UMA EXPERIÊNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA DO DOCENTE: USO DE FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NA PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO 3.0 Maria Onide B. Sardinha1 - UNOPAR Adilson Fernandes da Cruz2 - UNOPAR Luci Helena Gasparotto Moser 3 - UNOPAR Juliana Della Torres 4 - UNOPAR Grupo de Trabalho - Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de campo sobre a capacitação continuada dos docentes, que atuam nos mais diferentes cursos da UNOPAR, vivenciada no primeiro semestre de 2015. Esse trabalho aborda mais especificamente os da Licenciatura Pedagogia que têm como compromisso preparar profissionais para atuar nas diferentes modalidades da educação básica e na sua gestão. O objetivo é descrever a intenção da mantenedora, da IES e do curso, de disponibilizar no portal da IES, diferentes materiais orientadores da ação docente, mostrando como usar os recursos tecnológicos existentes e disponíveis tanto na forma presencial como em EAD, pela plataforma do portal do professor Kroton, grupo ao qual a UNOPAR pertence. Sabe-se que discutir a formação de professores, nesse momento em que a sociedade passa por profundas transformações, é um desafio, considerando as propostas educacionais existentes em relação ao modelo curricular, e ao avanço significativo da EAD, 1 Mestre em Educação pela UIL - Universidade Internacional de Lisboa, Professora dos cursos de Pedagogia da UNOPAR , disciplina Didática, Gestão da Educação , EJA; Avaliadora de curso de licenciatura de Pedagogia MEC/INEP; chefe do Núcleo Regional da Educação de Apucarana - SEED/PR - Realiza estudos sobre Gestão escolar em um grupo de estudo com professores e acadêmicas da PEDAGOGIA, no campus Arapongas. E-mail: [email protected]. 2 Mestre em Educação pela UIL - Universidade Internacional de Lisboa, Professor dos cursos de Pedagogia da UNOPAR , disciplina Didática, Gestão da Educação. E-mail: [email protected] 3 . Professora de Ciências e Matemática da rede pública estadual de ensino, PDE-2009/SEED PR ((Programa do Desenvolvimento da Educação),com Especialização em Matemática, atua na Equipe de Educação Básica, no NRE (Núcleo Regional da Educação) de Apucarana. Prof.ª do curso de Pedagogia da UNOPAR, campus Arapongas, nas disciplinas de Metodologia de Ensino de Ciências e Matemática. E-mail: [email protected] 4. Mestre em Educação pela UEL - Universidade Estadual de Londrina, Professora do curso de Pedagogia da UNOPAR, disciplina Metodologia de História. Professora da rede pública estadual de ensino, atuando no NRE (Núcleo Regional da Educação) de Apucarana. E-mail: [email protected] 4 Mestre em Filosofia, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Prof. de Filosofia da UNOPAR, dos cursos de Marketing , Pedagogia, Administração, campus Londrina e Arapongas. E-mail: [email protected] ISSN 2176-1396 41932 abrindo possibilidades de formação e de capacitação/atualização docente em moldes diferenciados dos já realizados. Há décadas, discute-se a deficiência dos cursos de formação e questões centrais como: qual o caráter da formação docente? Como deve ser a capacitação docente diante de tantas mudanças ocorridas no mundo do trabalho e no comportamento humano em função do avanço científico e tecnológico, filosófico, para que o egresso do curso de Pedagogia consiga desempenhar seu papel com as competências necessárias para atingir os objetivos educacionais a que o curso os habilita? Essas são algumas questões abordadas no curso de capacitação Kroton KLS 2.0) e objeto de análise nesse estudo. Palavras-chave: Experiência sobre a formação. Licenciatura Pedagogia. Portal kroton Introdução As políticas educacionais voltadas para a formação de professores no Brasil se moldaram de acordo com os rumos que o poder público imprimiu à educação e seus objetivos no processo histórico, contemplados no currículo escolar. Atualmente os cursos de licenciaturas, principalmente o de Pedagogia, têm como objetivo preparar para a docência da educação básica e sua gestão, sem o caráter das especialidades. Dificuldades de diferentes naturezas, que acompanham o desenvolvimento da educação e o currículo escolar, inviabilizaram sua efetivação numa perspectiva crítica e integradora na prática educativa. Mesmo com os avanços tecnológicos ocorridos e as mais diversas e sofisticadas ferramentas produzidas e colocadas à disposição na escola, nem sempre se consegue utilizá-las para a melhoria do ensino/aprendizagem. Como são várias áreas de composição curricular, a formação mais abrangente e problematizadora dos profissionais, que atuarão com as crianças, adolescentes