Português - NEEJA Caxias do Sul

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NEEJA
NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
CAXIAS DO SUL – 4ª CRE
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ENSINO MÉDIO
LÍNGUA PORTUGUESA
MÓDULO – ÚNICO
MAIO - 2017
Listagem de conteúdos
1. Fonética:
a) Fonema e Letra
1
b)
c)
d)
e)
Encontro Vocálico
Encontro Consonantal
Dígrafo
Divisão Silábica
2. Acentuação Gráfica:
a) Oxítonas e Monossílabos tônicos
b) Paroxítonas
c) Proparoxítonas
d) Ditongos Abertos
e) Hiatos
f) Acento Diferencial
.
Ortografia:
a) Emprego do h
b) Emprego do s, z, g, j, x,ch, e, i, s / c / ç / sc / ss
c) Formas Variantes (principais)
d) Porquês
4. Crase:
a) Obrigatória
b) Facultativa
c) Proibida
d) Casos com pronomes – demonstrativo
– relativo
5
Classes de Palavras
a) Substantivo
b) Adjetivo
c) Artigo
d) Pronome
e) Numeral
f) Advérbio
g) Verbo
h) Preposição
i) Conjunção
j) Interjeição
6. Frase – Oração – Período
7. Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado
a) Predicação
b) Predicativo
8. Termos Integrantes da Oração:
a) Objeto Direto
b) Objeto Indireto
c) Complemento Nominal
d) Agente da Passiva
9. Análise sintática do período
a) Período – simples
– composto
b) Orações coordenadas
Termos acessórios da Oração:
a) Adjunto Adnominal
b) Adjunto Adverbial
c) Aposto
d) Vocativo
2
c) Orações subordinadas adjetivas
d) Orações subordinadas adverbiais
10. Concordância Nominal e Verbal
11. Regência Nominal e Verbal
12. Pontuação
NO FINAL DO MÓDULO O ALUNO DEVERÁ
1. Estabelecer as relações de sentido entre os elementos do texto (coesão e coerência);
2. Reconhecer a ideia central do texto, identificando seus dados explícitos e implícitos;
3. Caracterizar os diferentes tipos de texto;
4. Analisar e interpretar dados da realidade;
5. Reconhecer e expressar diferentes níveis de formalidade do texto;
6. Reconhecer a fonética dentro das palavras;
7. Utilizar a acentuação gráfica, observando as novas normas ortográficas;
8. Selecionar adequadamente o emprego ortográfico e suas variantes;
9. Identificar a crase, valorizando a sua importância;
10. Reconhecer palavras que utilizem hífen, utilizando as normas estabelecidas.
11. Compreender e reconhecer as funções das palavras;
12. Analisar morfologicamente as palavras variáveis e invariáveis.
13. Identificar os indicadores da sintaxe, relacionando a combinação entre as palavras;
14. Perceber as relações sintáticas dos termos essenciais, integrantes e acessórios da oração
(estudo do período simples)
15. Analisar e estabelecer conexões entre orações independentes (coordenadas) e
dependentes (subordinadas);
16. Perceber o papel das conjunções nas relações sintáticas, no processo de coesão textual
e também na construção de sentido.
17. Caracterizar os diferentes tipos de texto;
18. Analisar e interpretar dados da realidade
19. Conhecer e aplicar algumas regras de concordância verbal e nominal;
20. Estabelecer a relação de regência verbal, junto aos verbos intransitivos, TD, TI indiretos e
sua significação;
21. Demonstrar conhecimento da preposição e utilizar na regência nominal;
22. Estudar e aplicar corretamente as normas de pontuação.
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
TEXTO I
Dormir fora de casa pode ser tormento
Mirna Feitoza
3
A euforia de dormir na casa do amigo é tão comum entre algumas crianças quanto o pavor de
outras de passar uma noite longe dos pais. E, ao contrário do que as famílias costumam imaginar, ter
medo de dormir fora de casa não tem nada a ver com a idade. Assim como há crianças de três anos que
tiram essas situações de letra, há pré-adolescentes que chegam a passar mal só de pensar na ideia de
dormir fora, embora tenham vontade.
Os especialistas dizem que esse medo é comum. A diferença é que algumas crianças têm mais
dificuldade para lidar com ele. “Para o adulto, dormir fora de casa pode parecer algo muito simples, mas,
para a criança, não é, porque ela tem muitos rituais, sua vida é toda organizada, ela precisa sentir que tem
controle da situação”, explica o psicanalista infantil Bernardo Tanis, do Instituto Sedes Sapientiae. Dormir
em outra casa significa deparar com outra realidade, outros costumes. “É um desafio para a criança, e
novas situações geram ansiedade e angústia”, afirma. [...]
(Folha de São Paulo, 30/8/2001)
TEXTO II
Tormento não tem idade
- Meu filho, aquele seu amigo, o Jorge, telefonou.
- O que é que ele queria?
- Convidou você para dormir na casa dele, amanhã.
- E o que é que você disse?
- Disse que não sabia, mas que achava que você iria aceitar o convite.
- Fez mal, mamãe. Você sabe que odeio dormir fora de casa
- Mas, meu filho, o Jorge gosta tanto de você...
- Eu sei que ele gosta de mim. Mas eu não sou obrigado a dormir na casa dele por causa
disso, sou?
- Claro que não.Mas...
- Mas o que, mamãe?
- Bem, quem decide é você. Mas, que seria bom você dormir lá, seria.
- Ah, é? E por quê?
- Bem, em primeiro lugar, o Jorge tem um quarto novo de hóspedes e queria estrear com
você. Ele disse que é um quarto muito lindo. Tem até tevê a cabo.
- Eu não gosto de tevê.
- O Jorge também disse que queria lhe mostrar uns desenhos que ele fez...
- Não estou interessado nos desenhos do Jorge.
- Bom. Mas tem mais uma coisa...
- O que é, mamãe?
- O Jorge tem uma irmã, você sabe. E a irmã do Jorge gosta muito de você. Ela mandou
dizer que espera você lá.
- Não quero nada com a irmã do Jorge. É uma chata.
- Você vai fazer uma desfeita para a coitada...
- Não me importa. Assim ela aprende a não ser metida. De mais a mais você sabe que eu
gosto da minha cama, do meu quarto. E, depois, teria de fazer uma maleta com pijama, essas coisas...
- Eu faço a maleta para você, meu filho. Eu arrumo suas coisas direitinho, você vai ver.
- Não mamãe. Não insista, por favor. Você está me atormentando com isso. Bem, deixe eu
lhe lembrar uma coisa, para terminar com essa discussão: amanhã eu não vou a lugar nenhum. Sabe por
que, mamãe? Amanhã é o meu aniversário. Você esqueceu?
- Esqueci mesmo. Desculpe, filho.
- Pois é. Amanhã estou fazendo 50 anos. E acho que quem faz 50 anos tem o direito de
passar a noite em casa com sua mãe, não é verdade?
(Moacyr Scliar. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2001. p. 173-4)
. O texto I foi publicado num jornal e trata do medo de algumas pessoas de dormir fora de casa.
De acordo com o texto:
a) Esse medo se restringe às crianças?
__________________________________________________________________________
b) Por que dormir fora de casa causa tanto desconforto às crianças?
__________________________________________________________________________
. O texto II foi criado pelo escritor Moacyr Scliar a partir da reportagem lida sobre o
medo.
a) Qual dos dois textos trata de um problema concreto da realidade?
__________________________________________________________________________
b) E qual deles cria uma história ficcional a partir de dados da realidade?
__________________________________________________________________________
. O texto II, sendo uma crônica, apresenta vários componentes comuns a outros gêneros
narrativos, como fatos, personagens, tempo, espaço e narrador. Além disso, apresenta também
preocupação quanto ao modo como os fatos são narrados. O narrador, por exemplo, omite
propositalmente uma informação a respeito do filho, que só é revelada no final da história.
a)
No início da história, o leitor é levado a crer que o filho é criança ou adulto? Por quê?
____________________________________________________________________________
b)
A informação omitida sobre o filho só é revelada no final do texto. O que essa revelação
provoca?
____________________________________________________________________________
. O diálogo entre mãe e filho deixa “pistas” que permitem imaginar como são as personagens,
como é o tipo de vida que levam, seus hábitos, manias, etc.
a)
Você supõe que o filho seja casado ou solteiro? Por quê?
____________________________________________________________________________
b)
Como você caracterizaria o filho?
____________________________________________________________________________
c)
Que tipo de relacionamento o filho parece ter com a mãe?
____________________________________________________________________________
d)
As características do filho têm relação com o estado civil dele?
____________________________________________________________________________
5. Você observou que os dois textos abordam o medo de dormir fora de casa. Apesar disso,
são bastantes diferentes. Essas diferenças se devem à finalidade e ao gênero de cada um dos
textos, bem como ao público a que cada um deles se destina.
a)
Qual é a finalidade principal do texto I, considerando-se que se trata de uma
reportagem jornalística?
____________________________________________________________________________
b)
E qual é a finalidade principal do texto II, considerando-se que se trata de uma crônica
literária?
____________________________________________________________________________
6. A fim de sintetizar as diferenças entre os dois textos, compare-os e responda:
a)
Qual deles apresenta uma linguagem objetiva, utilitária, voltada para explicar um
assunto ligado à realidade?
___________________________________________________________________________
b) Em qual deles a linguagem é propositalmente organizada a fim de criar duplo sentido?
____________________________________________________________________________
c)
Qual deles tem a finalidade de informar o leitor sobre uma situação real?
___________________________________________________________________________
d) Qual deles tem como finalidade entreter, divertir ou sensibilizar o leitor a partir de um tema
relacionado a uma situação real?
____________________________________________________________________________
e)
Considerando as reflexões que você fez sobre a linguagem dos textos em estudo,
responda: Qual deles é um texto literário? Por quê?
____________________________________________________________________________
FONÉTICA
Observe que a palavra fogo tem quatro sinais gráficos, que são as letras. Para cada sinal
gráfico dessa palavra existe um som: /f/, /o/, /g/, /o/. Essas unidades sonoras, capazes de
estabelecer diferença de significado entre as palavras, recebem o nome de fonemas.
Fonética é a parte da gramática que estuda os sons da língua. E para compreendermos
melhor estes sons, precisamos distinguir fonema de letra.
Fonema: é a menor unidade sonora das palavras. O fonema é representado por barras
inclinadas. Ex: você - /v/, /o/, /s/, /e/.
Letra: é a representação gráfica dos fonemas da fala.
Exs: porta = 5 letras, 5 fonemas
janela = 6 letras, 6 fonemas
caderno = 7 letras, 7 fonemas
Mas: Nem sempre fonema e letra correspondem ao mesmo número. Há os seguintes
casos:
1.
Dígrafos: são duas letras que formam um fonema (ch, lh, nh, gu, qu, sc, sç, xc, xs,
rr, ss).
Ex: carro: 5 letras, 4 fonemas
chinelo: 7 letras, 6 fonemas
churrasco: 9 letras, 7 fonemas
2.
A letra x é uma letra que representa dois fonemas /ks/.
Ex: táxi: 4 letras, 5 fonema
/ks/
tóxico: 6 letras, 7 fonemas
/ks/
3.
As letras m, n, às vezes, nos finais de palavras ficam com som de /i/ ou /u/.
Ex: bem /i/, plantam /u/
vs
v s
4.
As letras e, o, às vezes, nos finais de sílabas ficando a letra e com som de /i/ e a
letra o com som de /u/.
Ex: mágoa /u/, róseo /i/
sv
sv
5.
A letra h não tem som nenhum.
Ex: hora = 4 letras, 3 fonemas
humildade = 9 letras, 8 fonemas
Classificação dos fonemas
Os fonemas são classificados em: vogais, semivogais e consoantes.
a)Vogais: são fonemas produzidos por uma corrente de ar, que, vinda dos pulmões, passa
livremente pela boca. As vogais funcionam como base da sílaba.
Ex: a, e, i, o, u.
b)Semivogais: são as letras i ou u com sons fracos e sempre acompanhadas de vogais.
Ex: noite, aula
vs v s
c)Consoantes: são fonemas produzidos pela corrente de ar vinda dos pulmões que encontra
obstáculos (língua, dentes, lábios).
Ex: b, d, f, l, etc.
Encontros Vocálicos
Encontro vocálico é uma união de fonemas vocálicos (vogais ou semivogais) em uma
mesma sílaba ou sílabas diferentes. Há três tipos de encontro vocálico: ditongo, tritongo e hiato.
a)
Ditongo: é o encontro de uma vogal e uma semivogal, e vice-versa. O ditongo
é dividido em crescente e decrescente.
- Crescente: quando pronunciamos primeiro a semivogal e depois a vogal. S+V
Ex: tábua, lírio
s v sv
- Decrescente: quando pronunciamos primeiro a vogal e depois a semivogal. V+S
EX: couro, faixa, beijo, degrau
* A nasalidade de uma
vogal é marcada por
vs
vs
vs
vs
m, n, ~ (til).
Os ditongos também são divididos em orais e nasais.
- Orais: quando o som sai apenas pela boca sem obstáculos.
Ex: régua,
caixa
Sv
ditongo crescente orai
vs
ditongo crescente oral
- Nasais: quando o som sai pela boca e pelo nariz.
Ex: limão /u/,
também /i/
v s ditongo decrescente nasal
b)
V + S.
Ex: enxaguou
v s – ditongo decrescente nasal
Tritongo: é o encontro de semivogal + vogal + semivogal na mesma sílaba. S +
Svs
Os tritongos são classificados em orais e nasais.
Ex: guaipeca,
saguão /u/
svs
tritongo oral
svs
tritongo nasal
c)
Hiato: é o encontro formado por duas vogais, que ficam em sílabas separadas. V + V.
Ex: du-as, mi-a-do, cam-pa-i-nha
v v
v v
vv
Encontros Consonantais
Encontro consonantal é o agrupamento de consoantes na mesma sílaba ou em sílabas
diferentes.
Ex: pra-to, pla-ca, fla-gran-te, di-ver-tir, ros-to
Dígrafo
Dígrafo é a reunião de duas letras que representam um fonema ou um som.
Os dígrafos se dividem em:

Consonantais:
ch – ficha, cocho
lh – malha, joelho
nh – pinho, senha
rr – carro, berro
ss– osso, russo
sc – descida, discípulo
sç – desça, nasça
xc – excesso, exceto
xs – exsudar (transpirar)
gu – joguete, guisado
qu – raquete, máquina

