Deputada Federal Profª Raquel Teixeira PSDB/GO Abertura Solene

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Deputada Federal Profª Raquel Teixeira
PSDB/GO
Abertura Solene do 2º Congresso Goiano de Neurocirurgia
29/maio/2009
Castros Park Hotel
Goiânia (GO)
Durante os cinco anos em que morei em Berkeley, fazendo um Doutorado em Lingüística,
fiz parte de um grupo de Ciências Cognitivas muito atuante, e embora a Neurolinguística, a
Lingüística Cognitiva e a Psicolingüística sejam áreas que sempre me fascinaram, confesso que
nunca me imaginei falando em um Congresso de Neurocirurgia...
É claro que o que me traz aqui não são os meus hoje já defasados conhecimentos em
Neurolinguística mas minha profunda admiração pela área médica em geral, pela história da
Medicina em Goiás, história da qual meu pai, Clovis Figueiredo, faz parte, mas acho que acima de
tudo, minha gratidão, amizade e respeito por um dos pioneiros da Neurocirurgia em nosso Estado –
o Dr. Ruy Ignácio Carneiro, meu médico, um dos homenageados nesta noite festiva.
Conheci o Dr. Ruy ainda quando estudantes porque fomos vizinhos, na rua 7, no centro,
onde moravam meus pais e a família do Dr. Ruy. Casamos e tivemos filhos mais ou menos na
mesma época e nossos filhos mais velhos, o Sandoval e o Alládio, são amigos de infância cujos
laços de amizade se consolidaram em viagens de férias que fizemos juntos, à praia, no Espírito
Santo, mas acima de tudo no sentimento de companheirismo que os aproximou e uniu. Mas só
amizade também não justificaria minha presença nesta solenidade. Não com direito a palavra.
Estou aqui como paciente agradecida, e falando por centenas de pacientes agradecidos, de cada um
dos médicos homenageados. Talvez ainda hoje, apesar dos enormes avanços tecnológicos que
mudaram a face da Medicina, o vínculo médico-paciente continue sendo um indicador inigualável
da excelência da prestação de serviços médicos. Inspirar confiança no paciente é meio caminho
andado para o sucesso do tratamento. Quando essa confiança vem acompanhada de ética, carinho,
sinceridade de propósitos, e acima de tudo, competência e domínio da área específica, aí criam-se
as condições para as homenagens.
Ninguém está aqui sendo homenageado por seus belos olhos. Homenagens não caem do céu
nem chegam por acaso. Cada um dos senhores tem uma história que qualifica a Neurocirurgia
goiana e brasileira. A Neurocirurgia em si, enquanto área do conhecimento, não tem cara e não
tem alma. Tem História, mas não histórias. Cara e histórias têm as pessoas que trabalham nela, que
são também as que lhe formam a alma. Por isso a história da Neurocirurgia em Goiás é o conjunto
da história, da cara e da alma de cada um dos senhores.
Quando nos idos de 1960, o Dr. Orlando Martins Arruda iniciou suas atividades em
Goiânia, talvez tenhamos aí um marco para aquilo que chamamos de “o início da Neurocirurgia em
Goiás”. Em 1967, o Dr. Ruy Carneiro transferiu-se para Goiânia, com formação neurocirúrgica no
Hospital do Servidor Público de São Paulo. Mas foi em 1970 que os médicos Paulo Afonso
Guimarães e Abdo Badim, em um Congresso Médico em Campinas, compartilharam com seus
colegas Valter da Costa, e, depois, Henrique Lobo, Roberto Arão Gomes, Orlando Arruda e Ruy
Carneiro o desejo de criar um Centro de Neurologia em Goiás. Várias reuniões depois, a idéia se
concretizou, quando oito neurologistas se instalaram no Hospital São Francisco de Assis, dando
início ao Instituto de Neurologia de Goiânia. Isso era 1972 e a atual sede só foi inaugurada em
1975. Mais de trinta anos passados são visíveis hoje o resultado da luta e da dedicação desses
médicos pioneiros no processo de estruturação da neurocirurgia em Goiás. As inovações e os
avanços empreendidos são uma resposta ao sonho de transformar Goiânia em um dos pólos de
excelência da Neurocirurgia da América Latina.
Dr. Ruy fez parte da primeira turma da Faculdade de Medicina da UFG e da primeira turma
de internato e residência médica do Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo. Como
médico, é brilhante, como empreendedor, é destemido, mas é como Ser Humano que ele mais se
destaca, seja como esposo, pai, avô ou amigo. Fiel em sua religiosidade, talvez melhor dizendo, em
sua espiritualidade, ele é um daqueles raros homens que se deixa inspirar por virtudes como as da
temperança, da generosidade, da diligência, da paciência, da caridade e da humildade. O exercício
da vaidade ou a busca desenfreada de posses materiais estão longe de ser o seu foco. Sua força vem
do equilíbrio entre o caráter do homem de fibra e a simplicidade do homem de bem.
