1 implementação e expansão de instituições auxiliares do

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IMPLEMENTAÇÃO E EXPANSÃO DE INSTITUIÇÕES AUXILIARES DO
ENSINO NOS GRUPOS ESCOLARES PARAIBANOS
DURANTE O ESTADO NOVO (1937-1945)
EvelyanneNathaly Cavalcanti de Araújo Silva – PIBIC/UFPB, [email protected]
Antonio Carlos Ferreira Pinheiro – PPGE/UFPB, [email protected]
1.Introdução
Este trabalho apresenta resultados parciais de um amplo projeto que se encontra
em andamento intitulado: Escolarização para a moral, o civismo e o nacionalismo: os
grupos escolares e as escolas rurais espaços para a difusão dos ideais estadonovistas na
Paraíba (1937-1945), parcialmente, financiado pelo – CNPq/UFPB. Parte do
levantamento documental foi realizado no Arquivo Público Waldemar Bispo Duarte,
situado na Fundação Espaço Cultural – FUNESC, na cidade João Pessoa - PB, nos
detendo, mais particularmente, nas notícias publicadas do Jornal A União.
Efetuamos a análise da documentação realizando um intercruzamento com
leituras críticas da historiografia relacionada ao período estadonovista, procurando
observar a maneira como as políticas educacionais sugeridas pelo poder central,
acabaram por incentivar e priorizar a expansão dos grupos escolares na Paraíba, bem
como estimulou a organização e efetivação de diversas atividades que estiveram para
além do simples funcionamento das aulas. Para tanto, utilizamos o referencial teórico
propugnado por Thompson (1987) no que concerne, especificamente, à ideia de
experiência e do Hobsbawm (1998) no que tange aos conceitos de permanências e
mudanças constituintes do movimento da história. Essas categorias de análise nos
auxiliaram no sentido de observarmos como os grupos escolares e suas instituições
auxiliares foram importantes para ajudar na formação das crianças citadinas, sendo esse
um dos pontos fundamentais para consecução da política educacional implementada a
partir da instauração do Estado Novo.
Nesse sentido, nos grupos escolares paraibanos foram realizadas diversas
experiências sócio-culturais a partir da institucionalização de atividades que eram
consideradas auxiliares do ensino, entre elas podemos destacar o teatro infantil e os
clubes agrícolas. Entretanto, ao mesmo tempo em que nos detemos em analisar essas
práticas sócio-educativas e culturais, não perdemos de vista que elas estiveram
articuladas às grandes diretrizes educacionais nacionais que deram respaldo a efetivação
2
das políticas educacionais locais, ou melhor, no âmbito do estado da Paraíba.
Percebemos com isso, que a política de ampliação e valorização dos espaços para o
ensino primário, em especial, a dos grupos escolares, fizeram parte do processo de
escolarização, filosoficamente fundamentado, nos princípios estadonovistas de
educação voltados para fortalecimento da moral, do civismo e do nacionalismo.
A Paraíba teve dois Interventores federais, quais sejam: Argemiro de Figueiredo
(1937-1940) e Ruy Carneiro (1940-1945). Eles procuraram implementar a política
nacional de educação, propugnada por Vargas, no sentido da expansão e nacionalização
do ensino primário, especialmente com a criação de novos grupos escolares, contudo
procurando observar as especificidades locais. Essas escolas foram consideradas
espaços privilegiados para a difusão de princípios filosóficos adotados pelo Estado
Novo. Silva (1939) ressaltou em um dos seus livros que “a exacerbação do sentimento
pátrio e moralizante” (p. 36), seria um dos princípios filosóficos que permeariam a
própria estruturação e essência do Estado Novo. Nesse sentido, procuramos aqui
analisar como os governos do Argemiro de Figueiredo e Ruy Carneiro estiveram
comprometidos com a referida política de expansão do ensino primário, nos detemos
todavia, na expansão dos grupos escolares destacando, nesse movimento as instituições
auxiliares do ensino bem como os seus objetivos. Para tanto, tomamos como referência
os clubes agrícolas e o teatro infantil.
