site do Alkantara Festival

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A L K
A N T
A R A
ALK A N TA R A FESTIVAL
Arkadi Zaides
Christiane Jatahy
Christopher Brett Bailey
Cláudia Dias
Collectif Jambe
El Conde de Torrefiel
Faustin Linyekula
Federico León
Lula Pena
Philippe Quesne
Quico Cadaval, Celso F. Sanmartín
e Jose Luis Gutiérrez
Rabih Mroué
Radouan Mriziga
Gonçalo Waddington
João dos Santos Martins
e Cyriaque Villemaux
Joris Lacoste
Roger Bernat
Sofia Dias & Vítor Roriz
Taoufiq Izeddiou
Takao Kawaguchi
tg STAN
26 MAIO — 11 JUNHO’16
14º FESTIVAL INTERNACIONAL DE ARTES PERFORMATIVAS
Mundos
em palco
P.0 4 / P.0 5 — ED I TO R I A L
Regresso ao futuro (Navegar é preciso)
P.0 9 — E S E ELA S F O S S EM PA R A M O S C O U ?
Christiane Jatahy
P. 1 0 — LA S I D EA S
Federico León
P. 1 1 — AU TO I N T I T U LA D O
João dos Santos Martins e Cyriaque Villemaux
P. 1 2 — P ER F O R M A N C ES PA R A O A LK A N TA R A
Sofia Dias & Vítor Roriz
P. 1 3 — A R C H I VE
Arkadi Zaides
P. 1 4 — S U I T E N º 2
Joris Lacoste / Encyclopédie de la Parole
P. 1 5 — T H I S I S H OW W E D I E
Christopher Brett Bailey
P. 1 6 — S U R LES T R AC ES D E D I N OZO R D
Faustin Linyekula
P. 1 7 — A B O U T K A Z U O O H N O
Takao Kawaguchi
P. 1 8 — O C ER EJ A L
tg STAN
P. 1 9 — R I D I N G O N A C LO U D
Rabih Mroué
P. 2 0 — S EG U N DA- F EI R A : AT EN Ç ÃO À D I R EI TA
Cláudia Dias
P. 2 1 — T H E D I A LO G U E S ER I ES : I V. M OYA
Faustin Linyekula
P. 2 2 — W E N EED TO TA LK
Roger Bernat
P. 2 3 — EN A LER T E
Taoufiq Izeddiou
P. 2 4 — LA N U I T D ES TAU P ES ( W ELC O M E TO C AVELA N D ! )
Philippe Quesne
P. 2 5 — ES C EN A S PA R A U N A C O N VER SAC I Ó N . . .
El Conde de Torrefiel
P. 2 6 — 5 5
Radouan Mriziga
P 2 7 — O N O S S O D ES P O R TO P R EF ER I D O P R ES EN T E
Gonçalo Waddington
P. 2 8 — AQ U I H Á R EG R A S !
Collectif Jambe
P. 2 9 — O S C O N TO S D E J O S ELÍ N
Quico Cadaval, Celso F. Sanmartín e José Luís Gutiérrez
P. 30 — C O N C ER TO D E EN C ER R A M EN TO
Lula Pena
P. 34 / P. 35
Calendário
P. 38
Bilhetes e Assinaturas / Espaços de Apresentação
P. 4 0
Equipa / Redes
P.2
P.3
Será que alguém poderá dizer — Já sei o suficiente do passado posso dedicar-me ao futuro?
Com esta pergunta, uma das muitas de Segunda-Feira, Cláudia Dias e Pablo Fidalgo Lareo dão
o tom ao 14ª Alkantara Festival. O espetáculo começa no ano mágico de 1974 (ano da Revolução de abril, mas também do mítico combate entre Ali e Foreman em Kinshasa) e é apenas
um dos vários títulos presentes num festival de artes contemporâneas que se debruça sobre o
passado ou que procura conectar-se com a tradição.
As nuvens escuras que pairam sobre a Europa (e, no fundo, um pouco por todo o mundo) inverteram o clássico antagonismo progressista versus conservador. Hoje ser-se “progressivo” no
sentido mais lato do termo (isto é, acreditar que podemos fazer melhor enquanto sociedade)
significa tentar preservar um conjunto de valores contra forças que os vão lentamente consumindo. Nesse sentido, os progressistas esforçam-se por conservar; os conservadores lutam
pela mudança. Tudo isto poderia apresentar-se de uma forma negativa. Em vez de criar novas
visões para o futuro estamos provavelmente demasiado focados numa luta à retaguarda. É de
salientar, contudo, que este conservadorismo progressista tem, pelo menos, a valência de nos
relembrar que o progresso nunca é um processo linear e que nos obriga a repensar a nossa
relação com a história.
Alguns dos artistas desta edição vêm de partes do mundo que, na sua história recente, viveram momentos drásticos de ruptura (descolonização, revoluções...) e dão voz a uma percepção
crescente de que temos de regressar ao ponto em que rompemos com o passado para que
possamos entender quem somos, onde estamos (e talvez essa ruptura não tenha sido tão radical quanto pensávamos) e para onde vamos. Esta é uma ideia muito presente no trabalho
do Artista na Cidade Faustin Linyekula, que ao longo da última década tem utilizado o seu
corpo e o dos seus cointérpretes em palco como um meio de ligação ao passado. Tanto Taoufiq
Izeddiou como Radouan Mriziga, ambos oriundos de Marraquexe, criam, de formas opostas, elos
entre a sua dança contemporânea e a herança de uma riquíssima cultura islâmica – que vai muito
além dos clichés que infetam o modo como o ocidente olha para o mundo árabe.
Outros ainda investigam as origens das suas próprias práticas artísticas. Takao Kawaguchi
mergulha até à tradição do butô do pós-Segunda Guerra Mundial e centra-se num dos seus
fundadores mais radicais e coloridos, Kazuo Ohno. Christiane Jatahy e tg STAN partem de textos de Anton Tchechov (respetivamente As Três Irmãs e O Cerejal) para retratar temas contemporâneos como a emigração. Os Contos de Joselín revisita um dos tesouros escondidos da
cultura popular galega e as suas sempre relevantes histórias de poder, morte e dinheiro. Joris
Lacoste, por seu turno, recorre ao stock inesgotável da palavra falada e sobrepõe expressões
vocais extraídas da cacofonia do mundo - discursos políticos, conversas telefónicas, uma aula
de ginástica, palavras de amor e ódio – para redefinir a forma como essas palavras ressoam juntas, libertando o seu potencial dramático, trágico ou cómico. Roger Bernat abre-nos as portas
da história do cinema para explorar a sempre difícil relação entre o público e a intimidade. E
Colletif Jambe regressa às origens dos jogos para entender as noções básicas das regras e das
leis na sociedade.
Contra a globalização da cultura, tantas vezes fachada de um mercado globalizado que põe em
risco o controle sobre os nossos destinos, outros criadores tendem a focalizar-se em questões
locais que, ainda assim, continuam a ter um eco universal. Ao colocar em palco o seu irmão
Yasser, Rabih Mroué revisita o cenário trágico da guerra civil libanesa, levantando questões de
memória e de representação. Arkadi Zaides, através das câmaras do projeto B’Tselem, olha
para o impacto de meio século de ocupação na sociedade israelita.
Por mais díspares que sejam as motivações e as línguas destes criadores, há um ponto em
comum: o olhar que lançam ao passado não é nostálgico, mas sempre crítico, delicado e incisivo. E muitas vezes repleto de humor sério: El Conde de Torrefiel e o seu retrato de uma
geração europeia perdida; Federico León a jogar ping pong com o seu próprio processo criativo;
Philippe Quesne a reunir Platão e um grupo de toupeiras numa caverna, algures entre Altamira
e um abrigo atómico. Todos eles demonstram que profundidade e ligeireza não são insustentavelmente opostos.
O Alkantara Festival 2016 permanece um exercício de fazer muito com muito pouco. Se não
houve uma evolução substancial da precariedade das condições relativamente a 2014 – quando
tornámos público o risco da não continuidade – optamos por continuar a atravessar o oceano,
tal como a maior parte do sector cultural em Portugal. Animados pelas recentes mudanças políticas do país, perguntamo-nos se a cultura será capaz de restaurar a sua viabilidade e capacidade
de desempenhar um papel vital nos grandes debates da sociedade. Um futuro próximo dirá se
esta é mais uma apreciação ingénua ou se há realmente terreno fértil do outro lado.
P.04
Will anyone be able to say – I know enough about the past to dedicate my time to the future?
Regresso
ao futuro
(Navegar
é preciso)
With this question, one of many in Monday, Cláudia Dias and Pablo Fidalgo Lareo set the tone
for the 14th Alkantara Festival. Monday starts in the magical year 1974 (of the revolution but also
of the famous Ali-Foreman fight in Kinshasa) and is just one of the many works in this contemporary arts festival that look to the past or seek a connection to a tradition.
The dark clouds gathering over the European continent (and pretty much the rest of the world)
have upset the classic progressive-conservative antagonism. These days, to be “progressive” in
the widest sense of the word (that is, to believe that we can do better, as a society, than we are
doing now) means to try to hold on to/preserve/defend a set of values against the forces that
are eating away at them. So the progressives struggle to conserve, while the conservatives fight
to change. This could be cast in a negative light. Instead of creating new visions for a future,
we progressives seem perhaps too focused on our fighting retreat. But as we look back, we
are reminded that progress is never a linear process, and we are prompted to reconsider our
relationship with history.
Some of the artists of the festival, coming from parts of the world that were at the breaking
point not too long ago (decolonization, revolutions...), give voice to a growing understanding
that we have to return to the point where we broke with the past in order to understand who we
are, where we are now (and maybe this breaking point wasn’t as radical as we had dreamed?)
and where we are going. This idea is very much present in the work of Lisbon’s Artist of the City
Faustin Linyekula, who over the past ten years has used his body on stage, and those of his coperfomers, as a medium to connect to the past. Both Taoufiq Izeddiou and Radouan Mriziga,
born and raised in Marrakesh, link their contemporary dance practice to the heritage of a rich
Islamic culture in very opposite ways, but always far beyond the clichés that infect the way the
west looks at the Arab world.
Others investigate the origins of their own artistic practice. Takao Kawaguchi digs into the postWWII tradition of Butoh and one of its most radical and colorful founders, Kazuo Ohno. Christiane Jatahy and tg STAN both use the words of Anton Chekhov to describe contemporary phenomena like emigration. Contos de Joselín revisits a hidden treasure of Galician popular culture
and its ever-relevant stories about power, death and money. Joris Lacoste draws on the endless
resource that is the spoken word, superposing the vocal expressions extracted from the hullabaloo of the world – political speeches, phone conversations or a gym class, words of hate and
love – to allow the fullness of their theatrical, dramatic, tragic and comedic power to reverberate.
Roger Bernat invites us to step into film history to explore the difficult relationship between the
public and the intimate. And Collectif Jambe returns to the origins of games, to understand basic
notions of rules and laws in society.
In opposition to the globalization of culture, the facade on a market globalization that threatens our fundamental control over our destinies, artists tend to focus on local issues, albeit with
universal resonance. Setting his youngest brother Yasser against the tragic backdrop of the
Lebanese Civil War, Rabih Mroué lays bare fundamental questions of memory and representation. Arkadi Zaides looks through the camera lenses of the B’Tselem project at the impact of half
a century of occupation on Israeli society.
