INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS MISSÃO Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes de plantas para o benefício da família humana N0 122 JUNHO/2008 SIMPÓSIO DISCUTE COMO UTILIZAR INSUMOS E RECURSOS PARA OTIMIZAR A PRODUTIVIDADE DO MILHO Silvia Regina Stipp e Abdalla1 Luís Ignácio Prochnow2 Antonio Luis Fancelli3 C omo utilizar os insumos e recursos relacionados à adequada nutrição das plantas para otimizar a produtividade do milho – esta foi a tônica do Simpósio sobre Nutrição e Adubação do Milho ocorrido em abril último na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, sob a coordenação dos professores Antonio Luis Fancelli e Durval Dourado Neto, do Departamento de Produção Vegetal. O evento teve como objetivos a atualização de informações e a apresentação das principais inovações tecnológicas relacionadas à nutrição e adubação da cultura. Palestras, debates e apresentação de novos produtos fertilizantes integraram as atividades do programa. Uma visão geral dos dez temas discutidos é apresentada a seguir. Veja também neste número: IPNI em Destaque ............................................... 25 Gesso na agricultura .......................................... 26 Divulgando a Pesquisa ...................................... 28 Painel Agronômico ............................................ 29 Cursos, Simpósios e outros eventos ................. 30 Publicações Recentes ........................................ 31 Ponto de Vista .................................................... 32 DINÂMICA E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES E NOVAS TENDÊNCIAS DA NUTRIÇÃO DE PLANTAS – Godofredo Cesar Vitti, ESALQ/USP; Pedro Henrique de Cerqueira Luz, FZEA/USP; André Luís do Amaral Alfonsi, ESALQ/USP; email: [email protected] Nos climas tropicais, a produtividade das culturas está diretamente relacionada à fertilidade e à água disponível do solo, sendo a fertilidade possível de ser modificada pelo emprego da correção do solo e da adubação e a quantidade de água disponível por intermédio da irrigação e do sistema de manejo. Entre os fatores de produção de milho, a adubação é responsável por grande parte dos custos totais, e isto é motivo de preocupação quando se considera que o aumento no preço médio dos fertilizantes no último ano praticamente duplicou. Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), o preço médio da tonelada de fertilizante NPK na fábrica passou de cerca de US$ 300,00, em março de 2007, para US$ 520,00, em março de 2008, totalizando aumento médio de 73%. Abreviações: ANDA = Associação Nacional para Difusão de Adubos; CTC = capacidade de troca de cátions, CTA = capacidade de troca de ânions, M.O. = matéria orgânica, IBDU = isobutilidene diuréia, SCU = uréia recoberta com enxofre, CDU = crotonilidene diuréia, DCD = dicianodiamida, DMPP = fosfato de 3,4 dimetil pirazole, PPD = fenil-fosforodiamidato, NBPT = tiofosfato de N-n-butiltriamida; MPMFs = melhores práticas de manejo de fertilizantes 1 Engenheira Agrônoma, M.S., IPNI; e-mail: [email protected] Engenheiro Agrônomo, Doutor, diretor do IPNI Brasil; e-mail: [email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Docente do Departamento de Produção Vegetal, ESALQ/USP; e-mail: [email protected] 2 INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - Website: www.ipni.net - E-mail: [email protected] 13416-901 Piracicaba-SP, Brasil INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 122 – JUNHO/2008 1 Este aumento de preços no mercado mundial deve-se basicamente ao aumento da demanda de fertilizantes para produção de alimentos, principalmente pela China e pela Índia, e para produção de biocombustíveis, com destaque para a cultura de milho nos Estados Unidos. Aliado ao aumento no consumo de fertilizantes no mundo, outros fatores contribuíram para o aumento nos preços, como: menor oferta do produto no mercado; aumento no preço das matérias-primas, como