2. Expansão dos grupos escolares
Na administração do Interventor Argemiro de Figueiredo, ocorreu a construção
de vários grupos escolares no Estado, bem como a implementação de um ensino voltado
para as questões rurais nas escolas de ensino primário1. De acordo com o Decreto nº
795, de 1º de abril de 1937, foram criados os seguintes grupos escolares:
Art. 1º - Ficam creados os seguintes Grupos Escolares: “Gentil Lins”,
em Sapé; “Dr. José Maria”, em Pilar; “Dr. AppolonioZenayde”, em
Piancó; “Professor Luiz Aprigio”, em Mamanguape; “Professor
Clementino Procopio”, em Campina Grande e “Dr. José Leite”, em
Conceição, todos de 2.ª categoria; “Monsenhor Salles”, em Galante e
“Dr. José Tavares”, em Queimadas, ao municipio de Campina
Grande, de 3.ª categoria. (...) (A UNIÃO, 02.04.1937, p. 4)
1
Cf. Araújo (2011) que discute, prioritariamente, a questão do ensino rural na Paraíba, no período do
Estado Novo.
3
Além dessa iniciativa, várias medidas relacionadas ao ensino primário foram
tomadas durante a interventoria de Argemiro de Figueiredo, porém foi durante o
governo de Ruy Carneiro que ocorreu toda uma reorganização do ensino primário na
Paraíba.
Já ano de 1937, estavam já próximos de conclusão a construção de dois grupos
escolares no interior do Estado, um na cidade de Conceição, denominado Grupo Escolar
José Leite e outro em Misericórdia, denominado de Grupo Escolar D. Vital. (A UNIÃO,
20.01.1937, p. 1). Ainda, segundo notícias do mesmo jornal, também ocorreu o término
das obras de melhoramento do Grupo Escolar Epitácio Pessoa, localizado na capital do
Estado. (A UNIÃO, 30.01.1937, p. 3). No município de Sapé, o Grupo Escolar Gentil
Lins, foi inaugurado e recebeu a visita do então Interventor Argemiro de Figueiredo.
No ano de 1938, estavam em construção os grupos escolares de Picuí, de Santa
Rita, de Taperóa, de Cabaceiras e de Serraria, mediante o Decreto nº 1043, de 13 de
maio de 19382. Em fevereiro de 1938, o Grupo Escolar Celso Cirne foi inaugurado, na
cidade de Moreno. Esses dados acima apresentados demonstram que ocorreu um
permanente investimento efetuada pelo Interventor Argemiro de Figueiredo em relação
a educação escolar primária e, mais particularmente, com a construção e inauguração de
grupos escolares obedecendo não raras vezes aos moldes estabelecidos pela Diretoria de
Viação e Obras Públicas. (AUNIÃO, 25.01.1939, p. 01 e 02).
Para se ter noção dos dados estatísticos, percebe-se que no ano de 1934, por
exemplo, havia no estado da Paraíba, 34 grupos escolares e, em 1939, esse número já se
elevara para 42, sendo que o governo de Argemiro de Figueiredo foi responsável pela
construção de 17 grupos escolares. Associado à criação e construção de novos grupos
escolares, muito já existentes também, passaram por beneficiamentos tais como
reformas, melhoramentos e adaptações, sendo eles os seguintes: Grupo Escolar Santo
Antonio, Grupo Escolar Antonio Pessoa, na capital, Grupo Escolar Tomaz Mindêlo,
Grupo Escolar de Araruna, Grupo Escolar de Antenor Navarro, Grupo Escolar de Patos,
Grupo Escolar de Santa Luzia, Grupo Escolar Solon de Lucena, em Campina Grande,
Grupo Escolar de Cajazeiras, Grupo Escolar de Areia, Grupo Escolar de Bananeiras e o
Grupo Escolar de Itabaiana. (A UNIÃO, 25.01.1939, p. 01 e 02).
Com publicação do Decreto nº 1.274, de 26 de janeiro de 1939 a Secretaria da
Viação e Obras Públicas abriu um crédito especial de 200:000$000 (duzentos contos de
2
Para ver o Decreto nº 1.043 na íntegra, consultar Jornal A União, 14.05.1938, p. 4.
4
réis), destinado às despesas com melhoramentos e a construção de grupos escolares,
auxílios e outros serviços. (A UNIÃO, 27.01.1939, p. 4).