e jovens na educação básica, nem sempre é satisfatória. Com o objetivo de realizar uma formação mais atualizada dos futuros professores, por meio do curso de Pedagogia, o grupo de dirigentes da Universidade Kroton reestruturou seus cursos e inseriu nas suas matrizes curricular, disciplinas que contemplam os principais temas/questões do mundo atual, seguindo os princípios das suas Diretrizes (2006), como o uso das novas tecnologias a favor da aprendizagem e da educação, sustentabilidade, empregabilidade, educação e a pluralidade étnica e cultural, entre outros, para os quais o futuro educador deve estar preparado. Só mudar a Matriz não é suficiente, para que o objetivo perseguido seja atingido, mas é preciso que os docentes dos cursos de licenciatura estejam preparados para atuarem de acordo com o que a realidade social está exigindo. É necessário, acima de tudo, planejar as disciplinas para que atinjam os objetivos, e, nesse sentido, o plano de ensino é apresentado 41933 como um componente da prática pedagógica, ferramenta fundamental do processo ensino aprendizagem, pois por meio dele é que se articula a proposta pedagógica, organizada e sistematizada a partir de uma concepção de educação, sociedade, conhecimento e homem. Na kroton, por meio do processo denominado de aula estruturada, se buscou romper lacunas na sua elaboração, execução, avaliação, visando à maior integração das disciplinas numa perspectiva interdisciplinar. Nesse sentido, este artigo apresenta a descrição do curso de capacitação docente, realizado na modalidade EAD a todos os professores de diversas unidades de ensino, do grupo Kroton, mantenedor da UNOPAR (instituição na qual esse grupo de educadores atua). O artigo, em um primeiro momento, apresenta uma análise sobre a importância do uso das tecnologias para a promoção da aprendizagem. Faz também uma descrição sobre o caráter da formação docente, o uso das tecnologias nos cursos das unidades da Kroton e como a capacitação docente está sendo realizada por meio das tecnologias no KLS 2.0. O Caráter da Formação Docente Até 2006, ano de aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, o objetivo era preparar Especialistas da educação, para atuarem na área de Supervisão da Educação, Orientação Educacional ou na Administração/Gestão Escolar. Nas novas Diretrizes, no Art. 4º diz: O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (BRASIL, 2006, p.2) O Art.7º enfatiza que o curso deverá ter uma carga horária mínima de 3200 horas, de efetivo trabalho acadêmico e, como os cursos superiores podem, mesmo que ofertados na forma presencial, ter associada ao desenvolvimento das disciplinas parte da carga horária em EAD, a IES fez uma adequação da matriz curricular e do planejamento, visando torná-lo mais padronizado, flexível e inovador. Anteriormente, havia feito uma preparação docente que viabilizasse a apropriação dos mecanismos de uso das ferramentas disponíveis, para que se entendesse o papel das tecnologias no favorecimento da aprendizagem dos acadêmicos. 41934 As Tecnologias e a Aprendizagem Muito se tem discutido acerca do papel das novas tecnologias em relação à educação. Segundo Valente (2005), a Informática na Educação no Brasil nasceu a partir do interesse de educadores de algumas universidades brasileiras motivados pelo que já vinha acontecendo em outros países como Estados Unidos e França. A revolução científica tecnológica tem reflexos nas salas de aula. Para muitos gestores e professores, os desafios que se apresentam é o uso dos recursos da tecnologia da comunicação e da informação. Acredita-se em sua capacidade de desencadear mudanças significativas no processo de ensino-aprendizagem, bem como de minimizar a lacuna entre as práticas escolares e as demais práticas sociais de docentes e discentes (BARRETO, 2004). Hoje, o computador, a internet passou a fazer parte da rotina de professores e alunos e seu uso se tornou indispensável em praticamente todas as atividades, desde a produção de documentos, uso em sala de aula, em laboratório, para consulta a banco de dados, na comunicação entre alunos e aluno-professor e desenvolvimento das disciplinas. No entanto o que se busca com a utilização do computador e das novas tecnologias na educação, é a melhoria no fazer pedagógico, porém, para isso é necessário se repensar de início a concepção de formação/capacitação, a ser construída nos cursos que preparam professores e gestores, para que possam imprimir (outra) qualidade à educação e contribuir para que o uso dos recursos tecnológicos favoreça a discussão da cultura. As novas tecnologias da informação e da comunicação