Bioimpedância aplicada à análise dância aplicada à

Propaganda
Fisiologia de Sistemas
Dezembro de 2008
Bioimpedância aplicada à análise da composição de tecidos
Ana Cláudia Carriço 63947, Ana Margarida Ruela 62821, Cecília Nunes 62835, Joana
Pinto 63772, Joana Santos
S
62828, João Dias Semedo 62839
Resumo
As propriedades eléctricass dos tecidos têm
tê vindo a ser estudadas desde 1871, mas apenas
em 1970 os fundamentos da Análise por bioimpedância (BIA)
(
foram descritos e, desde então,
uma variedade de aparelhos foram colocados no mercado.
A medição da bioimpedância é uma ferramenta importante na prática médica e em
investigação biomédica, sendo um método de diagnóstico baseado no estudo das
propriedades eléctricas passivas dos tecidos biológicos.
biológicos Esta técnica pode ser utilizada para
avaliar a composição corporal e o estado de nutrição e também auxiliar no diagnóstico de
certas patologias e identificação de vários tecidos, apresentando aplicações ao nível de
medições do fluído corporal, da detecção de mudanças ao nível do
do volume do tecido e da
caracterização do mesmo. Este artigo foca tanto as técnicas já conhecidas como as suas
aplicações e restrições.
Palavras-chave: Bioimpedância (Z),, Análise por Bioimpedância (BIA),
(BIA) Espectroscopia Bioeléctrica (BIS),
Fase, Resistência (R), Reactância (X)
1. Introdução
parte real a resistência e a parte complexa
1.1 Impedância
a reactância.
A impedância (Z) é um parâmetro
importante na caracterização de circuitos
cir
A lei de Ohm pode assim ser
generalizada a: ܸ ൌ ܼ ൈ ‫ܫ‬.
eléctricos,, dos seus componentes ou
mesmo dos materiais que os constituem.
constituem
Pode ser definida como a oposição
oferecida à passagem de uma corrente
eléctrica
a
uma
dada
frequência
e
simbolizada por um número complexo,
numa representação vectorial, sendo a
Figura 1: Representação vectorial da
Impedância
tensão
Resistência (R)
Considerando um cilindro homogéneo
condutor
tor com uma dada resistividade
ao
longo
do
volume
do
corpo/segmento considerado.
É de salientar que a intensidade da
uniforme, verifica-se que a sua R eléctrica é
corrente
directamente
te
ao
pequena para não ser perceptível pelo
comprimento e inversamente
nte proporcional
indivíduo (aproximadamente 800 μA), mas
à área da secção transversal.
suficiente para produzir uma tensão que
proporcional
deve
ser
suficientemente
seja superior ao ruído verificado.
Na medição da bioimpedânc
bioimpedância, a R é
inerente aos próprios tecidos, reflectindo a
oposição pura destes à passagem de
corrente e a X deve-se
se ao efeito de
capacitância produzido pelas membranas
celulares, pelas interfaces entre os vários
Figura 2: Modelo do cilindro
tecidos e pelos tecidos não-iónicos.
iónicos.
Voltando à R,, esta pode se
ser dividida
Reactância (X)
É uma grandeza eléctrica que exprime
em R extra e intracelular (Re e Ri) e de
a oposição à passagem da corrente
membrana (Rm).. Esta divisão é muito útil
eléctrica em corrente alternada, devido a
em termos de análise de resultados.
fenómenos
magnéticos
de
carácter
indutivo (X indutiva) ou de armazenamento
de energia eléctrica de carácter capacitivo
(X capacitiva).
1.2 Tecidos
O corpo humano é constituído por um
conjunto heterogéneo de líquidos e tecidos
Figura 3 – Exemplo de associação eléctrica das
orgânicos de resistividade variável. Na
resistências
perspectiva
da
electricidade,
pode-se
pode
considerar o corpo constituído por um
conjunto de resistências e condensadores.
Para
a
determinação
da
bioimpedância aplica-se uma corrente ao
corpo, que gera diferentes valores de
Para
o
cálculo
de
Re
e
Ri ,
individualmente, tira-se
se partido dos seus
comportamentos a diferentes frequências.