O governo de Ruy Carneiro, também demonstrou grande preocupação com o
ensino na Paraíba, porém voltou-se, prioritariamente a elaboração da reforma do ensino,
bem como com as renovações e modernizações pedagógicas para todo o Estado
paraibano. Apesar da Lei Orgânica do ensino primário somente ter sido implementada
no ano de 1946, ou seja, pós Estado Novo, foi pensada e articulada durante a vigência
do referido período político ditatorial. Vale, entretanto, ressaltarmos que Grupo Escolar
Moderno, localizado em Cabedelo, foi concluído em 1942 e nesse mesmo ano o
governo projetou a construção de outro Grupo Escolar Padre Ibiapina, em Itabaiana.3
As inovações sócio-educacionais que se projetaram nos governos do período
estadonovista na Paraíba, tiveram a preocupação com a reestruturação dos padrões e das
formas de gerenciamento dos estabelecimentos públicos de ensino. Assim sendo, foram
implementadas, anexo aos grupos escolares ou não a eles, as instituições auxiliares do
ensino, que se configuraram a partir da participação ativa daqueles que freqüentavam e
faziam parte do corpo docente dos grupos escolares. Nessa perspectiva, a seguir
passaremos a analisar como essas instituições auxiliares do ensino contribuíram para o
processo de consolidação da educação pública na Paraíba.
2. Implementação e expansão das instituições auxiliares do ensino nos grupos
escolares paraibanos
Em 1939, foi publicada no Jornal A União, em 25 de janeiro, uma extensa matéria
intitulada: “Movimento educacional e cultural na Paraíba no Govêrno Argemiro de
Figueirêdo”.Nela estão explicitadas a preocupação do referido Interventor acerca das
necessárias renovações educacionais que deveriam ser implementadas a partir da
criação das instituições auxiliares do ensino. Vale ressaltar que até então já existiam em
funcionamento, em alguns poucos grupos escolares, as caixas, as bibliotecas e as
cooperativas escolares4, entretanto, elas não tinham ainda assumido um caráter de
política de governo. Tal mudança começou a ocorrer partir de 1939, quando as
instituições auxiliares do ensino passaram a ser visualizadas como práticas pedagógicas
3
Para maior detalhamento sobre a construção do Grupo Escolar Padre Ibiapina, ver Jornal A União,
28.01.1942, p. 6. É importante chamar a atenção que já existia um primeiro Grupo Escolar Padre Ibiapina,
também localizado na cidade de Itabaiana que foi fundado pelo Decreto nº 892, de 29 de janeiro de 1918.
Para maior detalhamento sobre a sua história consultar Silva (2011, p. 17-21).
4
Sobre Cooperativismo Escolar na Paraíba, consultar Araújo (2011a) e Araújo (2011b).
5
renovadoras que além de ajudarem no processo de ensino-aprendizagem também
auxiliariam no sentido da formação do citadino enquadrado nos ideais estadonovistas.
Em 1940, umas das instituições auxiliares do ensino que mais teve expressividade
foram às cooperativas escolares, anexas aos grupos escolares, que em sua grande
maioria serviram para trabalhar junto as crianças o espírito de brasilidade pautado no
sentimento patriótico. Para tanto, logo no início do ano letivo de 1940, os diretores de
grupos escolares foram chamados pelo Departamento de Assistência ao Cooperativismo
(A UNIÃO, 24.01.1940). Tal reunião objetivou orientar os referidos dirigentes escolares
a implementarem as cooperativas escolares. Nesse sentido, “fundar cooperativas
escolares é a palavra de ordem dentro das nossas modernas normas de ensino” (A
UNIÃO, 06.11.1940, p. 3). No ano seguinte foi a vez da implementação de forma mais
abrangente das caixas e das bibliotecas escolares, além dos clubes agrícolas.
