UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação Curso de Administração – Campus Panambi MARKETING SOCIAL: A PERCEPÇÃO DOS CLIENTES SOBRE OS PROJETOS SOCIAIS E DE SUSTENTABILIDADE DO BANCO SANTANDER BRASIL S.A NAS AGÊNCIAS DE IJUÍ E PANAMBI – RS Trabalho de Conclusão de Curso ANA PAULA DALLABRIDA Orientadora: Lucinéia Felipin Woitchunas Panambi/RS, 2º semestre de 2011. 1 SUMÁRIO RESUMO ........................................................................................................................ 3 AGRADECIMENTOS ..................................................................................................... 4 LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... 5 LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... 6 LISTA DE GRÁFICOS.................................................................................................... 7 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................. 11 1.1 Apresentação e Delimitação do Tema e da Questão de Estudo................11 1.2 Objetivos............................................................................................................12 1.3.1 Objetivo geral ........................................................................................... 12 1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................... 12 1.3 Justificativa .......................................................................................................13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 15 2.1 Sustentabilidade ............................................................................................... 15 2.2 Responsabilidade Social Empresarial...........................................................18 2.3 Projetos Sociais ................................................................................................ 21 2.4 Marketing – Conceitos e definições............................................................... 22 2.5 Marketing Social ............................................................................................... 25 2.6 Marketing Societal e de Causa Social ...........................................................27 2.7 Marketing Institucional ....................................................................................30 3 METODOLOGIA ................................................................................................... 33 3.1 Classificação do estudo ..................................................................................33 3.2 Universo Amostral e Sujeitos da Pesquisa ..................................................34 3.3 Coleta de Dados ............................................................................................... 35 3.4 Análise e Interpretação dos Dados ................................................................ 35 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................ 37 2 4.1 Histórico e Caracterização do Santander Brasil ..........................................37 4.2 Caracterização dos Projetos Sociais e de Sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A ............................................................................................... 40 4.2.1 Produtos e Serviços ............................................................................... 41 4.2.1.1. Acessibilidade ......................................................................... 42 4.2.1.2. Conta corrente ........................................................................ 42 4.2.1.3. Empréstimos e financiamentos .............................................. 43 4.2.2 Investimento social e cultural ................................................................. 43 4.2.2.1. Projeto Escola Brasil............................................................... 44 4.2.2.2. Amigo de Valor ....................................................................... 45 4.2.2.3. Cultura ..................................................................................... 46 4.2.2.4. Talentos da Maturidade .......................................................... 46 4.2.3 Práticas de Gestão ................................................................................. 47 4.2.3.1. Risco Socioambiental ............................................................. 47 4.2.3.2. Gestão de fornecedores ......................................................... 50 4.2.3.3. Satisfação dos clientes ........................................................... 51 4.3 Interpretação e Análise dos Resultados .......................................................52 4.3.1 Análises quanto às questões fechadas ................................................. 52 4.3.2 Análise quanto à questão aberta dos respondentes em Ijuí- RS ......... 82 4.3.3 Análise quanto à questão aberta dos respondentes em Panambi- RS 83 4.4 Proposta de Melhorias .....................................................................................85 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 92 APÊNDICES ................................................................................................................. 96 3 RESUMO DALLABRIDA, Ana Paula. Marketing social: A percepção dos clientes sobre os projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A nas agências de Ijuí e Panambi-RS. Local: UNIJUÍ/DACEC, 2° semestre/2011, p.3. (Trabalho de Conclusão de Curso). As teorias e análises referentes à preocupação social e sustentável no meio empresarial, bem como sua intensa ligação com o marketing nas organizações, têm ganhado mais espaço nos últimos tempos, tanto na sociedade como no meio acadêmico. Nesse enfoque e sob essa perspectiva o relatório apresenta a exposição e análise dos dados coletados no Banco Santander Brasil S.A, nas agências de Panambi e Ijuí- RS, em referência a percepção dos clientes quanto às questões dos projetos sociais e sustentáveis desenvolvidos e apoiados pela Instituição. Para isso, foram aplicados 140 questionários entre as cidades de Panambi e Ijuí- RS, contendo cada um, 10 (dez) questões de respostas fechadas e 1 (uma) questão de resposta aberta aos clientes dessas agências. A análise, portanto, ocorreu de forma quantitativa e qualitativa e buscou cumprir com o objetivo geral e os específicos do trabalho, no sentido de conhecer os projetos sociais e sustentáveis desenvolvidos pelo Santander, analisar o conhecimento e impacto desses projetos aos clientes, bem como sugestão de melhorias para uma maior visibilidade desses projetos no mercado local. A pesquisa permitiu dessa forma, compreender que, a faixa etária do grupo de clientes mais recentes na Instituição é relevante quanto ao apoio desprendido pelas empresas às questões sociais e sustentáveis, ou seja, um grupo de clientes que pode ser mais bem trabalhado. Permitiu ainda, concluir que o maior percentual de clientes, nas duas agências, não apresenta um bom conhecimento dos projetos do Banco e que os projetos mais conhecidos, são aqueles que os clientes utilizam indiretamente no cotidiano. Que apesar da importância do tema, na escolha do Santander os clientes não observaram tais projetos. Assim, as conclusões em referência ao trabalho desenvolvido puderam ampliar conhecimentos, gerar interessantes análises e compreensões da importância do tema na atualidade e no futuro das gerações. Palavras-chaves: Projetos Sociais e de Sustentabilidade, Banco Santander, Panambi e Ijuí. 4 AGRADECIMENTOS Expressar a gratidão em simples palavras parece quase impossível. Precisamos aprender a dar graças em tudo; nem sempre é tão fácil, mas é como um treino. Aqui, quero desprender um pouco de tempo e trazer à memória as pessoas importantes em minha vida e que contribuíram para a realização deste relatório e porque não dizer durante todo o curso. Deus, Criador de todas as coisas, que dia-a-dia renova minhas forças e me faz relembrar que não estou sozinha nas batalhas da vida. A Ti, minha gratidão pelo dom da vida e saúde proporcionada até aqui. Ao meu esposo Diogo, que junto comigo enfrentou momentos difíceis e de desânimo. Pela força, presença, compreensão, paciência e principalmente pelo abraço aconchegante demonstrados em todas as situações, do início ao fim do curso. Obrigada, você é o ator principal na minha história. À minha família, meu pai, sábio e herói. Minha mãe, meu exemplo de vida. E minha irmã, fonte das palavras renovadoras em meio as angústia da vida. A vocês e para vocês minha vitória. São as bases fortes do meu viver. Meu afilhado Augusto, como deixar de agradecer por ajudar a dinda a aliviar-se das tensões? Obrigada, a dinda ama você. À professora orientadora que incentivou, ensinou e além de tudo foi amiga durante todo o desenvolvimento do trabalho e nesta fase tão importante. E claro, ao Banco Santander, no qual tenho orgulho de pertencer, – Agências de Panambi e Ijuí que me auxiliaram, permitiram e colaboraram para a realização desta pesquisa. A todos, meu agradecimento sincero. 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Dimensões da Sustentabilidade................................................................. 17 Figura 2 – Socialmente responsável a quem? ............................................................ 19 Figura 3 – Etapas do processo de marketing ............................................................. 24 Figura 4 – Participação de Mercado de Agências/Mar-2010 ..................................... 38 Figura 5 – Modelo de Governança .............................................................................. 41 Figura 6 – Fluxograma do questionário socioambiental ............................................. 48 6 LISTA DE TABELAS Tabela 1–Grau de importância, do motivo pelo qual as empresas investem em projetos sociais e sustentáveis - respondentes em Ijuí. ............................................. 70 Tabela 2–Grau de importância, pela atribuição de pesos dos itens avaliados, sobre o motivo pelo qual as empresas investem em projetos sociais e sustentáveisrespondentes em Ijuí. ................................................................................................... 71 Tabela 3–Grau de importância, do motivo pelo qual as empresas investem em projetos sociais e sustentáveis na percepção dos respondentes em Panambi (1=mais importante e 6= menos importante). ............................................................. 72 Tabela 4–Grau de importância, pela atribuição de pesos dos itens avaliados, sobre o motivo pelo qual as empresas investem em projetos sociais e sustentáveisrespondentes em Panambi. ......................................................................................... 73 Tabela 5–Grau de importância sobre as necessidades dos projetos do Banco Santander no município de Ijuí-RS. ............................................................................. 76 Tabela 6–Grau de importância sobre necessidades dos projetos do Banco Santander no município de Panambi-RS . .................................................................. 78 7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Quanto ao gênero dos clientes entrevistados em Ijuí- RS ...................... 53 Gráfico 2 – Quanto ao gênero dos clientes entrevistados em Panambi- RS ............ 53 Gráfico 3 – Faixa etária dos clientes entrevistados em Ijuí-RS .................................. 54 Gráfico 5 – Grau de escolaridade dos clientes entrevistados em Ijuí-RS.................. 55 Gráfico 6 – Grau de escolaridade dos clientes entrevistados em Panambi-RS ........ 56 Gráfico 7 – Tempo em que os entrevistados são clientes do Banco em Ijuí- RS ..... 57 Gráfico 8 – Tempo em que os entrevistados são clientes do Banco em Panambi-RS ...................................................................................................................................... 57 Gráfico 9– Grau de conhecimento dos Projetos na agência de Ijuí-RS..................... 59 Gráfico 10– Grau de conhecimento dos Projetos na agência de Panambi-RS ......... 59 Gráfico 11– Nível de popularidade dos projetos do Santander em Ijuí-RS ............... 61 Gráfico 12– Nível de popularidade dos projetos do Santander em Panambi-RS ..... 61 Gráfico 13– Atribuição de importância sobre investimento das empresas em projetos em Ijuí- RS .................................................................................................................... 63 Gráfico 14– Atribuição de importância sobre investimento das empresas em projetos em Panambi- RS .......................................................................................................... 64 Gráfico 15– Grau de influência dos projetos na escolha de um banco em Ijuí- RS .. 65 Gráfico 16– Grau de influência dos projetos na escolha de um banco em PanambiRS ................................................................................................................................. 65 Gráfico 17– Grau de influência dos projetos na escolha do Santander em Ijuí- RS . 66 Gráfico 18– Grau de influência dos projetos na escolha do Santander em PanambiRS ................................................................................................................................. 67 Gráfico 19– Grau de influência para a manutenção da conta do cliente do Santander em Ijuí- RS .................................................................................................................... 68 Gráfico 20– Grau de influência para a manutenção da conta do cliente do Santander em Panambi- RS .......................................................................................................... 69 Gráfico 21– Grupo de projetos do Santander que os respondentes acreditam ser mais importantes para a sociedade- Ijuí-RS. .............................................................. 74 Gráfico 22–Grupo de projetos do Santander que os respondentes acreditam ser mais importantes para a sociedade- Panambi-RS. .................................................... 74 Gráfico 23– Necessidades, por grau de importância do município de Ijuí-RS. ......... 77 8 Gráfico 24– Necessidades, por grau de importância do município de Panambi-RS. 79 Gráfico 25– Sobre divulgação dos projetos sociais e de sustentabilidade no Santander em Ijuí-RS. .................................................................................................. 80 Gráfico 26– Sobre divulgação dos projetos sociais e de sustentabilidade no Santander em Panambi-RS. ........................................................................................ 81 9 INTRODUÇÃO O desenvolvimento sustentável tem ganhado mais espaço e importância nos últimos anos na sociedade, o que induziu as organizações a se preocuparem com o equilíbrio de suas ações ambientais, sociais e econômicas, tanto “perante seus funcionários, acionistas, clientes como a sociedade como um todo e até o mundo, hoje cada vez mais globalizado”, relembra Ashley (2005, p.3). “Todos - organizações e indivíduos – possuem responsabilidades sociais no exercício de suas atividades cotidianas [...]” (SUCUPIRA, et.al. 2010, p.12). Desta forma, as empresas exercem um papel importante perante a sociedade, isso porque, devido sua permanência no mercado também são questionadas quanto às formas ou atividades aplicadas que buscam minimizar as dificuldades sociais nos locais onde estão inseridas. A partir daí surgem os projetos sociais que contribuem para a redução dos problemas específicos da sociedade, nos quais as empresas privadas “dão os meios para que as situações se consertem de fato, não apenas com palavras, ou com o colorido de marketing” (RODRIGUES, 2005, p.16), afinal, como a própria autora sugere, “não é suficiente investir, doar ou destinar recursos para as causas sociais. É preciso assegurar-se de que elas estão sendo otimizadas [...]”, pois estes serão os questionamentos da própria sociedade. O estudo apresentado refere-se aos projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A, bem como, a percepção que os clientes das agências das cidades de Ijuí e Panambi- RS possuem sobre esses projetos e a influência que os mesmos trazem nas relações com a Instituição financeira. O trabalho está estruturado da seguinte forma: Inicia com a contextualização do estudo, mostra a delimitação do tema, a questão de estudo e os objetivos da pesquisa, no sentido de verificar se os projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A causam influências no relacionamento com seus clientes. Apresenta ainda a justificativa pela qual foi realizada a pesquisa e as contribuições que a mesma trará aos leitores, à Instituição Financeira, à universitária e à Instituição de ensino. 10 O segundo capítulo detalha o embasamento teórico, “que tem por objetivo apresentar os estudos sobre o tema, ou especificamente o problema, já realizados por outros autores” (VERGARA, 2007, p.35) e que auxiliou na melhor compreensão do estudo. O terceiro tópico define a metodologia utilizada na realização da pesquisa, a classificação do estudo, o universo amostral escolhido, os sujeitos da pesquisa, a coleta e análise de interpretação dos dados. No quarto capítulo é apresentada a publicação dos resultados, com a caracterização da Instituição Financeira, a interpretação e análise dos dados nas agências de Ijuí e Panambi–RS e as sugestões propostas para a Instituição, referente a coleta e análise dos resultados. Por fim, são descritas as referências bibliográficas, os anexos e os apêndices. 11 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO Na contextualização do estudo, são encontrados dados sobre o tema, a questão do estudo, o objetivo geral, os específicos e a justificava para a realização do estudo. 1.1 Apresentação e Delimitação do Tema e da Questão de Estudo Tendo em vista a necessidade dos assuntos de sustentabilidade e responsabilidade social serem abordados pelas organizações, atualmente, é também conveniente perceber as influências, - se é que existem-, e a percepção dos clientes em relação a estes assuntos nas empresas. Hoje, fornecedores, acionistas, clientes e comunidade como um todo exercem força sobre as organizações no sentido da verificação do que as mesmas estão trazendo às pessoas. Isso também é decorrente das divulgações que as organizações passaram a realizar com mais intensidade, sobre suas ações, voltadas ao meio ambiente, aos funcionários e a sociedade na qual ela está inserida. Para as empresas, as ações sociais de sustentabilidade, tendem a divulgar seu comprometimento em referência a esses assuntos e melhorar sua imagem perante a sociedade. Em contra partida, a população também possui ganhos com os projetos realizados pelas empresas, pois eles tendem a amenizar problemas e necessidades específicas das pessoas, uma vez que se busca, sempre que possível, atingir tanto funcionários e familiares quanto a comunidade em geral. Nesse sentido, para definir o tema a ser estudado, Marconi e Lakatos (2003; p.218) afirmam que ele: é o assunto que se deseja provar ou desenvolver... dotado necessariamente de um sujeito e de um objeto, o tema passa por um processo de especificação. O processo de delimitação do tema só é dado por concluído quando se faz a sua limitação geográfica e espacial, com vistas na realização da pesquisa [...]. 