introdução à gestão de projetos - Sistema Tele

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MBA EM CONTABILIDADE DIGITAL
M1 D4 - IFRS – GERÊNCIA DE PROJETOS
GUIA DE ESTUDO PARTE I: INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PROJETOS
PROFESSOR AUTOR: JOSÉ FLÁVIO BOMTEMPO RESENDE
PROFESSOR TELEPRESENCIAL: JOSÉ FLÁVIO BOMTEMPO RESENDE
COORDENADOR DE CONTEÚDO: FLÁVIO LÚCIO BRITO
DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO
NOVEMBRO 2012
1
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA: GERÊNCIA DE PROJETOS
PARTE I: INTRODUÇÃO À GERÊNCIA DE PROJETOS
Prezado (a) estudante,
Este é o texto da Parte I da disciplina Gerência de Projetos. Nela, você
irá absorver conhecimentos sobre o que é um projeto e o processo de
planejamento de um projeto.
“Projeto é um esforço temporário empreendido para
criar um produto, serviço ou resultado exclusivo.”
(Wikipédia)
“Planejamento é um processo formalizado para
produzir e articular resultados, na forma de um
sistema integrado de decisões.” ( Mintzberg )
A finalidade desta disciplina é proporcionar-lhe uma visão geral dos
processos e áreas de conhecimento associadas ao ciclo de vida de um projeto,
apresentando em detalhes as principais técnicas e ferramentas para gerenciar
bem um projeto. Por meio dela, você poderá adquirir capacidade para
desenvolver um plano completo de projeto. Além disto, ampliará a
compreensão de como pôr em prática os conceitos do PMBok, usando
ferramentas conhecidas no mercado.
A disciplina Gerência de Projetos não se destina à prperação específica
para os exames PMP e CAPM. Foi desenvolvida para formar profissionais que
desejam dominar a elaboração e a gestão de projetos como habilidade
necessária ao profissional de contabilidade. Portanto, a disciplina não cobre
todo o conteúdo dos exames do PMI, sendo recomendável que, desejando
tornar-se um especialista em Gerência de Projetos, se faça uma especialização
focalizada especificamente nessa área.
Saiba Mais!
Project Management Professional (PMP) e Certified Associate in Project
Management (CAPM) são tipos de certificação do Project Management
Institute (PMI®). Para informar-se melhor sobre esse assunto, consulte o site:
http://www.pmi.org.br.
2
Lembre-se da nossa metodologia de estudo e trabalho: Aulas
Telepresenciais, Estudo Individual Orientado (EIO), Fórum e Prova Final.
AS AULAS TELEPRESENCIAIS
Nossas aulas serão de 18h30 às 20h20 e desenvolveremos os seguintes
temas na disciplina IFRS – Normas Internacionais de Contabilidade serão:
1) 05 de novembro de 20h30 a 22h30 – Introdução à Gerência de
Projetos: histórico e importância da Gerência de Projetos;
caracterização dos projetos: conceito; projeto e processo de
planejamento; tipos de projetos.
2) 19 de novembro de 20h30 a 22h30 – Gerência de Projetos; Estrutura
dos projetos; Etapas principais de um projeto. Planejamento: escopo,
custos, estimativa de tempo e cronograma, orçamento, recursos
humanos, comunicação, qualidade, riscos e aquisições.
3) 03 de dezembro de 20h30 a 22h30 – Execução um projeto:
administração de conflitos, desenvolvimento da equipe do projeto,
monitoramento das expectativas dos stakeholders. Monitoramento e
controle do projeto: controle de mudanças; Encerramento do projeto
ou fase.
ESTUDO INDIVIDUAL ORIENTADO
O Guia de Estudo
Não deixe de ler atentamente o Guia de Estudo de cada parte da
disciplina, antes das aulas correspondentes, pois isso o(a) ajudará a aproveitar
ao máximo a apresentação do professor ou professora. O estudo posterior,
sistemático, dos textos -- dos Guias de Estudo e assim como dos textos
complementares de leitura obrigatória indicados para o Estudo Individual
Orientado (EIO) -- é fundamental para sua aprendizagem.
Textos Complementares de Leitura Obrigatória
Como você sabe, os textos complementares de leitura obrigatória visam
ao enriquecimento ou à exemplificação/contextualização do tema tratado em
cada aula. Cada parte do Guia de Estudo é acompanhada de um texto
complementar e uma Lista de Exercícios.
O quadro a seguir resume nossos compromissos.
3
o
Guia de
Estudo
Texto Complementar de Leitura Obrigatória
Parte I
PETERS, Tom. Você = seus projetosdisponível em
www.sit.com.br/SeparataCP0012.htm
N Lista
de
Data
Data Final
Exercíci Postagem Resposta
o
08
05 nov
18 nov
10
19 nov
02 dez
12
03 dez
16 dez
FREIXO, Osvaldo Magno (UFSCar) e TOLEDO,
José Carlos de (UFSCar). Gestão dos Custos do
Ciclo de Vida do Produto durante seu Processo de
Parte II
Desenvolvimento. Disponível em:
http://www.gepeq.dep.ufscar.br/arquivos/TR03_0099.pdf
BALARINE, Oscar Fernando Osório. O controle de
projetos através dos conceitos de desempenho real
(earned value). Disponível em:
Parte III
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_
A0014.PDF
Prova 1ª. chamada: 17/ 18 dez 2012
Prova 2ª. chamada: 07/ 08 jan 2013
Prova 2ª. oportunidade: 21/ 22 jan 2013
OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM
Já dissemos que os objetivos apresentados em cada parte do Guia de
Estudo norteiam o conhecimento desejado, indicando os aspectos que os
responsáveis pelo curso consideram mais relevantes para sua formação no
MBA de Contabilidade Digital. Leia cada um deles atentamente e verifique, ao
longo das aulas e do EIO, se você está apresentado o desempenho esperado.
Desse modo, você poderá monitorar seu progresso nos estudos
Como resultado do estudo da Parte I, esperamos que você possa:
1) Explicar os conceitos básicos relacionados ao gerenciamento de
projetos.
2) Analisar o contexto de gerenciamento de projetos dentro das
organizações.
3) Identificar os processos e atividades envolvidas na seleção,
iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento de
um projeto.
4) Descrever e utilizar técnicas para planejar e controlar o
desempenho de projetos na sua organização.
5) Descrever as habilidades que um gerente de projetos precisa ter
para gerenciar um projeto.
4
1. INTRODUÇÃO À GERÊNCIA DE PROJETOS
1.1. Histórico
Somos educados durante anos para planejar e agir estrategicamente,
porém raros são os momentos em que nos explicam como operacionalizar
esse modo de atuar.
A Gerência de Projetos é uma ferramenta importante do planejamento
estratégico, contribuindo significativamente para torná-la uma das estrelas do
gerenciamento das organizações. Fruto do próprio processo evolutivo da
Ciência da Administração, a Gerência de Projetos ganhou visibilidade com o
sucesso do projeto Polaris, da marinha americana, que permitiu a construção
de duzentos submarinos atômicos, no fim da década de 40, dentro dos
parâmetros de tempo, custo e qualidade previamente planejados.
Os principais reflexos desse feito foram a divulgação e a intensificação
de estudos acadêmicas das técnicas até hoje empregadas, principalmente em
gestão da produção e em pesquisa operacional, tais como: Gráfico de Grantt,
PERT/CPM, curvas de custo, nivelamento de recursos. Essas técnicas fizeram
com que a atividade produtiva industrial ganhasse impulso e flexibilidade
jamais imagináveis até então.
Foi, porém, com a sofisticação dos processos produtivos das empresas
americanas que passaram a atuar globalmente no final dos anos 60 que a
Gerencia de Projetos ganhou força e importância no âmbito da administração
privada.
Nesse período, também, se deixou de lado o foco nas técnicas e se
passou a incorporar itens fundamentais para o sucesso dos projetos, quais
sejam: a satisfação do cliente e o estabelecimento de metas quantitativas para
diferentes áreas que envolvem a gerência de projetos -- tais como: escopo,
prazos, custos, qualidade, recursos humanos, comunicações, risco e
aquisições (de suprimentos e de terceiros).
Paralelamente a esses eventos, nasceu nos EUA o Project Management
Institute – PMI, fato que propiciou as condições necessárias para que a
gerencia de projetos ganhasse musculatura acadêmica e se tornasse uma
ciência como a conhecemos hoje.
Esse mesmo instituto passou a divulgar, a partir de 1987, por meio da
sua principal publicação conhecida como PMBOK, as melhores praticas em
gerencia de projetos. O PMBOK passou a ser utilizado por boa parte dos
5
profissionais que se dedicavam a gerenciar projetos em todo o mundo. Esse
fato teve como conseqüência uma padronização natural das ações que
envolvessem a gerência de projetos.
Saiba Mais!
PMBOK significa “Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de
Projetos”. O principal objetivo do Guia PMBOK® é identificar o subconjunto do
Conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos que é amplamente
reconhecido como boa prática. “Identificar” significa apresentar uma visão
geral, e não uma descrição completa. “Amplamente reconhecido” significa que
o conhecimento e as práticas descritas são aplicáveis à maioria dos projetos
na maior parte do tempo, e que existe consenso em relação ao seu valor e sua
utilidade. “Boa prática” significa que existe acordo geral de que a aplicação
correta dessas habilidades, ferramentas e técnicas podem aumentar as
