TRANSTORNOS DO HUMOR PERGUNTAS E RESPOSTAS

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade física adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
Transtornos do Humor
O QUE SÃO TRANSTORNOS DO HUMOR?
Transtornos do humor (ou afetivos) são enfermidades em que existe uma alteração do humor,
da energia (ânimo) e do jeito de sentir, pensar e se comportar. Acontecem como crises únicas
ou cíclicas, oscilando ao longo da vida. Podem ser episódios de depressão ou de mania. Na
depressão a pessoa sente tristeza exagerada e desânimo e na mania um aumento da energia
e euforia anormal. A maioria dos pacientes sofre apenas de depressão(ões) e alguns também
têm manias. O termo mania não significa "mania de fazer alguma coisa" ou algum tique - é
simplesmente o nome que o médico dá para a fase de euforia da doença maníaco-depressiva.
Às vezes surgem sintomas depressivos e maníacos simultaneamente, os chamados estados
mistos.
Os sintomas de euforia e depressão podem variar de um paciente a outro e no mesmo
paciente ao longo do tempo, muitas vezes confundindo a ele e seus familiares.
O QUE SIGNIFICA BIPOLAR?
Os transtornos do humor podem acontecer ao longo da vida dentro de um curso unipolar ou
bipolar. No unipolar só ocorrem depressões e no bipolar depressão e mania. Pacientes que só
tem manias são raros e contam como bipolares, porque costumam desenvolver depressão
cedo ou tarde.
QUE TIPOS DE TRANSTORNOS DO HUMOR EXISTEM ?
Os transtornos do humor podem ter freqüência, gravidade e duração variáveis. Portanto, a
depressão pode ser única ou recorrente (repetir-se várias vezes), de intensidade leve,
moderada ou grave e durar semanas, meses ou anos. Se os sintomas persistirem por anos
são chamadas de crônicas. Se for leve ou moderada, a pessoa ainda consegue realizar suas
atividades, com esforço, algo impossível se ela for grave. A maioria das pessoas que sofre de
depressão não acha que está doente porque não está gravemente deprimida, ou seja,
incapacitada, desesperada ou angustiada. A distimia é um tipo de transtorno do humor com
sintomas depressivos mais leves que da depressão, porém duradouros e oscilantes, em que
predominam irritabilidade e mau-humor.
Freqüentemente é confundida com a personalidade da pessoa e costuma evoluir para
depressão.
Basta uma única fase de hipomania ou mania, precedida ou não de qualquer tipo de
depressão acima mencionado, para diagnosticar transtorno do humor bipolar. Depois da
primeira (hipo)mania geralmente alternam-se depressões e euforias de intensidade variável.
Existem 4 tipos de transtorno bipolar. Se houve pelo menos um período de mania ou estado
misto é bipolar tipo I; quando só aconteceram hipomanias - crises de euforia mais leves que
mania - bipolar tipo II. O estado misto caracteriza-se pela superposição ou alternância num
mesmo dia de sintomas depressivos e eufóricos importantes. Na ciclotimia se alternam
durante anos sintomas de depressão e de euforia ainda mais leves, que duram apenas alguns
dias. Pode ser confundida com um jeito de ser "instável", "cheio de altos e baixos" e
freqüentemente antecede sintomas depressivos e eufóricos mais graves.
Se a depressão, a mania ou o estado misto estiverem acompanhados de alucinações (sentir,
ver ou ouvir algo que não existe) ou delírios (pensar algo irreal, como achar-se culpado de
coisas que não fez, que está sendo perseguido, que possui poderes especiais, etc. ) trata-se
do sub-tipo psicótico.
O transtorno do humor bipolar também pode ser chamado de transtorno afetivo bipolar ou
doença maníaco-depressiva.
QUAL A FREQÜÊNCIA DOS TRANSTORNOS DO HUMOR E QUEM CORRE MAIS RISCO?