12 Segundo a definição apresentada o tema constitui-se no marketing social de instituição bancária, mais especificamente, do Banco Santander Brasil S.A – Agências Panambi e Ijuí- RS. A questão de estudo apresentada é: Como os projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A são percebidos no mercado local. 1.2 Objetivos Marconi e Lakatos (1996 apud RIGON, et.al. 2008, p.25) afirmam que “o objetivo é um resultado a alcançar [...] e que sempre deve responder o “para quê”, podendo ser classificado em geral e específicos”. 1.3.1 Objetivo geral O objetivo geral “está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas” (SILVA, 2004, p.9). Assim, o objetivo geral é apresentar os projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A e analisar como eles são percebidos pelos clientes nas agências de Panambi e Ijuí- RS. 1.3.2 Objetivos específicos Os objetivos específicos “apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental, permitindo de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares” (SILVA, 2004, p. 9). Assim, para desenvolver o trabalho, são necessários os seguintes objetivos específicos: - Descrever os projetos sociais e sustentáveis existentes no Banco Santander Brasil S.A; 13 - Examinar o grau de conhecimento que os clientes do Banco Santander Brasil S.A – Agência Panambi e Ijuí – RS possuem em relação aos projetos executados pelo banco; - Verificar qual projeto do Banco Santander S.A, os clientes consideram mais importante para a sociedade; - Analisar se os projetos produzem impactos na captação e manutenção dos clientes da Agência Panambi e Ijuí – RS; - Sugerir alternativas para ampliar a visibilidade dos projetos no mercado local. 1.3 Justificativa A justificativa do estudo “é o único item do projeto que apresenta respostas à questão por quê?[...] exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.219). Atualmente, com a preocupação das organizações, bem como, as exigências do mercado, no que diz respeito a questões de ordem social, torna-se importante conhecer as práticas adotadas pelo Banco Santander Brasil S.A, no sentido de conhecer se o trabalho da Instituição Financeira tem agregado valor ambiental, social e econômico para as comunidades nas quais ela está inserida. O assunto abordado no trabalho auxiliou na compreensão da relação entre as responsabilidades sociais das organizações e os benefícios dessas ações para as mesmas. Por isso, sua forte ligação ao marketing social, societal, de causa social e institucional. A organização em estudo tem a possibilidade de conhecer, através do levantamento de dados, como os clientes percebem as ações de sustentabilidade e os projetos sociais do Banco Santander Brasil S.A e se existe influência destes na captação de novos clientes, bem como na manutenção dos mesmos no mercado local. A Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul- Unijuí por meio do trabalho tem a oportunidade de conhecer algumas práticas sustentáveis 14 adotadas pela Instituição Financeira, bem como, analisar oportunidades de parcerias no que diz respeito a áreas de educação apoiadas pelo Banco Santander Brasil S.A. A acadêmica e também funcionária da Instituição, teve facilidade no acesso as informações e a possibilidade de ampliar conhecimentos, fazendo análises por meio do levantamento de dados sobre um assunto ainda não investigado no mercado local, no qual a Instituição Financeira está inserida. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO Tendo em vista a necessidade atual das empresas no engajamento por práticas sociais, algumas bases teóricas aqui descritas sobre sustentabilidade, responsabilidade social, projetos sociais, marketing, marketing social, societal, de causa social e institucional, serão relevantes para o entendimento, desenvolvimento e compreensão da pesquisa. Silva (2004, p.16) relembra que o referencial teórico é justamente onde são encontradas essas bases teóricas para melhor entendimento do trabalho. A finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo que serve de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados (SILVA, 2004, p.16). 2.1 Sustentabilidade Muito se tem falado em sustentabilidade nos últimos anos, seja no contexto organizacional como na própria sociedade. Porém, será que de fato se compreende o que é a sustentabilidade, onde ela se aplica e quais os ganhos da organização e da própria sociedade quanto a sua aplicação? Sucupira, et.al. (2010, p.130) dizem que a definição da palavra sustentabilidade é praticamente um sinônimo da palavra sobrevivência, “já que a definição do verbo “sustentar” é: conservar em existência”, ou seja, “uma empresa sustentável, avalia os impactos que as ações do presente podem ter sobre as gerações futuras” (SUCUPIRA, et.al. 2010, p.39). Os autores continuam a definição, explicando que o conceito de sustentabilidade apareceu na década de 1980, quando os países perceberam a necessidade de “promover o crescimento de suas economias sem sacrificar o bem estar das futuras gerações” (SUCUPIRA, et.al. 2010, p.38). 16 Kavinski (2009, p.48) em sua dissertação, antecipa um pouco o ano do enfoque de sustentabilidade e diz que a ideia de “movimentos ambientalistas”, deu-se em 1972 na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável na Suécia, onde representantes de todos os países discutiram sobre a necessidade de “tomar medidas” na causa da degradação ambiental. Segundo Oliveira Filho (2009, apud KAVINSKI, 2009, p.48), Este evento foi marcado pela célebre frase da então primeira ministra da Índia, Indira Gandhi: “A pobreza é a maior das poluições”. Foi neste contexto, que os países considerados desenvolvidos afirmaram que a solução da poluição e da degradação ambiental não era frear o desenvolvimento e sim orientá-lo com o intuito de preservar o meio ambiente e seus recursos não-renováveis para chegar a uma sustentabilidade contínua (KAVINSKI, 2009, p.48) Aqui, nota-se que a sustentabilidade está preocupada com o que as ações do presente podem ocasionar a longo prazo, ou seja, o que as atividades das organizações, ou da própria sociedade hoje, acarretarão ao ambiente natural das futuras gerações, uma vez que esse pode se esgotar. Atualmente, segundo Silva e Quelhas (2006, p.386), as empresas, bem como a sociedade, estão “incorporando os conceitos de sustentabilidade, se organizando, apresentando soluções mais rápidas [...]” no que diz respeito à prevenção do meio ambiente, resultado também, da grande atenção dada ao tema com o passar dos anos. Como relembra Sucupira, et.al. (2010, p.40), de forma muito incisiva que “empresas que honram o princípio da sustentabilidade são duradouras”. De acordo com Sachs (1993, apud GOMES, 2005, p.24), a sustentabilidade edifica-se em diferentes dimensões: Social – que busca a distribuição mais igualitária de renda, assegurando desigualdades sociais. Econômica – manejo eficiente de recursos naturais que resultam redução de custos sociais e ambientais. Ecológica – cuidado com o planeta, mediante a substituição da utilização de recursos não renováveis por recursos renováveis. Espacial – busca o cuidado com a concentração de população nas áreas metropolitanas ou com ecossistema frágil. Cultural – incentivo à continuidade das tradições dos diferentes povos. 17 Para facilitar o entendimento, a figura 1 que segue, representa as dimensões da sustentabilidade: Figura 1 – Dimensões da Sustentabilidade Ecológica Cultural Espacial Sustentabilidade Econômica Social Fonte: RIBEIRO, 2008, p. 48. O princípio da sustentabilidade tem a ver com a aceitação da interdependência. Perceber que a empresa não pode tudo é ato de sabedoria. Os seres humanos não estão isolados no mundo e precisam respeitar a interdependência entre si, sem causar danos ao meio ambiente (SUCUPIRA, et.al. 2010, p.40). O que o autor referido acima mostra, é que as empresas, cada vez mais, precisam medir, avaliar e divulgar o impacto de suas ações e atividades no ambiente onde estão inseridas, pois elas “devem prestar contas [...], não só para acionistas, credores, fornecedores e clientes, mas também aos empregados [...] (SUCUPIRA, et.al. 2010, p.41). E por que não pensar, como afirma Donaire (1999, apud KROETZ, 2009 p.24), que A repercussão da questão ambiental dentro da organização e o crescimento de sua importância ocorrem a partir do momento em que a empresa se dá conta de que essa atividade, em lugar de ser uma área que só lhe propicia despesas, pode transformar-se em um excelente local de oportunidades de redução dos custos, o que pode 18 ser viabilizado, seja através de reaproveitamento e venda dos resíduos e aumento das possibilidades de reciclagem, seja por meio da descoberta de novos componentes e novas matérias – primas que resultem em produtos mais confiáveis e tecnicamente mais limpos. Para finalizar, as idéias de Sucupira, et.al. (2010, p.44), vislumbram uma empresa com princípios sustentáveis, preocupada além do lucro, com aquilo que o mercado, a sociedade e clientes têm elencado como prioridade: Uma empresa sustentável realiza seus ganhos financeiros cuidando da natureza e dos valores humanos. O desenvolvimento sustentável requer a comunhão de três elementos fundamentais: a criação de riqueza, a proteção ambiental, a equidade social, que se somam aos princípios de transparência institucional e solidariedade entre gerações. (SUCUPIRA, et.al. 2010, p.44). 2.2 Responsabilidade Social Empresarial No contexto social, é necessário identificar o que de fato é a responsabilidade social para as organizações e quais os fatores que a mesma precisa desenvolver para identificar-se socialmente correta. O surgimento da responsabilidade social nas organizações ocorreu segundo Ashley (2005, p.45) nos Estados Unidos e na Europa, porque eram aceitas como doutrinas. “Os monarcas expediam alvarás para as corporações de capital aberto que prometessem benefícios públicos [...]”. Mais recentemente, através de estudos relacionados à responsabilidade social das empresas, Ashley (2005, p.47) ilustra para quem as empresas devem ser socialmente responsáveis e como foi a evolução de tais pensamentos, conforme figura: 19 Figura 2 – Socialmente responsável a quem? Fonte: ASHLEY, 2005, p. 47. Froes e Melo Neto (2002, p.78) afirmam que a responsabilidade social de uma empresa consiste em apoiar o desenvolvimento da comunidade, preservar o meio ambiente, investir no bem estar dos funcionários e seus dependentes, bem como, promover comunicações transparentes dando retorno a acionistas, assegurando a sinergia com seus parceiros e garantindo a satisfação de seus clientes e/ou consumidores. Mendonça (2002, apud KROETZ, 2009, p.17) é mais intenso ao dizer que Uma empresa que procura veicular pela mídia uma imagem institucional favorável, ou de seus produtos, mas por outro lado, remunera mal seus funcionários ou sonega impostos devidos, não está obedecendo aos padrões éticos de responsabilidade social. Na verdade, ela está “vendendo” uma imagem enganosa. O autor utiliza expressões mais fortes para explicar que de nada adianta a uma organização fazer grandes promoções de sua imagem e não buscar os padrões éticos internamente, entre seus funcionários, pois afinal, esses padrões são reconhecidos e observados pela própria sociedade. 20 Kotler e Keller (2006, p.712) trazem a posição de que a responsabilidade social é uma das frentes na qual as empresas precisam atuar e que, cada vez mais, as pessoas desejam informações sobre o histórico das empresas em relação à responsabilidade social e ambiental, para decidir com base nisso, de qual empresa comprar, investir e trabalhar. Por isso, a necessidade das organizações se atualizarem dentro deste contexto, investindo e dando sempre mais atenção a esses fatores de ordem social, comportando-se de “maneira apropriada nos âmbitos legal, ético e da responsabilidade social”. (KOTLER; KELLER 2006, p712). O âmbito legal, citado pelos autores, seria o cuidado da organização e a garantia de que seus funcionários conhecem e cumprem as leis e estão trabalhando de forma legalmente correta. No caso do comportamento ético citado por Keller e Kotler (2006, p.712), além de difundir um código de ética escrito para os funcionários, a empresa deve “criar uma tradição de comportamento ético [...] e tornar sua equipe totalmente responsável pelo cumprimento das diretrizes éticas e legais”. Por fim, os autores afirmam que “os profissionais de marketing devem ter uma consciência social”, tanto no relacionamento com clientes como com os demais públicos interessados. Drucker (1993, apud KROETZ, 2009, p.14), acrescenta a responsabilidade das empresas e diz que para sobreviverem terão que “encontrar uma adaptação aos problemas sociais básicos que se alinhe com suas competências”, podendo transformar um problema social em oportunidade de negócios. Assim, parafraseando, os problemas sociais poderiam contribuir para melhoria dos resultados econômicos. Pode-se pensar em uma busca de equilíbrio, entre aquilo que é importante para a sociedade e para a própria empresa. Pensando em âmbito mais amplo, do país como um todo, vemos hoje a imagem de uma sociedade perturbada e instável, vivendo profundas crises econômicas e sociais. Ao desenvolvimento tecnológico não tem correspondido um avanço equivalente em termos morais, políticos e sociais [...]. Parece haver um consenso em admitir que a ação das empresas, em conjunto, pode interferir no destino da sociedade (ASHLEY, 2005, p.265). A busca das empresas brasileiras no compromisso com a responsabilidade social deve-se, segundo Froes e Melo Neto (2002, p.80), as enormes carências sociais do país, a ação social dos concorrentes, a divulgação crescente dos meios 21 de comunicação sobre as ações sociais das empresas e o crescimento da expectativa das comunidades e dos funcionários sobre o engajamento social empresarial. Ou seja, as necessidades e carências do próprio país estimularam o desenvolvimento de ações sustentáveis pelas organizações, uma vez que inseridas no mercado, as mesmas também são cobradas pela própria comunidade quanto aos atos de suas atividades econômicas. 2.3 Projetos Sociais A definição da palavra projeto, para Maximiano (2000, apud MENDONÇA, 2009, p. 20), o descreve como "atividades ou empreendimentos que têm começo e fim programados, que devem resultar num produto final singular, o qual procura resolver um problema específico", ou seja, programar algo, que necessariamente visa o objetivo daquilo que ser quer alcançar. Nesse sentido, o projeto social pode ser definido como “ação planejada, estruturada em objetivos, atividades e resultados”, que normalmente são desenvolvidos em local, público e tempo determinados. (MIRANDA, 2008, p.3). Ou, como apresenta Kauchakje (2007 apud MENDONÇA, 2009, p. 20), como uma tecnologia social, sendo composta por um processo de ação coletiva, de iniciativa estatal ou sociedade civil. Como uma idéia, um desejo de realizar algo. Nesse interesse, em torno das questões sociais, a Consultoria Socioambiental e Cultural Valor Social - Empresa que apóia ações de responsabilidade social em organizações públicas e privadas – descreve que as empresas têm sido direcionadas para a realização e desenvolvimento de projetos sociais destinadas a públicos interessados, tanto internos, quanto externamente, isso também para suprir algumas deficiências governamentais das pessoas que estão mais próximas a ela. Estes projetos e ações desenvolvidos pelas empresas comprovam que negócios sustentáveis em benefício da população são possíveis e cada vez mais necessários e que além de contribuir para a melhoria da imagem da empresa perante a sociedade, a destaca entre acionistas, fornecedores e seus stakeholders (grupos de interesse relacionado à empresa) (VALOR SOCIAL, 2009). “A grande utilidade dos projetos, é o fato de eles colocarem em prática as políticas e programas na forma de unidades de intervenção concretas”. (MIRANDA, 22 2008, p.3), um projeto que sai da teoria e é executado, colocado em prática e em benefício da sociedade, o qual tem por “objetivo intervir para a mudança de uma realidade, por meio de provimento de serviços sociais [...]” Kauchakje (2007 apud MENDONÇA, 2009, p. 20). Para Miranda (2008), a vantagens de atuar em projetos sociais são: Conseguir mobilizar e estimular outras pessoas a participarem dos projetos, sendo mais fácil a administração de recursos; Gerar credibilidade na sociedade através de projetos com bons resultados; Conseguir participação efetiva de mais setores, além dos envolvidos na ação. Inclusive daqueles que serão beneficiados. Gerar mais parcerias, trazendo mudanças mais duradouras e sustentáveis. Para as organizações como um todo, segundo o GIF- Grupo de Intitutos, Fundações e Empresas (apud BELIZÁRIO, 2008, p.59) Ao fazer investimento social privado, as empresas contribuem para o desenvolvimento do país em pelo menos quatro áreas da maior importância: 1. fomentando a organização da sociedade civil, isto é, a cidadania, seja com recursos financeiros, seja com conhecimento e formação; 2. promovendo ações que ora diminuem sofrimentos individuais, ora enfrentam as causas desse sofrimento; 3. atuando para a construção, qualificação e sustentabilidade das políticas públicas ambientais, culturais e sociais; 4. pressionando e cobrando do Estado continuidade e sustentabilidade das políticas públicas do campo social. Evidenciando assim, que os investimentos privados das empresas não são apenas financiamentos de valores para suprir custos na melhoria de atividades com a população, mas são principalmente atividades desenvolvidas e acompanhadas que buscam a soluções ou a redução de problemas sociais, daí a importância dos projetos sociais desenvolvidos e apoiados pelas empresas. 2.4 Marketing – Conceitos e definições Conhecer o conceito central do Marketing e a diferença que o mesmo traz às organizações no sentido da retenção e manutenção dos clientes é um fator importante para a complementação do estudo, uma vez que esta área pode ser vista, analisada e segmentada sob diversos ângulos. 