rV - UFSM

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
DPS1064 Fundamentos de Economia para Engenharia
Curso de Graduação em Engenharia de Produção
3 créditos – 2º semestre de 2011
Prof. Dr. Dipl. Wirt.-Ing. Andreas Dittmar Weise
1
Sumário
BILBIOGRAFIA .......................................................................................................... 217
Primeira parte - Introdução .......................................................................................... 4
UNIDADE I – A CIÊNCIA ECONÔMICA .................................................................... 4
1.1 Conceitos e objetivos da ciência econômica ............................................................ 4
1.2 O raciocínio econômico: lógica e metodologia ........................................................ 7
1.3 A evolução do pensamento econômico .................................................................. 16
UNIDADE II – O PROBLEMA ECONÔMICO ........................................................... 19
2.1 As necessidades ilimitadas ..................................................................................... 19
2.2 A escassez de recursos............................................................................................ 23
2.3 As opções e os critérios de escolha ........................................................................ 27
2.4 As soluções alternativas e as curvas de possibilidade de produção ....................... 29
UNIDADE III – O SISTEMA ECONÔMICO ............................................................... 34
3.1 Características, agentes e elementos básicos do sistema econômico ..................... 34
3.2 Os fluxos real e monetário ...................................................................................... 37
3.3 Classificação dos bens e serviços ........................................................................... 40
3.4 Os setores da economia .......................................................................................... 41
3.5 Sistemas econômicos alternativos .......................................................................... 42
Segunda Parte - Elementos de Microeconomia ......................................................... 43
UNIDADE I – OFERTA E DEMANDA ....................................................................... 43
1.1 O mercado .............................................................................................................. 43
1.2 Demanda ................................................................................................................... 44
1.3 Oferta ...................................................................................................................... 54
1.4 Equilíbrio de mercado ............................................................................................ 60
1.5 Aplicações da análise da oferta e da procura .......................................................... 73
UNIDADE II – TEORIA DO CONSUMIDOR ............................................................. 76
2.1 Utilidade Marginal .................................................................................................. 77
2.2 A teoria da escolha ................................................................................................. 84
UNIDADE III – TEORIA DA PRODUÇÃO ................................................................ 98
3.1 Tipos de competição ............................................................................................... 99
3.2 Receitas, custos e lucros na concorrência perfeita ............................................... 104
3.3 Função de produção .............................................................................................. 104
3.4 A firma.................................................................................................................. 111
3.5 Teoria dos jogos ................................................................................................... 118
2
Terceira Parte – Elementos em Macroeconomia ..................................................... 125
UNIDADE I – CONTAS NACIONAIS ....................................................................... 125
1.1 Produto, renda e despesa nacional e seus componentes ....................................... 134
1.2 Renda média e estrutura de distribuição de renda ................................................ 141
UNIDADE II – RENDA NACIONAL E EMPREGO ................................................. 145
2.1 Visão clássica ......................................................................................................... 147
2.2 Visão Kenesiana ................................................................................................... 155
2.3 Visão marxista ........................................................................................................ 157
UNIDADE III – MOEDA E INFLAÇÃO .................................................................... 163
3.1 Moeda: conceitos e funções .................................................................................. 163
3.2 Evolução histórica ................................................................................................ 170
3.3 Inflação ................................................................................................................. 182
UNIDADE IV – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO .......................................... 193
4.1 Conceitos e indicadores do desenvolvimento ....................................................... 193
3
Primeira parte - Introdução
UNIDADE I – A CIÊNCIA ECONÔMICA
1.1 Conceitos e objetivos da ciência econômica
O que trata a economia?

Aumento de preços

Períodos de crise econômica ou de crescimento

Desemprego

Setores que crescem mais do que outros

Diferenças salariais

Crises no balanço de pagamentos

Vulnerabilidade externa

Valorização ou desvalorização da taxa de câmbio

Dívida externa

Ociosidade em alguns setores de atividade

Diferenças de renda entre as várias regiões do país

Comportamento das taxas de juros

Déficit governamental

Elevação de impostos e tarifas públicas
É como:

Ciência: explica os fenômenos através da observação empírica

Teoria: Procura ordenar os fenômenos (Micro e Macroeconomia)

Política: Quais as estratégias a serem aplicadas para atingir determinadas
metas:

Monetária;

Desenvolvimento; e

Setor Público.
Objetivo do Estudo Econômico
Analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de
forma a melhorar nossa qualidade de vida.

Economia deriva do grego:

Aristóteles (384-322 a.C)
4

Oikonomía

Óikos – casa

Nomos – Lei

Significa a administração de uma casa, ou do Estado;

Xenofontes (455 a 345 a.C.) foi o primeiro a usar o termo Economia
neste sentido.
Definições

É a ciência social que estuda a administração dos recursos escassos entre
usos alternativos e fins competitivos;

Estuda a atividade produtiva. No que se refere aos problemas referentes
ao uso mais eficiente de recursos limitados.

“é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem
(escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e
serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a
fim de satisfazer as necessidades humanas.” Pinho e Vasconcellos (2006, p. 2)
A economia contemporânea

Sociedade industrial;

Características produtivas: Padronização; Especialização; Sincronização;
Concentração; Maximização; Centralização.

Características Socioeconômicas: Dividida em Classes; Estabilidade;
Políticas de desenvolvimento padronizadas; Culturas locais; Valores culturais
definidos e inflexíveis

Características políticas: Guerra-Fria – Conflito Leste-Oeste (URSS e
EUA)
A nova economia

Informacional: Conhecimento e rapidez. Informação tornou-se produto.

Trabalho global: Em escala global (rede de conexões)

Hiper-valorização do trabalho

Expansão do mercado: A expansão do capital se dá 24 horas. As
financeiras utilizam-se da informação como negócio
5
A sociedade global-como foi possível?

Pela penetrabilidade: Ao contrário da sociedade industrial as novas
tecnologias integram-se rapidamente ao cotidiano do homem do século XXI.
Isso proporciona uma realimentação técnica.

