avaliação de cultivares de ervilha para produção de

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AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE ERVI LH A PARA PRODUÇÃO DE GRÃOS
VERDES EM IPAM ERI
1
Francisco da Mota Moreira ; Ivan Alves Silva
2,4
; Tiago Henrique Alves Bueno 2, 4 ;
1,4
Waldivino Gomes Firmino 3,4 ; Josimar Alberto Pereira 2,4; Nei Peixoto
1
Pesquisador AGENCIARURAL/UEG
2
Voluntário Iniciação Científica PVIC/UEG
3
Pesquisador UEG
4
Curso de Agronomia, Unidade Universitária de Ipameri, UEG
RESUMO
Avaliou-se, em 2005, na área experimental da Universidade Estadual de Goiás, em
Ipameri- GO, quatro cultivares de ervilha para produção de grãos verdes. As cultivares Samba
e Forró, mostraram-se mais precoce quanto a floração, enquanto as cultivares Axé e Frevo
apresentaram floração mais tardia. A cultivar Forró apresentou o maior porte de planta,
superando as demais cultiva res que se igualaram estatisticamente. As cultivares Axé e Frevo
apresentaram o maior número de vagens por planta. Frevo e Forró produziram o maior
número de grãos por vagem. Quanto à produtividade, todos os tratamentos se igualaram
estatisticamente.
Palavras-chaves: Pisum sativum, produtividade, grãos, altura da planta.
Introdução
Originária do Oriente Médio, a ervilha é muito apreciada em todo o mundo como
legume, sendo consumida como grãos verdes ou grãos enlatados
(secos reidratados ou
verdes). No Brasil, até os anos oitenta, o produto era quase totalmente importado enquanto
que atualmente, toda a demanda pode ser atendida pela produção nacional. Seu cultivo é
efetuado durante o inverno, sendo a planta bastante tolerante a baixas temperaturas, IAC
(2005).
A ervilha (Pisum sativum L.) significa muito para a história. É mencionada na Bíblia,
e ervilhas secas foram encontradas nos túmulos egípcios. Se no passado a planta da ervilha
2
forneceu dados para as pesquisas de Gregor Johann Mendel, o criador da genética moderna,
hoje as ervilhas são de grande importância, principalmente na alimentação humana, devido
ser esta fabácea, um excelente alimento, pois destacam em sua composição centesimal,
elevados teores de proteína, vitaminas do complexo B, principalmente tiamina, riboflavina e
niacina, além de minerais como cálcio, ferro, fósforo e potássio, Pereira (1989).
Diferentemente da ervilha para produção de grãos secos que são reidratados e
enlatados, as cultivares de ervilha-verde são próprias para colheita de grãos verdes, visando ao
imediato congelamento e/ou enlatamento. O produto pode também ser comercializado na
forma de vagens para debulhar ou de grãos debulhados, para consumo "in natura", Embrapa
(2005).
O cultivo de ervilha é realizado no inverno, período em que milhões de hectares de
terra não geram renda e sofrem degradação por erosão, Rodrigues et al (1998). A ervilha
apresenta potencial para maximizar a utilização de terras, de máquinas e de equipamentos
subutilizados no inverno nas propriedades que adotam sistemas de produção de grãos.
A região do Brasil Central apresenta condições climáticas ideais para a produção de
ervilha, Marouelli, (1987) principalmente nas localidades de altitudes que apresenta no
inverno, um clima ameno e seco. Sendo assim a região do município de Ipameri, possui
condições propícias para tal cultura, principalmente na região de chapadas. Pelo exposto, é
interessante avaliar a adaptação de novas cultivares na região Sudeste de Goiás.
Este trabalho teve como objetivo avaliar nas condições edafoclimáticas de Ipameri, o
comportamento de cultivares de ervilhas para produção de grãos verdes.
Material e Métodos
Conduziu-se um experimento de ervilha para produção de grãos verdes, na área
experimental da Universidade Estadual de Goiás, em Ipameri-GO, em um latossolo vermelhoamarelo. A semeadura ocorreu em 05/06/2005. O delineamento experimental utilizado foi o
de blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições, sendo as parcelas,
constituídas de oito fileiras de três metros, dispostas no espaçamento de 0,2 x 0,05m,
semeando duas sementes a cada cinco centímetros, com posterior desbaste, deixando 20
plantas por metro. Usaram-se 2000 kg/ha da fórmula 5-25-15 no plantio, não realizando
adubação em cobertura e nenhum controle fitossanitário. Utilizou-se irrigação por aspersão
convencional e o controle manual de ervas daninhas. Avaliaram-se as cultivares Axé, Forró,
Frevo e Samba, todas as variedades de grãos rugosos, próprias para colheita de grãos verdes.
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Foram avaliadas as seguintes características: nº de dias da antese de 50 % da parcela,
altura média de plantas, número de vagens por planta, número de grãos por vagem e
produtividade. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas
pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
As cultivares Samba e Forró apresentaram floração aos 50 e 51 dias da semeadura,
respectivamente, mostrando-se mais precoce quanto à floração, enquanto as cultivares Axé e
Frevo floresceram aos 53 dias após semeadura. A cultivar Forró apresentou o maior porte de
planta, sendo que o porte ereto da cultivar confere- lhe maior facilidade para colheita
mecanizada. Esta cultivar é conhecida como sendo do tipo “semi-áfila”, possuindo o gene
“af” na forma homozigota recessiva, Nascimento et. Al (1987). As ervilhas do tipo “semiáfila” possuem apenas estípulas, sendo desprovidas de folíolos. As demais, quanto ao porte da
planta se igualaram estatisticamente (Tabela 1).
O maior número médio de va gens por planta ocorreu nas cultivares Axé e Frevo. As
cultivares Frevo e Forró, apresentaram o maior numero de grãos por vagem (Tabela 1)
Quanto à produtividade, todos os tratamentos se igualaram estatisticamente (Tabela 1),
alcançando valores semelhantes aos encontrados por Nascimento & Giordano (1994).
Tabela 1. Nº de dias da antese de 100 % da parcela (DIAFLO), altura média de plantas,
número de vagens por planta, número de grãos por vagem e produtividade. Ipameri, 2005.
Tratamentos
DIAFLO
Altura
Nº de vagem Nº de grãos
Produtividade
Média de
por planta
por vagem
(t/ha)
1 - Axé
53 a
57,66 b
5,44 a
5,35 b
6,5690 a
2 - Forró
51 b
67,36 a
4,70 b
5,75 a
7,5112 a
3 - Frevo
53 a
57, 18 b
5,40 a
5,98 a
6,7506 a
4 - Samba
50 b
52,10 b
4,64 b
4,98 c
7,2254 a
1,34
7,97
7,22
3,53
7,96
CV (%)
Médias seguidas com mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4
Conclusão
Todas as cultivares apresentaram alta produtividade, mostrando, assim, boa adaptação
à região, com destaque para a cultivar Forró, mais precoce e, devido as suas características
fenológicas, apresenta potencial para a colheita mecanizada.
Referências Bibliográficas
Disponível em http://www.cnph.embrapa.br/cultivares/ervilha.htm. Acesso em 22/09/2005
Disponível em http://www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/ErvilhaGraos/ErvilhaGraos.htm. Acesso
em 22/09/2005.
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1987.
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NASCIMENTO, W. M.; GIORDANO, L. B.; CÂMARA, F. L. A.; LEITE, S. L. S. Produção
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