O CARÁTER INDISSOCIÁVEL DE REDES E TERRITÓRIOS Diego Ribeiro Defreyn - [email protected] Glauco Martorano Vieira Filho - [email protected] Marcio Marchi – [email protected] Graduandos do Curso de Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 1. INTRODUÇÃO O discurso da globalização traz consigo a idéia do enfraquecimento das fronteiras nacionais e a promessa de uma padronização dos estilos de vida em todo mundo. Discurso este que se coloca de uma forma visivelmente ideológica frente a situações que muitas vezes parecem paradoxalmente aumentar as disparidades entre os lugares, principalmente entre os países ditos centrais e aqueles ditos periféricos. Deixando de lado o julgamento do discurso de um mundo globalizado, o que se vê atualmente é a larga difusão da ocorrência de fluxos de naturezas diversas a cortarem o espaço geográfico, além de novas formas de organizações sociais e territoriais em redes. Formas estas que contribuem decisivamente às mudanças que vêm ocorrendo na organização do espaço. Vista esta realidade, fica claro que a análise dos territórios e das redes coloca-se como possibilidade de construção de uma Geografia adequada aos temas da atualidade. 2. OBJETIVOS Este trabalho busca a articulação da noção de rede com o conceito eminentemente geográfico de território. Conceitos estes, casados com a presente situação de mundo, tendo como base teórica autores, principalmente ligados à Geografia, que tomam por diferentes formas a busca de tais objetivos, desenvolvendo assim um instrumento pertinente às suas análises e enriquecendo o debate acerca da temática. 3. METODOLOGIAS Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 Para tanto, a metodologia usada foi pautada em um extenso levantamento bibliográfico, buscando abarcar parte dos temas até agora suscitados pelos principais autores que tratam da temática em seus aportes metodológicos. O corpo do trabalho tentará abarcar a discussão dividida em três momentos: território: evolução dos conceitos; o papel das redes na Geografia; e a indissociabilidade dos conceitos de territórios e de redes: notas para discussão. A primeira parte buscará uma revisão crítica da noção de território. Na segunda parte, a análise atentará para as noções de rede, sua evolução histórica desde os tempos dos gregos, passando pelos desdobramentos na filosofia de Saint-Simon, desembocando nos debates atuais. Na terceira parte, abordaremos o caráter indissociável dos conceitos de território e rede. 4. TERRITÓRIO: EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS O território assumiu diversas acepções ao longo da história, desde a origem latina da palavra, passando pelas mais variadas concepções de cunho materialista e/ou idealista. As materialistas, vinculadas ao espaço físico, econômico e jurídico-político e as idealistas, ligadas a questões culturais e identitárias. Apesar de não aparecer de forma mais clara nos textos, desde muito a temática do território se faz presente em estudos de vários autores, como Karl Marx, Guy Débord, Émile Durkheim, entre outros (HAESBAERT, 2006). A territorialidade demonstra-se inerente à condição humana. Quando o Homem sedentarizou-se e se apropriou da base ecológica, iniciou-se o processo de territorialização humana. Restringir uma porção do espaço para si é uma prática exercida desde os primórdios da humanidade. O território aparece de forma polissêmica, gerando debates sobre sua natureza absoluta ou relacional. Seu caráter absoluto transita em um sentido idealista de entendimento de mundo, ou em um sentido materialista-mecanicista, onde o objeto físico é dissociado da dinâmica temporal. Essa visão que tem como base o espaço material vai desde os que defendem uma visão reducionista e clássica do território, até aqueles que em uma visão dialética dirão que o território é um conjunto de relações social-históricas, sendo o substrato físico mediador ou até determinante dessas relações. A visão relacional de território busca superar a diferenciação Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 estanque de espaço prisão original e construída, buscando um sentido mais amplo, de temporalidade. Assim, uma das características mais importantes é a historicidade (HAESBAERT, 2006). O caráter de multiplicidade do território perpassa o espaço geográfico nas relações sociais. Essa multiplicidade é evidenciada nas dinâmicas de exclusão e inclusão dentro da própria sociedade, sendo um importante processo da formação sócio-espacial. O território pode ainda existir descontinuamente no espaço, porém com uma homogeneidade essencial para que seja um só, o poder que ali impera e se sobressai sobre os outros. Por último, salienta-se que o propagado fim dos territórios no mundo dito “globalizado” está longe de ser uma realidade, pois o que se observa é um recrudescimento das fronteiras do Estado-nação ante a ideologia utópica dos discursos que pregam o fim das fronteiras. 