socializam saberes e, em maior ou menor grau, padronizam os significados atribuídos ao mundo, à vida, à sociedade, à natureza. O uso delas em sala de aula ainda gera debates entre educadores e acadêmicos. A questão posta é : como transformar os investimentos já efetivados em tecnologia em ideias que melhorem o desempenho e aprendizado dos alunos? Deseja-se um professor disposto a correr riscos e a investir em sua atualização. Subjacente a todos esses princípios e comportamentos que visam reinventar a escola, tendo por norte padrões globalmente definidos, está a preocupação com o sucesso, com a eficiência, com a eficácia, com a produtividade, com a competitividade, com a qualidade na educação (entendida segundo os parâmetros vigentes). Para Valente (2011), o que já está evidenciado é que não se suprimem formas antigas de diversidade cultural por meio de condições tecnológicas avançadas. A expansão uniformizada de aparatos tecnológicos não elimina a diversidade das relações sociais entre 41935 indivíduos, assim como das relações desses indivíduos com o conhecimento, com o dinheiro e com seus corpos. Tampouco propicia o desaparecimento de desigualdades econômicas. Assim, as diferenças, as desigualdades, as divergências e as discrepâncias persistem. É nesse panorama que a fetichização das novas tecnologias, na sociedade e na educação se apresentam. Para Kuenzer (2011), a promoção de uma educação de qualidade depende de mudanças profundas na sociedade, nos sistemas educacionais e na escola. Nestes dois últimos, exigem-se: condições adequadas ao trabalho pedagógico; conhecimentos e habilidades relevantes; estratégias e tecnologias que favoreçam o ensinar e o aprender; procedimentos de avaliação que subsidiem o planejamento e o aperfeiçoamento das atividades pedagógicas; formas democráticas de gestão da escola; colaboração de diferentes indivíduos e grupos; diálogo com experiências não formais de educação; docentes bem formados (que reconheçam o potencial do aluno e que concebam a educação como um direito e um bem social). De acordo com Valente (2011), a tendência desse século é a Educação a Distância, para a qual os educadores devem estar preparados. Vale destacar que a UNOPAR, pertencente ao grupo Kroton, é a maior Universidade brasileira na oferta de EAD, com polos em todo o país e tradição nessa modalidade educativa. Enquanto, para a maioria dos alunos, a adaptação à tecnologia no ambiente escolar é fácil e disponível, muitos professores enfrentam certas dificuldades com as inovações que elas vão imprimindo e exigindo no fazer pedagógico. Várias pesquisas revelam que elas ajudam na aprendizagem e no preparo dos jovens para o mundo de trabalho. A dificuldade dos docentes ocorre por falta de tempo ou até mesmo por ausência de motivação, pois nem todos estão preparados para se integrar ao processo veloz das mudanças tecnológicas no ambiente escolar e ainda não se adaptaram ao uso delas no currículo pedagógico. No entanto, não há como não se apropriar dessas inovações tecnológicas, uma vez que vêm aumentando rapidamente. De acordo com Idoeta (2014) da BBC Brasil em São Paulo apresenta um levantamento das dez tendências relacionadas ao uso da tecnologia em sala de aula. De forma sintetizada temos: A primeira se refere ao agregar valor ao trabalho do professor, pois é muito mais produtivo, propiciar ao aluno sair do apenas digitalizar tarefas e da mera memorização. A segunda envolve o melhorar processos, sem precisar mudá-los radicalmente, pois a tecnologia pode ajudar professores e alunos a trabalhar conteúdos mais abstratos, ficando 41936 mais fácil para se visualizar conceitos, transformar ideias em imagens, sons, números e equações em gráficos digitais e ver o resultado de seus experimentos. Em sequência considera os espaços que equipamentos como Tablets, laptops e desktops estão ganhando, em função de que estão mais acessíveis, portáteis, tendem a substituir as salas de informática – como uma tendência na educação. Ainda reflete o pensar na internet além dos sites de consultas e das redes sociais: professores constatam que muitas tarefas tradicionais são resolvidas pelos alunos com buscas pouco criteriosa na internet, pelo “CtrlC+CtrlV”. Na quinta tendência relacionam o fazer conexões da sala de aula com o mundo real, exterior, é uma das possibilidades que se apresenta com as tecnologias e, isso tem um papel crucial no ensino, pois por meio dela pode-se fazer um tour virtual em um museu ou biblioteca com empréstimo, reserva, devolução de livros, visando se ter alunos mais comprometidos com o conhecimento e os estudos. Podem-se fazer simulações