VI SEMINÁRIO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO DA REGIÃO SUL E III SEMINÁRIO DOS SECRETÁRIOS DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO UFSM - SANTA MARIA/RS, BRASIL Eixo temático: História e Filosofia da Educação Proposta de painel: O presente trabalho é fruto de uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós Graduação em Educação da UNISINOS, intitulada, “Filosofia no Feminino: Experiências de Vida e Formação a partir de narrativas e histórias de vida no campo da Filosofia”. Essa pesquisa que está em andamento, não tem a pretensão de esgotar o estudo sobre as mulheres e a filosofia, pois acreditamos que esse tema não se esgotará com facilidade, mas busca conhecer as filósofas, especialmente latino americanas, que ainda estão excluídas no campo do saber filosófico, apresentando algumas das contribuições que as filósofas têm a oferecer na educação e na Filosofia, bem como compreender a partir de histórias de vida e narrativas como algumas professoras de Filosofia de programas de graduação e pós graduação lidam com o sexismo e machismo presente nessa área. Estudamos os filósofos e muitas vezes esquecemos das filósofas. Buscando dar vozes às filósofas de diferentes épocas, que especialmente atuam na área da educação, encontramos saberes e idéias que muito acrescentarão em nossas pesquisas e práticas pedagógicas. Nossa pretensão não é fazer uma filosofia feminina e esquecer as contribuições dos pensadores da história da Filosofia, mas pensar uma filosofia no feminino, que na história ocidental foi esquecida e calada. Queremos levar em conta o que as mulheres falaram sobre a educação e como filosofaram, trazendo as idéias de pensadoras latino-americanas, para alcançarmos uma educação menos machista e sexista. PALAVRAS CHAVES: Educação, Filosofia, Mulheres e exclusão. FILOSOFIA NO FEMININO: A CONTRIBUIÇÃO DAS FILÓSOFAS PARA A EDUCAÇÃO E PARA A FILOSOFIA Graziela Rinaldi da Rosa Como professora de Filosofia e pesquisadora em formação, acredito ser um desafio trabalharmos com a temática das mulheres e a Filosofia, desta maneira, tenho cada vez mais me inquietado com as relações de gênero presente nesta área, bem como a emergência de trazer às luzes pensadoras que fizeram e fazem parte do mundo do conhecimento filosófico (ROSA, 2005, p. 1). Durante minha graduação em Licenciatura Plena de Filosofia o ocultamento, ou melhor, a exclusão, das mulheres estava como “pano de fundo” em aulas que valorizavam apenas pensamentos de filósofos. Líamos sobre muitos homens e as obras de filósofas pareciam não existir. Birulés (1997), diz que essas obras sempre são consideradas menores, insignificantes, sendo que são as que nos permitam devolver a voz para as filósofas (p.23). Queria entender por que as mulheres não apareciam em muitas reflexões filosóficas e na própria história da filosofia. Hoje questiono, por que quase não dialogamos com elas em nossas pesquisas? Por que raramente elas aparecem nos livros? Estudávamos e continuamos estudando os clássicos, como se numa história a priori as mulheres não fizessem parte da humanidade e de maneira tão fragmentada e bipolarizada íamos aprendendo filosofia, como se ela fosse anexa a nós e não parte de nossas mentes e vivências (ROSA, 2005, p. 1-2). Desta maneira fui percebendo que “as mulheres não pertencem, inicialmente a essa história de acesso ao saber, que lhes fora negado, impedindo, conseqüentemente, a própria possibilidade de sua humanização” (MENEZES, 2002, p.13). Querendo contribuir para que a educação filosófica seja menos sexista, penso que há um universo feminino a ser investigado, repleto de lutas e realizações ainda muito pouco invadido, olhado, pensado, escrito e acima de tudo valorizado. Assim, partindo de algumas inquietações, é que hoje tento trazer para o mundo real, seja o escolar, o acadêmico ou o cotidiano, essas questões, isso porque, as marcas que nos fazem lembrar, ainda hoje dessas instituições, tem haver com as formas como construímos