Vocálicos:
am, an – campo, sândalo
em, en – tempo, sentido
im, in – límpido, pingo
om, on – pompa, ronco
um, un– tumba, anúncio
* As letras m, n, não representam
consoantes mas indicam que a
vogal nasalizou.
Sílaba
Sílaba é o conjunto de fonemas pronunciados em uma única emissão de voz.
A base da sílaba é a vogal. A sílaba é classificada em: tônica (forte) e átona (fraca).
Exemplos: ca-fé
com-pos-tu-ra
sílaba átona sílaba tônica
átona átona tônica átona
Classificação das palavras quanto ao número de sílabas:
 monossílabos – uma só sílaba: lar, fé, som

dissílabos – duas sílabas: amor, lua, praça

trissílabos – três sílabas: viagem, açúcar, canela

polissílabos- quatro ou mais sílabas: almanaque, sociedade
Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica:
a) Oxítonas: sílaba tônica é a última.
Ex: Pa-rá, pa-pel
b) Paroxítonas: sílaba tônica é a penúltima.
Ex: pró-ton, be-rin-je-la
c) Proparoxítonas: sílaba tônica é a antepenúltima.
Ex: dra-má-ti-co, o-lím-pi-co
Divisão Silábica
Na divisão silábica, há determinadas regras que devemos seguir:
1. Não se separam as vogais de ditongos e tritongos.
Ex: pai-xão, i-guais
2. Não se separam as consoantes dos dígrafos lh, nh, ch, gu, qu.
Ex: ga-lho, vi-nho, cha-ma, bos-que, guer-ra
3. Não se separam da sílaba anterior as consoantes que não forem seguidas de vogal.
Ex: ap-to, fleug-ma, ad-mis-são
4. Não se separam os encontros consonantais que iniciam palavras:
Ex: gno-mo, pneu-má-ti-co
5. Separa-se o ditongo do hiato, quando aparecerem juntos.
Ex: sa-iu, ca-iu
6. Separam-se as vogais dos hiatos.
Ex: mo-í-do, ba-ú
7. Separam-se as consoantes dos dígrafos rr, ss, sc, sç, xc, xs.
Ex: bar-ro, pas-so, as-cen-der, des-ço, ex-ce-len-te, ex-sudar
8. Os prefixos (des-, in-, sub-, etc.) desmembram-se para formar outra sílaba, quando seguidos
de vogal.
Ex: de-su-ni-ão, i-ne-vi-tá-vel, su-ben-ten-der
Exercícios:
1. Leia os quadrinhos e faça o que se pede.
a)De que forma o quadrinista conseguiu criar humor na tira?
____________________________________________________________________________
b) Quantas letras e fonemas têm as palavras a seguir, empregadas no primeiro quadrinho?
finalmente L_____ F______ longa L_____ F _______ homens L_____ F _____
chegamos L ______ F_____ marcha L_____ F_____ valer L_____ F_____
c)Escreva as palavras que ocorrem dígrafos, no terceiro quadrinho.
____________________________________________________________________________
d)Em que palavras há ditongos, no terceiro quadrinho? Diga três.
_____________________________________________________________________________
e)Os encontros consonantais nas palavras do quarto quadrinho. Escreva três.
_____________________________________________________________________________
2. Leia o texto:
Levara as meninas à missa. Ao voltar, por desfastio dominical, perturbara o sono
egípcio da biblioteca de Sousa Costa, e viera pro jardim sob a pérgola, entender aplicadamente
uma elegia de Camões. No vestido alvíssimo vinha latejar as frutinhas da luz. O rosa estalava
duro, gotejando no ar um cheiro pesado que arrastava.
Mário de Andrade, Amar, verbo intransitivo, Rio de Janeiro, Editora Villa Rica, 1995.
a) Separe em sílabas as palavras destacadas no texto.
______________________________________________________________________________
b)Cite três palavras que se separam como a palavra egípcio.
_____________________________________________________________________________
3. Separe as sílabas das seguintes palavras:
infecção ________ náusea _________ sucessão___________ esgoelar____________
freio ____________ subentender____________ desmiolado_________ excessivo___________
efervescência______________ obtenção________ coadjuvante________ impregnado________
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Observe a charge:
Leia as palavras: difíceis, será, você, consciência e país, retiradas do texto da charge e
você perceberá que uma de suas sílabas é pronunciada com mais intensidade, com mais força.
Trata-se da sílaba tônica, que está marcada por acento gráfico. Entretanto, nem sempre isso
ocorre, pois, na maioria das palavras da língua portuguesa, a tonicidade, isto é, o acento tônico
das sílabas não vêm marcado por acento gráfico.
A acentuação gráfica das palavras, na língua portuguesa, obedece às seguintes regras
básicas:
a) oxítonas – acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em -a(s), -e(s), -o(s), -em, -ens:
babá(s), chalé(s), você(s), jiló(s), bisavô(s), vintém, parabéns
b) paroxítonas – acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em -l, -n, -r, -x, -i(s), -u(s),ã(s), -ão(s), -ei(s), -on(s), -um, -uns, -ps e ditongos crescentes seguidos ou não de -s:
nível, sêmen, pólen, hífen, líder, fênix, táxi(s), vírus, ímã(s), órgão(s),
vôlei,próton(s),álbum, fóruns, bíceps, série(s)
Atenção
As palavras paroxítonas terminadas em:
 -en–ens -- não são acentuadas no plural
hifens, polens, semens
-em -ens – não são acentuadas no plural
item, mentem, jovens, imagens
c) proparoxítonas – acentuam-se todas as palavras proparoxítonas:
mágico, zoológico, âncora, esplêndido, único
d) monossílabas tônicas – acentuam-se palavras monossílabas tônicas terminadas em -a(s),
-e(s), -o(s):
chá(s), pé(s), só(s)
e) ditongos abertos (oxítonas e monossílabas) – acentuam-se os ditongos abertos éu(s),
éi(s), ói(s):
chapéu(s), véu, herói, anéis, dói, babéis, céu, ilhéu
f) hiatos – acentuam-se as vogais -i e -u tônicas dos hiatos seguidas ou não de s, na sílaba
tônica:
ruído, baú, baús, caíste
 Não se acentuam, porém, os hiatos seguidos de l, m, n, r, z ou dígrafo -nh:
paul, ruim, ainda, sairmos, juiz, rainha
 O i e o u não são acentuados quando forem dobrados:
Xiita (membro de uma seita), sucuuba (árvore)
g) verbos ter e vir– no presente do indicativo, a forma da terceira pessoa do plural é acentuada
para diferenciá-la da forma da terceira pessoa do singular:
ele tem, ele vem; eles têm, eles vêm
Atenção
Os verbos derivados de ter e vir conservam essa acentuação:
ele mantém, eles mantém – ele provém, eles provêm.
h) acento diferencial:
 pôde (pretérito do verbo poder)
pode (presente do verbo poder)
Ex: Ontem você pôde e hoje não pode mais?
 pôr (verbo)
por ( preposição)
 Opcional: o substantivo fôrma (recipiente), para diferenciar da forma (molde, formato).
Ex: A melhor forma de iniciar o bolo é a seguinte: unte levemente a fôrma antes de pôr nela a
massa.
Exercícios:
1. No texto a seguir foram propositalmente omitidos os acentos gráficos de algumas palavras.
Leia integralmente o texto e, em seguida, reescreva as palavras, acentuando-as adequadamente.
Qual é a banda de rock que está há mais tempo na estrada?
Os Rolling Stones, atualmente em mais uma de suas incontáveis mega-turnes mundiais,
estão fazendo 41 anos de palco. Batizada de FortyLicks Tour (“Turne das Quarenta Lambidas”),
a excursão foi iniciada no ano passado justamente para comemorar as quatro decadas corridas
desde o primeiro show da banda, em 1962, no lendário Marquee Club, em Londres. Da formação
original, permanecem a dupla central Mick Jagger e Keith Richards e o baterista Charlie Watts,
todos sexagenarios, mas ainda capazes de empolgar as multidões que lotam estadios para ve-los
em carne e osso tocando classicos como “Satisfaction” e “Street Fighting Man”.
Em segundo lugar, aparecem os tambem ingleses The Who. Liderado pelo guitarrista e
compositor Pete Townshend, o grupo estreou em 1964 e se dissolveu em 1983 – mas nunca
deixou de fazer reaparições esporadicas. A banda estava às vesperas de uma grande turne
pelos Estados Unidos no ano passado, quando a morte do baixista John Entwhistle provocou o
cancelamento de todos os shows.
(José Augusto Lemos, Superinteressante – Mundo estranho. Set, 2003)
____________________________________________________________________________
2. Observe este grupo de palavras:
babá
jacaré
após
também
Qual é a regra que determina o tipo de acento das palavras que o constituem?
3. Dos grupos de palavras abaixo, indique aquele cujas palavras obedecem a mesma regra de
acentuação:
a) ( ) lá – café – retrós – amém
c) ( ) babá – pele – ano – pajens
b) ( ) haverá – dendê – cipó – amém
d) ( ) cajá – você – avó – item
4. Observe a sílaba tônica destacada nestas palavras:
manhã
refém
lêvedo
Indique o item em que a sílaba tônica das palavras esteja na mesma posição das relacionadas
acima:
a)( ) Nobel – mister – protótipo
c) ( ) sutil – cânon – Niágara
b) ( ) ureter – necropsia – fôlego
d) ( ) recém – néctar – erudito
5. Sublinhe a sílaba tônica das palavras a seguir e classifique-as quanto à tonicidade.
recorde ___________
nobel______________
condor_____________
refém ____________
austero_____________ tímido______________
réquiem ___________
idólatra_____________ alcoólatra____________
gratuito____________
armazém _____________recém_______________
6. Nas palavras a seguir, acentue adequadamente.
pudico
extase
hifen
pêssego
avaro
bençao
ensaboo
releem
enxaguem
jérsei
ingreme
quilometro
caracteres
latex
neutron
item
paraiso
ciúme
frequencia
textil
tupi
tabloide
vitro
Piaui
lagoa
medium
fenix
ORTOGRAFIA
Leia a tira de Laerte:
1.No 2º quadrinho, que letra completa adequadamente a palavra ni_eriano: g ou j?
2. No 6º quadrinho, que letra completa adequadamente a palavra:
a) con_eguiram: c ou s?
b) tor_er: c ou s?
Ortografia é a parte da gramática que trata da escrita correta das palavras.
Emprego das letras
a) Emprega-se a letra z:
 em palavras derivadas de outras grafadas com z:
juiz – ajuizado
fuzil – fuzilamento
 em substantivos abstratos femininos, derivados de adjetivos:
flácido – flacidez
rude – rudeza
 nas terminações -izar (verbos) e -ização (substantivos):
capital – capitalizar – capitalização
b) Emprega-se a letra s:
 nos sufixos -ês, -esa, -isa, -osa, -oso e -ense:
camponês, japonesa, sacerdotisa, bondosa, gostoso, paraense
 em palavras derivadas de outras que têm s no fim do radical:
análise – analisar
mesa – mesário
 em todas as formas dos verbos querer e pôr, que têm s:
quis, quiseram
pus, puseram
 em palavras em que o s apresenta o som de /c/ ou /ç/:
seco, seda, sensação, pretensão
c) Emprega-se a letra x:
 depois de ditongo:
ameixa, trouxa
 depois de sílaba inicial en-:
enxame, enxaqueca
Exceções: Palavras derivadas de outras que tenham ch:
encharcar (de charco), enchente (de cheio), enchiqueirar (de chiqueiro)
 depois da sílaba me:
mexer, mexerico
Exceção: mecha
d) Emprego do ch:
 grafam-se com ch palavras vindas do inglês, alemão, francês, espanhol e italiano:
charuto, cheque, sanduíche, chalé, chefe, apetrecho, mochila, charlatão, salsicha
xeque no jogo de xadrez ( origem árabe)
e) Emprega-se a letra j:
 em palavras derivadas de outras que já tenham j:
laranjeira (de laranja), granjeiro (de granja)
 nas formas dos verbos terminados em –jar e -jear:
esbanjei (esbanjar), festeje (festejar), gorjeia (gorjear)
 em vocábulos de origem ameríndia (sobretudo tupi) ou africana:
maracujá, pajé, jiboia, canjica, jiló, jirau
f) Emprega-se a letra g:
 em vocábulos formados pelo sufixo -gem:
ramagem, ferrugem, fuligem
Exceção: pajem, lajem, lambujem