However different their motivations and languages, these artists have one thing in common:
their looking back is never nostalgic, but always critical, delicate and sharp, often with a serious
sense of humor. El Conde de Torrefiel’s portrait of Europe’s lost generation; Federico León playing ping pong with his creative process; Philippe Quesne bringing together Plato and a bunch of
moles in a cave, somewhere between Altamira and an atomic bomb shelter – all are examples
that depth and lightness need not be contradictory.
The Alkantara Festival 2016 remains an exercise in doing lots with very little. Although the precariousness of our condition has basically not changed since we publicly assumed that the continuation of the festival was in danger in 2014, we have opted to extend the crossing of the ocean,
like much of the Portuguese cultural sector. Heartened by the recent changes in our political landscape, we hope culture will be able to restore its viability and vital role in society’s major debates.
The near future will tell if this is another naive assessment of if there truly is dry land ahead.
Thomas Walgrave and the Alkantara Festival team
P.05
Com quantos anos aprendeste a disfarçar a tua urgência?
ES TR EI A NACI ONAL / ABER TUR A
São Luiz Teatro Municipal
Sala Principal
QUA 25, QUI 26 e SEX 27 MAIO
19h e 22h
duração 90min + pausa + 90min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 15€
Em português, legendado em inglês
In Portuguese with English surtitles
© Aline Macedo
QUI 26 MAIO / 16H
Ponto de Encontro Alkantara
Teatro Estúdio Mário Viegas
Filme A falta que nos move
E SE E LAS FOSSE M PAR A MOSCOU?
Christiane Jatahy
[B R ]
E se Moscovo pudesse ser o que quiséssemos imaginar? Se fosse um passo rumo à mudança? Se fosse um salto no abismo que nos leva ao novo? Se fosse, de alguma forma,
nascer outra vez? A partir de As três irmãs de Anton Tchekhov, a encenadora e cineasta
brasileira Christiane Jatahy transporta estas questões para o teatro, para o cinema e para
as cidades, desdobrando-as em múltiplos pontos de vista, criando interseções entre realidade e ficção, teatro e cinema, passado e presente. As três protagonistas encontram-se
mergulhadas numa profunda insatisfação que abre a porta a uma possível mudança. Será
a emigração a solução?
E se elas fossem para Moscou? é um espetáculo desdobrado em duas sessões simultâneas. Uma é apresentada num contexto teatral. Outra tem lugar numa outra sala, onde
se exibe a versão filmada e editada, em direto, do espetáculo. O público é convidado a
assistir às duas versões no mesmo dia, com um intervalo entre elas.
Com este espetáculo, Christiane Jahaty recebeu, no Brasil, o Prémio Shell 2015 para a
melhor encenadora e Stella Rabello foi galardoada com o prémio da melhor atriz.
As três irmãs é uma das peças mais emblemáticas de Tchekhov. Para além de E se elas
fossem para Moscou?, o Alkantara Festival propõe uma outra adaptação de um texto do
autor russo, a “anti-peça” O Cerejal, na versão da companhia belga tg STAN.
\
Brazilian director and filmmaker Christiane Jatahy transports her retelling of Chekhov’s The
Three Sisters to the stage, screen and city, unpacking multiple points-of-view at the intersection between reality and fiction, theater and cinema, past and present. Three women are
drowning in deep dissatisfaction, a suffering that opens the door to change. Is emigration
the answer?
P.09
A partir do texto As Três Irmãs, de Anton
Tchekhov
Elenco Isabel Teixeira, Julia Bernat e Stella Rabello
Adaptação, guião e edição ao vivo
Christiane Jatahy
Direção de fotografia e câmara ao vivo
Paulo Camacho
Conceção cenário Christiane Jatahy
e Marcelo Lipiani
Direção de arte e cenário Marcelo Lipiani
Figurinos Antonio Medeiros e Tatiana Rodrigues
Direção Musical Domenico Lancelotti
Iluminação Paulo Camacho e Alessandro Boschini
Projeto de som Denilson Campos
Diretor de palco Thiago Katona
Coordenação técnica vídeo, pintura de arte,
cenário e músico Felipe Norkus
Operador de som (teatro) Benhur Machado
Operador de Mixagem ao vivo (cinema)
Francisco Slade
Operador de luz Leandro Barreto
Consultoria de vídeo Julio Parente
Assistente de direção e interlocução artística
Fernanda Bond
Elenco de apoio (filme) Paulo Camacho, Felipe
Norkus e Thiago Katona
Colaboração no guião Isabel Teixeira,
Julia Bernat, Stella Rabello e Paulo Camacho
Direção de produção e tour manager
Henrique Mariano
Coprodução Le CENTQUATRE-PARIS, Zürcher
Theater Spektakel e SESC
Cia Vertice de Teatro é patrocinada pela Petrobras
Um projeto da Cia Vértice de Teatro
Centro Cultural de Belém
Pequeno Auditório / BoxNova
ESTR EIA N ACIO N AL
Maria Matos Teatro Municipal
Sala Principal com bancada
SEX 27 — SÁB 28 MAIO
19h / duração 70min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 10€
© Bea Borgers
Em espanhol, legendado
em português e inglês
In Spanish with Portuguese
and English surtitles
© José Carlos Duarte
SEX 27 e SÁB 28 MAIO / 21h30
duração 60min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 12€
LA S I DEA S
Federico León
AUTOINTITULADO
João dos Santos Martins
e Cyriaque Villemaux
[ AR ]
[P T e F R ]
Dramaturgia e encenação Federico León
Elenco Julián Tello e Federico León
Asssistentes de direcção e produção Rodrigo
Pérez e Rocío Gómez Cantero
Direção artística (vídeo) Mariela Rípodas
Cenografia Ariel Vaccaro
Luz Alejandro Le Roux
Música Diego Vainer
Figurinos Paola Delgado
Fotografia Ignacio Iasparra
Design Alejandro Ros
Projeção video Paula Coton, Agustín Genoud
Desenvolvimento Ligne Directe/Judith Martin
Câmara Guillermo Nieto
Direção artística Mariela Rípodas
Som Diego Vainer
Montagem Andrés Pepe Estrada
Pósprodução Alejandro Soler
Assitentes Malana Juanatey
Casting Maria Laura Berch
Perfomers vídeo Alejandra Manzo, Maitina de
Marco, Ana Maria Monti, Maria Laura Santos,
Bárbara Irisiarri, Pablo Gasloli, Alejandro Ini, Patricia
Russo, Jose Maria Seoane, Alfredo Staffolani,
Martín Tchira, Emanuel Torres, Antonella Querzoli,
Gabriel Zayat
Tradução Teresa Fernandes
Coprodução Kunsten Festival des Arts, Festival
d’Autome à Paris / Théâtre de la Bastille, Iberescena, FIBA – Festival Internacional de Buenos Aires,
El Cultural San Martín, Fundación Teatro a mil, La
Bâtie – Festival de Genève, La Villette – Résidences
d’Artistes 2014
Autor, encenador, ator e cineasta argentino, Federico León é uma figura emblemática da
cena artística independente de Buenos Aires. Las ideas, a sua última criação, assemelha-se
a um work in progress. Sentado na sua mesa de trabalho (uma mesa de ping-pong), o artista
agarra as diferentes ideias que fervilham na sua cabeça, analisa-as, confronta-as com outras
ideias, submete-as a um colaborador, pergunta-se a si próprio como elas poderiam ser postas em prática e, pouco a pouco, começa a dar forma a novos trabalhos.
Vemos o artista criar, hesitar, corrigir, navegar na internet, editar sequências de vídeo, misturar imagens e som, editar textos e pesquisar nos arquivos da sua memória e do seu disco
duro. Somos convidados a mergulhar na sua intimidade, despida e exposta a todos num
ecrã. Em Las ideas, Federico León caminha numa corda bamba entre a ficção e a realidade,
trazendo para palco os efeitos vertiginosos do processo criativo.
\
Argentine writer, director, actor and filmmaker Federico León is an emblematic figure in the
independent arts scene in Buenos Aires. Las ideas, his most recent work, takes the form of
a work in progress: sitting at his desk (a ping pong table), León analyzes the ideas that are
bouncing around in his head. He confronts them with other ideas, submits them to the opinions of his collaborator, asks himself how they can be put into practice and, step by step,
begins to give form to new work. The audience is invited into his private world, striped down
and displayed on a screen. In Las ideas, Federico León walks the tightrope between fiction
and reality by putting the vertiginous effects of the creative process on stage.
P.10
“Autointitulado foi feito para esquecer uma série de improvisações dançadas num estúdio
previsto para esse efeito. As danças então filmadas, e depois apagadas, comportavam
resíduos daquilo que identificámos como influências e imagens marcantes. Cada modelo,
conhecido ou anónimo, cujo peso nos ancilosa os membros, levou-nos a uma composição de danças feita a partir da nossa memória. O intervalo de tempo que separa os
modelos que reproduzimos supõe uma forma de narrativa cujos efeitos procurámos não
exagerar. Não se trata pois de uma enésima história da dança posta em cena mas de uma
prática de estúdio trazida para fora do aquário para ser asfixiada de uma vez por todas.
No mínimo.”
João dos Santos Martins e Cyriaque Villemaux
João dos Santos Martins (Portugal, 1989) trabalha como performer e bailarino desde 2008.
No seu percurso, inclui-se, entre outros, colaborações com o Teatro Praga, Xavier Le Roy
e Eszter Salamon. Cyriaque Villemaux (França, 1988) é formado pela P.A.R.T.S. Trabalhou
com Noé Soulier, Xavier Le Roy, Julie Kowalczyk. Autointulado, que junta os dois coreógrafos pela primeira vez, estreou em 2015 no Circular Festival.
\
“Autointitulado was made in order to forget a number of improvizations we danced in a studio designed for that purpose. The dances we recorded, and have since deleted, carried residues that we identified as influences and striking images. Each known or anonymous model,
whose weight stiffens our limbs, has inspired the composition of dances according to our
memory. The time gaps between the models we reproduced suggest a kind of narration. We
did not exaggerate its effects. This is not about another staged dance history, but a studio
practice brought out of the aquarium to be asphyxiated once for all. If only.”
João dos Santos Martins and Cyriaque Villemaux
P.11
Um projecto de e por Cyriaque Villemaux
e João dos Santos Martins
Desenho e operação de luz Rui Monteiro
Coprodução Circular Festival de Artes Performativas, CCB, Alkantara Festival
Produção executiva e difusão Circular Associação
Cultural
Residências artísticas Alkantara, O Espaço do
Tempo, [8:tension] no contexto do projeto
Life Long Burning (2013-2018) subsidiado pelo
programa Cultura da União Europeia, A22, Graner,
Circular Festival de Artes Performativas
Apoio Fundação Calouste Gulbenkian e Teatro Sá
da Bandeira - Santarém
Agradecimentos Forum Dança, O Rumo do Fumo,
Nome Próprio, o Espaço do Tempo, Aristide Bianchi, André E. Teodósio, Diana dos Santos Martins,
Manuel João Martins, Polina Akhmetzyanova
Com o apoio DNA / Programa Europa Criativa
da União Europeia
ESTR EIA N ACIO N AL
ES TR EI A NACI ONAL
Espaço Alkantara
São Luiz Teatro Municipal
Palco da sala principal
SÁB 28 e DOM 29 MAIO
SÁB 4 e DOM 5 JUNHO
a partir das 16h
A CLASSIFICAR PELA CCE / entrada livre
© Sofia & Vítor
© Jean Couturier
DOM 29 — SEG 30 MAIO
21h / duração 60min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 12€
P E RFO RM A N CES PA R A O A LK A N TA R A
Sofia Dias & Vítor Roriz
Conceito e performance
Sofia Dias & Vítor Roriz
Colaboração
Miguel Raposo, Thomas Walgrave,
Filipe Pereira, Nuno Borda de Água
e Catarina Dias.