5. O PAPEL DAS REDES NA GEOGRAFIA Na linguagem cotidiana, a palavra rede é empregada desde a antiguidade clássica, principalmente para designar o artefato composto por linhas e nós interligados, formando uma espécie de tecido utilizado para a captura de animais. Ainda na antiguidade, a noção é utilizada para formular comparações com as formas da natureza. Na medicina de Hipócrates a palavra é utilizada na construção da analogia entre este emaranhado de linhas e nós, e o corpo humano com seu sistema circulatório. No final do século XVIII surge na França a filosofia de Saint-Simon e de seus seguidores. Nela, estão as bases do conceito moderno de rede, trabalhado tanto nas ciências exatas como nas humanas, onde ela passa a ser pensada também através de uma lógica espacial. ”A grande ruptura que introduz novo conceito de rede acontece na segunda metade do século XVIII e se caracteriza pela sua ‘saída’ do corpo. Representações geométricas do território se multiplicam graças à triangulação do espaço em rede (DIAS, 2007, p.15). As idéias concebidas por Saint-Simon e seus seguidores influenciaram o pensamento europeu e em grande medida eram caracterizadas pela crença no progresso da humanidade e pela possibilidade da construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Saint-Simon propõe então uma analogia entre o corpo humano e a sociedade, a idéia está baseada no pressuposto de que um corpo saudável é aquele onde o sangue circula sem Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 interrupção pelas veias, seria então um pressuposto necessário ao desenvolvimento social, a construção de uma realidade onde os fluxos circulassem livremente formando uma verdadeira rede, neste caso sobre o território da França. A possibilidade da geração do progresso pleno mobilizou políticos, engenheiros, militares, tecnocratas e cientistas ligados a produção de grandes obras que buscavam integrar o território. Estas idéias apresentaram larga difusão não só na França, mas em boa parte da Europa e também na América. Para muitos, estas redes eram vistas como a solução dos problemas sociais da humanidade e não como uma, dentre muitas possibilidades. Admitindo-se então que a noção de rede adquire um caráter polissêmico e histórico, sendo empregada tanto pelo senso comum quanto por diferentes ramos da ciência, na Geografia, a rede chama atenção ao assumir o caráter de forma organizacional sobre o espaço geográfico, cada vez mais cortado por fluxos de naturezas diversas, alterando as configurações territoriais, na busca por fluidez. Os fluxos de pessoas, mercadorias, capitais e informações, atualmente se intensificam, rompendo as fronteiras dos territórios nacionais. Este fenômeno pode ser considerado relativamente recente. A desregulamentação econômica proporciona uma maior circulação de capitais com a mundialização do sistema financeiro e dos serviços. Isso proporciona uma deslocalização produtiva cada vez maior das grandes empresas, que transferem suas plantas industriais para países onde os custos produtivos são menores, tornando assim estes processos integrados em verdadeiras redes transnacionais. No caso das redes migratórias, os fluxos de pessoas acentuam-se pela busca de melhores condições de vida, mobilizando aparatos que proporcionam estes movimentos legais ou ilegais, formando pontos de apoio no território. As relações sociais que se expressam através das redes de infra-estrutura também aparecem como importantes integradoras e modificadoras do território. Como exemplos: a malha viária, que proporciona a circulação principalmente de pessoas e mercadorias, as redes telefônicas ou de energia elétrica, entre tantos exemplos cabíveis envolvendo a noção de redes. Posturas coerentes principalmente frente à rede técnica ajudam a evitar os discursos deterministas que exageram na sua relevância como fatores de transformação social. Atualmente com a inovação tecnológica, e principalmente com a larga difusão da internet aparecem idéias Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 notadamente deterministas que a enxergam como um instrumento totalmente democrático, sem hierarquia e horizontal. Importante, porém, é não pensar a rede apenas como um dado material, mas também admitir o seu caráter social e político, já que por ela circulam informações, pessoas, e valores entre outros elementos que lhe dão sentido. Segundo Santos (2008, p.262), “sem isso, e a despeito da materialidade com que se impõe aos nossos sentidos, a rede é na verdade uma mera abstração”. 