nossas identidades sociais, especialmente nossa identidade de gênero e sexual (LOURO, 2000, p.18-19). En el caso de la reconstrucción de la historia de las mujeres filósofas, el atender a los detalles, a los gestos estilísticos nimios, a los indicios, no tanto como a la voluntad de identificarles con algún ismo filosófico dominante en el período en que escriben, puede ser una buena vía para dotarles de identidad, para atribuirles un “quién”. Y, en el mismo gesto, cabe pensar también como posiblemente productiva la hipótesis de tomar tales textos, tales fragmentos como indicios de lo no pensado, de lo secundario, de lo desechado, por la tradición filosófica occidental (BIRULÉS, 1997, p.27). Acreditando que é através da educação que vamos mudar as relações de poder, que tenho buscado um caminho para trabalhar as lacunas que visualizei durante esta trajetória. Percebi na especialização em Metodologia do Ensino de História e Geografia o quanto eu poderia recriar o meu currículo e trazer todas as questões necessárias para uma educação mais humana, buscando assim trabalhar os processos de exclusões sociais na educação. Gênero, feminismos e mulheres têm haver com as teorias econômicas e políticas, por isso é emergente se apoderar dessas teorias para alterar as estruturas, se assumir e lutar, para trabalhar com relações sociais, com suas formas de exclusões e explorações, nos organizando enquanto mulheres, cidadãs, políticas, filósofas e intelectuais. Bourdieu (2000, p. 59) questionou: ...como reconstruir os olhos das mulheres, como tratar enquanto sujeitos de percepção - e para si próprias, durante todo tempo em que apliquem a si mesmas as categorias de percepção dominantes, ou seja, masculinas, e se vejam com um olhar masculino? Percebendo o modo que as mulheres aprenderam sobre si mesmas e que nessa aprendizagem há uma subjugação epistemológica, em especial no campo da filosofia, é que iremos pensar sobre os vários “porquês” de se fazer essa pesquisa. O estudo e a divulgação das idéias e dos saberes dessas mulheres no campo da Filosofia e da Educação ainda não está sendo feito. Sabemos que a exclusão das mulheres não é um problema apenas na filosofia, ocorre também em todas as áreas e por isso, também, se faz emergente. Até podemos perceber algumas filósofas sendo citadas, especialmente européias. Porém, ainda no século XXI, quando vamos a uma biblioteca, livraria ou até mesmo em feiras de livros, raramente encontramos os livros e obras das filósofas. Mesmo que percorremos incansavelmente sebos ou outros espaços, sentimos o quanto ainda temos a construir, na nossa solidão e na companhia de quem busca resgatar vidas e obras de quem é esquecida, ou mesmo deixada de lado. Mas, não acredito que este suposto esquecimento decorra de um sentimento ingênuo. O esquecimento das mulheres foi e ainda é consciente e intencional (ROSA, 2005, p. 91). A discussão sobre o abismo que há entre as “Mulheres e a Filosofia” não se esgotou, assim discordo com a idéia de que há uma “abundante bibliografia que nos últimos tempos pretende fazer justiça às mulheres filósofas” (SÁDABA, 2002, s/p), pois quem procura leituras na área de filosofia sabe do número imenso de obras escritas por homens e a ausência, ou melhor, pouca divulgação dos livros produzidos por mulheres nessa área. É importante compreender duas coisas: que isso não se deve, em hipótese alguma, pelo fato das mulheres não terem escrito e/ou desenvolvido sua capacidade intelectual nas diversas épocas da história, conseqüência de fatores históricos, sociais, culturais, religiosos, entre outros; e também que, quando as mulheres propõem essa revisão ou a compreensão dessa exclusão não se encontram movidas por um instinto de morte e de destruição da Filosofia, mas justamente ao contrário, queremos mostrar seu sentido, que filosofar é um eterno recomeçar e porque ainda devemos insistir nesse recomeço (MENEZES, 2004, p. 124). Pelo fato de não concordar em educar de maneira sexista e machista como fomos