de abertura de uma empresa, escola, ou outro negócio durante as aulas, usando softwares para controlar os gastos, plataformas para desenvolver um website do projeto, desenhar panfletos e etc. Na continuidade temos a sexta tendência que é estimular a criação, cooperação e interação dos estudantes, pois as crianças e jovens aprendem mais quando usam a tecnologia para criar formas de solucionar problemas, em vez de serem meros receptores. Na sétima tendência destaca o pensar em novas formas de avaliar os alunos associadas à oferta e produção de conteúdo, sendo o melhor é buscar tarefas que estimulem a relação com o conteúdo, à reflexão – A escola não pode esquecer-se de sua responsabilidade de desenvolver e avaliar as habilidades digitais dos alunos e professores. Quanto ao usar games e outros recursos da tecnologia em favor do aprendizado. Com os videogames, pode-se exigir do aluno análise da situação, concentração e conhecimento das matérias estudadas, ao mesmo tempo em que o aprendizado se torna mais vivencial e divertido, destacando assim como uma oitava tendência que contribui com o processo de ensino e aprendizagem na escola. A nona tendência busca refletir sobre o desenvolvimento da customização e da personalização em que algumas plataformas online permitem que o conteúdo seja personalizado pela região (atividades ligadas à história e ao costume locais, por exemplo) e até mesmo a cada aluno, de acordo com seus pontos fortes e fracos; 41937 Na última tendência o planejamento é a para o sucesso acadêmico, por isso o uso da tecnologia será mais eficaz se não for aleatório, mas planejado, com objetivos claros de qual impacto pode ter no ensino. Partindo dessa premissa, Fava (2012) destaca que se criou na sociedade uma denominada Cultura da Convergência, ou seja, a passagem da cultura interativa, para a participativa, que alimenta os três desejos da atual geração: compartilhar informação, influenciar semelhantes e manter–se informada. Henry Jenkins (2014), que é professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), enfatizando que, para a educação, a cultura da convergência traz o fluxo de conteúdos e informações por meio de múltiplas plataformas e um novo comportamento migratório dos estudantes, que vão quase a qualquer parte em busca das experiências da aprendizagem que desejam. A convergência na educação representa a circulação de conteúdos, por intermédio de diferentes sistemas. É a passagem da era das buscas de informação para a era social e participativa da Internet. Metodologia Os Professores, que atuam na educação básica na rede pública, passam por um processo de capacitação que envolve momentos presenciais e a distância, para que possam ter competências para a utilização na aprendizagem dos recursos tecnológicos disponíveis e atender as expectativas da sociedade atual. As instituições de ensino superior, responsáveis pela formação de docentes, para atuar com crianças, jovens e adultos nas diferentes modalidades de ensino da educação básica, faz a formação por meio dos Cursos de Licenciatura. Sendo assim, precisam atuar de maneira que esses possam construir uma sólida formação que lhes possibilitem desenvolver uma ação pedagógica, dentro de parâmetros viabilizadores capazes de concretizar os objetivos da educação, descritos na LDB 9394/96 e nas Diretrizes Curriculares Nacionais (2006). Para contemplar e aperfeiçoar o ensino em sala de aula e online, a UNOPAR disponibiliza, desde 2011, o ILang, para professores e alunos. É uma plataforma em que auxilia na interação presencial e virtual. Em 2012, com a integração da UNOPAR ao grupo Kroton foi aberto o portal do professor Kroton, o qual passou a reunir um conjunto de ferramentas flexíveis e completas, com o objetivo de se comunicar com os estudantes, fornecer informações para tomada de decisões e possibilitar acesso aos conteúdos. Funciona como uma “central”, onde é possível postar materiais, aprender virtualmente, compartilhar conteúdo, criar grupos de discussão e colaborar com colegas de todo o mundo. 