Os transtornos do humor atingem mais de 20 % da população em algum momento da vida. As
depressões são duas vezes mais comuns em mulheres que homens, iniciam-se em geral
entre os 20 e 40 anos de idade e vitimam 16 a 18 % das pessoas. Transtornos do humor
bipolares tipo I atingem igualmente 1 a 2 % dos homens e mulheres e começam geralmente
entre 15 e 30 anos de idade. Ao redor de 5 % da população pode desenvolver a forma bipolar
tipo II, mais comum em mulheres. Apesar de infreqüentes os transtornos do humor atingem
crianças, com sintomas ansiosos e irritabilidade predominantes.
QUAIS SÃO AS CAUSAS DO TRANSTORNO DO HUMOR BIPOLAR?
Desconhece-se as causas exatas do transtorno bipolar, mas aparentemente o fator genético é
determinante. Existe uma interação complexa entre fatores ambientais e internos com graus
variáveis de vulnerabilidade genética. Inúmeros estresses podem desencadear ou mesmo
manter as primeiras crises. Dificuldades financeiras, doença na família, perda de uma pessoa
importante, uso de drogas, de inibidores de apetite, parto, etc. podem desencadear a doença
em pessoas predispostas.
Parentes de primeiro grau de pacientes com transtorno bipolar do humor podem ter diferentes
tipos de transtornos do humor: unipolar, bipolar tipo I ou II, ciclotimia ou distimia.
É muito comum a pessoa atribuir a acontecimentos importantes, a problemas financeiros,
profissionais ou sócio-familiares razões para entrar em depressão ou (hipo)mania. É mais
comum ainda que ao menos parte desses problemas sejam conseqüência dos sintomas
iniciais da doença, que se agravam a partir daí.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO?
Na depressão a pessoa fica com o humor para baixo, sente-se triste, apática, angustiada,
ansiosa. Cai o nível de energia, aparece desânimo, dificuldade em sentir prazer na vida como
antes, inclusive sexual. Ocorre uma lentificação psíquica e física, paradoxalmente associada a
desassossego quando a ansiedade for intensa. Fica difícil se concentrar, a memória falha, o
raciocínio não flui mais. A mente é invadida por um onda de pessimismo, de idéias e
preocupações negativas.
Surgem sentimentos de culpa, insegurança, medo, inutilidade, solidão, burrice, inadequação,
fracasso, baixa auto-estima, falta de sentido. Tudo é avaliado dentro de uma visão negativa
distorcida: passado, presente e futuro. Podem aparecer pensamentos de morte e alucinações.
Ocorrem alterações de apetite e/ou peso. O tempo de sono pode aumentar ou diminuir, mas o
sono deixa de ser reparador. Freqüentemente há queixas de dores e mal-estar físico,
resultando em várias visitas médicas sem sucesso, antes de se diagnosticar depressão.
COMO IDENTIFICAR ALGUÉM EM DEPRESSÃO?
A depressão geralmente passa desapercebida, porque para a maioria das pessoas é leve a
moderada, comprometendo menos a capacidade da pessoa. Geralmente ela é sentida
quando aparece angústia, sofrimento psíquico, muita ansiedade. È importante saber que a
irritabilidade é um sintoma muito comum e nunca representa uma característica de
personalidade. Os sintomas mais freqüentes são:
- Humor para baixo, tristeza, angústia ou sensação de vazio;
- Irritabilidade; desespero;
- Pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida;
- Cansaço mais fácil, desânimo ou preguiça; falta de energia física e mental;
- Falta de concentração; lentidão do raciocínio; memória ruim;
- Falta de vontade; falta de iniciativa e interesse; apatia;
- Pensamentos negativos repetidos amplificados; pessimismo: idéias de culpa, fracasso,
inutilidade, falta de sentido na vida, doença, morte (suicídio);
- Sentimentos de insegurança, baixa autoestima, medo;
- Interpretação distorcida e negativa do presente, de fatos ocorridos no passado e do futuro;
- Redução da libido e vontade de ter sexo;
- Perda ou aumento de apetite e/ou peso;
- Insônia ou dormir demais, sem se sentir repousado;
- Dores ou sintomas físicos difusos, sofridos, que não se explicam por outras doenças: dor de
cabeça, nas costas, no pescoço e ombros, sintomas gastrointestinais, alterações menstruais,
queda de cabelo, entre outros.