Consumo em massa: difusão da microeletrônica.

Informação em tempo real: Transmissões ao vivo

Lógicas de redes: Franquias expandem a mesma marca

Flexibilidade: Produção personalizada

Integração sistêmica a nível global: propagação do Inglês
O que está Globalizado?

Informação?: O acesso a informação é igualitário e com equidade.

Tecnologia?: Os centros de P & D estão concentrados em áreas e
instituições específicas.

Trabalho?: cidadãos de países pobres estão fora do “circo global” –
Muro da vergonha
Cultura?: É ainda possível pensarmos em uma economia regional.

Capital?: É o único fator de produção que está livre das amarras
geográficas. E por isso procura remuneração em pontos estratégicos de
competitividade e lucratividade.
A economia da inclusão ou da exclusão?

A economia global é planetária? Ou sua operação só diz respeito a
segmentos, estruturas econômicas, países e regiões?

A economia global caracteriza-se: interdependência; diversificação;
inclusão seletiva; segmentação excludente; desintegração da geografia
econômica e da história regional.
Reflexões sociais e econômicas

Desigualdade Regional: A divisão de regiões/países se dá pelo acesso
que se tem as novas tecnologias – Perdedoras e Ganhadoras6

A estrutura geo-político-econômica se dá sob três regiões: Europa;
América do Norte e Pacífico asiático.

Desigualdade Social: A difusão é seletiva tanto social como
funcionalmente.

O paradigma tecnológico: As transformações tecnológicas nem sempre
trouxeram benefícios sociais a todos.

Reflexões éticas: A clonagem genética- “a engenharia genética tira os
direitos autorais da vida das mãos da Natureza – Deus”
Questões econômicas

Por que há pobres e ricos?

Qual a ligação do dólar com o preço do pão?

Por que o Brasil vendia gasolina mais barata para o exterior do que para
o mercado nacional?

Por que os impostos dos cigarros, automóveis, eletrodomésticos são
mais caros?

Por que exportar é um dos objetivos principais dos governos?

A propaganda Cria necessidades ou apenas informa?

Por que o aumento do preço do açúcar faz cair o consumo de café?

Os Juros altos reduzem o consumo ou aumentam a poupança?

Por que os governos incentivam a poupança?

Aumento de salários causa inflação?

Por que o superávit na economia japonesa causou protestos dos países
ricos?

Por que o Brasil tem que ter dólares?

É melhor exportar ou consumir internamente?

Privatizar é a melhor opção para baixar os preços?

O que significa o”Risco Brasil”?

Por que o dólar é a moeda mais valorizada do mundo?

Por que estudar assuntos de economia?
1.2 O raciocínio econômico: lógica e metodologia
7

O método científico: observação, teoria, observação

Dificuldade de testar as teorias nas ciências sociais;

A necessidade de se usar a história para observar um fenômeno,
fatos associados a ele e sua evolução;

Algum detalhe não contemplado na teoria pode alterar os
resultados do presente.
Métodos de Investigação científica:

Dedutivo

Parte da elaboração de pressupostos gerais a respeito de um
determinado objeto de estudo para atingir o conhecimento do fato
isolado, do detalhe. Parte do geral para o particular.

Indutivo

Parte de observação direta do detalhe para, através de seu
conhecimento, estabelecer os princípios gerais que regem a matéria em
estudo. Parte do particular para o geral.
Economia Descritiva

trata da identificação do fato econômico;

é a partir dos levantamentos descritivos sobre a conduta dos agentes
econômicos que se inicia o complexo de conhecimento sistematizado da
realidade no campo da economia positiva;

é a tarefa de levantamento e descrição dos fatos que se dedica a economia
descritiva;

a realidade começa a ser submetida a um criterioso tratamento no sentido
de que possam se analisados as relações básicas que se estabelecem entre os
diversos agentes que compõem o quadro da atividade econômica.
8
Teoria Econômica (TE)

é o compartimento central da economia, compete-lhe dar ordenamento
lógico aos levantamentos sistematizados fornecidos pela economia descritiva,
produzindo generalizações que sejam capazes de ligar aos fatos entre si,
desvendar cadeias de ações manifestadas e estabelecer relações que identifiquem
os graus de dependência de um fenômeno em relação a outro;

surgiram então em decorrência conjunto de princípios, de teorias, de
modelos e de leis fundamentadas nas descrições apresentadas;

a teoria econômica adota duas posições distintas na apresentação e
análise do fenômeno econômico, estas posições são conhecidas como
microeconomia e macroeconomia.

Microeconomia:

é aquela parte da teoria econômica que estuda o processo de
formação de preços e o funcionamento dos mercados, ou seja,
comportamento das unidades, tais como os consumidores, as indústrias e
empresas, e suas inter-relações;

Macroeconomia:

estuda o funcionamento do sistema econômico em seu conjunto.
Seu propósito é obter uma visão simplificada da economia que, porém,
ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da atividade
econômica de um determinado país ou de um conjunto de países;
Política Econômica (PE)

Os desenvolvimentos elaborados no compartimento da teoria econômica
têm a finalidade de servir a Política Econômica (PE)

nesse terceiro compartimento é que serão utilizados os princípios, as
teorias, os modelos e as leis

a utilização terá a finalidade de conduzir adequadamente a ação
econômica com vistas a objetivos pré-determinados

quando empregamos a expressão política econômica governamental
estamos nos referindo às ações praticas desenvolvida pelo governo com a
9
finalidade de condicionar, balizar e conduzir o sistema econômico no sentido de
que sejam alcançados um ou mais objetivos politicamente estabelecidos
Teoria Econômica (TE)

para completar existem ainda a Lei da Economia, que é a relação entre
um fenômeno e sua causa, Economia política é uma ciência e conseqüentemente
possui princípios, normas e leis.


as leis podem ser dividas:

Leis Naturais;

Leis Sociais;

Leis Tipicamente Econômicas
Leis Naturais:

são aquelas de forma global, gerias; exprimem uma relação
constante entre a causa e o efeito. Ex: leis físicas são aquelas onde
cientistas podem determinar perfeitamente a causa; a água a zero grau
congela.

