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PREVENÇÃO SECUNDÁRIA DO CÂNCER COLORRETAL
ESPORÁDICO COM COLONOSCOPIA EM PACIENTES
ASSINTOMÁTICOS
MELO, Mailson, Discente do Curso de Graduação em Medicina do UNIFESO
HENRIQUES, Alexandre, Docente do Curso de Graduação em Medicina do UNIFESO
VANDESTEEN, Luciana, Docente do Curso de Graduação em Medicina do UNIFESO
Palavras chave: Colonoscopia; Câncer colorretal; Screening; Pólipos do colo ; Custoefetividade.
INTRODUÇÃO
O câncer colorretal (CCR) é um problema mundial, com uma incidência de
cerca de 1 milhão de casos e uma mortalidade anual de mais de quinhentos mil. No
decorrer dos anos esse número de casos aumentará, como resultado do envelhecimento
e crescimento populacional, tanto nos países desenvolvidos como nos países em
desenvolvimento. É considerada a segunda causa mais frequente de mortalidade por
câncer entre homens e mulheres. Os padrões geográficos são bem semelhantes entre os
gêneros, porém observa-se um predomínio do sexo masculino na maioria das
populações. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) do ano
de 2014, a incidência varia conforme a região avaliada, sendo maior nas regiões
Sudeste, Sul e Centro-oeste, respectivamente. 1, 2
A incidência do CCR aumenta de acordo com a idade, além de fatores de risco
como sexo masculino e afrodescendentes. Cerca de 75% dos casos de CCR são de
origem esporádica, apresentando-se em pessoas com mais de 50 anos, de acordo com a
sequência adenoma-carcinoma, sem cursar necessariamente com sinais e sintomas; 20%
são de origem familiar e 5% restante são secundário à doença inflamatória intestinal e
síndromes de CCR hereditárias, tendo estas como as mais frequentes: a síndrome de
Lynch (HNPCC) e a polipose adenomatosa familiar (PAF). 3
Por definição, os pólipos colônicos são projeções do epitélio para o luz do
intestino grosso sendo classificados em neoplásicos e não neoplásicos. Os pólipos não
neoplásicos são formados devido à proliferação tecidual anormal, arquitetura alterada
ou inflamação da mucosa, onde são exemplificados pelos pólipos hiperplásicos,
hamartomatosos e inflamatórios. Em contra partida, temos os neoplásicos que se
originam de proliferação epitelial displásica, variando de baixo à alto grau, sendo
denominados de pólipos adenomatosos ou adenomas. 4
2
Pólipos não neoplásicos possuem pequeno ou nenhum potencial de progressão,
enquanto os adenomas são lesões neoplásicas verdadeiras e precursoras de carcinoma.
Estes podem ser classificados em: tubulares (constituídos por mais de 75% de glândulas
de padrão tubular, mais comuns e de melhor prognóstico), viloso (constituídos por mais
de 50% de glândulas de padrão viloso, pior prognóstico) e tubulovilosos (constituídos
por 25 a 50% de glândulas de padrão viloso e 25 a 50% do padrão tubular, com
prognóstico intermediário). 4
Existem características que são associadas ao risco de malignização dos
adenomas colorretais, são elas: tamanho maior que 10 milímetros , arquitetura epitelial
com componente viloso e displasia de alto grau. 4
A progressão adenoma-carcinoma é lenta, geralmente por vários anos,
dependendo das alterações genéticas. Adenomas são neoplasias glandulares benignas,
com alterações epiteliais potencialmente malignas. Seu aparecimento associa-se ao
acúmulo de alterações genéticas levando a falta de equilíbrio entre a proliferação de
células epiteliais e apoptose. As doenças inflamatórias intestinais, retocolite ulcerativa e
doença de Crohn, também se relacionam ao câncer colorretal influenciando em seu
tempo de evolução e extensão do acometimento colônico. 5
Os pacientes, na maioria dos casos, são assintomáticos, sendo os sinais e
sintomas mais apresentados: alteração do hábito intestinal, cólica abdominal, sangue
oculto nas fezes, alteração da matéria fecal; e menos habituais: muco nas fezes, dor no
baixo ventre, anemia, queda do estado geral, tumor abdominal palpável, obstrução
intestinal aguda, fístulas colônicas e peritonite fecal por perfuração intestinal. 5
A existência de uma lesão precursora, pode ser diagnosticada e biopsiada de
acordo com a estratégia de rastreamento. Existem diferentes métodos, como:
colonoscopia, retossigmoidoscopia, enema baritado, sangue oculto nas fezes,
colonoscopia virtual e cápsula endoscópica. 6
A colonoscopia se tornou nos últimos anos o ''padrão ouro'' para o diagnóstico
e tratamento dos adenomas, pois além da visualização de todo o cólon a procura de
pólipos, permite a retirada dos mesmos através de polipectomia, sendo o material
biopsiado encaminhado para o setor de histopatologia para análise. 6
A análise histopatológica deve ser feita a fim de detectar a presença de
carcinoma, seu grau histológico, invasão vascular e/ou linfática e sua margem de
segurança, determinando se a polipectomia foi realmente o tratamento definitivo ou se
haverá a necessidade de uma ressecção cirúrgica. 5
3
O tratamento cirúrgico é considerado com intenção curativa quando promove a
remoção completa do tumor primário, órgãos e estruturas localmente comprometidas e
metástases. É considerado paliativo quando tiver por finalidade aliviar ou reduzir os
sintomas em pacientes que não tenham condições de cura (metástases irressecáveis e
invasão de estruturas vitais). 7
JUSTIFICATIVA
O câncer colorretal está entre os quatro tipos de câncer mais frequentes no
Brasil, sendo a segunda causa de mortalidade por câncer entre homens e mulheres.
