universidade federal rural do semi-árido campus angicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
CAMPUS ANGICOS
DEPARTAMENTO CIÊNCIAS EXATAS TECNOLÓGICAS E HUMANAS - DCETH
CURSO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
SAMUEL RODRIGUES DOS SANTOS
UTILIZAÇÃO DE GRUAS EM CANTEIROS DE OBRAS: ESTUDO DE CASO
ANGICOS-RN
2013
SAMUEL RODRIGUES DOS SANTOS
UTILIZAÇÃO DE GRUAS EM CANTEIROS DE OBRAS: ESTUDO DE CASO
Monografia apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi – Árido – UFERSA,
Campus Angicos, para a obtenção do título
de Bacharel em Ciência e Tecnologia.
Orientadora: Profª Dsc. Marcilene Vieira da
Nóbrega.
ANGICOS-RN
2013
Dedico este trabalho as minhas mães, Maria
Dalva Rodrigues dos Santos, Enilde Rodrigues
dos Santos, Maria Leonor Dantas Rosa,
Geralda Rodrigues Silva, Maria Leomar de
Souza, Camila Augusta Aquino e Maria Zélia
da Silva, que sempre me mostraram a
importância de estudar e me incentivaram
durante toda a minha jornada.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus o Grande Espírito, que através da sua criatividade nos
inspira cada dia em observar e interagir cada vez mais com a natureza e ao mesmo tempo me
fascina pela perfeição e sincronicidade dos eventos. Espero que todos tenham a oportunidade
de escreverem sobre o que gosta em um trabalho de conclusão de curso.
Todas as dicas e conselhos dados pela minha orientadora, Prof(a). Dsc. Marcilene Vieira da
Nóbrega, que tanto colaborou na realização desse trabalho.
Agradeço as minhas mães e as minhas famílias por me darem a oportunidade de estudar, e
sempre me incentivaram a buscar minha felicidade, da qual eu achei dentro de mim mesmo.
Agradeço também a minha outra família que está além dos laços sanguíneos, de irmãos e
irmãs, que estiveram comigo nestes três anos e meio de batalha acadêmica, como também à
todos aqueles amigos (as) que sempre diziam: Você consegue !
A meus irmãos e irmãs: Leomar Souza, Drielly Santos, Enilde Rodrigues, Leopoldina
Damasceno, Joyce Wilka, Johnny Wilker, Lorrayne Akeme, Lorena Akele, Israel Clevis, e
meu outro irmão que estar por vir.
Ao João Batista Nascimento de Freitas e Mércia Maria Bezerra da Silva por ter confiado no
meu potencial como instrutor de maquinas pesadas.
A uma bela moça que se tornou especial para min, Aline Lamartine o futuro a Deus pertence.
Aos amigos (as) de Alto do Rodrigues: Aline Gomes, Angélica França, Dárcio Leandro,
Olegário Junior, Otair Luiz, Antônia Magela, Zulene Baracho, Mikaelly Rodrigues, Joyce
Damasceno, Jordânia Leandro, Elaine Olegário, Wendel Olegário, Catarina Andrade, Mailson
Sousa, Jose Maria, Mayk Moura, Paulo Maia, Josué, Zé Luiz, Alex Caetano, Mabel Moura,
Epitácio Moura, Elam, Anchieta Silva, Michel, Flavia Magela, Fernanda Rodrigues, Pedro,
Fernando, Neto, Francinaldo Barreto, Eder Samay, Taildo Barros, Henrique Silva, Alissom
Renally, João Sena e todos ou outras.
Aos atores sociais envolvidos que nos receberam com humildade e de braços abertos.
Aos amigos (as): Jose Eliedson, (pessoa no qual nos tornarmos bons amigos), as pessoas
muito queridas pelas risadas e distrações, Alcimar Baracho, Valdeir Tavares, Zilka Candido,
Katiane Sara, Barbara Oliveira, Janielly Kaline, Emanuel Erivan, Emerson Thales (cabeça de
buchada), Hildebrando, Jessica Marques, Renato Bezerra, Max Dener, Nilber Kalebe,
Sebastião Fabiano, Alice Kaliane, Ilanna Andreza, Dayane Cunha, Marcos, Katuana e todos
os outros que faziam parte da turma de Bacharelado em Ciência e tecnologia.
“O sucesso nasce do querer, da
determinação e persistência em se
chegar a um objetivo. Mesmo não
atingindo o alvo, quem busca e vence
obstáculos, no mínimo fará coisas
admiráveis”.
(José de Alencar)
LISTA DE SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira das Normas Técnicas;
ART.- Anotação de Responsabilidade Técnica;
CPN- Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
indústria da construção;
CLT – Consolidação das leis do trabalho;
CREA- Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia;
DIEESE - Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos;
FIFA- Federação Internacional de Futebol;
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
NBR – Norma Brasileira de Regulamentação;
NR – Norma Regulamentadora;
PAC - Programa de Aceleração do Crescimento;
RN- Rio Grande do Norte
RESUMO
A partir da analise do crescimento da construção civil e com a expansão do uso de
equipamentos de elevação de cargas nesse setor, esse estudo foi desenvolvido para observar o
uso de grua nos canteiros de obras, tendo como referencia as construções do aeroporto
Internacional de São Gonçalo do Amarante e em Mossoró na construção do edifício
Splendore Residence. Na primeira etapa foi realizado a pesquisa bibliográfica relacionada à
utilização de gruas em canteiros de obras, e as NR’s 6, 12,18. Na segunda etapa foi realizada a
pesquisa de campo, sendo aplicado um questionário com registros fotográficos e realizado
observações pelos respectivos encarregados das obras. Foi possível constatar nas obras os
tipos de gruas há que as mesmas utilizam, seu manuseio e localização, e que nem sempre as
mesma são usadas corretamente, podendo assim causar graves problemas.
Palavras-chave: Elevação de cargas, Canteiro de obra, Gruas.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Equipamento de elevação do tipo elevador........................................................
17
Figura 2 - Equipamento de elevação do tipo empilhadeira...............................................
18
Figura 3 - Equipamento de elevação do tipo munck...........................................................
19
Figura 4 – Equipamento de elevação do tipo pórtico........................................................
20
Figura 5 – Guindaste móvel sobre rodas com lança telescópica ......................................
21
Figura 6 – Variação de capacidade carga em função da variação angular ..........................
22
Figura 7 – Guindaste móvel sobre rodas com lança treliçada ..........................................
23
Figura 8 – Guindaste sobre navios........................................................................................
24
Figura 9 – Grua fixa.............................................................................................................
25
Figura 10 – Grua ascensional................................................................................................
25
Figura 11 – Grua móvel sobre trilhos ...............................................................................
26
Figura 12 – Grua com torre estática do tipo com lança horizontal ....................................
27