- Em depressões graves alucinações e/ou delírios.
Para fazer o diagnóstico bastam sintomas dos três primeiros itens e pelo menos dois dos
demais.
QUAL A DIFERENÇA DE UMA TRISTEZA NORMAL?
Sentimentos de alegria, tristeza, "fossa", angústia ou luto fazem parte da vida. O deprimido
percebe a diferença entre uma tristeza normal, que já sentiu antes, da tristeza da depressão,
que significa sofrimento constante, que passa, mas retorna sem aviso prévio. A angústia
reativa, devida a problemas situacionais, se resolve com a solução das dificuldades. Quem
tem uma depressão reativa consegue resolver os problemas e não os torna maiores do que
são. Se estiver estressado ou muito cansado, vai aproveitar bem suas férias.
O deprimido aumenta as suas dificuldades, tem uma sensação de incapacidade e não
consegue mais solucionar seus problemas - ou vê problemas onde não existem. O deprimido
complica sua vida, torna-se muito sensível a tudo e percebe "patinar" em coisas anteriormente
fáceis de resolver. Se sair de férias para descansar, leva a depressão junto.
COMO É A MANIA?
O termo mania significa um estado mental alterado em que a pessoa se sente eufórica,
acelerada e/ou muito irritada, "pavio curto", podendo tornar-se agressiva verbal e fisicamente.
Ocorre agitação ou inquietação, aumento da energia e redução da necessidade de sono. Os
pensamentos se aceleram, aumenta a quantidade de idéias, a pessoa não consegue falar
tudo que vem à mente ao mesmo tempo. Não consegue manter a atenção num único tema,
começa a fazer muitas coisas ao mesmo tempo e não consegue terminar, tudo se torna
importante. Tudo precisa acontecer imediatamente, há brigas e discussões. Os sentimentos
podem ser de alegria exagerada e grande euforia ou mesmo de agitação incômoda e sofrida.
Surgem autoconfiança e otimismo extremos, sensações de poder, influência, capacidade,
inteligência, riqueza. Ela pode ter alucinações e achar-se imbuída de poderes ou dons
especiais. Súbitos sentimentos de depressão podem vir e logo desaparecer. Muitos planos
vêm à mente, ocorrem gastos excessivos, endividamentos, negócios irresponsáveis ou
precipitados. Aumenta o contato social, a pessoa fica desinibida, deixa de se comportar de
acordo com seu padrão. Na esfera sexual aumenta a libido, a desinibição, o erotismo. Em
geral falta autocrítica, porque a pessoa sequer percebe as mudanças ou não as vê como algo
ruim ou incompreensível.
Como na depressão, nem todos sintomas necessitam estar presentes para que o médico faça
o diagnóstico.
COMO IDENTIFICAR QUANDO UMA PESSOA ESTÁ EM MANIA?
Em geral a mudança no comportamento é gradual, agravando-se rapidamente, mas pode
começar de um dia a outro. Dura dias, semanas ou meses, se não for tratada. Normalmente a
pessoa encontra motivos para sentir-se tão animado e não percebe a alteração dos
pensamentos e sentimentos. A própria família e amigos não costumam atribuir a mudança do
comportamento a sintomas de doença. Para isso é necessário serem informados. Entre os
sintomas mais importantes temos:
- Humor para cima, exaltação, alegria exagerada e duradoura; irritabilidade (impaciência,
"pavio curto").