AR CHIVE
Arkadi Zaides
[PT]
A dupla Sofia Dias & Vítor Roriz ocupa o estúdio do espaço Alkantara para apresentar uma
série de quatro performances improvisadas ou pouco ensaiadas. Algumas das performances são feitas de sobras dos seus processos de trabalho - coisas que não encontraram
lugar na composição final dos espetáculos -, outras de materiais que utilizam frequentemente durante esses processos para induzir um certo estado mental de pesquisa e outras
performances decorrem ainda da recontextualização de materiais dos espetáculos. Em
quase todas as performances subsiste uma tentativa de decomposição ou redução do
vocabulário da dupla aos seus elementos de base: corpo, voz, objetos, escrita, som e
texto. Nesta série, cada um destes elementos tem o seu espaço próprio numa abordagem
mais informal, menos eficaz e controlada, rumo a um eventual esgotamento ou transformação. Talvez esta partilha em estúdio seja motivada pelo facto da dupla completar dez
anos de colaboração.
\
Sofia Dias & Vítor Roriz present a series of four improvised or barely rehearsed performances
at espaço Alkantara. Some are based on material from other pieces, previously unused or
recontextualized; others appropriate exercises from their research processes. Each performance is underpinned by a desire to decompose or reduce the work to its basic elements:
body, voice, objects, sound and text.
SÁB 28 MAIO Performance # 1 | Objetos
animismo . obsessão . estado primário — duração aprox. 70min [última entrada 17h]
DOM 29 MAIO Performance # 2 | Escrita
traço . repetição . desvio — duração aprox. 60min [última entrada 16h45]
[I L]
De que forma é que um artista israelita se posiciona face ao conflito israelo-palestiniano?
Partindo de material filmado pelos voluntários palestinianos da B’Tselem Camera Project,
o bailarino e coreógrafo Arkadi Zaides chama a atenção para os corpos dos israelitas, tal e
qual como eles foram captados pela câmara. Os palestinianos, esses, permanecem atrás
das câmaras.
Ainda que os vídeos apontem para um contexto incontornavelmente local, a abordagem
de Zaides tem uma dimensão universal: questiona o potencial para a violência contido
no corpo de cada pessoa; indaga o preço a pagar coletivamente pelo controlo do outro.
Zaides extrai gestos e vozes, apropria-se deles, realçando questões de participação e de
responsabilidade, ao mesmo tempo que o corpo se transforma num arquivo vivo.
Desde 2007 que a ONG israelita B’Tselem distribui câmaras e organiza formações em vídeo para as populações da Cisjordânia, de Jerusalém Oriental e de Gaza. Os vídeos realizados por voluntários, frequentemente transmitidos pelos meios de comunicação israelitas
e internacionais, documentam o quotidiano destes territórios e denunciam a ocupação.
\
What position can an Israeli artist take towards the Israeli-Palestinian conflict? Working with
material filmed by the Palestinian volunteers of the B’Tselem Camera Project, dancer and
choreographer Arkadi Zaides draws attention to the bodies of Israelis, as they are captured on
film. The Palestinians remain behind the camera. Zaides extracts and appropriates gestures
and voices, reframing the issues of participation and responsibility, and transforming his body
into a living archive.
SÁB 4 JUNHO Performance # 3 | Texto
restos . simultaneidade . divagações — duração aprox. 45min [última entrada 16h30]
DOM 5 JUNHO Performance # 4 | Voz
fragmentação . duplo . mecanismo — duração aprox. 90min [última entrada 17h15]
P.12
P.13
Material audiovisual voluntários do Camera
Project do B’Tselem – Centro Israelita para os
direitos humanos nos territórios ocupados: Iman
Sufan, Mu’az Sufan, Bilal Tamimi, Udai ‘Aqel, Awani
D’ana, Bassam J’abri, Abu ‘Ayesha, Qassem Saleh,
Mustafa Elkam, Raed Abu Ermeileh, Abd al-Karim
J’abri, Issa ‘Amro, Mu’ataz Sufan, Ahmad Jundiyeh,
Nasser Harizat, Abu Sa’ifan, Muna A-Nawaj’ah,
Oren Yakobovich, Nayel Najar
Conceito e coreografia Arkadi Zaides
Consultoria de vídeo Effi Weiss e Amir Borenstein
Desenho de som e dramaturgia vocal Tom Tlalim
Aconselhamento artístico Katerina Bakatsaki
Assistência de coreografia Ofir Yudilevitch
Figurinos Adam Kalderon
Desenho de luz Thalie Lurault
Interface de comando à distância Pierre-Olivier
Boulant
Direção técnica Etienne Exbrayat
Técnico de som Cyril Communal
Produção Yael Bechor/Naama Golan
Agradecimentos Myriam Van Imschoot
Produção Arkadi Zaides
Coprodução Festival d’Avignon, CDC Toulouse,
Théâtre National de Chaillot, CNDC Angers,
Emile Zola Chair for Human Rights
Residências CDC Toulouse, CNDC Angers, STUK
Leuven, Théâtre National de Chaillot, WP Zimmer,
Amsterdam Master of Choreography
Distribuição internacional Key Performance
Maria Matos Teatro Municipal
Sala Principal com bancada
ES TR EI A NACI ONAL
Culturgest
Pequeno Auditório
TER 31 MAIO / 21h30
QUA 1 JUNHO / 19h
duração 85 min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 14€
QUA 1, QUI 2 e SEX 3 JUNHO
19h / duração 70min
M14 / 15€
Em várias línguas,
legendado em português
Em inglês, legendado em português
In English with Portuguese surtitles
© Jemima Yong
In various languages, surtitled
in Portuguese and English
S U I TE N º 2
THIS IS HOW W E DIE
Encyclopédie de la Parole
Joris Lacoste
Christopher Brett Bailey
[UK ]
[FR]
Composição e direção Joris Lacoste
Música Pierre-Yves Macé
Elenco Vladimir Kudryavtsev, Emmanuelle Lafon,
Nuno Lucas, Barbara Matijevic, Olivier Normand
Assistência e colaboração Elise Simonet
Desenho de luz, vídeo, gestão técnica
Florian Leduc Som Stéphane Leclercq
Figurinos Ling Zhu Codificador de vídeo Thomas
Köppel Assistente de vídeo Diane Blondeau
Tradução gestão de projeto Marie Trincaretto
Releitura e correção Julie Etienne
Coaches vocais Valérie Philippine Vincent Leterme
Coaching de línguas Azhar Abbas, Amalia Alba
Vergara, Mithkal Alzghair, Sabine Macher, Soren
Stecher- Rasmussen, Ayako Terauchi Besson
Colecionadores de arquivos convidados Constantin Alexandrakis, Mithkal Alzghair, Ryusei Asahina,
Adrien Bardi Bienenstock, Judith Blankenberg,
Guiseppe Chico, Manuel Coursin, David-Alexandre
Guéniot, Léo Gobin, Haeju Kim, Monika Kowolik,
Federico Paino, Pauline Simon, Ayako Terauchi
Besson, Helene Roolf, Anneke Lacoste, Max
Turnheim, Nicolas Mélard, Tanja Jensen, Ling Zhu,
Valerie Louys, Frederic Danos, Barbara Matijevic,
Vladimir Kudryavtsev, Olivier Normand,
Nuno Lucas Tradução Teresa Fernandes / Patrícia
Azevedo da Silva / Joana Cabral
Produção e administração Dominique Bouchot e
Marc Pérennès Desenvolvimento Judith Martin /
Ligne Directe Produção Echelle 1:1 (com o apoio
do Ministério da Cultura e da Comunicação/
DRAC Ile- de-France) Coprodução T2G Théâtre de
Gennevilliers / Festival d’Automne à Paris, Asian
Culture Complex - Asian Arts Theater Gwangju,
Kunstenfestivaldesarts, Théâtre Vidy-Lausanne,
Steirischer Herbst Festival, Théâtre Agora-Seinendan, La Villette - résidences d’artistes 2015,
Théâtre national de Bordeaux en Aquitaine, Rotterdamse Schouwburg. Com a ajuda dos programas
Théâtre Export e CIRCLES do Institut Français e do
Nouveau Théâtre de Montreuil. Residência Usine,
Scène conventionnée (Tournefeuille)
Criação Kunstenfestivaldesarts
Com o apoio NXTSTP / Programa Cultura
da União Europeia
Suite nº2 orquestra as palavras que têm impacto no mundo - cada uma à sua maneira.
Palavras que são ação. Palavras que fazem bem e palavras que amedrontam. Palavras
que lutam, sofrem, esperam, revoltam-se, certificam-se. Palavras que dançam e palavras
que fazem amor. Palavras que reclamam piedade. Palavras que rejeitam. Palavras dadas,
palavras mantidas, palavras traídas. Palavras em crise. Palavras endividadas, palavras em
pânico e palavras em luta...Todas essas palavras são reais: todas elas foram pronunciadas
algures no mundo e depois recolhidas pela Encyclopédie de la Parole. Encontram-se pela
primeira vez neste espetáculo, pela mão de um quinteto de excelentes intérpretes (entre
eles o português Nuno Lucas), compostas por Joris Lacoste e harmonizadas pelo compositor Pierre-Yves Macé.
Suite nº 2 marca o regresso de Joris Lacoste e da Encyclopédie de la Parole com um espetáculo polifónico, depois do impressionante coral uníssono de Suite nº1 ‘ABC’, que abriu o
Alkantara Festival em 2014.
Desde 2007 que um grupo de artistas, académicos e curadores tem vindo a colecionar,
sob o nome de Encyclopédie de la Parole, todo o tipo de gravações orais em todas a línguas possíveis, estruturando-as de acordo com características como cadência, melodia,
natureza coral ou tónica. A partir desta coleção, destilam uma série de projetos artísticos
muito diversos, que vão de exposições a jogos, passando por palestras e espetáculos.
Histórias de paranoia, amor juvenil e ultraviolência matraqueadas numa colagem de narrativa e spoken word. Da mesa de Christopher Brett Bailey vem uma odisseia vertiginosa
de humor negríssimo e prosa de pesadelo.
Com ecos de Lenny Bruce, William Burroughs, poesia beat e filmes de série B, THIS IS
HOW WE DIE é um naco suculento de trash surrealista, uma viagem fatal pela cultura
americana e um exorcismo estonteante para um mundo convencido de que está a morrer.
Christopher Brett Bailey é performer, criador teatral e músico. THIS IS HOW WE DIE é o
seu primeiro espetáculo a solo. Peça-sensação de Edimburgo em 2014, recebeu o Arches
Brick Award e um Off West End Theatre Award.
\
A motor-mouthed collage of spoken word and storytelling. Tales of paranoia, young love and
ultra-violence. From the desk of Christopher Brett Bailey comes a spiralling odyssey of pitch
black humor and nightmarish prose. With echoes of Lenny Bruce, William Burroughs, beat
poetry and B-movies, THIS IS HOW WE DIE is a prime slice of surrealist trash, an Americana
death trip and a dizzying exorcism for a world convinced it is dying. Christopher Brett Bailey is
a performer, theater-maker and musician. His first solo show THIS IS HOW WE DIE received
the Arches Brick Award and an Off West End Award.