em vocábulos terminados em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio:
pedágio, colégio, prestígio, relógio, refúgio
 vocábulos derivados de outros já grafados com g:
ungir – ungido
fingir – fingimento
g)Emprego do e / i
a) Emprega-se a letra e:
 nas formas do presente do subjuntivo dos verbos terminados em -uar e -oar:
continuar – continues – continue
abençoar– abençoes – abençoe
b) Emprega-se a letra i:
 na segunda e na terceira pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos terminados
em-uir, -air e -oer:
retribuir – retribuis – retribui
sair – sais – sai
moer – móis – mói
Emprego do s / c / ç / sc / ss
Observe as seguintes relações:
 verbos grafados em ced originam substantivos e adjetivos grafados em cess.
ceder – cessão – cessionário
conceder – concessão – concessionária
exceder – excessivo – excesso
 verbos grafados com nd originam substantivos e adjetivos grafados com ns.
ascender – ascensão – ascensional – ascensor
expandir – expansão – expansivo
distender – distensão – distensor
 verbos grafados com ter originam substantivos grafados com tenção.
abster – abstenção
ater – atenção
conter – contenção
PORQUE
PORQUÊ
POR QUÊ
POR QUE
Os Porquês
Conjunção explicativa. (pois)
Equivalente a um substantivo precedido de artigo,
pronome.Usado para causa,motivo.
final de frase ou início
Equivalente a pelo(s) qual(ais), pela(s) qual(ais),
por qual.
Teresa não foi à aula porque
estava doente.
Não sei o porquê de ela não
ter ido à aula.
Ela não foi à aula por quê?
Esta estrada por que passam
cinco mil carros todos os dias.
Exercícios:
1. No texto a seguir, algumas palavras estão incompletas. Complete-as de forma adequada.
O eni...ma grudento do ...iclete
Chiclete, quando gruda debai...o da cadeira do cinema ou no chão, é um custo para tirar.
Uma ...atice. Mas será que as gomas de mascar não poderiam virar algum tipo de cola
revolucionária, no futuro? Com essa ideia na cabeça, a indústria europeia decidiu pesquisar de
onde vem a força pega...osa da gulo...eima. Não é das ligações químicas dentro dela, que são
frá...eis. “Se depende e só disso, o chiclete seria 10.000 vezes menos grudento do que é”, diz o
físico Ludwick Leibler, da empre...a france...a Elf Atochem. Para ele, o segredo está em bolhas de
ar que se misturam à goma quando ela é mascada. Testes de laboratório mostram que, se você
tenta desgrudá-la de algum lugar, as bolhas re...istem ao pu...ão. Elas demoram para arrebentar
e, só depois disso, a ma...a da borra...a então se solta.
Superinteressante, mar. 1999.
2. 1. Assinale a sequência de palavras grafadas e acentuadas corretamente.
a) ( ) protótipo, pôquer, filantropo, corôa, amendoín
b) ( ) fagócito, austéro, colibrí, gibóia, odôr
c) ( ) sutil, necrópcia, reinvindicar, admissão, prazeirosamente
d) ( ) superstição, privilégio, heroísmo, fascínio, empecilho
2. 2. Reescreva as palavras do exercício anterior cuja grafia ou acentuação estão incorretas.
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
3. a) Explique o emprego de por que no texto a seguir, extraído de um anúncio publicitário:
MIAMI
POR US$ 586.
Viu por que tem
tanto brasileiro por lá?
b) Coloque a expressão por que na interrogativa, no final da frase.
______________________________________________________________________________
4. Complete as frases adequadamente com porque, por que, porquê ou por quê.
a) Ignoro ............ ocorreu o blecaute em nossa casa?
b) ............ não o recebemos mais em nossa casa? ............ ele se mostrou desrespeitoso e
agressivo.
c) As experiências não deram certo ainda ............?
d) O diretor reuniu toda a equipe ............ haveria mudanças no setor.
e) Neste ano faremos a viagem ............ você tanto anseia.
f) O ministro da saúde não explicou ............ ele deixou o cargo.
g) Vamos dizer-lhe o ........... de nossa ausência.
CRASE
Você observou que faz muita diferença o uso do acento grave, que indica a crase.
Crase é a contração da preposição a com o artigo definido a.
Crase Obrigatória
1. Quando substitui a preposição a para: ao, para a, da, na.
Ex: A sentença foi favorável à ré.
(A sentença foi favorável ao réu.)
Viajaremos à Bolívia.
(Viajaremos para a Bolívia.)
Iremos à Argentina.
(Cheguei da Argentina.)
2. Palavras femininas subentendidas (à moda, à maneira, ao estilo):
Ex: Ela usa sapatos à Luís XV.
(Ela usa sapatos à moda Luiz XV.)
Ela escreve à Machado de Assis.
(Ela escreve ao estilo Machado de Assis.)
3. Antes das palavras “horas, casa, terra, distância”, quando determinadas.
Ex: Sairemos às vinte horas.
Iremos à casa Magnabosco.
Ele irá à terra de seus pais.
Ouvi um tiro à distância de dez metros.
4. Nas locuções prepositivas, conjuntivas ou adverbiais (à procura de, à medida de, às cegas, às
claras).
Ex: Estou à procura de melhorias.
5. A preposição a com a inicial a do pronome demonstrativo (aquele, aquela, e aquilo). Nessa
contração deve haver a substituição de:
- Aquele(s) por a esse(s);
- Aquela(s) por a essa(s);
- Aquilo por a isso.
*Haverá crase. Sem ocorrer alteração de sentido.
Ex: Nunca fui àquela reunião.
(Nunca fui a essa reunião.)
Devolva o livro àquele senhor.
(Devolva o livro a esse senhor.)
** Não serão craseados quando trocados por: este (s), esta (s), isto, esse (s), essas (s), isso.
6. O pronome relativo tem um substantivo como antecedente. Para saber se existe crase ou não,
devemos substituir este antecedente por um substantivo masculino. Se o a se transformar em
ao, há crase, sem alteração de sentido. Mas se o a permanecer inalterado, será uma
preposição e não há crase.
Ex: A carreira à qual aspiro é almejada por todos.
(O trabalho ao qual aspiro é almejado por todos.)
Ouvimos uma voz igual à que o monstro soltava.
(Ouvimos um rugido igual ao que o monstro soltava.)
Não usar crase
1. Antes de palavra masculina;
2. Antes do verbo;
3. Antes de pronomes de tratamento, pessoais e indefinidos com exceção de outras;
4. Quando o a estiver no singular e a palavra seguinte no plural:
Ex: Chegou a conclusões erradas.
5. Diante das palavras: casa (sentido de lar, moradia) e terra (chão firme).
Ex: Voltamos cedo a casa.
Os astronautas desceram a terra.
* Mas no caso: Os astronautas desceram à Terra a crase é usada em função de Terra(planeta).
Crase Facultativa
1. Diante de nomes pessoais do sexo feminino.
Ex: Ele fez referência a ou à Sandra.
2. Diante de pronomes femininos
Ex: Obedeço a ou à minha irmã.
3. Depois da preposição até (locução até a).
Ex: Fomos até a ou à feira.
Exercícios:
1. Justifique o emprego da crase na frase:
Ele voltou à terra de seus antepassados.
_____________________________________________________________________________
2. Leia o texto a seguir:
A dúvida
“A ou À realizar-se no dia 8 de dezembro...?”
Para que seu convite de casamento não apresente erros gramaticais e possa, por isso,
provocar risinhos de algum convidado mais exigente, escreva:
‘ A realizar-se no dia 8 de dezembro...’
DUARTE, Sérgio Nogueira. Língua viva III – Uma análise simples e bem-humorada da linguagem do
brasileiro.
Qual é a explicação gramatical para que não ocorra crase na expressão que suscitou a dúvida?
3. Na frase “Refiro-me a esta moça, e não a que estava aqui antes”, há crase no termo
destacado? Justifique sua resposta.
4. Coloque devidamente o acento grave indicativo da crase, quando for necessário:
a)( ) Iremos a uma reunião na casa de uns amigos.
b)( ) Ficar frente a frente com ele não foi agradável.
c)( ) Lorena foi a festa de seus pais contrariada.
d)( ) Não compete a mim julgar qualquer pessoa.
e)( ) Sentimo-nos completamente a vontade durante toda a estadia na casa deles.
5. Na frase “Elas teceram vários elogios a minha atuação”, há presença ou não de crase?
Justifique sua resposta.
6. Explique o emprego do acento grave nas expressões em destaque:
a) Ele teve que fazer tudo às pressas._______________________________________________
b) Joana disse adeus à esperança._________________________________________________
7.Leia as seguintes frases:
I. Voltei a casa ao fim da tarde e a encontrei me esperando.
II. Voltei à casa de meus pais e a encontrei me esperando.
O que explica a não ocorrência de crase no primeiro enunciado e sua obrigatoriedade no
segundo?
______________________________________________________________________________
CLASSES DE PALAVRAS
Todas as palavras da nossa língua pertencem a uma classe gramatical. Existem dez
classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, artigo, pronome, numeral, advérbio, conjunção,
preposição, interjeição. Obs: Caso tenha dúvidas utilize reforço para estudar classe das
palavras.
No texto abaixo, dê a classe gramatical das palavras destacadas:
O incrível beija-flor
O beija-flor é capaz1 de bater as2 asas mais rapidamente3 que as outras4 aves, chegando,
em algumas espécies, a atingir5 até oitenta6 batidas por segundo7, o que lhe8 dá sustentação no9
ar. Vários10 fatores contribuem para11 isso entre eles o fato de seu12coração13 ser
proporcionalmente maior que o de outras aves, permitindo melhor circulação do sangue14,
e15portanto16, melhor17 irrigação dos músculos18. O beija-flor19 não somente bate20 as asas em
alta21 velocidade como também22 consegue fazê-las23 girar à volta24 do corpo, descrevendo25 a
forma de um oito no ar26. Como27 resultado, ele consegue parar, mover-se28 lentamente ou29 dar
marcha a ré em30 pleno ar.
(Superinteressante. 1999)
1 ____________
11 ____________
21 ____________
2 ____________
12 ____________
22 ____________
3 ____________
13 ____________
23 ____________
4 ____________
14 ____________
24 ____________
5 ____________
15 ____________
25 ____________
6 ____________
16 ____________
26 ____________
7 ____________
17 ____________
27 ____________
8 ____________
18 ____________
28 ____________
9 ____________
19 ____________
29 ____________
10 ___________
20 ____________
30 ____________
Dessas dez classes, as mais importantes são duas: substantivo e verbo.
Substantivo é o nome de tudo o que existe ou imaginamos existir:
casa – jornal – alma – fada – saudade – amor
O artigo e o adjetivo existem para acompanhar o substantivo. O artigo sempre
antecede o substantivo; o adjetivo pode vir antes ou depois do substantivo e sempre indica
qualidade, defeito, condição, etc. Ex:
Artig
Substantiv
Adjetiv
o
o
o
O
Quarto
sujo
A
Casa
vazia
Um
Banheiro
limpo
Uma
Idéia
boa
Artig
o
Adjetiv
o
Substantiv
o
O
corajoso
soldado
A
estranha
figura
Um
grande
homem
Uma
linda
mulher
O adjetivo pode vir representado por uma expressão (duas ou mais palavras), a
locução adjetiva.
Ex: quarto de dormir, casa de campo, banheiro de mármore, ideia de gênio.
Toda palavra que dá ideia de número é numeral:
um – dois – segundo – terceiro – duplo
Toda palavra que substitui ou acompanha um substantivo, referindo-se a uma das
pessoas do discurso, é pronome.
Ex:
Ela chegou. (Ela substitui um substantivo: Maria, Luísa, etc. e se refere à 3ª pessoa.)
Chegou nossa irmã. (Nossa acompanha o substantivo irmã e se refere à 1ª pessoa.)
No primeiro exemplo, temos um pronome substantivo, pois o pronome ela está
substituindo o nome, fazendo as vezes de um substantivo. No segundo exemplo, temos um
pronome adjetivo, pois o pronome nossa está acompanhando o substantivo irmã, fazendo as
vezes de um adjetivo.
Toda palavra que pode ser conjugada é verbo. Conjugar é fazer uma palavra passar por
uma série de variações.
Ex: estudar é verbo, porque podemos conjugá-lo: eu estudo, tu estudas, etc.
Verbo
Advérbio
O companheiro do verbo é o advérbio
Estudo
bastante
Ex:
Dormi
Mal
Falaram
calmamente
Chegamos
perto
O advérbio pode vir representado por uma expressão (duas ou mais palavras), a locução
adverbial.
Ex: estudo à noite, falaram sobre futebol, dormi de bruços, cheguei de mansinho.
Toda palavra que liga duas outras entre si é preposição.
Ex: casa de campo, falar sobre futebol, café com leite, chegar após o almoço.
Toda palavra que liga duas orações é conjunção. A existência de uma oração é
determinada pela presença de um verbo.
Ex:
oração
oração
A sala está suja.
Ninguém a limpou.
A sala está suja, porque ninguém a limpou.
↓
conjunção
Tomei café e fui à escola.
↓
conjunção
Toda palavra que indica emoção ou qualquer sentimento repentino é interjeição.
Ex: Nossa!, Ui!, Puxa!
Se existirem duas ou mais palavras com o mesmo valor, temos a locução interjetiva.
Ex: Nossa Senhora!, Cruz credo!, Macacos me mordam!.
Exercícios:
Leia o texto abaixo e responda as questões de 1 a 6.
Brinquedos
Cecília Meireles
Ora, uma noite, correu notícia de que o bazar se incendiara. E foi uma espécie de festa
fantástica. O fogo ia muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo bairro
todo. As crianças queriam ver o incêndio de perto, não se contentavam com portas e janelas,
fugiam para a rua, onde brilhavam bombeiros entre jorros d’água. A eles não interessava nada,
peças de pano, cetins, cretones, cobertores, que os adultos lamentavam. Sofriam pelos
cavalinhos e bonecas, os trens e os palhaços, fechados, sufocados em suas grandes caixas.
Brinquedos que jamais teriam possuído, sonhos apenas de infância, amor platônico.
O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou sendo um famoso galpão de cinzas.
Felizmente, ninguém tinha morrido – diziam em redor. Como não tinha morrido ninguém? –
pensavam as crianças. Tinha morrido um mundo, e, dentro dele, os olhos amorosos das crianças,
ali deixados.
E começávamos a pressentir que viriam outros incêndios. Em outras idades. De outros
brinquedos. Até que um dia também desaparecêssemos sem socorro, nós brinquedos que
somos, talvez, de anjos distantes!
1. Dê a classe gramática das palavras e expressões destacadas no texto:
a) ora
i) correu
b) notícia
j) se
c) o
k) pelo
d) de perto
l) e
e) a
m) eles
f) de pano
n) teriam possuído
g) platônico
o) felizmente
h) ninguém
p) em
2. Copie do último parágrafo do texto:
a) dois substantivos
b) duas preposições
c) dois verbos
d) um pronome indefinido
e) uma locução adverbial
f) um pronome pessoal do caso reto
g) um advérbio
h) um adjetivo
3. O título do texto é “Brinquedos”. A classe gramatical dessa palavra é:
a) ( ) advérbio
b) ( ) interjeição
c) ( ) pronome
d) ( ) substantivo
4. “ O bazar ficou sendo um famoso galpão de cinzas.”
Neste período há um adjetivo e uma locução adjetiva. Identifique-os.
5. A expressão d’água em “jarros d’água” é:
a) ( ) um substantivo composto
b) ( ) um substantivo derivado
c) ( ) um adjetivo
d) ( ) uma locução adjetiva
6. “Ora, uma noite, correu notícia de que o bazar se incendiara... o fogo ia muito alto, o céu ficava
todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo bairro todo.”
Retire do trecho acima todos os verbos:
7. Complete as frases, de forma que se tornem íntegras e verdadeiras:
a) Em nossa língua existem ............ ....classes de palavras: substantivo, artigo, .................,
numeral, pronome, ............... , advérbio, preposição, .................... e interjeição.
b) Dessas ............ classes de palavras, as mais importantes são duas: ................ e .....................
c) Substantivo é o nome de tudo o que ................... ou imaginamos ............................
d) O................ e o ..................... sempre acompanham o substantivo.
e) Todo ................. antecede o substantivo.
f) O adjetivo pode vir ................... ou ................. do substantivo e indica qualidade, defeito,
condição, etc.
g) Toda e qualquer palavra que vier logo depois de um artigo é um .......................
h) O conjunto de duas ou mais palavras com o valor de um adjetivo recebe o nome de .................
i) O conjunto de duas ou mais palavras com o valor de um advérbio recebe o nome de .................
j) O conjunto de duas ou mais palavras com o valor de uma interjeição recebe o nome de ............
8. Identifique as afirmações corretas:
a) ( ) A preposição existe para ligar verbos.
b) ( ) A conjunção existe para ligar orações.
c) ( ) A interjeição sempre indica susto.
d) ( ) Em nós chegamos cedo existe um pronome substantivo
e) ( ) Em o problema é seu existe um pronome substantivo
f) ( ) O pronome está diretamente relacionado com as pessoas do discurso, ou seja, eu, tu
ele (singular), nós, vós, eles (plural).
g) ( ) Todo pronome acompanha necessariamente um verbo.
h) ( ) Verbo é a palavra que pode ser conjugada.
i) ( ) O advérbio, como o nome indica, acompanha um verbo.
j) ( ) Qualquer palavra que dê ideia de número é numeral.
9. Identifique o substantivo, o adjetivo e o artigo:
a) uns óculos escuros
f) uma verdadeira reforma
____________________________
______________________________
b) os cobertores macios
___________________________
g) uma moça elegante
_______________________________
c) as novas colegas
___________________________
h) um olhar distante
________________________________
d) um bonito gol
___________________________
i) um péssimo resultado
________________________________
e) umas maçãs maduras
__________________________
j) a ensolarada varanda
________________________________
10. Identifique o substantivo, a locução adjetiva, o numeral, o pronome e o verbo:
a) ambos os alunos
f) casa de veraneio
____________________________
_____________________________
b) ele é o bom
____________________________
g) jornalista competente
______________________________
c) mil desculpas
____________________________
h) cinquenta cheques de viagem
____________________________
d) ela lhe perdoou
____________________________
i) empresas de jornal
_____________________________
e) despesas de vulto
____________________________
j) todos o viram
_____________________________
11. Identifique o verbo, o advérbio e a locução adverbial:
a) luar magnífico
f) lazer dominical
____________________________
_______________________________
b) prazer imenso
____________________________
g) estudar de manhã
________________________________
c) andar térreo
_____________________________
h) transmitir ao vivo
________________________________
d) andar bastante
_____________________________
i) casar outra vez
_________________________________
e) bazar sujo
____________________________
j) amar de novo
___________________________________
12. Identifique as preposições e as conjunções:
a) cheiro de abacaxi
f) entrada para funcionários
____________________________
_________________________________
b) abacaxi com chantili
___________________________
g) estudar para crescer
__________________________________
c) trabalhar desde criança
___________________________
h) ir por terra
___________________________________
d) viajar e descansar
__________________________
i) viajar sem dinheiro
____________________________________
e) quero que você saia
__________________________
j) chorar porque está doente
_____________________________________
13. Construa uma frase com interjeição e outra com locução interjetiva.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
14. Complete as frases da forma que melhor lhe convier.
a) Gosto de primavera porque ...................................
b) O verão só é bom quando ......................................
c) Gosto do inverno, mas ...........................................
d) O outono é triste, embora ......................................
e) A vida é boa, contudo ............................................
15. Complete as frases com a classe de palavras adequada, identificando-as:
a) Não tenho medo ....... cara feia.
b) Só vou visitá-los ........ vocês vierem me visitar.
c) Toda mulher do mundo tem medo ........ baratas.
d) Há muita gente que tem aversão ....... políticos.
e) Susana veio aqui ............ nos ajudar.
f) Querem ........seja o salvador da pátria.
g) Ninguém sabe......... isso vai realmente acontecer.
h) Ifigênia confessa ter ódio .......... gente falsa.
i) Na vida nada se cria, nada se perde, ............... se transforma.
j) O Palmeiras jogou ontem ............ o Corinthians......... venceu.
k) O trabalho de fecundação das .................., feito pelas .................., é muito mais importante do
que a produção de mel.
l) O verão, que chega oficialmente no mês de ................................, é um período em que várias
espécies de ............... voam para o Brasil em busca de alimento e de ...................... mais altas.
m) No coração, em uma hora, passam quatrocentos litros de ...............................
n) Devemos a ................................ do para-................... a Benjamim Franklin.
o) Se o século .............. tem início em 1901, o século XXI tem início em............................