Figura 13 – Grua com torre estática do tipo com lança articulada e móvel ......................
27
Figura 14 – Grua com torre giratória do tipo com lança móvel (horizontal ou
inclinada)..............................................................................................................................
28
Figura 15 – Grua com torre giratória do tipo com lança móvel...........................................
28
Figura 16 - Raio de alcance de Grua fixa no canteiro de obra...........................................
30
Figura 17- Detalhe da obra do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante......
33
Figura 18 – Detalhe do edifício Splendore Residence na Cidade de Mossoró...................
34
Figura 19 –. Vista aérea de toda área do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do
Amarante/RN ..................................................................................................................
35
Figura 20 – Detalhe do canteiro de obras do aeroporto....................................................
36
Figura 21 – Gruas fixas utilizadas no canteiro de obras do aeroporto ............................
37
Figura 22 – Grua fixa com capacidade de carga de 40Ton ............................................
38
Figura 23 – Edifício Splendore Residence .......................................................................
39
Figura 24 – Grua ascensional utilizada no edifício .........................................................
40
Figura 25 – Elevador para transporte de operários utilizado na obra ...............................
40
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 16
2.1 EQUIPAMENTO DE ELEVAÇÃO DE CARGAS- ASPECTOS GERAIS ..................... 16
2.1.1 Elevação de cargas – Ao longo do tempo........................................................................ 16
2.1.2. Tipos de equipamentos de elevação de cargas ............................................................... 16
2.1.2.1 Elevador ........................................................................................................................ 16
2.1.2.2 Empilhadeira................................................................................................................. 17
2.1.2.3 Munck ........................................................................................................................... 18
2.1.2.4 Portico........................................................................................................................... 19
2.1.2.5 Guindaste ...................................................................................................................... 20
2.2 Canteiro de obra................................................................................................................. 28
2.2.1 Tipos de canteiros de obra ............................................................................................... 29
2.3 Utilização de canteiro de obras .......................................................................................... 30
3 MATERIAL E METODOS ................................................................................................... 33
3.1 Locais de pesquisa ............................................................................................................. 33
3.2 Levantamento dos dados ................................................................................................... 34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 35
4.1 Construção do aeroporto de São Gomçalo do Amarante .................................................. 35
4.1.1 Caracterização geral do canteiro de obras ....................................................................... 36
4.1.2 Utilização de gruas no canteiro de obras ......................................................................... 36
4.2 Construção do edificio no bairro Nova Betania- Mossoró ................................................. 38
4.2.1 Caracterização geral do canteiro de obras ...................................................................... 39
4.2.2 Utilização de grua no canteiro de obras...........................................................................39
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 42
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 43
APENDICE A – FORMULARIO PARA ACOMPANHAMENTO DE UTILIZAÇÃO DE
GRUAS EM CANTEIROS DE OBRAS .................................................................................45
14
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos 5 (cinco) anos o Brasil apresentou um significativo crescimento no setor
da construção civil. De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o setor se mantém entre os maiores geradores de emprego e renda nos últimos anos. Cerca de
7,7 milhões de brasileiros estão empregados na construção civil. Ainda segundo o IBGE, o
setor representava em 2003, o equivalente a 4,3% do PIB – Produto Interno Bruto. Em 2013,
esse percentual aumentou para 4,3%. (IBGE, 2013)
Há ainda, uma projeção de crescimento em torno de 3% para o próximo ano. Estudos
realizados pelo DIEESE – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos – destacam como responsáveis por este crescimento o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) 1, lançado pelo governo federal em 2007. Este destinou R$
216,9 bilhões ao financiamento habitacional para os 3 (três) anos seguintes e a segunda etapa
do programa, lançada em março de 2011 que prevê investimentos na ordem de R$ 278,2
bilhões de reais a serem aplicados ao programa Minha Casa, Minha Vida, entre 2011 e 2014.
(DIEESE, 2012)
Na construção civil, como nos demais seguimentos produtivos, organização é uma
palavra de grande relevância, principalmente no canteiro de obras. No planejamento de um
canteiro, devem se analisar todas as operações, distribuições, instalações, limites de espaço da
obra, além do bem estar e segurança dos funcionários. O canteiro “é a fábrica que produz o
edifício” (MELHADO, 2001);
Atualmente
o
volume
de
obras
na
construção
civil
vem
aumentando
significativamente, com a demanda por moradias impondo um forte ritmo de produção das
construtoras com a verticalização das habitações nas grandes metrópoles. Com isso, tem-se
exigido cada vez mais o uso de equipamentos eficientes e capazes de atender aos curtos
prazos impostos à execução das obras (BARROS, 2001).
Nesse contexto são necessários equipamentos que façam transporte vertical e
transporte horizontal para movimentação de grandes cargas. O guindaste de torre, mais
conhecido como grua, é um equipamento composto desses dois movimentos (vertical e