\
Suite no. 2 orchestrates words that create an effect in the world, each in their own way. Words
that are action. Words that do good and words that frighten. Words that fight, suffer, wait,
revolt, give comfort. Words that call for mercy. Words that refuse. Words given, words kept,
words betrayed. Words in crisis. Words in debt, words in panic, words in struggle…. All of the
words are real; all were pronounced somewhere in the world and collected by Encyclopédie
de la Parole. They come together for the first time in this performance, through the voices
of five excellent performers (including Portuguese artist Nuno Lucas), composed by Joris
Lacoste and harmonized by composer Pierre-Yves Macé.
Suite nº 2 marks the return of Joris Lacoste and Encyclopédie de la Parole to Lisbon, after
opening the Alkantara Festival in 2014 with the impressive unison choir piece Suite nº1 ‘ABC’ .
P.14
P.15
Texto e interpretação Christopher Brett Bailey
Músicos George Percy, Alicia Jane Turner,
Christopher Brett Bailey e Apollo
Música e desenho de som George Percy,
Christopher Brett Bailey
Dramaturgia Anne Rieger
Desenho de luz Sherry Coenen
Diretor técnico Alex Fernandes
Produção Beckie Darlington
Tradução Joana Frazão
Uma encomenda Ovalhouse
Com o apoio de Arts Council England,
the Basement, Cambridge Junction
e Norwich Arts Centre
ESTR EIA N ACIO N AL
ES TR EI A NACI ONAL
Culturgest
Grande Auditório
São Luiz Teatro Municipal
Sala Principal
QUA 1 e QUI 2 JUNHO / 21h30
duração 80min
M12 / 15€
QUA 1 JUNHO / 21h
QUI 2 JUNHO / 19h
duração 100min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 12€
©Bozzo
QUA 1 JUNHO / Sala 1
Conversa após o espetáculo
com os artistas
© Agathe Poupeney
Em francês, legendado em português
In French with Portuguese surtitles
S U R LES TR ACES DE DI N OZORD
Faustin Linyekula
Direção artística Faustin Linyekula
Elenco Serge Kakudji (contratenor), Dinozord, Papy
Ebotani, Djodjo Kazadi, Faustin Linyekula
(bailarinos), Maurice Papy Mbwiti, Antoine Vumilia
Muhindo (atores)
Texto Richard Kabako, Antoine Vumilia Muhindo
Música W. A. Mozart (Requiem, excertos) – Charles
Lwanga Choir of Kisangani, Joachim Montessuis
(Nierica), Arvo Pärt (Pari Intervallo, Redeuntes
in mi, Trivium, Annum per Annum), Jimi Hendrix
(Voodoo Child)
Produção Studios Kabako – Virginie Dupray
Coprodução KVS Theatre, Bruxelas
ABOUT K A ZUO OHNO
Takao Kawaguchi
[ CG ]
Em 2006, Faustin Linyekula prestou homenagem ao seu amigo Antoine Vumilia Muhindo,
um escritor e preso político em Kinshasa, condenado à morte. The Dialogue Series: III.
Dinozord era um retrato doloroso da história de Kisangani, onde Faustin cresceu, uma
cidade que sofreu grandemente com os conflitos entre 1997 e 2002. A peça contava a
história dos seus amigos de infância. Faustin Linyekula decidiu voltar em 2012 ao trabalho
que dedicou a Vumilia, cujas circunstâncias mudaram entretanto significativamente, pois
conseguiu fugir, exilou-se na Suécia e está em cena na nova peça.
Sur les traces de Dinozord prossegue a reflexão com os mesmos artistas, incluindo o bailarino Dinozord e o contratenor Serge Kakudji, e com as mesmas perguntas prementes que
Faustin fez às pessoas na ruas e nos campos em 2006: que é feito dos vossos sonhos no
Congo devastado pela guerra?
Faustin Linyekula nasceu em 1974 no antigo Zaire, hoje República Democrática do Congo.
O seu percurso integra uma dezena de criações que foram apresentadas no mundo inteiro, incluindo colaborações com a Comédie-Française, o coreógrafo Raimund Hoghe e o
Ballet de Lorraine. Em 2001 fundou os Studios Kabako em Kinshasa, transferindo-os em
2006 para Kisangani, a cidade onde cresceu.
[J P ]
Copiar a dança do mestre do butô Kazuo Ohno a partir de arquivos de vídeo foi o desafio
a que Takao Kawaguchi se propôs numa performance que viria a causar polémica no meio
da dança de Tóquio. Perante o carácter inimitável das criações de Ohno, qualquer cópia
implicaria a suspensão de todas as crenças e interpretações do copiador, projetando-se
este nas formas e contornos do velho bailarino de forma tão precisa quanto possível. Porém, quanto maior é a aproximação ao movimento original, maior o hiato existente entre
Ohno e Kawaguchi – um hiato que sublinha as características distintivas de quem copia.
Assim sendo, esta cópia é um original, uma coreografia que Kawaguchi cria em dueto com
a imagem ilusória de Ohno.
\
Takao Kawaguchi’s reenactment of archival video footage of Butoh master Kazuo Ohno
caused a commotion in the Tokyo dance scene. Any copy of the largely inimitable work of
Kazuo Ohno requires the performer to suspend his personal beliefs and interpretation, in
order to project his body onto the forms and contours of the aged dancer as precisely as
possible. The result is a copy that is in itself an original, a choreography created by Kawaguchi
with the illusory image of Ohno.
\
In 2006, Faustin Linyekula paid homage to his friend Antoine Vumilia Muhindo, a writer and
political prisoner in Kinshasa facing a death sentence. The piece told the story of Faustin’s
hometown and childhood friends. Sur les traces de Dinozord picks up where the previous
piece left off, with dancer Dinozord and Countertenor Serge Kakudji and the same questions
that Faustin asked people in the streets and fields in 2006: what has become of your dreams
in war-ravaged Congo?
P.16
P.17
Coreografia Kazuo Ohno e Tatsumi Hijikata
Dança Takao Kawaguchi
Dramaturgia e imagens Naoto Iina
Figurinos Noriko Kitamurra
Desenho de Luz Nami Nakayama
Performance in Video Yoshito Ohno
Arquivos gentimente cedidos por Kazuo Ohno
Dance Studio, CANTA Ltd + Rehearsal studio
support Tokyo Zokei University, CS-Lab
ESTR EIA N ACIO N AL
ES TR EI A NACI ONAL
Teatro Nacional D. Maria II
Sala Estúdio
QUI 2 SEX 3 e SÁB 4 JUNHO
21h / duração 140min
A CLASSIFICAR PELA CCE / entre 5€ e 17€
SEX 3 e SÁB 4 JUNHO
19h / duração 65min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 12€
Em inglês, legendado em português
In English with Portuguese surtitles
Em árabe, legendado em português e inglês
In Arabic with Portuguese and English surtitles
© Sommerszene Bernhard Mueller
Teatro Nacional D. Maria II
Sala Garrett
© Koen Broos
Masterclass
SAB 4 JUNHO
16h
O CEREJAL
tg STAN
Texto Anton Tchekhov
De e com Evelien Bosmans, Evgenia Brendes,
Robby Cleiren, Jolente De Keersmaeker, Lukas
De Wolf, Bert Haelvoet, Minke Kruyver, Scarlet
Tummers, Rosa Van Leeuwen, Stijn Van Opstal e
Frank Vercruyssen
Desenho de luz Thomas Walgrave
Figurinos An d’Huys
Cenografia Damiaan De Schrijver
Equipa técnica Tom Van Aken, Chris Vanneste e
Tim Wouters
Produção tg STAN
Coprodução Kunstenfestivaldearts, Festival
d’Automne (Paris), Théâtre de la Colline (Paris),
TnBA (Bordéus), Le Bateau Feu (Dunkerque),
Théâtre de Nîmes, Théâtre Garonne (Toulouse)
e STAN
Agradecimentos Cynthia Loemij, Woedy Woet
e Kopspel vzw
Com o apoio NXTSTP / Programa Cultura
da União Europeia
R IDING ON A CLOUD
“A minha peça estreou ontem e não estou lá de muito bom humor.” Assim reagiu
Tchekhov, numa carta de janeiro de 1904, à estreia daquela que viria a ser a sua última
peça, O Cerejal. Se é certo que Stanislavski a encenou como uma tragédia, Tchekhov via-a
sobretudo como uma comédia. Há 112 anos que a natureza trágica ou cómica do texto
tem dividido gerações de críticos e criadores. Tg STAN junta-se agora à polémica com dez
atores a apropriarem-se de forma ímpar deste texto amplamente debatido. Se A Gaivota
é, para muitos, a peça perfeita, O Cerejal seria a “anti-peça” perfeita. O tempo presente
quase não existe, abafado que está pela predileção nostálgica e romântica do passado e
pela frágil aspiração a um futuro incerto.
A caminho dos 30 anos, a companhia belga tg STAN (Stop Thinking About Names) continua a reinventar-se, mantendo uma abordagem crítica e não dogmática do teatro e da
sociedade, que permite uma leitura, ao mesmo tempo contemporânea e fiel ao texto
original, dos grandes clássicos do repertório mundial.
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“My play premiered yesterday, and I’m not in a very good mood.” So writes Chekhov in a
letter dated January 1904, following the premiere of what would be his last play, The Cherry
Orchard. Although Stanisklavski directed it as a tragedy, Chekhov viewed his play primarily
as a comedy. For 112 years, the tragic or comedic nature of the text has divided generations
of critics and artists. Tg STAN engages in the controversy with ten actors making this muchdebated text their own. If The Seagull is, for many, the perfect play, The Cherry Orchard is
the perfect “anti-play.” The present is almost non-existent, smothered between a nostalgic,
romantic predilection for the past and a fragile aspiration after an uncertain future.
P.18
Rabih Mroué
[ B E]
[LB ]
Imagens: uma surge, outra evapora-se. Muitas vezes ele não entende a relação entre uma
e outra imagem. Precisa de alguém que o conheça bem e que lhe explique tudo, fazendo assim com que uma imagem estática ganhe movimento. Como funciona a memória
quando as lembranças são como imagens estáticas, sem cenas do passado?
Rabih Mroué convida o seu irmão Yasser a desempenhar um personagem em tudo semelhante a si. Baleado durante a guerra civil do Líbano, e tendo perdido a capacidade de
usar as palavras, Yasser começou a fazer vídeos como terapia - vídeos esses que agora se
fundem em palco com as suas memórias reconstruídas, desenhando um retrato subjetivo
dos desenvolvimentos políticos do Líbano. Riding on a cloud revela a frágil construção de
uma biografia, que ganha contornos entre a realidade política, as memórias, os fatos e a
ficção.
Rabih Mroué (Líbano, 1967) viveu os horrores da Guerra Civil do Líbano, quando cada pessoa parecia construir a sua própria verdade dos acontecimentos. Essas história constituem material de autorreflexão e são o ponto de partida para muitas das suas performances, frequentemente reprovadas pelos censores libaneses.
\
A picture appears; another evaporates. Many times he doesn’t understand the relationship
between the two pictures. He needs someone who knows him well to explain things, in order
for the static image to gain movement. How does memory work when each recollection is a
single picture with no sequencing?
Rabih Mroué invites his brother Yasser to play a character that resembles him in every way.
Having lost the ability to speak due to an injury sustained during the Lebanese Civil War, Yasser began making videos as part of his therapy – videos that now merge on stage with his
reconstructed memories to draw a subjective portrait of political developments in Lebanon.