enxofre e petróleo; aumento no custo do frete, tanto de navios quanto rodoviários e ferroviários, e demora para descarga dos produtos nos portos, gerando grande despesa com a taxa de demurrage. Diante deste cenário, é fundamental que o manejo da adubação e nutrição de plantas vise a máxima eficiência na utilização de fertilizantes para reduzir os custos e tornar o sistema sustentável. Assim, deve-se utilizar fontes corretas de fertilizantes, na dose certa, no local correto e na época adequada. Além disso, é imprescindível o conhecimento da dinâmica dos nutrientes no solo e a adoção de práticas complementares, como correção do solo, práticas conservacionistas, plantio direto, entre outras. No diagrama abaixo é apresentado um esquema simplificado do equilíbrio dos elementos no solo: b) Capacidade de troca de ânions (CTA): influenciada por natureza dos colóides do solo, pH do solo, concentração da solução de equilíbrio, valência dos ânions, cátions associados; c) Adsorção química (fixação): ocorre tanto para ânions (H2PO4- e H4SiO4) como para cátions (Zn2+, Cu2+, Fe2+, Mn2+ e Ca2+) e é influenciada por pH, textura do solo (teores de argila e matéria orgânica) e ordem de retenção dos elementos (força dos elementos na superfície dos colóides). d) Reações de precipitação e solubilização; e) Reações de oxi-redução. As raízes absorvem da solução do solo os elementos que entram em contato direto com as suas superfícies por meio de três mecanismos: interceptação radicular, fluxo de massa e difusão. Dados obtidos com a cultura do milho em solo fértil indicam que apenas as necessidades de Ca poderiam ser completamente supridas por interceptação radicular, embora parte significativa das necessidades da planta em Mg, Mn e Zn possam também ser providas por este mecanismo. O esquema abaixo apresenta os elementos que são absorvidos por fluxo de massa e por difusão: Fluxo de massa Ânions: Cátions: Cl > H3BO3 > NO3- > SO42- > MoO42Na+ > K+ > NH4+ > Mg2+ > Ca2+ - Difusão H2PO4- > Cu2+ > Mn2+ > Zn2+ > Fe2+ Analisando esses dados, juntamente com os dados apresentados na Tabela 1, podem ser inferidas informações importantes para o manejo adequado dos fertilizantes, quais sejam: M = nutriente C = Capacidade Q = Quantidade Poder tampão = Q/I I = Intensidade Os elementos estão presentes no solo em sua quase totalidade na fase sólida, adsorvidos ou fazendo parte do complexo coloidal (matéria orgânica + fração argila). Da fase sólida, uma diminuta proporção é liberada para a solução do solo, originando-se, então, um equilíbrio, geralmente complexo, entre M-sólido e M-solução. Na solução do solo os elementos movimentam-se em direção à superfície das raízes (ou vice-versa), onde são transportados para o interior da planta. Analisando-se o esquema acima observa-se que quando um fertilizante é aplicado no solo ele pode ter diferentes destinos: a) Permanecer na solução do solo (fator Intensidade = I), sendo posteriormente absorvido pelas raízes das plantas (M-raiz) e daí transportado para a parte aérea (M-parte áerea); b) Ser adsorvido pela fração coloidal, constituída pela matéria orgânica e argila (M-sólido), caracterizando o fator Quantidade; c) Ser lixiviado (M-lixiviação). As relações mantidas entre os elementos na fase sólida e na solução do solo, regidas pelas leis de equilíbrio químico, são afetadas pelos seguintes fatores do solo: a) Capacidade de troca de cátions (CTC): influenciada por tipos e teores dos materiais coloidais, valência dos cátions, grau de hidratação, efeito de diluição, pH do meio e adsorção específica de ânions; 2 • Os nutrientes que entram em contato com as raízes por fluxo de massa exigem mais cuidado na adubação pois podem provocar toxidez (absorção de luxo) ou ser perdidos por lixiviação (contaminação do lençol freático), como Cl- (adicionado através do KCl), NO3-, H3BO3, SO42- e particularmente K+, em solos arenosos, com baixo poder tampão em K. Para esses elementos, parte da