horizontal), que permite aumento de produtividade. Existem guindastes de torre com lança
horizontal que dispõem de formas de movimentações específicas, classificadas em fixas ou
estacionárias; ascensionais e móveis sobre trilhos. Este equipamento pode atender às
exigências de curto prazo, quando se faz um planejamento bem elaborado, com estudo de
15
recebimentos e movimentações de cargas e materiais, além da disposição do canteiro de obra,
através de critérios logísticos, para o aproveitamento máximo da grua. Quando esse
planejamento não é feito, a utilização da grua pode perder seus benefícios, podendo inclusive
chegar a ser desnecessária (SGLIANO, 2008).
Quando se procura entender o funcionamento da grua, é fácil perceber a
potencialidade de ocorrência de um acidente. Sua má utilização coloca em risco a segurança
dos trabalhadores, riscos que ocorrem desde a instalação até a desmontagem, passando pela
utilização e manutenção (LICHTENSTEIN, 1987).
Desta forma este trabalho tem como objetivo principal fazer o acompanhamento de
utilização de gruas em canteiros de obras. Para tal foram visitadas duas obras no Estado do
Rio Grande do Norte: O Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante e o Edifício
Residencial Splendore Residence Mossoró RN.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Equipamentos de elevação de cargas - aspectos gerais
2.1.1 Elevação de cargas - ao longo do tempo
Desde os primórdios, a humanidade desenvolve métodos de modificar seu habitat.
Feitos inimagináveis foram executados pelo homem como construção de monumentos em
épocas em que não se conhecia o aço, a eletricidade e não existia tecnologia que facilitasse as
atividades envolvidas nesses feitos. Um fato que tem destaque foi a construção das pirâmides
do Egito, pois imagina-se que foi necessário no processo de execução das mesmas, a
colocação de blocos de centenas de toneladas em lugares inacessíveis (VILLELA, 2007).
A partir desse pensamento pode-se pensar que a as máquinas foram desenvolvidas
para facilitar o trabalho do homem em seu dia-a-dia, já que para elaboração de certas
atividades, o mesmo percebeu que poderia conseguir ganhos mecânicos. Com isso
desenvolveu máquinas que o facilita em determinados trabalhos.
A década de 70 foi muito importante para o desenvolvimento da construção civil
brasileira, onde se tinha uma grande quantidade de obras. Nesse período ocorreu a
implementação das gruas nas obras de grande porte, pois era um equipamento raramente
utilizado na construção civil brasileira, mais que tinha muito destaque na Europa, por
possibilitava agilidade nas etapas da construção (SGLIANO, 2008).
Atualmente o guindaste é constituído normalmente por torres equipadas com cabos e
roldanas que são usadas para elevar e baixar cargas, além de tecnologia superior aos primeiros
equipamentos fabricados em épocas antigas (LICHTENSTEIN, 1987).
Existem vários modelos de guindastes disponíveis que podem ser classificados de
acordo com sua capacidade de carga, utilização, aparelhagem e sistema operacional. Podem
ser Guindastes Pórticos, Automotivos, Fixos de Torre e Flutuantes (TÉCHNE, 2005).
2.1.2 Tipos de equipamentos de elevação de cargas
2.1.2.1 Elevador
Os elevadores são equipamentos destinados ao transporte de pessoas e materiais nos
canteiros de obras da construção em edificações verticais. São equipamentos eletromecânicos
17
constituídos basicamente de: torre, guincho, cabina e componentes (FILHO, 2007). Na Figura
1 verifica-se detalhe para o equipamento de elevação do tipo elevador.
Figura 1- Equipamento de elevação do tipo elevador
Fonte: www.equipamentosfa.com.br (2013)
2.1.2.2 Empilhadeira
É uma máquina utilizada principalmente para carregar e descarregar mercadorias em
paletes. Existem diversos tipos e modelos, podendo ser movidas a gás, óleo diesel, gasolina e
com eletricidade. Seu uso é voltado para áreas externas e internas (se for ser usada em áreas
internas recomenda-se usar a elétrica), pois a queima do combustível polui o ambiente. Esse
tipo de equipamento pode fazer manobras rápidas e em espaços pequenos, tornando sua
operação muito ágil; possuem contrapeso em sua parte traseira, que dá a estabilidade à
maquina quando a mesma está executando a atividade de elevação de cargas. (DIAS, 1985).
Esse tipo de equipamento pode ser observado na Figura 2.
18
Figura 2 – Equipamento de elevação do tipo Empilhadeira
Fonte: www.croáciamovimentaçãodecargas.com.br (2013)
2.1.2.3 Muck
Usado para a movimentação de cargas, mais especificamente na construção civil,
descarga de maquinário, montagem de estruturas e movimentação de tanques e silos. São
equipamentos montados sobre caminhões convencionais (com chassis alongados) ou
concebidos num conjunto que já compreende caminhão e equipamento em um só. Possui
lança telescópica com a opção de colocação de Jib (um complemento de lança para que o
munck possa ter um alcance maior). (EVEN, 2008)
Possuem diversas capacidades de carga, que vai de 4 (quatro) a 45 ( quarenta e cinco)
Ton. Detalhe do munck, pode ser verificado na Figura 3.
19
Figura 3- Equipamento de elevação tipo munck
Fonte: www.croaciamovimentaçãodecargas.com.br ( 2013)
2.1.2.4 Pórtico
Utilizados normalmente em portos para descarregar grandes e pequenos containers ou
embalagens padrão para transporte de cargas com capacidade de até 20 m³. Esse tipo de
equipamento de elevação (Figura 4) pode erguer até 12 containers de capacidade 20m³,
podendo chegar até mais, em algumas situações, os pórticos devem ser definidos em função
da pista de produção ou largura da bateria, sendo está última definida como sendo a distância
entre um apoio do pórtico e outro; peças mais pesadas (capacidade mínima do pórtico) e
velocidade da produção (EVEN, 2008).
20
Figura 4 – Equipamento de elevação do tipo pórtico
Fonte: www.croaciamovimentaçãodecargas.com.br (2013)
2.1.2.5 Guindastes
Guindastes são máquinas projetadas com o objetivo de içar, movimentar e baixar
materiais pesados, mais utilizados na construção civil, indústrias e na área portuária. Os
guindastes surgiram para facilitar e agilizar esses setores (CAMPBELL, 1988).
Ainda de acordo com o mesmo autor, com avanço das tecnologias e com as diferentes
aplicações para equipamentos utilizados para erguer materiais na construção civil, foram
criados diferentes grupos de guindastes, de acordo com as suas características específicas.
Dentro destas características existem 3 (três) tipos de guindastes comumente usados:
guindastes móveis, navio guindaste e guindaste de torre (mais utilizado em obras). Este
último será mais explorado neste trabalho, pois é foco dessa pesquisa. A seguir serão
abordados esses 3 (três) tipos de guindastes.