- Agitação, inquietação física e mental;
- Aumento da energia, da produtividade ou começar muitas coisas e não conseguir terminar;
- Pensamentos acelerados; tagarelice;
- Achar que possui dons ou poderes especiais de influência, grandeza, poder;
- Otimismo e autoconfiança exagerados;
- Aumento dos gastos; endividamentos;
- Distração fácil; tudo desvia a atenção;
- Maior contato social e desinibição; comportamento inadequado e provocativo; agressividade
física e/ou verbal;
- Erotização; aumento da atividade e necessidade sexual;
- Insônia; redução da necessidade de sono;
- Quando grave ocorrem delírios e/ou alucinações;
O QUE É HIPOMANIA ?
Na hipomania o grau de aceleração psíquica é menor que na mania. È comum aparecer antes
ou depois de uma depressão e durar alguns dias. Os sintomas são os mesmos, de menor
gravidade e a pessoa não tem sintomas psicóticos. O humor geralmente é irritável e a pessoa
se torna provocativa (achando sempre que os outros a provocam). O aumento de energia
pode ser produtivo, mas a pessoa se dispersa mais e perde mais tempo em detalhes. Pode
ter menos necessidade de dormir, tornar-se exageradamente otimista, segura de si,
arrogante, enfim, sentir-se acima dos outros. Aumentam as idéias, os planos, os gastos, a
libido. Como na mania, a pessoa justifica toda a alteração do comportamento atribuindo-a a
circunstâncias da vida, mas por ser menos séria freqüentemente não é diagnosticada.
COMO É O ESTADO MISTO?
Como o próprio nome diz, nessa situação ocorrem simultaneamente sintomas depressivos e
maníacos acentuados. A pessoa pode acordar em pleno sofrimento e lentidão depressiva, ir
melhorando e sentir-se progressivamente mais eufórica com o passar do dia, ou o inverso.
Também pode sentir-se muito agitada, acelerada, fazendo gastos e ao mesmo tempo queixarse de angústia, desesperança, pessimismo, vontade de morrer, ou seja, sentir-se ao mesmo
tempo exaltada e deprimida. Freqüentemente ocorrem estados mistos na passagem de uma
fase de (hipo)mania para depressão ou vice-versa.
ESTÁ CERTO ROTULAR AS PESSOAS COMO MANÍACO-DEPRESSIVAS?
Rótulos se dão a produtos. Pacientes recebem diagnósticos médicos. Sem o diagnóstico
correto é impossível elaborar estratégias de tratamento. Os sintomas que permitem
diagnosticar o transtorno bipolar do humor são os mesmos independente de raça, cultura ou
classe social. Eles se diferenciam da vida psíquica normal, alterando a forma de sentir, pensar
e agir. Obviamente estão inseridos na vida da pessoa, mas não devem ser confundidos com
características de personalidade, nem justificados somente por circunstâncias existenciais.
Profissionais treinados na clínica psiquiátrica são habilitados para diagnosticar, respeitando o
que cada indivíduo possui de único.
O QUE ACONTECE SE NÃO TRATAR?
Existe a possibilidade dos sintomas melhorarem sem qualquer tratamento após semanas,
meses ou anos. Mesmo antes de haver medicamentos eficazes, sabia-se que o paciente
podia ter apenas um episódio de depressão na vida, com anos de remissão, antes de se
reiniciarem os sintomas, ou apresentar episódios anuais ou intervalos de tempo cada vez
menores alternados com períodos de doença cada vez maiores ao longo do tempo. É
importante saber que com tratamento o estado maníaco ou depressivo passa mais rápido,
sem deixar seqüelas.
Pessoas que sofrem de transtorno bipolar levam em média 8 anos antes de serem
diagnosticadas e/ou receberem tratamento adequado. Neste período e antes que seja
totalmente controlado os pacientes tiveram sofrimento físico e psíquico imensurável e podem
ter acumulado perdas irreversíveis nos relacionamentos afetivos, nos estudos e no trabalho.
Isto significa separações, repetência, incapacidade de adquirir uma profissão, perda do
emprego, invalidez precoce ou mesmo morte. Na depressão tudo se torna difícil e custoso:
estudar, trabalhar, conviver com as pessoas. Comprometem-se relacionamentos afetivos, na
família, com o cônjuge, ou com colegas e amigos. Para atenuar o sofrimento, muitos se
tornam usuários de tranqüilizantes, álcool ou drogas. Além das perdas já mencionadas, a
pessoa pode correr risco de vida por negligenciar cuidados com a saúde ou por suicídio.