Leis Sociais:

exprimem a tendência que certos fatos têm em produzir certos
efeitos

ex: fenômenos econômicos podem garantir a tendência de
acontecimento do fato, segundo as condições propostas; a escassez do
produto indica um aumento do preço

Leis Tipicamente Econômicas:

é lei da oferta e da procura – essa lei diz que o preço aumenta

não pode dizer quanto (em valores), quando e como acontecera e
nem em que medida poderá ser produzida
Economia Positiva E Economia Normativa

Economia Positiva

é o conjunto de métodos e esquemas teóricos que permitem
determinar e entender como se dão os fenômenos econômicos. Estuda a
atividade econômica como ele é.
10

Economia Normativa

parte da constatação de como a realidade é, ou seja, do
entendimento dos mecanismos econômicos, para em seguida propor um
estado de coisas, considerado melhor pelo observador. Estuda a atividade
econômica como ela deveria ser.

O papel das hipóteses

Facilitam a compreensão do fenômeno

Variam se estamos estudando o curto ou o longo prazo

A essência do pensamento científico é decidir que hipóteses
formular

Modelos econômicos

Em todas as ciências se utilizam modelos

Os modelos dos economistas utilizam-se de equações e gráficos

Formulam-se hipóteses para a construção de modelos

Todos os modelos simplificam a realidade, retirando pormenores
irrelevantes

Primeiro modelo: o fluxo circular de renda

Hipótese 1: economia é fechada e sem governo. Logo há apenas
dois atores, tomadores de decisão, ou ainda dois setores institucionais –
famílias e empresas – interagindo na economia

Hipótese 2: toda a renda é gasta em consumo; não há poupança

Hipótese 3: há apenas dois mercados na economia – o de bens e
serviços e de fatores de produção

Mercado em termos abstratos é o encontro dos fluxos de oferta e
demanda

Hipótese 4: as empresas produzem bem e serviços utilizando os
insumos (fatores de produção) adquiridos das famílias com a receita das
vendas de bens e serviços às famílias

Hipótese 5: as famílias consomem os bens e serviços que
adquirem das empresas utilizando os pagamentos que as empresas fazem
pela aquisição dos insumos pertencentes às famílias.

O funcionamento do fluxo
O fluxo circular de renda
11

Modelos econômicos

Segundo modelo : fronteira de possibilidades de produção

Hipótese 1: a economia produz apenas dois bens

Hipótese 2: todos os fatores de produção são utilizados na
produção de computadores ou de automóveis ou em quantidades
alternativas de ambos
Fronteira de possibilidades de produção
12

Mostra a combinação de produtos que a economia pode potencialmente
produzir

A sociedade pode produzir em qualquer ponto sobre a ou dentro
da fronteira de possibilidades de produção

Diz-se que há eficiência se a sociedade está obtendo tudo o que
for possível a partir dos recursos escassos disponíveis

B é um ponto de ineficiência

D é um ponto inalcançável considerando os recursos disponíveis
Deslocamento da Fronteira de possibilidades de produção

A fronteira de possibilidade de produção de uma economia pode se
deslocar:

Isto ocorre caso haja um avanço tecnológico em uma das
indústrias.

Supondo que isto tenha ocorrido na produção de computadores; a
quantidade diária de computadores produzida por cada trabalhador
aumenta.

Isto beneficia a produção de computadores e também a de carros.
Fronteira de possibilidades de produção
13
O economista como formulador de política econômica

Economia positiva x normativa

Economia positiva: tenta descrever o processo econômico como
ele é.

Pode ser testada e confirmada ou refutada

Economia normativa: tenta prescrever como o processo
econômico deveria ser.

Sua avaliação não pode ser julgada apenas pelos fatos pois implica
também em valores (ética, religião)

Diferenças no julgamento científico

Diferentes intuições sobre qual a teoria correta

Discordam da dimensão dos parâmetros envolvidos

Crescimento e inflação

Tributo sobre a renda corrente ou sobre o consumo familiar

Moeda e inflação

Diferenças nos valores

Independentemente da teoria as políticas econômicas sugeridas
seriam diferentes
 Aposentadoria diferenciada para os funcionários públicos?
 Dar ticket ou $ no programa fome zero? Controlar ou não sua utilização?

Charlatães e excêntricos

Busca de popularidade ou de poder político.
 Baixar os juros diminui o pagamento da dívida e sobra dinheiro para o
governo dar aumento para o funcionalismo

Busca de soluções fáceis

Se a alíquota do imposto de renda for reduzida a arrecadação aumenta

Todos querem a reforma tributária pois com ela se pagará menos
impostos e o governo arrecadará mais.

A despeito das discordâncias o consenso é maior do que se imagina

A despeito disso várias medidas de política econômica consideradas
erradas são adotadas
Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento
14
 Economia, Física e Biologia;
 Economia, Matemática e Estatística;
 Economia e Política;
 Economia e História;
 Economia e Geografia;
 Economia, Moral, Justiça e Filosofia
Economia, Física e Biologia
 Estudo sistemático da economia e avanços da física e biologia (Séc. XVIII e
XIX)
 Concepções organicistas (biológicas): Economia se comporta como órgão
vivo, daí os termos, órgãos, funções, circulação e fluxos na teoria econômica
 Concepções
mecanicistas
(físicas):
Economia
se
comporta
como
determinadas leis da física, daí os termos estática, dinâmica, aceleração,
velocidade, forças e outros
 Concepção Humanística (atual): Observa do comportamento da atividade
humana. Por isso, economia é uma ciência social
Economia, Matemática e Estatística
 Economia também é limitada ao meio físico, dado os recursos escassos
 Tem relação próxima das quantidades (produção e consumo, exemplos)
 Depende da matemática e estatística para estabelecer relações entre variáveis
econômicas
Economia e Política
 São extremamente interligadas (relação de causalidade – causa e efeito –
difícil de estabelecer)
 A política pode firmar onde se desenvolverá atividades econômicas
 A economia pode também ditar decisões políticas (corporações estatais,
oligopólios, monopólios, latifúndio
Economia e História
15
 Pesquisa histórica auxilia a economia (facilita compreensão do presente).
 Fatos econômicos também afetam o desenrolar da história. (Ciclos do ouro,
cana de açúcar, revolução industrial, crack de 29, crise do petróleo, crise
hipotecária)
Economia e Geografia
 A geografia de uma área pode determinar sua atividade econômica (Colatina,
qual sua vantagem geoeconômica?)
 Áreas de estudos – Economia regional, economia urbana, teorias de
localização industrial (APL – Arranjos Produtivos Locais) e demografia
econômica.
Economia, Moral, Justiça e Filosofia
 Idade média, economia era vista como parte integrante da filosofia, moral e
ética (justiça)
 Era orientada por princípios morais e de justiça
 Estudo sistemático econômico teve seu início após a Revolução Industrial do
Século XVIII
Divisão do Estudo Econômico