Guindastes móveis
Os guindastes móveis, são formados por uma lança treliçada ou telescópica, uma
cabina e um chassi montado sobre pneus, esteiras ou ainda sobre rodas de aço que permite
circulação em trilhos (LICHTENSTEIN, 1987).
Os do tipo guindaste móvel sobre rodas com lança telescópica, (Figura 5) é
21
considerado o mais básico e consiste de um guindaste com lança telescópica montada em uma
plataforma móvel, seja no transporte rodoviário, ferroviário ou hidroviario. Possui uma lança
(boom) que consiste em uma série de tubos montados um dentro do outro. Um mecanismo
hidráulico ou outro mecanismo de força estende ou retrai os tubos para aumentar ou diminuir
o comprimento total da lança. (TÉCHNE, 2005).
Figura 5 – Guindaste móvel sobre rodas com lança telescópica
Fonte: www.liebherrbrasil.com.br (2012)
As vantagens deste tipo de guindaste são que os mesmos se locomovem em rodovias,
facilidade e rapidez na montagem, transitam sob pontes e interferências sobre o solo e em
determinadas situações permitem estender a lança com carga. As desvantagens são menor
capacidade de carga em relação a lança treliçada, somente alguns tipos se locomove com
carga. A lança telescópica trabalha com flexão, com isso nos ângulos grandes a capacidade
está limitada pelo cilindro hidráulico de elevação e nos ângulos pequenos a capacidade esta
limitada pelo engastamento entre os seguimentos da lança. (TÉCHNE, 2005). Na Figura 6
pode-se verificar essa variação de capacidade em função da variação angular.
22
Figura 6 - Variação de capacidade carga em função da variação angular
Fonte: www.liebherrbrasil.com.br (2012)
O guindaste móvel sobre esteiras com lança treliçada (Figura 06): são lanças montadas
sobre esteiras rodantes, geralmente usam lanças treliçada e sua principal característica é o fato
de locomover-se com cargas suspensas. Possuem grande capacidade de carga, pois sua lança é
mais leve e robusta se comparada com lanças telescópicas de guindastes com capacidades
similares. (TÉCHNE, 2005).
23
Figura 7 – Guindaste móvel sobre esteiras com Lança Treliçada
Fonte: www.kobelcocranes.com.br (2008).
Como o guindaste sobre esteiras, em comparação com o guindaste móvel sobre pneus,
não necessita ser patolado (consiste em estender as vigas que contém nos guindastes e descer
os cilindros hidráulicos, como pode ser notado no destaque da Figura 5). Ele pode ser
deslocado rapidamente no canteiro de obras ficando rapidamente pronto para operação. As
vantagens são que as mesmas se locomovem com carga e tem maior capacidade, pois tem a
lança mais leve. Alguns guindastes operam como bate estaca, dragline, perfuratriz, eletroimã,
crawshell e com caçambas de concreto (TÉCHNE, 2005).
As desvantagens são que os mesmos demandam tempo e custo operacional para
transporte, montagem e desmontagem e mudança de comprimento de lança. A lança esta mais
sujeita a danos pelo transporte e manuseio. A lança treliçada trabalha com compressão, com
isso não permite ângulos pequenos devidos à força gerada pelo peso da lança. (TÉCHNE,
2005).