adubação pode ser aplicada em cobertura. • Os nutrientes que entram em contato com as raízes por difusão apresentam também efeito residual no solo, principalmente o H2PO4- e os micronutrientes metálicos (Zn, Cu, Mn e Fe), devendo ser aplicados de forma localizada no sulco de semeadura; • No caso do K, que apresenta alto índice salino, recomenda-se, em culturas anuais, a aplicação de no máximo 60 kg ha-1 de K2O no sulco de plantio. Para doses superiores a esta, aplicar parte em pré-plantio, quando em solos argilosos (CTC > 6,0 cmolc dm-3), e parte em pós-plantio, em cobertura, quando em solos arenosos. • Em culturas perenes já instaladas e em culturas anuais que apresentam fases de maior exigência, os micronutrientes metálicos Zn, Mn e Cu devem preferencialmente ser aplicados via foliar, devido à alta reatividade com o solo. No caso de cana-de-açúcar e mandioca, estes micronutrientes podem ser aplicados via tolete ou maniva, respectivamente. • Em leguminosas, Mo e Co podem ser aplicados via semente, tendo em vista as baixas doses utilizadas desses elementos (20 g ha-1 de Mo e 2 a 5 g ha-1 de Co). No sistema convencional de plantio, pode ser baixo o aproveitamento dos adubos aplicados no solo, variando de 50%-70% INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 122 – JUNHO/2008 Tabela 1. Relação entre processo de contato e localização dos fertilizantes. Processo de contato Elemento Interceptação Fluxo de massa Difusão Localização dos fertilizantes - - - - - - - - - - - - - - - - (%) do total) - - - - - - - - - - - - - - - N 1 99 0 Distante, em cobertura (parte) P 2 4 94 Próximo das raízes K 3 25 72 Próximo das raízes, em cobertura Ca 27 73 0 A lanço Mg 13 87 0 A lanço S 5 95 0 Distante, em cobertura (parte) B 5 95 0 Distante, em cobertura (parte) Cu 15 5 80 Próximo das raízes Fe 40 10 50 Próximo das raízes Mn 15 5 80 Próximo das raízes Mo 5 95 0 A lanço Zn 20 20 60 Próximo das raízes Fonte: Modificada de MALAVOLTA et al. (1997). para N, 20%-30% para P2O5 e 60%-70% para K2O, pois os nutrientes são perdidos mais facilmente por erosão, lixiviação, volatilização e fixação no sistema solo-planta-atmosfera. Na prática da adubação eficiente e racional o programa inicia-se com a amostragem e a análise de solo, continua com as práticas corretivas (principalmente calagem, gessagem e fosfatagem), com a adoção do sistema de plantio direto e da integração lavourapecuária, e termina com a utilização de fertilizante mineral. A prática da calagem é a primeira medida a ser adotada no manejo químico de solos tropicais ácidos. Deve ser realizada visando manter o pH da solução ao redor de 5,5 a 6,5 (em água), no qual há equilíbrio na disponibilidade dos nutrientes. A calagem de solos ácidos aumenta a disponibilidade de N para as plantas devido à maior mineralização do N orgânico e/ou maior fixação do N do ar por bactérias fixadoras livres ou simbióticas. Além do N, a disponibilidade de S, e até certo ponto do B, é estreitamente ligada à decomposição microbiana da matéria orgânica (M.O.). Em pH baixo, o fósforo da solução do solo precipita com Al, Fe e Mn, porém, quando o pH é corrigido, esses elementos se precipitam e o fósforo fica mais disponível. Em um dado pH, a adsorção química dos micronutrientes metálicos é tanto maior quanto maior o teor de óxidos e hidróxidos de Fe e Al, de argilas 1:1 e de M.O. (esta apenas para os cátions metálicos) do solo devido ao maior número de sítios de adsorção. Em conseqüência, após a adição de fertilizantes, a concentração dos elementos na solução será maior nos solos de textura leve. Contudo, com a absorção pelas plantas, nestes solos há maior decréscimo na concentração dos elementos na solução (baixo poder tampão) do que nos solos de textura mais argilosa e com maior teor de matéria orgânica (alto poder tampão). Assim, solos com alto poder tampão necessitam, em geral, de adubações mais pesadas; porém, estes não se esgotam tão rapidamente quanto os solos