p) ............... de Camões, o maior escritor ......................, morreu na miséria.
q) ................, o maior planeta do sistema solar, possui vários ..........................
r) Ouviram do Ipiranga ......... margens plácidas.
s) Uma parte dos homens age sem pensar, a outra, pensa sem ......................
t) Assim como o corpo volta à terra, a .................. volta ao céu.
SINTAXE
Sintaxe é a parte da gramática que estuda as relações de combinações entre as palavras.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
Contextualizando
Na comunicação, expressamo-nos através de uma frase, de uma oração ou de um
período.
No texto da tira acima, há exemplo de cada uma dessas construções. No primeiro
quadrinho, há um período; no segundo, uma oração; e no terceiro, uma frase. Veremos a seguir
como identificá-las.
Conceituando
FRASE
Frase é toda palavra ou conjunto de palavras que constitui um enunciado de sentido
completo.
A frase construída com verbo ou locução verbal é chamada de frase verbal (ou oração).
Aquela que não apresenta verbo, e cujo sentido está centrado em um nome, é chamada de frase
nominal.
Observe os exemplos:
Frases nominais
Que dia magnífico!
Lombada na pista.
Silêncio!
Frases verbais
Ajeitou o vestido no corpo.
De manhã, recebeu a notícia.
Festejavam a assinatura de um novo contrato.
ORAÇÃO
Oração é a frase construída com um verbo ou uma locução verbal.
Observe os exemplos:
Mal posso esperar!
Os candidatos apresentam-se, hoje, na televisão.
PERÍODO
Período é a frase formada por uma ou mais orações.
O avião sobrevoou a pista. (simples)
Parece / que a colheita vai ser boa este ano. (composto)
1ª oração
2ª oração
O período composto por uma oração, denominada oração absoluta, é chamada de
período simples. O período com mais de uma oração é chamado de período composto.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Sujeito e predicado
As orações apresentam em sua estrutura termos que se unem para dar sentido à
comunicação. Observe:
“As árvores humilhadas / bateram com os ramos no chão.” (Cecília Meireles)
Nessa oração há dois termos básicos: o sujeito (as árvores humilhadas) e o predicado
(bateram com os ramos no chão).
SUJEITO
Sujeito é o termo da oração que concorda em número e pessoa com o verbo.
Exemplos: O céu está nublado.
Nós dançamos a noite toda.
Deixa os homens enfeitiçados, o andar de Brigite.
Observe que nem sempre o sujeito está no início da oração.
*Lembram como encontrar o sujeito? Fazendo a pergunta ao verbo. Vamos usar o primeiro
exemplo acima. O quê está nublado? É o céu. Portanto, o céu é sujeito.
Classificação do Sujeito
Simples: possui apenas um núcleo.
Ex: Uma andorinha não faz verão.
O sujeito é uma andorinha e seu núcleo é andorinha.
* núcleo – palavra principal do sujeito, ou de qualquer termo da oração.
Composto: possui dois ou mais núcleos.
Ex: O piso, a caixa de azulejo e as portas estão na lavanderia.
O sujeito é “O piso, a caixa de azulejo e as portas” e seu núcleo é piso, caixa, portas.
Oculto: quando está implícito na desinência do verbo, ou seja, ele não aparece na oração, mas
pode ser identificado pela desinência do verbo.
Ex: Fizemos uma linda festa surpresa para Carlos.
Veja que o sujeito não aparece, mas pela desinência mos, sabemos que se trata da primeira
pessoa do plural (nós).
Sujeito indeterminado
Quando não se pode identificar claramente o sujeito. A indeterminação do sujeito pode
ocorrer de duas maneiras:
a-Verbo na terceira pessoa do plural, sem referência ao sujeito, nem antes da oração, nem
depois.
Ex: Quebraram a balança do parque.
Observe o período abaixo:
Anderson e Rodrigo estavam brincando no parque e quebraram a balança.
Nessa oração “quebraram a balança”, embora não apareça o sujeito, pelo contexto podese identificá-lo (Anderson e Rodrigo).
b-Verbo na terceira pessoa do singular + a partícula se (índice de indeterminação do sujeito).
Exs: Vive-se muito mal onde não há saneamento.
Precisa-se de voluntários.
Oração sem sujeito
Temos oração sem sujeito quando a ação do verbo não é atribuída a nenhum ser. Ocorre
quando usamos verbos impessoais.
Ex: Nevou na Argentina.
Casos em que ocorrem oração sem sujeito:
a-Verbos que indicam fenômenos da natureza. Chover, nevar, esquentar, esfriar, trovejar.
Ex: Choveu a noite inteira.
b-Verbos fazer, haver, ir quando indicam tempo corrido.
Ex: Faz quatro anos que nos conhecemos.
Há dois anos, esperávamos ansiosos pela mudança do século, e agora que mudou
percebemos que tudo continua igual.
c-Verbo ser sem expressões de tempo.
Ex: Já era madrugada quando o telefone tocou.
d-Verbo haver com sentido de existir.
Ex: Havia muitas pessoas no casamento.
EXERCÍCIOS
Copie os sujeitos dos verbos destacados no texto a seguir, sublinhe os núcleos e classifique os
sujeitos.
Um povo que não batizou o azul
As florestas de Papua-Nova Guiné, na Oceania, são azuis. Pelo menos para os berinmos,
povo primitivo que habita o país. Pesquisadores das universidades de Londres e Surrey, na
Inglaterra, descobriram que o berinmos classificam suas cores de modo particular. O verde e o
azul, por exemplo, são uma cor só. Eles dão nomes a apenas outras quatro cores, equivalentes
ao vermelho, amarelo, branco e preto. Por muitos anos, psicólogos e antropólogos discutiram se
a linguagem humana evoluiu para adequar-se a forma como vemos o mundo ou se a forma
como vemos o mundo depende do modo como usamos a linguagem. A descoberta feita em
Papua- Nova Guiné sugere que a classificação das cores pode variar segundo a cultura. Estudos
com esquimós chegaram a resultado semelhante. Há vários nomes para o branco, equivalentes
ao matizes que os esquimós enxergam na neve e no gelo.
Revista Época, 22 mar. 1999.
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PREDICADO
Predicado é o termo que afirma algo sobre o sujeito.
Ex: Sueli trabalha no hospital.
O termo trabalha no hospital é a informação que temos de Sueli.
Classificação do Predicado
O predicado pode se apresentar de três maneiras, dependendo do tipo de informação que
temos.
1.Predicado verbal
O predicado verbal apresenta um verbo significativo que indica uma ação; é a informação
mais importante sobre o sujeito, e o verbo sempre será o núcleo.
Ex: Fernanda e Lucas escreveram um lindo artigo. → Predicado Verbal
(núcleo do predicado verbal: escreveram).
2.Predicado nominal
O predicado nominal não apresenta um verbo significativo, que traga uma informação
sobre o sujeito, ele apenas fará a ligação com um termo que apresente essa informação, uma
característica. O núcleo desse predicado é o predicativo do sujeito.
Ex: Marcela é professora estadual. → Predicado Nominal
(predicativo do sujeito: estadual)
3.Predicado verbo-nominal
O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos, duas informações sobre o sujeito,
uma com o verbo, que será a ação praticada por ele, e outra por uma característica, que poderá
ser do sujeito ou do objeto.
Ex: Luís chegou alegre ao trabalho.
O vendedor achou o negócio ótimo.
PREDICAÇÃO VERBAL
Observe que alguns verbos e locuções verbais em destaque na tirinha apresentam
informações do sujeito, como recebi, quer sair, acho, teve, veio buscar, fomos. Outros como
estou, está, era não informam nada sobre o sujeito, porém fazem a ligação deste com a
informação feliz, atrasado, meu.
Essas observações são importantes para se classificar a relação do verbo com o sujeito e
os outros termos da oração.
Classificação sintática dos verbos
Verbo de Ligação
Verbo de ligação é aquele que não traz uma informação sobre o sujeito, mas o liga a sua
característica, que é chamada de predicativo do sujeito.
Exs: Meu namorado está doente.
O chefe anda preocupado ultimamente.
Os idosos pareciam felizes com a recepção.
A plantação de soja transgênica é uma alternativa econômica.
Nós ficamos cansados com tanta corrupção.
As crianças permaneceram dormindo no sofá.
* Verbos de ligação: ser, estar, andar, ficar, permanecer, parecer, continuar.
Verbos Significativos
Há verbos que trazem em si uma informação, um sentido completo, ou apenas precisam
de uma palavra para complementá-los. Podem ser:
Transitivos:
São verbos que necessitam de um complemento para transmitirem a informação completa.
São subdivididos em diretos e indiretos.
a)Transitivo direto:é o verbo que necessita de um complemento sem preposição.
Ex: Tiago e Cláudia venderam seu imóvel nesse domingo.
venderam – verbo transitivo direto
seu imóvel – objeto direto
*Como encontrar o objeto? Fazendo a pergunta ao verbo. Veja no exemplo acima. Venderam o
quê? Seu imóvel.
b)Transitivo indireto: é o verbo que necessita de um complemento com uma preposição.
Ex: Paulo e Vera necessitam de um empréstimo.
necessitam – verbo transitivo indireto
de um empréstimo – objeto indireto
c)Transitivo direto e indireto: é o verbo que necessita de dois complementos, um com
preposição e um sem.
Ex: O padeiro entregou o pão ao menino.
entregou – verbo transitivo direto e indireto
o pão – objeto direto
ao menino – objeto indireto
.
Intransitivos:
São verbos que trazem em si a informação necessária, sem exigir um complemento.
Ex: “(...) Os bambus suspiravam, as cigarras ciciavam, as rolas gemiam amorosamente. (...)”
(Lima Barreto)
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Complemento Verbal, nominal e agente da passiva
Objeto Direto
Leia o capítulo XVII, Os Vermes, do livro Dom Casmurro, observando os verbos e seus
complementos.
“Ele fere e cura!” Quando, mais tarde, vim a saber que a lança de Aquiles também curou
uma ferida que fez, tive tais ou quais veleidades de escrever uma dissertação a este propósito.
Cheguei a pegar em livros velhos, livros mortos, livros enterrados, a abri-los, a compará-los,
catando o texto e o sentindo, para achar a origem comum do oráculo pagão e do pensamento
israelita. Catei os próprios vermes dos livros, para que me dissessem o que havia nos textos
roídos por eles:
– Meu senhor, responde-me um longo verme gordo, nós não sabemos absolutamente
nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que roemos, nem amamos ou detestamos o que
roemos: nós roemos.
Não lhe arranquei mais nada. Os outros todos, como se houvessem passado palavra,
repetiam a mesma cantilena. Talvez esse discreto silêncio sobre os textos roídos, fosse ainda um
modo de roer o roído.”
Vocabulário:
Veleidades-intensão passageira.
Oráculo-relacionamento entre seres humanos e divindades.
Cantilena-música suave.
Os verbos em destaque são transitivos diretos, pois apresentam complemento sem a
necessidade de preposição.
Outros exemplos: “As casas espiam os homens.” (Carlos Drummond de Andrade)
l
objeto direto
“ Meus olhos têm melancolias.
l
objeto direto
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pronomes oblíquos podem ter função de complemento verbal. No caso dos pronomes
o, a, os, as sempre serão objetos diretos, mas me, te, se, nos, vos serão objetos diretos quando
ligados a verbos transitivos diretos.
Exs: O professor conheceu-nos na Pinacoteca do Estado.
Entrega-o ao ministro da Saúde.
Elegeram-me Prefeito da cidade.
Objeto Indireto
“Quaresma chegou-se para o centro do banco e ia ler o jornal que comprara. Desdobrouse vagarosamente, mas foi logo interrompido, bateram-lhe no ombro. Voltou-se.
– Oh! General!
O encontro foi cordial. O General Albernaz gostava dessas cerimônias e tinha mesmo um
prazer, uma deliciosa emoção em reatar conhecimentos que se tinham enfraquecido por uma
separação qualquer. “Estava fardado, com aquele uniforme mal tratado; não trazia espada e o
pince-nez continuava preso por um trancelim de ouro que lhe passava por detrás da orelha
esquerda.”
(Triste Fim de Policarpo Quaresma, Lima Barreto)
Vocabulário:
Pince-nez-óculos sem haste
Trancelim-trança estreita para fixar os óculos
Os verbos em destaque são transitivos indiretos, portanto necessitam de
preposição em seu complemento. Esses complementos são chamados de objetos indiretos.
Outros exemplos:
“Abraçava-me à noite nítida ...” (Cecília Meireles)
l
objeto indireto
“ Não te fies do tempo nem da eternidade.” (Cecília Meireles)
↓
objeto indireto
O objeto indireto pode apresentar como complemento pronomes oblíquos.
Ex: “bateram-lhe” e “lhe passava”
Os pronomes lhe e lhes, sempre que aparecerem como complemento verbal, terão a
função de objetos indiretos. Me, te, se, nos, vos serão objetos indiretos quando ligados a verbos
transitivos indiretos.
Exs: Mostraram-me um mundo diferente.
Contaram-me uma história absurda.
Indiquei-lhe uma excelente bibliografia.
Predicativo
Predicativo é o termo que, relacionado ao sujeito ou objeto, atribui-lhe uma característica.
Pode ser classificado em:
a)Predicativo do sujeito: refere-se ao sujeito e está ligado ao verbo de ligação.
Exs: O espetáculo é “fashion”.
A atriz é excelente.
b)Predicativo do objeto:refere-se ao objeto direto ou indireto.
Exs: O eletricista deixou meu pai assustado.
Eu comprei um apartamento pequeno.
Complemento Nominal
Complemento nominal é o termo da oração que completa um substantivo, adjetivo ou
advérbio por meio de uma preposição.
Exemplo: Os torcedores tinham confiança no técnico.
Observe que o verbo tinham tem como complemento o substantivo confiança que exerce
a função de objeto direto. Esse substantivo, porém, também necessita de algo que lhe complete o
sentido – confiança em quê? – no técnico, que exerce a função de complemento nominal.
Agente da Passiva
Agente da passiva é o termo que pratica a ação do verbo quando a oração está na voz
passiva. Vem sempre com preposição e o verbo ser..
Exemplo: “A carta foi entregue à moça pelo carteiro.”
Quem pratica a ação é o carteiro. O sujeito desta oração é o carteiro.
EXERCÍCIOS
1.Leia o texto e responda às questões.
O bom do limão
Os limonoides – compostos que dão aquele gosto azedo às frutas cítricas, como o limão e
a laranja – ajudam a baixar o colesterol e a prevenir o câncer. Pesquisadores japoneses e
canadenses acreditam que a substância tem propriedades anticancerígenas e pode evitar, em
princípio, câncer do cólon, mama e pulmão. Os cientistas estão agora preocupados em
desenvolver alimentos enriquecidos com limonoides. Outros estudos mostraram que o suco de
frutas cítricas ajuda a reduzir o colesterol em até 70%.
Revista Istoé, 31 mar. 1999.
a) Qual é o verbo de ligação presente nesse texto? Justifique sua resposta.
_____________________________________________________________________________
b) Copie três verbos transitivos diretos do texto e quais são seus complementos
verbais________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
c) Copie a frase onde ocorre verbo transitivo direto e indireto? Identifique seus complementos.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
2. Observe os diferentes empregos dos verbos e classifique-os quanto à transitividade.
a) O visitante comia a sobremesa lentamente. ______________________________
Nos fins de semanas, sempre comia no mesmo restaurante. _________________
Seu trabalho comia-lhe todo o tempo. ___________________________________
b) O salva-vidas assistiu o afogado com eficiência. __________________________
A equipe assistia à programação do desfile. ______________________________
Este trabalho assiste a todos os funcionários. _____________________________
3. Sublinhe os predicados das orações a seguir e circule os núcleos e classifique-os.
a) A prática do surfe tornou-se comum nas praias brasileiras._____________________________
b) Ainda existem sérias divergências entre representantes dos dois partidos._________________
c) Os poderes legislativo e judiciário precisam de reformas mais eficazes. ___________________
d) Continuavam incessantes os ataques contra a população iuguslava. ____________________
e) Minha rua acordou agitada, a espera de grandes festejos. _____________________________
f) Grande parte dos trabalhadores recebe um salário bem reduzido. _______________________
4. Circule os objetos diretos do verso a seguir.
“A vida é uma flor dourada
tem raiz na minha mão.
Quando semeio meus versos,
não sinto o mundo rolando
perdida no meu sonhar
nos caminhos que tracei.” (Cora Coralina)
5. Sublinhe os objetos indiretos do texto a seguir.
Com amigos como esses...
O governo americano escreveu o roteiro do jeito que quis e levou às negociações de paz
entre representantes da Sérvia e de Kosovo, num castelo da França. Era para ser assim: se os
encrenqueiros sérvios não concordassem com o cessar-fogo e a concessão de autonomia à
província rebelde, povoada majoritariamente por albaneses étnicos, seriam bombardeados pela
aviação da OTAN. As coisas nunca são tão fáceis nos Bálcãs – e os sérvios nem sequer puderam
ser responsabilizados. Para surpresa geral, os albaneses bateram o pé, insistindo na
independência total. Sem saber em quem jogar as bombas, Washington preferiu adiar o acordo
por três semanas.
Revista Veja, 3 mar. 1999.
6.Transcreva os complementos nominais e sublinhe os nomes a que eles se referem:
a) Sua confiança na defesa continuava inabalável. ______________________________
b) Não houve interesse do comprador pela proposta feita. ________________________
c) O público estava ansioso pelo resultado final do jogo. _________________________
d) O casal pareceu-me exigente na escolha do vinho. ___________________________
e) Ele tinha aversão à vida política. _________________________________________
7.Destaque dois predicativos do sujeito do texto a seguir.
Dragão asfixiado
Para o bem ou para o mal, os números da China são sempre impressionantes. No primeiro
caso, enquadra-se o crescimento econômico registrado em duas décadas de abertura, em torno
de 9% ao ano. No segundo, um dos subprodutos indesejados desse desenvolvimento acelerado:
a implosão do meio ambiente. O país mais populoso do planeta é também o mais monumental
desastre ecológico. Nove das dez cidades no ranking do ar mais poluído são chinesas, segundo
relatório do World Resources Institute, de Washington. A má qualidade do ar é responsável por
300.000 mortes por ano, de acordo com o Banco Mundial. Por volta de 70% dos rios estão
secando ou poluídos demais para permitir vida aquática. A China é o hábitat de 156 das 640
espécies ameaçadas de extinção.
Revista Veja, 31 mar. 1999.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
8.Destaque os predicativos do objeto nos textos a seguir.
a) “Sendo por isso que lhes chamamos estrela e flores.” (Fernando Pessoa)
______________________________________________________________________________
b) “Um pouco de natação tornaria meu corpo bonito?” (Brant Parker e Johnny Rout)
______________________________________________________________________________
c) “A professora considerou sua resposta satisfatória.”
______________________________________________________________________________
9.Identifique os agentes da passiva nas orações a seguir, circulando-os.
a) A entrega das revistas foi suspensa pela editora, devido ao atraso nos pagamentos.
b) Após o show, os vocalistas foram protegidos por um forte esquema de segurança.
c) A recepção dos aparelhos celulares está sendo melhorada, em todo o Brasil, por empresas já
consagradas.
d) O crescimento do desemprego tem sido comentado com detalhes pela imprensa mundial.
e) Grande parte da população interiorana ficou ilhada, durante dias, por sucessivas enchentes.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto e vocativo
Adjunto Adnominal
“ O cravo brigou com a rosa
debaixo de uma sacada
o cravo ficou ferido
e a rosa despedaçada."
Os termos destacados no texto acima são adjuntos adnominais.
Estão ligados aos substantivos com a finalidade de especificá-los, determiná-los, indeterminá-los
ou qualificá-los.
O adjunto adnominal pode ser expresso:
1) Pelos adjetivos: água fresca.
2) Pelos artigos: o mundo.
3) Pelos pronomes adjetivos: nosso tio.
4) Pelos numerais: dois pés.
5) pelas locuções ou expressões adjetivas: livro do mestre
Adjunto Adverbial *
É o termo que modifica o verbo, indicando as circunstâncias em que ocorre a ação verbal.
Embora seu uso seja mais frequente junto ao verbo, ele pode modificar também o adjetivo ou
outro advérbio.
* Atenção: O adjunto adverbial pertence ao predicado, mesmo que apareça no início da oração.
Ex: Neste parque, eu encontrei a Lilica. (adjunto adverbial deslocado).
Ex: “Nunca me esquecerei desse acontecimento.
Na vida de minhas retinas tão fatigadas. “ (Carlos Drummond de Andrade)
(o advérbio tão está intensificando o adjetivo fatigadas)
“Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. ” (Carlos Drummond de Andrade)