Guindaste sobre navio
Os serviços portuários de carga e descarga de navios valem-se de diferentes
equipamentos, especialmente destinados a trabalhos específicos. Contudo, um dos guindastes
de emprego mais generalizado é o uso do guindaste sobre navio (Figura 8) é o que possui a
24
lança conectada com um braço articulado e garra, ou seja, o modelo mais conhecido como
grua que é fixa, para carga e descarga de material a granel. (BALLOU, 1993)
O mesmo tem como característica não possui uma boa movimentação das partes
moveis devido a quantidade de gruas uma muito próxima da outra, ficando assim limitado seu
movimento. (TECHNE, 2008)
Figura 08 - Guindaste sobre navios.
Fonte: www.portalsaofrancisco (2013)

Guindaste torre (grua)
O guindaste de torre, mais conhecido como grua, é formado por uma torre giratória ou
estática, que suporta uma estrutura metálica horizontal caracterizada como lança, que pode ser
móvel, articulada ou fixa. (BARBOSA e SANTANA, 2009; LICHTENSTEIN, 1987).
Ainda, para os autores citados, as gruas são muito importantes para o desenvolvimento
de uma obra, tendo em vista o tempo e o custo beneficio da mesma, pois atualmente as
empreiteiras necessitam de métodos que diminuam o tempo do processo construtivo.
Essa estrutura metálica pode variar sua altura de 10 a 150 metros. Desenvolvido para
auxiliar o transporte vertical e horizontal de cargas, há relatos que esse equipamento foi criado
antes da segunda guerra mundial na Europa e manteve suas características iniciais sem
25
grandes mudanças ate hoje. (SCIGLANO, 2008). Tem três movimentos básicos: içamento
vertical, translação da carga ao longo da lança e rotação da lança em torno do eixo da torre.
Há três tipos básicos de gruas: a grua fixa (Figura 9), gruas ascensionais e gruas
móveis sobre trilhos. A grua do tipo fixa apresenta uma base de concreto armado que pode
chegar a um peso de 130 Ton. As gruas ascensionais (Figura 10) tem possibilidade de
realização dos movimentos básicos, da ascensão do conjunto no interior do edifício, apoiamse na estrutura do mesmo. (LICHTENSTEIN, 1987)
Figura 9 – Grua fixa
Fonte: www.pingon.com.br (2013)
Figura 10 – Grua Ascensional
Fonte: www.pingon.com.br (2013)
26
As gruas móveis sobre trilhos (Figura 11) podem executar a translação de todo o
conjunto ao longo de um segmento da reta ou mesmo de uma curva de grande raio de grande
curvatura.
Figura 11 – Grua móvel sobre trilhos
Fonte: www.pingon.com.br (2013)
Na seleção do tipo de grua a ser usado, se faz necessário primeiro analisar as
distâncias horizontais e verticais de carregamento e descarregamento necessárias, de acordo
com a localização da grua no canteiro de obra e as cargas de içamento. (OLIVEIRA, 2004)
O equipamento de içamento deve ser definido através de consultoria direta para obra,
de forma a atender a esta necessidade e de acordo com a viabilidade econômico-financeira de
cada equipamento. Dando atenção especial a qualidade do fornecedor, pois a boa e preventiva
manutenção da grua é fundamental para o bom desempenho da montagem e da produção.
(RODRIGUES, 2009)
Para Even (2008), devem ser definidas em função de peça mais pesada, definição da
capacidade mínima da grua; distância da peça mais distante ao centro da grua (definição do
tamanho da lança).
Para definição dos tipos de gruas é necessário levar em consideração também o tipo de
torre e lanças que estão atreladas as mesmas. De acordo com Oliveira (2004) e Lichtenstein
(1987) pode - se considerar levando em consideração esses critérios, os seguintes tipos: grua
com torre giratória e lança móvel (horizontal ou inclinada); grua com torre estática e lança
27
horizontal; torre giratória com lança horizontal; torre estática com lança móvel e torre estática
com lança articulada.
Como pode-se verificar nos tipos citados anteriormente, verifica-se que há
basicamente, de acordo com os autores citados, dois tipos: grua com torre estática e lança
horizontal, grua com torre estática e com lança articulada e móvel, grua com torre giratória e
lança móvel e grua com torre giratória e lança horizontal como pode se verificar nas Figuras
12, 13, 14 e 15, respectivamente.
Figura 12- Grua com torre estática do tipo com lança horizontal
Fonte: www.grumont.com.br (2002)
Figura 13- Grua com torre estática do tipo com lança articulada e móvel
Fonte: www.grumont.com.br (2002)
28
Figura 14- Grua com torre giratória do tipo com lança móvel (horizontal ou inclinada)
Fonte- www.grumont.com.br (2002)
Figura 15- Grua com torre giratória do tipo com lança móvel )
Fonte- www.grumont.com.br (2002)
2.2. Canteiro de obras
O canteiro de obras pode ser definido basicamente como local ou área reservada do
terreno total do empreendimento, para disposição dos diferentes elementos que o compõe,
com objetivo de proporcionar o necessário suporte às operações desenvolvidas no seu interior,
para que os serviços da obra aconteçam de maneira mais produtiva possível, na tentativa de
29
reduzir os custos de produção da obra. O canteiro de obras também pode ser definido como:
áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em
áreas operacionais e áreas de vivência (ABNT, 1991; NR-18 (1995); NB – 1367, (1991)).
O canteiro de obras encontra-se em constante mudança tendo em vista que seu arranjo
depende das diferentes fases em que se encontra a obra. É fundamental a elaboração do
projeto que venha melhor contemplar à fase de execução da obra de modo geral, procurando
eliminar ou reduzir todas as deficiências presentes nos mesmos (FERREIRA,1998).
A superposição de fases durante a implantação do projeto exige do gerenciamento o
controle dos componentes de cada fase, bem como a coordenação das interfaces entre elas, de
modo que nada se perca na transposição de uma fase para outra, visando-se sempre atingir os
objetivos preestabelecidos do projeto (LIMMER, 1997).
2.2.1 Tipos de canteiros de obras
Outro aspecto relevante no estudo de canteiro de obras diz respeito a sua tipologia,
pois a mesma será fundamental na elaboração do projeto do canteiro, sendo específico para
cada projeto. (LIMMER, 1997).
Com relação à tipologia, os canteiros de obras podem ser: restritos, amplos e longos e
estreitos. Os canteiros restritos podem ser encontrados com maior frequência nos grandes
centros das cidades ou onde o custo por área construída é mais elevado, tendo em vista que
neste caso as edificações ocupam geralmente o terreno total na tentativa de aproveitar o
máximo de lucro. Diante dessa realidade, é necessário ter uma atenção e um cuidado em
especial no planejamento de canteiros restritos, demonstrando clareza e objetividade nos
critérios adotados (ILLINGWORTH, 1993).
Ainda considerando a tipologia descrita por Illingworth (1993), os canteiros
considerados amplos são aqueles no qual a edificação ocupa uma pequena parte do terreno