23 Cabe aqui ressaltar sobre as forças que a empresa deve monitorar, sejam elas, segundo Kotler (1998, p.146), “demográfica” (população, que representa os mercados), “econômica” (que está ligada ao poder de compra e renda das pessoas), “natural” (ligado a importância atual do ambiente natural), “tecnológica” (força intensa aliada a tecnologia), “política e legal” (composta por “leis e órgãos governamentais e grupos de pressão que limitam várias organizações”) e a força “sociocultural” (que incluem os valores e crenças das pessoas), às quais podem influenciar positiva ou negativamente o quadro da empresa, uma vez que essas forças estão inseridas no mercado no qual a empresa atua. Passando à ótica do conceito de Marketing, Kotler (1998, p.27) acredita que a melhor definição é percebê-lo como um processo social e gerencial pelo qual os indivíduos e grupos obtêm o que desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Ele ainda salienta que: O conceito de marketing assume que a chave para atingir as metas organizacionais consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes para integrar as atividades do marketing, satisfazendo, assim, as necessidades e desejos dos mercados-alvos [...] fundamenta-se em quatro pilares: mercado-alvo, necessidades dos consumidores, marketing integrado e rentabilidade. (KOTLER, 1998, p.37). Definido como um conjunto de atividades, Perreault e McCarthy (1997, p.22), pensam que o marketing desempenhado pelas organizações é também um processo social, dividido em micro e macroambiente, pois enquanto o primeiro olha o marketing partindo das necessidades dos clientes, o segundo é um processo social que iguala o serviço dos produtores aos consumidores e ainda realiza os objetivos da sociedade. Kotler e Keller, num estudo mais recente apontam que: O Marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Para defini-lo de uma maneira bem simples, podemos dizer que ele “supre necessidades lucrativamente (KOTLER; KELLER 2006, p.4). Ou seja, pode-se visualizar então, que as essas definições percebem o marketing além de mercadológico, como processo social, pois não está voltado apenas aos fatores internos da empresas, foca também nos indivíduos, 24 consumidores e na sociedade. Definições, que com o passar dos tempos, tornaramse mais abrangentes, devido às mudanças no mercado e com a própria sociedade. Cobra (2000, p.192), complementa um pouco mais, afirmando que o marketing “é, sobretudo, uma forma de sentir o mercado [...]” buscando satisfazer, necessidades, desejos, “com vistas a proporcionar qualidade de vida às pessoas”. Kotler (1998, p.27) com vista aos consumidores, aponta nesta linha, de que o Marketing começa com necessidades e desejos humanos, que possuem preferências marcantes e marcas específicas. Passa a focalizar os produtos, o valor, custo e satisfação dos consumidores, troca e transações, construções de relações ou Marketing de relacionamento, mercado e consumidores potenciais. Ou seja, as etapas do processo de marketing, conforme Kotler (1998) ficariam assim ilustradas: Figura 3 – Etapas do processo de marketing Fonte: KOTLER, 1998, p. 28. Simplificando, Levitt (1985 apud DARONCO, 2008, p.23) expressa que “o marketing é o processo de atrair e manter o cliente”. Ou seja, o atendimento, as ações e as inovações que a empresa apresentar aos clientes poderá mantê-los deixando-os satisfeitos a ponto de divulgarem a marca da empresa em virtude de sua satisfação. Nesse sentido, é importante lembrar que a atração, manutenção e retenção dos clientes é um processo contínuo nos âmbitos organizacionais, uma vez que, com o aumento de ofertantes, torna-se um tanto difícil satisfazer as necessidades do consumidor sendo atrativo para mantê-lo como cliente da empresa. “As empresas atuais precisam prestar muita atenção a sua taxa de consumidores perdidos e tomar 25 providências para reduzi-la. Esse processo envolve quatro etapas” (KOTLER, 1998, p.57): Definição e mensuração da taxa de retenção dos consumidores; A distinção das causas do abandono dos clientes, porque “muito pode ser feito com aqueles que deixam a empresa em função de maus serviços, produtos de má qualidade, preços altos e assim por diante”; “A empresa deve estimar o volume de lucro não contabilizado quando perde consumidores”, ou seja, quanto a empresa deixou de ganhar com aquele cliente. E, quanto “custaria reduzir a taxa de abandono de clientes. À medida que o custo for inferior ao lucro pretendido, essa mesma quantidade deve ser destinada a taxa de abandono” (KOTLER, 1998, p.57). Tarefas que parecem um tanto complicadas, mas que se forem bem administradas e aplicadas, podem auxiliar na manutenção e retenção dos clientes da organização. 2.5 Marketing Social Tendo em vista o crescimento e expansão da área de marketing, bem como as mudanças ocorridas no mercado e as exigências da comunidade, o marketing social ainda é um enfoque recente nessa área que passou a ser mais discutido nos últimos anos. Muitas teorias sobre o assunto têm sido propostas e, além disso, o marketing social interliga-se muito ao marketing societal e de causa social, que serão descritos no próximo item, uma vez que, os próprios autores citam o mesmo conceito aos três enfoques. O marketing social passou a ser mais reconhecido, (talvez não com este nome propriamente dito) conforme Vaz (1995, p.280) a partir da década de 70, com agravamento das crises sociais no mundo, como a ditadura militar no Brasil. Para o autor 26 “Marketing Social é a modalidade de ação mercadológica institucional que tem por objetivo atenuar ou eliminar problemas sociais, carências da sociedade relacionadas principalmente com questões de higiene e saúde pública, trabalho, educação, habitação, transporte e nutrição” (Vaz, 1995, p.281). Em estudo mais recente, Kotler e Keller (2006, p.712), ampliam a visão do marketing social e reforçam que “as empresas precisam avaliar se estão realmente praticando o marketing de maneira ética e socialmente responsável”. Os mesmos autores (2006, p.717) declaram que o marketing social é um “fenômeno global”, que teve suas origens na Índia em meados dos anos 50. Na década de 70, o conceito de marketing social expandiu-se para a Suécia, Austrália e Canadá, quando o próprio governo criou campanhas sociais para transformar a situação do País. Em 1980, o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde e os Centros de Controle e Prevenção de doenças, passaram a divulgar com mais intensidade o marketing social. Kotler (1998 apud NEVES, 2001, p.16) relembra que o conceito do marketing social requer que os profissionais de marketing busquem equilibrar na organização: seus lucros, desejos dos clientes e interesses da sociedade. Ou seja, uma visão holística tanto do ambiente interno, quanto do externo da organização. Porque os tempos em que a organização movia-se somente em função de seus lucros, já estão praticamente extintos, tendo em vista a cobrança legal e da sociedade quanto à responsabilidade social das mesmas. Ainda na década de 70, Kotler e Zaltman (1971 apud MATTIELO, 2008, p.22) já percebiam a importância da empresa dar atenção às questões sociais e reforçam o conceito de marketing social, propondo que ele engloba: a criação, implementação e controle de programas para influenciar a aceitação das idéias sociais e a aplicação de ferramentas de Marketing relativas ao planejamento de produto, preço, comunicação, distribuição e pesquisa de marketing na implementação de mudanças sociais (KOTLER; ZALTMANN, 1971 apud MATTIELO, 2008, p.22). Assim, todas as atividades desempenhadas pela empresa estariam interligadas aos benefícios sociais que elas proporcionariam, ou seja, antes da efetivação de qualquer atividade, poder-se-ia verificar a melhor forma de aperfeiçoar a mesma em favor de benefícios para a sociedade. 27 O marketing social tem por objetivo “criar uma imagem positiva da empresa na mente do consumidor, através de ações construtivas à sociedade e comportamento ético, derrubando, assim, barreiras pré-existentes”. (NEVES, 2001, p.17). Por isso, sua semelhança com a responsabilidade social citada anteriormente, uma vez que centraliza cliente e sociedade, como reforçam Kotler e Keller (2006, p.712) que o “marketing interno deve ser combinado com um forte senso de responsabilidade”. Nesse sentido, cabe ressaltar aqui, que os próprios autores Kotler e Keller (2006, p.717) comentam em seu livro, que o marketing social é geralmente feito por organização não lucrativa ou governamental, porém, como já citado anteriormente, o conceito de marketing social nas empresas ainda está sendo construído. Neste trabalho, ele será abordado como uma troca de ganhos, enquanto a empresa ganha investindo em ações sociais para o fortalecimento de sua marca, a sociedade ganha com o investimento de ações a seu favor. Para finalizar, uma frase dos próprios autores Kotler e Lee (2008, p.227) mostra ainda mais a importância desse assunto, pois relatam que o “marketing social trata de fazer do mundo um lugar melhor para todos [...], não como uma utopia, mas acreditando que com o auxílio de todos isso é possível de acontecer”. 2.6 Marketing Societal e de Causa Social Conforme descrito anteriormente, o marketing societal e de causa social, são interligados entre si. Por isso, os dois conceitos serão aqui explicados para melhor compreensão de suas interfaces com o estudo em questão. O conceito de marketing societal para Kotler (1998, p.44) mostra que “a tarefa da organização é determinar as necessidades, desejos e interesses dos mercados-alvos e atender às satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente do que os concorrentes, de maneira a preservar ou ampliar o bem-estar dos consumidores e da sociedade” (Kotler 1998, p.44). Ele ainda complementa que o marketing societal sugere às organizações o desenvolvimento de condições sociais e éticas em suas práticas de marketing. Por 28 isso, não resta dúvida, da semelhança com o marketing social, e com os projetos sociais, porque deixa clara a preocupação com os consumidores, com a sociedade e com a ética em referência a tarefa da organização. Para Morais (2005 apud MATTIELO, 2008, p.30), o marketing societal aponta que a empresa busca “equilibrar três aspectos conflitantes” – lucros, satisfação do consumidor e interesse público, como se fosse um “malabarismo” (KOTLER; KELLER, 2006, p.20), onde perder o foco e desviar o olhar apenas para um deles irá trazer prejuízos a toda arte. O estudo do marketing societal ainda está em construção, mas é possível perceber sua forte relação com o marketing social e a responsabilidade social. O marketing de causa social, por sua vez, também chamado de “marketing nãotradicional” por Boone; Kurtz (2008, p.20) “é uma versão do conceito de marketing societal” e também, um “fator importante para o sucesso” (KOTLER 1998, p.44). Seu surgimento ocorreu através de “uma prática iniciada essencialmente há apenas vinte anos” (BOONE; KURTZ, 2008, p. 21) quando “começou a ser levado a sério [...]” (KOTLER; KELLER, 2006, p.714). O fato foi que a American Express, durante uma campanha, mostrou ao seu público, os benefícios do marketing de causas. A ação realizada foi destinar um centavo da utilização do cartão de crédito e um dólar na emissão de novos cartões à restauração da Estátua da Liberdade. “Durante a campanha, as transações com os cartões da empresa subiram 30 por cento, e a emissão de novos cartões, 15 por cento”. (KOTLER; KELLER, 2006, p.714), caracterizando a adesão do programa pelos clientes. Kotler (1998, p.45) acrescenta ao surgimento do marketing de causas, a determinação estratégica da Continental Airlines, que decidiu retornar voos em dois aeroportos, realizando a doação em dinheiro para reformar os terminais, sob a condição dos clientes embarcarem nos aviões da companhia. Foram ações de cunho social, que envolveram os clientes e deram resultado; dando origem a uma nova versão do marketing: o de causa social. Kotler e Keller (2006, p.714) esclarecem que o marketing de causa social “relaciona as contribuições da empresa em prol de determinada causa com a disposição dos clientes para manter transações com essa empresa [...]”. Pode ser ainda entendido como “ferramenta estratégica de marketing e de posicionamento que associa uma empresa ou marca a uma questão ou causa social relevante, em benefício mútuo” (PRINGLE; THOMPSON, 2000, p.3). 29 O autor deixa clara a importância de existirem parcerias em benefício de uma causa social: “a velha promoção beneficente, por meio da qual uma marca simplesmente doava uma soma a qualquer causa válida, ou por meio da qual o departamento de assuntos corporativos de uma empresa patrocinava uma variedade de causas não relacionadas estrategicamente, é vista cada vez mais como um patrocínio sem sentido, ou mesmo como exploração, em vez de uma parceria viva, altruísta em benefício mútuo”. (Pringle; Thompson, 2000, p.3,4). É o que de fato, a sociedade espera das organizações: um acompanhamento e interesse em favor da sociedade; não apenas auxílio financeiro. Boone e Kurtz (2008, p.21) enfatizam que algumas pesquisas recentes, mostram que existe apoio tanto por parte dos consumidores, quanto dos funcionários das empresas ao marketing relacionado a causa, pois 92% dos consumidores revelam ter uma imagem mais positiva das empresas que apóiam importantes causas sociais. Ainda, quatro de cada cinco entrevistados afirmaram que escolheriam uma marca que apóia uma causa social se o preço e a qualidade de duas marcas fossem iguais. Ou seja, os dados não surpreendem muito, porque a sociedade como um todo, percebe essa necessidade em relação aos incentivos dados pelas organizações, isso porque, a própria mídia passou a divulgar com mais intensidade os problemas sociais e a importância que deve ser desprendida ao tema. Trabalhar em favor de uma causa é dar atenção a uma gama de questões, sejam elas de alfabetização, controle de armas, planejamento familiar, proteção ambiental, entre outros segundo Boone e Kurtz (2008, p.22). As campanhas realizadas sob estes aspectos no marketing de causa social procuram “uma mudança fundamental de longo prazo, tanto na imagem da marca, quanto na abordagem que será usada para trazer a questão da causa”, ou seja, é uma “visão estratégica e não tática”, como por exemplo, no caso da Avon, que teve a autoridade de embarcar em uma campanha do marketing de causa social, sobre uma questão importante e pessoal; o câncer de mama. Essa campanha auxiliou a desmitificar, a ajudar e a prevenir uma doença fatal e pouco difundida no público feminino (PRINGLE; THOMPSON, 2000, p.96). 30 Assim, Boone e Kurtz (2008, p.21) realizam um comentário importante e pertinente ao tema, quando dizem que os “consumidores procuram criar um relacionamento com as marcas, e não só uma transação comercial. Isso define as formas pelas quais as empresas hoje precisam trabalhar, ou seja, na busca de um relacionamento duradouro por parte dos clientes, visto que em meio a tantas ofertas, a fidelização passou a estar mais escassa. E segundo Pringle e Thompson (2000, p.13) existem dois fatores importantes para uma marca se impor no mercado: o benefício de seu desempenho (lado racional) e o benefício emocional ou de imagem. 2.7 Marketing Institucional Nota-se que o marketing pode ser subdividido em diversas outras áreas, conforme a necessidade e aplicação de assuntos. Conhecer estas subdivisões torna-se um tanto importantes para compreender o assunto que se quer aprofundar. Nessa necessidade, surge o conceito de marketing institucional, que parece num primeiro momento estar ligado ao marketing de toda a instituição em si, conforme mostra Froemming (2008, p.15), ele não se preocupa inicialmente com a venda dos produtos da organização, mas busca reforçar a imagem das empresas, contribuindo para o posicionamento institucional. O marketing institucional “visa a estimular atitudes e comportamentos favoráveis nos diversos segmentos de público, conseguindo seu apoio e parceria”, ou seja, ele de fato prima pela boa imagem da empresa. Kotler e Armstrong (1999, apud FROEMMING, 2008, p.16) acrescentam a definição e mostram que: Muitas vezes, as organizações realizam atividades destinadas a “vender” a própria organização. O marketing organizacional também chamado marketing institucional, consiste em atividades empreendidas para criar, manter ou modificar as atitudes e comportamentos do público alvo com relação a uma organização. [...] (1999, p. 461). 31 Cobra (2000, p.191) é claro ao afirmar que qualquer organização, por mais discreta que seja, não poderia abrir mão de ser “reconhecida e valorizada”, pois são estes fatores que a deixam mais visíveis no mercado, aumentando a aceitação de seus produtos e serviços. E este é o verdadeiro marketing institucional, que não busca apenas a venda de produtos e serviços, mas busca também “abrir espaços para criar boa vontade para com uma instituição e seus bens em geral”. Seria uma maneira de atrair os clientes para empresa, para assim, iniciar um relacionamento com os mesmos. As primeiras ideias sobre marketing institucional surgiram, de acordo com Voltolini (2003, p.143), em meados da década de 1970, onde as guerras entre os países, conflitos e crises sociais não impediram o surgimento de grandes instituições não-governamentais, que buscavam a participação de indivíduos para as causas que defendiam. Elas não tinham produtos, mas ideias a vender, e passaram a adotar técnicas de marketing. Este foi, por assim dizer, o primeiro sinal de vida do chamado marketing institucional. Vaz (2003 apud DEMAJOROVIC; VILELA JUNIOR, 2006, p.378) se reporta às fases do marketing institucional e classifica a primeira delas “como estágio do marketing de imagem”, onde as organizações perceberam a importância de projetar uma boa imagem junto à sociedade. A última e mais recente fase, seria a do marketing de ideias, onde o “marketing institucional já pode ser considerado um conjunto de técnicas específicas para a propagação de valores ideológicos” (DEMAJOROVIC; VILELA JUNIOR, 2006, p.378) Assim, é notório que com tantas diversidades e disponibilização de produtos e serviços, as organizações precisam investir na sua imagem, rever sua cultura, “a fim de adequá-la à filosofia de entender o mercado para atendê-lo”, ou ainda, “projetar sua imagem no mercado, levando em conta as expectativas de seus diversos públicos-alvo”. (COBRA, 2000, p.192). E, como relembra Froemming (2008, p.26), se não houver progressos quanto à imagem da empresa, sua oferta de “Marketing ou seu programa de Marketing Institucional terão de ser mudados”. Com a apresentação dos temas referidos, é possível realizar um paralelo daquilo que as empresas estão vivendo no momento atual, ou seja, sua necessidade de investimentos em projetos sociais e sustentáveis, bem como, a forma que esses projetos são percebidos pelos clientes e comunidade em geral. 32 Desta forma, o referencial teórico aqui descrito, contribui na melhor compreensão do levantamento de dados, análises realizadas na Instituição Financeira e a percepção dos clientes em relação aos projetos executados pela organização em estudo. 33 3 METODOLOGIA “A especificação da metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens, pois responde, a um só tempo, às questões como? com quê? onde? quanto?” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 221). 3.1 Classificação do estudo Segundo Alves (2003, apud RIGON, et.al. 2008, p.30), a classificação da pesquisa quanto aos objetivos pode ser: - Exploratória, torna mais explícita a questão de estudo, aprofunda as ideias em questão, permite o levantamento bibliográfico; - Descritiva, descreve as características de determinada organização, adotandose como procedimento a coleta de dados com uso da entrevista e da observação. Assim sendo, o método empregado nesta pesquisa que se define em relação aos fins, é a pesquisa exploratória e descritiva. Exploratória porque a questão em estudo foi aprofundada na Instituição Financeira, e, descritiva, porque foi possível conhecer melhor as características da organização e como os clientes percebem os projetos sociais e de sustentabilidade por meio dos questionários realizados aos mesmos nas agências de Panambi e Ijuí- RS. No que se refere aos delineamentos da pesquisa, ainda segundo Alves (2003, apud RIGON, et.al. 2008, p.30), pode ser: - Documental, assemelha-se à pesquisa bibliográfica, mas utiliza-se das fontes que não receberam tratamento analítico, como por exemplo, certidões, atas [...]