chances de sucesso em uma ampla série de projetos diferentes. Uma boa
prática não significa que o conhecimento descrito deverá ser sempre aplicado
uniformemente em todos os projetos; a equipe de gerenciamento de projetos é
responsável por determinar o que é adequado para um projeto específico.
Uma das poucas áreas da ciência da Administração que está
internacionalmente padronizada e na qual se pode obter certificado é a Gestão
de Projetos. O programa de certificação do PMI é reconhecido
internacionalmente e com ele o profissional é considerado tecnicamente
habilitado para atuar em empresas de qualquer porte e segmento que precisem
operacionalizar seus projetos.
1.2. Importância da Gerência de Projetos no mundo contemporâneo
A competição sempre caracterizou o modo de produção capitalista, mas
no contexto de economia globalizada, ela se eleva a uma potência nunca antes
experimentada pela economia de mercado. No mundo globalizado em que
vivemos, a concorrência é cada vez mais acirrada tornando o mercado
altamente instável e flexível, com forte impacto competitivo na vida das
organizações e das pessoas que nela trabalham.
Está em curso o delineamento de um novo paradigma organizacional, de
onde emergirão organizações cujos principais atributos serão a velocidade, a
flexibilidade, a capacidade de focalização, a horizontalidade da estrutura –
através da redução de níveis hierárquicos. Nessas organizações, as equipes se
6
firmam como núcleos privilegiados de produção, configurando um conjunto
maior que a soma dos talentos individuais.
Para enfrentar esse cenário, é
essencial que as organizações venham a
romper com as antigas condutas e
processos, quebrem seus paradigmas e
façam expressivos investimentos em novos
PROJETOS.
Se a competitividade é hoje uma das
maiores preocupações das organizações,
será sob essa ótica da obtenção de
vantagem competitiva que a implantação
de uma inovadora gerência dos processos
irá ganhar cada vez mais relevância no
mercado.
Saiba Mais!
O conceito de cenário diz respeito ao desenvolvimento futuro de um sistema através da
simulação de situações alternativas. São criados diferentes
quadros do futuro, determinando-se os caminhos que levam a estes quadros e avaliando-se comparativamente as
vantagens de cada um.
Planejar o futuro é fundamental para a sobrevivência das organizações,
mas agir técnica e conscientemente é condição sine qua non para que isso
possa acontecer sem prejudicar o desempenho operacional.
No entanto, não será apenas a tecnologia que fará o diferencial entre as
empresas, mas seu melhor uso, o que é feito por pessoas. Assim, exige-se dos
profissionais um nível mais elevado de qualificação, bem como grande
capacidade de inovação, ou seja, o capital humano existente na empresa
passa a constituir um importantíssimo diferencial competitivo.
Nessa perspectiva muda a própria idéia de capacitação. As mudanças
na organização do trabalho apontam para o abandono das noções de tarefa e
de posto de trabalho, o que passa a requerer do trabalhador um determinado
grau de polivalência.
O domínio de competências é condição para que profissionais e
organizações conquistem um diferencial no mercado. Os processos de
gerenciamento de projetos deverão ser estratégicos, ágeis, capazes de
absorver e processar rapidamente um grande volume de informações. É
fundamental que se baseiem num pensamento logístico sistêmico, criando
conhecimento, promovendo e influenciando o movimento das relações entre
empresas, administrando competências e situações, buscando a todo momento
uma Gerência integrada às demais áreas e sempre focada nos negócios.
7
Importante!
No mundo de hoje, é essencial o recurso à utilização dos projetos como base
para mudanças organizacionais, na medida em que:
● constituem exigência para o acesso a programas de incentivos
cambiais, fiscais e financeiros;
● substituem o comportamento arbitrário ou o “tráfico de influências” por
decisões tecnicamente justificadas, assegurando padrões mínimos de
eficiência;
● fortalecem a confiança das pessoas na solidez das instituições;
● dinamizam o processo pelo qual as poupanças monetárias se
transformam em investimentos efetivos, incrementando mais poupança.
A criação de vantagens competitivas caracterizadas como custo de
produção, qualidade e diferenciação de produtos, cadeia de fornecedores e
clientes, estratégias gerenciais, que diferenciam uma empresa de seus
concorrentes, aponta para uma questão crucial nas organizações: possuir uma
gerência de projetos eficiente.
2. CARACTERIZAÇÃO DE PROJETO
2.1. Conceito
Os projetos contemporâneos apresentam-se em muitas formas e
tamanhos. Alguns, de curta duração, envolvem frequentemente investimentos
baratos e facilidade de implementação. Outros, de média ou longa duração,
quase sempre são dispendiosos quanto à apropriação de recursos técnicos,
financeiros e materiais. Todos os projetos, porém, são empreendimentos
independentes, possuem objetivos distintos e são de duração limitada.
Podemos conceituar projeto como a menor porção do planejamento
estratégico. Conforme a 4ª e ultima edição do PMBOK (2009), todo projeto
consiste em “um esforço temporário empreendido para criar um produto,
serviço ou resultado exclusivo”. Portanto, como dissemos, todo projeto tem
como principais características ser temporário e único.
Conforme descrito no PMBOK, os objetivos dos projetos e das
operações de uma empresa são fundamentalmente diferentes. A finalidade de
um projeto é atingir seu objetivo e, em seguida, terminar. Diferentemente, o
objetivo das operações cotidianas da empresa é manter o negócio. Os projetos
8
são diferentes porque terminam quando seus objetivos específicos foram
atingidos, de modo a permitir a mudança ou o aperfeiçoamento das operações.
Assim, essas adotam um novo conjunto de objetivos e o trabalho continua.
Todo projeto, diferentemente das operações cotidianas das
organizações, depende da ação coordenada de pessoas específicas com o
objetivo de executar uma mudança, entregando algo novo para a organização.
2.2. O projeto e o processo de planejamento
Um projeto de investir, fabricar produtos, oferecer serviços, ampliar ou
diversificar negócios, exportar ou importar etc., está intimamente ligado à
decisão de investir. Um projeto específico implica um processo de
planejamento, ou seja, um processo de tomada de decisões interdependentes,
tendo em vista conduzir a empresa para uma situação futura e desejada.
A elaboração de um projeto implica, pois, a sistematização de um
conjunto de informações internas e ou externas à empresa, coletadas e
processadas com a finalidade de analisar (e, eventualmente, implantar) uma
decisão de investimento.
Para atender ao objetivo do projeto, seja a criação de um novo produto,
seja a implantação de um serviço, ou até mesmo a obtenção de um resultado
exclusivo, torna-se necessária a arregimentação de recursos, que deverá
contar com a expertise de pessoas de diferentes áreas de conhecimento. Além
disso, para que a execução do projeto não se torne caótica, ao implementá-lo,
deverá ser respeitada uma seqüência lógica de eventos previamente
planejados, os quais deverão ter como referência parâmetros e restrições
previamente definidos.
Nesse quadro, é importante o papel a ser desempenhado pelo gestor do
projeto. Pode-se considerar que ele será um agente-chave de mudança e,
portanto, responsável por coordenar o planejamento e a execução do projeto,
bem como a apresentação de seus resultados à organização. Cabe-lhe papel
fundamental na identificação de necessidades, no estabelecimento dos
objetivos e das metas do projeto, além de intermediar demandas conflitantes
que sempre existem quando há pontos de vista divergentes sobre o que deverá
ser entregue ao cliente em termos de qualidade, tempo e custo, e sobre como
fazê-lo.
Além do gerente, influenciam significativamente o sucesso de um projeto
os sponsors e os stakeholders.
9
Sponsor é quem apoia ou mesmo financia um projeto, e legitima, na
estrutura organizacional, a mudança proposta. Os sponsors de um projeto
poderão ser personificados por um ou mais diretores, pelo presidente da
organização ou pelo(s) cliente(s) do projeto.
Stakeholder é todo aquele cujos interesses possam ser afetados pela
implementação do projeto e a consecução de seus objetivos.
A identificação dos sponsors e dos stakeholders de um projeto, bem
como a análise das respectivas posições perante as mudanças planejadas e a
avaliação de seu poder de influência são essenciais para a definição das
estratégias de relacionamento com eles. Caso isso não aconteça, os
parâmetros previamente estabelecidos ficarão comprometidos, podendo levar,
inclusive, ao fracasso do projeto.
2.3. Tipos de projetos
Os projetos são realizados em todos os níveis da organização e podem
envolver uma única pessoa ou muitos milhares de pessoas, em várias
unidades organizacionais ou até em joint ventures e parcerias. Sua duração
varia de poucas semanas a vários anos.
Entre outros, podemos citar como exemplos de projetos:

desenvolvimento de um novo produto ou serviço;

implantação de mudança na estrutura, no pessoal ou no estilo de
uma organização;

criação de um novo veículo de transporte;

desenvolvimento ou aquisição de um sistema de informações
novo ou modificado;

construção de um prédio ou instalação;

construção de um sistema de abastecimento de água para uma
comunidade;

realização de campanha para disputa de um cargo político;

implementação de um novo procedimento ou processo de
negócios;

atendimento a uma cláusula contratual.
Os projetos podem ser classificados segundo diferentes critérios, como
abrangência, finalidade, origem e motivação, entre outros.
10
Quanto ao nível de abrangência, os projetos podem ser:

macroeconômicos – relativos aos grandes setores da atividade
econômica (Agrícola, Industrial, Serviços etc.);

microeconômicos - relativos à empresa ou partes dela.
Quanto à finalidade, podemos ter projetos de:

análise de viabilidade;

financiamento;

implantação, expansão ou modernização;

relocalização, diversificação;

análise de impacto.
Quanto à origem, os projetos podem caracterizar-se como:

públicos, que podem surgir como resultado de planos globais ou
setoriais de desenvolvimento, de caráter nacional ou regional.

privados, que podem surgir a partir de diferentes motivações.
Quanto à motivação, os projetos podem classificar-se como

planos de desenvolvimento de caráter nacional, setorial, regional,
sub-regional ou local;

estudos de mercado (nacional e internacional);

ampliação de exportações ou substituição de importações;

atendimento a demanda insatisfeita;