Riding on a cloud reveals the fragile building of a biography, borrowing from political reality,
memories, facts and fiction.
P.19
Uma performance de Rabih Mroué Escrita e dirigida por Rabih Mroué Com a colaboração de Sarmad Louis
Com Yasser Mroué
Assistência Petra Serhal
Tradução Patrícia Azevedo da Silva
Com o apoio de Fonds Podiumkunsten,
Prins Claus Fonds, Hivos & Stichting DOEN
Agradecimentos especiais Lina Saneh,
Frie Leysen, Mroué’s family (Souad, Ahmad,
Ammar, Ziad, Maha, Mazen, Nabil e Fatima Bazzi),
Ahlam Awada, Samar Maakaroun, Janine Broud,
Karma e Nadi Louis
Agradecimentos Hito Steyerl, Manal Khader,
Eric Baudelaire, Paul Khodr, Lamia Joreige,
Joanna Hadjithomas and Khalil Joreige, Fariba
Derakhshani, Mohamad Hojeiry, Matthias Lilienthal, Ali Zuraik, Louis Family, Petra Serhal, Hagop
Derghougassian, Ziad Mroué, Christine Tohmé,
Ashkal Alwan e família Mroué
ESTR EIA N ACIO N AL
ES TR EI A NACI ONAL
São Luiz Teatro Municipal
Sala Principal
SEX 3 e DOM 5 JUNHO / 21H30
SÁB 4 JUNHO / 19H
duração 55min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 12€
SÁB 4 JUNHO / 21H
DOM 5 JUNHO / 17H30
duração 60min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 12€ e 15€
Em português, legendado em inglês
In Portuguese with English surtitles
Em inglês e francês, legendado em português
In English and French with Portuguese surtitles
© Agathe Poupeney
© José Caldeira / TMP
Maria Matos Teatro Municipal
Sala Principal com bancada
SEGUNDA-FEIR A: ATENÇÃO À DIREITA
Cláudia Dias
Conceito e direção artística Cláudia Dias
Artista convidado Pablo Fidalgo Lareo
Intérpretes Cláudia Dias, Jaime Neves,
Pablo Fidalgo Lareo
Olhar Crítico – Sete Anos Sete Peças
Jorge Louraço Figueira
Treinador de Boxe Tailandês Jaime Neves
Direção técnica Nuno Borda de Água
Cenografia e desenho de luz Thomas Walgrave
Produção Alkantara
Residências artísticas Espaço Alkantara, Göteborg
Dance and Theatre Festival e Vitlycke Centre for
Performing Arts (com o apoio de KID Gothemburg), Teatro Extremo /Teatro - Estúdio António
Assunção; Companhia de Dança de Almada; O
Espaço do Tempo;
Teatro Municipal do Porto
Tradução Patrícia Azevedo da Silva
Coprodução Alkantara, Câmara Municipal de
Almada, Goethe Institut, Maria Matos Teatro
Municipal, Teatro Municipal do Porto, Noorderzon
Performing Arts Festival Groningen
Apoios EUROPOLY, projeto Europeu para teatro
e cinema do Goethe Institut em cooperação com
Munchner Kammerspiele, Onassis Cultural Centre
Athens, Sirenos – Vilnius International Theatre
Festival, Maria Matos Teatro Municipal,
Tiger Dublin Fringe, Fundação GDA
O projeto Sete Anos Sete Peças é apoiado pela
Câmara Municipal de Almada
Com o apoio de Kid Gothemburg
THE DIALOGUE SE R IE S: IV. MOYA
Faustin Linyekula
[PT]
[C G]
Quando levamos um soco, pelo menos acontece qualquer coisa. Com alguma sorte, se
dermos por ela, temos noção que está a acontecer. É um primeiro passo, quando nos
esmurram a cara, saber algo. Mas bom mesmo é saber quem, como, para quê, o que foi.
Num mundo de agressão mais ou menos dissimulada, em casa e no trabalho, e mais ou
menos simulada, no ócio e no lazer, é de esperar que mais cedo ou mais tarde alguém
nos dê esse soco. Nem que seja metafórico. O que surpreende é que tanta gente apanhe
sem saber porquê.
Antes de deixar, por inadvertência, que alguém nos esmurre a cara, é bom ter presente as
consequências do ato. Não saber quais são a motivação e a finalidade desse mesmo ato
é, por mais que o murro nos acerte em cheio, passar ao lado dos acontecimentos. Sem
entendimento, o fato é-nos alheio. Eis como um conflito pode chegar a não ser, mesmo
depois de ter acontecido. Que é o agora? Comparado com o antes e o depois, nada. Antes
e depois do impacto, avaliemos o ato. A partir disto, construamos o edifício do próprio
tempo, a história, e a nossa memória do futuro. Não ter medo. Não ter medo de tudo. Não
deixar o medo ter tudo. Não edificar sobre ele o Portugal futuro.
(Jorge Louraço Figueira)
The Dialogue Series: IV. Moya é o quarto de uma série de espetáculos que Faustin Linyekula está a desenvolver com amigos, artistas, bailarinos e coreógrafos sobre a relação destes
com a História, sobre o contexto em que se inserem e sobre o papel que a arte ocupa em
tudo isso.
Agora é a vez de Moya Michael, bailarina e coreógrafa cujo percurso inclui colaborações
com Rosas, Akram Khan Cie e Larbi Cherkaoui.
Moya Michael nasceu na África do Sul durante um regime político no qual a cor da pele
determinava os direitos que se tinha e o lugar a que se podia aspirar na sociedade. Ser ou
não ser mestiça em Joanesburgo, Kisangani ou Bruxelas tem, certamente, significados
diferentes. Com uma jukebox imaginária, Moya Michael expõe em palco as suas questões,
escolhas e inquietudes. Um solo acompanhado, vulnerável e honesto, que nos desarma
pela sua simplicidade.
\
\
In a world of more or less dissimulated aggression at home and at work, and more or less
simulated aggression in leisure, it is to be expected that sooner or later someone will start
throwing punches. At least metaphorically. What is surprising is that so many people take the
hit without knowing why.
Before allowing someone to slug us, for lack of warning, it is a good idea to keep the consequences of the act in mind. Not knowing the motivation and finality of that act is missing
the point, no matter how square the punch lands. (If the act is unfamiliar then a conflict can
become nothing, even after it has happened.)
Dancer Moya Michael was born in South African under a political regime in which the color
of your skin determined your rights and aspirations in society. To be or not to be of color in
Johannesburg means something different than in Kinsangani or Brussels. With an imaginary
jukebox, Moya Michael shares her questions, choices and concerns in an accompanied solo,
vulnerable and honest, disarming in its simplicity.
The Dialogue Series: IV. Moya e Sur les traces de Dinozord são os dois espetáculos do
coreógrafo congolês Faustin Linyekula apresentados pelo Alkantara Festival no âmbito da
bienal Artista na Cidade.
Com o apoio NXTSTP / Programa Cultura
da União Europeia
P.20
P.21
Direção artística Faustin Linyekula
Performance Moya Michael
Música Mahlathini and the Mahotella Queens,
Franco, Abdullah Ibrahim
Produção Studios Kabako – Virginie Dupray
Coprodução KVS Theater
ESTR EIA N ACIO N AL
ES TR EI A NACI ONAL
São Luiz Teatro Municipal
Sala Principal
Cinema São Jorge
SEG 6 e TER 7
16h às 24H (Sessão Contínua)
M12
TER 7 e QUA 8 JUNHO / 21H
/ 12€ e 15€
A CLASSIFICAR PELA CCE
© Fouad Nafili
Legendado em português e inglês
WE NEED TO TALK
Roger Bernat
Conceção Roger Bernat
Dramaturgia Roberto Fratini
Coordenação técnica Txalo Toloza
Sonorização Noel Palazzo
Aplicação Jordi Rosa e Daniel Cecilia
Documentação Noel Palazzo e Arturo Bastón
Masterização sonora Cristobal Saavedra
Assessor Jurídico Carmenchu Buganza
Agradecimentos Bruno Jordà, Ramiro Ledo
Cordeiro, Simona Levi i Montse Badia
Coordenação Helena Febrés Fraylich
Produção Elèctrica Produccions (Barcelona)
Coprodução Temporada Alta (Girona) e Maria
Matos Teatro Municipal (Lisboa)
Com o apoio Create to Connect / Programa
Europa Criativa da União Europeia
EN ALERTE
We Need to Talk é uma instalação/performance que pega nas palavras dos amantes e
explora o turbilhão de nuvens perversas e irracionais que lançam uma sombra coletiva
sobre todas as histórias de amor. De portas fechadas, os amantes dizem coisas que não
ousariam repetir a ninguém. O cinema ofereceu-nos vislumbres deste espaço invisível.
Envolvendo o público na dobragem de cenas de amor retiradas de filmes de todos os períodos, seguimos os passos do cinema para criar uma paródia carnavalesca, onde valores,
leis e costumes são postos de lado enquanto vamos desfrutando da excitante liberdade
sexual de simplesmente fazer o que quisermos.
Roger Bernat estudou pintura, arquitetura e teatro. Desde 2008, cria performances no
qual o público sobe ao palco e se torna o protagonista. “Os espectadores passam por um
dispositivo que os convida a obedecer ou conspirar e, em qualquer dos caso, a pagar com
os seus próprios corpos e comprometerem-se”.
\
We Need to Talk uses lovers’ words to explore the swirling, irrational, unjust clouds that cast
a collective shadow over all love affairs. Behind closed doors, lovers say things they would
never dare repeat to anyone else. Film has offered us glimpses of this invisible space. Engaging the audience in dubbing love scenes from films from all periods, we follow in the footsteps
of cinema to create a carnivalesque parody where values, laws and manners are cast aside
as we enjoy the exciting sexual freedom of simply doing as we please.
P.22
Taoufiq Izeddiou
[ ES ]
[M A ]
É possível conciliar a dança e a espiritualidade? Taoufiq Izeddiou responde de forma magistral a esta questão utilizando a primeira para evocar a segunda. O coreógrafo marroquino interroga-se sobre essa força extraordinária que permite a alguns aceder a uma sabedoria que atravessa os séculos e a outros mergulhar numa violência cega em nome de
um ideal intangível. En Alerte constrói-se sobre três alicerces: a lembrança (a sua primeira
dança, aos 5 anos, que foi também o seu primeiro contacto com a espiritualidade), a voz
(que canta, que fala, que se exprime em várias línguas) e a religião (como uma resposta
rápida aos nossos medos e em nítida oposição com a espiritualidade, que é uma conquista a longo prazo). Três pontos de partida para transformar essa pesquisa espiritual numa
coreografia de movimentos e de sons.
\
Is it possible to conciliate dance and spirituality? Taoufiq Izeddiou responds masterfully to this
question, using dance to evoke the spiritual. The Moroccan choreographer interrogates the
extraordinary force that allows some to access an age-old form of knowledge, while reading
others to plunge into blind violence in the name of an unattainable ideal.
Coreografia e dança
Taoufiq Izeddiou
Músicos M’Aalem Stitou,
Mathieu Gaborit aka Ayato
Vídeo Joachim Rümke
Som Benoit Pelé
Produção Anania Danses/Taoufiq Izeddiou
Coprodução Kunstenfestivaldesarts, Charleroi
Danses, Festival de Marseille, steirischer herbst
(Graz), Arab Fund for Arts and Culture AFAC.