(o advérbio muito está intensificando o verbo afastemos)
Humberto fala muito bem.
( o advérbio muito está intensificando o advérbio bem)
Aposto e Vocativo
Observe que há termos que foram usados para chamar os personagens, e outros para explicar
um elemento mencionado anteriormente. Na sintaxe, são chamados de aposto e vocativo.
Aposto
É um termo da oração que explica, amplia, resume ou identifica o sentido do nome ao qual
se refere.
Ex: Joana, filha de dona Maria, comprou uma casa de praia.
Vocativo
Vocativo* é o termo da oração usado para chamar nosso interlocutor.
Ex: Meu bem, apaga a luz.
* Atenção: Não se anexa vocativo à estrutura do sujeito nem do predicado.
EXERCÍCIOS
1. Identifique o vocativo nos versos que se seguem, copiando-os.
a) “És precária e veloz, Felicidade...” (Cecília Meireles)
_____________________________________________________________________________
b) “Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
Se sabias que eu era fraco. “ (Carlos Drummond de Andrade)
____________________________________________________________________________
c) “Observo, ó Pai, a tua arquitetura.” (Murilo Mendes)
____________________________________________________________________________
d) “Meu rio, meu Tietê, onde me levas?” (Mário de Andrade)
____________________________________________________________________________
2. Do texto abaixo, sublinhe os apostos.
O novo cartão-postal na Bahia
O Dique do Tororó, no centro de Salvador, está de cara nova. Oito esculturas coloridas
representando os orixás, divindades do candomblé, foram erguidas no meio do lago, considerado
sagrado pelos adeptos dessa religião. As estátuas, criação do artista plástico baiano Tati Moreno,
fazem parte de um projeto de reurbanização do dique, convertido em área de lazer com muitas
árvores, pista de cooper, barquinhos e quiosque. Feitas de resina de fibra de vidro sobre
armações de ferro, têm 7 metros de altura e despertaram polêmica proporcional ao seu tamanho:
a bancada evangélica da Câmara Municipal de Salvador protestou contra a instalação, mas
acabou cedendo.
Revista Cláudia, nov. 1998.
3.Identifique os adjuntos adnominais do texto a seguir, sublinhando-os.
Como se fosse gente de verdade
Os médicos brasileiros ganharam um auxílio valioso para seu treinamento. Um robô que
simula as reações de um ser humano na mesa de cirurgia será usado por profissionais do Rio
para dar a maior fidelidade possível ao estudo dos residentes médicos. O simulador Real de
Paciente tem o tamanho de um homem adulto, pulsação de veias, batimento cardíaco, febre e
simula complicações que um paciente pode sofrer num centro cirúrgico. A novidade será
apresentada em São Paulo durante um simpósio que ocorrerá no Hospital Sírio Libanês e que
começa na sexta-feira 26. O Hospital dos Servidores do Estado, no Rio, uma unidade pública,
será o primeiro a treinar sua equipe com o simulador.
Revista Época, 22 mar.1999 “,
4.Sublinhe os adjuntos adverbiais do texto abaixo:
“ Para quem tem universo on-line, o pão de açúcar não é logo ali. É aqui.”
( Leila Sarmento. Gramática em textos, pág.280)
ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO
O período de uma oração pode ser simples ou composto.
O período simples apresenta uma oração que é classificada como absoluta.
O período composto apresenta mais de uma oração que é classificada como coordenada
ou subordinada.
PERÍODO COMPOSTO POR COOORDENAÇÃO
O período composto por coordenação é formado por orações independentes, que não têm
a função de completar outras orações. É constituído por orações coordenadas.
Observe os quadrinhos acima. Veja que não há nenhuma conjunção ligando as orações
“eu olhei/gostei/comprei”. São orações coordenadas assindéticas.
As orações coordenadas que possuem conjunção são chamadas de orações
sindéticas.
São as seguintes:
a)Oração coordenada sindética aditiva
Oração coordenada sindética aditiva é aquela que estabelece uma relação de soma em
relação a anterior.
Ex: A América é grande e tem muita gente importante.
Outros exemplos:
Roberta não entra, nem deixa ninguém entrar.
Gustavo come muito, mas também faz muita caminhada.
Principais conjunções: e, nem, mas também...
b)Oração coordenada sindética adversativa
Oração coordenada sindética adversativa é aquela que estabelece uma relação de
oposição em relação a oração anterior.
Ex: O Brasil jogou mal, mas se classificou.
Mais exemplos:
Yasmim teve um filho neste mês, porém já está trabalhando.
O mar estava bravo, contudo nadamos a manhã inteira.
Principais conjunções: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto...
c)Oração coordenada sindética alternativa
Oração coordenada sindética alternativa é aquela que estabelece uma relação de
alternância em relação a oração anterior.
Ex: Ou você estuda, ou adeus férias.
Ou você chora, ou você ri.
Vamos ao parque ou vamos à praia?
Principais conjunções: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, já... já ...
d)Oração coordenada sindética conclusiva
Oração sindética conclusiva é aquela que estabelece uma relação de conclusão em
relação a oração anterior.
Ex: João estudou muito, logo tirou boas notas.
Viajou muito; está, pois, cansado.
Pedro foi demitido, portanto está desempregado.
Principais conjunções: logo, portanto, por isso, de modo que, pois (depois do verbo).
e)Oração coordenada sindética explicativa
Oração sindética explicativa é aquela que explica o que está expresso na oração anterior.
Ex: Fique calmo, porque o susto já passou.
Principais conjunções: porque, que, pois (antes do verbo), porquanto.
Atenção: Comum haver verbo no imperativo na oração anterior.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Nesse período as orações que estabelecem uma relação de dependência em relação às
orações principais são chamadas de orações subordinadas. As orações que não possuem
conjunção são chamadas de oração principal. As que possuem conjunção são as seguintes.
Oração subordinada adjetiva
As orações subordinadas adjetivas exercem a função de adjetivo em relação a um
termo antecedente, restringindo-o ou explicando-o. Iniciam-se sempre com pronome relativo
(que, quem, cujo, o qual,...).
Classificam-se em:
a) Oração subordinada adjetiva restritiva
A oração subordinada adjetiva restritiva restringe, particulariza o termo a que se refere.
Ex.:Os pássaros que são azuis voam sobre as rosas.
Os pássaros voam sobre as rosas – oração principal
que são azuis – oração subordinada adjetiva restritiva, pois nem todos os pássaros voam
sobre as rosas, somente os que são azuis.
Outros exemplos:
O menino cujo pai está doente faltou novamente.
As folhas das quais falei caíram da árvore.
Os sonhos que tive eram assustadores.
b) Oração subordinada adjetiva explicativa
A oração subordinada adjetiva explicativa explica o termo a que se refere, dando uma
informação que já é do conhecimento do interlocutor, generalizando-o. Vem separada por vírgulas
ou travessões.
Ex: O ser humano, que é mortal, precisa conhecer o amor.
O ser humano precisa conhecer o amor – oração principal
Que é mortal - oração subordinada adjetiva explicativa, está informando que todo ser
humano é mortal.
Observe que a oração principal é dividida pela oração subordinada, fato muito comum nas
orações adjetivas.
Outros exemplos:
Encontrei meu amigo, que é fiel.
Entregaram as flores, as quais são vermelhas.
O filho, que tem treze anos, saiu de casa.
Obs.: A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração principal por vírgula. A
pontuação serve para diferenciar as orações explicativas das restritivas.
Oração subordinada adverbial
As orações subordinadas adverbiais exercem função de advérbio em relação à oração
principal. Observe as orações em destaque da tirinha acima. Elas indicam uma causa e uma
condição, ambas são orações adverbiais.
Elas se classificam em:
a) Oração subordinada adverbial temporal
A oração subordinada adverbial temporal indica o tempo em que ocorreu o fato expresso
pelo verbo da oração principal.
Ex: Depois que a chuva parou, o sol surgiu.
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que, mal,depois que...
Outros exemplos:
Mal a comida ficou pronta, eles sentaram-se à mesa.
“Quando o inverno chegar, eu quero estar junto à ti.”
b) Oração subordinada adverbial proporcional
A oração subordinada adverbial proporcional indica uma proporção em relação ao fato
expresso na oração principal. Essa relação existe quando a alteração se dá nos dois fatos
simultaneamente.
Ex: À medida que escalávamos a montanha, nós nos cansávamos.
Principais conjunções proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que,
quanto mais... tanto mais...
Mais exemplos:
Quanto mais ela mexia, mais o odor aumentava.
Meu amor aumentava, à proporção que nos conhecíamos.
Quanto mais eu fazia, menos queria fazer.
c) Oração subordinada adverbial final
A oração subordinada adverbial final indica a finalidade do fato expresso na oração
principal.
Ex: Eu vim para que vocês descansem em paz.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, que...
Mais exemplos:
Marcos estuda a fim de que passe no vestibular.
“Fiz sinal que se calasse.”
O papa foi ao Oriente para que houvesse paz.
d) Oração subordinada adverbial concessiva
A oração subordinada adverbial concessiva exprime concessão ao fato expresso na
oração principal.
Ex: Embora eu tenha muita paciência, não estou aguentando esperar mais.
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, se bem que, mesmo que...
Outros exemplos:
Eu ficaria aqui ainda que a casa caia.
Walter emprestará o dinheiro, mesmo que não seja para atos solidários.
Embora não tenha estudado, passou no concurso.
e) Oração subordinada adverbial condicional
A oração subordinada adverbial condicional expressa uma condição para que o fato
indicado na oração principal ocorra.
Ex: Caso consiga um empréstimo, começarei a construir a casa.
Principais conjunções condicionais: caso, se, desde que, contanto que, sem que (= se não).
Mais exemplos:
Caso estude, terá boas notas.
O carro será seu, se pagar tudo o que me deve.
Irão à praia, desde que faça sol.
f) Oração subordinada adverbial conformativa
A oração subordinada adverbial conformativa estabelece uma relação de conformidade
entre o fato expresso nela e a oração principal.
Ex: As coisas foram feitas, conforme suas ordens.
Principais conjunções conformativas: conforme, como, segundo, consoante.
Mais exemplos:
Devemos fazer as coisas segundo nossa consciência.
Você caminha como o médico lhe receitou.
Ele levou os documentos conforme pedido.
g) Oração subordinada adverbial causal
A oração subordinada adverbial causal informa uma causa para o fato expresso na oração
principal.
Ex: Uma vez que estava doente, não saiu de casa.
Principais conjunções causais: porque, visto que, como, uma vez que.
Outros exemplos:
Não estudou medicina porque não tinha dinheiro.
Como passou no vestibular, ganhou uma passagem para Londres
Entregou os pontos, visto que não tinha argumentos.
.
h) Oração subordinada adverbial comparativa
A oração subordinada adverbial comparativa estabelece uma relação de comparação
entre um fato da oração subordinada e um da principal.
Ex: Minha vida é como uma estrela.
Principais conjunções comparativas: como, tão... como, quanto, mais (do) que..., menos (do) que.
Ex: Ele tem trabalhado como um camelo.
Sua inteligência é tão afinada quanto a de uma porta.
i) Oração subordinada adverbial consecutiva
A oração subordinada adverbial consecutiva indica uma consequência em relação a um
fato expresso na oração principal.
Ex: Os preços estão tão altos que ninguém mais comprará.
Principais conjunções consecutivas: tão... que..., tanto... que..., tamanho .... que, tal .....
que e pelas locuções de sorte que, de forma que, tanto que.
Mais exemplos:
Fátima andou tanto que já está sem forças.
Lucas é tão esperto que já aprendeu a escrever.
A falta de planejamento do governo foi tão grande que as obras foram suspensas.
EXERCÍCIOS
1. Leia o texto a seguir:
ANTROPOLOGIA
As verduras, o homem e a monogamia
A conclusão é de Gregory Laden, da Universidade de Minnesota, e Richard Wrangham, de
Harvard: o homem cresceu, ficou mais inteligente e criou a sociedade monogâmica porque
passou a cozinhar os vegetais que colhia. Para os antropólogos, os hominídeos, nossos
ancestrais, tinham dentes grandes e mandíbulas fortes para roer raízes e nozes cruas e duras.
Há 1,9 milhões de anos, o Homo erectus dominou o fogo e passou a cozinhar. Os dentes e a
mandíbula, menos necessários, diminuíram de tamanho. Mais bem nutridos, o cérebro e o corpo
cresceram. Nosso ancestral passou a estocar os alimentos. Para isso precisou de alguém de
confiança que o ajudasse a proteger a despensa. Para o homem, quem melhor que a mulher
para enfrentar o dia a dia? Ainda mais que, alimentada pela nova culinária, ela ficou mais vistosa.
Superinteresante, out. 1999.
a) Destaque as orações coordenadas sindéticas existentes nesse texto.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
b) Retire do texto um exemplo de:
Período simples: ______________________________________________________
Período composto: ____________________________________________________
2. Classifique as orações coordenadas destacadas, de acordo com a relação a seguir.
1. Coordenada sindética aditiva
4. Coordenada sindética conclusiva
2. Coordenada sindética adversativa
5. Coordenada sindética explicativa
3. Coordenada sindética alternativa
a) Ouvimos o último chamado para o voo, e logo depois o avião partiu. ( )
b) Não recebeu a nota fiscal, por conseguinte não pôde trocar a mercadoria. ( )
c) Ganhará o torneio a equipe brasileira, ou a vencedora será a Argentina. ( )
d) Volte logo ao trabalho, que o relatório é para hoje. ( )
e) O homem precisa da natureza, mas não a protege. ( )
3. Leia o texto:
Cigarro: o jeito errado de emagrecer
Adolescentes insatisfeitos com a própria aparência correm mais risco de começar a fumar
do que os da mesma idade com peso dentro da média. Uma pesquisa da Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos, analisou o comportamento de 16.000 jovens com idade entre 9 e
14 anos. Os autores constataram que meninas que querem perder peso têm possibilidade muito
maior de começar a fumar do que as de peso normal. Muitas delas acreditam que essa é uma
boa forma de emagrecer, tese que os médicos não avalizam. O fumo ajuda a queimar gorduras,
mas os males que traz à saúde eliminam qualquer tipo de benefício. Mais propensos ainda ao
fumo estão os garotos que fazem exercícios para ficar mais magros. Os dados dizem respeito à
juventude americana, mas devem ser levados em conta no Brasil. Já existem no país mais de 3
milhões de fumantes com menos de 20 anos de idade. A quantidade de crianças e adolescentes
que adquirem o vício do cigarro continua crescente.
Revista Superinteressante, 20 out. 1999.
3.1-Responda:
a) Retire do texto três orações introduzidas por pronomes relativos e classifique-as.
______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________b)
Escreva os antecedentes dos pronomes relativos das orações que você encontrou no exercício
anterior. ______________________________________________________________
3.2- Sublinhe as orações subordinadas adjetivas nas frases a seguir e classifique-as.
a) A atitude que tomamos foi na verdade a mais certa.
___________________________________________________________________________
b) Observava aqueles olhos os quais me lembravam os de uma criança.
___________________________________________________________________________
c) O vento, que assoviava lá fora, enchia de temor nossos corações.
__________________________________________________________________________
d) Minha secretária trouxe toda a correspondência, a qual colocou sobre a minha mesa.
____________________________________________________________________________
e) Leonardo Da Vinci foi um dos artistas que pintaram madonas.
___________________________________________________________________________
f)Meus amigos, a quem devo um grande incentivo, estão aqui presentes.
___________________________________________________________________________
4. Leia o texto:
Quando foi criado o ar da Terra
Os cientistas calculam que, há 2 bilhões de anos, a atmosfera da Terra, era irrespirável,
composta de metano, hidrogênio e outros gases tóxicos. Sabem também que quem melhorou o
ar foram micro-organismos marinhos primitivos chamados cianobactérias. Um dia eles passaram
a fazer fotossíntese e, assim, a liberar oxigênio, que aos poucos ocupou toda a atmosfera. O que
ninguém sabe com certeza é quando esse processo começou. O geo-químico Roger Summons,
da Organização Australiana de Levantamento Geológico, achou uma prova de que as
cianobactérias já faziam isso há pelo menos 2,5 bilhões de anos. Essa é a idade das rochas
encontradas por ele na região da Bacia Hamersley, oeste da Austrália. Todas impregnadas de
uma gordura idêntica a que existe na membrana das cianobactérias produtoras de oxigênio hoje,
como as do gênero Phormidium. Daí conclui-se que as velhas pedras serviam de morada aos
micro-organismos em priscas eras. Calcule o tempo que durou a limpeza. Se as contas estão
certas, levou mais de 500 milhões de anos para que a atmosfera toda fosse oxigenada.
Revista Superinteressante, set. 1999
a) De acordo com o texto, há bilhões de anos, a atmosfera da Terra era insuportável, pois não
existia ainda o oxigênio. E hoje, como é o ar que respiramos? O que tem causado essa situação?
____________________________________________________________________________
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b) Retire do texto as orações subordinadas adverbais e classifique-as.
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____________________________________________________________________________
5. Classifique as orações subordinadas adverbais destacadas.
a) Chovia tanto naquele dia que resolvemos adiar o passeio.
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b) Ainda que fôssemos amigas, não lhe poderia contar a verdade.
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c) Preparou-se bastante a fim de que tivesse um bom resultado.
____________________________________________________________________________
d) Mal abriu a porta, sentiu um cheiro estranho.
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e) Ela se enfeitava como uma árvore de Natal.
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f) À proporção que o avião subia, sentia um tremor nas pernas.
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g) Meu carro está falhando, visto que entrou água no motor.
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h) O povo votará contanto que haja bons candidatos.
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i) A votação da liminar será hoje, conforme noticiou a televisão.
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CONCORDÂNCIA NOMINAL
Observe que há muitas falhas de concordância no diálogo acima. As personagens
excluíram o “s” de alguns substantivos e adjetivos. Isto não pode ocorrer na língua culta. Este
processo é chamado de Concordância Nominal. É a concordância que se efetua entre os nomes.
Regra Geral
O adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número.
Por exemplo:
O velho homem vestia roupas exóticas.
Mulher magra.
Homem moço.
Cidades movimentadas.
Casos especiais de flexão:
1. Adjetivo depois de dois ou mais substantivos:
a) se os substantivos são do mesmo gênero, o adjetivo conserva o gênero e vai para o plural:
Ex: Mãos e pernas defeituosas.
Livros e cadernos espessos.
b) se os substantivos são de gêneros diferentes, o adjetivo vai para o masculino plural ou
concorda com o mais próximo:
Ex: Mãos e pés defeituosos.
ou
Pés e mãos defeituosas.
2. Adjetivo antes de dois ou mais substantivos:
a) se os substantivos são comuns, o adjetivo concorda com o mais próximo:
Ex: O menino escolheu boa hora e lugar.
No jogo, teve decisiva atuação e êxito.
b) se os substantivos são próprios, o adjetivo vai para o plural:
Ex: Os insuperáveis Machado de Assis e Guimarães Rosa.
As elegantes Vera e Clarice.
3. A flexão com os numerais:
a) um substantivo colocado após dois ou mais numerais, fica indiferentemente, no singular ou
no plural:
Ex: O primeiro e o segundo parágrafos.
ou
O primeiro e o segundo parágrafo.
b) um substantivo colocado antes de dois ou mais numerais, irá para o plural:
Ex: Os parágrafos primeiro, segundo e terceiro.
4. A flexão com os nomes de cores:
Os nomes de cores podem vir representados por uma só palavra ou por um nome
composto. Tais palavras ou nomes compostos podem ser expressos por adjetivo ou por
substantivo.
Exemplos:
Flores vermelhas _________________ adjetivo
Calça cinza ______________________ substantivo
Olhos azul-escuros _________________ adjetivo
Automóveis verde-abacate ___________substantivo
A partir dos exemplos, podemos dizer que a concordância com os nomes de cores efetuase do seguinte modo:
a) o nome de cor, quando for representado por substantivo, é invariável , quer se trate de uma
palavra simples, quer se trate do segundo elemento de um nome composto:
Ex: Usava meias gelo.
Comprou calças verde-limão.
b) o nome da cor, quando for representado por adjetivo, é variável, quer se trate de uma palavra
simples, quer se trate do segundo elemento de um nome composto:
Ex: Usava meias brancas.
Comprou calças verde-escuras.
Observação: É exceção a palavra azul-marinho, que é invariável:
Possuía somente calças azul-marinho.
5.Concordam com o sujeito:
a) O particípio:
Ex: Ajustadas as contas, reiniciaram o trabalho.
Estabelecidas as regras, começaram o jogo.
b) O predicativo do sujeito:
Ex: A aluna chegou agitada.
Os rapazes saíram felizes.
6. Concordância com possível:
a) O adjetivo possível concorda com o substantivo a que se refere:
Ex: Quero resultados possíveis.
b) Quando possível forma expressões como: o mais possível, o menos possível, o melhor
possível, o pior possível, ele fica invariável:
Ex: A tragédia foi o mais desagradável possível.
Deem-me maus exemplos o menos possível.
Observação: Se a expressão estiver toda no plural, possível vai para o plural:
Quero locais os mais afastados possíveis.
7. Concordância com obrigado:
Obrigado concorda em gênero e número com a palavra a que se refere, no singular e no
plural:
Ex: A moça, emocionada, disse: “Muito obrigada”.
Os atletas, emocionados, disseram: “Muito obrigados”.
8. Concordância com leso:
Leso concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere:
Ex: Este crime é de leso-patriotismo.
Este crime é de lesa-pátria.
9. Concordância com meio:
Meio, como advérbio, é invariável:
Ex: A menina estava meio triste.
Meio, como numeral, varia, concordando em gênero e número com o substantivo a que
se refere:
Ex: Ela não usou de meias medidas.
Já é meio-dia e meia (hora).
10. São variáveis:
Quando modificam um substantivo, concordam com ele as palavras:
a) anexo:
Ex: Enviamos-lhe, anexa, a duplicata.
Enviamos-lhe, anexo, o relatório.
Enviamos-lhe, anexas, as duplicatas.
Enviamos-lhe, anexos, os relatórios.
b) bastante:
Ex: Eles disseram bastantes coisas.
Observação:Bastante, quando funciona como advérbio, ou seja, quando modifica adjetivo,
verbo ou outro advérbio, permanece invariável:
Ex: Estamos bastante satisfeitos.
Estudamos bastante.
Saiu-se bastante bem na prova.
c) incluso:
Ex: Inclusas foram as disciplinas.
Vão inclusos os cheques.
d) junto:
Ex: Vão juntos os documentos.
e) nenhum:
Ex: Nenhuns professores aceitaram tal coisa.
11. São invariáveis:
a) Palavras como bom, proibido, preciso, necessário antes de um substantivo com sentido
indeterminado:
Ex: É bom água fresca no verão.
É proibido entrada.
É preciso prudência.
É necessário coragem.
Observação: Se os substantivos estiverem determinados, há a concordância em gênero e
número:
Ex: A entrada é proibida.
A coragem é necessária.
É precisa a entrada.
É boa a água fresca no verão.
b) locuções adjetivas:
Ex: Comprou anéis de ouro.
Não gostava de jogos de azar.
c) adjetivos em função adverbial:
Ex: Os namorados falavam baixo.
Todos cobravam caro.
EXERCÍCIOS
1. Faça a concordância correta, empregando as palavras dos parênteses:
1) Mulheres ____________ levavam suas pranchas. (bronzeado)
2) Comprou duas blusas e uma calça ____________. (colorido)
3) Não gosto de paletó, camisa e gravata ____________. (listrado)
4) Não gosto de gravata, camisa e paletó ____________. (listrado)
5) Nunca recebi ____________ ingratidão e desrespeito. (tamanho)
6) Quero saber ____________ idade e estado civil. (seu)
7) Achei ____________ a recepcionista e a secretária. (antipático)
8) Achei a recepcionista e o diretor ____________. (antipático)
9) A essa hora já estaria ____________ a aula e o exame. (terminado)
10) Cerveja é ____________ no verão. (gostoso)
11) É ____________ compreensão. (necessário)
12) Essa cerveja é ____________. (gostoso)
13) É ____________ sua compreensão. (necessário)
14) São aparelhos o mais sofisticado ____________. (possível)
15) Eram propostas as mais absurdas ____________. (possível)
16) Já é ____________-dia e ____________. (meio) (12h30min)
17) Analisamos ____________ casos de aprovação. (bastante)
18) A mocinha estava ____________ tonta. (meio)
19) As mulheres falam ____________. (bastante)
20) Meus filhos sempre ficam _________ (só)
21) Havia um sofá e duas poltronas ____________ na sala. (confortável
22) ____________ meus filhos ficam sozinhos. (só)
23) Nós ____________, mães sacrificadas, abrimos mão da ajuda. (mesmo)
24) Elas ____________ aceitaram tudo. (próprio)
25) Já vão ____________ os últimos reajustes. (incluso)
26) Estava com a perna e o braço ____________. (engessado)
27) Seguem ____________ à carta as fotos e os documentos. (anexo)
28) Só vieram um homem e a mulher ____________. (grávido)
29) Os soldados __________ cometeram um crime de __________ patriotismo. (mesmo) (leso)
30) Estávamos todas ____________ cansadas. (meio)
31) É ____________ a entrada de estranhos. (proibido)
32) Já estávamos igualmente ____________. (quite)
33) Graças a Deus estou ____________. (quite)
34) Nem todos estão bem quando se sentem ____________. (só)
35) Deve ser ____________ baleia e ____________ tubarão. (meio)
36) Estes produtos passam a custar mais ____________. (caro)
37) Estas aves voam ____________. (alto)
38) A platéia ficou ____________ branca. (toda)
39) Os soldados ficaram ____________. (alerta)
40) Para teus incômodos é ____________ água mineral. (bom)
41) Mãe viúva e filho moravam ____________ numa casa modesta. (junto)
42) Você viu a caneta ____________ ? (vermelho)
43) Essas anotações são mesmo muito ____________. (útil)
44) Dora e Luísa são muito ____________. (educado)
45) Há algumas linhas ____________ para venda. (comercial)
46) Seus dedos ____________ davam toques ____________ no teclado. (ágil) (preciso)
47) José tinha dia e hora ____________ para a entrevista. (marcado)
48) As cartas seguem ____________ aos documentos que você pediu. (incluso)
49) Seguem ____________ os documentos que você pediu. (anexo)
50) Sua Exª, o ministro, ficará ____________. (impressionado)
51) ___________ a administradora e seus subordinados, tudo se resolveu rapidamente. (avisado)
52) Não sou homem de ____________ palavras. (meio)
53) Admiro ____________ italiana e francesa. (a arquitetura)
54) É ____________ a entrada de estranhos. (proibido)
55) Almoço sempre ao meio-dia e ____________. (meio)
56) Há ____________ coisas para fazer. (bastante)
57) Achei as medidas ____________. (desnecessário)
58) Laura fala muito ____________. (alto)
59) As caixas e os pacotes foram ____________ ontem. (enviado)
60) Era ____________ o carro e a motocicleta. (moderno)
61) Havia um sofá e duas poltronas ____________ na sala. (confortável)
62) Achei o lugar e a hora ____________. (estranho)
63) Achei a hora e o lugar ____________. (estranho)
64) Comprou jóias e tecidos ____________. (caro)
65) Vendi dois rádios e uma televisão ____________. (novo)
66) Vendi uma televisão e dois rádios ____________. (novo)
67) Achei ____________ o lugar e a hora. (estanho)
68) Faz ____________ tempo do que você pensa. (mais)
69) Madalena tomou ___________ garrafa de champanha e ficou ________ “alta”. (meio – meio)
70) O meu relógio marca exatamente meio-dia e ____________. (meio)
71) É ____________ coragem. (necessário)
72) Quanto ____________ pessoas ficarem sabendo, melhor. (menos)
73) Havia ____________ gente naquela sala. (menos)
74) É ____________ a comida caseira. (bom)
75) É ____________ comida caseira. (bom)
76) A justiça declarou ____________ o empregado e seus auxiliares. (culpado)
77) Sua Excelência foi uma anfitriã ____________. (perfeito)
78) Aquela moça nada tem de ________________________. (simpático)
2. Leia o poema:
Soneto de Carnaval
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.
Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.
E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breve vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim
De toda a vida e todo o amor humanos
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.
Oxford, Carnaval de 1939.
Vinícius de Moraes, Livro de Sonetos. São Paulo, Companhia das Letras, 1991.
a) Considerando que o artigo, o pronome, o adjetivo e o numeral concordam com o substantivo
ao qual se referem, que palavras estão concordando com o substantivo amor, no verso a seguir?
Classifique-as morfologicamente.
“Distante o meu amor, se me afigura”
_________________________________________________________________________
b) Com qual palavra está concordando o adjetivo breve, na terceira estrofe?
_________________________________________________________________________
c) Considerando que o verbo concorda em número e pessoa com o seu sujeito, explique a flexão
do verbo saber neste verso:
“Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo”
___________________________________________________________________________
CONCORDÂNCIA VERBAL
Observe que no verbo “vai” deveria ser “vamos” no primeiro quadro; e “a gente” deveria ser “nós”,
no segundo quadro. Este processo é chamado de Concordância Verbal.
Regra geral
O verbo concorda com o sujeito em pessoa e número.
Por exemplo:
O secretário redigiu o ofício.
Nós somos bons amigos.
Vós estais preocupados.
Regras especiais
1. Sujeito representado por pronomes pessoais de pessoas diferentes:
Quando o sujeito é representado por pronomes pessoais de pessoas diferentes, o verbo
vai para o plural, conforme o seguinte esquema de concordância:
a) a 1ª pessoa terá preferência sobre a 2ª e a 3ª;
b)a 2ª pessoa terá preferência sobre a 3ª.
Assim:
eu (1ª) + tu (2ª) + ele (3ª) → nós (1ª do plural)
Assim também:
eu + tu → nós
eu + ele → nós
tu + ele → vós
Exemplos:
Eu, tu e ele atingimos nossos objetivos.
Eu e tu aspiramos a esse cargo.
Tu e ele vencereis na vida.
Observação:
Quanto a concordância do verbo com pronomes de 2ª e 3ª pessoa ( Tu e ele vencereis na
vida), vem-se notando a concordância na 3ª pessoa, já que, modernamente, o pronome vós está
caindo em desuso: Tu e ele vencerão na vida.
2. Sujeito ligado por nem:
Quando os núcleos do sujeito vêm unidos por nem, o verbo normalmente vai para o
plural.
Ex: Nem os aplausos nem os gritos comoveram-no.
Nem eu nem tu o esperávamos.
3. Sujeito ligado por ou:
Sendo o sujeito composto e ligado pela alternativa ou, o verbo:
a) fica no singular, se há ideia de exclusão.
Ex: O juiz ou o advogado está com o processo.
Janete ou Rose será escolhida rainha.
b) vai para o plural, se há ideia de ação conjunta.
Ex: O calor forte ou o frio demasiado prejudicam um enfermo.
O diretor ou o produtor dependem dos técnicos.
4. Sujeito representado por um dos que:
Quando o sujeito é representado pela expressão um dos que, o verbo vai para o plural.
Ex: Na prova, foi um dos que mais estudaram.
5. Sujeito representado por mais de um:
Após a expressão mais de um, o verbo normalmente fica no singular.
Ex: Mais de um se evidenciou na prova.
6. Sujeito representado por que ou por quem:
a) o sujeito representado por que exige o verbo concordando com seu antecedente.
Ex: Sou eu que pago.
Foste tu que gritaste?
b) sujeito representado por quem requer o verbo na 3ª pessoa do singular.
Ex: Fui eu quem disse.
Foste tu quem gritou?
Observação: Modernamente, vem-se observando a tendência de fazer a concordância de quem
com o verbo na 3ª pessoa do singular ou com o seu antecedente.
Ex: Sou eu quem redigirá/redigirei este ofício.
7. Concordância do sujeito representado por nome próprio no plural:
Sendo o sujeito representado por nome próprio no plural, a concordância se faz assim:
a) estando o nome antecedido de artigo, o verbo concordará com o número do artigo.
Ex: Os Estados Unidos são uma nação poderosa.
Os Lusíadas representam a nação portuguesa.
b) estando o nome sem artigo, o verbo ficará no singular.
Ex: Campinas é uma cidade paulista.
Lusíadas representa a nação portuguesa.
8. Concordância do sujeito depois do verbo:
O sujeito composto, estando depois do verbo, pode fazer as seguintes concordâncias:
a) verbo na 3ª pessoa do plural.
Ex: Viajaram à Europa o diretor e a secretária.
b) concordância com o núcleo do sujeito mais próximo.
Ex: Viajou à Europa o diretor e a secretária.
9. Concordância com as expressões grande parte de, grande quantidade de, grande número
de (e outras semelhantes):
Com tais expressões, seguidas de um complemento no plural, o verbo irá indiferentemente
para a 3ª pessoa do singular ou do plural.
Ex: A maioria das lojas fechou / fecharam suas portas.
Grande número de torcedores chorava / choravam a perda de mais um título.
10. Concordância na voz passiva pronominal:
Nas expressões alugam-se casas e semelhantes (voz passiva pronominal), o verbo
concordará com a expressão que o acompanha (sujeito passivo):
Ex: Vendem-se casas.
Forram-se botões.
Buscam-se soluções para o problema.
Observação: Se a expressão que acompanhar o verbo estiver preposicionada, não haverá
concordância.
Ex: Precisa-se de empregados.
Necessita-se de copeiras.
11. Concordância com o verbo haver:
Quando o verbo haver for empregado com o sentido de existir, não terá sujeito, será
impessoal e só poderá aparecer na 3ª pessoa do singular.
Ex: Havia muitas pessoas descontentes naquela ocasião.
Haverá outros meios de vida?
Haveria debates durante a reunião.
Há poucos livros na biblioteca.
Houve muitos exemplos clássicos.
Observação:
O verbo haver, quando acompanha uma locução verbal, transmite sua impessoalidade ao
verbo que o acompanha.
Ex: Devia haver muitas razões para isso.
Domingo deverá haver jogos de campeonato.
12. Concordância com o verbo fazer:
Quando o verbo fazer indicar tempo decorrido ou fenômeno meteorológico, não terá
sujeito, será impessoal e só poderá aparecer na 3ª pessoa do singular.
Ex: Faz dois anos que meus amigos viajaram.
Fará três semanas que não a vejo.
Observação:
O verbo fazer, quando acompanha uma locução verbal, transmite sua impessoalidade ao
verbo que o acompanha.
Ex: Vai fazer sete anos que isso aconteceu.
Devia fazer muitos anos que não nos víamos.
13. Concordância com o verbo ser:
a) o verbo ser concorda facultativamente com o sujeito ou com o predicativo.
Ex: Tudo é alegrias passageiras.
Tudo são alegrias passageiras.
b) se o sujeito do verbo ser for pessoa ou pronome pessoal, a concordância será feita com
ele.
Ex: Júlia é as alegrias da vovó.
Tu serás os dengues da titia.
O homem é cinzas.
c) o verbo ser concorda com o predicativo, quando este é representado por um pronome pessoal.
Ex: O escolhido foste tu.
O vencedor serei eu.
d) sendo impessoal, o verbo ser concorda obrigatoriamente com predicativo.
Ex: Hoje são dezesseis de junho.
Eram três horas da tarde.
Hoje é dia vinte e cinco de maio.
e) indicando ao verbo ser, falta ou excesso, aparecerá na 3ª pessoa do singular.
Ex: Noventa quilos para uma dama é muito.
Dez reais é pouco para a despesa.
14. Concordância com o verbo dar:
A concordância do verbo dar, referindo-se a horas, efetua-se da seguinte maneira:
a) se dar aparecer com o sujeito relógio, a concordância se fará com ele.
Ex: O relógio deu cinco horas.
b) se dar não aparecer com o sujeito relógio, a concordância se fará com a expressão numérica.
Ex: Deram cinco horas.
Observação:
Idêntica concordância se aplica aos verbos sinônimos, quando referidos a horas: bater, soar, etc.
15. A flexão do infinitivo:
a) será flexionado, quando:
1. apresentar sujeito próprio distinto da oração principal:
Ex: O professor dizia não existirem faltas.
1ª oração: O professor dizia
sujeito: o professor
2ª oração: não existirem faltas.
sujeito: faltas
2. for flexivo:
Ex: Eram obrigados a se aceitarem.
Embora diferentes, vivam na casa sem se molestarem.
3. vier preposicionado, antecedendo a oração principal:
Ex: Ao receberem-no, estavam agitadas.
Para entenderes, basta atenção.
b) não será flexionado, quando:
1. tiver sujeito idêntico ao do verbo regente:
Ex: Não quiseste sequer cumprimentar teus amigos.
2. tiver sentido passivo:
Ex: Livros difíceis de entender.
Ou seja: Livros difíceis de serem entendidos.
3. tiver por sujeito um pronome oblíquo:
Ex: Senti-os tremer de medo.
Ou seja: Senti que eles tremiam de medo.
EXERCÍCIOS
1. Faça a concordância, empregando a(s) forma(s) verbal(is) dos parênteses:
1) Seu Mário não ___________. (fuma/fumam)
2) Mário e sua mulher não ___________. (fuma/fumam)
3) A maioria das mulheres não ___________ vaidosas. (é/são)
4) Grande parte dos alunos ___________. (faltou/faltaram)
5) Cerca de mil pessoas ___________ (assistiu/assistiram) ao jogo.
6) Mais de um torcedor ___________ (xingava-se/xingavam-se)
7) Mais de um estudante ___________ (pegou/pegaram) a caxumba.
8) Sou um dos candidatos que___________ (disputa/disputam) a vaga.
9) Hoje somos nós que___________ (paga/pagamos) a conta.
10) Hoje somos nós quem___________ (paga/pagamos) a conta.
11) Quantos de nós ___________ (tivemos/tiveram) êxito.
12) Muitos de nós ___________ (reclamamos/reclama) sempre.
13) Qual de nós ___________ (irá/iremos)?
14) Nenhum de nós ___________ (gostou/gostamos) do filme.
15) Os Andes ___________ (estende-se/estendem-se) da Venezuela à Terra do Fogo.
16) Os Lusíadas ___________ (constituem/constitui) a obra-prima de Camões.
17) O Amazonas ___________ (nasce/nascem) em território peruano.
18) Estados Unidos___________ (é/são) uma potência nuclear.
19) ___________ (aceita-se/aceitam-se) encomendas de bolo.
20 ___________ (precisa-se/precisam-se) de jovens ambiciosos.
21) Os telespectadores ____________ (parece/parecem) ficar atentos.
22) Os telespectadores parecem ___________ (ficar/ficarem) atentos.
23) ___________ (acabou/acabaram) de chegar o médico e a enfermeira.
24) O empenho, o ardor no trabalho ___________ (levou-o/ levaram-no) à promoção.
25) Um olhar, um aceno, uma palavra ___________ (seria/seriam) suficiente(s).
26) O jornaleiro, um pedestre e eu ___________ (socorreram/socorremos) o acidentado.
27) Tu e teus amigos ___________ (sereis/serão) sempre bem vindos.
28) Um ou outro carro ___________ (recebeu/receberam) nova pintura.
29) Nem um nem outro o ___________ (estima/estimam) como patrão.
30) Nem você nem a sua noiva (perderá/perderão) a vaga.
31) Uma grande vitória ou uma derrota humilhante ___________ (será/serão) o destino dessa
seleção.
32) O fumo ou a bebida excessiva ___________ (encurta/encurtam) a vida.
33) Jamais ___________ (houve/houveram) discussões entre nós.
34) ___________ (vai fazer/vão fazer) dois anos que não tiro férias.
35) ___________ (faz/fazem) anos que não tiro férias.
36) Nem tudo ___________ (é/são) alegrias.
37) Os livros ___________ (é/são) minha paixão.
38) Cem mil reais ___________ (é/são) pouco.
39) Amanhã ___________ (será/serão) 26 de maio.
40) V.Sª. ___________ (é/sois) pessoa digna de crédito.
2. Leia este poema de Manuel Bandeira:
Pardalzinho
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!
Manuel Bandeira, Obra poética. Rio de Janeiro, Aguilar, 1982.
a) Como o autor nos mostra o valor da liberdade, nesse poema?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
b)Considerando que o verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa, retire do texto
exemplos de concordância verbal e explique-os.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
c) Agora tente explicar a concordância destas frases, lembrando-se de que o verbo,
normalmente, concorda com seu sujeito.
1. O pardalzinho e Sacha eram amigos de verdade. ____________________________________
2. Tu e Sacha gostais de pardais? _________________________________________________
3. Vocês também amam a liberdade? _______________________________________________
4. A maioria dos seres prefere casa a liberdade? ______________________________________
REGÊNCIA VERBAL
A grande dificuldade na comunicação das personagens foi o emprego da preposição. O
menino disse “assistindo um filme” e não “assistindo ao filme”, logo a mãe imaginou o verbo no
sentido de ajudar e socorrer. O verbo assistir, quando tem sentido de ver, presenciar, é transitivo