de baixo poder tampão. Para um mesmo efeito na nutrição das plantas, os micronutrientes metálicos (Zn, Cu, Fe, Mn e Co), e mesmo o boro, devem ser adicionados em doses maiores em solos potencial- INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 122 – JUNHO/2008 mente mais férteis, como os argilosos, em relação aos solos arenosos, menos férteis. É importante ressaltar que os micronutrientes metálicos devem ser aplicados no solo de forma localizada, no sulco de plantio. Em culturas perenes já instaladas, a aplicação mais eficiente é via foliar. Os solos de clima temperado, por conterem, de modo geral, maiores teores de M.O. e de argilas 2:1, apresentam maior CTC, maior fertilidade e menor lixiviação de cátions quando comparados aos solos tropicais, com menores teores de M.O. e predominância de argilas 1:1 e de óxidos de Fe e Al. Logo, a adoção do plantio direto e/ou cultivo mínimo é fundamental em climas tropicais para aumentar o equilíbrio do sistema por meio de: menores perdas por erosão e lixiviação, maior reciclagem de nutrientes, redução na fixação de H2PO4-, menor nitrificação do amônio e formação de complexos com cátions. Em média, a contribuição da M.O. na CTC do solo tropical é de 74% para os horizontes superficiais. A produção de matéria seca e sua longevidade no solo variam de acordo com o sistema de produção empregado, as espécies anuais exploradas e o clima de cada região. Na integração lavoura-pecuária, o Sistema Santa Fé tem sido um dos sistemas preferidos por produzir palhada de alta qualidade para o plantio direto. A partir do consórcio de culturas anuais – milho, sorgo, milheto, arroz de terras altas – com forrageiras, principalmente braquiárias, este sistema proporciona palhada para o sistema de plantio direto ou a produção de forragens para a entressafra, podendo abrigar parte representativa do rebanho bovino no período da seca (Figura 1). Em áreas de primeiro cultivo, ou áreas de baixa fertilidade com pastagens degradadas, onde a pluviosidade não é favorável para o cultivo de safrinha, pode-se cultivar soja ou arroz na abertura, seguida de sorgo ou milheto antes do cultivo do milho + braquiária. Dentre as espécies de braquiária empregadas, a Brachiaria brizantha é a mais aconselhável, pois produz mais matéria seca e proporciona maior reciclagem de nutrientes, como mostram os dados da Tabela 2. 3 anos, a tendência é de aumento não só na área de plantio como também no uso de insumos, entre eles o de N. Diante deste cenário, é urgente a busca de novas tecnologias para diminuir o custo de produção de alimentos. Figura 1. Integração lavoura-pecuária – Sistema Santa Fé. Tabela 2. Reciclagem de nutrientes por braquiárias com alta produção de matéria seca. Nutriente B. brizantha 17 t ha-1 ano-1 B. decumbens 10 t ha-1 ano-1 B. ruziziensis 9 t ha-1 ano-1 Nitrogênio 289 170 153 Fósforo 34 20 18 Potássio 340 200 180 Cálcio 85 50 45 Magnésio 51 30 27 Enxofre 17 10 9 De acordo com a Tabela 2, o cultivo de B. brizantha tem grande importância na reciclagem de N e K, principalmente. Além disso, a elevada relação C/N desta gramínea possibilita que a palhada permaneça mais tempo no solo. Em certos casos, recomendase a aplicação antecipada do N para evitar a imobilização do mesmo pelos microrganismos decompositores da palha. Considerando o aumento do aproveitamento dos nutrientes no perfil do solo, principalmente pelo aumento no volume do sistema radicular das plantas, com a adoção das recomendações e práticas citadas, a tendência é de que as doses da adubação de manutenção possam ser reduzidas. REALIDADE E PERSPECTIVAS PARA O USO DE AZOSPIRILLUM NA CULTURA DO MILHO – Solon C. de Araujo, Sócio-Diretor da SCA, Consultor da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes; email: [email protected] A Revolução Verde, ocorrida nas décadas de 60 e 70, proporcionou grande incremento na produtividade das culturas e na oferta de alimentos, reduzindo significativamente o