atendimento a ampliação de demanda em função do aumento da
renda e crescimento da população.
11
3. GERÊNCIA DE PROJETOS – GP
3.1. Aspectos conceituais
Gerência de Projetos - GP significa a sistematização e a organização
dos processos de definição, planejamento, execução, controle e conclusão de
projetos. Envolve a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e
técnicas às atividades do projeto, a fim de estimar, planejar e controlar
atividades, de modo a alcançar um resultado final dentro de determinados
prazo, custo e qualidade.
Uma adequada gerência de projetos traz muitas vantagens. Por
exemplo, permite alcançar os objetivos pretendidos com custos e prazos
menores, respeitando o orçamento e o cronograma contratados. Isso acontece
porque a GP dispõe de ferramentas para diminuir os improvisos, por meio da
identificação antecipada dos problemas e do planejamento e realização
precoces de ações corretivas. A utilização de procedimentos, formulários e
modelos amigáveis sistematiza o trabalho e a comunicação previamente
planejada, facilitando a entrada, saída, distribuição, freqüência e arquivamento
de dados do projeto
O planejamento e o compartilhamento de informações e de recursos não
apenas aprimoram a eficiência como também viabilizam decisões mais
eficazes, permitindo criar um produto ou prestar um serviço de qualidade, já na
na primeira tentativa.
Tudo isso resulta na maior satisfação do cliente e no fortalecimento da
organização ou empresa.
No entanto, uma boa GP exige um investimento inicial de tempo e
esforço. Se isso não acontece, o sucesso do projeto fica prejudicado. Se não
há tempo para um planejamento adequado e a organização não está
comprometida e preparada para lidar com as ferramentes de GP, é provável
que não se alcancem, com qualidade, os resultados pretendidos de um projeto.
Na GP, não há espaço para o improviso, a repetição de ações e o uso de
ferramentas por simples pressão do mercado.
A implantação da GP requer, desde o início, a disseminação, em toda a
empresa, dos princípios e da metodologia de Gerência de Projetos. É
necessária a implantação de normas e procedimentos que orientem os
patrocinadores e as equipes de projeto, e que propiciem o desenvolvimento
das habilidades dos integrantes. Para isso, é necessário constituir um comitê
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definidor de prioridades para os projetos e disponibilizar orientadores internos
ou externos capazes de apoiar as equipes.
Importante!
É preciso atenção constante para neutralizar as quatro grandes fontes de
restrições à Gerência de Projetos: escopo, qualidade, tempo e custo.
3.2. Ciclo de vida e a gerência de projetos
Na realização de um projeto podem-se distinguir cinco fases: início,
planejamento, execução, controle e finalização. Essa distinção ajuda os
profissionais envolvidos na GP a entender os objetivos do seu trabalho em
cada fase e a melhor controlar o andamento do projeto.
Essas fases não se desenvolvem de forma linear, uma após a outra,
mas se inter-relacionam e influem umas sobre as outras. Boa parte das
atividades de planejamento, por exemplo, se estende por todo ciclo do projeto
assim como as atividades de execução e controle. Entretanto, a intensidade de
trabalho ou nível de esforço de cada processo varia, como pode ser observado
na figura a seguir e nos comentários a respeito dela.
1. O processo de iniciação corresponde à fase inicial, em que o projeto é
definido e as necessidades são identificadas.
2. O processo de planejamento é a etapa em que se refinam os
objetivos do projeto, planejam-se as ações necessárias para atingi-los
e o escopo para o qual se propõe o projeto. Nessa fase, são
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desenvolvidos planos auxiliares para gerência do projeto (planos de
qualidade, comunicação, riscos, suprimentos e recursos humanos).
3. O processo de execução integra as pessoas e os outros recursos,
para colocar em prática o plano do projeto. É geralmente nessa fase
do projeto que ocorre a maior parte dos esforços da equipe e do
dispêndio de recursos.
4. O processo de controle ocorre em paralelo ao processo de execução.
Mede e monitora o progresso, para identificar variações em relação
ao planejado, de modo que ações corretivas sejam disparadas
proativamente, sempre que necessário.
5. O processo de enceramento formaliza a aceitação do projeto, serviço
ou resultado. Analisa a evolução do projeto para que eventuais erros
não se repitam no futuro.
O PMBOK® estrutura a Gerência de Projetos em nove áreas, com seus
respectivos processos, ferramentas e técnicas.
● Gerenciamento do Escopo do Projeto: assegura que se incluam todas
as atividades necessárias para se alcançarem os resultados
esperados.
● Gerenciamento do Tempo do Projeto: assegura que o projeto seja
concluído no prazo previsto.
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● Gerenciamento do Custo do Projeto: assegura que o projeto seja
concluído dentro do orçamento aprovado.
● Gerenciamento da Qualidade do Projeto: assegura que o projeto
satisfaça todas as necessidades para as quais ele foi criado.
● Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto: assegura que
todos os recursos humanos envolvidos sejam empregados de forma
adequada.
● Gerenciamento da Comunicação do Projeto: assegura que seja feita a
coleta, divulgação, armazenamento e disposição apropriada das
informações do projeto para todos os envolvidos.
● Gerenciamento dos Riscos do Projeto: assegura que os riscos do
projeto sejam identificados, analisados e que planos de contingência
sejam desenvolvidos.
● Gerenciamento de Aquisições do Projeto: promove os processos
necessários para aquisição de produtos e serviços a fim de cumprir o
escopo do projeto
● Gerenciamento da Integração do Projeto: assegura que os vários
aspectos do projeto estejam coordenados entre si.
Saiba Mais!
Objetivo é o que queremos alcançar, descrito de forma simples e direta,
qualificando nossas intenções. Exemplo: Aumentar a participação no mercado.
Os objetivos devem ser: orientados para resultados; mensuráveis; realístas
(passíveis de serem alcançados; específicos (claros e delimitados); aceitáveis
para toda a empresa; flexíveis; integrados; desafiadores para as equipes de
trabalho.
Meta é a quantificação de um objetivo. Exemplo: 10% de aumento na
participação de mercado em um ano.
As metas têm um tempo de validade curto e são submetidas a mecanismos de
controle e acompanhamento, enquanto os objetivos são mais duráveis e são
substituídos somente quando alcançados ou quando perdem sentido, devido a
alguma alteração no próprio negócio da empresa
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Importante!
Gestão por Projetos é a aplicação dos conceitos de GP, não só a projetos
específicos, mas a toda a organização. Os princípios de administração de
projetos passam a integrar a cultura organizacional da empresa ou da
instituição. Todas as operações da organização são encaradas como um
conjunto completo de projetos (alguns sendo desativados, outros em
andamento ou sendo iniciados, e, finalmente, outros sendo concluídos). A
missão, a visão, as estratégias, os objetivos e as metas da organização são
transformados em programas ou carteiras de projetos. A organização torna-se
“projetizada” e até mesmo sua missão é afetada.
A Gestão por Projeto requer um conjunto de instâncias de apoio, tais como:
● equipes autônomas de projeto, incumbidas da implementação de cada
projeto;
● escritório de apoio a projetos, que orienta as equipes da gerência de
projetos;
● centro de excelência, responsável pelo treinamento das equipes
● escritório de gerência de projetos , que faz a supervisão e a
coordenação direta das equipes;
● diretor de projetos a quem cabe o controle de toda a carteira de projetos
da organização.
Saiba Mais!
A missão define a razão de ser da empresa ou corporação, relacionando o
negócio com a possibilidade de satisfazer alguma necessidade do ambiente. É
o compromisso das pessoas dentro da organização, na busca da
sobrevivência e perpetuação do negócio, através do desenvolvimento a longo
prazo. Assim, a Missão orienta e delimita a ação organizacional.
A missão corporativa divide-se em dois elementos básicos:
● missão econômica, que define as políticas de mercado destinadas a
garantir a sobrevivência e a perpetuação de uma empresa, através de
produtos ou serviços que atendam às necessidades dos consumidores,
gerando receitas adequadas e a remuneração do capital, ou seja, o lucro;
● missão social, que define o compromisso da empresa com a
sociedade/comunidade da qual faz parte, incluindo consumidores,
fornecedores, parceiros e colaboradores, respeitando as condições
ambientais/ecológicas e colaborando no desenvolvimento comunitário,
sem preocupação com o retorno econômico.
A missão deve ser descrita de forma clara, objetiva e ampla, para que todos os
colaboradores da empresa possam ter um conhecimento preciso do
compromisso assumido.
16
3.4. Estratégias de Gerência
Para que se alcancem os objetivos de um projeto, é necessário que se
estabaleça uma estratégia, ou seja, um plano de ação que defina os recursos a
serem utilizados para alcançar cada objetivo, estabelecendo as normas e
princípios que orientam as ações de toda a equipe.
A estratégia, por sua vez, se desdobra em táticas para a implementação
efetiva. Nas táticas definem-se os momentos das ações e a combinação
adequada de recursos para cada uma delas, envolvendo, entre outros
elementos, pessoas, processos, e sistemas de informação.
Saiba Mais
Técnicas importantes para a Gerência de Projetos:









Levantamento das Necessidades do Cliente
Análise de Viabilidade - Business Case
Constituição do Projeto – Project Charter
Planejamento das Atividades – Estimativas e Premissas
Definição de Recursos – Planilha de Recursos
Plano de Comunicações
Plano de Gerenciamento de Riscos
Controle – Valor Acumulado, Curva S
Gerenciamento de Fornecimento e Contratos
3.5. O papel do Gerente de Projetos
O gerente de projetos é o principal responsável pela implementação do
projeto. Gerenciar um projeto inclui ações que se desdobram ao longo de todas
as etapas, sendo as principais:
● identificação das necessidades;
● estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis;
● balanceamento das demandas conflitantes de qualidade, escopo,
tempo e custo;
● adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às
diferentes preocupações e expectativas das diversas partes
interessadas.
Conforme se vê na figura a seguir, as responsabilidades de um
profissional envolvido com a realização de projetos estão diretamente
relacionadas a:
17
● alcançar todos os objetivos pré-estabelecidos para o projeto;
● concluir o projeto dentro do prazo pré-determinado;
● concluir o projeto respeitando o custo orçado;
● entregar os 'produtos' do projeto conforme a qualidade acordada
inicialmente.
Responsabilidades do Gerente de Projetos
Existe uma forte ligação entre esses quatro tópicos: um gerente pode
facilmente acelerar a conclusão de um projeto à custa da sua qualidade,
deixando de entregar partes pré-acordadas, ou mesmo aumentando o custo
total previsto. Da mesma forma, uma pressão para redução dos custos pode
ser atendida com a redução da qualidade ou com o comprometimento de parte
do escopo do projeto. Pode-se observar que existe um estresse gerencial entre
esses quatro tópicos, ou seja, ao melhorar o desempenho em um deles,
podem-se prejudicar os outros. No entanto, é possível melhorar todos ao
mesmo tempo, e é nesse ponto que entram as boas práticas de gerência de
projetos.
Bons gerentes de projetos podem gerar competitividade para as
organizações em que atuam, nos âmbitos nacional e internacional, se
estiverem aptos a executar ações com maior segurança e eficácia. Para isso é
necessário que possuam espírito crítico, analítico e reflexivo em sua área de
atuação e dominem os fundamentos da gerência estratégica de projetos, a
contabilidade e as finanças da empresa. Além disso, devem ter competência
para: (i) planejar, desenvolver e controlar a relação entre oferta e demanda
produtiva, dentro da organização; (ii) buscar soluções estratégicas que auxiliem
um melhor desempenho dos membros da organização, orientando-os para os
resultados e metas de produtividade; (iii) utilizar técnicas de gerência por
18
resultados e de implementação de melhoria do processo; (iv) elaborar, planejar,
desenvolver, controlar e gerenciar projetos; (v) utilizar as ferramentas para
garantir qualidade, aliando-as à produtividade; (vi) criar, implementar e
gerenciar projetos estratégicos, que sejam viáveis, competitivos e inovadores
na organização; (vii) e elaborar e prestar assessoria e consultoria em gerência
de projetos a empresas privadas, à administração pública e aos movimentos
sociais.
Um gerente de projeto pode atuar em várias frentes como: (i) criação e
implementação de projetos estratégicos, segundo a viabilidade econômica dos
empreendimentos; (ii) gestão participativa e multifuncional da empresa; (iii)
elaboração de planos de produção, distribuição e abastecimento, alinhados
com competências, missão, visão, valores e objetivos das empresas; (iv)
avaliação e análise de desempenho de fornecedores e parceiros; (v) análise da
legislação e sua aplicabilidade; (vi) criação de projetos que viabilizem redução
de custo, com ênfase na qualidade e produtividade; (vii) criação de projetos
que focalizem a qualidade e produtividade na organização; (viii) assessoria e
consultoria em projetos para empresas, como profissional autônomo.
Portanto, o Gerente de Projeto é um profissional qualificado para
exercer funções nos diversos sistemas estratégicos, táticos ou operacionais
das empresas.
19
4. ESTRUTURA DE UM PROJETO
4.1. Contexto
Para estruturar projetos, temos que evidenciar os aspectos mais
freqüentes encontrados como alternativas de investimento.
Torna-se de fundamental importância caracterizar o mercado que se
deseja atingir, o que ele compra, como ele compra, quais os principais atores
desse mercado, qual seu poder de compra e sua classe social, se é constituído
por pessoas físicas ou jurídicas. Todas essas informações necessárias, antes
de se estabelecer a localização ideal deste novo empreendimento. Por sua vez,
a escala de produção é determinante para que a engenharia possa
desenvolver uma planta capaz de absorver as demandas inerentes ao tamanho
que se deseja do novo projeto.
Definido os aspectos inerentes a mercado, localização e escala, inicia-se
o gerenciamento financeiro, administrativo, jurídico e contábil do
empreendimento, através da implantação de procedimentos e controles,
capazes de proporcionar um feedback constante sobre a evolução operacional
do projeto.
Aspectos ligados aos impactos no meio ambiente que poderão ocorrer
quando da implementação do projeto devem ser analisados, e as licenças
ambientais terão de ser levantadas, para que possamos determinar com maior
clareza os fluxos financeiros e as projeções de custos e de despesas.
Depois de tudo isso é que se parte para a implantação do projeto final e
sua operacionalização.
Nos tópicos que se seguem, abordaremos os diversos aspectos
inerentes a estrutura de um projeto, aspectos econômicoa, administrativos,
técnicos, jurídicos e legais, financeiros, contábeis e aspectos ligados ao meio
ambiente.
Antes disso, porém, veja a síntese de todo esse processo na figura x, a
seguir.
20
Figura x Síntese das Etapas de um Projeto
4.2. Análise de Mercado
4.2.1. Relação entre demanda e oferta
A relação entre a demanda de um produto - isto é, a procura - e a
quantidade que é oferecida, a oferta, pode descrever o comportamento
preponderante dos consumidores na aquisição de bens e serviços em
21
determinados períodos, em função de quantidades e preços. Nos períodos em
que a oferta de um determinado produto excede muito à procura, seu preço
tende a cair. Já em períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a
tendência é o aumento do preço.
A estabilização da relação entre a oferta e a procura leva, em primeira
análise, a uma estabilização do preço. Uma possível concorrência, por
exemplo, pode desequilibrar essas relações, provocando alterações de preço.
Ao contrário do que possa parecer a princípio, o comportamento da
sociedade não é influenciado apenas pelos preços. O preço de um produto
pode ser um estímulo positivo ou negativo para que os consumidores adquiram
os serviços que necessitam, mas não é o único. Existem outros elementos a
serem considerados nessa equação, entre eles:
● os desejos e necessidades das pessoas;
● seu poder de compra;
● a disponibilidade dos serviços - concorrência;
● a existência de produtos complementares ou substitutos;
● a capacidade das empresas de produzirem determinadas mercadorias com o nível tecnológico desejado.
Figura 1 - Modelo de Oferta e Demanda
O modelo de oferta e demanda descreve como os preços variam de
acordo com o equilíbrio entre a disponibilidade e a procura. O gráfico mostra
um aumento na demanda de D1 para D2 e o consequente aumento - no preço
22
(P1 e P2) e na quantidade (Q1 e Q2) - necessário para se atingir um novo
ponto de equilíbrio na curva de oferta (S).
Saiba Mais!
DEMANDA (ou procura) é a quantidade de determinado bem ou serviço que
os consumidores desejam adquirir, num dado período. A demanda não
representa a compra efetiva, mas a intenção de comprar, a dados preços.
Expressa a quantidade de mercadoria ou serviço que um consumidor ou
conjunto de consumidores está disposto a comprar, a determinado preço.
OFERTA é uma denominação genérica para indicar o que é disponibilizado no
mercado, sendo utilizada para substituir a expressão " produto" ou "serviço".
Também engloba os outros elementos que são objeto das ações de marketing.
O palavra oferta, portanto, não está vinculado à natureza do que é
disponibilizado no mercado. Como parâmetro para o estabelecimento dos
preços dos produtos pelo mercado, a oferta possui um peso inversamente
proporcional (quanto maior a oferta, menor o preço). A oferta é influenciada
diretamente pela demanda do produto.
A escala de demanda indica quanto (quantidade) o consumidor pode
adquirir, dadas várias alternativas de preços de um bem ou serviço, variáveis
que podem afetar a demanda:
● Riqueza (e sua distribuição)
● Renda (e sua distribuição)
● Preço do bem
● Preço dos outros bens
● Fatores climáticos e sazonais
● Propaganda
● Hábitos, gostos, preferências dos consumidores
● Expectativas sobre o futuro
● Facilidades de crédito (disponibilidade, tx. juros, prazos)
Reflita!
Paradoxo da Água e do Diamante
Por que a água, sendo mais necessária, é tão barata, e o diamante, supérfluo,
tem preço tão elevado ?
Água: grande utilidade total, baixa utilidade marginal (é encontrada em
abundância – ou melhor, era até agora).
Diamante: grande utilidade marginal (escasso).
4.2.2. Análise da Oferta de Mercado
Como dissemos, aferta é a quantidade de determinado bem ou serviço
que os produtores desejam vender, em função dos preços, em um determinado
23
período. Considera-se que os produtores são racionais, já que estão
produzindo com o lucro máximo, dentro da restrição de custos de produção.
Em suma, a lei da oferta e demanda sugere que, numa estrutura de
mercado perfeito, quem determina o preço são os consumidores. Eles
decidem quanto querem comprar e a que preço e os fornecedores só podem
concordar com as exigências e verificar quanto vale a pena produzir para
