UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC PRÓ-REITORIA REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PÓS GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR A importância da genética no estudo das árvores Discente: Fernanda Ancelmo de Oliveira Orientadora: Fernanda Amato Gaiotto Co-orientador: orientador: Roberto Tarazi RESUMO (Seminário de Tema Livre) As árvores possuem grande importância ecológica e econômica, pois participam ticipam de processos que determinam am a manutenção de d ecossistemas, s, além de serem utilizadas como matéria-prima matéria para fabricação de móveis,, papel e remédios. Possuem, ainda, diversas características evolutivas que despertam o interesse de pesquisadores como, “genes genes particulares” particulares que lhes conferem grande porte,, longevidade e alta taxa reprodutiva. São também capazes de manter elevados níveis de diversidade enquanto acumulam novas mutações em uma única geração, o que permite uma elevada levada capacidade de adaptação local. Essas características às tornam um grupo de seres vivos com modo e tempo evolutivo diferentes das demais espécies de plantas (Petit & Hamper, 2006). Ass árvores, árvores ainda se diferenciam das demais espécies vegetais, devido ao seu grande porte e presença de uma camada externa de casca porosa e um centro interno de madeira produzido a partir de um câmbio vascular (Raven et al, 2001). Por isso, isso a presença de madeira define o que é uma árvore para os botânicos (Niklas 1997). No entanto, os avanços da genética nas áreas da genômica e biologia molecular em relação às espécies vegetais modelo, permitem uma mudança de paradigma na definição do que seria uma árvore. Grandes contribuições no estudo dos os genes responsáveis pelo câmbio e crescimento secundário, secundário já permitem observar, que esses es não são exclusivos de plantas lenhosas,, mas também estão presentes na herbácea Arabidopsis (Groover, 2005). Essa descoberta estimula cientistas a desvendar aspectos fundamentais do desenvolvimento e função de cada um dos genes reguladores durante o crescimento secundário (Kutschera & Niklas, 2004). Muitos dos estudos realizados na área do melhoramento visam as características de potencial econômico, econômico com um destaque especial para a qualidade da madeira. A finalidade é identificar e manipular genes que conferem características físicas e mecânicas desejáveis à matéria-prima (madeira) (Harakava, 2005). Outra vertente no estudo das árvores, em que o papel da genética tem contribuído nos últimos 20 anos, é na biologia da conservação e na ecologia em geral. A premissa básica da genética da conservação é que pequenas populações podem ser geneticamente ameaçadas, devido aos efeitos de depressão por endogamia e perda da diversidade genética, assim as análises baseadas em ferramentas da genômica e biologia molecular, tem sido tomada como base na compreensão de processos populacionais e evolutivos relevantes para o manejo de espécies arbóreas e preservação da biodiversidade. Assim, novos avanços técnicos no campo da genômica, associadas a genes funcionais, são esperados no futuro próximo (Ouborg, 2009, 2010). Grandes expectativas têm girado em torno do desenvolvimento de técnicas disponíveis para uso rotineiro, em estudos genéticos de espécies não-modelo (Avise, 2010). Deste modo, a genética vem a oferecer compreensões mais precisas da dinâmica da variação no tempo e no espaço, a fim de melhorar previsões do destino das populações e espécies arbóreas. Referências: AVISE JC (2010). Perspective: conservation genetics enters the genomics era. Conserv Genet. doi:10.1007/s10592-009-0006-y. GROOVER AT. (2005) What genes make a tree a tree? Trends Plant Sci. 10:210–14. HARAKAVA R (2005) Genes encoding enzymes of the lignin biosynthesis pathway in Eucalyptus. Genet Mol Biol 28:601–607 KUTSCHERA U, NIKLAS KJ. (2004) The modern theory of biological evolution: an expanded synthesis. Naturwissenschaften 91: 255–276. NIKLAS KJ. (1997) The Evolutionary Biology of Plants. University of Chicago Press, Chicago. OUBORG NJ, ANGELONI F, VERGEER P (2010) An essay on the necessity and feasibility of conservation genomics. Conserv Genet. doi: 10.1007/s10592-009-0016-9 OUBORG NJ (2009) Integrating population genetics and conservation biology in the era of genomics. Biol Lett. doi:10.1098/rsbl.2009.0590 PETIT RJ, HAMPE A (2006) Some evolutionary consequences of being a tree. Ann Rev Ecol Syst 37:187–214. RAVEN PH, EVERT RF, SUZAN EE (2001) Biologia Vegetal. Ed. Guanabara Koogan, 6ª Ed., Rio de Janeiro, RJ.