Microeconomia ou teoria da formação de preços – Examina como
consumidores e empresas interagem no mercado, decidindo preços e quantidades
para satisfazer ambos.

Macroeconomia – Estuda a determinação e o comportamento dos
grandes agregados nacionais (PIB, taxa de juros, poupança agregada, outros).

Economia Internacional – Analisa relações de residentes e não residentes
do país. Além das relações comerciais entre países.

Desenvolvimento econômico – Aborda a preocupação com melhoria do
padrão de ida da coletividade ao longo do tempo.
1.3 A evolução do pensamento econômico
16

Economia Grega: O desprezo da riqueza. O Homem é espírito. Na
economia Platão
X Aristóteles

Império Romano: O espírito político em contraposição ao econômico

Idade Média: a igreja regula as relações de trocas
A economia antes da “economia”

O mercantilismo: a riqueza provém do comércio

O renascimento faz nascer o “espírito capitalista”

As idéias metalistas. A moeda surge na vida econômica
Os Fisiocratas

Os fenômenos econômicos seguem uma ordem natural. Tudo e
providencial tudo é natural

O Poder da riqueza vem da terra

Só os trabalhos agrícolas são produtivos
Fundamentos dos Clássicos

O individualismo e o egoísmo são bons para todos

Somos todos “homos economos”

Toda a riqueza provem do trabalho
A economia neoclássica

A utilidade valora os bens. O marginalismo.

É possível atingir o “equilíbrio geral”. ”O Pleno emprego”. “O ponto de
equilíbrio”. “A concorrência perfeita”

A ética das relações de trocas via mercado é isenta de valor de juízo

O preço é justo
A Revolução Keynesiana

O Pleno emprego é uma impossibilidade teórica e prática

A intervenção do Estado é necessária na busca do bem-estar social
17

O combate ao desemprego é tarefa do Estado (investimento)
O Pensamento Econômico Contemporâneo
Para onde os economistas estão indo?
O Credo Neoliberal

A Financeirização do mundo

O “Fim da História”

Cadê o Estado?
A Reação social

A Regionalização do desenvolvimento

O Estado como agente ativo

Um “outro” desenvolvimento
O sistema econômico

Liberais: um modo de produção em que a liberdade impera sobre a
planificação

Marxistas: um modo de produção em que as forças produtivas definem
as classes sociais

Características institucionais:

Produção orientada para o mercado;

Propriedade privada dos meios de produção;

Um grande segmento da sociedade que só pode existir pela sua
força de trabalho;

Comportamento individualista,

Maximização de utilidades.
“...as idéias dos economistas, tanto quando estão certos como quando estão
errados, são muito mais poderosas do que normalmente se imagina. Na
18
verdade, o mundo é governado quase que exclusivamente por elas. Homens
práticos, que se julgam imunes a quaisquer influências, geralmente são
escravos de algum economista morto...”
John Maynard Keynes
A Busca de uma ética para a economia de mercado
“O mercado auto-regulável foi a inovação que deu origem a uma civilização
específica. (...) A nossa tese é que a idéia de um mercado auto-regulável
implicava uma rematada utopia. Uma instituição que não pode existir sem
aniquilar a substância humana e natural da sociedade...”
Karl Polany
“A simples colocação de um problema é muito mais essencial do que a
solução, que pode ser apenas uma questão de habilidade matemática ou
experimental. Fazer novas perguntas, suscitar novas possibilidades, ver velhos
problemas sob um novo ângulo são coisa que exigem imaginação criadora e
possibilitam verdadeiros adiantamentos na ciência”.
Albert Einstein
UNIDADE II – O PROBLEMA ECONÔMICO
2.1 As necessidades ilimitadas

De acordo com o paradigma clássico o problema relevante a ser
considerado pela ciência econômica é o da distribuição do excedente econômico.

Dado um determinado volume de riqueza produzida, a partir de uma
determinada tecnologia, a questão é saber de que forma se distribuem entre os
diversos segmentos da sociedade o resultado da produção, descontado o custo de
se produzir.

De acordo com o paradigma neoclássico, o principal problema
econômico é alocação dos recursos.

Dada a escassez de recursos econômicos o objeto da ciência econômica
é o estudo de como alocar de forma eficiente recursos que são escassos entre
fins alternativos e rivais.
19

Para o paradigma clássico, a questão da eficiência não é um problema,
uma vez que a produção é determinada pela tecnologia e pelos recursos
disponíveis, que estão previamente dados.

Para o paradigma neoclássico, a questão da distribuição não é uma
problema, uma vez que a remuneração de cada “fator de produção” é
determinada por sua produtividade marginal, a qual se supõe, é decrescente no
curto prazo (ou mantidos fixos os demais fatores), não havendo motivo,
portanto, para qualquer conflito social.

Em qualquer sociedade se encontra a sempre a seguinte tríade de
problemas:


O QUE E QUANTO PRODUZIR?

COMO PRODUZIR?

PARA QUEM PRODUZIR?
Este aspecto requer uma análise igualmente detalhada e sistematizada,
dada a sua importância e vinculação com o equacionamento do problema
econômico.