Se fizermos tender a frequência para zero
(DC),
a
corrente
não
penetrará
a
membrana celular, sendo por isso medida
Re. Se fizermos tender a frequência para
gordura,
que
apresentam
valores muito altos (∞) a corrente
condutividade baixa.
uma
percorrerá ambos os meios sendo o
resultado a associação de Re com Ri. De
chamar à atenção para o facto de esta ser
uma abordagem teórica, uma vez que a
frequência da corrente introduzida no
corpo, não deve atingir valores muito
baixos, devido à ocorrência de múltiplas
dispersões, nem valores muito elevados
pela
mesma
razão
e
porque
altas
frequências podem também estimular
electricamente alguns tecidos condutores,
Figura 4: Resistência à corrente de alguns
como o tecido cardíaco. Do maior interesse
tecidos
é também a relação entre R e capacitância
por
reflectir
diferentes
propriedades
É
de
notar
que
os
segmentos
eléctricas, que podem ser interpretadas
corporais se encontram em série, somando
para
as suas resistências. Assim, segmentos
detectar
patologias,
estado
de
nutrição ou hidratação.
Os
tecidos
determinadas
mais largos (tronco) contribuem menos
vivos
apresentam
características
que
que segmentos com igual comprimento
mas menor espessura (antebraço e braço).
influenciam a determinação de Z associado
aos mesmos. Como todos os tecidos vivos
constituem um volume condutor, os
transportadores físicos de corrente são os
iões
electricamente
carregados,
mais
especificamente, os iões sódio e potássio,
que se deslocam no seu interior. Assim,
existem materiais que apresentam uma
Figura 5: Divisão do corpo em cilindros
condutividade alta, caso do sangue e da
urina (devido à presença de uma grande
Para além disso, existe uma menor R à
quantidade de electrólitos em solução);
passagem de corrente onde existe uma
outros com uma condutividade intermédia,
menor quantidade de obstáculos, como
o músculo; e ainda outros, como o osso ou
membranas
barreiras
ao
celulares
que
movimento
constituem
das
cargas,
verificando-se que o fluxo de corrente é
(tipo de tecido conjuntivo, cujas células
maior nas zonas onde a R é menor e com
armazenam energia na forma de gordura).
condutividade elevada. A R do corpo
Podemos obtê-lo através da diferença
humano depende ainda de condições
entre o peso e o índice de massa muscular
fisiológicas e ambientais, como o estado da
(o índice de massa muscular é estimado a
pele, pressão e duração do contacto,
partir do valor obtido para a quantidade
natureza da corrente, taxa de álcool no
total de água).
sangue, etc.
2.2 Massa magra (FFM)
2. Compartimentos corporais
Uma das áreas de aplicação da
bioimpedância é a análise da composição
Considera-se FFM tudo o que não seja
gordura. Pode divide-se em água extra e
intracelular (QTAC) e massa celular.
corporal. A partir dos resultados obtidos
nos diferentes métodos é possível prever
Índice de Massa Celular
alguns índices da composição corporal,
O índice de massa celular corresponde
nomeadamente índices de gordura, massa
à componente metabólica activa do corpo
celular corporal, quantidade de água total,
(conteúdo em fluido intracelular e sólidos
intra e extracelular.
existentes). A estimativa deste índice é
2.1 Índice de Gordura (FM)
O FM é a percentagem de massa
corporal correspondente a tecido adiposo
difícil
de
obter
por
abrangente.
Figura 6: Esquema da composição dos compartimentos corporais
ser
bastante
3. Métodos
composição
Bioimpedância
para análise
corporal
da
por
anteriormente, de acordo com a lei de
Ohm, Z é obtida por:
ܼൌ
2.1 Análise por Bioimpedância (BIA)
ܸ
‫ܫ‬
A BIA é um método prático, rápido e
não-invasivo, utilizado para estimar os
compartimentos corporais, cuja análise é
baseada na medida de R total do corpo à
passagem de uma corrente elétrica com
determinadas amplitude e
frequência,
Com base no referido modelo do
corpo como cilindro de resistividade
uniforme e área constante, o volume dos
compartimentos pode ser determinado a
partir de Z através da fórmula:
ܼൌ
mensurando propriedades como a Z, R, X e
fase.
