10-IIFIICE-culicideos

Propaganda
II Feira Interna de Iniciação Científica e Extensão - II FIICE
Camboriú, SC, 30/09 e 01 outubro de 2010
Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú
ÁREA TEMÁTICA PRINCIPAL
Meio Ambiente
ÁREAS TEMÁTICAS RELACIONADAS:
Saúde
IDENTIFICAÇÃO DE CULICÍDEOS (DIPTERA: CULICIDAE)
PRESENTES NO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - CAMPUS
CAMBORIÚ
Aluno: Felipe Daniel Antunes de Matias, [email protected]
ALUNO: João André Martins, [email protected]
ORIENTADORA: Maria Amélia Pellizzetti, [email protected]
CO-ORIENTADOR: Wilson José Morandi Filho, [email protected]
II Feira Interna de Iniciação Científica e Extensão - II FIICE
Camboriú, SC, 30/09 e 01 outubro de 2010
Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú
IDENTIFICAÇÃO DE CULICÍDEOS (DIPTERA: CULICIDAE)
PRESENTES NO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - CAMPUS
CAMBORIÚ
Felipe Daniel Antunes de Matias1; João André Martins2, Maria Amélia Pellizzetti3,
Wilson José Morandi Filho4
RESUMO
Os culicídeos são conhecidos como mosquitos, pernilongos, muriçocas ou carapanãs. Os adultos são
alados, possuem pernas e antenas longas e na grande maioria são hematófagos, enquanto as fases
imaturas são aquáticas. Estão disseminados por todas as regiões do globo, inclusive no círculo polar
do Norte, porém, existem determinadas espécies que habitam preferencialmente os territórios
tropicais e subtropicais. Atualmente reconhece-se a existência de cerca de 3600 espécies de
mosquitos. Os culicídeos recebem atenção especial devido ao seu hábito hematófago, através do
qual se tornam importantes vetores de doenças como a dengue e a febre amarela. Este estudo
científico teve como objetivo principal identificar as principais espécies de culicídeos presentes no
IFC-Campus Camboriú e estabelecer uma coleção entomológica que poderá auxiliar em pesquisas
futuras. Foram coletados exemplares de mosquitos com auxílio de armadilhas do tipo Shannon e
aspiradores orais. Em seguida, os insetos foram acondicionados em potes de plástico (15x15cm),
registrando local de coleta, data e nome dos coletores, sendo posteriormente submetidos a baixa
temperatura para serem mortos. Após este procedimento realizou-se a identificação através de
chaves taxonômicas específicas e confirmadas pelo taxonomista. Dr Carlos Brisola Marcondes
(UFSC). Trata-se do primeiro levantamento de culicídeos realizado neste campus e verificou-se a
presença de gêneros de culicídeos em nossa instituição, sendo eles Culex e Aedes, possíveis vetores
de dengue, malária e elefantiase.
Palavras-chave: Mosquitos. Doenças. Saúde pública.
1 INTRODUÇÃO
Os culicídeos são conhecidos como mosquitos, pernilongos, muriçocas ou
carapanãs. Os adultos são alados, possuem pernas e antenas longas e na grande
maioria são hematófagos, enquanto as fases imaturas são aquáticas. Estão
disseminados por todas as regiões do globo, inclusive no círculo polar do Norte,
1
Aluno do Curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal Catarinense - Campus Camboriú, Turma AA09,
E-mail: [email protected]
2 Aluno do Curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal Catarinense - Campus Camboriú, Turma AA09,
E-mail: [email protected]
3 Bióloga, MSc, Professora do Instituto Federal Catarinense-Campus Rio do Sul, CEP 89160-000. Rio do Sul,
SC. Orientadora do Projeto, E-mail: [email protected]
4 Engenheiro Agrônomo, MSc, Dr., Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do IFC-Campus
Camboriú, CEP 88340-000. Camboriú, SC. Co-orientador do Projeto, E-mail: [email protected]
II Feira Interna de Iniciação Científica e Extensão - II FIICE
Camboriú, SC, 30/09 e 01 outubro de 2010
Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú
porém, existem determinadas espécies que habitam preferencialmente os territórios
tropicais e subtropicais
Segundo Consoli; Oliveira, (1998, p18) [...] atualmente, há mais de 3.000
espécies de mosquitos identificados, porém a biologia da grande maioria delas ainda
é desconhecida, assim como os melhores meios para combater muitas daquelas que
são nocivas aos humanos.