Uma primeira questão a responder diz respeito ao volume de
necessidades que possamos ter. Evidentemente, um ser humano que vive numa
comunidade moderna tem necessidades diversas e em maior quantidade do que
alguém que vivia na Idade Média. Uma volta por uma das salas comerciais de
um shopping center das grandes metrópoles ou meia hora de televisão
comprovam facilmente esta afirmação.

Além deste aspecto temporal (hoje o mundo é completamente diferente
do que em tempos passados) há que se considerar que, somado ao volume,
também a composição das necessidades varia entre habitantes de uma metrópole
e de uma pequena cidade do interior do Estado

Em que pese a diversidade entre volume e composição das necessidades
humanas, é possível detectar várias características comuns:


coletivas ou

individuais
e, dentre estas:

absolutas ou

relativas.
20
Necessidades coletivas

Aí estão enquadradas as necessidades que todo grupo sente, tais como a
necessidade de segurança, de defesa, necessidade de educação, de saneamento
básico, do cuidado com a saúde etc..

Estas necessidades são supridas em parte ou totalmente pela ação do
Estado.
Necessidades individuais

Compreendem basicamente dois grupos:

necessidades absolutas (necessidades biológicas) do ser humano, isto é,
relacionadas às exigências de natureza biológica, tais como dormir, respirar,
comer, habitar, procriar, vestir etc..

nem sempre têm sua satisfação associada imediatamente a uma
solução econômica

por exemplo: é o caso da necessidade de respirar,

em muitas comunidades, a preservação das áreas verdes e o
controle da poluição do ar podem requerer grandes esforços econômicos

necessidades individuais compreende as necessidades relativas ou sociais

são relativas porque não são idênticas para todos os indivíduos

compreendem o conjunto de hábitos, normas, costumes e valores
(uso de talheres e pratos, cama para dormir, o hábito da leitura, audiência
de uma sinfonia e outros)
TIPOS DE NECESSIDADES
INDIVIDUAIS
COLETIVAS
Segurança, defesa,
educação, saneamento
básico, saúde etc.

Absolutas
Individuais
Dormir, respirar, comer,
habitar, procriar, vestir
etc.
Hábitos, normas, costumes e
valores
As necessidades dos indivíduos modificam-se a cada novo dia, quer
sejam absolutas ou relativas
21

Alguns estudos a esse respeito, em especial o de Abraham Maslow
(1908 até 1970), um psicólogo norte-americano, revelam que as necessidades
são hierarquizadas, isto é, um indivíduo procura satisfazer suas necessidades em
certo momento ou período de sua vida, por etapas consecutivas, uma após outra.

Imaginemos uma escada, para dispor tal hierarquização. O
primeiro degrau é reservado para as necessidades biológicas ou básicas.

Satisfeitas estas necessidades, o indivíduo busca a segurança, em
seu mais amplo sentido: segurança no lar, na comunidade, segurança no
emprego.

A etapa seguinte refere-se à necessidade que o indivíduo sente
de viver em comunidade, de ser aceito pelo grupo, de relacionar-se.

Na
próxima
etapa,
quer
satisfazer
seu
ego:
busca
reconhecimento, status, poder.

E, nesta evolução motivacional, a última etapa refere-se à auto-
realização:
o
indivíduo
abre-se
a novos
desafios, procura
a
experimentação de forma decidida (como, subir montanha mais alta;
chegar à diretoria da empresa)

uma necessidade superior não poderá ser suprida sem a satisfação da
necessidade imediatamente anterior

outro aspecto revela que a posição do indivíduo na sua hierarquia de
necessidades é mutável ao longo do tempo, ou seja, o indivíduo terá projetadas
novas hierarquias introduzidas pelas transformações do meio
22
Necessidades
2.2 A escassez de recursos

o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja,
como “economizar” recursos

a escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da
restrição física de recursos

nenhum país, mesmo os países ricos, são auto-suficientes, em termos de
disponibilidade de recursos produtivos, para satisfazer a todas as necessidades
da população

O crescimento populacional renova as necessidades básicas; o contínuo
desejo de elevação do padrão de vida (necessidade social => melhoria de status)
e a evolução tecnológica fazem com que surjam NOVAS necessidades
(computadores, freezer,...);

Se não houvesse escassez de recursos, ou seja, se todos os bens fossem
abundantes (bens livres), não haveria necessidade de estudarmos questões como
inflação, crescimento econômico, déficit no balanço de pagamentos,
desemprego, concentração de renda;

Esses problemas provavelmente não existiriam (e obviamente nem a
necessidade de se estudar Economia).

recursos de produção escassos são:

capital;
23

terra;

trabalho;

ao
lado
do
conhecimento
tecnológico
e
capacidade
empresarial.

Assim nasceu o que se chama de capital, conjunto de bens que não se
destinam a imediata satisfação da necessidades humanas, porém facilitam a
produção ou aquisição de utilidades econômicas.

O capital é representado antes de mais nada pelas máquinas,
instrumentos, ferramentas, matérias-primas, equipamentos, terras ou prédios
possuídos: é o capital fixo ou imobilizado. Mas também é capital o dinheiro ou
seu substituto, o crédito. Dinheiro em caixa e cheques ou títulos de créditos,
formam o capital ativo.

A terra nos oferece gêneros alimentícios e matéria-prima para a
produção de novos bens econômicos. Além disso, no sentido de natureza,
permite ao homem aproveitar recursos como grandes rios, mares, quedas d'água.
Um exemplo é a secular luta pela posse ou propriedade da terra, que constitui
uma notável riqueza.

Se as necessidades existem e devem ser satisfeitas pelos bens de
consumo, os alimentos precisam ser preparados, as roupas costuradas, as casas
construídas.

Nessas condições, o trabalho é o segundo fator da produção. Com o
passar do tempo, o homem primitivo percebeu que seus instrumentos "machado
de pedra, arco e flecha" não proporcionavam a pronta satisfação de suas
necessidades básicas, mas o ajudavam a obter outras coisas de consumo
imediato.

resultam os bens e serviços que são oferecidos à sociedade para a solução
de suas necessidades e desejos ilimitados.