6. A INDISSOCIABILIDADE DOS CONCEITOS DE TERRITÓRIOS E DE REDES: NOTAS PARA DISCUSSÃO Frequentemente, o discurso acadêmico aponta a atual difusão das mais diversas formas de redes como culpadas por processos de desterritorialização das populações. Esse pensamento bastante difundido em várias áreas do conhecimento aponta o mundo “pós-moderno” como desterritorializador, criando uma dicotomia entre redes e territórios. A lógica globalitarista e ideológica tende a entender os desdobramentos organizacionais em rede como desterritorializantes, reforçando essa falsa dicotomia entre as duas noções, com as redes sendo privilegiadas em detrimento do território. Tal discurso vê com bons olhos a idéia do fim das fronteiras, algo que não se comprova na prática. A velocidade do mundo atual, os grandes fluxos técnicos, financeiros, informacionais, migratórios, etc., são relacionados à segregação social tanto a nível local, quanto a nível global, associando também à desagregação territorial, num sentido sócio-espacial, de perda de condições de sobrevivência em seu próprio território. Corrobora essa idéia, exemplos como o do continente africano, que ficou à margem do processo de expansão e desenvolvimento capitalista (e, portanto reticular) ao longo do Século XX, chegando ao final deste com índices sociais piores do que na era dos impérios coloniais europeus. Buscando as mais antigas concepções sobre redes e territórios, ao contrário, observa-se uma conexão entre esses conceitos e não essa tão discutida dicotomia. De fato, há situações em que as redes são sim, desterritorializadoras, como por exemplo, com o que acontece em decorrência do Capitalismo financeiro mundializado, causa de perda de empregos e de condições sociais em todos os cantos do mundo, provocando exclusão e posterior Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 territorialização precária. Porém, em outros casos, as redes podem serem vistas como reterritorializadoras, como por exemplo, as redes solidárias de movimentos sociais. De qualquer forma, tanto em um caso, como no outro, sua atuação se dá sobre o território, evidenciando sua ligação a ele. Desde as acepções mais primitivas de território (território biológico, por exemplo), tem-se um elemento reticular embutido nele. Toda hierarquia social acaba gerando uma rede de poder, logo a rede pode ser identificada mesmo nos territórios de povos mais primitivos da Antiguidade. A rede conecta não apenas ela em si, mas também o território, na perspectiva de que há uma incontável ordem de fluxos de todo tipo, conectados, articulados, formando uma interdependência. Do mesmo modo, as concepções de redes, mesmo aquelas que têm uma aparente independência, como o “ciberespaço”, tem um elemento conector, que seja, ao substrato físico, ao espaço geográfico, não sendo desconexas do território. Isso não significa que território e rede sejam a mesma coisa. Essa percepção de relação entre esses conceitos, mesmo sendo extremamente complexa, devido às suas raízes polissêmicas, vem já sendo explorada desde longa data por pesquisadores. Pierre Mombeig, nos anos 1950, escrevendo sobre a ligação do território paulista primeiramente por ferrovias, formando uma rede, que depois foi complementada e por fim quase que inteiramente suplantada por rodovias, falou em “Regiões ou Redes”, numa perspectiva de integração do território (DIAS, 2008). Pode-se pensar que essa rede da malha rodo-ferroviária não foi o sujeito, mas a expressão dos interesses dos cafeicultores, dando outra dimensão ao território do Estado de São Paulo, indo além do político, em direção a uma maior integração econômica, migratória, etc., e consolidando os nós da rede (notadamente a capital paulista), como pólo irradiador de fluxos para o interior do Estado. Porém, deve-se fugir do viés determinista das redes, glorificando-as ou culpando-as pelos processos de desenvolvimento ou subdesenvolvimento de qualquer ordem. As redes em si não são mais que as expressões sociais