ܼൌ
ܸൌ
BIA de única e de multipla frequência (SFBIA e MF-BIA)
‫ߩ∙ܪ‬
‫ܣ‬
‫ܪ‬ଶ ∙ ߩ
ܸ
‫ܪ‬ଶ ∙ ߩ
ܼ
O SF-BIA e o MF-BIA são dois métodos
No SF-BIA Z é calculado para uma
de bioimpedância que permitem, através
corrente com uma frequência de 50 KHz.
da indução de uma corrente eléctrica,
Para esta frequência, a corrente passa
determinar a Z oferecida pelo corpo.
através dos fluidos intra e extracelulares,
Ambos os métodos são utilizados para
consistindo este método na associação das
detectar Z total.
resistências apresentadas por estes fluidos.
Em primeiro lugar, são colocados
quatro eléctrodos, dois para gerar corrente
O valor de Z obtido por este método
permite calcular a QTAC e a FFM no corpo.
e dois para medir a tensão, em duas
No MF-BIA a frequência da corrente
extremidades do corpo, geralmente dois
induzida varia, sendo possível obter valores
no pé e dois na mão, como se observa na
de Z para diferentes compartimentos do
figura 7. Em seguida, é induzida uma
corpo.
corrente eléctrica que percorre o caminho
Para
determinar
fluido
corpo
uma
extracelular
eléctrodos, através dos materiais que
corrente com valores de frequência muito
apresentam uma maior condutividade.
baixos. Para estes valores a membrana
Assim, é gerada uma tensão (V) entre os
celular funciona como um isolador e
dois
consequentemente a corrente é conduzida
Como
referido
no
do
entre as duas extremidades que contêm os
eléctrodos.
aplica-se
Z
apenas através do fluido extracelular. A
partir da impedância Z0 pode-se calcular a
diferenças entre esses componentes, dado
quantidade de água extracelular. Para
um sinal de input que percorre todo o
determinar
corpo, à imagem das técnicas referidas
Z
dos
fluidos
intra
e
extracelular introduz-se no corpo uma
anteriormente.
corrente
configurações
com
elevados
valores
de
Existem
de
inúmeras
distribuição
dos
frequência, para estes valores a membrana
eléctrodos, de acordo com o objectivo das
celular permite a passagem da corrente
medições. Todas visam obter resultados
para o meio intracelular, permitindo o
para medidas do corpo todo.
cálculo da QTAC.
O
MF-BIA
é
um
método
mais
adequado que o SF-BIA para determinar a
QTAC em indivíduos saudáveis, obesos ou
com insuficiência renal crónica.
Figura 8: Localização dos eléctrodos na
validação do método segmentado para
determinação do volume muscular total
(Tanaka et al.)
Figura 7: Colocação dos eléctrodos no SF-BIA
e MF-BIA
As técnicas de SF-BIA e MF-BIA
Análise por Bioimpedância Segmentada e
Localizada
Esta análise consiste em detectar
tensões noutros pontos do corpo além dos
usados nos outros métodos, com vista a
separar
os
diferentes
componentes
anatómicos, membros superiores, tronco e
membros inferiores. É fundamentada pelas
referidas assumem o modelo do corpo
como cilindro de resistividade uniforme e
área transversal constante.
Estas aproximações impossibilitam a
determinação correcta da Z total, por erros
sistemáticos, e consequentes erros na
determinação de dados antropométricos
pretendidos.
As aproximações do SF-BIA e MF-BIA
são:
Por exemplo, para estimar a o volume
de massa muscular, (Tanaka et al.)
Área: O tronco representa cerca de
descobriram que o tronco contribui 33,7%
metade da massa corporal. Contudo,
enquanto os membros contribuem o
devido à sua grande área transversal,
restante.
contribui muito pouco para a Z total do
No que toca a Z total o braço contribui
corpo. Por oposição, os membros possuem
cerca de 45%, o tronco contribui 10% e a
uma reduzida área transversal, levando a
perna 45%
que Z total dependa em maior razão de Z.