vender ao preço dado pelo consumidor. Para um entendimento mais profundo,
considere as linhas D1 e D2 da figura 1 como uma pessoa (demanda) e a linha
S como geladeiras (oferta). A oferta sempre vai aproximar-se da demanda, a
fim de vender seu produto. A decisão dos donos das indústrias é baseada
nesses gráficos, nos planos da concorrência, épocas do ano (ventiladores, ar
condicionado, aquecedor), fatores culturais, geográficos, e ambientais.
Importante!
Se estivermos em presença de uma estrutura de mercado de oligopólio
cooperativo (cartel) ou monopólio, a situação de equilíbrio não se verifica,
casos em que a oferta do mercado é o da industria que detém o monopólio ou
das poucas industrias que detêm o oligopólio cooperativo.
4.3. Localização
A análise da localização de instalações é aplicada a vários problemas,
por exemplo, a localização de aeroportos, escolas, armazéns, centrais de
tratamento de resíduos, fábricas, postos de correios, hospitais, livrarias, entre
outros. O problema da escolha da localização de instalações, entre
variadíssimos locais, é um problema de logística de enorme importância.
Achar o local ótimo corresponde, em termos de empresa, achar a
localização que viabilize a maior diferença entre receitas e custos, ou seja,
procura-se a localização que possibilite o maior lucro para a empresa, num
prazo de tempo compatível com a vida útil do empreendimento no local.
O problema de localização pode ter uma abordagem complexa, em
função do número de fatores envolvidos, o que leva a um processo de procura
através de aproximações sucessivas. A análise do problema da localização
assume um caráter de periodicidade associada a decisão de investir. Uma boa
localização procura garantir que a operação seja feita com custos mínimos a
curto prazo e/ou a longo prazo, já que esta é a típica decisão de grande
impacto nos custos de operação. Uma razão adicional para se insistir numa
abordagem dinâmica do problema da localização é a existência das
24
imperfeições no mercado. Estas imperfeições podem ser traduzidas nos custos
associados à implementação de determinado processo:
● custos de aquisição;
● custos de localização;
● custos de distribuição;
Saiba Mais
LOCALIZAÇÃO é o termo usado em Geografia e áreas afins para designar a
posição de algo num espaço físico.
Para Teruya (1999), a localização de novos empreendimentos considera
os seguintes aspectos:
a. presença e interação com os centros de pesquisas que
possibilitam a pesquisa e desenvolvimento de produtos para
competir no mercado;
b. presença de centros de qualificação de mão de obra como universidades, no sentido de atender à demanda cada vez mais
exigente por parte dos empresários;
c. presença de uma infra-estrutura física adequada, que se traduz
em ferrovias, estradas, portos e aeroportos para escoamento dos
produtos, já que uma parte da produção tem como destino o
mercado externo (principalmente os países do Mercosul). Além
disso, as empresas observam a questão de distribuição de
energia e serviços de telecomunicações;
d. condições que permitam uma boa qualidade de vida (por
exemplo, cidades onde não haja congestionamento de trânsito,
níveis altos de violência, falta de respeito ao meio ambiente ou
poluição de qualquer espécie -- visual, do ar e sonora), com
objetivo de viabilizar fluxo rápido das mercadorias;
e. presença atual e/ou futura de empresas fornecedoras de
matérias-primas de alta qualidade e de empresas demandantes
de seus produtos -- o que é caracterizado como economias de
aglomeração --para diminuição de custo de produção;
f. incentivos fiscais, que sirvam de estímulo para a instalação de
empresas, tais como doação de terrenos, construção de infraestrutura e adiamento ou isenção de impostos estaduais ou
municipais. Isso é caracterizado de guerra fiscal, mas tem
importância menor em comparação com as variáveis
mencionadas nos itens anteriores.
25
De forma geral, os estudos de localização tratam de problemas como
minimizar custos ou maximizar lucros de uma rede logística, atendendo à
procura e satisfazendo aos níveis de serviço. As restrições deverão ser, então,
o mínimo de carga a ser transportada para o sistema ser viável e o tempo
máximo para a carga chegar ao cliente.
Os problemas de localização são bastante complexos pois têm um
extenso número de variáveis de decisão que se influenciam mutuamente. Para
resolver este problema devem ser empregadas técnicas sofisticadas de
modelagem e análise, que podem ser analíticas, incluindo programação linear
e técnicas de simulação. As técnicas analíticas incluem métodos que
identificam os centros de gravidade da rede logística, o que é adequado para
decidir a localização de uma única fábrica ou um único centro de distribuição
(CD). O centro de gravidade pode ser relativo ao centro do peso, centro da
distância ou ao centro combinado do peso-distância ou ainda do centro pesotempo-distância, sempre tentando encontrar uma localização de menor custo.
Para a localização de múltiplas instalações devem ser usadas técnicas de
programação linear ou de simulação.
Saiba Mais!
A PROGRAMAÇÃO LINEAR (PL) é um método matemático de distribuir
quantidades fixas de recursos, conseguindo otimizar (maximizar ou minimizar)
um determinado objetivo e satisfazer, simultaneamente, às condições
definidas. Assim, os problemas de PL são dirigidos à modelação de situações
reais. Como motivação suplementar para os alunos, surge o estudo de
alternativas na tomada de decisões, sobretudo quando aprendem a manipular
e interpretar os resultados fornecidos pelos softwares de PL.
A PL tem ampla aplicação, sobretudo no planejamento de variados campos,
como: produção; transportes; área química; fabricação de alimentos, rações e
adubos; localização industrial; entre outros.
A fim de se estabelecerem parâmetros para determinar a localização
ideal de um novo empreendimento, podemos utilizar alguns métodos, tais
como: centro de gravidade; método dos momentos; ponto de equilíbrio; e
método dos fatores qualitativos.
A decisão de localização baseia-se em dois tipos de dados, qualitativos
e quantitativos.
● Os dados qualitativos sobre o local são aqueles que podem ser
avaliados de forma subjetiva (ex: qualidade de vida, clima).
26
● Os dados quantitativos são aqueles que podem ser medidos e ter um
valor numérico. (ex: preços, salários).
4.3.1. Método do Centro de Gravidade
O Método do Centro de Gravidade procura avaliar o local de menor
custo para a instalação, considerando o fornecimento de matérias-primas e os
mercados consumidores.
Baseia-se na analogia entre o centro de menor custo para localização de
um deposito e o centro de gravidade, tal como é definido na física.
LH ou LV = soma (custo transportes X distância X volume)
soma (custo transporte X volume)
LH = localização horizontal
LV = localização vertical
O método consiste em determinar num eixo -- em cujas estremidades
se situam duas localidades --, os principais fornecedores de materia prima (MP)
e os principais mercados consumidores (PA), identificando a localização dos
principais mercados ofertantes e demandantes.
No primeiro quadro que se segue, definimos como distância até 400 km
e extratificamos as localizações em intervalos de até 100 km.
Km 400 MP1
Km 400
PA1
MP2
PA2
PA3
Km 300 PA4
Km 200
Km 100 PA4
0
Km 100
MP3
Km 200
Km 300
Km 400
Km 400
No próximo quadro, continuando a apresentação dos dados que irão
nortear a análise para determinar a melhor localização, tendo como foco o
método do centro de gravidade, apresentam-se as localizações, tanto
horizontal (Lh) quanto vertical (Lv), dos fornecedores de matéria prima e dos
27
consumidores de produtos acabados, a quantidade que cada um disponibiliza
para a oferta ou para o consumo (Quant (t)) e o custo do transporte de cada
tonelada por km percorrdo ($/t/Km).
locais
Quant (t)
$/t/Km
Lh
Lv
MP1
200
3
100
400
MP2
400
2
200
400
MP3
300
2
400
100
PA1
140
4
400
400
PA2
300
3
400
400
PA3
40
4
300
400
PA4
240
4
100
300
PA4
40
3
100
100
A partir da identificação das variáveis, calculam-se as melhores
localizações, tanto na linha vertical quanto na horiontal, dentro de um eixo
previamente determinado e em conformidade com as estratégias de
implantação de um novo empreendimento.
LH = (200x3x100 + 400x2x200 +.....+ 40x3x100)
(200x3 + 400x2 +....+ 40x3)
LH = 1.400.000 / 4.900 = 284,7
LV = (200x3x400 + 400x2x400 +.....+ 40x3x100)
(200x3 + 400x2 +....+ 40x3)
LV = 1.844.00 / 4.900 = 376,4
A melhor localização se dará nas proximidades do km 284,7 na linha
horizontal e 376,4 na linha vertical. A intersecção das duas curvas apontará o
melhor local, mas não quer dizer que o empreendimento deva localizar-se
nesse ponto, pois há necessidade de se avaliarem diversos outros aspectos,
como: existência de mão de obra qualificada; licenças ambientais; infraestrutura, dentre outras.
28
4.3.2. Método dos Momentos
O método dos momentos é simples e intuitivo e supõe a existência dos
momentos populacionais. A ideia básica do método é igualar os momentos das
amostras aos momentos da população e procurar resolver a equação em
função das componentes da amostra. O melhor centro é aquele que tiver a
menor soma de momentos, portanto, pondera um determinado centro (cidade)
contra os demais centros existentes em uma determinada região geográfica.
Momento = (custo unitário de transporte x quantidade x distância)
M = custo unitário transporte X quantidade X distância
No quadro a seguir, são focalizados três locais candidatos à implantação
de um novo empreendimento. Para fundamentar a escolha apresentam-se: a
distância entre os referidos locais; o custo de transporte; e a demanda ou a
oferta de cada um destes locais onde se poderá situar a nova instalação.
Cidade
A
B
C
D
Distância
A-B = 100
B-A = 100
C-A = 400
D-A = 240
A-C = 400
B-C = 300
C-B = 300
D-B = 140
A-D = 240
B-D = 140
C-D = 440
D-C = 440
Custo
2 / KM
2 / KM
2 / KM
2 / KM
Demanda