Apoio Noorderzon Performing Arts Festival
(Groningen); Alkantara, Centre Chorégraphique
National de Franche-Comté à Belfort, Klap/Maison
pour la danse (Marselha), Bois de l’Aune/Pôle
artistique et culturel de la Communauté du Pays
d’Aix, Centre Chorégraphique National d’Orléans,
Tanzquartier Wien, Institut français (Paris)
Com o apoio da Embaixada do Reino
de Marrocos em Portugal
Com o apoio NXTSTP / Programa Cultura
da União Europeia
P.23
ES TR EI A NACI ONAL
E STR EIA N ACION AL
Maria Matos Teatro Municipal
Sala Principal com bancada
Culturgest
Grande Auditório
QUA 8 e QUI 9 JUNHO / 21H30
duração 70min
A CLASSIFICAR PELA CCE / 12€
© Martin Argyroglo
© Mara Arteaga Hernández
TER 7 e QUA 8 JUNHO / 21H30
duração 90min
M12 / 15€
L A N U I T D ES TAU PES ( WELCO ME TO CAVELA N D!)
Philippe Quesne
Conceção, encenação, cenografia Philippe Quesne
Com Yvan Clédat, Jean-Charles Dumay,
Léo Gobin, Erwan Ha Kyoon Larcher, Sébastien
Jacobs, Thomas Suire, Gaëtan Vouurc’m
Figurinos Corine Petitpierre
Colaborações dramatúrgicas Lancelot Hamelin,
Ismael Jude, Smaranda Olcese
Criação musical Em preparação
Assistente de cenografia Elodie Dauguet
Equipa técnica em digressão
Direção de cena Marc Chevillon
Operação de luz Thomas Laigle
Chefe maquinista Joachim Fosset
Construção de cenário Ateliers de Nanterre-Amandiers: Philippe Binard, Jérôme Chrétien,
Jean-Pierre Druelle, Marie Maresca
Produção Nanterre-Amandiers – centre
dramatique national
Apoio Fondation d’entreprise Hermès
no âmbito do programa New Settings
Coprodução Steirischer herbst (Austria), Kunstenfestivaldesarts (Bélgica), Théâtre Vidy-Lausanne
(Suiça), La Filature – Scène nationale, Mulhouse,
Künstlerhaus Mousonturm (Alemanha), Théâtre
National de Bordeaux Aquitaine, Kaaitheatre
(Bélgica), Centre d’art Le Parvis à Tarbes
Com a participação de Groupe de recherche Behavioral Objects – coordenação: Samuel Bianchini,
da Ecole Nationale Supérieure d’Architecture de
Paris – Malaquais AAP (Art, Architecture, Politique)
Atelier Jordi Colomer
Estreia — maio 2016 no Kaaitheater (Bruxelas)
no âmbito do Kunstenfestivaldesarts
E SCE NAS PAR A UNA CONVE R SACIÓN DE SP UÉ S DE L
VISIONADO DE UNA P E LÍCULA DE MICHAE L HANE KE
[FR]
Num espaço que lembra simultaneamente uma gruta pré-histórica, um abrigo antiatómico e a caverna de Platão, os espectadores serão mergulhados num mundo alegórico,
povoado por uma família de toupeiras gigantes, um bestiário fantástico e figuras pertencentes a um universo subterrâneo.
Através desta viagem debaixo da terra, escreve-se um “teatro ecosófico” onde a perspetiva humana é contrabalançada pelas do inorgânico e do animal, do vivo e do mineral.
Reatando com as grandes narrativas da antecipação, La nuit des taupes (Welcome to Caveland!) faz do teatro um lugar de vida utópica, onde a fantasia não se distingue do despertar das consciências e tenta encontrar as raízes profundas de um imaginário poético
coletivo, impregnado de mitos filosóficos.
Fundador da companhia Vivarium Studio, Philippe Quesne é director do Nanterre-Amandier. A sua criação Big Bang foi apresentada na Culturgest no Alkantara Festival
em 2012.
\
In a space reminiscent of a pre-historic grotto, a bomb shelter and Plato’s cave, the audience
plunges into an allegorical world inhabited by a family of giant moles, a fantastical collection
of animals and figures belonging to a subterranean universe. In this “ecosophical” theater, the
human perspective is counterbalanced by those of the inorganic and the animal, the living
and the mineral.
El Conde de Torrefiel
[E S ]
Escenas para una conversación después del visionado de una película de Michael Haneke
reúne doze histórias das quais emergem as inquietudes e os fantasmas de um grupo de
jovens europeus, literalmente colocados num espaço indefinido. Pertencem a uma sociedade perdida, mergulhados numa forma contemporânea e quotidiana de fascismo,
encurralados entre as suas fantasias, os seus desejos sexuais mais primitivos e as normas
sociais. São personagens em conflito permanente com o que desejam, com o que fazem
e com o que dizem.
Misto de desespero e de humor, o espetáculo é um laboratório de experimentação que
assenta em três pilares: na alternância entre momentos de narração e texto projetado, no
contraste entre a palavra e o movimento em palco, e na omnipresença da música electrónica.
Pela primeira vez em Portugal, El Conde de Torrefiel é um coletivo barcelonês fundado
em 2010 por Tanya Beyeler e Pablo Gisbert. Espetáculos como La historia del rey vencido
por el aburrimiento e Observen como el cansacio derrota el pensamiento trouxeram-lhe o
reconhecimento em Espanha e ajudaram a revelar uma das companhias mais surpreendentes da Europa.
\
Escenas para una conversación después del visionado de una película de Michael Haneke is
a collection of 12 stories about the anxieties and fears of a group of young Europeans who
find themselves in an unidentified place. They belong to a lost society, submerged in contemporary and everyday forms of fascism. Trapped between their fantasies, their most primitive
sexual desires and social norms, they are in permanent conflict with what they desire, what
they do, and what they say.
Com o apoio NXTSTP / Programa Cultura
da União Europeia
P.24
Em espanhol, legendado em português e inglês
In Spanish with Portuguese and English surtitles
P.25
Ideia e direção El Conde de Torrefiel
Texto e dramaturgia Pablo Gisbert
Desenho de luz Marcela Prado
Direção técnica em digressão Isaac Torres
Som Rebecca Praga
Traduções Teresa Fernandes (Português),
Nika Bkazer (Inglês)
Fotografia Mara Arteaga, Edu Pérez
Elenco David Mallols, Isaac Forteza, Quim Bigas,
Mario Pons-Macià e Tanya Beyeler
Com a colaboração de Residencias Adriantic
/ Antic Teatre INAEM - Instituto Nacional de las
Artes Escénicas, Ministerio de Cultura de España
Departamento de Cultura de la Generalitat de
Catalunya, Institut Ramón Llulll,
Encuentros de Magalia 2011
O NOSSO DE SP OR TO P R E FE R IDO
PRESENT E
Gonçalo Waddington
[P T ]
ESTR EIA N ACIO N AL
O nosso desporto preferido é uma tetralogia escrita e encenada por Gonçalo Waddington,
em que o autor propõe uma reflexão sobre a nossa evolução como espécie universal.
A primeira parte da obra, com o subtítulo Presente, será composta por um elenco de
cinco atores, encabeçado por um cientista misantropo que sonha com a criação de uma
espécie humana livre das necessidades básicas como a alimentação, digestão e, talvez a
característica mais importante para a peça, a reprodução — tornando-se assim uma espécie exclusivamente dedicada ao hedonismo e à abstração, seguindo, de acordo com a
sua visão, o caminho da evolução natural da nossa civilização tipo 0 para tipo 1, em que
seremos finalmente uma sociedade global, multicultural, multiétnica e científica.
São Luiz Teatro Municipal
Jardim de Inverno
QUA 8 e QUI 9 JUNHO / 19H
duração 60min
M12 / 12€
SAB 11 JUNHO / 19H
inserido nas Festas de Lisboa
© Beniamin Boar
Jardim do Torel
\
55
Radouan Mriziga
Com o apoio DNA / Programa Europa Criativa
da União Europeia
55, como os 55 minutos de um espetáculo de arquitetura construído a partir do número
cinco e das medidas do corpo do bailarino. Primeira criação de Radouan Mriziga, 55 é um
exemplo perfeito da forma como o bailarino e coreógrafo nascido em Marraquexe, formado pela P.A.R.T.S., transformou as influências híbridas da sua dança numa linguagem única e pessoal, situada algures entre a sobriedade e a sensualidade, entre a concetualização
e a fisicalidade, entre o estrutural e o sentimental.
Mriziga usa o próprio corpo para criar um padrão no chão. Um padrão cujos contornos
surgem inevitavelmente da relação entre a anatomia e o espaço. Mas aqui a concepção
racionalista de que less is more não é incompatível com o deleite estético e emocional
associado ao ornamento.
ES TR EI A M UNDI AL
Teatro Nacional D. Maria II
Sala Garrett
\
QUI 9 SEX 10 e SÁB 11 JUNHO
21H / duração aprox. 75min
A CLASSIFICAR PELA CCE / entre 5€ e 17€
55, as in the 55 minutes of an architectural performance based on the number five and
measured to the scale of the dancer’s body. 55 is a perfect example of how this dancer
and choreographer from Marrakesh, trained at P.A.R.T.S., has transformed his hybrid
influences into a unique and personal dance vocabulary, situated between sobriety and
sensuality, conceptualization and physicality, structure and sentiment.
Em português, legendado em inglês
In Portuguese with English surtitles
Mesa redonda moderada
por Carlos Vaz Marques
Mriziga uses his own body to create a pattern on the floor that is a materialization of the
relationship between anatomy and space. Here the rationalist conceptualization that
less is more is not incompatible with the esthetic and emotional delight associated with
ornamentation.
SAB 11 JUNHO / 15H
© Alex Gozblau
Conceito e performance Radouan Mriziga
Assistente Alina Bilokon
Agradecimentos A equipa de Moussem, Alina
Bilokon, Youness Khoukhou, Christophe Dupuis, Bart Meuleman, Steven De Belder Produção Moussem Nomadic Arts Centre
Coprodução C-mine cultuurcentrum,
WP Zimmer
Com o apoio de Kaaitheater, Cultuurcentrum
Berchem, Pianofabriek Kunstenwerkplaats,
STUK Kunstencentrum, O Espaço do Tempo
Com o apoio da Embaixada do Reino
de Marrocos em Portugal
[ MA]
Our Favourite Sport is a tetralogy of plays about our evolution as a universal species, written
and directed by Gonçalo Waddington. In Now, the first piece, a misanthropic scientist dreams
of creating a human species free from the biological imperatives of nourishment, digestion
and, perhaps most importantly, reproduction – a species dedicated exclusively to hedonism
and abstraction. According to him, this is the natural evolution of our type 0 civilization to
type 1 – a global, multicultural, multiethnic and scientific society.
Texto original, encenação e espaço sonoro
Gonçalo Waddington
Interpretação:Carla Maciel, Crista Alfaiate,
Pedro Gil, Romeu Runa, Tonan Quito
Cenografia e figurinos Ângela Rocha
Desenho de luz Nuno Meira
Fotografia e vídeo Mário Melo Costa
Tradução Joana Frazão
Coordenação de produção Manuel Poças Coprodução Alkantara, TNDMII,
Teatro Municipal do Porto
Residência artística O Espaço do Tempo
Apoio Governo de Portugal, Secretário
de Estado da Cultura, DGArtes
P.26
P.27
ESTR EIA N ACIO N AL
ES TR EI A NACI ONAL
Teatro Nacional D. Maria II
Vários espaços interiores
e exteriores do teatro
Workshops:
Teatro Nacional D. Maria II
Sala Estúdio
QUI 9 JUNHO / 19H
SEX 10 JUNHO / 23H
duração 90min
M12 / 12€
DOM 5 a QUI 9 JUNHO
Apresentações públicas
Em Galego, sem legendagem
In Galician without surtitles
© Collectif Jambe
SEX 10 JUNHO / 19h
SÁB 11 JUNHO / 17h
A CLASSIFICAR PELA CCE / 8€
AQUI HÁ REGR AS!