direto. Depois a mãe usou novamente esse verbo com outro sentido, caber, pertencer, que é o
verbo transitivo indireto. Essas relações são determinadas pela regência verbal.
Alguns verbos mais usados:
1.Chegar / ir
Os verbos chegar e ir pedem a preposição a para indicar o lugar a que se quer chegar ou
ir (nunca são introduzidos pela preposição em).
Ex: Finalmente cheguei a Florianópolis.
Vou ao banheiro.
2.Custar
No sentido de ser custoso, ser difícil, pede objeto indireto com a preposição a, seguido
de oração reduzida de infinitivo.
Ex: Custou ao aluno entender o fato.
Evidentemente, o objeto indireto pode estar representado por um pronome oblíquo, caso
em que a preposição a estará implícita no pronome.
Ex: Custou-me aceitar esta decisão.
3.Implicar
No sentido de acarretar, exige complemento sem preposição (objeto direto).
Ex: Sua atitude implicará demissão sumária.
Descuidos sempre implicam acidentes.
4.Morar / residir
Tais verbos têm o adjunto adverbial de lugar, normalmente introduzidos pela preposição
em.
Ex: Ele mora em Teresina.
Regina reside em Maceió.
5.Namorar
O verbo namorar é transitivo direto (quem namora, namora alguém), portanto, não exige,
pois, preposição.
Ex: João namora Luciana.
Pedro namorou aquela garota do terceiro ano.
6.Obedecer
O verbo obedecer é transitivo indireto, exigindo a preposição a.
Ex: Obedecemos a leis ultrapassadas.
Os alunos obedeciam a uma determinação do diretor.
7.Preferir
O verbo preferir exige dois complementos: um sem preposição, outro com preposição a.
Ex: Prefiro cinema a teatro.
Preferimos estudar a trabalhar.
8.Simpatizar
O verbo simpatizar é transitivo indireto, exige a preposição com.
Ex: Simpatizei com as ideias daquela pessoa.
Não simpatizo com você.
Observação:
O verbo simpatizar não é pronominal. Assim, são consideradas erradas as construções em
que esse verbo aparece acompanhado por pronome oblíquo.
Portanto não se deve dizer:
Simpatizo-me com Luciana.
O aluno simpatizou-se com a professora.
ERRADO
Corrija-se para:
Simpatizo com Luciana.
O aluno simpatizou com a professora.
CERTO
Alguns verbos que apresentam mais de uma regência
1.Aspirar
a) No sentido de “cheirar”, “sorver”, o verbo aspirar é transitivo direto, isto é, exige complemento
sem preposição.
Ex: Aspiramos um ar poluído.
Aspirava o perfume das flores.
b) No sentido de “almejar”, “pretender”, exige complemento com a preposição a (objeto indireto).
Ex: Aspiramos a uma sociedade mais justa.
Os alunos aspiravam a uma boa faculdade
2.Assistir
a) No sentido de “prestar assistência”, “dar ajuda”, é normalmente como transitivo direto.
Ex: O médico assiste o doente.
É uma lei que assiste o consumidor.
b) No sentido de “ver”, “presenciar”, é transitivo indireto, exigindo complemento com a
preposição a.
Ex.: Assistimos a uma decisão de campeonato.
Não assistimos ao último filme de Spilberg.
c) No sentido de “caber”, “pertencer”, pede complemento regido pela preposição a.
Ex: É um direito que assiste a todos os cidadãos.
Ao juiz assiste razão para anular o gol.
d) No sentido de “morar”, “residir”, o verbo assistir rege a preposição em:
Ex: O presidente assiste em Brasília.
O Papa assiste no Vaticano.
3.Esquecer / lembrar
a) Os verbos esquecer e lembrar, quando não forem pronominais, exigem complemento sem
preposição.
Ex: Esqueci o livro sobre a mesa
Lembrei o dia de seu aniversário.
b) Quando forem pronominais exigem complemento regido pela preposição de.
Ex: Esqueci-me dos fatos passados naquele lugar.
Lembrei-me do dia de seu aniversário.
Observação:
Há um caso em que os verbos esquecer e lembrar, sofrem uma pequena mudança de
sentido, passando a significar cair no esquecimento e vir à lembrança, respectivamente. Nesse
caso, a coisa esquecida (ou lembrada), que era objeto nas construções anteriores, passa a
funcionar como sujeito.
Ex: Esqueceu-me aquele fato.
sujeito
Lembraram-me os dias felizes que tivemos.
sujeito
4.Informar
O verbo informar normalmente pede dois complementos: objeto direto e indireto,
admitindo duas construções possíveis.
Ex: Informamos o fato a uma autoridade.
obj. direto
obj. indireto
Informamos a autoridade sobre o (ou do) fato.
obj. direto
obj. indireto
Observação:
Quando o objeto direto for coisa, o objeto indireto será regido pela preposição a. Se o
objeto direto for pessoa, o objeto indireto será regido pela preposição de ou sobre.
A regência do verbo informar se aplica também aos verbos: avisar, certificar, cientificar,
notificar, prevenir.
5.Pagar / perdoar
Os verbos pagar e perdoar, quando têm por complemento palavra que denote coisa, são
transitivos diretos, isto é, não exigem preposição. Se o complemento for pessoa, são
transitivos indiretos, pedem preposição a.
Ex: Paguei o livro sem reclamar.
Os credores não perdoaram a dívida.
Pagamos a conta a um desconhecido.
Perdoamos ao colega que nos ofendeu.
6.Proceder
a) No sentido de “ter fundamento”, é intransitivo.
Ex: Sua argumentação não procede.
As reclamações dos alunos procediam.
b) No sentido de “originar-se”, “vir de algum lugar”, o verbo proceder pede a preposição de.
Ex: Carlos procede de Munique.
Muitos males procedem da inveja.
c) No sentido de “dar início”, “executar”, o verbo proceder pede a preposição a.
Ex: Procedemos a uma investigação rigorosa.
Terminado o jogo, procedeu-se a distribuição de medalhas.
7.Querer
a) No sentido de “desejar”, pede complemento sem preposição.
Ex: “Eu quero uma casa no campo.” (Zé Rodrix)
Os trabalhadores queriam aumento de salário.
b) No sentido de “estimar”, “ter afeto”, pede complemento com a preposição a.
Ex: Quero a meus pais.
Quero a meus amigos.
8.Visar
a) No sentido de “mirar”, exige complemento sem preposição.
Ex: O atirador visou o alvo.
O caçador visava a cabeça do animal.
b) No sentido de “dar aviso”, exige complemento sem preposição.
Ex: O gerente visou o cheque.
O funcionário do consulado visou o passaporte.
c) No sentido de “ter em vista”, “objetivar”, pede complemento com a preposição a.
Ex: Visamos a uma vida sossegada.
Os alunos visavam a uma boa classificação.
Observações finais
1. Lembre-se de que apenas os verbos que possuem objeto direto admitem a voz passiva (a
única exceção é o verbo obedecer, que, embora reclame objeto indireto, pode ser apassivado).
Assim, frases como as seguintes devem ser consideradas erradas:
O filme foi assistido pelos alunos.
Uma boa faculdade era aspirada por todos.
ERRADO
Os verbos assistir (no sentido de ver) e aspirar (no sentido de almejar) pedem objeto
indireto, portanto não podem ser transportados para a voz passiva. O correto seria dizer:
Os alunos assistiram ao filme.
Todos aspiram uma boa faculdade.
CERTO
2. É considerado errado dar um único complemento a palavras de regências diferentes. Assim,
frases como as escritas abaixo devem ser consideradas erradas:
Entrou e saiu da sala.
Assistiu e gostou do filme.
ERRADO
Verifique que, em ambos os exemplos, há um único complemento para verbos de
regências diferentes (entrar em e sair de; assistir a e gostar de). O correto seria:
Entrou na sala e dela saiu.
Assistiu ao filme e gostou dele.
CERTO
3. Lembre-se de que os pronomes oblíquos o – a – os – as são empregados como
complementos de verbos transitivos diretos, enquanto pronomes oblíquos lhe – lhes são
utilizados como complementos de verbos transitivos indiretos.
– Você cumprimentou o professor?
– Sim, eu o cumprimentei.
– Você obedece ao professor?
– Sim, obedeço-lhe.
4. Alguns verbos, embora transitivos indiretos, admitem como complemento as formas oblíquas
lhe – lhes. Citamos alguns:
assistir (no sentido de ver)
aspirar (no sentido de almejar)
visar (no sentido de ter em vista)
recorrer (no sentido de pedir auxílio)
Com esses verbos, utilizam-se as formas tônicas a ele, a ela. Portanto, para responder às
perguntas:
– Você assistiu ao filme?
– Você recorreu ao diretor?
Não se deve dizer:
– Sim, assisti-lhe.
– Sim, recolhi-lhe.
O correto é:
– Sim, assisti a ele.
– Sim, recolhi a ele.
ERRADO
CERTO
5. É importante que você saiba que, havendo pronome relativo antes do verbo, ou nome, que
exige preposição, esta se desloca para antes do pronome relativo. Observe:
O filme a que assisti foi muito bom.
Esse é o autor por cuja obra tenho simpatia.
6. Os pronomes o,a,os,as sofrem alterações quando aparecem depois de verbos com as
terminações r,s ou z: ganham a letra l, ficando lo,la,los,las. E desaparecem r,s,z.
Vou trazer meus livros para esta sala.
Vou trazê-los para esta sala.
Fizemos as tarefas no caderno.
Fizemo-las no caderno.
O pai fez a filha parar de chorar.
O pai fê-la parar de chorar.
Quando o verbo termina em m, o pronome ganha a letra n.
Esqueceram os livros sobre a mesa.
Esqueceram-nos sobre a mesa
REGÊNCIA NOMINAL
Estou aborrecido com você
Pois não entendeu meu amor
Deixou-me na solidão
Sem razão para viver.
A união entre nós causava inveja
Mais forte que a paixão
E nem a flor possuía tanta beleza
Como nosso amor.
Ansioso por seus beijos
Fazia o relógio correr
Para poder te encontrar.
Nada disso foi suficiente
Você me deixou
E foi ingrato com o nosso amor.
(Maria Cristina Máximo)
Observe que alguns nomes destacados necessitam de complemento, assim como os verbos.
O quadro abaixo apresenta algumas preposições e palavras que fazem concordância com eles.
PREPOSIÇÃ
O
a
com
PALAVRAS COM AS QUAIS SE COMBINAM
acostumado, agradável, alheio, aplicado, apto, atento, equivalente, grato,
habilitado, inclinado, infiel, insensível, necessário, nocivo, obediente, oposto,
obrigado, paralelo, pertencente, prejudicial, próximo, rebelde, sensível,
submisso, útil.
acomodação, afinidade, analogia, atrito, brandura, comparação, coordenação,
ingratidão, misericórdia, união, vizinhança.
delito, desrespeito, manifestação, queixa
contra
de
em
amante, ambicioso, ávido, avaro, capaz, carente, causador, cheio, curioso,
dependente, devoto, digno, ferido, isento, limpo, merecedor, passível, pleno,
queixoso, rico, temeroso, vazio, ...
assíduo, caprichoso, confiante, eficaz, experiente, incansável, infeliz, inseguro,
mestre, perito, prático, sofrido, unânime, ...
convênio, oscilação, união.
entre
afinidade, apetite, aptidão, disposição, habilidade, vocação, ...
para
para com
sobre
atitude, deslealdade, devoção, hostilidade, indulgência, ingratidão, misericórdia,
respeito...
ascendência, dúvida, influência, triunfo.
EXERCÍCIOS
1. As frases a seguir apresentam erros quanto à sintaxe de regência. Reescreva-as, corrigindoas.
1) O médico foi ao cinema a fim de assistir o filme.
_________________________________________________________________________
2) O médico chegou ao hospital a fim de assistir o paciente.
_________________________________________________________________________
3) Os amigos custaram a simpatizar-se com as novas ideias.
_________________________________________________________________________
4) João da Silva namorava com Márcia.
_________________________________________________________________________
5) Prefiro mil vezes ser mais punido do que obedecer os preceitos impostos pelo novo gerente.
_________________________________________________________________________
6) As pessoas já se esqueceram que aspiravam um ar mais puro.
_________________________________________________________________________
7) Os idosos visam uma aposentadoria digna, porque querem uma velhice tranquila.
_________________________________________________________________________
8) Paguei o comerciante porque a dívida procedia.
_________________________________________________________________________
9) Prefiro antes assistir um bom jogo do que ficar namorando com a vizinha.
_________________________________________________________________________
10) Aquilo que aspiro é a paz na velhice.
_________________________________________________________________________
11) A inauguração da nova rodovia foi assistida pelo presidente.
_________________________________________________________________________
12) A mãe, sempre terna e bondosa agradava a seu filho.
_________________________________________________________________________
13) Quero e preciso de bons amigos.
_________________________________________________________________________
14) Custei encontrar uma solução para o caso.
_________________________________________________________________________
15) O bom patrão paga bem seus empregados.
_________________________________________________________________________
16) Pedi para que não convidassem esse sujeito.
_________________________________________________________________________
17) Esqueci-me o material em casa.
_________________________________________________________________________
18) Aquilo que lembrei foi o amor que tinhas por mim.
_________________________________________________________________________
19) A Firma “Materiais Plásticos”, sita à Rua Irmãos Guerreiros, está precisando empregados.
_________________________________________________________________________
20) O cargo aspirado por nós é impossível.
_________________________________________________________________________
21) Prefiro antes morrer do que pecar.
_________________________________________________________________________
22) Custo resolver este problema.
_________________________________________________________________________
23) Esta regra implica em conhecimento mais profundo.
_________________________________________________________________________
24) Aquilo que precisas é um conhecimento mais profundo.
_________________________________________________________________________
25) Prefiro mais chope do que vinho.
_________________________________________________________________________
26) Precisam-se de secretárias.
_________________________________________________________________________
27) Costura-se camisetas colegiais.
_________________________________________________________________________
28) Meu amor, meu amor, como a quero!
_________________________________________________________________________
29) Aquilo que procuro é boas leituras.
_________________________________________________________________________
30) Aspiras a paz, mas não sabes conquistar.
_________________________________________________________________________
31) Quero, aspiro e preciso de paz.
_________________________________________________________________________
32) Fui para a praia no fim-de-semana.
_________________________________________________________________________
33) Assististe aquele filme, mas não comentaste.
_________________________________________________________________________
34) O soldado pediu para que não fosse punido.
_________________________________________________________________________
35) Tua atitude implicará em graves represálias.
_________________________________________________________________________
36) Quem respeita a sinalização evita acidentes.
_________________________________________________________________________
37) Abraça-lhe com entusiasmo o amigo que muito o quer.
_________________________________________________________________________
38) O discurso de formatura foi procedido pelo pior aluno da turma.
_________________________________________________________________________
39) Quando fui no supermercado, encontrei com vários amigos.
_________________________________________________________________________
40) Não devemos desobedecer as leis do país.
_________________________________________________________________________
41) Custo entender esta determinação.
_________________________________________________________________________
42) Fui ao teatro e voltei deprimido.
_________________________________________________________________________
43) Prefiro mais um inimigo declarado do que um amigo falso.
_________________________________________________________________________
44) Pedi para meu chefe um aumento mais condizente com a situação.
_________________________________________________________________________
45) Aspiramos um futuro melhor.
_________________________________________________________________________
46) O artilheiro visou à meta com toda tranquilidade.
_________________________________________________________________________
47) Procedamos a chamada dos alunos faltosos.
_________________________________________________________________________
48) O que aspiro é um grande amor na vida.
_________________________________________________________________________
49) Assististe a festa Proteção das Viúvas?
________________________________________________________________________
2. Leia o poema:
O sobrevivente
A Cyro dos Anjos
Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade
Impossível escrever um poema – uma linha que seja de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda falta
muito para atingirmos um nível razoável de
cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto.
Os homens não melhoraram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heróicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. Rio de Janeiro, Record, 1999.
Agora responda:
a) Como Drummond critica a utilização das máquinas, na sociedade moderna?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
b) Segundo o texto, a evolução material e a cultural caminham juntas? Por quê?
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
c) Explique o paradoxo:
“Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado”.
_________________________________________________________________________
d) Sublinhe e classifique, sintaticamente, os complementos das palavras em destaque:
1. “Não precisa estômago para digestão.”
_________________________________________________________________________
2. “ ... atingirmos um nível razoável de cultura.”
_________________________________________________________________________
3. “Desconfio que escrevi um poema.”
_________________________________________________________________________
4. Escrevi a meus pais.
_________________________________________________________________________
5. Escrevi rapidamente.
_________________________________________________________________________
e) No exercício anterior, você pôde perceber que há uma relação de dependência direta ou
indireta entre os termos destacados e os seus complementos. Essa dependência é chamada de
regência nominal – quando os complementos estão ligados a um nome; regência verbal –
quando os complementos se ligam a um verbo. Identifique, nas frases citadas, quais apresentam
regência nominal e quais apresentam regência verbal.
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
PONTUAÇÃO
Por que pontuar um texto é importante?
Leia o trecho de Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e
perceba como ficaria o texto sem os sinais de pontuação.
Capítulo II – Primeiros infortúnios
“A Maria recuou dois passos e pôs-se em guarda pois também não era das que se receava
com qualquer cousa
Tira-te lá ó Leonardo
Não chames mais pelo meu nome não chames que tranco-te esta boca a socos
Safe-se daí quem lhe mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo
Isto exasperou o Leonardo a lembrança do amor aumentou-lhe a dor da traição e o ciúme
e a raiva de que se achava possuído transbordaram em socos sobre a Maria que depois de uma
tentativa inútil de resistência desatou a correr a chorar e a gritar
Ai ai acuda Senhor Compadre Senhor Compadre
Porém o compadre ensaboava nesse momento a cara de um freguês e não podia largá-lo
Portanto a Maria pagou caro e por junto todas as contas Encolheu-se a choramingar em um
canto”
Perceba agora a diferença do texto, com todos os sinais de pontuação.
“A Maria recuou dois passos e pôs-se em guarda pois também não era das que se receava
com qualquer cousa.
– Tira-te lá, ó Leonardo!
– Não chames mais pelo meu nome, não chames... que tranco-te esta boca a socos...
– Safe-se daí! quem lhe mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo?
Isto exasperou o Leonardo; a lembrança do amor aumentou-lhe a dor da traição e o ciúme
e a raiva de que se achava possuído transbordaram em socos sobre a Maria, que depois de uma
tentativa inútil de resistência, desatou a correr, a chorar e a gritar:
– Ai.. ai... acuda, Senhor Compadre... Senhor Compadre!...
Porém o compadre ensaboava nesse momento a cara de um freguês e não podia largá-lo.
Portanto a Maria pagou caro e por junto todas as contas. Encolheu-se a choramingar em um
canto.”
Observe que a pontuação, além de indicar a entonação para o leitor, esclarece o
sentido, tornando-o mais preciso. Vários são os sinais de pontuação. Veja-os a seguir:
Vírgula [ , ]