O sopro de Deus que chega até o Dr. Ruy, também chegava até o Dr. Orlando Arruda, que
viveu, em vida, a experiência da morte; que encontrava em suas orquídeas e na Natureza em geral
o contraponto para suas muitas horas de cirurgias pesadas, trazendo-lhe o necessário equilíbrio
emocional. A inspiração divina não pára por aí, e o Dr. Samyr Helou, apaixonado por tecnologia, o
primeiro a trazer a tomografia computadorizada para a América Latina, dizia, em relação à
evolução tecnológica da medicina que “nada desta parafernália tem valor se atrás da máquina não
estiver o cérebro do homem e este conjunto à serviço da criatura de Deus”.
Voltando ao Instituto de Neurologia, já vimos que entre seus pioneiros está o Dr. Valter da
Costa, um mineiro que, como muitos, meu pai inclusive, adotou Goiás, coisa que ele fez desde que
o Dr. Henrique da Veiga Lobo convidou-o para Goiânia, no final dos anos sessenta. Dr. Valter faz
parte daqueles 8 pioneiros do Instituto de Neurologia, exerce hoje o cargo de Diretor Geral do
Hospital, mas destacou-se também, além do trabalho cotidiano com seus pacientes, na sua vida
acadêmica. Apresentou trabalhos e fez conferências em inúmeros Congressos, publicou capítulos
importantes de livros de Neurocirurgia, tendo desenvolvido uma rica carreira internacional: Fellow
em Neurocirurgia em Boston, Ontário e Montreal, no Canadá, entre outros.
Também rica é a vida profissional e institucional do Dr. Luiz Fernando Martins, Doutor em
Neurocirurgia pela Universidade de Berlim, na Alemanha, que acumula a Diretoria Administrativa
do Instituto de Neurologia de Goiânia, com a Presidência da Sociedade Latinoamericana de
Neurocirurgia Funcional e Estereotaxia. É ainda membro da Academia Goiana de Medicina e
Membro Estrangeiro da Sociedade Alemã de Neurocirurgia.
O Dr. Geraldo de Jesus Gonsalves é baiano, com passagem pelo Rio de Janeiro, onde
estudou medicina e especializou-se em neurocirurgia com o Dr. Paulo Niemeyer. Em Goiânia
desde 1976, atuou no Hospital São Francisco de Assis, na Santa Casa de Misericórdia, e foi diretor
geral do Hospital Geral de Goiânia. O Dr. Geraldo dedica parte de seu tempo à importantíssima
tarefa de coordenar a comissão de implantação do Museu da História da Medicina de Goiás, da
Associação Médica de Goiás. Hoje empresta sua inteligência, seu conhecimento, sua experiência
ao Hospital Santa Helena, outro hospital que orgulha os goianos, desde que o Dr. José Fleury e Dr.
Francisco da Cunha Bastos resolveram brindar esta cidade com sua fundação.
Também atua no Hospital Santa Helena, além do Centro Goiano de Neurologia, outro
importante homenageado da noite, Dr. Durval Peixoto de Deus, goiano de Corumbaíba, egresso da
nossa UFG, com formação neurocirúrgica, no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro.
De Anápolis, onde atua desde 1970, temos o Dr. Wolney Ronaldo Silva, formado em Belo
Horizonte, com formação neurocirúrgica na Santa Casa de Misericórdia de BH. Membro Titular da
Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Academia Brasileira de Neurocirurgia, foi Presidente
de Congressos de Neurologia e Neurocirurgia, palestrante de vários Congressos e Presidente da
Associação Médica de Anápolis.
Por fim, quero falar da minha alegria em saudar meu amigo, meu colega professor da
Universidade Federal de Goiás, Dr. José Edison da Silva Cavalcante. Nossas mães, antes de nós, já
eram amigas e comungavam o mesmo ideário espiritualista. E o José Edison e eu dividimos
alegrias e frustrações na construção da Universidade Federal de Goiás: fomos diretores juntos, ele
da Medicina, e eu, do Instituto de Ciências Humanas e Letras. Estávamos os dois recém retornados
do exterior, eu, dos Estados Unidos, e ele da França, onde fez seu Doutorado e, mais tarde, o pósdoutorado, no Hospital Universitário de Nantes. O Dr. José Edison atua em Cirurgia, com ênfase
em Neurocirurgia, no Hospital Santa Mônica.
É quando o exercício da profissão é também vocação que as homenagens acontecem. Por
isso, os senhores estão aqui.
Centenas de cérebros passam pelas mãos dos senhores, médicos neurocirurgiões, que
extirpam tumores, reparam danos causados por hemorragias ou traumatismos. Fazem o que para
nós, seres humanos comuns, é incompreensível. Colocam literalmente as mãos na massa, ou
melhor, nos nossos cérebros.
Para fazer isso, além de estudar muito, mas muito mais do que a gente imagina, têm de ter
mais talento e habilidade do que a gente concebe, porque é uma área muito complexa. Por isso, o
fazem com ciência, delicadeza e precisão incalculáveis. Como anjos tocando nossas almas.
E lidam com as nossas essências, com os nossos significados, com os nossos comandos,
nossas historias, nossas almas, nossas vidas com toda a dedicação, seriedade e responsabilidade de
suas próprias vidas e por isso mesmo merecem todos os tributos, hoje e sempre.
Abraçando a Marielza, a Marilena, o Ruy Filho e o Sandoval quero abraçar as esposas,
filhos e filhas de todos os homenageados, expressando meu reconhecimento, que é o
reconhecimento de todo o povo de Goiás, que tenho orgulho de representar na Câmara Federal.
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