. São documentos encontrados em arquivos. - Estudo de caso, quando se tratar de um estudo em profundidade, de poucos objetos, visando obter o máximo de informações que permitam amplo 34 conhecimento, “tem caráter de profundidade e detalhamento” (VERGARA, 2007, p.49). Vergara (2000, apud RIGON, et.al. 2008, p.32), ainda descreve a pesquisa como: - Pesquisa de campo que é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Então, quanto aos meios, a pesquisa define-se como um estudo de caso do Banco Santander Brasil S.A – Agências Panambi e Ijuí- RS, no sentido de que, permitiu, através de informações, um maior conhecimento dos projetos sociais e de sustentabilidade da organização. Uma pesquisa documental, tendo em vista a utilização de fontes como relatórios e documentos da organização, uma pesquisa de campo porque foram realizados questionários aos clientes nas próprias Agências Panambi e Ijuí do Banco Santander e também uma pesquisa telematizada (uso de computador e meios de telecomunicações). 3.2 Universo Amostral e Sujeitos da Pesquisa Segundo Vergara (2007, p.50), o universo amostral define a população em um conjunto de elementos que possuem as características que serão objetos de estudo, ou seja, é uma parte do universo escolhida segundo algum critério de representatividade. Já sobre os sujeitos da pesquisa, Vergara (2007, p.53) afirma que esses são as pessoas que fornecerão os dados de que se necessita. No caso do estudo do Banco Santander, o universo amostral escolhido foi 60 clientes da agência Panambi – RS, que representam em torno de 2% dos clientes ativos e 80 clientes da agência Ijuí – RS, que representam em torno de 2% do total de clientes. Vergara (2007, p.50), ainda define o universo amostral em dois tipos: probabilística (baseada em procedimentos estatísticos) e não probabilística. Na amostra não probabilística seleciona-se aquela por acessibilidade, que possui facilidade de acesso ao universo amostral. 35 Portanto, o estudo apresentado foi realizado no universo amostral não probabilístico, onde se definiu a população por acessibilidade as informações e aplicação dos questionários com o universo da pesquisa. Sobre os sujeitos da pesquisa, o trabalho apresentou, respectivamente, 60 e 80 clientes do sexo feminino e masculino, de diversas faixas etárias nas agências de Panambi e Ijuí- RS. 3.3 Coleta de Dados No que tange a coleta de dados, para responder a questão de estudo e serem realizadas análises dos projetos sociais da Instituição Financeira, foram utilizados instrumentos de pesquisa como: questionários aos clientes do Banco Santander – Agências Panambi e Ijuí através de perguntas fechadas e aberta de um roteiro de questões, (apêndice A), caracterizando uma pesquisa de campo, pesquisa documental nos arquivos da Instituição Financeira, como regulamentos internos, relatórios e outros documentos, pesquisa telematizada, com o acesso ao site do Banco Santander Brasil S.A e Intranet da Instituição. estudo de caso, que investigou os projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A, mais aprofundadamente. 3.4 Análise e Interpretação dos Dados Segundo Gil (1996, apud SILVA, 2004, p.14) quanto à forma de abordagem a pesquisa pode ser: Qualitativa, a qual considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do 36 sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. E, segundo Vergara (2007, p.59), pode ser tratado também como procedimentos estatísticos, como teste de hipóteses. Como o estudo aprofundou-se nos projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A, o tratamento dos dados foi de forma qualitativa, e quantitativa por se tratar de levantamento de dados estatísticos e de informações relevantes sobre os projetos sociais e de sustentabilidade da Instituição em estudo. 37 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS Nesse capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa realizada nas agências de ijuí e Panambi – RS do Banco Santander Brasil S.A, através do questionário aplicado aos clientes destas agências. O capítulo trará ainda, a análise desses resultados buscando responder os objetivos do trabalho. 4.1 Histórico e Caracterização do Santander Brasil O Grupo Santander ingressou no mercado brasileiro no ano de 1957, mas a partir dos anos 90, por meio de novas aquisições, como o Banco Banespa da cidade de São Paulo, o Banco Meridional Bozano, e, mais recentemente (em agosto de 2008) com a aquisição do Banco Real, o grupo Santander obteve melhor presença no Brasil. No ano de 2006, o Grupo Santander Brasil, sob aprovação de seus acionistas e do Banco Central, consolidou todas as suas participações em uma única pessoa jurídica - Banco Santander Banespa S.A., que logo teve sua denominação alterada para Banco Santander (Brasil) S.A., simplificando, assim, a sua estrutura societária e fiscal, melhorando sua eficiência operacional e reduzindo os custos administrativos por meio da integração e do aprimoramento de diferentes plataformas de tecnologia da informação. Hoje, o Banco Santander Brasil S.A, é o 3º maior banco privado do país por ativos e interage diretamente com sua sede global na Espanha, trocando informações, conhecimento e tecnologia de serviços com intuito de aperfeiçoar constantemente sua atuação. No primeiro trimestre de 2009, foram registrados R$ 305 bilhões em ativos e o Santander encerrou o período com lucro de R$ 533 milhões. Hoje, com mais de 9 milhões de clientes no Brasil, o Banco Santander atua em todos os segmentos do mercado financeiro, contando com uma rede de 3.601 agências e postos de atendimento, e, de 18.194 caixas eletrônicos. 38 A participação de agências do Banco Santander Brasil S.A, segundo dados coletados no mês de março do ano de 2010, pode ser representada conforme a figura abaixo: Figura 4 – Participação de Mercado de Agências/Mar-2010 Fonte: IBGE, Banco Central (apud BANCO SANTANDER S.A, 2011) A figura 4 mostra claramente as participações de mercado do Banco Santander nas diferentes regiões brasileiras e revelam que a Instituição expandiu as operações ao longo dos últimos anos, com operações concentradas nas Regiões Sul e Sudeste, os principais mercados financeiros nacionais. O Banco Santander tem como missão “Ser uma equipe capaz de gerar boas ideias, que satisfaçam os clientes, sejam rentáveis para os acionistas e consolidem o banco como um líder financeiro Internacional e como entidade que colabora com o desenvolvimento sustentável da sociedade” (Banco Santander, 2011). Os valores corporativos do Banco Santander estão pautados da seguinte forma: 39 Liderança: Vocação de liderança em todos os mercados onde está presente, com as melhores equipes e constante foco em clientes e resultados. Dinamismo e Antecipação: Iniciativa e agilidade para descobrir e explorar as oportunidades de negócios, antes dos concorrentes, e flexibilidade de adaptação às mudanças do mercado. Fortaleza de balanço: A força do balanço e a prudência na gestão de riscos são as melhores garantias da capacidade de crescimento e de geração de valor para os acionistas, em longo prazo. Inovação: Procura constante de produtos, serviços e processos que atendam às necessidades dos clientes e permitam obter aumento de rentabilidade superior ao dos concorrentes. Orientação ao cliente: O cliente é o foco de nossa estratégia. Melhorar de maneira contínua a captação, a satisfação e a vinculação de clientes, por meio de uma ampla oferta de produtos e serviços, sempre com a melhor qualidade. Ética profissional: Além do estrito cumprimento das Leis, dos Códigos de Conduta e das normas internas, exige-se de todos os profissionais do Santander atuar com a máxima honestidade e transparência, considerando-se sempre o interesse do Grupo e dos clientes acima da posição pessoal. O compromisso do Banco Santander divulgado aos seus clientes e acionistas é: ser um prestador de serviços financeiros, acreditando que a confiança é a base de todos os relacionamentos. Criar vínculos de qualidade entre funcionários, clientes, fornecedores e acionistas para juntos buscar ideias inovadoras em gestão, produtos e serviços que respondam aos desafios da época e assim, ser líder do setor e referência para o Grupo Santander, para o país e para o mercado em geral (Banco Santander, 2011). O Banco Santander no Brasil divide-se em 66 regionais e sua matriz está localizada no centro da cidade São Paulo. A divisão em Regionais foi importante devido ao crescimento do Banco no país, sendo possível, assim, uma melhor segmentação e organização da Instituição conforme a necessidade e cultura dos clientes locais. 40 As agências de Panambi e Ijuí estão localizadas na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul e estão interligadas a regional RS Norte, que também é composta pelas cidades de: Nova Prata, Santiago, Itaqui, Vacaria, Passo Fundo, Veranópolis, Santo Angelo, Horizontina, Santa Rosa, Carazinho, São Borja, Erechim, Lagoa Vermelha, Não-me-Toque e Cruz alta. Hoje a agência do Banco Santander em Panambi, conta com 3.000 clientes ativos, sendo 140 pessoas jurídicas e 2.860 pessoas físicas. A agência localiza-se próxima à praça central da cidade de Panambi e possui nove funcionários e cinco terceirizados, sendo, esses últimos, três vigilantes, um auxiliar de limpeza e um assistente administrativo. A agência de Ijuí é de porte maior e conta com 4.000 clientes ativos, sendo 220 pessoas jurídicas e 3.780 pessoas físicas. A agência também se localiza próxima a praça central da cidade e possui treze funcionários e seis terceirizados, sendo, esses últimos, quatro vigilantes e dois auxiliares de limpeza. 4.2 Caracterização dos Projetos Sociais e de Sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A Para o Banco Santander Brasil S.A, a sustentabilidade “é parte dos negócios” que promove o desenvolvimento social e pereniza os recursos naturais. Por isso, o Santander busca por meio de práticas inovadoras de gestão e soluções financeiras, contribuir para o desenvolvimento do país (BANCO SANTANDER, 2011) Na Instituição, foi criada uma diretoria executiva para conduzir os processos de inserção da sustentabilidade e projetos sociais dentro do das agências, tendo como função principal, “definir ferramentas e metodologias para o planejamento e implementação de iniciativas. É ela quem consolida indicadores para avaliar os resultados” (Banco Santander, 2011). Essa diretoria se reúne mensalmente para trocar informações, ampliar conhecimentos identificando sinergias para o andamento de suas atividades. O modelo de governança está definido conforme a ilustração 5: 41 Figura 5 – Modelo de Governança Fonte: Banco Santander (2011) Com este estilo de liderança, o Banco Santander acredita ser possível manter bons relacionamentos com seus stakeholders, mantendo a adoção de práticas sustentáveis, tanto internamente, quanto na sociedade. Para isso, a Instituição firma o compromisso nesta conduta através de políticas de sustentabilidade, como: política de engajamento de públicos de interesse, política de direitos humanos, política ambiental e política de ética. Algumas das práticas, ações e projetos do Banco Santander serão aqui descritos para melhor entendimento da pesquisa realizada, da forma apresentada pela Instituição, ou seja, uma subdivisão entre: Produtos e Serviços, Investimentos sociais e culturais e Práticas de Gestão 4.2.1 Produtos e Serviços O Banco Santander busca proporcionar produtos e serviços com foco na sustentabilidade para pessoas físicas e jurídicas. Dentro dessas práticas estão: 42 4.2.1.1. Acessibilidade Além dos treinamentos do Banco Santander às suas equipes de engenharia e arquitetura, na identificação de melhorias para o acesso de pessoas com deficiência em suas agências e prédios administrativos, a Instituição desenvolveu um produto chamado CDC Acessibilidade, com o intuito de atender o público com deficiência. O produto é uma linha de crédito específica e com taxas menores das habituais e prazos maiores, destinados a compra de aparelhos de locomoção, aquisição ou adequação de veículos para portadores de deficiência física. Outro produto nesta linha de acessibilidade desenvolvido pelo Santander é a Reforma para Acessibilidade. Financiamento destinado a pessoas jurídicas que buscam a adequação de suas instalações para atender as normas de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais. Recentemente, o Banco Santander passou a disponibilizar os extratos em braile, para clientes com deficiência visual, incentivando a diversidade. 4.2.1.2. Conta corrente O Banco Santander acredita que “a conta corrente é um elo importante” na relação entre os clientes e a Instituição. Por isso, busca aprimorar “constantemente seus serviços prestados, na qualificação e engajamento de seus funcionários, visando a satisfação total” (Banco Santander, 2011). Algumas das ações implementadas: - Capacitação das equipes, como forma de prestar assessoria financeira qualificada e diferenciada, orientando clientes sobre produtos adequados para cada situação e momento de sua vida, - Reformulação de políticas de gestão dos serviços de atendimento ao consumidor, com intuito de permitir uma contribuição efetiva para a solução dos problemas e melhoria dos processos internos, - Plataformas tecnológicas diferenciadas, ou seja, um programa de cadastro único dos clientes, no qual os produtos e serviços se orientam a partir das 43 informações sobre cada correntista, permitindo um melhor conhecimento das necessidades dos clientes, - Envio de extratos e correspondências com papéis de baixo impacto ambiental, - Talões de cheques, disponibilizados aos clientes em papel reciclado. 4.2.1.3. Empréstimos e financiamentos O Banco Santander “busca uma relação cada vez mais equilibrada entre lucro, meio ambiente e desenvolvimento social”. Por isso, disponibiliza linhas de “financiamentos que podem viabilizar aquisições de máquinas e equipamentos mais ecoeficientes, adequação para processos produtivos mais limpos, projetos em energia renováveis, entre outros” (Banco Santander, 2011). Ou seja, são produtos e serviços disponibilizados a pessoas jurídicas nas linhas de sustentabilidade nas empresas, visando melhorar processos, reduzir custos, melhorar a saúde dos colaboradores e contribuir com o meio ambiente. A Instituição também oferece crédito com taxas reduzidas para a inclusão de pessoas: o Microcrédito; destinado aos empreendedores de regiões de baixa renda com intuito de mudar a realidade de sua comunidade. Esse produto, “foi criado em 2002 em parceria com a ONG Acción Internacional”, com intuito de oferecer empréstimos para donos de pequenos negócios, como costureiras, borracheiros e outros pequenos comerciantes (Banco Santander, 2011). Além das linhas de crédito oferecidas às pessoas jurídicas, também são oferecidos créditos a pessoas físicas, buscando identificar suas necessidades e adequar os empréstimos com taxas apropriadas para cada situação. 4.2.2 Investimento social e cultural Na subdivisão de investimento social e cultural, o Banco Santander, apóia causas para melhoria da qualidade da educação no país, “além de ações nas áreas de garantia de direitos, diversidade, empreendedorismo e geração de renda”. Ações que vão além do apoio financeiro aos projetos, disponibilizando diversos recursos e 44 ativos da Instituição, oferecendo suporte técnico de especialistas e monitoramento das iniciativas por meio de encontros presenciais in loco. A atuação nesta subdivisão está pautada nas seguintes diretrizes: - Construção da Cultura, ampliando o nível de conhecimento dos envolvidos; - Fortalecimento do terceiro setor, no desenvolvimento de programas sociais em parcerias com organizações, com intuito de fortalecê-las; - Abrangência, atuação na comunidade onde as agências do Banco Santander estão presentes; - Engajamento e Cooperação, na mobilização da rede de funcionários, familiares, clientes, fornecedores e demais públicos; - Comunicação, na difusão clara e transparente, sensibilizando a sociedade para as causas apoiadas pelo Santander. (Banco Santander, 2011). Algumas das práticas desenvolvidas são: 4.2.2.1. Projeto Escola Brasil O Projeto Escola Brasil foi criado em 1998, por um grupo de funcionários, com a missão de contribuir para a qualidade da educação das escolas públicas no Brasil. As atividades desenvolvidas neste projeto estão relacionadas à infraestrutura e dimensões pedagógicas, através de: esporte e recreação, arte e cultura, meio ambiente, diversidade, empreendedorismo e geração de renda. Os objetivos do Projeto Escola Brasil são: - Oferecer educação continuada aos professores da rede pública de ensino, - Disponibilizar tecnologia social e metodológica que possibilitem a inserção de temas transversais de interesse das escolas e da comunidade, - Estimular a ação voluntária e cidadã de funcionários, clientes, fornecedores e ambiente escolar. A política de voluntariado do Santander permite que o funcionário utilize 4 horas por mês de seu expediente para atuação voluntariada (Banco Santander, 2011). Algumas das ações desenvolvidas são: criação de salas de leitura e oficinas para pais e alunos, incentivo a alfabetização através de programas como Poesia 45 Viva, construção de hortas de estufas para refeições de verduras e hortaliças na merenda escolar (Projeto Escola Brasil, 2011). 4.2.2.2. Amigo de Valor O programa criado pelo Santander está “Baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, o Amigo de Valor é um programa que facilita aos clientes, funcionários e fornecedores do Banco Santander e das empresas que fazem parte do grupo (Altec, Produban, WebMotors, Aymoré Financiamentos, WebCasas, entre outras) o direcionamento de recursos financeiros aos Fundos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente” (Banco Santander, 2011). Com esta iniciativa e estes recursos é possível apoiar projetos definidos pelos Conselhos Municipais dos Direitos das Crianças e Adolescentes em municípios onde as condições de vida infanto-juvenil são críticas. Os contribuintes ainda podem deduzir a doação no Imposto de Renda. Os objetivos do projeto são: - Promover melhorias no atendimento à crianças e adolescentes onde os índices sociais são mais críticos, - Fortalecer os Conselhos e os Fundos dos direitos das crianças e adolescentes, - Possibilitar a participação cidadã no projeto, incluindo funcionários, fornecedores e clientes (Banco Santander, 2011). O programa Amigo de Valor segue uma metodologia que estimula os Conselhos Municipais através de diagnósticos de necessidades e planos de ação para a execução dos projetos, os quais são apoiados e acompanhados por um grupo de funcionários durante três anos, visando um desenvolvimento no longo prazo e melhorando a qualidade de vida de muitas crianças e adolescentes. Outro enfoque importante do projeto é o fortalecimento das lideranças sociais dos municípios apoiados. Isso porque, são realizadas oficinas de acompanhamento e capacitação num total de 72 horas de treinamento presencial em cada região do país. Nesses encontros são apresentados resultados e desafios na implementação 46 dos projetos, bem como, direcionamentos de eficiência sobre a gestão dos recursos (Banco Santander, 2011). Neste ano, os resultados do projeto, segundo dados internos divulgado em 28/10/2011, pela intranet aos funcionários, foi de mais de 23 instituições apoiadas em diferentes estados e 42 milhões de valores arrecadados. 