Durante a mania a pessoa se sente ótima e não consegue avaliar as conseqüências da
irritabilidade, desinibição e sociabilidade na esfera pessoal. Atitudes tomadas durante a
(hipo)mania podem resultar em rompimentos conjugais, com familiares e amigos ou em ruína
financeira e endividamentos. Há risco de adultério, de gravidez indesejada, de contrair
doenças sexualmente transmissíveis. Os pacientes podem perder o emprego, arruinar sua
reputação, passar a abusar de álcool e/ou drogas. A combinação com o álcool é desastrosa,
pelo risco de acidentes, violência e problemas com a polícia.
EU TENHO DEPRESSÃO/TRANSTORNO BIPOLAR. DEVO COMUNICAR EM MEU
EMPREGO? COMO?
Algumas pessoas sentem-se confortáveis em compartilhar os problemas que tem. Outras
acham desnecessário informar aos seus empregadores sobre o seu diagnóstico. Para
algumas, entretanto, seu diagnóstico e a necessidade de acomodação do tratamento na fase
inicial, provocam um impacto significativo em seu trabalho, e eles sentem a necessidade de
informar seu superior a respeito de sua doença. Caso decida comunicar seu empregador, vá
preparado para esclarecê-lo sobre a doença. Muitas pessoas desconhecem os fatos
relacionados a esses distúrbios e compartilhando informação sobre o assunto, poderá diminuir
o medo ou estigma que possa existir.
Também esteja preparado em mostrar ao seu empregador, como este diagnóstico poderá
afetar o seu trabalho. Compartilhando suas próprias experiências a respeito dos transtornos
do humor, poderá ser um incentivo para que outros façam o mesmo. Entretanto, você deve
sempre avaliar cuidadosamente o ambiente de trabalho, antes de fazer qualquer divulgação
sobre sua doença.
Dose o nível de tolerância, confiabilidade e compreensão de seu empregador para só então
falar de sua doença. Eu acho que tenho depressão/transtorno bipolar. O que devo fazer? No
início deste Boletim, citamos vários sintomas de depressão e mania/euforia. Eles podem
ajudar a identificar se você sofre de uma destas doenças. Procure um médico para fazer o
seu diagnóstico. Transtornos de humor são doenças que necessitam de tratamento como
qualquer outra doença. Diagnosticá-los precocemente é muito importante. A maioria dos
tratamentos inclui uma combinação de medicamentos, terapia e suporte. Evitar um tratamento
devido a embaraço ou vergonha, ou porque se acredita ser possível "superar o fato" é uma
decisão perigosa. Transtornos de humor não são algo que se possa "decidir" em não ter, eles
precisam de tratamento. Peça auxílio.
Ocorrem mais mortes devido a transtornos de humor não tratados que de doenças crônicas
de fígado, doença de Alzheimer, homicídio, arteriosclerose ou hipertensão. Eu tenho
transtorno bipolar. A culpa é minha? Transtorno bipolar (também conhecido como psicose
maníaco-depressiva) é causada por um mau funcionamento do cérebro, assim como a
epilepsia é causada por uma desordem no cérebro. É uma doença que tem tratamento. Da
mesma forma que você não deve se culpar por ter uma doença como a epilepsia, também
não deve se culpar por ter um transtorno bipolar. Acredita-se que o transtorno bipolar é um
desequilíbrio químico cerebral nos chamados "neurotransmissores".
Não se sabe claramente a causa direta dessa doença, sabe-se que a química corporal pode
ocasionar um episódio depressivo ou maníaco devido a presença de outras doenças,
alterações de hábitos saudáveis, abuso de drogas ou modificações hormonais. Estudos têm
mostrado que a doença pode ser hereditária e que experiências de vida estressantes podem
disparar alguns sintomas. Entretanto, não existem evidências que experiências estressantes
ou eventos traumáticos na infância sejam a real causa desta doença. Caráter fraco ou defeito
de personalidade nunca causam depressão.