educadas é que acreditamos que não podemos excluir da história da filosofia as mulheres. Acreditando que “La eliminación de la opresión femenina es el deber moral de las mujeres” (HIERRO, 1990, p.120) tentamos como mulheres, mães, professoras de Filosofia, pesquisadoras, trabalhar contra a opressão feminina que ainda se faz presente na Filosofia. Nesse sentido nos preocupamos em compreender como as professoras de Filosofia aprendem sobre si mesmas ao estudarem apenas idéias dos pensadores, como se não houvessem mulheres filosofando. Quando falamos nos olhares dos filósofos para com as mulheres podemos dizer que “o tema é irritante, principalmente para nós e não é novo” (BEAUVOIR, 2000, p. 7). Com relação às mulheres filósofas, foram grandes tolices ditas, que fizeram e fazem algumas pessoas se indignarem, repudiarem, contestarem e lutarem para que nós mulheres, consigamos um reconhecimento nessa área. Percebendo como as filósofas latino-americanas têm escrito sobre si e sobre as pensadoras do campo da Filosofia, em especial, buscamos um “caminhar para si” e com as outras, pois acreditamos que só assim, vamos percebendo os nossos “eus”: mulher, filósofa e educadora. Assim, acreditando numa filosofia no feminino cito Nisia Floresta (1989-a): Se quiséssemos ser Filósofas e Teólogas, nos proporíamos a formar idéias da divindade e das revelações, tão justas, quanto a fraqueza da natureza humana pode permitir, e seguiríamos a Natureza em todos os seus efeitos, remontando-nos à sua origem: mas como sabemos que o conhecimento de nós mesmas e dos objetos que nos cercam é absolutamente necessário para tornar úteis os conhecimentos de que vimos de falar, em lugar de perder o tempo em bagatelas que ocupam o estudo da maior parte dos maus Filósofos, nos aplicaríamos a refletir sobre nós mesmas e sobre os diversos objetos que nos cercam, a fim de descobrir que relações ou diferenças eles têm conosco, e por que aplicações podem ser vantajosos, e corresponder ao fim para que nos foram dados. Não deveríamos pois por este meio ser Filósofas tão sábias e teólogas tão capazes como os homens e em estado de aprender e mesmo de ensinar, pelo menos tanto quanto eles são?(Grifei) (p. 71-72) Este trecho, de uma obra ainda muito pouco lida, é escrito por Nísia tem muito haver com o caminhar para si proposto por Josso (2004), pesquisar histórias de vida através de uma pesquisa- formação é também me situar enquanto professora de filosofia e me construir enquanto filósofa. A professora de filosofia Rosa Maria Rodrigues Magda (1997) nos sugere uma metodologia que tem haver com a proposta de Josso, já que os métodos das duas deixam claro que “una crítica filosófica feminista deve esboçar una metodologia diferente” (MAGDA, 1997, p.37). Apontamos então algumas estratégicas de crítica filosófica feminista, conforme nos aponta Magda (1997): 1. Apartir da “Análises retrospectivo-recreativo”, nos textos que não aparecem citações de mulheres, é importante a reconstrução da situação, do status, a opinião de determinado autor e as oportunidades femininas da época. Assim, para Magda, esta reconstrução indireta é necessária para investigar a situação histórica da mulher. 2. Uma “Analísis temático”, se faz necessário extrair o que determinado autor afirma explicitamente da mulher, situando com o corpo de sua obra. 3. “Análisis de sesgos sexistas y androcéntricos”: Nessa categoria de análise a autora divide em: explícitos, implícitos e heurísticos: Explícitos: Diferenciação sexista dos papéis, atributos, etc. Valorização androcêntrica de diferenciações feitas. Ambigüidade na aplicação de caracteres sexo/gênero y ser humano. Implícitos: Ocultação semântica do feminino em suas afirmações sobre o ser humano em geral. Heurísticos: Leituras sexistas que dão por válidas ou ortodoxas diferenças segundo o gênero, supostamente assumida pelo autor. Ocultação da transmissão e valorização da obra de uma autor de partes que se referem à temática feminina. Dimensão errada, por parte dos comentaristas e das interpretações tradicionais, de características que o autor se refere a um só sexo, aplicando ao gênero humano (e vice versa). 