41938 Nessa perspectiva, a metodologia apresentada tem como uma das preocupações do grupo kroton é a capacitação de seus professores, que ocorre duas vezes ao ano, para todos, de forma direcionada, no final de janeiro início de fevereiro e em julho e, durante o período letivo ficam disponibilizados cursos na plataforma on line da IES. No entanto, no 1º semestre deste ano, todos os docentes, durante os meses de abril, maio e junho, tiveram a capacitação continuada por meio do KlS 2.0 Visando à preparação para esse curso e sensibilização docente, o primeiro passo foi disponibilizar aos professores o livro de Rui Fava (2012): Educação 3.0, a fim de difundir as ideias a respeito das mudanças ocorridas na sociedade, da grande transformação cultural em função das novas tecnologias, destacando o atual estágio de comunicação. Aponta que, nesse mundo tecnológico, alunos e professores, ocupantes de papel, antes separados, devem ser participantes do processo de aprendizagem. O autor destaca que se criou na sociedade uma denominada Cultura da Convergência, ou seja, a passagem da cultura interativa para a participativa, que alimenta os três desejos da atual geração: compartilhar informação, influenciar semelhantes e manter–se informado. Henry Jenkins (2014), que é professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), enfatizando que, para a educação, a cultura da convergência traz o fluxo de conteúdos e informações por meio de múltiplas plataformas e de um novo comportamento migratório dos estudantes, que podem ir a quase qualquer parte em busca de experiências da aprendizagem desejada. A convergência na educação representa a circulação de conteúdos em diferentes sistemas. É a passagem da era das buscas de informação para a era social e participativa da Internet. A UNOPAR considerou o que Fava (2011) destaca em seu livro educação 3.0 sobre a cultura da convergência e se preocupou que todos seus professores conhecessem e entendessem essas ferramentas e processos digitais para orientar e monitorar a aprendizagem dos estudantes. Estes são denominados Nativos Digitais, por Marc Preensky, especialista em tecnologia da educação da Escola de Arte e Ciências decom Yale (Harvard Bussiness School). São estudantes que preferem as imagens aos textos, utilizam linguagens completamente novas e uma comunicação com ênfase no digital. Se for assim, o ensino superior deve se preparar para atender aos interesses dos acadêmicos de seus diversos cursos (grande maioria nativos digitais), e também os de mais idade, que voltam para as Universidades, porém não apresentam a mesma habilidade, mas 41939 precisa ser desenvolvida. Fava (2011) diz não ser mais possível as instituições superiores continuarem unicamente com processos analógicos dentro da sala de aula. A Kroton acredita que as mudanças podem ocorrer pela capacitação docente. Assim, nas reuniões de Colegiados de curso, sempre se enfatiza a Missão da IES e, para cumpri-la, se estuda o projeto do curso, repassa-se informações, abrindo espaço para indagações, tirar dúvidas, ouvir-se relatos e promover a troca de experiências entre os docentes. A facilidade para que a capacitação ocorra on line, fica por conta do Portal Universitário/PU, da IES que, por meio de um AVA denominado Ilang, disponibilizado pela UNOPAR, torna possível oferecer o apoio extraclasse aos discentes, monitorar a sua vida acadêmica e acompanhar as disciplinas. É por onde se acessam os materiais didáticopedagógicos disponibilizados pelos respectivos docentes. No PU também são ofertadas as disciplinas interativas ou semipresenciais, conforme descrito anteriormente. O ambiente AVA – “ILANG” é constituído de Conteúdo Web, Fórum, Avaliação/Exercícios On-line, Portfólio e Sistema de Mensagens, os quais têm os seguintes objetivos: No Conteúdo Web visa enriquecer os conteúdos trabalhados em sala de aula por meio de conteúdos complementares à disciplina, que poderão conter hipertextos, vídeos e links para sites de interesse. Com relação ao Fórum busca promover estudos de casos on-line. Neste ambiente, o aluno discorre sobre o assunto proposto, com a mediação do professor da disciplina. Para a Avaliação/Exercícios On-line, tende a contribuir para a fixação e verificação da aprendizagem dos conteúdos, por meio da resolução de problemas de forma contínua, além de auxiliar na complementação da avaliação presencial. O Portfólio caracteriza-se como um espaço para a postagem de trabalhos acadêmicos desenvolvidos, solicitados pelos docentes, dentro dos objetivos e critérios estabelecidos e com prazo determinado conforme calendário. E no Sistema de Mensagens possibilita nesse espaço a comunicação para troca de informações, como avisos, comunicados e orientações entre alunos, professores e coordenador do curso. Além do sistema Ilang, a capacitação docente desse primeiro semestre de 2015, se desenvolveu on line, no portal universitário do professor (Kroton), por meio da Escola de Negócios, no Modelo Acadêmico na formação KLS 2.0, direcionado para docentes, coordenadores acadêmicos e de curso. Essa é a formação para a adequada implementação do 41940 novo modelo. É composta por 7 módulos, disponibilizados gradativamente, durante 6 semanas, contemplando os