Porém, foi a partir de do ano de 1942 até o último ano do Estado Novo, que
ocorreu uma mudança no panorama das implementações das instituições auxiliares do
ensino na Paraíba, uma vez foram publicadas várias Leis Orgânicas para a educação,
que terminaram por ampliar enormemente a quantidade e os tipos de instituições
auxiliares, conforme podemos observar no quadro que se segue:
QUADRO I
Tipos de Instituições Auxiliares de Ensino implementadas no ano de 1942,
por grupo escolar e por cidade
Nome
Grupo Escolar Francisco
Duarte
CIDADE
Serraria
Grupo Escolar João Úrsulo
Santa Rita
INSTITUIÇÃO AUXILIAR DO ENSINO
- Caixa Escolar Antonio Bento
- Grêmio Cívico Literário Borja Peregrino
- Clube Agrícola Alberto Torres
- Círculo de Pais e Mestres
- Jornal infantil
- Teatro infantil
- Biblioteca Infantil Ecila Lins
- Grêmio Infantil Primeiro de Janeiro
- Liga de Assiduidade
- Grêmio Escolar 21 de abril
- Liga da Bondade
- Grêmio Infantil Três de Maio
- Clube dos Amigos da Natureza
- Grêmio Infantil 5 de Agosto
- Clube de Leitura e Audição
- Grêmio Escolar 7 de Setembro
- Clube de Linguagem
- Grêmio Escolar 13 de Maio
- Bandeira de Saúde
6
Grupo Escolar Duarte da
Silveira
João Pessoa
Grupo Escolar Álvaro
Machado
Areia
Grupo Escolar Antenor
Navarro
Grupo Escolar Irineu Jófili
Guarabira
Grupo Escolar Rio Branco
Grupo Escolar D. Vital
Grupo Escolar Alcides
Bezerra
Grupo Escolar Padre Ibiapina
Grupo Escolar Félix Daltro
Grupo Escolar de Pilar
Grupo Escolar Peregrino de
Carvalho
Grupo Escolar Afonso
Campos
Grupo Escolar Gentil Lins
Grupo Escolar de Laranjeiras
Grupo Escolar Gama e Mélo
Grupo Escolar Luiz Aprígio
Esperança
- Caixa Escolar Abel da Silva
- Cooperativa Duarte da Silveira
- Círculo de Pais e Mestres
- Biblioteca Pedagógica
- Caixa Escolar Simão Patrício
- Círculo das Mães Alice Monteiro
- Grêmio Literário e Artístico José Rodrigues
de Aquino
- Biblioteca Infantil
- Clube Agrícola Antenor Navarro
- Jornal infantil Primavera
- Clube de Leitura
- Liga de Bondade Darcí Vargas
- Liga da Bondade
- Círculo de pais e mestres
Patos
- Clube Infantil Lítero-recreativo
Itaporanga
- Círculo de Pais e Mestres
- Jornal Infantil
- Cooperativa Escolar
- Biblioteca dos Professores
Cabaceiras
- Círculo de Pais e Mestres
- Liga da Bondade
- Biblioteca General José Pessoa
Itabaiana
- Clube Agrícola Alberto Torres.
- Museu escolar (proposta do Inspetor Pedro
Jorge de Carvalho, a ser organizado)
Taperoá
- Centro de Cultura Lourenço Filho.
- Clube de Leitura Rui Barbosa.
- Grêmio Infantil
- Pelotão da Saúde
- Caixa Escolar
- Cooperativa Escolar
- Clube de Linguagem Antenor Navarro
- Clube Agrícola
Pilar
- Clube Agrícola Anísio Borges
- Clube Agrícola Pimentel Gomes
- Pelotão da Saúde
Espírito
- Museu escolar
Santo
- Círculo de Pais e Mestres
Pocinhos
- Clube Agrícola
- Círculo de Pais e Mestres
- Biblioteca Infantil Padre Antonio Galdino
Sapé
- Clube Agrícola João Pessoa
- Biblioteca Francisca de Farias Caldas
Laranjeiras
- Círculo de Pais e Mestres
- Jornal Infantil
- Clube de Leitura
- Estava previsto também a organização de um
Clube Agrícola
Princesa
- Liga da Bondade
Isabel
- Clube de Linguagem
- Círculo de Pais e Mestres
Mamanguape - Por iniciativa do inspetor FenelonCamara,
7
Grupo Escolar de Piancó
Piancó
Grupo Escolar Xavier Junior
Bananeiras
Grupo Escolar de Catolé do
Rocha
Grupo Escolar Monsenhor
Milanez
Grupo Escolar Apolônio
Zenaide
Grupo Escolar João da Mata
Catolé do
Rocha
Cajazeiras
Grupo Escolar Celso Cirne
Vila de
Moreno
Grupo Escolar Joaquim
Távora
Grupo Escolar Professor
Lordão
Antenor
Navarro
Picuí
Grupo Escolar João Soares
Caiçára
Grupo Escolar Batista Leite
Souza
Grupo Escolar do Município
de Bonito
Grupo Escolar Targino
Ribeiro
Bonito
Grupo Escolar Solon de
Lucêna
Grupo Escolar Coêlho Lisboa
Grupo Escolar de São João do
Cariri
Grupo Escolar de Queimadas
Grupo Escolar Cel. Antonio
Pessoa
Campina
Grande
Santa Luzia
São João do
Cariri
Queimadas
Umbuzeiro
Grupo Escolar Prof. Cardoso
Alagoa Nova
Alagôa
Grande
Pombal
Araruna
foi organizado um Círculo de Pais e Mestres
- Biblioteca Pedagógica UmbelinaGarcês
- Biblioteca pedagógica para professores.