4. “Análisis extensivo: asimilación de enfoques del pensamiento crítico”: Magda (idem, p.39) traz como exemplo nesse caso, as obras de Célia Amorós intituladas: “Crítica de la razón patriarcal” e “Hacia una critica de la razón patriarcal y Soren Kierkegaard o la subjetividad Del Caballero”, ambas de Barcelona, Anthrophos, 1985 e 1987. Trazendo os exemplos acima, a autora sugere que com os descobrimentos ou inquirimentos realizados, se tenha a metodologia, os critérios de um pensamento ocorrente na problemática feminista. Para tanto, é necessário uma postura teórica das metas que ela propõe. A efetividade se dará, segundo ela, se conseguirmos suportar os seguintes momentos: crítico (não admitir os elementos androcêntricos), desconstrutivo (analisar sua gênesis), reconstrutivo (fazer parte de um novo modelo não desviado e prospectivo utiliza-lo para clarificar ou responder diversas questões pendentes). 5.”Construcción de uma historia de las mujeres filósofas”: Devido a exclusão usual das mulheres na história da filosofia, se busca recuperar uma memoria e uma presença. 6. “Construcción de uma historia de la Teoria Feminista”: Onde o importante não é o sexo do autor, mas sim a pertinência de uma temática interdisciplinar que deve adquirir seu reconhecimento epistemológico. Assim, esse reconhecimento epistemológico faz parte de um campo da crítica filosófica das reflexões feministas sobre epistemologia (MAGDA, 1997, p.36). Falando em filosofia no feminino No livro “Também há mulheres filósofas”, que tem como objetivo comum: mostrar que as mulheres escreveram e escrevem filosofia e que só a ignorância e o preconceito justificam o silenciamento dos seus textos, a organizadora Maria Luísa Ribeiro Ferreira acredita que são os filósofos os grandes responsáveis pelo lugar que as mulheres ocupam na tradição filosófica ocidental e busca com essa obra também questionar a especificidade de um pensamento feminino, a problematização do conceito de natureza humana e à análise de diferentes tipos de escrita, literária e a filosófica (p.8). O livro fala de textos de filósofas e de suas vidas, o que sengundo a organizadora não é muito comum em Portugal. Nem no Brasil. Ele tem a pretensão de motivar a uma leitura mais profunda de obras de filósofas, buscando fazer justiça as vozes dessas, lembrando simultaneamente a sua existência e qualidade das obras, alertando para a importância de textos que por várias razões têm sido secundarizados na tradição filosófica ocidental. No primeiro texto, intitulado: “A (im)possibilidade de ser filósofa”, rico em indicações bibliográficas, de Tereza Joaquim, encontramos algumas angustias e vivências da autora que teme com o fato do tema “mulheres no feminino” não ser considerado por muitos (as) como um tema filosófico, cito-a: temo que a questão da filosofia no feminino não se inscreva ela também somente como o suplemento, o acrescento a um pensamento que se reproduz num mundo homossocializado de questões e de seres (2001, p. 18). Essa pesquisadora nos inquieta para pensar como é possível a constituição de um sujeito feminino na filosofia? E nos fala de um deslocamento da questão para outras áreas do conhecimento. Muitas vezes é necessário encontrar um lugar onde “a outra pode existir”, não a outra com a face do mesmo, mas a outra na sua alteridade, como foi pensada e teorizada por filósofas como Simone de Beauvoir e Luce Irigaray (p. 22). Nesse texto, muito bem estruturado, Teresa Joaquim fala nos “porquês” da exclusão das mulheres no que diz respeito a capacidade de teorizar, abstrair, na aplicação de princípios, sejam eles religiosos ou filosóficos, fala na questão “ser mulher e ser filósofa”, enfatizando que é preciso que as mulheres na filosofia marquem uma resistência para que possam mudar alguma coisa (p. 33). Assim, nessa (im)possibilidade de sermos filósofas, a