seguintes conteúdos: Matriz Curricular KLS 2 .0, Aula Estruturada e Aula Modelo, Prova Unificada, Estudos Dirigidos, TCC e Estágio online. No final desse período houve uma avaliação, na qual os docentes deveriam obter no mínimo 70% de aproveitamento, em, no máximo, duas tentativas. Na primeira parte da capacitação, é feita uma explanação do sistema KLS 2.0, que é um Programa inovador desenvolvido com base na educação do futuro, a partir de pesquisa de tecnologia e prática aplicada em sujeitos de 12 países. Busca mudanças no modelo acadêmico de aprender, esclarecer dúvidas e compartilhar conhecimentos pela aplicação de novas metodologias, de aulas estruturadas e de aplicação de novas tecnologias na sala de aula. Para esse modelo, foram elaborados novos materiais didáticos KLS 2.0, baseados na metodologia ativa de aprendizagem, disponibilizados no novo ambiente virtual do professor, onde estão presentes a aula modelo, planos de ensino, bem como a nova matriz curricular, KLS 2.0, baseada no desenvolvimento de competências Esse modelo coloca o aluno no centro do processo educativo e, assim, o foco está nos experimentos, mas não só no fazer, mas no saber fazer. O método passa pelas RSs – Situações da Realidade, próximo do real. E do SP – Situações Problema – da reflexão e aplicação de conceitos. Propõe o modelo de aula estruturada em três tempos didáticos: Pré-aula, aula e pós-aula. A pré-aula se caracteriza por um Tempo didático que visa à provocação e reflexão do aluno e à sistematização conceitual dos conteúdos em relação às competências a serem desenvolvidas na aula. A Aula Modelo é composta por 16 seções distribuídas em 4 unidades de ensino, com objetos de aprendizagem disponibilizados em 3 tempos didáticos: pré-aula, provocação e sistematização conceitual; aula mediada, resolução de situação-problema; pós-aula, atividades de aprendizagem (As atividades serão corrigidas pelo próprio ambiente virtual, ao apresentar a alternativa correta com resposta comentada, saindo no próprio ambiente virtual do professor um relatório, indicando os acertos e erros da turma). O Aluno também realiza avaliação diagnóstica, auxiliando o professor a identificar as lacunas de aprendizagem. Materiais: Webaula, Livro Didático digital, Avaliação Diagnóstica disponibilizados no ambiente virtual; a aula deverá proporcionar as condições para o desenvolvimento do conhecimento, habilidades e competências relacionadas à disciplina. Nela, se permite a aplicação do conceito e conteúdo aprendido na pré-aula. Materiais: Plano de Aula; a pós-aula é um tempo didático para realização de atividades de aprofundamento e 41941 fixação presentes no ambiente virtual. Professores podem sugerir outras atividades de aprofundamento. Materiais: Atividades de fixação disponibilizadas no ambiente virtual O modelo traz inovações, usando a plataforma Adaptive Learning, algoritmo sofisticado em plataforma onde é possível se aplicar métodos e técnicas em que o aluno recebe uma educação personalizada, baseada em seus gates, dentro de um formato de estudo dirigido, contando com os elementos do aplicativo para reforço, para realização de TCC, avaliações do ENAD, Atividades Complementares. Há também a Prova Unificada. Em um dos módulos do curso, o Palestrante destacou que estamos vivendo o momento da Sala de Aula da Invertida, pois a forma como as pessoas aprendem, mudou e, cada vez mais, é preciso considerar o ritmo de cada aluno e permitir o acesso a conteúdo em qualquer hora e a qualquer lugar. Por isso, ter uma boa plataforma para acessar dados estatísticos e fazer análises do aluno, como indivíduo, é fundamental para que a sala de aula invertida passe de tendência à realidade. Há também outros conceitos, como o de aprendizagem híbrida, que pode acontecer com o apoio de um ambiente virtual de aprendizagem que permita fazer mudanças. Isso faz parte da revolução que estamos vivendo no Ensino Superior e seria impossível sem a Blackboard. Destacou-se a necessidade de se levar em consideração o ritmo cada aluno na aprendizagem e, quando se colocam todos na mesma sala e se aplica o mesmo modelo pedagógico, não se respeitam essas diferenças. Mas, com o uso da metodologia de aprendizagem ativa e o apoio de um ambiente virtual, é possível tornar esse processo mais efetivo. Resultados e Discussões Como afirma Fava (2011) no seu livro “Educação 3.0”, o avanço e o uso de tecnologias de informação e a velocidade das comunicações repercutem na forma de convivência social, na organização do trabalho e na formação profissional. Os atuais rumos da economia confrontam o Brasil com o problema de competitividade para o