4.2.2.3. Cultura O Banco Santander acredita que incentivando a criatividade e a cultura para o desenvolvimento sustentável, está promovendo a economia, por isso apóia pr ojetos de incentivos culturais. Os projetos culturais do Santander visam atender as demandas locais, contribuir para a transformação social e priorizar a cultura brasileira. Algumas iniciativas são: - Manutenção de acervo histórico, artístico e bibliográfico, que visa preservação e difusão da memória dos bancos incorporados, - Abertura dos locais do Santander Cultural, com unidades em Recife e Porto Alegre para visitação de clientes e da comunidade em geral, - Concertos musicais com 70 shows de nomes da música brasileira, - Cine Santander, com programações de cinema, que “objetivam provocar reflexão para além do entretenimento e da linguagem cinematográfica, em sintonia com o que acontece na cidade e no mundo sobre temas contemporâneos”, - Feiras de Livros, envolvendo artes visuais, música, palestras e lançamentos de livros, - Chamada Criativa, buscando incentivar o uso de redes sociais para comentar sobre assuntos importantes, sobre economia, por exemplo (Banco Santander, 2011). 4.2.2.4. Talentos da Maturidade O programa Talentos da Maturidade foi criado em 1999, com intuito de promover a inclusão social de pessoas com 60 anos ou mais para dividirem e trocarem experiências de vida, talentos artísticos e outras habilidades. Essa prática se estende do Banco Real, que já aplicava e realizava o projeto. 47 Para participar do projeto são realizadas as inscrições pelo site do Banco Santander, ou nas próprias agências, onde são descritos os trabalhos que serão enviados para o concurso. Os participantes podem se inscrever em uma das cinco categorias, a saber: - Artes plásticas, ou seja, obras de arte por meio de elementos visuais, como desenhos, pinturas, esculturas e outras expressões afins. - Literatura, na elaboração de contos, poesias ou biografias de autoria própria. - Música vocal, que se entende por interpretações vocais em grupos ou individuais. - Fotografia ou manifestações visuais de imagens de autoria própria, que retrate pessoas, momentos ou situações. - Programas exemplares, que visam reconhecer, apoiar, capacitar e multiplicar projetos que promovam a qualidade de vida e integração do idoso na sociedade. Após o envio dos trabalhos, todos são exibidos na internet e são submetidos a um Conselho Curatorial, que seleciona os cinco melhores trabalhos como vencedores do concurso. Os ganhadores recebem troféu de participação, certificado, e mais 7 mil reais (sete mil reais) como premiação. 4.2.3 Práticas de Gestão As Práticas de Gestão desenvolvidas e aplicadas pelo Santander buscam evidenciar que a sustentabilidade está presente no cotidiano das ações e atividades aplicadas pela Instituição. Vejamos algumas dessas ações. 4.2.3.1. Risco Socioambiental Pensando em ser co-responsável pelo modo como os clientes utilizam os recursos, o Banco Santander decidiu implementar em 2002, a Análise do Risco Socioambiental na concessão de crédito. Uma metodologia de análise de aspectos sociais e ambientais na concessão do crédito e aceitação dos clientes em áreas como conta corrente e investimentos (Banco Santander, 2011). 48 Num primeiro momento, essa prática é adotada a pequenas, médias e grandes empresas, que respondem um questionário socioambiental analisando suas posturas sobre: - Disposição de resíduos sólidos; - Tratamento de efluentes líquidos; - Poluição do ar; - Segurança e medicina do trabalho; - Indícios de trabalho infantil ou escravo; - Terceirização de processos poluentes perigosos. Se o questionário for aprovado, ele tem a validade de um ano. Caso contrário, os dados são checados, o cliente é contatado e orientado sobre linhas de financiamentos para aprimorar suas fraquezas e somente em último caso, o relacionamento é encerrado ou recusado. O fluxograma da aplicação desse questionário, pode ser melhor visualizado pela figura abaixo: Figura 6 – Fluxograma do questionário socioambiental Fonte: Banco Santander (2011). 49 Assim, todos os clientes pessoa jurídica acabam passando por um filtro que identifica o ramo de atividade, e as empresas de setores considerados de alto risco socioambiental são submetidas a análises mais detalhadas. Esses critérios socioambientais passaram a ser aplicados pela Unidade de Prevenção à Lavagem de Dinheiro (UPLD), que avalia todas as entradas de valores acima de 10.000,00 reais nas contas dos clientes. E itens como desmatamento ilegal, multas ambientais e utilização de trabalho degradante nas solicitações são também analisados. Os setores que o Santander dá maior atenção devido esses fatores, apesar de boas práticas, às vezes são: -Prospecção, exploração de petróleo ou gás natural e postos de combustíveis; -Mineração; -Metalúrgica, siderúrgica e galvanoplastia; -Madeireiro; -Energético; -Indústria; -Agricultura e pecuária; -Hospitais e laboratórios; -Tratamento e disposição de resíduos; -Transportes; -Construção civil; -Sivicultura e subprodutos florestais. Aos clientes pessoa física, o Santander também fornece especial atenção na concessão do crédito, uma vez que, ao solicitar o valor de crédito necessário, o próprio sistema, em conjunto com o gerente de relacionamento (certificado pela 50 AMBIMA- Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais), aprova ou não a liberação do crédito. Para isso, o sistema avalia o grau de risco do cliente em outras Instituições, o comprometimento de sua renda no Banco Santander e em outros bancos e em casos mais críticos, a liberação do crédito fica sujeita de aprovação no comitê de crédito da agência, composto pelos gerentes de relacionamento, gerente geral e gerente de atendimento. 4.2.3.2. Gestão de fornecedores O Banco Santander busca construir relacionamentos sólidos e de qualidade com seus fornecedores baseado em princípios sustentáveis. Esse compromisso está expresso no documento “Parceria de Valor”, o qual norteia o vínculo do Banco e seus parceiros, mostrando o que o Santander prioriza, como, sua missão, seus valores, seus compromissos. Além disso, nesse documento constam ainda padrões de legislação, com a qual o Santander se compromete, padrões éticos, práticas comerciais, relações de trabalho, padrões ambientais e relações com a comunidade. Padrões esses, que são repassados aos fornecedores e avaliados pelo Banco Santander. Contribuindo com a cartilha “Parceria de Valor”, o Santander também disponibiliza o “Canal Fornecedor” um espaço para o diálogo com fornecedores ativos e potenciais, onde é possível encontrar instruções sobre procedimentos de prospecção, informações de processos seletivos, qualificação, negociação, contratação e gestão. Aos fornecedores ativos, o “Canal Fornecedor” conta com uma área de divulgação de eventos e de boas práticas em sustentabilidade na gestão, produção e entrega de produtos e serviços utilizados pelo Banco, mais um canal específico para o envio de sugestões, reclamações e denúncias. Zelando por essa qualidade dos serviços que a Instituição recebe, foi implantado em 2009 o Índice de Qualificação do Fornecedor (IQF), o qual avalia as empresas fornecedoras com alto impacto. Esse índice é elaborado a partir de uma análise de documentos, visitas técnicas e relatórios, e utiliza como critério de avaliação, além dos aspectos técnico, administrativo e financeiro, o comportamento da empresa nas questões sociais, ambientais e de governança. Esse processo criado pelo Santander tem a finalidade recomendar e apoiar os fornecedores no desenvolvimento de 51 melhorias, ou seja, além de cobrar as ações corretas dos fornecedores, o Santander identifica e incentiva as áreas a serem melhoradas. Esse índice é utilizado ainda, para determinar a frequência com que as empresas trabalham com o Banco. Aquelas que tiverem melhor pontuação no processo de qualificação são as que mais tempo permanecem ativas em um sistema de rodízio. O objetivo disso é minimizar as fraudes e aumentar a transparência das operações realizadas. Outra ação do Santander é buscar engajar seus parceiros com a sustentabilidade, tornando-os disseminadores de boas práticas em suas cadeias. Isso é realizado por meio de um curso presencial, sob o título: “Sustentabilidade na Prática: Caminhos e Desafios”, destinado aos fornecedores convidados e identificados pelo Banco como necessidade específica da empresa. O Banco Santander convida as empresas parceiras a participarem do Prêmio Sustentabilidade e Inovação, que reconhece projetos de funcionários que trabalharam com inovação a serviço da sustentabilidade. Entre todas as categorias do concurso, está a “Parceria com o Fornecedor”. Por curiosidade, no ano de 2010, um projeto se destacou nessa categoria: “Impressão Descentralizada”, projeto que modificou a gestão das impressoras e trouxe como benefício e sustentabilidade uma grande economia de papel na sede do Banco. 4.2.3.3. Satisfação dos clientes Ainda dentro desse grupo de práticas de gestão e não menos importante, o Banco Santander prima por relações de confiança e de longo prazo com seus clientes, buscando sempre transparência total e satisfação total dos serviços que oferece. Essa prática pode ser percebida na padronização do atendimento dos clientes em qualquer rede de agências do Banco. Para isso, a Instituição investe forte no treinamento de seus colaboradores e das equipes dos canais de atendimento (atendimento centralizado de telefone aos clientes), com objetivo de garantir a satisfação, bom atendimento e suprimento das necessidades dos clientes. Por isso, além do atendimento de qualidade que deve ser dispensado nas agências, o Santander disponibiliza canais como: - Central de Atendimento Santander, 24 hs por dia 7 dias por semana; 52 - Serviço de Apoio ao Consumidor, 24 hs por dia 7 dias por semana; - Ouvidoria, de segunda à sexta-feira das 9 ás 19 hs, exceto feriados. Em 2010, foram registrados 42,4 mil participações em treinamentos – presenciais e a distância – no Banco, abordando os assuntos de atendimento (Banco Santander, 2011), visando sempre a melhoria do atendimento aos clientes. Além de treinamentos, as agências são avaliadas quanto ao atendimento e ações de encantamento prestadas aos clientes, como: distribuição de brindes, mimos em datas comemorativas e até mesmo em dias de grande fluxo dentro das agências, visando estabelecer relações mais estreitas e diferenciadas àqueles que motivam o trabalho da Instituição. 4.3 Interpretação e Análise dos Resultados A aplicação dos questionários na cidade de Ijuí e Panambi- RS deu-se pela curiosidade em conhecer parâmetros diferentes na avaliação das respostas dos clientes das agências do Banco Santander, e também pela facilidade de acesso às informações na agência de Panambi, tendo em vista, o relacionamento da acadêmica com os clientes. Os questionários foram aplicados antes, durante e depois do expediente bancário com os clientes que utilizavam os equipamentos do Auto-Atendimento, bem como àqueles que aguardavam atendimento nos caixas e gerência. A coleta de dados ocorreu entre os dias 12 e 13 de julho do corrente ano na agência de Ijuí- RS e, entre os dias 19 e 20 de julho na agência de Panambi- RS. As análises que seguem serão importantes na interpretação dos resultados levantados nas duas agências. Elas ocorrerão paralelas (entre as duas agências), ou individualmente. 4.3.1 Análises quanto às questões fechadas Os clientes responderam 9 (nove) questões fechadas sobre os quesitos apresentados nos gráficos a seguir: 53 Gráfico 1 – Quanto ao gênero dos clientes entrevistados em Ijuí- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Gráfico 2 – Quanto ao gênero dos clientes entrevistados em Panambi- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Os gráficos 1 e 2, correspondentes aos gêneros dos entrevistados, evidencia uma semelhança entre as agências de Ijuí e Panambi. Enquanto Ijuí possui 39% dos clientes respondentes do gênero feminino, Panambi mostra a participação feminina com 38,33%. No gênero masculino, a semelhança continua. O gráfico aponta um fator relevante que pode ser evidenciado nos últimos anos no mundo como um todo: a participação feminina no mercado de trabalho e conseqüentemente no mercado financeiro, ou seja, quando o público feminino 54 ingressa no mercado de trabalho, normalmente conquista também uma independência financeira. Os homens, até por questões culturais, como chefes de família, ainda representam a grande maioria, apresentados no gráfico com 61 e 61,67%. Para a Instituição, esse fator é relevante, pois, para atingir o público feminino algumas particularidades diferentes em ações de encantamento podem ser consideradas, afinal, como simplifica Levitt (1985 apud DARONCO, 2008, pg 23) “o marketing é o processo de atrair e manter o cliente”. Gráfico 3 – Faixa etária dos clientes entrevistados em Ijuí-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Gráfico 4 – Faixa etária dos clientes entrevistados em Panambi-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 55 Nos gráficos 3 e 4, pode-se notar que a maior concentração de faixa etária dos clientes, está entre os 21 e 30 anos de idade, ou seja, uma geração nova de entrantes no Banco Santander. No caso de Ijuí, isso se deve também, ao fato de ser uma cidade universitária e a Instituição Financeira estar presente na Universidade. Já no caso de Panambi, conhecida como um pólo metal-mecânico, o fato se deve a muitos jovens das cidades vizinhas conquistarem espaço no mercado de trabalho e fixar moradia na cidade, o que gera para a Instituição, a possibilidade de conquista da Folha de Pagamento de algumas empresas. Em segundo lugar, a faixa etária dos 41 aos 50 anos de idade aparece em comum nas duas cidades, apesar de Panambi representar um percentual um pouco maior que o de Ijuí. Os dados apresentados podem ser entrelaçados com os tipos de gerações que encontramos no mercado de trabalho atualmente. Como afirma Loiola, 2009 (apud REVISTA GALILEU, 2009), a chamada geração y, dos nascidos entre 1978 e 1990, tem aos poucos conquistado seu espaço e feito uma revolução silenciosa. É uma geração que se mostra mais impaciente, preocupados consigo mesmos, interessados em construir um mundo melhor e com pouquíssimo tempo. Foram concebidos na era digital, democrática e da ruptura da família tradicional. Para a Instituição Financeira, este fator traça os investimentos a serem desenvolvidos na conquista dessa nova e exigente geração. Gráfico 5 – Grau de escolaridade dos clientes entrevistados em Ijuí-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 56 Gráfico 6 – Grau de escolaridade dos clientes entrevistados em Panambi-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Os gráficos 5 e 6 que correspondem a escolaridade dos clientes entrevistados no Banco Santander também apresentam semelhança de percentual entre as duas cidades. A concentração do nível de escolaridade está entre o ensino médio completo e o nível superior incompleto, ou seja, uma elevação nos níveis de escolaridade. A explicação disso encontra-se também, na relação de exigências do mercado de trabalho. A cidade de Ijuí é caracterizada por ser uma cidade universitária e por isso também demonstra um percentual de 34% dos clientes, com ensino superior incompleto, ou em andamento e 20% já com o ensino superior completo. No caso de Panambi, a elevação correspondente a 30% dos clientes com ensino médio completo, 30% com ensino superior incompleto e 18% com o ensino superior concluído pode também refletir a presença do Campus Universitário na cidade e o incentivo das empresas quanto à escolaridade de seus funcionários, pois conforme dados do IBGE, 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os 11 anos de estudos completos, equivalentes ao ensino médio, são “exigidos para praticamente todos os postos de trabalho no mercado formal”, sendo que de 1999 para 2009 este número de anos de estudo quase dobrou, “passando de 21,7% para 40,7%. Para o Banco Santander, o nível de escolaridade dos clientes pode revelar as melhores formas para atingir esse público, o qual possui particularidades e cobranças diferentes nos serviços prestados pela Instituição, além do Banco poder aplicar projetos de educação, visando a conquista de tal público. Pode ainda 57 demonstrar a atenção especial que o banco deve fornecer aos seus clientes, devido a nova geração ser ainda mais questionadora, oferecendo canais de atendimentos com mais tecnologia. Gráfico 7 – Tempo em que os entrevistados são clientes do Banco em Ijuí- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Gráfico 8 – Tempo em que os entrevistados são clientes do Banco em Panambi-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Para os ramos de prestação de serviços como um todo, conhecer os clientes para melhor atender suas necessidades é algo fundamental. No Banco Santander essa política não é diferente. Por isso, conhecer o tempo em que são clientes e 58 aquilo que os entrevistados sabem sobre as práticas sociais e de sustentabilidade pode ser um fator relevante para a Instituição. Os dados apresentados nos gráficos 7 e 8, revelam um crescimento de base de clientes de 2 a 5 anos na Instituição Financeira. Esse fator pode estar entrelaçado ao fortalecimento da marca Santander que cresceu participativamente nos últimos anos, também com a fusão (compra) do Banco Real aqui no Brasil. Ijuí apresenta 64% dos entrevistados como clientes recentes, de 5 anos para menos na Instituição, ou seja, 14% a mais da metade dos clientes são praticamente novatos dentro da agência de Ijuí. Os outros 36% são clientes entre 6 e 9 anos para mais nesta localidade, o que demonstra mais uma vez, a nova geração de entrantes no Banco, ainda mais se comparado com a faixa etária (gráfico 3), que apresenta 40% dos clientes com até 30 anos de idade. Esse fator está relacionado com a participação do Santander na universidade local de Ijuí, tanto entre funcionários quanto entre os alunos, além das folhas de pagamento dos hospitais da cidade e outros ramos de indústria e comércio. Nos últimos anos, além do fortalecimento da marca, o Santander tem investido na divulgação dos serviços prestados as empresas através da folha de pagamento vinculada com a Instituição, conforme o descrito na cidade de Ijuí. Esse, também é o caso da agência de Panambi, que apresentou mais da metade, ou seja, 55% dos entrevistados entre 2 e 5 anos como clientes. Isso porque, esse foi exatamente o período que a Instituição negociou a folha de pagamento de mais de 1500 funcionários de uma empresa local, aumentando significativamente a base de clientes da agência na abertura das contas correntes. O fato da agência de Panambi apresentar ainda 30% dos entrevistados com até 1 ano de banco, é também relacionado a folha de pagamento vinculada das empresas, pois a grande maioria acelerou o ritmo das contratações nos últimos meses devido a altas produtividades. Com esse número expressivo de clientes novos, a Instituição precisa despreender ainda mais atenção na retenção e fidelização desses clientes, pois a permanência dos mesmos dependerá de suas satisfações. 