Existem
numerosas
configurações
Como referido, a medição de Z total, impõe
para a colocação dos eléctrodos de
um circuito ligado em série com iguais as
detenção da tensão, conforme as medidas
contribuições para Z de cada um dos
pretendidas. Existe contudo falta de
componentes.
consenso a nível das contribuições das
Componentes
com
diferentes áreas não podem pois constar
numa
aproximação
que
equipare
diferentes partes do corpo.
as
contribuições das suas impedâncias.
A BIA segmentada difere da localizada
na medida em que é aplicado um sinal a
Resistividade específica - Composição
todo o corpo e se pretendem medidas
e estrutura dos tecidos: O tronco possui
totais. A BIA localizada aplica um sinal local
uma estrutura muito complexa, dada a
e obtém resultados bastante correctos
presença
para um segmento específico do corpo.
de
diferentes
inúmeros
conformações,
órgãos
com
tecidos
e
propriedades. Ou seja, a resistividade é
Fase
altamente específica. Este factor invalida a
Depois de medidos os valores de R e
aproximação do tronco como cilindro de
de X, a fase pode ser obtida por:
resistividade
ߠ ൌ ܽ‫ ݃ݐܿݎ‬ቀܴቁ
homogénea.
Esta
aproximação é menos grosseira para os
membros,
pois
possuem
ܺ
tecido
maioritariamente muscular e área pouco
variável.
À semelhança dos métodos referidos,
estes métodos visam obter medidas
antropométricas para todo o corpo. A
Figura 9 : Diagrama que relaciona a resistência
vantagem é que são eliminados os erros
e a reactância pela fase (ߠ)
sistemáticos associados às áreas obtendo
valores mais correctos.
A fase
reflecte as contribuições
relativas do fluido (R) e das membranas
(capacitância) e pode ser interpretada não
só como um indicador da distribuição de
água
entre
os
espaços
intra
e
extracelulares ou como um indicador para
avaliar o estado de nutrição do indíviduo,
mas também como factor de prognóstico
Figura 10: Esquema representativo da
em certas condições em que a integridade
integrid
identificação de um tecido normal e de um
isquémico.
das membranas celulares é comprometida
e/ou ocorrem alterações ao nível do fluído
Este método pode
ode ainda ser útil no
intra e extracelular (permitindo detectar
alterações nas propriedades eléctricas dos
hepática, cancro
ancro do pulmão
pulmão, HIV e
tecidos).
Como já referido anteriormente,
em
diagnóstico de patologias como ccirrose
tecidos
com
uma
oxigenação
adequada, correntes
rentes de baixa frequência
não penetram as membranas celulares,
percorrendo o fluido extracelular
celular (fase
insuficiência renal crónica e tem como
vantagem
necessárias
consoante
o
facto
de
equações
várias
não
serem
sere
que
variam
características
do
indivíduo.
baixa).
). Para altas frequências a corrente
percorre ambos os meios (fase baixa).
2.22 Espectroscopia Bioeléctrica (BIS)
Neste caso, o ângulo de fase do indivíduo
varia mesmo entre 4 e 10
Este
graus,
graus
dependendo do sexo. Ângulos de menor
método
utiliza
modelos
computacionais e equações mistas para
fase podem ser associados à morte celular
prever o Z0 e o Z∞ ou determinar a relação
ou a uma alteração da permeabilidade
entre Z e os compartimentos do corpo
corpo.
selectiva da membrana celular. Ângulos de
Os valores de Z obtidos para baixas
fase mais alta podem ser associados a
frequências, e que permitem o cálcul
cálculo do
maior massa celular do corpo. No caso dos
volume total de água extracelular,
celular, são
tecidos
baixas
extrapolados a partir de um gráfico Cole-
tem
maior
Cole.
o
fluido
isquémicos,
os,
frequências,
a
dificuldade
em
para
corrente
percorrer
Este gráfico consiste na representação
intercelular, embora não atravesse as
das
impedâncias
membranas (fase muito baixa). Para altas
frequência (entre 5 KHz e 1000 KHz)
K
pelos
frequências o resultado é praticamente
métodos BIA, relacionando X, R, Z e a
idêntico ao de um tecido saudável.
frequência.