A colonoscopia se define como o exame principal no diagnóstico e tratamento
das lesões precursoras.
METODOLOGIA
Foi feita uma pesquisa bibliográfica iniciada em 15 julho de 2014, tendo como
fontes de pesquisa o Public Medline (PUBMED) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Além do acesso a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e a Word
Gastroenterology Organisation (WGO) para complementação sobre o tema. O objetivo
era ter em mãos a maior quantidade de conteúdo relacionados ao tema. Foram baixados
88 artigos, dentre os quais utilizaram-se 12 periódicos, além de 2 web sites.
Também
foi
utilizado
o
Departamento de Informática do Sistema
Único
de
Saúde do Brasil (DATASUS) para confecção das tabelas e coleta de dados sobre o custo
dos principais exames para o rastreio do câncer colorretal no Sistema Único de Saúde
(SUS). Na sessão de sistema de gerenciamento da tabela de procedimentos,
medicamentos, órteses, próteses e materiais especiais do SUS (SIGTAP) foram
consultados
três
procedimentos
com
finalidade
diagnóstica:
colonoscopia,
retossigmoidoscopia e pesquisa de sangue oculto nas fezes (FOBT). No tabulador
genérico de domínio público (TABNET) foi pesquisada a taxa de mortalidade das
topografias selecionadas: colón, junção retossigmoide e reto.
OBJETIVOS
Relatar a importância da prevenção do câncer colorretal esporádico com
colonoscopia em pacientes assintomáticos a partir de 50 anos.
Demonstrar o risco-benefício do exame colonoscópico, como também sua
efetividade soberana em relação aos demais métodos.
4
Compara o custo do exame colonoscópico com os principais métodos
diagnósticos do câncer colorretal.
CONCLUSÃO
No Brasil, levando em conta a importância da prevenção e diagnóstico precoce
do CCR, existem diversos obstáculos que dificultam a realização de uma política
preventiva em saúde pública efetiva. Dentre esses obstáculos, destacamos: condições
socioeconômicas desfavoráveis, insciência da população sobre o CCR, cobertura
incompleta do sistema público de saúde
em relação ao contingente populacional,
infraestrutura médica para realização dos exames insuficiente ou inexistente e o alto
custo dos exames para o rastreio da população alvo. 4
Consequentemente, existe um atraso no diagnóstico e tratamento das lesões
precursoras do CCR, que na maioria das vezes são diagnosticadas em estádios
avançados, requerendo internações prolongadas e alto índice de mortalidade. 4
Apesar de não existir um consenso sobre o método que ofereceria melhor custobenefício, a colonoscopia realizada em pessoas assintomáticas a partir de 50 anos como
rastreio, detecta por volta de 65% de alterações. Com o tratamento dessas lesões,
previne-se o CCR, diminuindo sua incidência, com grande impacto na redução da
mortalidade. 4, 11
Observa-se também uma dependência diagnóstica e terapêutica dos demais
métodos de rastreio em relação a colonoscopia, fazendo com que a mesma sobressaia-se
como "padrão ouro" para o diagnóstico e tratamento dos adenomas. 9
Propõe-se a utilização de um protocolo de rastreio e prevenção secundária do
CCR com colonoscopia no município de Teresópolis, em pacientes a partir de 50 anos,
assintomáticos, tendo como molde as diretrizes de rastreamento e vigilância do CCR
esporádico em pacientes assintomáticos da SOBED. 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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internet] Colorectal Cancer Screening. Milwaukee: World Gastroenterology
Organisation; 2007, [Acesso em: 13 jul 2015]. Disponível em:
http://www.worldgastroenterology.org/assets/downloads/en/pdf/guidelines/06_color
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2- Guimarães BM, Da Silva C, Noronha CP [homepage na internet] Estimativa 2014
de incidência do cancêr no Brasil. Rio de Janeiro: INCA – Instituto Nacional de
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Câncer José Alencar Gomes da Silva; 2014, [Acesso em: 13 jul 2015]. Disponível
em: http://www.inca.gov.br
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Rastreamento e Vigilância do Câncer Colo-retal.Prevenção secundária e detecção
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http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php
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Slidell: Walk-In Lab; 2012, [Acesso em: 05 jan 2016]. Disponível em:
http://www.walkinlab.com/blood-disorder-tests/occultblood-fecalimmunoassaytest.html
14- São Paulo (cidade). Secretaria Municipal de Saúde. CEInfo [periódico na Internet].
Boletim CEInfo Análise. 2012 [Acesso em 22 jan 2015] 6: 1-35. Disponível em:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/publicacoe
s/Boletim_CEInfo_Analise_06.pdf
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