A satisfação de uma necessidade, no sentido aqui tratado, requer a
existência de um bem.

Mesmo as mais elementares necessidades são satisfeitas por certo tipo de
bem.

O ar, por exemplo, é o bem que satisfaz a necessidade de
respirar.
24

Em circunstâncias normais, quando se caracteriza a abundância, este e
outros bens, como a água do mar e a luz do sol, são considerados bens livres.
Não constituem, portanto, um problema cuja solução esteja no âmbito da análise
econômica.

Ocorre, no entanto, que a maioria das necessidades dos indivíduos será
satisfeita por bens escassos, cuja obtenção irá requerer certa quantidade de
trabalho e, muito provavelmente, também de outros fatores de produção.

Estes bens são denominados bens econômicos e compreendem duas
categorias de bens:

os bens tangíveis, isto é, que se pode apalpar, sendo, portanto,
materiais, e

os bens intangíveis, que não são de natureza física, onde se
enquadram os serviços.

Na tentativa de melhor compreensão do fato econômico, a classificação
dos bens completa-se com o enquadramento dos bens econômicos tangíveis nas
seguintes categorias:
Bens finais

Aqui são abrigados os bens de consumo, que compreendem os produtos
que se destinam ao consumo.

Subdividem-se em:

bens de consumo não-duráveis (porque possuem existência muito
limitada no tempo e geralmente desaparecem ao satisfazer a necessidade,
como é o caso dos alimentos); e

bens de consumo duráveis (cuja utilização é substancialmente
prolongada, como, por exemplo, eletrodomésticos, automóveis etc.)

São estes produtos que, como regra geral, promovem a atividade
econômica, porque na sua produção são utilizados produtos intermediários,
máquinas, fornecimentos de terceiros e um contingente considerável de pessoas
direta ou indiretamente ocupadas que, auferindo rendimento, poderão adquirir
bens econômicos, realimentando o processo de produção agregada de toda a
sociedade.
25

Também fazem parte do grupo de bens finais os chamados bens de
capital, que compreendem os bens destinados à produção de novos bens e, por
isso mesmo, também conhecidos por “bens de produção”. São as máquinas
industriais, ferramentas etc..

É de se notar, ademais, que um mesmo bem pode ser classificado em
grupo distinto, segundo a categoria uso. Assim sendo, um automóvel pode ser
um bem de consumo durável e, para aquele que o utiliza como forma de
prestação de um serviço – táxi, por exemplo, ― este bem é considerado um bem
de capital ou bem de produção.
Bens intermediários

Certos bens, como o aço, o cimento, a cal e uma infinidade de outras
mercadorias, requerem transformações antes de se converterem num bem de
consumo ou bem de capital.

São, portanto, considerados bens intermediários.

Os bens econômicos podem ser classificados como:

Bens não duráveis x bens duráveis

Bens presentes x bens futuros

Bens substitutos x bens complementares
26

Bens diretos x bens indiretos

Bens de consumo x bens de produção

Bens de consumo x bens intermediários x bens de capital
2.3 As opções e os critérios de escolha

Todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização
econômica ou regime político, são obrigados a fazer ESCOLHAS (OPÇÕES)
entre alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes;

Elas são obrigadas a fazer escolhas sobre O QUE E QUANTO, COMO
E PARA QUEM produzir?

O QUE E QUANTO produzir: a sociedade deve decidir se produz mais
bens de consumo ou bens de capital, ou como num exemplo clássico:

quer produzir mais canhões ou mais manteiga e, ainda, em que
quantidade?

Os recursos devem ser dirigidos para a produção de mais bens de
consumo, ou bens de capital?

COMO produzir: trata-se de uma questão de eficiência produtiva:

serão utilizados métodos de produção capital intensivo? ou mão-
de-obra intensivos? Ou terra intensivos? Isso depende da disponibilidade
de recursos de cada país.

PARA QUEM produzir: a sociedade deve decidir quais os setores que
serão beneficiados na distribuição do produto:

trabalhadores, capitalistas ou proprietários de terra?

Agricultura ou indústria?

Mercado interno ou mercado externo?

Região sul ou norte?

ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada
pela atividade econômica

Tendo visto os recursos (escassos) de produção e as necessidades
humanas (ilimitadas) vamos organizar nosso aprendizado com relação ao
conhecimento das diversas formas de satisfação das necessidades humanas: os
bens.

Significados da palavra produção:
27

transformação técnica

transformação de modo

transformação de espaço

transformação de tempo.

O resultado da atividade produtiva chama-se produto.

Consumo é o uso dos bens econômicos com o objetivo de satisfazer
diretamente certas necessidades.

Os bens usados com este objetivo, e enquanto usados com este objetivo,
chamam-se bens de consumo.

As atividades produtivas podem ser classificadas de acordo segundo o
grau de processamento e elaboração de seus produtos:


Setor primário

Setor secundário

Setor terciário
Setor primário (agropecuária)

Engloba as atividades que estão em contato direto com a natureza
e cuja produção se caracteriza com de bens primários.

Dela fazem parte agricultura, pesca silvicultura, pastoreio,
extração vegetal, etc.

Setor Secundário (indústria)

Compreende todas as atividades de modificação e transformação
de bens, por meio de processos físicos ou químicos.

Compreende a indústria extrativa mineral, manufatureira ou de
transformação, da construção civil e a indústria de geração de energia
elétrica, produção de gás e tratamento de água e esgoto (serviços
industriais de utilidade pública).

Setor terciário (serviços)

É também chamado setor de serviços. Não compreende a
produção física propriamente dita, mas sim a prestação de serviços.

Compreende as atividades comerciais, transportes, seguros,
serviços financeiros, previdência social, educação, saúde, turismo,
serviços governamentais, etc.
28

O ato pelo qual se renuncia a uma parte do possível consumo presente
com a intenção de obter um aumento do consumo futuro chama-se poupança.