qual a existência de profissionais qualificados é condição indispensável. Diante disso, se amplia o reconhecimento da importância da educação e, consequentemente, maior é o desafio para as instituições de ensino superior. Sabemos que boa parte dos alunos, ao ingressarem no ensino superior, trazem uma bagagem calcada na interação, tecnologia, imagem, dispersão etc. Para possibilitar a todos uma inserção adequada na sociedade e, mais especificamente, no mundo do trabalho, 41942 educadores e instituições de educação em geral necessitam se manter em constante atualização. A consequência disso é o surgimento de modelos acadêmicos inovadores, além de novas práticas educacionais, que permitam a alunos e educadores estarem à altura dessas mudanças. Como o aluno é o principal consumidor em todas as suas unidades de ensino, é preciso que se prepare para usar os dados a seu favor, afinal, é ele quem busca o ensino de qualidade, o melhor custo x benefício, o renome da instituição, e o nível de aprendizagem – inclusive prática – que a organização tem a oferecer. Hoje, a IES tem um sistema que permite, de forma prática, analisar dados que antes não eram interligados. A análise de dados fornece às instituições, ferramentas para tomar decisões com mais elementos. E, do ponto de vista de investimentos, esses dados ajudam a instituição a redimensioná-los. Adotar as ferramentas do sistema Kroton está exigindo pensamento estratégico e envolvimento de seus colaboradores, pessoas da organização. Hoje, há uma grande quantidade de informações disponíveis, e muitos se encantam com o número, sem saber ao certo como tirar proveito. Por isso, a estratégia de capacitação é tão importante, e antes de iniciar um projeto, é preciso entender como funciona, com estudos, para ser efetivado eficazmente e expandir. Desenvolver o ensino superior com o uso das tecnologias, fazendo no ensino presencial, parte dele, com mecanismo da EAD, conforme legislação, as Universidades, Faculdades, Institutos e Centros Universitários estarão preparando seus profissionais para a atuação de forma mais real. Nos cursos de licenciaturas, devem ser utilizadas, pois tanto nas redes privadas de ensino como na pública, as novas tecnologias estão implantadas na educação. O sistema está totalmente informatizado e conectado, gerando dados, que são produzidos por sistemas de aprendizagem LMS, mas com o IoE, tem-se a possibilidade de gerá-los em tempo real. Esse tipo de conectividade permite analisar o desempenho dos alunos de forma mais rápida e inteligente, gerando impactos positivos para a educação. Na Kroton, buscou-se capacitar professores de todos os cursos em EAD, usando tecnologia, com o objetivo de se chegar a uma qualificação tal, que se torne possível a filosofia da denominada sala de aula invertida, detalhada por Gustavo Hoffmann, pró-reitor acadêmico da UNIPAC (em palestra em abril de 2015 no Fórum de Lideranças: Desafios da Educação e disponibilizada no sistema Kroton). O evento, que tem o objetivo de reunir líderes e gestores de Instituições de Ensino para debater as perspectivas e desafios da educação, movimentou, no dia 8 de abril, a Universidade Positivo, em Curitiba, no Paraná. 41943 Na UNOPAR, são usadas algumas metodologias ativas, com apoio da ferramenta tecnológica, aliando-a à tecnologia que, sozinha, é apenas um canal. A preocupação dos mantenedores é trazer para as discussões as mudanças que precisam acontecer no Ensino Superior, superando as dificuldades dessa modalidade da Educação. Há tecnologia disponível, metodologias, consórcios para capacitação de professores, pois a capacitação do corpo docente é um grande desafio, principalmente, para quebrar o paradigma de que apenas o modelo tradicional funciona. Nesse sentido, há iniciativas dos líderes da IES, com investimentos em novos modelos e tecnologias na perspectiva da construção e difusão do conhecimento em todas as áreas de atuação das IES pertencentes ao grupo Kroton. Por isso, deve-se ressaltar que é um dos Desafios da Educação divulgar essas informações, mostrar que há alternativas e coisas boas acontecendo não apenas fora do Brasil, mas no País. Pesquisas mostram que os novos modelos de aprendizagem funcionam, deixam os alunos mais satisfeitos e ainda custam menos, portanto, disseminar esse tipo de conhecimento para os líderes das IES é o primeiro passo para quebrar essa barreira. Tradicionalmente, o sistema de ensino foca o estudo na escrita, leitura e aritmética. Porém, a atual sociedade necessita de profissionais que tenham outras habilidades. Levando isso em conta, é importante que os professores reflitam e busquem novas