- Clube Agrícola.
- Círculo de pais e mestres
- Jornal infantil O Saber
- Círculo de Pais e Mestres Prof. Leônidas
Santiago
- Reorganização do Clube Agrícola José
Augusto da Trindade
- Dois Clubes de linguagem.
- Biblioteca pedagógica Ruy Barbosa
- Clube de Leitura Rui Barbosa
- Biblioteca pedagógica
- Biblioteca Infantil João Vieira Carneiro
- Clube Agrícola Ruy Carneiro
- O Infante, jornal dos alunos
- Círculo de Pais e Mestres Nevinha
Cavalcanti
- Caixa Escolar Professor Eduardo Medeiros
- Jornal infantil O Clarim
- Clube Agrícola 13 de Fevereiro
- Biblioteca Américo Falcão
- Teatro infantil Silvino Lopes
- Clube Agrícola
- Biblioteca pedagógica
- Círculo de Pais e Mestres Silvino Macêdo
- Biblioteca Dr. Saldanha
- Jornal O Juvenil
- Museu Escolar Luciano Jaques de Morais
- Jornal Infantil O Cruzeiro
- Biblioteca pedagógica dos professores
- Biblioteca Pedagógica Cônego Viana
- Liga de Enfermagem
- Liga da Bondade
- Clube Agrícola
- Círculo de pais e mestres
- Círculo de pais e mestres
- Biblioteca Pedagógica Professor
Amaro Gomes de Almeida
- Clube Agrícola Dr. Guedes Pereira
- Biblioteca de professores
- Círculo de pais e mestres
- Clube de linguagem
- Clube Agrícola Pascoal Trócoli
- Clube Agrícola João Pessoa
- Clube Agrícola Dr. Epitácio Pessoa Sobrinho
- Reorganização da biblioteca infantil
Professora Adamantina Tavares Barreto
- Cinzel, órgão oficial dos alunos.
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Grupo Escolar Isabel Maria
das Neves
Grupo Escolar Miguel Santa
Cruz
Grupo Escolar Epitácio
Pessoa
João Pessoa
Monteiro
- Primeiras iniciativas favoráveis à criação do
Teatro Infantil da Paraíba
- Pelotão de Saúde Osvaldo Cruz
João Pessoa
- Em 20 de setembro de 1942, fundação do
Núcleo de Jovens Artistas – O teatro e a sua
função educacional.
Fonte: Vários números do Jornal A União, 1942.
Os anos posteriores acabaram por dar prosseguimento ao que havia se iniciado em
1942.
Todavia,
algumas
instituições
auxiliares
de
ensino
tiveram
maiores
expressividades enquanto outras nem tanto, mesmo que tenha continuado as suas
atividades alimentadas por aqueles que fizeram parte do corpo formativo dos grupos
escolares. Dentre as que se destacaram, pelo menos a partir do olhar da imprensa
paraibana, aqui destacamos o teatro infantil e os clubes agrícolas, instituições auxiliares
do ensino, que nos deteremos nos próximos tópicos.
3. O Teatro Infantil da Paraíba e os Clubes Agrícolas: instituições auxiliares do
ensino com grande expressividade educacional
3.1 – O Teatro Infantil da Paraíba: a arte em parceria com a educação
A criação do Teatro Infantil da Paraíba5, se originou dos ideais do jornalista e
teatrólogo Silvino Lopes e a sua implementação como atividade auxiliar de ensino, a
partir de 1942, repercutiu de forma extremamente satisfatória junto à sociedade
paraibana. Logo em seguida passou a ser denominado “Teatro Infantil – Escola Darcy
Vargas” ou simplesmente “Teatro Infantil Darcy Vargas”6. Recebeu esse nome para
homenagear a esposa de Getúlio Vargas. Entretanto, ocasionalmente também era
denominação “Escola Dramática Darcy Vargas”, apontando-se como sendo uma escola
criada em conjunto com o Teatro Infantil da Paraíba.