59 Gráfico 9– Grau de conhecimento dos Projetos na agência de Ijuí-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Gráfico 10– Grau de conhecimento dos Projetos na agência de Panambi-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. A primeira pergunta direcionada aos clientes em referência as práticas sociais e de sustentabilidade do Banco Santander S.A, buscou num primeiro momento, verificar o grau de conhecimento que os clientes possuem sobre tais projetos, apesar das demais questões auxiliarem para as constatações. Os números da agência de Ijuí revelam que mais de 76% dos clientes entrevistados conhecem parcialmente ou não conhecem os projetos desenvolvidos e apoiados pela Instituição Financeira. Esses dados apontam que, na grande maioria 60 dos casos, os clientes já ouviram falar dos projetos, mas não tem conhecimento exato do que é, bem como, a forma que o Banco atua como apoiador. Somente 23,75%, respondeu nessa primeira questão, que possui conhecimento dos projetos sociais e de sustentabilidade do Banco. No caso da agência de Panambi, os números dos clientes que desconhecem ou conhecem parcialmente os projetos do Banco, são ainda maiores, mais de 88%. Os fatores de aumento de base dos clientes dos últimos anos devem ser levados em consideração neste caso, uma vez que, os clientes ainda poderiam não ter alcançado tempo hábil para conhecimento de tais projetos. Talvez, um ponto aqui que fosse relevante de ser apresentado junto com a exposição dos produtos e serviços oferecidos pela Instituição nos primeiros contatos com os mesmos. Somente 11,67% disseram conhecer os projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander, e aqui cabe um fato relevante. Tanto na agência de Ijuí (23,75%), quanto na agência de Panambi, os clientes que apresentaram conhecimento dos projetos do banco, na grande maioria dos casos, comentaram brevemente conhecer através da internet e propagandas de mídia a divulgaç ão de algumas dessas práticas e não especificamente por parte das agências. Tendo em vista, ser um dos objetivos do marketing social, segundo Neves (2001, p.17) “criar uma imagem positiva na mente do consumidor [...]”, este primeiro contato com o cliente na Instituição Financeira, bem como a explanação sucinta dos apoios concedidos pelo Banco a projetos sociais e sustentáveis, poderia criar este tipo de imagem positiva, ainda mais pelo fato de ter sido confirmado pelos gráficos 3 e 4 a faixa etária predominante dos clientes e seus interesses e motivações. O conhecimento específico sobre cada projeto pode ser visualizado nos gráficos que seguem. 61 Gráfico 11– Nível de popularidade dos projetos do Santander em Ijuí-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Gráfico 12– Nível de popularidade dos projetos do Santander em Panambi-RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. A segunda questão realizada com os clientes do Banco Santander, nas agências de Ijuí e Panambi, buscou confirmar exatamente, quais projetos sociais ou de sustentabilidade eram conhecidos; além de apresentar brevemente os grupos de projetos e os objetivos de cada um deles. É importante ressaltar, que nesta questão, 62 os clientes poderiam marcar mais de um projeto que conheciam, ou que já tinham ouvido falar. Por isso, nos gráficos, é apresentado quanto dos entrevistados conhece cada um dos projetos. Esses dados auxiliaram também na verificação e grau de conhecimento de cada projeto em específico. Tanto na agência de Ijuí, quanto na de Panambi, o projeto mais reconhecido pelos clientes é o de conta corrente, que está no grupo de Produtos e Serviços, apresentando um percentual de 46,25% e 56,67% respectivamente. Neste projeto, que é um “elo importante” para o Santander, os clientes são informados quanto aos processos da abertura da conta, bem como sobre os produtos e serviços que serão disponibilizados através da mesma. Sendo assim, os níveis de conhecimento desse projeto, apontam que de fato os clientes estão sendo bem informados quanto aos processos de conta corrente da Instituição, o que possui relação direta com o alto número de clientes novos nessas agências. Isso porque, estas informações são normalmente repassadas aos clientes já nos primeiros contatos de abertura de conta. Dos clientes entrevistados em Ijuí, 25% responderam conhecer em segundo lugar o projeto de satisfação dos clientes, ligado ao grupo de gestão de fornecedores, o que de fato demonstra a padronização do atendimento pelos funcionários e a utilização dos canais de atendimento disponibilizados aos clientes, com horários estendidos e diferenciados. A agência de Ijuí, conforme relatado pelos próprios clientes e gerente geral, alcança esse nível de conhecimento do projeto e satisfação dos clientes, também pelas ações de encantamento diferenciadas em datas comemorativas, como por exemplo: distribuição de pipocas, picolés, chimarrão, entre outros. A agência de Panambi, não muito distante e utilizando tais técnicas de ações de encantamento, apresentou o projeto de satisfação dos clientes em terceiro lugar, com 30% do conhecimento apresentado. Em segundo lugar, dos clientes entrevistados em Panambi, 31,67% responderam ter conhecimento do projeto de empréstimo e financiamentos, que também faz parte do grupo de Produtos e Serviços. Esse percentual de conhecimento na agência tem relação direta com a folha de pagamento vinculada das empresas, pois benefícios específicos e diferenciados são disponibilizados a este público. Um exemplo disso, são linhas de financiamentos de veículos com taxas 63 reduzidas e com possibilidades de flexibilizações das mesmas, presentes também nas demais linhas de crédito. Alguns projetos de cunho social, como Amigo de Valor e Projeto Escola Brasil, apresentaram percentuais mais reduzidos. Na agência de Panambi, os percentuais foram de 8,33 e 10% respectivamente. Em Ijuí, os percentuais de conhecimento foram um pouco superiores, de 18,75 e 21,25% respectivamente. Esses números têm relação com o tempo que os entrevistados são clientes das agências, por isso Panambi possa ter apresentado números inferiores. No entanto, já é possível notar menores percentuais em tais projetos, que para o Banco, são de extrema importância de apoio. Esses percentuais de conhecimento de cada um dos projetos estão associados na relação – Banco – agências – funcionários – clientes, quanto a divulgação projetada sobre eles. Gráfico 13– Atribuição de importância sobre investimento das empresas em projetos em Ijuí- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 64 Gráfico 14– Atribuição de importância sobre investimento das empresas em projetos em Panambi- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. A questão expressa nos gráficos 13 e 14 foi realizada com os clientes com o intuito de verificar como estes consideram os investimentos da empresas em projetos sociais e sustentáveis. Uma forma de introduzir o assunto de forma mais ampla, para depois verificar os projetos do Banco Santander isoladamente. Os dados apresentados não são surpreendentes. Quando questionados sobre tal importância, a grande maioria dos clientes, ou seja, mais de 88% em Ijuí e 95% em Panambi respondeu considerar importante o investimento de empresas nas questões sociais e sustentáveis. Parte da preocupação da chamada “geração Y”, já descrita nos gráficos 3 e 4. Mesmo assim, ainda 11,25% na cidade de Ijuí e 5% em Panambi, responderam considerar parcialmente importante tal investimento. Aqui, as respostas foram justificadas com base no intuito das empresas em referência esses investimentos. Apesar disso, nenhum entrevistado considerou não ser importante o investimento das empresas em projetos sociais ou sustentáveis, afinal, atualmente, as pessoas estão demonstrando mais interesse a estes assuntos, bem como, atuando na cobrança das atividades das organizações. Como afirmam Kotler e Keller (2006, p.712) as pessoas desejam informações sobre o histórico das empresas em relação à responsabilidade social e ambiental, para decidir com base nisso, de qual empresa comprar, investir e trabalhar. 65 Gráfico 15– Grau de influência dos projetos na escolha de um banco em Ijuí- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Gráfico 16– Grau de influência dos projetos na escolha de um banco em PanambiRS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Pensando sobre o que afirmam Boone e Kurtz (2008, p.21), sobre algumas pesquisas que mostraram que 92% dos consumidores revelam ter uma imagem mais positiva das empresas que apóiam importantes causas sociais, essa pergunta, dos gráficos 15 e 16, especificamente, avalia a escolha dos clientes sobre um banco 66 para utilizar os serviços, no sentido da influência de seus projetos sociais e sustentáveis. Os resultados apontaram que o maior percentual de pessoas escolheria um banco que possui projetos sociais ou sustentáveis, ou seja, mais de 76% em Ijuí e 80% em Panambi, demonstrando que a responsabilidade social das empresas é avaliada pelos seus clientes e pode auxiliar na captação dos mesmos. Um fator que futuramente pode ser de relevância para as organizações como um todo. Em Ijuí 10% mostraram-se indiferentes quanto a esses fatores e em Panambi o número passou de 18%, ou seja, ter responsabilidades sociais e ambientais no desenvolvimento de projetos, não seria fator relevante para este percentual de clientes. Os clientes que responderam não observar esses fatores na escolha de um banco passaram de 12% em Ijuí. Em Panambi, porém, o número foi insignificante, apenas 1,67%. Mais uma vez reafirmando nestes gráficos a importância que se tem dado ao tema da responsabilidade social nas organizações nos últimos anos. Gráfico 17– Grau de influência dos projetos na escolha do Santander em Ijuí- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 67 Gráfico 18– Grau de influência dos projetos na escolha do Santander em PanambiRS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Apesar dos gráficos apresentados anteriormente, quanto à atenção dos clientes sobre os projetos sociais e sustentáveis na escolha de um banco, os gráficos 17 e 18, revelam percentuais um tanto controversos. Nesta questão, os respondentes deveriam avaliar se os projetos desenvolvidos pelo Santander foram um fator relevante especificamente para tornarem-se clientes do Banco. Aqui, a maioria dos clientes, ou seja, 67,5% em Ijuí e mais de 73% em Panambi, responderam não ter observado esses fatores sociais e sustentáveis para sua adesão ao Banco, demonstrando que aquilo que responderam ser importante na questão anterior não está sendo aplicado na prática em suas decisões. Esses diferenciais de percentuais podem ser explicados também pelo crescimento do número de clientes nas agências em estudo, vinculados a folha de pagamento das empresas, uma vez que desta forma, as empresas aderem a Instituição Financeira e os funcionários transferem suas contas para as mesmas, sem observar primeiramente o que essas podem lhes oferecer de diferenciais. Apesar de acreditar que os fatores sociais e sustentáveis ainda não são diretamente decisivos para as escolhas dos clientes no Banco, bem como a captação dos mesmos, nota-se que a sociedade tem “caminhado” nessa direção, de valores sustentáveis e responsabilidades sociais. Relembrando, Kotler e Keller (2006, p.712) mostram que a responsabilidade social é uma das frentes na qual as 68 empresas precisam atuar e que, cada vez mais, as pessoas desejam informações sobre o histórico das empresas em relação à responsabilidade social e ambiental, para decidir com base nisso, de qual empresa comprar, investir e trabalhar, ou seja, são fatores que pouco a pouco vão fazendo o diferencial das organizações. A agência de Ijuí apresentou um percentual um pouco maior sobre os clientes que disseram ter observado também esses fatores para a escolha do Santander, 21,25%, enquanto Panambi apresentou apenas 11, 67%. Os clientes que responderam ter observado parcialmente esses fatores ficaram na faixa de 11,25% em Ijuí e 15% em Panambi. Esses percentuais estão também entrelaçados com os gráficos 9 e 10, que apresentam o grau de conhecimento dos clientes em relação aos projetos executados pelo Banco. Ali, mais de 75% na agência de Ijuí e 87% em Panambi, respondeu não conhecer ou conhecer parcialmente os projetos sociais e sustentáveis do Santander, ou seja, praticamente o mesmo percentual que não observou isso para tornar-se cliente da Instituição. Gráfico 19– Grau de influência para a manutenção da conta do cliente do Santander em Ijuí- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 69 Gráfico 20– Grau de influência para a manutenção da conta do cliente do Santander em Panambi- RS Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Os gráficos apresentados de números 19 e 20 revelam a influência dos projetos do Banco Santander quanto à manutenção, ou permanência dos clientes em referência a esses fatores. Se por um lado, os projetos sociais e sustentáveis não foram decisivos na escolha da Instituição Financeira, aqui, os percentuais de clientes que permanecem no Santander também pela influência desses, são maiores. Na agência de Ijuí, 70% responderam permanecer como clientes do Banco, pela atenção concedida aos projetos sociais e sustentáveis além de outros fatores. Um número maior que o percentual total de clientes que não observou isso na escolha do banco. Já em Panambi, dos 73% que disseram não ter observado esses projetos na escolha do Banco, 58,33% responderam ser influenciados pelos projetos na permanência no Santander. Esses números elevados nesta questão se devem também ao fato daquilo que os clientes acreditam ser importante na organização. Por exemplo, apesar de não terem escolhido o Banco Santander especificamente pelos seus projetos sociais e sustentáveis e tão pouco conhecerem perfeitamente todos os projetos, os clientes têm esses fatores como valor agregado na Instituição, ou seja, acreditam serem valores importantes para a sociedade da qual fazem parte. Isso, mais uma vez reflete a importância desses assuntos para a sociedade nos últimos tempos, bem 70 como, a responsabilidade das empresas diante destas situações, afinal “os consumidores esperam das empresas um comportamento ético” (SUCUPIRA, et.al. 2010, p.48), e estão cada vez mais atentos e informados sobre as questões sociais, requerendo mais transparência (SUCUPIRA, et.al. 2010, p.49). A tabela número 1 se refere a questão de número 7 do roteiro de questões (apêndice A) e apresenta os percentuais de importância pelo qual os clientes de IjuíRS acreditam que as empresas como um todo investem em projetos sociais e sustentáveis, sendo 1= a mais importante e 6= a menos importante. Essa pergunta auxiliará na compreensão de como os clientes avaliam esses investimentos e como percebem as características desses. Tabela 1–Grau de importância, do motivo pelo qual as empresas investem em projetos sociais e sustentáveis - respondentes em Ijuí. Itens avaliados Grau de importância 1 2 3 4 5 6 Melhora a qualidade de vida 40,00 21,25 5,00 7,50 17,50 8,75 Imagem 16,25 20,00 35,00 16,25 3,75 8,75 Legislação 8,75 16,25 13,75 37,50 13,75 10,00 Benefício fiscal 6,25 17,50 21,25 7,50 37,50 10,00 10,00 6,25 16,25 18,75 12,50 36,25 Redução da desigualdade social 18,75 18,75 8,75 12,50 15,00 26,25 Lucro Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Para se obter exatamente a ordem de importância dos itens avaliados, poderiase atribuir um peso proporcional para os percentuais das respostas dos clientes. Assim, toda vez em que a resposta for 1, o peso, neste caso seria maior (6), se a resposta for 2, o peso seria 5, se for respondido 3, o peso seria 4, e assim sucessivamente até o peso 1. Multiplicando os percentuais pelos pesos de cada item e fazendo o somatório, teríamos a seguinte representação: 71 Tabela 2–Grau de importância, pela atribuição de pesos dos itens avaliados, sobre o motivo pelo qual as empresas investem em projetos sociais e sustentáveisrespondentes em Ijuí. Itens avaliados Melhora a qualidade de vida Pesos 6 5 240,00 106,30 4 3 2 1 Total 20,00 22,50 35,00 8,75 432,50 Imagem 97,50 100,00 140,00 48,75 7,50 8,75 402,50 Legislação 52,50 81,25 55,00 112,5 27,50 10,00 338,75 Benefício fiscal 37,50 87,50 85,00 22,50 75,00 10,00 317,50 Lucro 60,00 31,25 65,00 56,25 25,00 36,25 273,75 112,50 93,75 35,00 37,50 30,00 26,25 335,00 Redução da desigualdade social Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Agora, com a atribuição dos pesos e com vista na soma total desses, pode-se elencar os itens que os clientes responderam como o primeiro mais importante pelo qual as empresas investem em projetos sociais, o segundo mais importante, o terceiro e assim sucessivamente. Portanto, a análise mostra que os clientes acreditam que em primeiro lugar, o investimento das empresas nesses projetos é realizado tendo em vista a melhoria da qualidade de vida da população. Em segundo lugar, os clientes acreditam que os investimentos são realizados em busca da melhoria da imagem da empresa. Em terceiro lugar, porque esses investimentos auxiliam no cumprimento de legislações. Em último lugar, ou seja, aquele que os clientes acreditam que não seja o objetivo das empresas aparece o lucro. Nesse sentido, é possível notar que os clientes acreditam na intenção das empresas e que de fato elas podem auxiliar na melhoria da qualidade de vida das pessoas com o desenvolvimento de projetos, sendo que o lucro não é seu maior objetivo. Porém, sabem também, que esses projetos são a “porta de entrada” das empresas, ou seja, seu marketing institucional, que traz melhorias na imagem, 72 deixando-as mais reconhecidas no mercado, afinal, esse é um dos conceitos do marketing institucional “atividades empreendidas para criar, manter ou modificar as atitudes e comportamentos do público alvo com relação a organização” (KOTLER E ARMSTRONG, 1999, apud FROEMMING, 2008, p.16). Da mesma forma que na agência de Ijuí, os dados apresentados nas tabelas 3 e 4, apontam as respostas que os clientes do Banco Santander em Panambi forneceram, quanto os motivos pelos quais acreditam no investimento das empresas em projetos sociais e sustentáveis. Aqui, também serão apresentadas duas tabelas. Uma demonstrando os dados em termos percentuais e a outra com a atribuição de pesos. Tabela 3–Grau de importância, do motivo pelo qual as empresas investem em projetos sociais e sustentáveis na percepção dos respondentes em Panambi (1=mais importante e 6= menos importante). Grau de Importância Itens avaliados 1 2 3 4 5 6 Melhora a qualidade de vida 36,70 16,67 3,33 13,33 23,33 6,67 Imagem 43,30 13,33 15,00 13,33 8,33 6,67 Legislação 3,33 28,33 16,67 25,00 15,00 11,67 Benefício fiscal 8,33 11,67 36,67 10,00 20,00 13,33 Lucro 0,00 5,00 23,33 25,00 18,33 28,33 Redução da desigualdade social 8,33 25,00 5,00 13,33 15,00 33,33 Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 73 Tabela 4–Grau de importância, pela atribuição de pesos dos itens avaliados, sobre o motivo pelo qual as empresas investem em projetos sociais e sustentáveisrespondentes em Panambi. Itens avaliados Melhora a qualidade de vida Pesos 6 5 4 3 2 1 Total 220,00 83,33 13,33 40,00 46,67 6,66 410,00 Imagem 260,00 66,67 60,00 40,00 16,67 6,66 450,00 Legislação 20,00 141,7 66,67 75,00 30,00 11,67 345,00 Benefício fiscal 50,00 58,33 146,70 30,00 40,00 13,33 338,30 Lucro 0,00 25,00 36,67 28,33 258,30 30,00 33,33 298,30 Redução da desigualdade social 50,00 125,00 93,33 75,00 20,00 40,00 Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Nas respostas dos entrevistados na agência em Panambi, notamos uma diferença do grau de importância elencado pelos clientes, se comparado ao da agência de Ijuí. O item escolhido pelos clientes como o principal motivo do investimento das empresas em projetos sociais e sustentáveis, foi o da melhoria da imagem da organização, ou seja, os clientes em Panambi percebem que certos investimentos das empresas, vão exatamente de encontro com a busca do reconhecimento dessas pelos clientes. Se por um lado a sociedade sai ganhando com os benefícios dos projetos, como elencado pelos clientes como segundo mais importante, as empresas acabam divulgando melhor sua marca no mercado. A agência apresentou como menos importante, ou o último colocado, a questão do lucro, pois como na agência de Ijuí, os clientes não percebem esse fator como impulsionador para o desenvolvimento de projetos dentro das organizações, o que, como dito anteriormente, é uma oportunidade que pode ser analisada pelas empresas para realmente investirem nessas ações, buscando o equilíbrio entre os benefícios para a sociedade, bem como a ela própria. 