estratégias, a fim de formar alunos mais preparados para lidar com o mundo de trabalho e a vida de um modo geral. Para isso, é importante que busquem incorporar às atividades propostas algumas habilidades que são essenciais no século XXI, encontrando ferramentas para aprimorá-las, entre elas podem ser destacadas: Liderança - Os alunos aprendem mais facilmente quando entendem por exemplos práticos como devem agir para serem bons líderes; Alfabetização digital - com o avanço das tecnologias, todos os estudantes precisam ter o domínio do uso da internet, as estratégias de implementação das tecnologias na rotina dos alunos devem ser criativas, além de buscarem mantê-los focados na aprendizagem. Algumas delas podem ser com o uso do Skype, mensagens, Twitter ou jogos com finalidades didáticas a fim de localizar, revisar, utilizar e criar diferentes tipos de informações; Comunicação - romper barreiras de entendimento mútuo e os alunos precisam conhecer técnicas para superar esses problemas. Essas técnicas serão um diferencial na formação do estudante, que poderão levá-las para o resto da vida; Inteligência emocional - habilidade definida como uma competência 41944 que envolve a capacidade de monitorar as emoções pessoais e dos outros e usá-las para guiar ações e pensamentos, na construção e manutenção de relacionamentos, tanto no ambiente escolar como de trabalho; Empreendedorismo - envolve a criatividade, a inovação e a paixão, uma vontade única de tornar os objetivos em realidades. Essa postura é essencial para os profissionais de hoje; Civilidade global - os alunos precisam ser educados desde novos para que entendam a dimensão do universo a sua volta e deem mais valor a ele, para que a convivência em sociedade seja satisfatória; Resolução de problemas e trabalho em equipe - são questões que devem estar presentes na rotina escolar dos alunos. A parte mais importante desse método é criar projetos nos quais as soluções requeiram o uso intenso das habilidades de solução de problemas e na maneira como o aluno trabalha em equipe. Conclusões Sobre o futuro nas escolas, acredita-se que mudanças ampliarão as possibilidades de ensino e quem não se abrir e se preparar para isso, ficará fora do mercado de trabalho. A crítica que se apresenta é que atualmente, o maior problema não é falta de empenho; a grande dificuldade é a má formação que os educadores têm nas universidades, que não os preparam para lidar com as tecnologias. A capacitação pensada e efetivada pela Kroton/UNOPAR para os professores está voltada para a melhoria da ação pedagógica, no âmbito de seus mais variados cursos, porém para o de licenciatura em Pedagogia a preocupação está no desenvolvimento de competências para o exercício da docência. Neste contexto, o curso busca desenvolver metodologicamente e com avaliação as seguintes HABILIDADES essenciais para a empregabilidade e a preparação para o exercício da cidadania de seus egressos: análise e interpretação; comunicação; criatividade; domínio de tecnologias da informação; ética; liderança; mediação; negociação; planejamento; raciocínio de forma crítica e analítica; raciocínio de forma lógica; relacionamento Interpessoal; No contexto da Kroton, em que várias instituições de ensino superior estão ligadas a um modelo de gestão institucional, a resposta aos novos desafios da educação superior é gestada como parte de um sistema integrado de ensino, pensado para planejar e disseminar um modelo acadêmico único, que incorpore escala, qualidade e inovação. Um modelo que, com a participação ativa de vários atores, constitui um todo focado em promover a 41945 empregabilidade de nossos alunos. Sendo assim, neste momento, convidamos você a conhecer um pouco mais do KLS 2.0. REFERÊNCIAS BARRETO, R.G. Tecnologia e educação: trabalho e formação docente. Educação & Sociedade, Campinas, v. 25, n. 89, p. 1181-12001, 2004 BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia; Resolução1/2006, CNE/CP. Diário Oficial da União, Brasília, 16 de maio de 2006, Seção 1, p. 11. Brasília: MEC, 2006 BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília : 1996. FAVA, Rui. Educação 3.0: como ensinar estudantes com culturas tão diferentes. 2 ed. Carlini e Caniato Editorial, Cuiabá. 2011. IDOETA, Paula Adamo. Dez tendências da tecnologia na educação. Disponível em < http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141202_tecnologia_educacao_pai> Acesso: 06 set. 2015 JENKINS, Henry et al. Cultura da Conexão - Criando Valor e Significado por Meio da Mídia Propagável. 1 ed. Editora: Aleph, 2014. p. 408 KUENZER, A. 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