Os insetos são animais que trazem alguns incômodos a população humana,
porém apresentam uma série de funções no ambiente natural. Como desvantagem
para o homem é possível citar as doenças transmitidas, como por exemplo, a
dengue e a febre amarela que têm como vetor o culicídeo Aedes aegypti. Como
vantagens pode-se citar seu papel na polinização de inúmeras espécies da flora e
na manutenção do equilíbrio ecológico.
Muita ênfase é dada ao impacto negativo que os insetos têm sobre os
humanos, devido ao seu papel na transmissão de doenças como dengue, febre
amarela e malária. Porém, esses animais são extremamente importantes para o
meio ambiente, pois atuam como agentes polinizadores de inúmeras espécies da
flora.
O IFC – Campus Camboriú, assim como outros ambientes rurais, apresenta
uma grande variedade de culicídeos. Além das doenças transmitidas por eles,
podemos abordar a questão das alergias e do incômodo causado aos alunos e
professores da Instituição, que atualmente apresenta uma área de 2070000 m², 910
alunos e aproximadamente 100 funcionários, entre professores efetivos, substitutos,
técnicos administrativos e servidores terceirizados. Vale a pena ressaltar o custo de
manter um funcionário fora do local de serviço para tratamento de doenças
causadas por esses agentes patogênicos e a queda do rendimento escolar dos
alunos.
O objetivo deste trabalho foi identificar os culicídeos coletados, gerando
conhecimento sobre a ecologia das espécies de culicídeos presentes no campus do
IFC – Campus Camboriú, gerando informações para a utilização de métodos de
controle químicos ou biológicos destes agentes patogênicos, evitando assim a
II Feira Interna de Iniciação Científica e Extensão - II FIICE
Camboriú, SC, 30/09 e 01 outubro de 2010
Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú
transmissão de doenças que possam prejudicar o desempenho profissional e escolar
da comunidade do Instituto.
2 METODOLOGIA
Decorrente as inúmeras povoações de mosquitos presentes no Instituto
Federal Catarinense – Campus Camboriú o projeto visou, através de coletas de
dados realizadas a campo periodicamente entre o dia 08 e 20 de cada mês, a coleta
das espécies de culicídeos, onde os mesmos seriam armazenados e identificados
posteriormante.
Existem diversas técnicas para capturar estes indivíduos inteiros, porém a
usada neste trabalho foi a coleta de mosquitos adultos com a armadilha de Shannon
e correlatas. Essa armadilha, descrita inicialmente por Shannon (1939), foi adaptada
em medidas por diversos autores.
Consiste originalmente em uma estrutura de tecido branco ou cor clara e
tela apropriada para captura de mosquitos ao ar livre. Pode ser utilizada
para atrair os insetos com uma fonte luminosa em seu interior, associada ou
não a uma isca humana ou animal. Os mosquitos que voam para seu
interior são coletados com captadores de sucção. Como variante desse
método, pode ser montadas “tendas” de tecido fino, tipo filó, de vários
formatos e tamanhos a cerca de 20 cm de altura do solo, providos de isca
humana ou animal. (CONSOLI, OLIVEIRA, 1994, p162).