74 Gráfico 21– Grupo de projetos do Santander que os respondentes acreditam ser mais importantes para a sociedade- Ijuí-RS. Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Gráfico 22–Grupo de projetos do Santander que os respondentes acreditam ser mais importantes para a sociedade- Panambi-RS. Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Visando cumprir os objetivos do trabalho, no sentido de verificar junto aos clientes das agências quais dos projetos desenvolvidos pelo Santander têm maior importância para a sociedade, as questões de número 8 e 9 do roteiro de questões 75 (apêndice A), mostram qual o grupo de projetos considerado mais importante e o nome específico do projeto mais urgente para cada uma das cidades. Nos gráficos 21 e 22, nota-se que o maior percentual de clientes acredita que o grupo de projetos sociais e culturais desenvolvidos pelo Banco Santander, são os mais importantes para serem aplicados nos mercados locais, ou seja, aqueles projetos que buscam minimizar problemas de educação nas escolas públicas, que visam melhorar a vida de crianças e adolescentes, que buscam fornecer acesso a cultura e inclusão social. Apesar de Panambi ter apresentado um percentual de mais de 71%, ainda maior que o de Ijuí, que apresentou 58,75%, os números apontam que as maiores carências da sociedade, tanto globalmente como localmente, nas cidades entrevistadas são as deficiências na questão educacional, de miséria e incentivo à cultura. Ijuí apresentou percentuais um pouco abaixo, devido a demonstração de preocupação com o grupo de projetos de práticas de gestão, um percentual de 21,25%, onde estão inclusos os projetos de análises de riscos socioambientais, gestão de fornecedores e satisfação dos clientes. Com os dados apresentados e os percentuais dispostos em cada um dos grupos de projetos do Banco, é possível observar uma sociedade mais questionadora, referente suas necessidades e direitos. Hoje, a geração de crianças e jovens aprende desde cedo a se preocupar com o meio ambiente, a cobrar a iniciativa das organizações e são muito bem informados sobre as desigualdades e problemas sociais. Era de se esperar, portanto, que os resultados quanto às carências da sociedade fossem facilmente conhecidas pelas pessoas e que a percepção das atividades realizadas pelas instituições como um todo, fosse um elo forte para a boa imagem da empresa. As tabelas 5 e 6 apresentadas em seqüência, relacionam-se a questão de número 9 do roteiro de questões (anexo A), conforme descrito anteriormente. Se por um lado foi possível perceber o grupo de projetos do Banco Santander considerado pelos clientes como mais importante à sociedade, nas tabelas , serão descritos especificamente o nome dos projetos mais necessários, segundo os respondentes, para cada uma das cidades estudadas. 76 As tabelas são apresentadas pelo grau de importância, sendo 1= a mais importante e 6= a menos importante. Tabela 5–Grau de importância sobre as necessidades dos projetos do Banco Santander no município de Ijuí-RS. Grau de importância Projetos do Santander 1 2 3 4 5 6 7 8 10,00 Acessibilidade 33,75 21,25 11,25 11,25 8,75 2,50 1,25 Conta Corrente 3,75 7,50 20,00 7,50 13,75 16,25 23,75 7,50 Emp./Financiamentos 3,75 5,00 5,00 20,00 3,75 Talentos Maturidade 11,25 18,75 6,25 12,50 11,25 17,50 12,50 10,00 Projeto Escola Brasil 21,25 22,50 15,00 Amigo de Valor 6,25 8,75 23,75 30,00 23,75 6,25 2,50 2,50 15,00 12,50 15,00 12,50 10,00 8,75 10,00 16,25 Incentivo a cultura 7,50 8,75 15,00 17,50 13,75 12,50 16,25 8,75 Risco Socioambiental 3,75 3,75 12,50 12,50 15,00 20,00 23,75 8,75 Fonte: Pesquisa de Campo 2011. A tabela aponta por percentuais as maiores e menores necessidades, por grau de importância na cidade de Ijuí, referente aos projetos executados pelo Banco Santander segundo a percepção dos clientes. Nota-se que ali, o grau de urgência seriam os projetos relacionados a acessibilidade dos estabelecimentos para deficientes físicos, que apresentou um percentual de 33,75%, demonstrando que esses fatores são facilmente percebidos pela população. O segundo projeto elencado como mais importante na cidade, conforme a tabela foi o de educação (Projeto Escola Brasil), que oportuniza melhorias em escolas públicas, o qual apresentou um percentual de 21,25%, seguido do projeto Amigo de Valor, com 15%, projeto este, destinado a melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes. Aparece assim, uma sequência do que foi apresentado nos gráficos anteriores, referente ao grupo de projetos mais importantes para a sociedade, isso 77 porque, as respostas seguiram padrões daquilo que os clientes pensavam ser necessárias à própria cidade. Como menos importante para a cidade, os clientes de Ijuí listaram o projeto do grupo de Produtos e Serviços, no caso, empréstimos e financiamentos. Nesse caso, os clientes não acreditaram ser urgente para a cidade esta linha de serviços, pois pensando na cidade como um todo, esse não seria um benefício que traria melhorias à população, mas aos clientes individualmente que necessitam de tais linhas. A análise de risco socioambiental ficou em segundo lugar como menos importante para a cidade de Ijuí, com 23,75%, comprovando a adesão dos clientes aos projetos sociais e culturais desenvolvidos pelo Santander com vista às necessidades específicas do município. Essas respostas das necessidades elencadas pelos clientes foram importantes para conhecer localmente o que a sociedade de Ijuí acredita ser fundamental para sua cidade, além de perceber como a Instituição Financeira pode atuar em parceria na efetivação dessas mudanças. Os dados referentes a tabela 5, podem ser melhor visualizados no gráfico 23 que reúne as respostas dos clientes por projeto e percentual de importância. Gráfico 23– Necessidades, por grau de importância do município de Ijuí-RS. Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 78 Na cidade de Panambi, os resultados das necessidades elencadas pelos clientes foram as seguintes: Tabela 6–Grau de importância sobre necessidades dos projetos do Banco Santander no município de Panambi-RS . Projetos do Santander Acessibilidade Grau de importância 1 2 3 6 7 8 25,00 11,67 13,33 15,00 15,00 11,67 5,00 3,33 Conta Corrente 5,00 5,00 Emp./Financiamentos 1,67 1,67 13,33 Talentos Maturidade 3,33 8,33 Projeto Escola Brasil Amigo de Valor 4 8,33 10,00 13,33 20,00 20,00 18,30 8,33 15,00 10,00 28,33 1,66 10,00 15,00 33,33 16,67 10,00 13,33 Risco Socioambiental 3,33 3,33 6,67 21,67 16,67 18,33 5,00 21,7 5,00 16,67 18,33 20,00 13,33 15,00 33,33 28,33 13,33 Incentivo a cultura 5 8,33 21,67 6,67 3,33 3,33 8,33 10,00 3,33 5,00 5,00 13,33 6,66 18,33 15,00 21,67 Fonte: Pesquisa de Campo 2011. Apresentando mais de 33%, o projeto do grupo social e cultural (Projeto Escola Brasil), foi identificado pelos clientes de Panambi, como o mais importante de ser aplicado na cidade, tendo em vista, segundo os mesmos, a necessidade sempre presente de oportunizar melhorias e desenvolvimento para crianças e adolescentes dentro da própria escola, lugar onde costumam passar a maior parte do tempo. Seguindo o projeto de educação, o amigo de valor, apoiado pelo Santander, foi identificado como segundo projeto mais importante para ser apoiado e desenvolvido na cidade de Panambi, seguindo um parâmetro de ordem de equilíbrio entre as respostas dos clientes. Assim como na cidade de Ijuí, os clientes identificaram uma necessidade na melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes, comentando que, apesar de Panambi possuir alguns estabelecimentos destinados a estas crianças, o incentivo por parte de projetos como estes poderia fazer toda a diferença na melhoria das condições destes jovens. A acessibilidade, elencada pelos clientes de Ijuí como projeto mais importante a ser desenvolvido, em Panambi, ficou em terceiro lugar. Ali, os clientes identificaram 79 os projetos de ordem educacional como ordem prioritária para a cidade, o que não desmerece a importância do acesso a deficientes físicos. Na ordem de menos importante, tanto em Panambi, quanto em Ijuí, foi elencado o projeto de empréstimos e financiamentos. Comprovando, que os projetos voltados à educação, cultura e outros nesta linha de benefícios, são os mais visíveis e importantes para a sociedade. Em segundo lugar como menos importante, destacaram-se os projetos voltados a conta corrente, que também são mais específicos para os clientes do próprio banco e ao meio ambiente com o qual o Santander desprende atenção. Tanto em Panambi, quanto em Ijuí, foi possível observar as diferentes necessidades de cada município e verificar que as ações do Santander poderiam ir justamente de encontro com as mesmas. O gráfico 24, apresenta os dados apontados na tabela de forma simplificada. Aqui, é importante lembrar, que por serem questões de enumeração por grau de importância, as ordens mantêm um equilíbrio nas respostas apresentadas, isso porque, as respostas podem ser colocadas tanto em primeiro lugar, como mais importante, quanto em segundo lugar, como menos importante. Gráfico 24– Necessidades, por grau de importância do município de Panambi-RS. Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 80 Por fim, para compreender como os projetos executados pelo Banco Santander Brasil S.A são percebidos pelos clientes no mercado local, os gráficos de números 25 e 26, apontam como os clientes acreditam que o Banco divulga esses projetos. Aqui, têm-se a noção da divulgação no mercado local, nas agências de Ijuí e Panambi, o que já é um fato relevante para a Instituição, uma vez que seu intuito é desenvolver e tornar conhecidos os projetos do Santander de forma parametrizada em todas as cidades. Gráfico 25– Sobre divulgação dos projetos sociais e de sustentabilidade no Santander em Ijuí-RS. Fonte: Pesquisa de Campo 2011. 81 Gráfico 26– Sobre divulgação dos projetos sociais e de sustentabilidade no Santander em Panambi-RS. Fonte: Pesquisa de Campo 2011. De acordo com as respostas dos clientes das cidades entrevistadas, é possível notar que a metade, ou um pouco mais da metade dos clientes em ambas as cidades, acreditam que o Santander divulga seus projetos parcialmente, demonstrando áreas de maiores atuação para o mesmo. Ou seja, tanto em Ijuí, que apresentou 50%, quanto Panambi que apresentou 52% das respostas afirmando que a Instituição poderia melhorar a divulgação de seus projetos, conhece parcialmente as ações desenvolvidas pelo Banco. Em segundo lugar, novamente as respostas em ambas as cidades é a mesma. Enquanto Ijuí apresenta um percentual de mais de 23% de clientes que acredita que o Banco Santander não divulga seus projetos, em Panambi, o número é ainda maior, 30%. São clientes que podem até ter respondido conhecer algum projeto, mas que definiu como resposta que o Santander poderia investir mais na divulgação e conhecimento de seus projetos. Somente 26,25% na cidade de Ijuí e apenas 18% na cidade de Panambi, responderam entender que o Banco possui uma boa divulgação de seus projetos sociais e sustentáveis. Apontando assim, que apesar da diversidade de projetos criados pelo Santander, ainda há uma defasagem na divulgação dos mesmos, tanto aos clientes internos, quanto à comunidade externa. Quanto as respostas da questão número 11, descrita no apêndice A, os resultados encontrados foram os seguintes: 82 4.3.2 Análise quanto à questão aberta dos respondentes em Ijuí- RS Referente as entrevistas aplicadas na cidade de Ijuí-RS,com 2% dos clientes da agência, 17,50 %, responderam a questão número 11 (Apêndice A), sugerindo a maneira que as empresas podem auxiliar na redução dos problemas sociais. Um número suficiente para analisar as respostas obtidas no levantamento dos dados. Os clientes elencaram sobre a necessidade de todas as empresas realizarem mais projetos voltados não somente a sociedade, como também aos colaboradores que nelas atuam, fornecendo incentivos financeiros em tais projetos e praticando preços mais justos aos clientes, deixando de objetivar somente o resultado/lucro da organização. Relataram que as empresas deveriam dar início ao incentivo de projetos sociais e sustentáveis realizando o pagamento de salários mais justos e dignos de seus colaboradores, possibilitando-os no acesso do suprimento de suas necessidades básicas. Acreditam ser importante a divulgação dos projetos aplicados, bem como, a execução dos mesmos, para que “não fiquem somente projetados no papel”. Ainda demonstraram que o governo deveria disponibilizar mais incentivo as empresas que praticassem tais projetos, promovendo políticas públicas de sustentabilidade e inclusão social aos menos favorecidos. Das respostas encontradas acima, é possível notar que os entrevistados da cidade de Ijuí- RS, acreditam que as empresas como um todo, devem conceder mais atenção primeiramente aos seus funcionários, pois os mesmos são parte da sociedade na qual os projetos sociais e sustentáveis são executados, portanto, estas políticas deveriam ser iniciadas internamente, o que revela algo contundente para as organizações. É interessante perceber ainda, que os entrevistados notam que existem projetos nas organizações muito bem planejados, mas que de nada valem se não forem aplicados, buscando solucionar certos problemas. Por outro lado, também é possível entender que os entrevistados demonstraram um descaso da atuação do governo, quanto ao incentivo de políticas públicas que venham de encontro às necessidades básicas e principais da sociedade, demonstrando assim, que o exemplo da aplicação de projetos sociais e sustentáveis deveria ocorrer do governo para as empresas e à sociedade como um todo. E que, 83 além disso, o próprio governo deveria fornecer mais incentivos às empresas que executassem tais projetos em seu município, contagiando positivamente as demais organizações e trazendo melhorias para a sociedade. 4.3.3 Análise quanto à questão aberta dos respondentes em Panambi- RS Nas entrevistas aplicadas na cidade de Panambi-RS, entre 2% dos clientes da agência, 33,33%, responderam a questão número 11 (Apêndice A), quanto a maneira/formas das empresas auxiliarem na redução dos problemas sociais do país utilizando projetos sociais e sustentáveis. Um percentual satisfatório para uma análise quanto à percepção dos clientes. Os clientes expuseram também, como na cidade de Ijuí, sobre a necessidade das empresas desenvolverem políticas salariais mais justas entre seus colaboradores, o que poderia segundo suas descrições auxiliar, ou dar início a redução de alguns problemas sociais enfrentados pelo país, demonstrando assim, a necessidade das empresas fornecerem maior atenção a seu público interno. Além de conhecerem as situações e necessidades reais destes colaboradores, objetivando suprir problemas básicos internamente. Elencaram sobre a importância e influência que as empresas podem ter na mobilização de seus funcionários quanto a participação em projetos sociais e sustentáveis desenvolvidos pela mesma, uma vez que nelas estão inseridos grupos distintos da sociedade local, que poderiam ser atingidos na execução dos projetos, existindo maior divulgação. Além do fornecimento de treinamentos internos por parte das empresas, visando conscientizar seus colaboradores. Também expuseram sobre a necessidade de incentivos governamentais e políticas específicas direcionadas às empresas que desenvolvem tais projetos, como forma de incentivá-las na adoção de tais práticas. Alguns clientes ressaltaram sobre a inexistência de qualquer tipo de projeto divulgado e incentivado na própria cidade, afirmando que se os mesmos existem, deveriam ser mais estimulados pela própria Prefeitura Municipal, o que reflete o 84 interesse dos clientes para apoiar e participar ativamente em projetos que visam a melhoria de problemas sociais. Destacaram que as empresas privadas deveriam reverter parte de seus lucros em prol ao auxílio de projetos, principalmente localmente, tendo em vista a participação da comunidade no crescimento de tais empresas, acrescentando que da mesma forma que em seus interesses financeiros, deveriam coexistir interesses humanos e ambientais. Relataram sobre a importância do investimento das empresas em cultura, educação, meio ambiente, inclusão social e projetos que melhorem a auto-estima da sociedade. Talvez, a referência a este ponto parte em virtude dos benefícios que os projetos e melhoria da qualidade de vida podem trazer as pessoas. Descreveram ainda, sobre a gestão adequada dos recursos das empresas, na utilização de meios sustentáveis que agregam valor para a sociedade, o que poderia ser refletido em ações de desenvolvimento econômico e social. Por fim, ainda evidenciaram que alguns dos próprios projetos do Santander auxiliam a amenizar problemas encontrados no país e ao mesmo tempo colaboram para a melhoria da imagem da empresa. Através da diversidade de respostas encontradas entre os respondentes da cidade de Panambi, foi possível perceber a influência que as empresas locais exercem sobre seus próprios funcionários, ou seja, fatores que podem gerar uma imagem positiva ou negativa, dependendo de sua intervenção, tanto interna quanto externamente. Ficou claro, que os clientes notam a importância da aplicação de projetos sociais e sustentáveis pelas empresas tanto para seu público interno quanto externo e que acreditam que podem existir incentivos quanto suas participações na comunidade local. Mais uma vez, o descaso do governo quanto ao incentivo de tais práticas ficou evidenciado entre os respondentes e confirmou o que havia sido levantado na cidade de Ijuí; que a falta de políticas adequadas as empresas no desenvolvimento de tais projetos, ás vezes, é um fator relevante na execução dos mesmos. Outro fator interessante levantado entre os respondentes trata sobre a adequação das próprias empresas sobre a gestão de seus recursos, demonstrando que é pelo exemplo que os projetos sociais e sustentáveis podem ter início. 