O Teatro Infantil da Paraíba era constituído especificamente por alunos dos
grupos escolares da capital e se constituiu uma importante parceria da arte com a
educação. Os ensaios sempre eram precedidos por uma aula efetivada pela professora
5
Para um maior detalhamento sobre o Teatro Infantil da Paraíba, consultar Silva e Pinheiro (2012).
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/3.11.pdf
6
Para ver a notícia na íntegra sobre “Um telegrama do Ministério da Educação”, em que Carlos
Drummond de Andrade, Chefe do Gabinete do Ministro da Educação, enviou a Mario Antonio Gama e
Mélo, sobre a iniciativa de criação do então “Teatro Infantil Darcy Vargas”, consultar Jornal A União,
08.08.1942, p. 3.
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Adamantina Neves, que se propunha a falar sobre questões cívicas, pátrias e morais para
as crianças.
No dia 10 de dezembro de 1942, foi apresentada uma peça intitulada Terra, Céu
e Mar, tendo como organizadores os professores Adamantina Neves, Francisco Sales,
Mário da Gama e Mélo e Augusto Simões, além do seu idealizador Silvino Lopes.
A peça era composta de 2 atos e 5 tempos, tendo cenas de expressivo patriotismo.
Na sua finalização era cantada a canção patriótica Pátria Minha. Tal peça foi
amplamente divulgada pelo Jornal A União destacando que foi bastante aplaudida e
elogiada. Abaixo podemos observar uma das cenas da referida peça teatral.
Foto 1: “Garavoche” estava perto da forca.
Fonte: Jornal A União, 11.12.1942, p. 05.
Nos anos seguintes, o Teatro Infantil da Paraíba, prosseguiu as suas apresentações,
articulado sempre a arte como forma de ampliar os ensinamentos das crianças.
A repercussão dessa instituição auxiliar de ensino foi tão positiva que serviu de
exemplo para que outras cidades da Paraíba, também organizassem junto aos seus
grupos escolares teatros infantis.
3.2 – Os Clubes Agrícolas escolares: ensinando as crianças urbanas como trabalhar
10
melhor o espaço rural
A partir, mais especificamente, do ano de 1940, iniciou-se uma campanha
nacional em prol das organizações dos Clubes Agrícolas, apoiado pelo Serviço de
Informação Agrícola (A UNIÃO, 22.05.1940. p. 1.). Tal Serviço se colocou mais
diretamente preocupado em atentar para que as instituições escolares organizem clubes
agrícolas, a fim de auxiliar no ensino prático das questões mais voltadas a ciência da
terra e do plantio, mesmo que localizadas no meio urbano. A ideia era disseminar
formas de ensino, no sentido de que desde cedo as crianças tivessem contato com as
formas mais adequadas de otimizar o tempo e o espaço rural. Para tanto, questões sobre
o meio rural, deveriam ser ensinadas e praticadas em locais específicos, nesse caso nos
clubes agrícolas. Com esse objetivo foram divulgadas campanha ruralista na Paraíba
que tinha como ideia central de criação dos referidos clubes, tendo como ponto
fundamental dar aos escolares primários maior expressividade sobre as problemáticas
enfrentadas no meio rural. (A UNIÃO, 04.07.1940)
Em 1941, as campanhas em prol da criação de clubes agrícolas, anexos aos grupos
escolares, se expandiram e se mantiveram com o mesmo objetivo específico que era de
formar uma mentalidade ruralista nas novas gerações brasileiras (A UNIÃO,
15.11.1941). Nos anos posteriores, a ideia não se diferiu muito, e tendeu além de tudo a
ampliar-se. Tanto é que já em 1942, foram criados em torno de 18 clubes agrícolas,
ficando apenas abaixo das bibliotecas (incluindo as infantis, as pedagógicas ou as
destinadas prioritariamente aos professores), que ficou em torno de 20, conforme
podemos verificar a partir do Quadro I. No ano seguinte, isto é, em 1943, os clubes
agrícolas encabeçaram um movimento mais expressivo na Semana da Árvore
demonstrando a ampla importância dessa instituição auxiliar do ensino. (A UNIÃO,
27.07.1943).
Vejamos a seguir um dos momentos específicos demonstrando um pouco do
trabalho que era realizado pelos clubes agrícolas anexos aos grupos escolares:
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Foto 2: Clube Agrícola João Pessoa, vinculado ao Grupo Escolar de Queimadas –
promoção da “Festa do Milho”.