Figura 01 Armadilha Shannon (CONSOLI, OLIVEIRA, 1994)
II Feira Interna de Iniciação Científica e Extensão - II FIICE
Camboriú, SC, 30/09 e 01 outubro de 2010
Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú
Depois foram coletados e colocados em potes plásticos de (15x15cm)
distribuídos por hora que está sendo realizada a coleta, para poder ser feito a
análise de dados.
Os insetos foram montados em alfinetes entomológicos, sob triângulos de
cartolina
branca
para
posteriormente
serem
acondicionados
em
caixas
entomológicas. Para isto coloca-se uma pequena gota de cola transparente ou
esmalte de unha incolor sobre a superfície clara e molhar a ponta do triângulo com
uma pequena quantidade da mesma. Em seguida, encosta-se cuidadosamente a
ponta na pleura torácida do mosquito que vai ser montado, de maneira que a maior
parte das suas pernas fique posicionada na direção do alfinete. Levanta-se o alfinete
já com o mosquito aderido, e com o estilete fino faz-se ascorreções de posições
antes que a cola seque.
Os gêneros e espécies dos culicídeos encontrados foram identificados com o
auxílio de lupas e chaves entomológicas específicas. A identificação foi confirmada
pelo taxonomista Dr. Carlos Brisola Marcondes (UFSC).
Após sabermos o gênero e espécie destes culicídios, foram colocadas
etiquetas com a abreviação do nome do gênero e da espécie. Depois podemos
identificar quais os problemas de saúde que estes hematófagos podem nos
transmitir, problemas estes que vão de alergias simples a doenças serias como febre
amarela ou até mesmo dengue.
Os culicídeos coletados e identificados ficarão armazenados temporariamente
no Laboratório de Biologia do IFC, até dispormos de Museu Entomológico, servindo
desta maneira, como subsídios para futuros estudos nesta área.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através das coletas de dados feitas periodicamente dados foram levantados
baseando-se em resultados obtidos de coletas. No gráfico a seguir mostra a
quantidade de culicídeos por coleta.
II Feira Interna de Iniciação Científica e Extensão - II FIICE
Camboriú, SC, 30/09 e 01 outubro de 2010
Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú
Unidade de Culicídeos
coletado
300
250
200
150
Quantidade
100
50
0
8 8 10 11 12 2 3 4 5 6 7Mês de realização da coleta
Figura 2: Gáfico
O gráfico acima mostra a quantidade de mosquitos por coleta e o número
abaixo mostra mês de coleta. No mês de agosto de 2009 foram realizadas duas
coletas feitas em dias distintos do mês, onde foram coletados 100, 72 culicídeos
respectivamente.
Seguindo a sequência dos meses do gráfico, percebesse o mês de
outubro (10), novembro (11), dezembro (12), fevereiro (2), março (3), abril (4), maio
(5), junho (6) e julho (7), onde a temperatura média das coletas ficou entre 17, 8 ºC,
27,9 ºC, 26,5 ºC, 26,8 ºC, 26,1ºC, 25,5ºC, 20,2ºC, 21,0ºC e 19,5ºC
respectivamente.
A quantidade de espécimes de culicídeos variou bastante entre as coletas
100, 72, 72, 119, 16, 18, 147, 109, 265, 125 e 57 segundo os meses do gráfico
respectivamente.
Depois da identificação feita e confirmada pelo taxonomista da UFSC,
verificou-se a existência de dois gêneros de culicídeos, Culex que segundo (Consoli
e Oliveira, 1994, p140) são essencialmente noturnos e atacam mamíferos e aves,
preferem regiões litorâneas, vetor primário de filariose, doença causada por
parasitas conhecidos como vermes nematóides (as filárias). Na fase aguda, os
principais sintomas desta doença são: inflamação no sistema linfático, febre, dores
de cabeça, mal estar, etc. Meses, ou anos depois (quando a doença já se tornou
crônica) podem surgir outros sintomas como: inchaço de membros (mamas no caso
II Feira Interna de Iniciação Científica e Extensão - II FIICE
Camboriú, SC, 30/09 e 01 outubro de 2010
Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú
das mulheres e testículos no caso dos homens), doenças infecciosas na pele e
gordura na urina. Em sua forma mais grave pode ocorrer aumento excessivo do
tamanho dos membros (elefantíase).