Em sentido estrito, em economia, investimento significa a aplicação de
capital em meios que levam ao crescimento da capacidade produtiva
(instalações, máquinas, meios de transporte), ou seja, bens de capital.

Por isso, considera-se também investimento a aplicação de recursos do
Estado em obras muitas vezes não lucrativas, mas essenciais para formarem a
infra-estrutura da economia (saneamento básico, rodovias, portos, aeroportos,
etc.)

Um conjunto de bens econômicos, disponíveis para um sujeito
econômico ou para uma sociedade de sujeitos econômicos, chama-se riqueza.

A riqueza pode ser considerada de duas maneiras:

Ao conjunto de bens disponíveis num determinado momento do tempo
chama-se patrimônio.

A riqueza considerada como fluxo de bens ao longo do tempo toma o
nome de renda.
2.4 As soluções alternativas e as curvas de possibilidade de produção
29

Todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização
econômica ou regime político, são obrigadas a fazer opções, escolhas entre
alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes. Elas são obrigadas a
fazer escolhas sobre O Que e Quanto, Como e Para Quem produzir.

Para quem produzir: A sociedade deve decidir quais os setores que serão
beneficiados na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou
proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou mercado
externo? Região Sul ou Norte? Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída
a renda pela atividade econômica.
Definição de Produto

A economia estuda a alocação de recursos escassos para fins ilimitados,
ou seja, como obter o máximo de satisfação para os indivíduos a partir de um
estoque dado de recursos.

Para satisfazer a suas necessidades, o homem envolve-se em um ato de
produção.

Produção é a atividade social que visa adaptar a natureza para a criação
de bens e serviços que permitam a satisfação das necessidades humanas.

No ato de produção, existe a combinação de uma série de elementos
chamados de fatores de produção, que são os recursos utilizados na produção de
bens e serviços.

Normalmente, costuma-se separar os recursos em três grandes áreas:
Terra, Capital e Trabalho.

É a atividade social que visa adaptar a natureza para a criação de bens e
serviços que permitam a satisfação das necessidades humanas.

Os fatores de Produção são os recursos utilizados na produção de bens e
serviços.
30

O Produto é a soma daquilo que foi produzido em país durante
determinado período de tempo.

O Crescimento Econômico é definido como o aumento do produto em
um determinado período de tempo, ou seja, a elevação na produção de bens e
serviços que satisfaçam às necessidades humanas
Produto real e produto nominal

Produto é medido em termos monetários, pois é a forma que possuímos
para reduzir os diversos bens e serviços da economia a um denominador comum
e com isso podermos agregá-los.

O problema é que a moeda está sujeita a perda de valor ao longo do
tempo, isto é, na presença de processos inflacionários, o poder de compra da
moeda se corrói devido à elevação do nível geral de preços.
Produto real e produto nominal

Assim, de um ano para o outro, o produto pode variar em termos
monetários sem que em termos de quantidade física tenha ocorrido qualquer
mudança, ou seja, como Y= Pi x Qi ( onde Pi é o preço e Qi a quantidade das n
mercadorias da economia), o valor de Y pode mudar tanto por mudanças em Pi
como em Qi, ou em ambos.

O que interessa em termos de crescimento é o comportamento de Q;
assim, devemos diferenciar entre Produto Real (aquele medido a preços
constantes) e Produto Nominal (aquele medido a preços correntes).

Como o que se observa é o produto nominal, para retirar os efeitos da
inflação sobre a medida do produto utilizamos os chamados “índices de preços”
para fazer o “deflacionamento”.

Estes índices correspondem a média ponderada das mudanças de preços
dos diversos produtos. O principal índice é o deflator implícito do produto (DI),
que corresponde à razão entre a soma de todos os preços no instante atual
multiplicados pela quantidades no instante atual e a soma de todos os preços no
instante anterior multiplicado pelas quantidades do instante atual.
31

A partir do produto real, pode-se observar mais de perto a evolução
(crescimento) as economia de um país, comparando-se o produto de um ano em
relação a outro. Quando dizemos que o Brasil cresceu 4 %, estamos afirmando
que a produção do ano atual (PIP) é 4% maior que o ano anterior em termos
reais, isto é, descontada a elevação dos preços dos bens produzidos.

O Gráfico nos mostra a taxa de investimento (preços constantes de
2000) anual até 1990 e trimestral desde 1991, bem como a média verificada
entre o primeiro trimestre de 1991 e o segundo de 2004, 19,1%.

A série formação bruta de capital fixo como proporção do PIB a
preços constantes de 2000 tem o seu menor patamar histórico, verificado no
segundo trimestre de 2003, 16,4%, sendo que a partir de então apresenta
comportamento crescente. Contudo, no segundo trimestre de 2004, a taxa de
investimento a preços constantes, 17,3%, continua cerca de 2% abaixo da média
verificada do primeiro trimestre de 1991 ao segundo semestre de 2004.

A esse respeito, em trabalhos anteriores, foi mostrado que mantida a
média do crescimento da produtividade total dos fatores, do trabalho e a taxa
média de investimento observada de 1994 a 2001, respectivamente de 1,2%,
2,0% e 19,9%, o crescimento do produto esperado no Brasil seria de 2,8%,
32
atingindo o máximo 3,5% quando se considera o crescimento potencial (esse
último só se sustenta no curto prazo).

Ressaltamos que a análise anterior só considera parâmetros médios, ou
seja, choques em outros fatores podem elevar o crescimento sustentado
brasileiro. Como exemplo, um choque positivo na produtividade do capital de
2% por 5 anos elevaria o crescimento sustentado esperado para 3,1% (e o
potencial para 4%), sendo que, nos cinco anos de transição, haveria um ganho
extra da ordem de 2% no crescimento esperado.
Depressão econômica

Uma depressão econômica é caracterizada por um estado agravado de
recessão, ou seja, um longo período de desemprego em massa, falência de
empresas, baixos níveis de produção e investimentos etc., sempre acarretando
em conseqüências negativas para a economia mundial.