Collectif Jambe
Uma proposta Collectif Jambe (Antoine Defoort, Julien Fournet, Mathilde Maillard
e Sébastien Vial)
Participantes no Alkantara Festival Julien
Fournet, Mathilde Maillard e um artista
português a anunciar
Produção l’amicale de production
Coordenação de produção Mathilde Maillard
coproducão
Lieux Publics (Marseille) L’Entorce (Lille)
Assistente Teresa Silva
OS CONTOS DE JOSE LÍN
[ F R e B E]
Quem, nas edições anteriores do Alkantara Festival, viu o trabalho dos artistas que agora
formam o Collectif Jambe, sabe até que ponto o lúdico pode ser muito sério, uma forma
de questionar o estado do mundo e de desafiar a ludicidade contemporânea. Se o aclamado Germinal (Alkantara 2014) era um espetáculo de teatro no sentido clássico do termo,
Aqui há regras! assume agora um formato aberto e participativo.
No workshop de concebido especialmente para o Alkantara Festival, Collectif Jambe propõe aos participantes a criação e aprendizagem de uma série de regras de jogo para que
depois, com o público, as possam distorcer, dar-lhes forma, criar uma coreografia a partir
delas, em suma, reinventá-las.
Collectif Jambe é um projeto colaborativo encabeçado por Antoine Defoort, Julien Fournet, Mathilde Maillard e Sébastien Vial. Pela quarta vez no Alkantara Festival, estes artistas
desafiam agora o público a participar no seu processo de trabalho. Inscrições entre 28 de
março e 30 de abril no site do Alkantara Festival (http://www.alkantarafestival.pt).
\
If you are familiar with the work of the artists that now make up Collectif Jambe from previous
editions of the Alkantara Festival, you know how serious their playfulness can be – a way to
question the state of the world and challenge contemporary play. While the much-acclaimed
Germinal (Alkantara Festival 2014) is a theater performance in the classic sense of the word,
There are rules! assumes an open, participative format.
In this workshop, conceived especially for the Alkantara Festival, participants will create and
learn a set of rules. Afterwards, with the audience, the rules will be distorted, reformulated,
used as a basis for choreography – in short, reinvented.
Collectif Jambe is a collaborative project led by Antoine Defoort, Julien Fournet, Mathilde
Maillard and Sébastien Vial. At the Alkantara Festival for the fourth time, the artists now challenge the audience to participate in their creative process. Register online from March 28 to
April 30 (http://www.alkantarafestival.pt).
P.28
Quico Cadaval, Celso F.
Sanmartín e José Luís Gutiérrez
[E S ]
Versátil, contraditório, admirado por galegos republicanos, condecorado por ditaduras,
ídolo de massas em Buenos Aires, guionista de cinema em Madrid, êxito de vendas discográficas em Espanha e na Argentina com os seus vinte e três contos galegos, Joselín é
hoje recordado como o mais famoso contador de histórias galego do século XX.
No teatro contemporâneo são muitos os exemplos do aproveitamento das técnicas de
narração e improvisação teatral herdadas da cultura popular, mas é sobretudo no mundo
dos narradores orais que essa tradição se manifesta com maior efervescência. Quico Cadaval, Celso Fernández Sanmartín e José Luís Gutiérrez fundem com enorme habilidade
as suas histórias e dão rédea solta às suas capacidades de improvisação para criar um
espetáculo que realça o humor e a doce subversão dos contos de Joselín.
Espécie de jogral moderno que enraizou as suas narrações na tradição do escárnio popular, José Rodríguez de Vicente conseguiu, como os seus discos de contos, alcançar o
reconhecimento em Espanha e na América do Sul. Entre 1929 e 1942, registou um total
de vinte e três gravações, recentemente reeditadas em simultâneo com um estudo académico sobre este jornalista e ator galego que criou a personagem de Joselín, um iletrado
porém sábio aldeão galego.
\
Versatile, contradictory, admired by Galician republicans, honored by dictators, idol of the
masses in Buenos Aires, screenwriter in Madrid, and bestselling recording artist in Spain and
Argentina, Joselín is remembered as one of the most famous Galician storytellers of the
twentieth century.
Contemporary theater often makes use of storytelling and improvisation techniques inherited from folk culture, but it is in the world of oral storytellers that this tradition manifests
most clearly. Quico Cadaval, Celso Fernández Sanmartín, and José Guitérrez artfully blend
their stories with a good dose of improvisation to highlight the humor and gentle subversion
of Joselín’s tales.
P.29
Elenco Quico Cadaval, Celso Fernández
Sanmartín e José Luís Gutiérrez
Produção aCentral Folque
Direção de produção Mauro Sanín
C ONC ER TO DE EN CER R AM E N TO
São Luiz Teatro Municipal
Sala Principal
© Lucile Dizier
SÁB 11 JUNHO / 21H
M12 / 12€ e 15€
CO N CERTO DE EN CERR A M EN TO
Lula Pena
[PT]
O concerto de encerramento do Alkantara Festival traz ao palco do São Luiz a cantora,
guitarrista, compositora e intérprete Lula Pena para apresentar o seu novo álbum, Archivo
Pittoresco, a lançar no Outono pela editora belga Crammed Discs.
Senhora de um estilo muito próprio, procura, nas suas palavras uma “tradição à escala
universal. Em cada esquina está uma presença divina que nos permite chegar a essa escala”. “Se questiono o fado dessa maneira é para me sentir livre, [e para] comunicar essa
liberdade”. “O artista é o que consegue expandir implodindo-se a si e ao mundo”. “Fazer
com que a poesia seja a divisa deste mundo. Nada mais”. Independentemente da frase
que lhe ouvimos, ou de onde lhe começamos a escutar o raciocínio, é esta a sua teia de
coerência, espraiada por todas as frases, gestos e dias, que temos o privilégio de escutar,
na sua inteireza, na forma de música.
\
The Alkantara Festival comes to a close with singer, guitarist, composer and performer Lula
Pena presenting her new album, Archivo Pittoresco, to be released by Belgian label Crammed
Discs next Fall. With a style all of her own, Lula Pena looks for “tradition on a universal scale.”
“On every corner there is a divine presence that allows us to reach that scale.” “I question fado
in this way to feel free and to communicate that freedom.” “Artists are those who are able to
expand by imploding themselves and the world.” “To make poetry the currency of this world.
Nothing more.” This is her web of coherence, woven through sentences, gestures and days,
which we have the privilege of hearing, in its entirety, in the form of music.
P.30
Para ti o desejo é um elemento platónico ou uma ferramenta
para construir futuro?
Cláudia Dias & Pablo Fidalgo, Segunda-Feira: Atenção à direita
MAIO
Programa 2016
JUNHO
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sessão dupla 19h e 22h
E SE ELAS FOSSEM PARA MOSCOU Christiane Jatahy
São Luiz Teatro Municipal — P.09
PROGRAMA CENTRAL
LAS IDEAS Federico León
Maria Matos Teatro Municipal — P.10
AUTOINTITULADO João dos Santos Martins e Cyriaque Villemaux
Centro Cultural de Belém — P.11
21h30
21h30
19h
19h
16h
PERFORMANCES PARA O ALKANTARA Sofia Dias & Vítor Roriz
Espaço Alkantara — P.12
21h
ARCHIVE Arkadi Zaides
São Luiz Teatro Municipal — P13
16h
16h
PONTO DE ENCONTRO ALKANTARA
16h
21h
21h30
SUITE Nº 2 Joris Lacoste
Maria Matos Teatro Municipal — P.14
THIS IS HOW WE DIE Christopher Brett Bailey
Culturgest — P.15
SUR LES TRACES DE DINOZORD Faustin Linyekula
Culturgest — P.16
ABOUT KAZUO OHNO Takao Kawaguchi
São Luiz Teatro Municipal — P.17
19h
19h
19h
21h30
21h30
21h
19h
21h
O CEREJAL tg STAN
Teatro Nacional D. Maria II — P18
RIDING ON A CLOUD Rabih Mroué
Teatro Nacional D. Maria II — P.19
SEGUNDA-FEIRA: ATENÇÃO À DIREITA Cláudia Dias
Maria Matos Teatro Municipal — P.20
19h
21h
21h
19h
19h
21h30
19h
21h30
21h
17h30
DIALOGUE SERIES: IV. MOYA Faustin Linyekula
São Luiz Teatro Municipal — P.21
das 16h às 24h
WE NEED TO TALK Roger Bernat
Cinema São Jorge — P.22
EN ALERTE Taoufiq Izeddiou
São Luiz Teatro Municipal — P.23
LA NUIT DES TAUPES (WELCOME TO CAVELAND!) Philippe Quesne
Culturgest — P.24
21h
21h
21h30
21h30
21h30
ESCENAS PARA UNA CONVERSACIÓN... El Conde de Torrefiel
Maria Matos Teatro Municipal — P.25
21h30
São Luiz Teatro Municipal
19h
55 Radouan Mriziga
São Luiz Teatro Municipal e Jardim do Torel — P.26
19h
21h
O NOSSO DESPORTO PREFERIDO — PRESENTE Gonçalo Waddington
Teatro Nacional D. Maria II — P.27
AQUI HÁ REGRAS! Collectif Jambe
Teatro Nacional D. Maria II — P.28
19h
OS CONTOS DE JOSELÍN Quico Cadaval, Celso F. Sanmartín e José Luís Gutiérrez
Teatro Nacional D. Maria II — P.29
Jardim do Torel
19h
21h
21h
19h
17h
23h
21h
CONCERTO DE ENCERRAMENTO Lula Pena
São Luiz Teatro Municipal — P.30
Ponto de Encontro Alkantara
CONCERTOS ZONA/SUB/CENTRAL / 24H
FESTA DJ SET / 24H
21h
ASSENTAR SOBRE A SUBIDA DAS ÁGUAS Sónia Baptista
* Consulte o programa completo do Ponto de Encontro Alkantara no destacável.