índice de fome nos países em desenvolvimento. Atualmente, as condições para a produção agrícola estão críticas, os custos dos insumos aumentaram sem o correspondente aumento na renda dos produtores e alguns países do mundo encontram-se no limiar da fome. Tomando-se como base a área cultivada com milho no Brasil, que é da ordem de 14 milhões de hectares (duas safras ao ano), e um consumo de 50 kg ha-1 de N – média entre lavouras com alto, médio e baixo uso de tecnologia – tem-se um consumo médio anual de 700 mil toneladas de N. Com os preços das commodities agrícolas em alta, o que parece ser um fato a ser mantido por alguns 4 O Brasil se destaca no mundo por utilizar o melhor sistema de inoculação da soja – fixação biológica de nitrogênio – em programa integrado entre melhoristas e microbiologistas. O uso de Rhizobium como insumo agrícola se firmou de tal maneira, com excelentes trabalhos de pesquisa, que já se pode colher acima de 4 t ha-1 de soja usando-se como fonte de N exclusivamente a fixação biológica de nitrogênio. Já se vislumbra muito claramente a possibilidade do uso da fixação biológica de N para maior aporte deste elemento também na cultura de milho, bem como em outas culturas. Caso não seja possível a substituição da totalidade do N, pode-se diminuir substancialmente o uso do elemento e, conseqüentemente, reduzir os custos da lavoura e de energia não renovável no país, pois, para que ocorra a reação básica de transformação do N em amônia (N2 + 3H2 = 2NH3), em laboratório ou na indústria de fertilizantes nitrogenados, é necessário um elevado gasto de energia (500oC e 200 atm de pressão). No ambiente natural, a reação ocorre à temperatura ambiente nas bactérias ou nos nódulos devido à presença da enzima nitrogenase, que cataliza a reação e faz com que o processo ocorra a níveis bem menores de energia. A bactéria consome energia da planta (açúcares) mas esta é compensada pelo aporte de N fornecido ao sistema. Os organismos envolvidos na fixação de N, definidos de acordo com seu sistema de relacionamento com as plantas, podem ser: • Fixadores simbióticos: Rhizobium, Bradyrhizobium, Sinorhizobium. Já estão incorporadas ao sistema produtivo e já fazem parte da rotina de um grande número de agricultores, principalmente os produtores de soja. • Fixadores assimbióticos não associativos: Azotobacter, Derxia, Beijerinckia, Clostridium. Vivem em vida livre no solo, fixam o N e o incorporam ao solo. A quantidade de N trazida por estas bactérias para o sistema solo é muito variável, estimando-se em 10 a 15 kg ha-1, dependendo do solo, da temperatura e de outros fatores. • Fixadores assimbióticos associativos: Azospirillum, Azotobacter, Glucanoacetobacter, Herbaspirillum, Burkholderia. Formam um sistema associativo com as plantas, mas sem a complexidade da formação de nódulos. O gênero Azospirillum está dividido em seis espécies: Az. lipoferum, Az. brasilense, Az. amazonense, Az. irakense, Az. halopraeferans, Az. largimobile, Az. dobereinerae. As espécies mais estudadas para uso em inoculantes são a Azospirillum lipoferum e a Azospirillum brasilense. Além da divisão em espécies, estas são subdivididas em estirpes, selecionadas de acordo com a sua capacidade de fixar N, produzir fitohormônios e compatibilidade com diferentes espécies vegetais e cultivares. O Azospirillum é bactéria aeróbica, fixadora de N, gram negativa, espiralada, móvel, com flagelo polar e cílios laterais, que realiza todas as fases do ciclo do N, exceto a nitrificação, e transfere apenas 20% do N fixado para a planta. Esta última característica é um dos fatores limitantes para o desenvolvimento de produtos, embora não anule a utilidade da tecnologia. As características benéficas do Azospirillum como inoculante são: a bactéria é endofítica, ou seja, penetra na raiz das plantas; apresenta antagonismo a agentes patogênicos; associa-se com INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 122 – JUNHO/2008