EU TENHO DEPRESSÃO. A CULPA É MINHA?
Depressão é causada pelo mau funcionamento do cérebro assim como epilepsia é causada
por um distúrbio do cérebro. É uma doença que tem tratamento. Da mesma forma que não se
deve sentir culpa por ter uma doença como epilepsia, não há culpa por ter depressão.
Acredita-se que a depressão é sinal de um desequilíbrio químico cerebral nos chamados
"neurotransmissores".
Entretanto, a causa principal da doença não é claramente diagnosticada; é sabido que a
química corporal pode levar a um distúrbio depressivo devido a outras doenças, alteração de
hábitos salutares, abusos de certas substâncias ou alteração hormonal. Caráter fraco ou
defeito de personalidade nunca causam depressão.
Eu tomo medicamento para transtorno bipolar/depressão.
É PERIGOSO TOMAR BEBIDA ALCOÓLICA E USAR ALGUMA DROGA ILEGAL?
Sim; fazer isso pode ser muito prejudicial. Sempre converse com seu médico, psiquiatra ou
psicólogo antes de misturar álcool ou substâncias ilegais com a prescrição médica. Também
pergunte suas dúvidas a respeito do medicamento para aprender mais sobre as interações da
droga e seus efeitos colaterais. Tenha certeza que está esclarecido a respeito de como o
álcool e substâncias ilegais irão interagir em sua medicação. Educando-se você pode salvar
sua vida.
EU ACHO QUE UMA PESSOA COM A QUAL CONVIVO TEM TRANSTORNO
BIPOLAR/DEPRESSÃO. COMO DEVO PROCEDER?
Antes de fazer qualquer coisa, procure estar atualizado sobre os sintomas dessas doenças.
Então escolha uma ocasião apropriada quando possa sentar-se calmamente com essa
pessoa. Explique porque acredita que ela possa estar com depressão ou transtorno bipolar,
comparando o comportamento dela com os sintomas. Encoraje-a a procurar auxílio.
Tranqüilize-a explicando que está preocupado com ela e que gostaria de auxiliá-la a sentir-se
melhor. Lembre-a que ela não está sozinha e que tudo pode ser melhorado. Tente auxiliá-la a
obter o máximo de informações sobre o assunto. É importante que ela consiga um diagnóstico
de um profissional especializado em tratamento de depressão e transtorno bipolar. Acima de
tudo, seja compreensivo e cuidadoso, mas resista ao ímpeto de funcionar como terapeuta.
O QUE SÃO TRANSTORNOS AFETIVOS?
Os transtornos afetivos (Depressão e Transtorno Bipolar) afetam atualmente cerca de 340
milhões de pessoas em todo o mundo. A depressão é apontada pela OMS (Organização
Mundial de Saúde) como a quinta maior questão de saúde pública, até 2020 deverá estar em
segundo lugar.
Estas doenças provocam uma alteração do humor do indivíduo, o que pode se traduzir no
jeito de pensar, sentir e no comportamento do mesmo.
Quando em depressão, a pessoa pode sentir desânimo, cansaço e tristeza exagerados, falta
de energia ou vontade de viver.
Já o portador de transtorno bipolar percebe seu humor alternando entre crises de euforia e de
depressão. Na crise de euforia a pessoa pode ficar muito irritada, acelerada e por vezes até
agressiva.
As pessoas com transtorno bipolar podem sofrer oscilações de humor entre a euforia e a
depressão por dias, semanas ou meses seguidos.
Muitos
portadores
destas
doenças
sofrem
desnecessariamente
por
serem
mal
compreendidos, incorretamente diagnosticados ou por falta de um tratamento adequado.
Hoje, um tratamento adequado com acompanhamento correto pode ajudar qualquer pessoa
portadora dessas doenças a ter uma vida produtiva, com qualidade e satisfação.
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