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MAIO
P.34
23h
JUNHO
P.35
Artista na Cidade 2016
Faustin Linyekula
jan/fev
mai/jul
14 > 24 janeiro
Teatro Camões / CNB
Início de maio
> 21 maio
Maria Matos
Teatro Municipal
Programa Dança
e Documentário
Portrait Series:
I Miguel
Um solo de
Faustin Linyekula
No Escuro do
Cinema Descalço
os Sapatos
Alkantara
CCB
Companhia Nacional de Bailado
Culturgest
Festas de Lisboa
Fundação Calouste Gulbenkian
Maria Matos Teatro Municipal
São Luiz Teatro Municipal
Teatro Nacional D. Maria II
Temps d’Images Lisboa
Um filme de
Cláudia Varejão
————————————
21 janeiro
Maria Matos
Teatro Municipal
Workshop
com alunos
finalistas ESTC
————————————
24 janeiro
Moinho da Juventude,
Cova da Moura /
Maria Matos
Teatro Municipal
Le Cargo
————————————
26 janeiro >
4 fevereiro
Espaço Alkantara
1Space Lab
out/dez
4 junho > 5 julho
Maria Matos
Teatro Municipal
Workshop
com alunos
finalistas ESTC
Workshop
com alunos
finalistas ESTC
————————————
7 maio
Bairro Padre Cruz /
Maria Matos
Teatro Municipal /
Festival de Arte Urbana /
GAU
22 > 26 junho
Teatro Nacional
D. Maria II
2 > 3 novembro
São Luiz
Teatro Municipal,
Sala Principal
————————————
————————————
junho
Espetáculo de rua
programação das
Festas de Lisboa
————————————
6 > 10 julho
Maria Matos
Teatro Municipal
Apresentações da
criação dos alunos
finalistas ESTC
————————————
Sans-titre de
Raimund Hoghe
————————————
10 > 11 novembro
Fundação Calouste
Gulbenkian,
Grande Auditório
more more more...
future
————————————
18 > 19 novembro
CCB, Pequeno Auditório
Statue of Loss /
Triptyque Sans Titre
————————————
1 > 2 junho
Culturgest /
Alkantara Festival
novembro
Bairros multiculturais
Grande Lisboa /
Maria Matos
Teatro Municipal
Sur les traces
de Dinozord
Le Cargo
————————————
————————————
4 > 5 junho
São Luiz
Teatro Municipal,
Sala Principal /
Alkantara Festival
© Andreas Etter
————————————
Le Cargo
Le Cargo + Portrait
Series: I Miguel
Le Festival des
Mensonges
————————————
Voz Alta,
Festival de Leituras
Encenadas
21 maio
Centro de Experimentação
Artística, Moita /
Maria Matos
Teatro Municipal /
Centro de Experimentação
Artística e Companhia
Nacional de Bailado
28 > 29 outubro
São Luiz
Teatro Municipal,
Jardim de Inverno
novembro
Cinema Ideal /
Temps d’Images Lisboa
Palestra de Isabelle
Danto sobre a obra
de Faustin Linyekula
The Dialogue Series:
IV. Moya
————————————
dezembro
local a anunciar /
Temps d’Images Lisboa
www.artistanacidade.com
Filme Documentário
Faustin e Lisboa,
de Miguel Munhá
P.36
P.37
T ICK ETS AN D S U B S C R I P T I O N S
Bilhetes e Assinaturas
9 Espectáculos / performances 54€
6 Espectáculos / performances 36€
3 Espectáculos / performances 18€
À venda exclusivamente na Bilheteira Alkantara
(Não há multibanco)
Available only at the Alkantara ticket office
(Cash only)
15 a 30 ABRIL — QUI, SEX, SÁB / das 13H às 20H30
3 a 24 MAIO — TER a SÁB / das 13H às 20H30
Calçada Marquês de Abrantes, 99
(+351) 21 397 83 04 / [email protected]
Bilhetes avulso para cada espectáculo deverão ser adquiridos
directamente nas bilheteiras dos respectivos teatros.
Individual tickets are available only through the ticket
offices of our partner venues.
SUP P OR T & PAR TNE R S
VENUES
Apoios & Parcerias
Espaços
de Apresentação
Espaço Alkantara
Iniciativa
Financiamento
Apoio
Calçada Marquês de Abrantes, 99 – Lisboa
www.alkantara.pt
Centro Cultural de Belém
Praça do Império, Lisboa
Informações +351 21 361 24 00
http://www.cinemasaojorge.pt/
Cinema São Jorge
Coprodução
Avenida da Liberdade, 175 - Lisboa
Informações +351 21 310 34 00
http://www.cinemasaojorge.pt/
Culturgest
Edifício Sede da Caixa Geral de Depósitos
Rua Arco do Cego, 50 – Lisboa
Informações +351 21 790 51 55
www.culturgest.pt
Apoio à Apresentação
Maria Matos Teatro Municipal
Av. Frei Contreiras, 52 – Lisboa
Informações +351 21 843 88 00
www.teatromariamatos.pt
São Luiz Teatro Municipal
Rua António Maria Cardoso, 38 – Lisboa
Informações +351 21 325 76 50
www.teatrosaoluiz.pt
Teatro Nacional D. Maria II
Parceiro Media
Apoio à Divulgação
Praça D. Pedro IV, Lisboa
Informações +351 800 213 250
www.teatro-dmaria.pt
DI S C O U N T S
Descontos
Jardim do Torel
Os descontos habituais de cada teatro são aplicados
aos valores anunciados no programa.
Rua Júlio de Andrade, Lisboa
All regular venue discounts apply to the ticket prices listed.
Os restaurantes parceiros do Alkantara Festival oferecem descontos
especiais ao nosso público mediante a apresentação de bilhete
válido para um espectáculo do próprio dia.
Consulte a lista completa em www.alkantarafestival.pt
Your festival ticket is good for day-of-show discounts at our partner
restaurants. Find the full list at www.alkantarafestival.pt
Apoios e Parcerias
MEET IN G PO IN T A LK A N TA R A
Ponto de Encontro
Alkantara
Teatro Estúdio Mário Viegas
Largo do Picadeiro, Lisboa
DOM a TER — 18H às 00H
QUA — 18H à 01H
QUI a SÁB — 18H às 02H
* Consulte o programa completo do Ponto
de Encontro Alkantara no destacável.
* Check the full program at the pullout
P.38
PortugalWays com
by
Short Stay Rentals
T E AM
Equipa
D I RE Ç ÃO ARTÍSTICA
Thomas Walgrave
D I RE ÇÃO FINANCEIRA
Elisabete Oliveira
Susana Marques
PRO DUÇÃO
Susana Lopes
Carla Nobre Sousa
José Madeira
Joana Cardoso
Rita Mendes
Inês Lampreia
E S TAG I Á RI AS PRO DUÇÃO
Juliette Dusautoir
Corinna D’Anna
Inês Margato
Ana Vintém
D I RE Ç ÃO D E CO MUNICAÇÃO
Vítor Pinto
AS S E S S ORI A DE IMPRENSA
REDES / NETWORKS
NXTSTP tem por objetivo coproduzir e fomentar a circulação transnacional
de artistas europeus emergentes, apoiando-os financeiramente e garantindo visibilidade entre públicos internacionais. Os festivais oferecem residências artísticas a jovens artistas europeus e não europeus, promovendo
a renovação do sector das artes performativas na Europa.
Projetos NXTSTP no Alkantara Festival 2016: Suite Nº 2, O Cerejal,
Segunda-Feira: Atenção à Direita, La nuit des taupes (Welcome to Caveland!), En Alerte.
The NXTSTP network gives artists a footing in Europe, co-producing new work
and guaranteeing real transnational circulation and visibility amongst international audiences. Partner festivals offer residencies to young European and
non-European artists, encouraging the artistic renewal of the performing arts in
Europe
WWW.NXTSTP.EU
[DNA] DEPARTURES AND ARRIVALS é uma colaboração entre 13 instituições europeias que tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento
da dança contemporânea na Europa, fazendo a ponte entre a educação
artística e o mundo profissional. A rede oferece oportunidades de formação,
investigação, criação e apresentação para um grande grupo de jovens bailarinos e coreógrafos de todos os quadrantes sociais e regionais.
Projetos DNA no Alkantara Festival 2016: 55 e Autointitulado.
[DNA] DEPARTURES AND ARRIVALS is a network of 13 institutions active in the
field of contemporary dance. It aims to contribute to the development of contemporary dance in Europe, building bridges between artistic education and the
professional world. [DNA] offers training, research, production and presentation
opportunities to a large group of young European dancers and choreographers,
from all regional and social backgrounds.
WWW.DEPARTURESANDARRIVALS.EU
Bernardo Marques
TRA DUÇÕ ES
Carla Nobre Sousa
I M AG E M , D E S I GN GRÁFICO E WEB
Ana Teresa Ascensão
D E S E NVOLVIMENTO WEB
Nuno Bengalito
M ANU T E NÇÃO E LIMPEZA
Sidneia Tavares
1Space fomenta a colaboração entre um grupo de artistas europeus, do
Médio Oriente (Palestina) e África. Com o objetivo de desmistificar e questionar as raízes do contemporâneo e do tradicional, 1Space apoia a partilha
de conhecimento, experiências e visões artísticas entre artistas de diversos
países. É um projeto de 3 membros da iniciativa Shared Spaces - Alkantara,
Exodos (Liubliana) e KVS (Bruxelas).
1Space encourages collaboration in a group of artists from Europe, Middle
East (Palestine) and Africa. Aiming to question the origins and conceptions
of contemporaneity and tradition, the project promotes the exchange of
knowledge, experiences, and artistic visions. The project was developed by
Alkantara, Exodos (Ljubljana) and KVS (Brussels), members of the Shared
Spaces Network.
WWW.1SPACE.WORLD
O Alkantara Festival agradece ainda a colaboração de fundamental
de todos os voluntários e profissionais aqui não identificados.
The Alkantara Festival also thanks all of the volunteers and
professionals not mentioned for their fundamental contribuition.
Urban Heat é um projeto desenvolvido por 13 parceiros da rede Festivals in
Transition, que promove o encontro entre artistas e algumas comunidades
urbanas menos visíveis. O projeto apoia artistas no desenvolvimento de
novos trabalhos que abordem questões sociais e políticas.).
FONT AZO SANS by Rui Abreu PAPEL CyclusOffset
TIRAGEM 15 000 Exemplares IMPRESSÃO FINEPAPER
Urban Heat is a project developed by the 13 partners of the Festivals in Transition network that enables artists to engage with the invisible communities
within cities. The project supports the development of daring work that
connects with the world outside the arts by addressing urgent political and
social issues and the communities they affect.
WWW.URBANHEAT.CO
P.40
P.41
Numa edição em que os artistas viajam ao passado para investigar o presente e questionar o futuro, criamos com a designer Ana
Teresa Ascensão a imagem do festival a partir de mapas de navegação das ilhas Marshall. No século XIX esses mapas eram construídos por marinheiros locais, que recorriam a conchas e bambus
para representarem ilhas e correntes marítimas. Muitos desses
mapas eram individuais, legíveis pelo próprio criador e objeto de
curiosidade por parte de outros. Talvez por isso estes mapas e as
artes performativas contemporâneas, que gostamos de mapear,
tenham mais em comum do que à partida podíamos pensar: são
criações autorais, sujeitas a interpretações várias que, esperamos,
levem a bom porto.
Ana Teresa Ascensão construiu o seu próprio mapa de navegação
para o Alkantara, que estará exposto no Maria Matos Teatro Municipal durante o período do festival.
In a festival of artists who travel to the past to investigate the present and question the future, designer Ana Teresa Ascensão has
fashioned the festival image after the navigation maps of the Marshall Islands. In these highly individualized maps, often legible only
to their creators, seashells and bamboo take the place of islands
and currents. Like the works in our program, they are authored objects, subject to different interpretations, that we hope will point us
in the right direction.
Ana Teresa Ascensão’s handmade map will be on display throughout the festival at Maria Matos Teatro Municipal.
P.42
A L K A N TA R A F E S T I VA L . P T
CÇ . M A R Q UÊS D E A BR A N TES 99,
SA N TO S - O -VE L HO
1 20 0 -7 18 L ISBOA
PO R TU G AL
GERAL
(+ 3 5 1) 213 152 267
A L K AN TAR A @ A L K A NTA R A . PT
16
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