Fonte: A União (27.08.1942. p. 5).
Nos anos subsequentes, até o final do Estado Novo, percebemos a permanência
em relação a criação e efetivação dos clubes agrícolas que serviram como espaços
urbanos para as experimentações rurais e que auxiliaram na construção de uma
mentalidade ruralista já desde a infância.
Considerações finais
Ao observarmos o panorama estadonovista em relação a educação formal e
escolar percebemos que apesar do ensino primário não ter sido prioritário, recebeu
mesmo assim atenção, especialmente, se tratando do Estado da Paraíba, tendo como o
seu principal difusor das ações implementadas pelos governos de Argemiro de
Figueiredo e Ruy Carneiro, o Jornal A União.
Os grupos escolares, foram se tornando pouco a pouco os espaços educacionais
responsáveis pelo desenvolvimento do ensino primário, uma vez que foram eles que
mais sofreram ampliações, modernizações em várias cidades paraibanas, além da sua
notória expansão. Agregados, principalmente, a eles estiveram às instituições auxiliares
do ensino.
Podemos observar, mais especificamente, que dentre as mais variadas instituições
auxiliares do ensino, duas delas tiveram uma maior expressividade, que foram: o Teatro
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Infantil da Paraíba e os Clubes Agrícolas. A primeira não tanto pela quantidade, uma
vez que no período aqui em estudo detectamos a existência de apenas quatro
experiências, duas delas localizadas em cidade do interior (Serraria e Vila de Moreno) e
duas na capital paraibana. Contudo, ao que tudo indica, elas obtiveram grande
repercussão sócio-cultural e educativa em virtude da ampla divulgação que foi realizada
pela impressa local.
A segunda, foram os clubes agrícolas que se pautou, muito possivelmente, na
ciência e no conhecimento sobre a terra, mas vinculada aos interesses dos ruralistas, isto
é, alimentada por aqueles que tinham como projeto de nação brasileira as atividades
econômicas primárias. Para tanto era necessário ampliar, fortalecer uma mentalidade
ruralista.
Esse projeto de nação brasileira rural esteve em grande disputa em relação ao
projeto industrialista, modernizador que fora vencedor a partir do movimento de 1930,
no qual Getúlio Vargas fora o seu maior representante.
Referências bibliográficas:
ARAÚJO, HennyNayanne Tavares de. Relatório Final do PIBIC – Plano de
trabalho: Escolas Rurais: a moral, o civismo e o nacionalismo para civilizar o homem
do campo. João Pessoa, PB: UFPB, 2011a.digitado.
_______, Princípios cooperativistas no espaço escolar paraibano (1938-1949). João
Pessoa, PB: UFPB/DH, 2011b. (Monografia Licenciatura em História). digitado.
HOBSBAWM, Eric. Sobre história: ensaios. Tradução de Cid kniple Moreira, São
Paulo, SP: Companhia das Letras, 1998.
SILVA ,Alvimar. A Filosofia do Estado Novo. Rio de Janeiro, RJ: 1939.
SILVA, Enoque Bernardo da.História do Grupo Escolar Professor Maciel a partir
das memórias de sua professoras (1956-1971). João Pessoa, PB: UFPB/PPGE, 2011.
(dissertação de mestrado em educação).
SILVA, EvelyanneNathaly Cavalcanti de Araújo e PINHEIRO, Antonio Carlos
Ferreira. A Educação Física e o Teatro Infantil na Paraíba: corpo e a mente para a
pátria
cívica
(1937-1945),
2012.
Disponível
em:
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/3.11.pdf
THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa: a árvore da liberdade.
Tradução de Denise Bottmann. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1987. (Coleção oficinas
da história, vol.1).
Fontes:
13
PARAÍBA, Estado da.Jornal A União, João Pessoa, 20 de janeiro de1937.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 30 de janeiro de 1937.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 02 de abril de 1937.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 14 de maio de 1938.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 25 de janeiro de 1939.
_________, Jornal A União, João Pessoa de 27.01.1939.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 24 de janeiro de 1940.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 22 de maio de1940.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 04 de julho de 1940.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 06 de novembro de 1940.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 15 de novembro de 1941.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 28 de janeiro de1942.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 08 agosto de 1942.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 27 de agosto de 1942.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 11 de dezembro de1942.
_________, Jornal A União, João Pessoa, 27 de julho de 1943.
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