O
obtidass
gráfico
para
consiste
cada
na
aproximação dos valores obtidos por uma
curva e no prolongamento desta até ao
eixo de R formando um semi-circulo. Este
em que c é a fracção de volume de tecido
prolongamento permite extrapolar valores
não condutor. Para baixas frequências, c
de Z para frequências que não podem ser
toma o valor de 1-Ve/Vb, na medida em que
introduzidas no corpo.
a
corrente
só
passa
pelo
tecido
extracelular. Assim o volume extracelular é
obtido por:
‫ ܪ‬ଶܹ ଵ/ଶ
ܸ௘ ൌ ݇௘ ቆ
ቇ
ܼ௘
ଶ/ଷ
em que W é a massa do corpo e o ke é:
Figura 11: Gráfico Cole-Cole
O corpo pode ser dividido em cinco
cilindros (membros superiores, membros
inferiores e tronco). O volume de cada
cilindro
é
simplificar,
designado
é
possível
por
Vb.
Para
obter
uma
aproximação do volume total do corpo a
sendo Db a densidade do corpo. Considerase que o ke para os homens é 0,306, para
as mulheres é 0,316 e que Db é 1.05 kg/L.
(Lorenzo et al.).
partir do volume de um único cilindro,
multiplicando-o por um factor Kb, cujo valor
é aproximadamente 4,3 (Lorenzo et al.). Z e
A quantidade de água intra-celular é
calculada a partir da seguinte fórmula:
o volume podem assim ser relacionados
pela fórmula:
൬1 +
ܸ௜ ହ/ଶ ܼ௘ + ܼ௜
ܸ௜
ൌ
൰
൬1 + ‫ܭ‬ఘ ൰
ܸ௘
ܼ௜
ܸ௘
‫ܭ‬ఘ ൌ
Este método tem em consideração o
ߩ௜
ߩ௘
efeito dos tecidos não condutores, quando
presentes nos fluidos intra e extracelulares.
em que Kρ é o coeficiente de resistividade
O aumento destes tecidos conduz a um
entre os fluidos intra e extracelular,
aumento da resistividade dos fluidos. Esta
considera-se um K
resistividade é dada pela teoria mista da
homens e 3.40 para as mulheres (Lorenzo
condutividade de Hanai.
et al.).
ρ
de 3.82 para os
4. Condicionamentos na realização da
análise de bioimpedância
Na realização das medições há
inúmeros factores que condicionam a
reprodução das mesmas e validade dos
resultados:
Tabela 1: Condicionamentos na realização da análise de bioimpedância
Condicionamentos
Observações/Recomendações
Variações na posição dos eléctrodos
colocação afastada de 1cm pode provocar um
erro de cerca de 2% na resistência
Número de eléctrodos
Frequência única ou multifrequência
Características do equipamento utilizado
corrente, frequência, forma da onda, precisão,
tolerância, resolução.
Protocolos de medição
Algoritmos utilizados na interpretação de
resultados
Posição do corpo
Hidratação
Consumo de comida ou bebidas
individuo deve estar deitado, com pernas e
braços a fazerem um ângulo de 30/45º em
relação ao tronco
ingerir pelo menos 2L de água no dia anterior ao
teste
recomenda-se o não consumo de comida e
bebidas 8horas antes
Temperatura corporal e do local
Actividade física recente
Estado da pele do indivíduo
Altura e Peso
Contacto com outros objectos
Formato do corpo
não se deve realizar exercício físico 8 horas antes
deve-se efectuar uma limpeza com álcool dos
locais de colocação de eléctrodos. Não deve ter
nos mesmos.
medir rigorosamente altura e peso pouco antes
da realização da análise de bioimpedância.
ambiente neutro, sem qualquer contacto com
materiais metálicos
não deve ser usado em caso de anomalias na
forma corporal (como amputações)
Grupo étnico
Estado clínico do indivíduo
não deve ser utilizado por indivíduos com
pacemaker
crianças. Para além disso, o corpo não se
5. Métodos de referência
A validação das equações utilizadas
em
cada
método
deve
ser
comporta como um condutor uniforme.