no território. São os instrumentos e não os sujeitos. Elas articulam processos sociais já presentes no território. Por exemplo, uma rede feminista nada mais é que a materialização de relações que buscam resolver anseios históricos da sociedade. As redes sociais interferem no território, ao mesmo tempo em que se territorializam. Santos (2007, p.60) analisa o movimento migratório do Sul de Santa Catarina para os Estados Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 Unidos da América através do entendimento de redes sociais e território simbólico. Criam-se territórios híbridos no país de chegada que são mistos da lembrança e cultura do território deixado com a realidade do novo território. Dentro desse movimento se interpõe uma série de redes. Os efeitos de des(re)territorialização (HAESBAERT, 2008) podem ser observados como influentes decisivos tanto como desagregadores nas divisões territoriais, segregação da cidade ou agregadores como na rede urbana brasileira, na integração de mercados e na urbanização. O exemplo da rede urbana brasileira, onde os centros urbanos são seus nós e os fluxos de diferentes naturezas que atravessam o território (comerciais, informacionais, valores e pessoas, etc.) são suas conexões, pressupõe uma hierarquização entre cidades, onde cada uma assume uma determinada função no contexto socioeconômico, havendo uma clara divisão territorial do trabalho. Parafraseando Corrêa (1997), a rede urbana não pode ser vista como algo estático e acabado, já que as relações hierárquicas entre cidades são mutáveis através do tempo e adéquam-se à lógica da reprodução dentro do modo de produção vigente em uma sociedade. Após esses exemplos, pode-se pensar em um binômio rede-território, onde é vista uma estreita articulação entre ambos, como nos modelos analíticos de território-zona, território-rede e aglomerados de exclusão, propostos por Haesbaert (2006). No território-zona há um componente território subordinando rede, no território-rede há um componente rede subordinando território e nos aglomerados de exclusão, formam-se mesclas indistintas de redes e territórios. O que une esses modelos são as relações indissociáveis entre território e rede. Pensar a rede e o território de forma articulada como um instrumento metodológico para análise do espaço implica em desmistificar o fim dos territórios e o caráter independente e supervalorizado das redes. Como Milton Santos defende, a fluidez, tão difundida pela noção moderna de rede, nada mais é que uma característica sociotécnica, totalmente vinculada ao território que lhe dá suporte (SANTOS, 2008). A rede e sua fluidez não pairam no ar e só são entendidas à luz da sociedade que a elas imprimem funcionalidades. Trata-se de sair das armadilhas (sansimonistas, por exemplo) e criar uma abordagem teórico-metodológica para analisar as interações da rede como o espaço, indo além das redes técnicas deterministas e sua consequente glorificação. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 Do mesmo modo, sair do modelo de boneca russa espacial, onde os arranjos são vistos apenas como local, regional e global de forma fragmentada implica entender que novas configurações de diversos caracteres se somam e propõem diferentes articulações entre essas escalas, desafiando a uma constante redefinição das categorias analíticas, onde mecanismos endógenos e exógenos se interpõem às redes e aos territórios. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os estudos de redes e territórios aparecem ainda na maior parte das vezes, fragmentados e dissonantes, onde muitas vezes criam-se dicotomias, nas quais escapam o real sentido da articulação entre ambos. Cabe à Geografia incorporar à sua agenda contemporânea de debates essa articulação, não reduzindo o território a uma noção estanque e nem a rede a uma entidade independente. As redes, dentro desse enfoque, podem ser usadas como categoria de análise, porém não deve-se sucumbir ao discurso de sua universalidade de aplicação. A pluridisciplinaridade, tendo em vista os sentidos polissêmicos de redes e territórios, também é um elemento-chave para compreensão e difusão de um método que possa dar conta dessas múltiplas dimensões que esses conceitos adquirem frente a um mundo de relações cada vez mais complexas. BIBLIOGRAFIA CORRÊA, Roberto Lobato. Trajetórias geográficas. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. 304p. DIAS, Leila Christina. 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