completo, contribuindo com espaços significantes para o fluxo de materiais e pessoas,
disponibilização de áreas para estocagem e recebimento. Os longos e estreitos possuem
poucas vias de acesso ao canteiro, impossibilitando o fluxo ideal de materiais e trabalhadores
necessário no decorrer da execução da obra.
30
2.3 Utilização de gruas em canteiros de obras.
A utilização da grua em determinada obra é definida pela sua versatilidade no que diz
respeito à geometria do canteiro de obra, dando velocidade no posicionamento dos elementos
estruturais que fazem parte da obra. Já sua definição feita é realizada pelas cargas máximas e
distâncias de onde irão carregar e posicionar os elementos estruturais e de acabamento da obra
(SCIGLIANO 2008).
Para a utilização da grua em canteiro de obras é realizado um cálculo para a
viabilidade da mesma no canteiro. A grua deverá abranger todo o perímetro externo dos
edifícios (Figura 16) (pode ser visto que G1 e a localização da grua no canteiro, e o circulo
azul e o seu alcance) com folga para um perfeito posicionamento das peças de fachada, tendo
sua lança abrangendo, desde o ponto de pega na área de carregamento até os pontos de
aplicação dessas peças no edifício. Deve-se salientar que a mesma tem que ter a possibilidade
de girar livremente com as peças sem que ocorra a possibilidade de tocar em nenhum ponto
da obra (SCIGLIANO 2008).
Figura 16- Raio de alcance de Grua fixa no canteiro de obra.
Fonte- www.grumont.com.br (2002)
31
Um aspecto bastante relevante está relacionado com as normas que regulamentam a
utilização de gruas em canteiros de obras. Atualmente há 3 (três) normas que relatam tal
assunto: (NR 18, 1996), (NR 6, 2001) e (NR 12, 2008).
A NR 18 dezoito (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção) tem como objetivo estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de
planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e
sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente do
trabalho na indústria da construção.
Em relação à NR 6 seis (Equipamento de proteção individual), o uso dos EPI´s são
obrigatório para que o operador da grua possa trabalhar adequadamente/ operar a mesma.
Dentro dessa norma, que ao se reportar a NR 18 dezoito, relata ainda que os EPC´s, que são
(Equipamentos de Proteção Coletiva) no qual podemos encontra facilmente nas Gruas. A
seguir verificam-se esses equipamentos:
Limitador de momento máximo; limitador de carga máxima para bloqueio
do dispositivo de elevação; Limitador de fim de curso para o carro da
lança nas duas extremidades; Limitador de altura que permita frenagem
segura para o moitão; Alarme sonoro para ser acionado pelo operador em
situações de risco e alerta, bem como de acionamento automático quando
o limitador de carga ou momento estiverem atuando; Placas indicativas de
carga admissível ao longo da lança, como especificado pelo fabricante;
Luz de obstáculo. (Lâmpada Piloto); Trava de segurança no gancho do
moitão.; Cabos guia para fixação dos cabos de segurança para acesso à
torre, lança e contra-lança. Para movimentação vertical na torre da grua é
obrigatório o uso de dispositivo trava-quedas; Limitador de Giro, quando
a grua não dispor de coletor elétrico.; Anemômetro; Dispositivo nas
polias que impeça a saída acidental do cabo de aço; Proteção contra a
incidência de raios solares para a cabine do operador conforme disposto
em 18.22.4; Limitador de curso para o movimento de translação de gruas
instaladas sobre trilhos; Guarda-corpo, corrimão e
rodapé nas
transposições de superfície; Limitadores de curso para o movimento da
lança. (Aplicável para gruas de lança móvel ou retrátil)
Já a NR 12 doze (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos), o
empregador deve adotar medidas de proteção para o trabalho em máquinas e equipamentos,
capazes de garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e medidas apropriadas
sempre que houver pessoas com deficiência envolvidas direta ou indiretamente no trabalho.
32
Ainda de acordo coma NR 12 doze, as máquinas e equipamentos devem ser
submetidos à manutenção preventiva e corretiva, na forma e periodicidade determinada pelo
fabricante, conforme as normas técnicas oficiais nacionais vigentes e, na falta destas, as
normas técnicas internacionais.
33
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local da pesquisa
Para o acompanhamento das gruas nos de canteiros de obras foram realizadas visitadas
em 2 (duas) obras no Estado do Rio Grande do Norte. Uma na Cidade de São Gonçalo do
Amarante (RN) e outra na Cidade de Mossoró (RN).
A obra da Cidade de São Gonçalo do Amarante consiste na construção do Aeroporto
Internacional de São Gonçalo do Amarante, como pode se verificar na (Figura.17). A obra
tem um consórcio com 12 empresas em atividade e cerca de 1600 colaboradores.
Figura 17- Detalhe da obra do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante
Fonte: Acervo próprio (2013)
A obra de Mossoró consiste na construção de um edifício residencial na Rua Amaro
Duarte, Nº 1755 bairro Nova Betânia (Figura17). A mesma é administrada por uma única
empresa privada e tem 62 colaboradores.
34
Figura 18 - Detalhe do edifício Splendore Residence na Cidade de Mossoró.
Fonte: Acervo próprio (2013)
3.2 Levantamento dos dados
Para o acompanhamento do uso de gruas nos canteiros das obras, foi aplicado um
formulário (APÊNDICE 1) e foi utilizado também registros fotográficos.
35
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Construção do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante
A construção do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante/RN (Figura
19), tem por finalidade atender a demanda de passageiros e cargas que está em grande
ascensão no RN e no Brasil e também para cumprir uma exigência da FIFA (Federação
Internacional Futebol) para a melhoria do transporte aéreo na copa de 2014, tendo em vista a
grande quantidade de turistas que vem para prestigiar o evento.
Figura 19 – Vista aérea de toda área do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do
Amarante/RN
Fonte: Autoria própria (2013)
A obra iniciou em 1995 com o decreto de desapropriação do governo do Estado do
Rio Grande do Norte das terras para a construção do mesmo. De acordo com informações
obtidas na pesquisa tem prazo de entrega para Maio de 2014 com fins de utilização no
Campeonato Mundial de Futebol de 2014.
36
4.1.1 Caracterização geral do canteiro de obras
O canteiro de obras do aeroporto possui uma área total de 15 (quinze) milhões de
metros quadrados (Figura 20). Será dotado de duas pistas de pousos/decolagens, medindo
3.000 (três mil) metros de comprimento por 60 (sessenta) metros de largura, possibilitando a
operação das grandes aeronaves de passageiros e cargas, de acordo com o encarregado geral