Aedes é um gênero de mosquito originalmente em zonas tropicais e
subtropicais. Diversas doenças são transmitidas pelos insetos deste gênero, que
incluem a dengue e a febre amarela.
Conseguiu-se também chegar a níveis de espécimes, como Aedes
scapularis, espécie comum no litoral, especialmente em áreas que tenham poças
temporárias. É uma espécie muito importante, não só pelo incômodo causado pelas
picadas, mas também pelo envolvimento com transmissão de dirofilariose, infecção
causada por um verme que atinge cães (e gatos, humanos e furões), além de alguns
arbovírus.
4 CONCLUSÃO
Até o presente momento temos apenas dois gêneros identificados, sendo
eles o Aedes e Culex. Conseguiu-se também chegar a níveis de espécimes, como
Aedes scapularis.
No decorrer de 23 horas de coletas durante dias distintos, nos anos de
2009 e 2010, foram coletadas 1210 exemplares de culicídeos. Todos os espécimes
são fêmeas, pois apenas elas são atraídas pelo nosso suor com o objetivo de sugar
o sangue para servir de alimentos as larvas.
Verificou-se que gêneros como estes são de grande revelância para
nosso instituto, pois os mesmos podem acarretar uma série de prejuízos para
comunidade escolar, incluindo alunos, professores e funcionários do instituto e até
mesmo da cidade de Camboriú.
Possíveis propostas de continuação deste projeto está sendo realizados
no decorrer do ano letivo, até mesmo a proposta divulgar mais a nossa instituição os
perigos que corremos ao sermos picados por estes “insignificantes” bichinhos, até
mesmo fazendo uma parte de extensão dentro da instituição. Essa proposta de
II Feira Interna de Iniciação Científica e Extensão - II FIICE
Camboriú, SC, 30/09 e 01 outubro de 2010
Instituto Federal Catarinense – Campus Camboriú
extensão será feita por intermédio de cartazes e folhetos, explicando cada um
destes culicídeos detalhadamente e imagens dos mesmos.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, C. J. B. de; MOURA, M. O.; RIBEIRO, P. B. Chave para adultos de
dípteros (Muscidae, Fanniidae, Anthomyiidae) associados ao ambiente
humano no Brasil. Revista Brasileira de Entomologia 46(2): 107-114 30. VI. 2002.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0085-5626 200200 0200 001 &s
cript=sci_arttext. Acesso em 28 Abr. 2009.
CONSOLI, Rotraut A. G. B; OLIVEIRA Ricardo Lourenço de. Principais mosquitos
de importância sanitária no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994. 228p.
RAFAEL, José Albertino. A AMOSTRAGEM. PROTOCOLO E TÉCNICAS DE
CAPTURA
DE
DIPTERA.
2002.
Disponível
em:
http://www.seaentomologia.org/Publicaciones/M3M/Pribes2002/Pribes2002.htm. Acesso em 24 abr.
2009.
RODRIGUES, R. B. Alunos planejam combate a pernilongos. 2003. Disponível
em: http://www.pucminas.br/imagedb/puc_informa/PIF_DSCARQUI 200412171155
00.pdf?PHPSESSID=04e2ceb08a00d4bf44963941041cdbf0.external Acesso em:
16 jul. 2007.
SOUTO, R. N. P.; PIMENTEL, C. H. C. Culicideos (Diptera:Culicidae) da Região
dos Lagos nos Municípios de Amapá, Pracuúba e Tartarugalzinho. Disponível
em: <www.iepa.ap.gov.br/probio/relatorios/Relatorio_Cap08.pdf> . Acesso em 28
abr. 2009.
Download