10 t
3t
4t
4t
O cálculo visa basicamente a estabelecer o custo de levar a matéria
prima ou o produto acabado para cada uma das potenciais localidades. Para
tanto, pondera-se uma a uma, e a que obtiver o menor custo poderá vir a
receber o novo empreendimento.
29
Cálculo dos momentos:
A= ($2 x 03t x 100km) +( 2 x 4 x 400) + (2 x 4 x 200 )= $6.600,00
B = ($2 x 10t x100km) + (2 x 4 x 300) + (2 x 4 x 140) = $6.400,00
C =($ 2 x 10t x 400km) + (2 x 3 x 300) + (2 x 4 x 440) = $14.300,00
D = ($2 x 10t x 200km) + (2 x 3 x 140) + (2 x 4 x 440) = $9.400,00
A melhor opção para se implantar o novo empreendimento é a cidade B
4.3.3. Método do Ponto de Equilíbrio
Através desse método realiza-se uma análise de custos para cada
alternativa de localização previamente seleccionada. Calcula-se o lucro
associado a cada alternativa através da previsão da quantidade de vendas e
dos preço das mercadorias. Obviamente a melhor solução será aquela que
ensejar maior lucro.
Passos para o uso do método:
1. calcular os custos fixos, os custos variáveis e os preços de venda;
2. calcular, para cada localidade, o ponto de equilíbrio (sabendo-se que
o ponto de equilíbrio é a quantidade a produzir que iguala os custos e
as receitas);
3. escolher a localidade com o menor ponto de equilíbrio com a
finalidade de recuperar mais rápidamente o investimento.
4. comparar diferentes localidades em função dos custos totais de
operação (fixos + variáveis).
Exemplo:
Determinar a melhor localização para uma quantidade de 20.000
unidades anuais, sabendo-se:
Cidade
Custo fixos anuais
Custos variáveis anuais
A
$120.000,00
$64,00
B
$300.000,00
$24,00
C
$400.000,00
$14,00
Cidade A = $120.000,00 + 20.000 X $64,00 = $1.400.000,00
Cidade B = $300.000,00 + 20.000 X $24,00 = $800.000,00
Cidade C = $400.000,00 + 20.000 X $14,00 = $700.000,00
A melhor opção para se implantar o novo empreendimento é a cidade C.
30
4.3.4. Método dos Fatores Qualitativos
O método da Ponderação Qualitativa pode ser usado quando não se
consegue adequar uma estrutura de custos a cada localidade considerada. O
modelo consiste em: (i) determinar uma série de fatores importantes para a
decisão; (ii) atribuir a cada localidade alternativa um julgamento que é
convertido em nota, através de uma escala arbitrária; (iii) atribuir um peso a
cada fator. A soma ponderada das notas, multiplicadas pelos pesos dos
factores, dará a pontuação final para cada localidade, escolhendo-se a que
obtiver a maior pontuação.
Notas/localidades
Peso
Fatores
A
B
C
D
10
Disponibilidade pessoal
7,4
8,0
6,4
4,0
14
Aspectos sindicais
10,0
4,0
7,0
9,4
20
Restrições ambientais
4,0
7,4
9,0
6,4
14
Qualidade de vida
9,0
8,0
9,4
8,4
14
Suprimento de materiais
6,4
6,0
7,4
8,4
14
Isenção impostos
4,0
8,0
8,0
8,4
10
Desenvolvimento regional
4,0
6,0
8,0
6,4
682
694
804
770
A melhor opção para se implantar o novo empreendimento é a cidade C.
4.4. Aspectos econômicos
Os aspectos econômicos dizem respeito ao mercado, à localização do
empreendimento planejado e à escala de produção.
O mercado é um dos primeiros e mais importantes aspectos a serem
analisados, buscando-se determinar o mais exatamente possível a quantidade
demandada de produtos ou serviços, os respectivos preços de venda e os
possíveis canais de distribuição.
A localização diz respeito à escolha do local do empreendimento, que
deve levar em conta o próprio mercado, a escala em que se vai atuar,
considerações técnicas sobre custos de transporte, existência de fornecedores,
existência de clientes, disponibilidade de mão de obra e infraestrutura, dentre
diversos outros quesitos de importância elevada para determinar-se a
localização desejada (por ex. aspectos de sustentabilidade ambiental).
31
A determinação da escala de produção irá depender de todos esses fatores.
4.5. Aspectos técnicos
Os aspetos técnicos envolvem considerações referentes a: seleção entre
diversos processos de produção; engenharia do processo; arranjo físico dos
equipamentos da fabrica; tecnologia etc.
Envolvem também aspectos ligados à gerência dos processos produtivos
como gráficos, cronogramas, implantação de métodos de controle e criação de
indicadores operacionais de desemepenho. O processo de planejamento e de
controle de projeto é grandemente ajudado pelo uso de técnicas que auxiliem os
gerentes de projeto a lidar com sua complexidade e sua natureza temporal. Entre
essas técnicas destacam-se: o Método do Caminho Crítico –COM; o Gráfico de
GANT; e a Técnica PERT – Revisão e Avaliação de Programas.
4.5.1. O método do caminho crítico
Em qualquer empresa, a principal questão a ser resolvida pelo PCP
(Planejamento e controle da Produção) é alocar recursos disponíveis, no
sentido de garantir a conclusão de projetos.
Por outro lado, a data de conclusão de qualquer projeto é, junto com os
custos e as aptidões técnicas do executor, fator determinante na escolha, pelo
cliente, da empresa que executará o projeto. Tentando solucionar os problemas
do PCP foram criadas, na década de 40 duas técnicas:
● PERT – Program evaluation and review technique e
● CPM – Critical path method.
Inicialmente aplicadas a projetos de grande porte, essas técnicas
buscam sequenciar as diferentes atividades do projeto de forma que cada uma
delas tenha seu inicio e término encadeados com as demais atividades que
estarão ocorrendo em seqüência e/ou em paralelo com a mesma.
Atualmente conhecidas como Técnica PERT/CPM, ou técnica do
Caminho Crítico, que disponibiliza para os administradores:
● visão gráfica das atividades que compõem o projeto;
● estimativa de quanto tempo o projeto consumirá;
● visão de quais atividades são críticas para o atendimento do
prazo de conclusão do projeto;
● visão de quanto tempo de folga dispomos nas atividades não
críticas, o qual pode ser negociado no sentido de reduzir a
aplicação de recursos e consequentemente custos.
32
Exemplo: A MONTAGEM DA REDE
Podemos trabalhar com os tempos e a distribuição dos recursos
necessários para atingirmos a previsão de conclusão de um projeto por meio
de de uma rede ou diagrama que represente as relações de dependência entre
todas as atividades que compõem o projeto.
Uma rede PERT/CPM é formada por um conjunto de setas e nós
interligados entre si. As setas representam as atividades que consomem
determinados recursos (máquinas, mão de obra etc) e/ou tempo. Os nós
representam os momentos de inicio e fim das atividades que são chamadas de
eventos. Os eventos são pontos, no tempo, que demarcam o projeto e,
diferentemente das atividades, não consomem recursos nem tempo. O nome
da atividade aparece em cima da seta e sua duração em baixo. A direção da
seta caracteriza o sentido de execução da atividade. Cada ligação existente
entre o nó inicial e o final do projeto é chamado de caminho.
No exemplo a seguir temos três caminhos:
 1, 2, 4, 6
 1, 3, 4, 6
 1, 3, 5, 6
Somando os tempos individuais de cada caminho, temos o tempo para
percorrer o caminho total e o caminho total que tiver o maior tempo estabelece
o tempo total de conclusão do projeto, é o caminho crítico.
As atividades desse caminho são chamadas atividades críticas, pois
qualquer atraso na conclusão delas, repercute de forma direta no tempo total
de conclusão do projeto. As atividades que não fazem parte do caminho crítico
apresentam folgas, e um atraso em sua conclusão, desde que não ultrapasse
os tempos do caminho crítico, não afetam o tempo total de conclusão do
projeto.
33
4
C
2
7
F
A
5
10
D
1
1
6
5
B
G
4
6
3
E
9
5
O caminho crítico é 1, 2, 4, 6 e o tempo para sua conclusão é de 22
unidades de tempo.
4.5.2. O diagrama de Gantt
O diagrama de Gantt (ou mapa de Gantt) é um gráfico usado para
ilustrar o avanço das diferentes etapas de um projeto. Os intervalos de tempo
representando o início e fim de cada fase aparecem como barras coloridas
sobre o eixo horizontal do gráfico.
Desenvolvido em 1917 pelo engenheiro social Henry Gantt, esse gráfico
é utilizado como uma ferramenta de controle de produção. Nele podem ser
visualizadas as tarefas de cada membro de uma equipe, bem como o tempo
utilizado para cumpri-la. Assim, pode-se analisar o empenho de cada membro
no grupo, desde que os mesmos sejam associados à tarefa como um recurso
necessário ao desempenho da mesma.
Associado a essa idéia, está o fato de que essa forma de representação
gráfica das atividades de um projeto permite:
I.
avaliar os custos resultantes do consumo de recursos necessários à
conclusão de cada uma das tarefas previstas;
II.
balizar o desempenho do projeto, por medição relativa entre o tempo
decorrido e o grau atual de conclusão da tarefa perante o previsto.
Assim, a partir do diagrama de Gantt, é possível tirar conclusões sobre o
seu desempenho em termos de custo e prazo.
Veja, a seguir, exemplo de gráfico de Gantt, para implantação de BSC
em uma unidade de ensino superior
34
Ano
2011
Mês
Etapas
7
8
9
10
2012
11 12
1
2
3
4
4
6
7
8
9
10 11
Elaboração da minuta do projeto
- Reunião de apresentação
- Construção do projeto
Homogeneização do conhecimento
-Dignóstico (mapeamento feito em conjunto)
- Encontro com o grupo do PE (Planej. Estrat.)
- Elaboração de relatório parcial - Definição dos
módulos do treinamento
- Ampliação do grupo do PE - 30 componentes
- Treinamento do BSC - em módulos
Realização de seminários com os GD Grupos de Discussão
- Composição dos grupos - superar desafios
- Composição das comissões e subcomissões
- Elaboração de relatório parcial Embasamento para plano de implantação
Planejamento da implementação da
metodologia do BSC
- Implantação paralela
- Definição de ação - objetivos - metas –
indicadores
- Assessoria na implantação
4.6. Aspectos financeiros
O gerenciamento financeiro de projetos envolve basicamente a
metodologia de retorno do capital investido. Para tanto, têm fundamental
importância as seguintes definições:
Composição do capital próprio e de terceiros:

