas em obras de diferentes autores passaram a ser vistas, ao longo do tempo, sem conotação negativa. (E) Quando se fala em influências na obra escrita por certo autor, é comum haver conotação pejorativa na avaliação da mesma. Questão 34: TRT 6aR 2006 - Analista São os subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar a construída pelos outros. imagem nossa Uma outra forma clara e correta de se redigir o que expressa a frase acima é: (A) É a imagem que os outros constróem para nós com subterfúgios ilusórios que nos levam a admirar. (B) Haja vista dos ilusórios subterfúgios, levam-nos os outros a admirar como foi que se construiu a nossa imagem. (C) Levam-nos a admirar nossa própria imagem, do modo como se construiu os subterfúgios ilusórios dos outros. (D) Deve-se aos subterfúgios ilusórios que sejamos levados à admiração da imagem nossa que os outros construíram. (E) Tendo os outros construído nossa imagem, são com subterfúgios ilusórios que fazem com que lhe sejamos levados a admirar. Questão 35: TRT 4 a R 2011 - Analista Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 56 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR A redação correta é: (A) A regente insistiu junto à auxiliar que caberia à ela falar com a imprensa e nós, não aquiecendo, impusemos que a mídia tem de lidar com nós mesmos, os funcionários. (B) Diz-se que o tio é mais bom do que preparado, mas o convívio com a adolescente tem sido dulcíssimo, em que lhe pesem os excessivos maus humores da jovem. (C) Pai extremoso, ele soe ser o melhor conselheiro dos filhos, salvo se o exacerbam os ânimos ao reincidirem pela enésima vez no mesmo erro. (D) Em se cuidando dessa doença no início, não existe dúvidas de que haverá cura - é o que os Estados Unidos, recentemente, provou ao mundo. (E) Desejando intensamente alçar-se diretor e ele passou a agir com zelo e discrição, não exitando em exceder suas funções e o horário do fim do expediente. Questão 36: TRT 9aR 2010 - Analista (TI) E preciso reformular, por falha estrutural, a redação da seguinte frase: (A) Aos que lhe perguntam se dorme bem à noite, responde o autor afirmativamente, mostrando que não teme o desafio do desconhecido. (B) A ciência almeja o progresso, colaborar e diminuir os males da humanidade, preocupa-se em aplicar seu próprio conhecimento. (C) O autor se opõe frontalmente aos que creem em Adão e Eva e propagam a convicção de que o mundo tem menos de 7.000 anos. (D) Ao usar a expressão agenda da ciência, o autor está-se referindo às metas principais que os cientistas se propõem a perseguir. (E) O autor não deixa de compreender as razões que levam alguns cientistas a seguir uma religião, sem que, por isso, comprometam a ciência. TRT 6R 2006 - Analista Individuação O processo de se tomar de fato um indivíduo é muiio custoso, tão custoso que preferimos investir todos os recursos disponíveis em evitar enfrentar essa batalha penosa, que é de todos nós. Salvo engano, é por essa razão que gastamos tanto tempo investindo num egocentrismo que é, paradoxalmente, autodestrutivo. Quando nos fixamos apenas na satisfação dos nossos desejos, na glorificação da nossa imagem pessoal ou no atendimento de todos os apetites, acabamos sendo privados do prazer maior, que é descobrir quem de fato somos. A farsa mais poderosa do egocentrismo está em que ele acena com a ilusão de que estamos pensando em nós mesmos e encontrando uma satisfação inteiramente legítima e pessoal, quando na verdade estamos nos tornando prisioneiros dos outros, dos valores que os outros nos impõem como verdadeiros. O grave equívoco está, pois, em que atendamos aos instintos que brotam das regiões mais sombrias do nosso ser sem nos darmos conta de que isso pode nos afastar de um conhecimento mais profundo de nós mesmos. O que a individuação requer é que deixemos de lado o conforto fácil e os subterfúgios ilusórios para encararmos de modo corajoso as nossas fraquezas, Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 57 PORTUGUÊS P/ FUND. CARLOS CHAGAS (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) PROFESSOR: DÉCIO TERROR o nosso vazio. Qualquer coisa que se interponha nesse processo de autoanálise faz-nos desviar nossos olhos de nós mesmos, levando-nos a admirar a imagem que gostamos de construir no espelho artificial do egocentrismo. (Adaptado de texto extraído do site A bacia das almas) Questão 37: A penosa batalha a que se refere o autor, e que é por ele caracterizada no desenvolvimento do texto, é aquela em que se confrontam os processos (A) (B) (C) (D) (E) do egocentrismo e da autodestruição. dos instintos e do conforto fácil. do egocentrismo e da auto-análise. da individuação e da auto-análise. dos subterfúgios ilusórios e do egocentrismo. Questão 38: individuação Depreende-se da perspectiva assumida pelo autor que a (A) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, mas é profundamente recompensador como autoconsciência. (B) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, porque dá vazão aos nossos mais terríveis instintos. (C) não é um processo fácil e imediatamente prazeroso, já que numa autoanálise nos miramos num espelho artificial. (D) é um processo essencial e conseqüente, embora implique o esforço da construção de uma imagem que seja acolhida pelos outros. (E) é um processo essencial e conseqüente, pois nos faz merecedores da benevolência com que os outros nos julgam. Questão 39: Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em: (A) (B) (C) (D) (E) salvo engano = sem qualquer hesitação. a farsa mais poderosa = o embuste mais forte. acena com a ilusão = proclama a falsidade. os subterfúgios ilusórios = os deslizes da dissimulação. no espelho artificial do egocentrismo = na elaboração mais aprofundada. GABARITO 1. C 11. C 21. A 31. E 2. A 12. D 22. B 32. A 3. D 13. B 23. E 33. D Prof. Décio Terror 4. B 14. C 24. A 34. D 5. D 15. B 25. C 35. B 6. A 16. E 26. E 36. B 7. D 17. C 27. B 37. B 8. E 18. B 28. B 38. C www.pontodosconcursos.com.br 9. D 19. A 29. C 39. A 10. 20. 30. 40. C D D B 58