da empresa que administra as atividades em conjunto das 12 empresas do consórcio. Com isso
pode-se caracterizar como uma obra de grande porte, devido as suas dimensões e a quantidade
de colaboradores ali presente, que se chega a 1600.
Figura 20 - Detalhe do canteiro de obras do aeroporto.
Fonte: Autoria própria (2013)
4.1.2. Utilização de gruas no canteiro de obras do aeroporto
A utilização da grua no canteiro de obra do Aeroporto Internacional de São Gonçalo
do Amarante, foi de fundamental importância para agilizar o processo construtivo, foi
necessário içar peças de grande porte e grandes quantidades de concreto, para ser colocada em
lugares complexos.
A grua foi adquirida por meio de locação com o operador por conta da empresa
contratada, pois o consorcio não dispunha de gruas para realizar as atividades. Já a escolha
com o operador se deu por negociação, já que, reduz custos para a empresa no futuro
37
(pagamento de contas, FGTS, seguro e todos os benefícios a que um colaborador tem direito
ao sair da empresa), a escolha do tipo de grua se deu devido o canteiro de obra ser espaçoso,
permitindo colocar varias gruas para agilizar as atividades.
De acordo com dados obtidos, na obra foram utilizadas 3 (três) gruas fixas como pode
se verificar na Figura 21
Figura 21 – Gruas fixas utilizadas no canteiro de obras do aeroporto.
Fonte: Acervo próprio (2013)
Ressalta-se que 2 (duas) dessas gruas possuí capacidade nominal máxima de 40
(quarenta) Ton (Figura.22). (capacidade determinada pelo fabricante em testes) e uma altura
máxima de 80 (oitenta) metros.
38
Figura 22 – Grua fixa com capacidade de carga de 40Ton.
Fonte: Acervo próprio (2013)
A terceira grua era de porte maior, com capacidade nominal máxima de 100 (cem)
Ton. (capacidade determinada pelo fabricante em testes), e altura máxima de 120 (cento e
vinte) metros, para uma eventual necessidade de içamento de cargas com dimensões maiores
e mais pesadas.
A utilização das gruas no canteiro era antecedida por um Plano de Ringger (que é uma
elaboração prévia das atividades a ser feitas com a grua, descrevendo todas as características
da movimentação, desde os acessórios ate onde a peça será colocada). Isso tudo assinado e
verificado pelo responsável que, nesse caso, era o engenheiro de segurança.
Após realizado o Plano de Ringger, um operador e um ajudante realizavam a
operacionalização das gruas. O operador fazia a manutenção diária ( verificação de uma lista
de itens que consta nas gruas) antes das atividades, com objetivo de prevenir possíveis
problemas durante a operação. Vale ressaltar que todas as gruas utilizadas na obra possuem
seguro.
4.2 Construção do Edifício Residencial Sprendore Residence
A construção do Edifício Splendore Residence na Rua Amaro Duarte, Nº 1755 Bairro
Nova Betânia, na cidade de Mossoró RN, (Figura 22) está relacionada com a crescente
demanda da construção civil por unidades habitacionais.
39
Figura 23 - Edifício Splendore Residence.
Fonte: Autoria própria (2013).
A obra foi inicializada em 18/12/2011 dezoito de dezembro de dois mil e onze e tem
perspectivas de concluir suas atividades em 20/12/2014 vinte de dezembro de dois mil e
quatorze. A mesma tem no quadro 62 (sessenta e dois) colaboradores que trabalham de
segunda a sábado. Hoje com a grande demanda de pedidos e a falta de mão de obra
especializada, as empreiteiras correm contra o tempo para cumprir as datas de entrega
estabelecida em contrato, tornando-se assim usual o prazo como marketing de venda, ressalta
o engenheiro responsável pela obra.
4.2.1 Caracterização geral do canteiro de obra
O canteiro de obras do Edifício Splendore Residence tem uma área total de superfície
de 1.842,22 m². O edifício será composto por uma torre de 18 pavimentos. Cada pavimento
será composto de 2 (dois) apartamentos, fazendo um total de 36 unidades habitacionais com
área total de 55.234,56m².
4.2.2 Utilização de gruas no canteiro de obra
A utilização da grua nessa obra foi devido a versatilidade, pois o canteiro de obras tem
dimensões limitadas desde o inicio da obra, pois a grua tem um grande potencial. Foi
40
observado nessa obra a utilização de dois tipos de equipamentos de elevação: uma grua do
tipo ascensional (Figura 23) e um elevador (Figura 24). Este último utilizado exclusivamente
para o transporte de operarios.
Figura 24 - Grua ascensional utilizada no edifício
Fonte: Autoria própria (2013)
Figura 25- Elevador para transporte de operarios utilizado na obra
Fonte: Autoria própria (2013)
41
O modelo de grua usada no canteiro de obras do edifício Splendore era do tipo
ascensional, tipo esse que e fixado nas estruturas do edifício, mais precisamente no local onde
será instalado o elevador, com capacidade nominal máxima de 30 (trinta) Ton. Seu
prolongamento se dar a medida que
o edifício vai crescendo, ou seja, a grua vai
acompanhando seu desenvolvimento. Ressalta-se ainda que outro modelo (grua fixa ou móvel
sobre trilos) não seria viável devido a área a que a obra dispunha.
Já o dimensionamento no caso do uso de uma grua ascensional deve ser feito bem
antes de sua instalação, pois ela e fixada às estruturas do edifício, com tudo, um erro pode
ocasionar problemas sérios (desmoronamento da grua, ou ate de parte da edificação), erro esse
que pode ser desde uma sobre carga na grua (quando ultrapassa o valor estipulado pelo
fabricante em uma determinada configuração), ou ate mesmo o não suporte das estruturas do
edifício.
A utilização da mesma era feita por um operador da empresa, já que a grua era da
mesma, foi ressaltado que “as atividades são realizadas sem plano de Ringger (que é uma
elaboração prévia das atividades a ser feitas com a grua, descrevendo todas as características
da movimentação, desde os acessórios ate onde a peça será colocada), é sem um ajudante
especifico com experiência na área, todos que compomos a obra somos ajudante do operador
para amarra ou sinalizar, assim são realizadas as atividades aqui na obra. Sabemos do perigo
que estamos expostos, mais os serviços tem que ser feito”.
Foi relatado também no questionário que “a grua por ser nossa não tem seguro contra
acidentes, mais acharia certo fazer o seguro do equipamento como também da obra por
motivo da grua ficar fixado exatamente nas estruturas do edifício, mais tal questão para a
empresa aumentara os custos finais da obra. Nós tentamos na medida do possível mantermos
em bom estado de uso para um correto funcionamento da maquina, e seguridade das
atividades”.
42
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo acompanhar o processo de utilização de gruas nos
canteiros de obras do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante e de um Edificio
Residencial. Diante do exposto e das condições de realização do trabalho pode-se considerar
que:

Nas obras visitadas foi observado o uso de gruas nos canteiros de obras;

No Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante utilizou-se a grua do tipo
fixa;

Na obra do Edifício Residencial Splendore utilizou-se a grua do tipo ascensional;

Observou-se também o uso do equipamento de elevação de carga do tipo elevador, na
obra do Edifício Residencial Splendore;

Foi observado nas duas obras o planejamento de implantação das gruas;

Na obra do aeroporto era realizado plano de ringger;

Já na obra do edifício Splendore residence não realizava plano de ringger.
43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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canteiros de obras. Rio De Janeiro, 1991. 11 p.
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elaboração do projeto do canteiro de obras de edifícios. São Paulo: Escola Politécnica da
USP, 1998. 20 p. Boletim Técnico.
FERREIRA, Emerson de Andrade Marques; FRANCO, Luiz Sérgio. Proposta de uma
metodologia para o projeto do canteiro de obras. São Paulo: Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, 1998. 8 p.
FUNDACENTRO. NR-18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da
construção. São Paulo: FUNDACENTRO, 1996.
LIMMER, Carl Vicente. Panejameto, Orçamentação e controle de projetos e obras. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1997. 225 p.
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instalações de canteiros de obras: aspectos que interferem na produtividade. Disponível
em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1997_T3308.PDF>. Acesso em: 25 out.
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SERRA, S. M. B. Canteiro de obras: projeto e suprimentos. São Carlos: UFSCAR, 2001.
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ILLINGWORTH, J.R. Construction: methods and planning. London: E&FN Spon, 1993.
RIBEIRO, Paula Frassinetti Cavalcante, CARACTERIZAÇÃO DOS CANTEIROS DE
OBRAS DA CIDADE DE ANGICOS/RN, monografia de conclusão de curso, 2011.
44
SCIGLIANO, Walter Antonio, Gruas: “o que e preciso para se usar grua”, São Paulo: Ed.
do autor, 2008.
DIAS, Marco Aurélio Pereira, Administração de Materiais / Uma Abordagem Logística,
Volume 2 São Paulo, Atlas, 1985, paginas 244 á 249.
FANTUZZI REGGIANE (Itália). MHC 200: Manual do Operador e Manutenção. Reggio
Emília: Ftdo, 2005.
CAMPBELL, D. H., Guindastes Móveis Hoje. Operating Engineers Training Institute of
Ontário. Ontário, 1988.
LICHTENSTEIN N. B. O uso da grua na construção do edifício. Escola Politécnica da
USP. São Paulo, 1987.
REVISTA TÉCHNE – PINI. Gigantes versáteis, Edição 94 ano 13, janeiro de 2005 páginas
32 até 35
VILLELA, Fábio Fernandes. Indústria da construção civil e reestruturação produtiva.
Tese de Douorado em sociologia. UNICAMP, Dezembro 2007.
BALLOU, Ronald H. - Logística Empresarial: Transportes, administração de materiais e
distribuição física Ed. Atlas - 1993.
45
APENDICE – A: Formulário para acompanhamento da utilização de gruas em
canteiros de obras.
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - CAMPUS DE ANGICOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLÓGICAS E HUMANAS DCETH
CURSO: BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DISCIPLINA:
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO.
Formulário para acompanhamento da utilização de gruas em canteiros de
obras.
1- Dados Gerais da Obra

Localização: _____________________________________________

Tipo de obra:_____________________________________________

Número de operários:______________________________________

Área total da obra: ________________________________________
2- Utilização da Grua no Canteiro – Dados gerais

Tipo de grua que é utilizado
______________________________________________________________

Porque usa esse tipo
______________________________________________________________
_____________________________________________________________

Capacidade de carga da grua:
______________________________________________________________

De que forma é realizada a operacionalização da grua?
46
______________________________________________________________
______________________________________________________________
3- Tipo de aquisição:

Com operador? Por quê?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
 Sem operador? Por quê?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
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