85 4.4 Proposta de Melhorias O fato de o Banco Santander ter desprendido atenção ao tema da sustentabilidade e manter essa atenção no desenvolvimento de diversos projetos, o coloca em situação de destaque frente às empresas, que tem por base, além do lucro, a dimensão do meio ambiente e dos interesses da sociedade. Nesse sentido, as propostas de melhorias aqui descritas, apesar dessa visão comprometida e estratégica do Banco Santander, têm o objetivo de apontar fatores relevantes dos dados encontrados nas cidades entrevistadas. Fatores esses, que venham de encontro à melhor visibilidade dos projetos exec utados no mercado local e porque não dizer, que possa ser observado nas demais regiões e cidades onde o Banco Santander atua. Observando o grande percentual de clientes na faixa etária entre 21 e 30 anos de idade, os quais também são a nova geração de entrantes no Santander, poderíase dizer que, esses clientes são exatamente a geração que mais têm se preocupado com as questões sociais e ambientais nos últimos tempos. Por isso, o investimento de projetos dedicados a este público poderia ampliar ainda mais a visibilidade dos projetos e do próprio Banco aos demais jovens e porque não dizer a toda sociedade. Assim, o Banco teria mais clientes fidelizados, conhecedores de suas ações, abrindo possibilidades de até virem a serem patrocinadores de sua marca, uma vez que a grande maioria desses acredita ser de suma importância o investimento de empresas em projetos sociais e sustentáveis. Apesar do alto percentual de clientes que confirmou escolher um banco em referência aos seus projetos sociais e sustentáveis, praticamente o mesmo índice respondeu não ter observado esses fatores na escolha do Santander. Esse dado revela que captação dos clientes no Santander, não é influenciada, pelo menos nesse momento, pela existência de projetos sociais ou sustentáveis, ou seja, os clientes ainda não escolhem o Santander, especificamente pelo seu apoio e desenvolvimento de projetos, o que revela uma oportunidade de melhoria, segundo os dados apresentados, pois se muitos clientes são vinculados a folha de pagamento das empresas, o Banco Santander poderia desprender mais divulgações antecipadas aos clientes com relação a essa linha de incentivos, até mesmo na 86 própria mídia, uma vez que a gama de projetos criados e desenvolvidos pela Instituição em favor da sociedade é bem elevada. Dessa forma, com o conhecimento dos projetos desenvolvidos pelo Santander, o cliente teria um atrativo superior na decisão de escolha. Afinal, vários bancos são parecidos quanto aos preços, tarifas e taxas; seu diferencial está no atendimento e naquilo que este pode trazer de benefícios a própria sociedade. Quanto ao grau de conhecimento dos clientes sobre os projetos, pode-se perceber que a grande maioria desses, conhece parcialmente, ou desconhece tais atividades. Esse fator pode ser resultante da grande parte dos projetos da Instituição ocorrer mais concentradamente nas regiões metropolitanas, ou ainda, por não existir colaboradores participantes ativos nos projetos nas cidades de Ijuí e Panambi. Isso também é um fato relevante para a Instituição: fornecer incentivo e talvez, num primeiro momento até metas para a participação dos funcionários nesses projetos seria um estimulante que se tornaria hábito de tais práticas com o passar do tempo, no caso da aplicação nas cidades de interior, a maior divulgação e até mesmo presença de apoiadores nestas cidades traria resultados mais satisfatórios. Na questão dos projetos mais conhecidos pelos clientes, também é possível perceber um grau de informação maior sobre os projetos de conta corrente e satisfação dos clientes, que para o Banco Santander é de fato um quesito de extrema importância na aquisição e permanência dos clientes na Instituição. Porém, diante da diversidade de projetos desenvolvidos e apoiados pela Organização, uma maior divulgação dos projetos sociais, culturais e ambientais, poderia fortalecer ainda mais a marca do Santander no mercado e estimular a sociedade a tornar-se cliente do banco e fazer parte do envolvimento nessas ações de melhorias, isso também pela importância que os clientes revelaram quanto aos projetos de cunho social e cultural para a sociedade. Outro dado relevante é a influência desses projetos quando referidos a permanência, ou manutenção dos clientes no Banco. É claro que o fato da organização simplesmente possuir projetos sociais e sustentáveis, principalmente em instituições financeiras, não é um grande fator observado. Mas, devido à importância citada pelos clientes quanto a esses projetos, sua coexistência com outros benefícios e vantagens pode gerar boas impressões e até mesmo decisões na permanência ou não na Instituição, até porque, conforme enfatizam Boone e 87 Kurtz (2008, p.21), 92% dos consumidores revelam ter uma imagem mais positiva das empresas que apóiam importantes causas sociais. Dessa forma, as propostas de melhorias para um grupo tão homogêneo e um dos líderes no mercado financeiro, parece um tanto contundente, porém, com a pesquisa realizada, juntamente com os dados observados, é possível dizer que a maior divulgação, seja por mídia, pelos funcionários, pelo marketing boca a boca daqueles beneficiados por estes projetos podem auxiliar na melhor visibilidade desses e da própria Instituição, uma vez que, como afirma Cobra (2000, p.191), qualquer organização, por mais discreta que seja, não pode abrir mão de ser “reconhecida e valorizada”, pois são estes fatores que a deixam mais visíveis no mercado e aumentam a aceitação de seus produtos e serviços. Algumas estratégias, se aplicadas na organização, poderiam contribuir com esse processo de melhoria, comprometimento e divulgação dos projetos desenvolvidos. Um exemplo disso seria agregar nas metas trimestrais das agências, o incentivo ao desenvolvimento de um dos projetos do Banco. Num primeiro momento, ele poderia ser entendido como regra, uma meta sem muita lógica, mas que aos poucos poderia tornar-se satisfação dos colaborados e bem-estar para a sociedade. Essa meta, no caso, teria também um peso atribuído, junto com as demais, nas colocações de premiações das agências. O caso das premiações, também pode ser uma estratégia para a aplicação e visibilidade dos projetos. Como na grande maioria das agências ocorrem as premiações e entrega de troféus a cada final de ano, o apoio e desenvolvimento dos projetos sociais ou sustentáveis realizado pelos colaboradores, poderia ser juntamente premiado e reconhecido perante as demais agências das regionais. A divulgação dessas atividades poderia ser via intranet, onde as demais agências visualizariam os projetos e a forma de aplicação realizada por seus colegas. A formação de parcerias, do Banco com a prefeitura, as escolas e universidades, para aplicação dos projetos de cunho educacional, seria outro fator interessante. Assim, os projetos como Escola Brasil, Amigo de Valor e Cultural, poderiam cumprir com os objetivos da escola e do próprio município, dando mais atenção a rede pública, a as crianças e adolescentes. Ou ainda, da prefeitura em relação aos projetos de acessibilidade, os quais o Santander pode financiar. Parceria com grupos de maturidade, oferecendo inclusão social e melhora na 88 qualidade de vida de idosos, ou seja, uma série de parcerias que contribuiria com a cidade e se transformaria em boa imagem do Banco. Ainda uma estratégia relevante para o Santander, seria investir nas aplicações desses projetos em todas as cidades onde estão distribuídas as agências, uma vez que a maior concentração desses ocorre nas regiões metropolitanas, como São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, entre outras. Isso poderia tornar ainda mais conhecida a marca da Instituição, trazendo ainda boas contribuições as populações. 89 CONCLUSÃO A relevância do tema social e sustentável nos últimos anos para a sociedade é fácil de ser percebida, tanto no meio escolar, acadêmico, empresarial como nos meios de comunicação. Isso, de todo, é um fator importante para o planeta, bem como para a sociedade, que são influenciados pela busca de atitudes corretas, que visam minimizar problemas sociais, não comprometendo o futuro das próximas gerações. O fato das empresas terem apoiado e observado com mais freqüência esse tema, se deve também a cobrança realizada pelas comunidades onde essas estão inseridas, bem como as cobranças governamentais de legislações sobre o assunto. Sob esse olhar, as organizações têm buscado melhorar, desenvolver e apoiar iniciativas que antes não eram consideradas importantes para o bom resultado financeiro da organização. No entanto, esses apoios, quando analisados sob enfoque do marketing, podem ser vistos de outra maneira. Kotler (1998, p.146), por exemplo, mostra que o marketing deve observar as forças demográficas, econômicas, naturais, tecnológicas, políticas, legais e socioculturais, ou seja, seu intuito deixa de ser especificamente o lucro da empresa em si, passando a ter uma visão mais ampla do ambiente externo. Então, se por um lado a empresa deixa de observar com tanta ênfase seus resultados, sai ganhando no reforço de sua a imagem, contribuindo para o posicionamento institucional (FROEMMING, 2008, p.15), ou seja, a empresa passa a ser observada e reconhecida através de suas iniciativas sociais e sustentáveis. Afinal, boas práticas e contribuições para a sociedade são facilmente percebidas pelas pessoas, assim como grandes desastres, claro, esse último ainda com mais ênfase. Assim, analisar as práticas do Banco Santander S.A, com vista aos seus projetos sociais e sustentáveis, bem como a percepção dos clientes em relação a tais incentivos trouxe importantes considerações para o alcance dos objetivos do trabalho. A pesquisa referente aos projetos executados pela Instituição, bem c omo seu aprofundamento e descrição, trouxe surpresas interessantes e até mesmo 90 desconhecidas pelos colaboradores, quanto ao incentivo do Banco em relação aos projetos e participação dos funcionários no voluntariado dos mesmos. Por isso, a conclusão de maior necessidade de divulgação interna por parte da Instituição. Foi possível perceber a diversidade de projetos desenvolvidos e aplicados pelo Banco, sejam eles de cunho social, ambiental, cultural, ou até mesmo em relação a consultoria financeira dedicada aos clientes quando da utilização de seus serviços. Por se tratar de Instituição Financeira, foi interessante notar como os clientes, ou a própria sociedade percebe o apoio do Banco quanto a estes projetos, uma vez que, normalmente a cobrança quanto ao tema, parece estar mais centralizada nas indústrias, por exemplo, o ramo de prestação de serviços e principalmente instituição financeira, é um tanto diferenciado. Através da análise e interpretação dos resultados da pesquisa, foi possível conhecer, entender e verificar como os projetos sociais e sustentáveis do Santander são percebidos pelos clientes, na amostra das cidades de Panambi e Ijuí- RS. Notou-se que apesar do fator, “tempo em que são clientes do Banco”, os respondentes não revelaram ter um grau considerável de conhecimento dos projetos desenvolvidos pela Instituição, ou seja, a grande maioria conhecia parcialmente, ou desconhecia esses projetos apoiados pelo Santander. Depois de explanar aos respondentes sobre cada um dos projetos, foi interessante perceber como rapidamente os clientes conseguiram evidenciar àquele que consideram mais importante para a sociedade, demonstrando que a população sabe exatamente dos maiores problemas sociais existentes na sua cidade e também no país. Aqui, no caso, apresentou percentual elevado o grupo de projetos de ordem social e cultural, ou seja, os mais interligados com as necessidades das pessoas especificamente. Em referência a relação dos projetos do Santander, com a captação e manutenção dos clientes no Banco, especificamente nas agências estudadas, foi possível concluir que a maioria dos respondentes acredita ser importante o investimento das empresas nestas áreas e que observaria esses fatores na escolha de um banco, porém, ainda não demonstra percentuais relevantes na permanência dentro do Santander devido a esses projetos. Se isso, por um lado apresenta-se como fator negativo, por outro, pode-se analisar como oportunidade, no sentido de alcançar e reter os clientes utilizando também essa estratégia. 91 No item de sugestões de melhorias, é importante ressaltar, como descrito anteriormente, que a Instituição estudada já apresenta uma gama de projetos que vêm buscando aprimorar nos últimos tempos, porém, diante do estudo, alguns fatores sobressaíram-se e puderam ser observados com estratégia de visibilidade e divulgação dos diversos projetos do Santander. Assim, o trabalho em questão, conseguiu cumprir com os objetivos ora propostos e trouxe informações importantes quanto a aplicação de projetos sociais e sustentáveis dentro das organizações, além de contribuir com informações relevantes para o Banco Santander. O estudo pode servir de base para novas pesquisas, sejam elas nas demais agências do Banco, com intenção de verificar nas demais regiões como estão sendo divulgados e percebidos esses projetos pelos clientes, sob outros ângulos interessantes à Instituição, ou ainda em outros segmentos de empresas que necessitem avaliar suas contribuições para a sociedade com vista a inexistência ou existência de seus projetos. O fato é que, no mundo globalizado em que vivemos, não destinar especial atenção as questões sociais e sustentáveis, na mudança de mentalidade das pessoas e organizações pode comprometer a sobrevivência do mundo inteiro. 92 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASHLEY, Patricia Almeida. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005. BELIZÁRIO, Fernanda Branco. Apropriação do cinismo e alienação no discurso da Responsabilidade Social: um estudo da recepção dos beneficiários de projetos sociais de empresas. São Paulo, 2008. 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São Paulo: Senac São Paulo, 2003. 96 APÊNDICES APÊNDICE A – Roteiro de Questões Dados de Identificação quanto ao perfil: Gênero: ( ) masculino ( ) feminino Faixa etária: ( ) até 20 anos ( ) 21 à 30 anos ( ) 31 à 40 anos ( ) 41 à 50 anos ( ) mais de 51 anos Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental Incompleto ( ) Ensino Fundamental Completo ( ) Ensino Médio Incompleto ( ) Ensino Médio Completo ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo Período em que é cliente do Santander: ( ) até 1 ano ( ) De 2 à 5 anos ( ) De 6 à 9 anos ( ) acíma de 9 anos Questões: 1- Você conhece os projetos sociais e de sustentabilidade do Banco Santander Brasil S.A? ( ) Conheço ( ) Conheço parcialmente ( )Desconheço 2- Marque quais dos projetos sociais ou de sustentabilidade do Santander você tem conhecimento: Produtos e Serviços ( ) Acessibilidade (Adequação de imóveis comerciais para acesso a cadeirantes) ( ) Conta Corrente (A sustentabilidade nos serviços prestados no dia a dia aos clientes) ( ) Empréstimos e financiamentos (serviços e créditos para ajudar as empresas a fazerem negócios sustentáveis) Investimento Social e Cultural ( ) Projeto Escola Brasil (Programa que busca contribuir para a melhoria da educação nas escolas publicas ) ( ) Amigo de valor (Programa que mobiliza a rede social a contribuir na mudança da realidade de crianças e adolescentes) ( ) Cultura (Investimento e acesso das comunidades à produção cultural) ( )Talentos da Maturidade (Concursos que incentivam a produção artística na maturidade) Práticas de Gestão ( ) Risco Socioambiental (Análises sociais e ambientais dos clientes que vão além do crédito) ( ) Gestão de Fornecedores (Mobilização de parceiros do banco para trilhar caminhos de sustentabilidade) ( ) Satisfação dos clientes (canais de atendimento para disseminar a cultura de servir) 3- Você considera importante as empresas investirem em em projetos sociais e sustentáveis? ( ) Considero ( ) Considero parcialmente ( )Desconsidero 4- Se você fosse escolher um banco para utilizar seus serviços, você escolheria um banco que possui projetos sociais e sustentáveis? ( ) Sim ( ) Não ( ) Indiferente 5- Você, quando escolheu o banco Santander para utilizar seus serviços, observou os projetos sociais e sustentáveis que o mesmo apóia para então tornar-se cliente? ( ) Observei ( ) Não observei ( ) Observei parcialmente 97 6- Sua permanência no Banco Santander Brasil S.A é influenciada, além de outros fatores, pela atenção que o banco concede aos projetos sociais e de sustentabilidade? ( ) Sim ( ) Um pouco ( ) Não 7- Enumere por grau de importância, (sendo 1 mais importante e 6 menos importante ), o motivo pelo qual você acredita que as empresas como um todo, investem em projetos sociais: ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) Porque melhorar a qualidade de vida dos cidadãos Porque melhorar a imagem da empresa Porque auxilia no cumprimento de legislações Porque traz benefício fiscal Porque gera lucro Porque contribui para a redução da desigualdade social 8- Marque qual grupo de projetos sociais e de sustentabilidade do Santander abaixo relacionados você considera mais importantes para a sociedade: ( ) Produtos e Serviços Objetivo: Projetos de sustentabilidade presentes nos produtos e serviços destinados a empresas e pessoas Ex.: Acessibilidade (Adequação de imóveis comerciais para acesso a cadeirantes) Conta Corrente (A sustentabilidade nos serviços prestados no dia a dia aos clientes) Empréstimos e financiamentos (serviços e créditos para ajudar as empresas a fazerem negócios sustentáveis) ( ) Investimento Social e Cultural Objetivo: Projetos que visam a diminuir problemas sociais e apoiar produções culturais Ex.: Projeto Escola Brasil (Programa que busca contribuir para a melhoria da educação nas escolas publicas ) Amigo de valor (Programa que mobiliza a rede social a contribuir na mudança da realidade de crianças e adolescentes) Cultura (Investimento e acesso das comunidades à produção cultural) Talentos da Maturidade (Concursos que incentivam a produção artística na maturidade) ( ) Práticas de Gestão Objetivo: Projetos que visam tornar a sustentabilidade parte do cotidiano no Banco Ex.: Risco Socioambiental (Análises sociais e ambientais dos clientes que vão além do crédito) Gestão de Fornecedores (Mobilização de parceiros do banco para trilhar caminhos de sustentabilidade) (canais de de atendimento paraenumere disseminar deimportância servir) 9- De Satisfação acordo comdos asclientes necessidades seu município, pora cultura grau de (sendo 1 mais importante e 8 menos importante) os projetos abaixo do Banco Santander Brasil S.A, interessantes para serem aplicados em sua cidade. (Confira na pergunta 8, as informações sobre de cada projeto) ( ) Acessibilidade ( ) Conta Corrente ( ) Empréstimos e financiamentos ( ) Projeto Escola Brasil ( ) Amigo de valor ( ) Incentivo à Cultura 98 ( ) Talentos da Maturidade ( )Risco Socioambiental 10- Em relação a divulgação dos projetos sociais e de sustentabilidade, você acha que em sua cidade o Santander: ( ) Divulga seus projetos ( ) Divulga parcialmente ( ) Não divulga 11- De acordo com os problemas sociais do país, relacionados à saú de, educação, desigualdade social e meio ambiente, de que maneira você acredita que as empresas podem auxiliar a amenizar esses problemas?