Restituição e/ou remuneração do capital alheio;

Custo de remuneração das diversas fontes.
Financiamentos:

Alternativas de empréstimo que apresentem maior conveniência
ou otimizem a rentabilidade;

Volume de capital emprestado (cronograma de desembolso).
35
12
Capital de Giro Próprio:

Análise financeira das fontes e aplicações do dinheiro.
Outros:

Análise financeira retrospectiva e/ou prospectiva;

Grau de endividamento, índices de liquidez etc.
4.7. Aspectos administrativos
A organização em que o projeto está inserido pode ser de duas
categorias: ou é uma organização que vive de projetos, ou é uma organização
que adotou o gerenciamento por projetos para a sua administração.
De um modo geral, as organizações utilizam diversas estruturas. As
principais são:
● organização com estrutura funcional: cada funcionário tem um
superior bem definido, e as equipes são organizadas por
funcionalidade (ex. finanças, produção etc) ou seguindo
estruturas internas da empresa;
● organização projetizada: a empresa é organizada em
departamentos, sendo que cada um responde a um gerente de
projeto. Algumas áreas dão suporte a todos os projetos.
● Organização matricial: a estrutura matricial é uma combinação
das estruturas – funcional e projetizada. Com isso pode assumir
características distintas que dependem exclusivamente do grau
de relevância que se atribui a cada extremo. Pode ser dividida em
estrutural matricial fraca, forte e balanceada.
o A estrutura matricial fraca mantém o gerente funcional
com um nível maior de autoridade, parecendo-se mais
com uma estrutura funcional.
o A estrutura forte se parece muito com uma estrutura
projetizada e o gerente de projetos possui grande
autoridade, podendo alocar recursos de outras áreas ou
mesmo contratar recursos externos para realizar o
projeto.
o A estrutura matricial balanceada representa um
equilíbrio entre os dois extremos, o lado funcional e o
projetizado.
36
4.8. Outros aspectos a Considerar
4.8.1. Aspectos jurídicos e legais
A definição da forma de constituição da sociedade, a assessoria na
obtenção de incentivos fiscais e legais, análise de contratos, dentre outros
aspectos jurídicos.
4.8.2. Aspectos relativos ao meio ambiente
Analisar e avaliar o impacto ambiental que o projeto poderá vir a causar
e seus desdobramentos econômicos, sociais e legais.
4.8.3. Aspectos contábeis
Definir a estrutura contábil da empresa, a metodologia de elaboração
dos cronogramas financeiros e suas projeções, as demonstrações de
resultados inerentes ao projeto.
5. ETAPAS PRINCIPAIS DE UM PROJETO
Segundo Tom Peters, em seu artigo intitulado, Você = seus Projetos,
publicado em 1999, pela revista Você SA,
Seu grande projeto, neste exato momento está lá fora, esperando por
você. Tudo o que você precisa fazer é encontrá-lo, identificá-lo e então
criá-lo. É bastante simples... e também bastante difícil. Afinal, como
reconhecer seu grande projeto quando você se deparar com ele? E,
após reconhecê-lo, o que fazer para dar forma a esse projeto,
desenvolvê-lo e transformá-lo em um grande projeto? Para responder
a estas perguntas e para que você se mantenha no caminho certo,
relacionamos a seguir passos que precisam ser dados para fazer com
que seu grande projeto se torne uma realidade.
● Estudos Preliminares - são investigações de caráter exploratório e
sumário, em torno de uma idéia inicial para um projeto. Podem
orientar-se pelo seguinte roteiro:
o reconhecimento sumário do mercado;
o identificação da capacidade de produção dos atuais
fornecedores;
o levantamento da disponibilidade e fontes de abastecimento das
principais matérias-primas;
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o análise dos fatores políticos, econômicos, sociais, que podem
afetar a implantação do projeto;
o consulta sem restrição principais competência.
● Anteprojeto - o Anteprojeto é um estudo mais sistemático de todos os
aspectos que deverão integrar o projeto final, sem, contudo, abordar
com profundidade os detalhes de engenharia e produção e os
estudos complementares.
● Projeto Final - é a versão que engloba todos os estudos
desenvolvidos na fase de anteprojeto.
● Execução - essa etapa corresponde à fase de execução dos investimentos
previstos, com:
o construção de edifícios e instalações;
o montagem de equipamentos;
o realização de testes de funcionamento;
o recrutamento e seleção de pessoal etc..
● Funcionamento - nesta etapa focaliza-se o funcionamento do conjunto
produtivo alinhado no projeto.
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6.REFERÊNCIAS
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Campus, 1984.
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competências para gerenciar projetos - teoria e casos. 2ª ed. São Paulo:
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viabilidade. São Paulo: Atlas, 2002.
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gerenciamento de projetos. 2 ª ed. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2008.
DUFFY, Mary. Gestão de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 2006.
GIDO, Jack; CLEMENTS, Janes P. Gestão de projetos. São Paulo: Thompson
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e gestão. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
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2. ed. rev. aum. e atual. São Paulo: Saraiva, 2006.
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transformar idéias em resultados. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002
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empresas de alta tecnologia. UFRGS, 1999. Disponível em:
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