As
feita
estimativas
de
erro
padrão
de
estudadas para os métodos BIA, 2 - 2,5 kg
por
em indivíduos do sexo masculino e 1,5 –
densitometria mas também por modelo
1,8 em indivíduos do sexo feminino, e de
multi-compartimentado, absorciometria de
erro real, 0,0-1,8, são consideradas as
emissão dupla de raios X, diluição isotópica
ideais. Estimativas de erro inferiores a 3kg
e ressonância magnética. Cada um destes
para indivíduos do sexo masculino e 2,3 kg
métodos tem limitações e obtêm-se
para indivíduos do sexo feminino são
resultados que não válidos em todas as
consideradas muito boas (Houtkouper et
situações.
al.).
6. Precisão e limitações
7. Conclusões
comparativamente
referência
com
métodos
nomeadamente,
Os resultados dos vários métodos
A bioimpedância eléctrica consiste na
devem ser padronizados de modo a obter
medição de Z de amostras biológicas e
resultados mais precisos. Actualmente a
reflecte
estimativa estudada da precisão geral para
indivíduo, sendo um método muito útil em
os métodos BIA é de 2,7-4%. Para a QTAC a
diagnóstico de patologias e determinação
estimativa para precisão de é de 3,4 - 8 e
de índices de massa corporal e de água,
para o FM é 3,4-6%. As aproximações
por exemplo.
estatísticas vão sendo melhoradas de
Pode
as
condições
ser
utilizada
fisiológicas
em
do
sujeitos
saudáveis ou portadores de doença crónica
modo a ter melhores resultados.
A escolha das mesmas para cada
desde que especificados idade, sexo e raça,
população representa uma limitação na
não sendo recomendado apenas para
utilização
patologias agudas ou anomalias na forma
diferenciam
da
BIA.
as
Os
factores
populações
que
incluem
corporal (amputações).
variáveis como idade, grupo étnico, estado
Os métodos de bioimpedância são
de saúde, formato/estrutura do corpo,
não-invasivos, bastante acessíveis do ponto
hidratação variável com a idade, zona do
de vista económico e os equipamentos
corpo e sexo. Actualmente verifica-se que a
utilizados são de fácil transporte.
maior parte dos estudos foram feitos em
No entanto, é ainda necessária mais
indivíduos caucasianos e que não existem
investigação nesta área, nomeadamente na
muitas equações para indivíduos idosos e
tecnologia, nas equações aplicadas, nas
variáveis nelas contidas e no tratamento de
[10]
resultados.
Impedance Analysis in Body Composition
Rombeau
JL,
1994,
Bioelectrical
Measurement. NIH Technol Assess Statement,
12(14):1–35.
Bibliografia
<http://www.nutricaoclinica.com.br/content/vi
[1]
RN,
1996,
Electrical
total
body
electrical
Baumgartner
ew/183/16/>
impedance
and
[11] Tanaka N et al., 2007, Applicability of a
conductivity: Human Body Composition. IL:
segmental bioelectrical impedance analysis for
Human Kinetics
predicting the whole body skeletal muscle
[2] Britto EP et al., 2008, Bioelectrical
volume. J Appl Physiol, 103: 1688-1695,
Impedance Analysis in Heart Failure. SOCERJ,
21(3):178-183
[3] Coppini LZ et al., 2000, Impedância
bioelétrica. Nutrição oral, enteral e parenteral
na prática clínica, 295-304.
[4] Instituto de Metabolismo e Nutrição,
Bioimpedância
fundamentos
teóricos
e
aplicabilidade, consultado a 10-12-2008,
[5] Ishiguro N et al., 2004, Applicability of a
segmental bioelectrical impedance analysis for
predicting the whole trunk skeletal muscle
volume. J Appl Physiol, 100: 572-5778.
[6] Jaffrin M et al., 2006, Total body water
measurement
by
a
modification
of
the
bioimpedance spectroscopy method. Medical
and Biological Engineering and Computing,
44(10): 873-882.
[7] Jaffrin M et al., 2008, Extracellular volume
measurements
using
bioimpedance
spectroscopy-Hanai method and wrist–ankle
resistance at 50 kHz. Medical and Biological
Engineering and Computing
[8] Kyle UG et al., 2004, Bioelectrical
impedance analysis – part I: review of principles
and methods. Clinical Nutrition, 23: 1226–1243.
[9]
Kyle UG
et al., 2004, Bioelectrical
impedance analysis – part II: utilization in
clinical practice. Clinical Nutrition, 23:1430–
1453.
Download