autora nos aponta que apesar da descoberta e da presença aparente de mulheres nesta paisagem, hoje traçar linhas de fuga e resistir ao presente, naquilo que ele nos apresenta como a única paisagem possível do pensamento, é talvez gostar da possibilidade da filosofia no feminino (p. 37). Revisitar ao presente significa não reproduzir apenas os clássicos do sexo masculino, mas sim buscar outros (AS). Há ontologicamente uma diferença no pensar das mulheres e no pensar dos homens, não que nós, mulheres, sejamos parte da humanidade inferior, como nos fizeram pensar por um bom tempo. Creen algunos poco duchos en Historia, que no han existido ni existen mujeres expertas y doctas en las ciencias y las artes. Ello les parece imposible y no pueden entenderlo aunque lo vean y oigan cada día, persuadidos de que Júpiter sólo ha concedido el ingenio y la inteligencia a los varones, dejando a las mujeres, aunque de la misma especie, privadas de ambos. Pero sí aquéllas tienen la misma alma racional que el hombre, como antes he mostrado claramente, e incluso más nobre, por qué no pueden aprender con mayor perfección aún las mismas artes y ciencias que los hombres? (GATELL, 1997, p.139). Hierro (1990, p. 111), diz que o ponto de partida para o que ela chama de “ética de interes”, surge pela tomada de consciência da condição de opressão de nós mulheres. Para ela em todos os níveis socioeconômicos e de localizações geográficas estamos submetidas a uma “função feminina maternal”. Para essa filósofa, é a submissão à maternidade, que nos impede de realizar o ideal ético de felicidade individual e coletiva. Estes saberes e “vocações” historicamente ditos como femininos hoje estão em constantes mudanças, muitos homens não participam apenas das etapas da gestação. Podemos questionar quais experiências das mulheres que trouxeram saberes diferenciados? Sempre escutamos as frases “Isso é assunto de homem” ou “Isso é assunto de mulher”, mas hoje, como estão se relacionando tais saberes, percebemos que mudanças significativas nesse sentido ocorreram. Mulheres fazem parte do mundo que era tido como masculino, com naturalidade e competência e homens cada vez mais se envolvem com os afazeres domésticos e a paternidade. Sabemos que essas mudanças ocorreram devido às lutas de mulheres, em especial as feministas e também pelo fato de mulheres, após revolução industrial, terem entrado de maneira significativa no mundo do trabalho. Muitas mulheres, feministas ou não concordam que “ser mujer y pensar ha sido una tarea ardua, pero si en el pasado no sólo ha habido silencio, en el presente no se puede reinvindicar el gueto, se trata de lo que debía haber sido lo obvio y lo natural: usar la razón, tomar la palabra (MAGDA, 1997, p.9). A partir da história constatamos que os povos da América Latina sofreram e continuam marcados por uma realidade cada vez mais desigual. Nesse contexto, algumas pessoas foram mais marginalizadas que outras. Para mudarmos esse quadro, temos que dar vozes, trazer as idéias e os saberes das filósofas, que tiveram suas vozes caladas e seus corpos aniquilados, queimados, dilacerados e jogados em câmaras de gás, guilhotinas, fogueiras e tantas outras formas de punção. Sofreram por serem mulheres e seres capazes de pensar, um pensamento na maioria das vezes diferente do existente e do que já havia sido pensado. REFERÊNCIAS BIRULÉS, Fina. Indícios y fragmentos: historia de la filosofia de las mujeres. In: MAGDA, Rosa Maria Rodrigues Magda (Ed.). Mujeres em la história del pensamento. Anthropos. Barcelona: 1997. BOURDIEU, Pierre. Observações sobre a História das mulheres. In DUBY, Georges; PERROT, Michelle. As Mulheres e a História. Publicações. Dom Quixote. Lisboa: 1995. ________________.BOURDIEU, Pierre. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 2000. FERREIRA, Maria Luísa Ribeiro (orgª). Também há mulheres Filósofas. Editorial Caminho. Lisboa: 2001. FLORESTA, Nísia. Opúsculo Humanitário. 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