Separa os topônimos (nome de lugar) nas datas.
Ex: Alagoas, 2 de março de 2002.

Isolar vocativos e apostos.
Ex: Celina, onde você pensa que vai?

Separar os mesmo termos de uma oração.
Ex: Severino, Edmilson, Edilene formam uma bela família.

Separar adjunto adverbial quando estiver no início ou no meio da oração.
Ex: Antes do almoço, dona Alzira toma um cálice de vinho.

Antes das conjunções e, ou e nem quanto repetidas.
Ex: E falava, e chorava, e tentava explicar, e ficava nervoso, mas não conseguia nada.

Indicar zeugma (omissão de um termo já mencionado).
Ex: As mulheres preferem tomar sol; os homens, jogar bola.

Isolar expressões explicativas ou retificações.
Ex: Todos nós somos espertos, ou seja, sabemos encontrar saídas para nossos problemas.

Separar orações coordenadas assindéticas.
Ex: Eu encontro seu irmão, você faz a comida.

Separar orações subordinadas adjetivas explicativas.
Ex: O ser humano, que é dotado de inteligência, nem sempre busca o bem.

Separar orações adverbiais.
Ex: Quando o vento bater em seu rosto, lembre-se das minhas palavras de amor.
Ponto [ . ]

Emprega-se o ponto no final de frases declarativas.
Ex: Judite entregou as encomendas de doces no horário marcado.
Ponto de interrogação [ ? ]

Emprega-se no final de frases interrogativas diretas.
Ex: Você está entendendo esse capítulo?
Ponto de exclamação [ ! ]

Emprega-se no final de frases exclamativas a fim de indicar alegria, dor, espanto, surpresa.
É usado também em frases imperativas ou após interjeições.
Ex: Como é bom estar com vocês!
Ponto-e-vírgula [ ; ]
As razões para se usar o ponto-e-vírgula são variadas. Entre orações coordenadas, para
indicar uma pausa mais marcante sem indicar término do período.
Ex: Márcia namora meu irmão; minha mãe, porém, a odeia.

Quando as orações coordenadas são muito extensas.
Ex: As grandes mulheres do mundo sempre fizeram grandes coisas; os homens sempre
precisaram do apoio de uma mulher para realizá-las.

Quando as orações coordenadas já vêm marcadas por vírgulas no seu interior.
Ex: As crianças estavam tristes, acabrunhadas; seus pais não sabiam o que fazer.

Quando as orações coordenadas se opõem quanto ao sentido.
Ex: “Um dia da caça; outro do caçador.”

Quando as orações sindéticas adversativas e conclusivas apresentarem a conjunção
posposta ao verbo.
Ex: Ela gostava de ir ao concerto; cantar, porém, não lhe agradava.

Para separar as orações, quando a segunda contém zeugma.
Ex: O deputado gostaria de ter mais votos; eu, que ele fosse fiel a suas promessas.

Para separar os itens enunciados enumerativos, de uma lei, de um decreto ou de uma
portaria.
Ex: Muitas são as causas para a pobreza:
a) excesso de mão-de-obra;
b) falta de solidariedade;
c) injustiça.
Dois-pontos [ : ]

Introduz palavras, expressões ou orações que enumeram ou explicam o que foi dito
anteriormente.
Ex: Ela sempre precisava das mesmas coisas: arroz, feijão, cebola e alho.

Indica citação ou fala de personagem.
Ex: Jorge, consternado, falou a seus filhos:
– Infelizmente, a empresa abriu falência.
Aspas [ “ ” ]

Usadas no início ou final de citações.
Ex: “Amor não deve ser mantido em banho-maria, pois seus poderes de luz e encantamento se
esvaem neste lento cozinhar.” (Rosa Murray)

Destacar palavras estrangeiras e gírias.
Ex: Ontem na praia, conheci um garoto “sarado”.

Indicar fala de personagem e mudança de interlocutor.
Ex: “Eu não vou entregar meu companheiros” – falou Alfredo.

Neologismos.
Ex: “neominia”

Realçar títulos de obras.
Ex: Eu leio sempre “Dom Casmurro” e cada vez tenho uma interpretação diferente.
Travessão [ – ]

Destacar falas ou expressões.
Ex: Sempre que ia ao teatro lembrava o que falava minha mãe – uma grande mulher – sobre a
cultura.

Separar a fala do personagem da fala do narrador.
Ex: – Eu quero pizza –, gritava a menina – pizza de calabresa!

Indicar a mudança de interlocutor.
Ex: – Você escolhe o filme.
Ex: – E você o restaurante.
Reticências [ ... ]

Indicar uma interrupção na fala ou no pensamento do personagem.
Ex: – Quem matou o gato foi...

Interromper propositadamente a frase para que o leitor ou ouvinte a complete, ou porque é
conhecida a sequência.
Ex: “Quem com ferro fere, com ferro...”

Indicar que há uma continuação do texto ou que havia uma outra parte antes do trecho
mencionado.
Ex: “... Depois vem chorando desculpas assim meio pedindo...” (Gonzaguinha)
Parênteses [ ( ) ]

Usados para isolar uma palavra ou frase no período.
Ex: O Banco Central (por causa da alta do dólar) aumentou os juros.
EXERCÍCIO.
Reescreva o texto a seguir, pontuando-o corretamente.
Sentamos à mesa e ficamos aguardando Aguardamos durante três dias
terceiro dia como já era de se esperar o garoto abriu o berreiro
No fim do
Eu quero a moça do censo eu quero a moça do censo
Tenha calma meu filho disse a mãe ela já vem
Não vem não você está mentindo respondeu choramingando Há três dias que estamos
esperando Ela não vem
Não chore meu filho Se ela não vier eu vou chamar o Papai Noel para vir no lugar dela
Não quero falou malcriado Papai Noel em setembro não me interessa Além do mais papai
Noel não faz censo E eu quero ser censurado
Não é censurado que se diz meu filho
Como é então
É recenseado Censurado aqui só o seu pai
Carlos Eduardo Novaes.
A cadeira de dentista e outras crônicas. São Paulo, Ática, 1997.
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BIBLIOGRAFIA:
ZANOTTO, Normélio. A Nova Ortografia Explicada. Caxias do Sul: Editora da
UCS, 2009.
CEREJA, Roberto Cereja e MAGALHÃES, Thereza Cochar. GRAMÁTICA: Texto: Reflexo
e Uso. São Paulo. Editora Atual, 2004.
SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em Textos.São Paulo, Editora Moderna, 2001.
ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira e FADEL,Tatiana. Português:
Língua e Literatura. Editora Moderna, 2003.
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