Segundo especialistas, as maiores depressões econômicas da história
foram as de 1815, 1873 e 1929. Entre elas, uma das mais graves foi a de 1929,
superada somente pela crise financeira mundial de 2008.

Em relação ao crash de 29, a teoria mais aceita, diz que o motivo para a
crise foi o planejamento mau feito da política monetária dos Estados Unidos.
Esse é apenas um dos motivos para as depressões econômicas. Esses longos
períodos de crise podem ser causados por diversos fatores, principalmente na
esfera macroeconômica.

Para exemplificar as diferenças entre uma recessão e uma depressão
econômica, podemos citar uma velha piada dos economistas: Uma recessão é
quando o seu vizinho perde o emprego, uma depressão é quando você perde o
seu também.

De fato, recessão é um declínio do Produto Interno Bruto (PIB), por dois
ou mais trimestre consecutivo, já a depressão está relacionada com outros
aspectos mais amplos, como níveis de emprego, produção industrial, rendimento
real, etc.

Ao longo da história do capitalismo, podemos perceber momentos bons e
de crise, ou seja, ciclos econômicos.
33

Após o sistema capitalista ter se firmado esses ciclos passaram a ser algo
constante.

De certa forma, depressão econômica é uma falha do sistema capitalista
e de sua teórica “mão invisível”.

Inclusive, foi nos períodos após grandes depressões que surgiram outras
teorias econômicas um pouco diferentes da teoria de Adam Smith, como o
keynesianismo e o neoliberalismo.
UNIDADE III – O SISTEMA ECONÔMICO
3.1 Características, agentes e elementos básicos do sistema econômico

Definição:
“Um sistema econômico pode ser definido como forma política, social e
econômica de organização de uma sociedade. É um particular sistema de
organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços
que as pessoas utilizam, buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar.”
Braga e Vasconcellos (2006, p. 4)

Sistema econômico é o conjunto de relações técnicas, básicas e
institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade.

Elementos do sistema econômico
1.
Estoque de recursos produtivos
2.
Complexo de unidades de produção
3.
Conjunto
de
instituições
(jurídicas,
políticas,
sociais
e
econômicas)

os elementos básicos são:

os estoques de recursos produtivos ou fatores de produção,
que incluem os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o
capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia;

o complexo de unidade de produção, construído pelas
empresas; e

o conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e
sociais, que são a base da organização da sociedade.

os sistemas econômicos pode ser classificados em dois grandes grupos: o
sistema capitalista e sistema capitalista.
34
Socialismo (economia centralizada ou planificada)

As características dele são:
1.
Também conhecida como economia centralizada ou planificada;
2.
As questões econômicas fundamentais são resolvidas por um
órgão central de planejamento;
3.
Predomínio da propriedade pública dos fatores de produção.
Capitalismo (economia de mercado)

As características são:
1. Propriedade privada dos fatores de produção, dos bens de consumo e
do dinheiro;
2. Controle do funcionamento da economia é realizado pelo sistema de
preços;
3. O lucro é o grande impulsionador para a ação dos agentes
econômicos;
4. Importância da competição entre as empresas e entre os proprietários
dos recursos;
5. O papel do governo é limitado. A participação do governo é dada
pela relação entre gasto público (G) e PIB (Y).

Troca significa que os indivíduos permutam bens entre si.
1.
Escambo: trocas realizadas sem dinheiro.
Problemas enfrentados:
2.
1.
Tempo.
2.
Indivisibilidade de alguns bens.
3.
Coincidência de necessidades.
Dinheiro: é todo o meio de pagamento aceito que pode ser permutado
por bens e serviços, além de ser utilizado para saldar dívidas. Tanto nos sistemas
capitalistas como socialistas.
Livre Iniciativa

Economia de livre mercado (Economia de mercado ou Sistema de livre)
iniciativa existe quando os agentes econômicos agem de forma livre, sem a
intervenção dos governos.
35

É, portanto, um mercado idealizado, onde todas as ações econômicas e
ações individuais respeitam a transferência de dinheiro.

Bens e serviços são "voluntárias" - o cumprimento de contratos
voluntários é, contudo, obrigatório.

A propriedade privada é protegida pela lei e ninguém pode ser forçado a
trabalhar para terceiros.
Economia planificada

Economia planificada (economia centralizada ou economia centralmente
planejada) é um sistema econômico na qual a produção é previa e racionalmente
planejada por especialistas, na qual os meios de produção são propriedade do
estado e a atividade econômica é controlada por uma autoridade central que
estabelece metas de produção e distribui as matérias primas e as unidades de
produção.

Como não há mercado em uma economia planificada, não é possível
conhecer o preço, e, portanto, não é possível conhecer a demanda, tornando a
economia planificada teoricamente impossível.

Em uma economia planificada o Planejamento é feito de forma que não
haja escassez ou abundância de determinado produto, portanto os preços
raramente são modificados.

Sua forma mais conhecida é o tipo de economia que foi adotada, durante
cerca de 70 anos, pelo regime comunista na União Soviética, bem como pela
China.

Os socialistas defendem a planificação da economia, em maior ou menor
grau. Hoje em dia muito poucos economistas, mesmo socialistas, ainda
defendem uma economia totalmente centralizada e planificada, como foi a
soviética.

Diferentemente do que ocorre na economia planificada ou economia do
estado, onde a produção econômica é dirigida pelo Estado, na Economia de
mercado a maior parte da produção econômica é gerada pela iniciativa privada;
indústria, comércio prestação de serviços são controlados por cidadãos
particulares.
36

Ou seja, são empresas do setor privado que detêm a maior parcela dos
meios de produção.

O Estado tem o papel de regulamentação e fiscalização da economia e
atender setores prioritários como: energia, segurança, educação, saúde entre
outros.

Pode-se então afirmar que nos países, denominados de capitalistas,
domina uma economia de mercado, no seu oposto temos os países socialistas
onde predomina uma economia primariamente estatal.

Entre estes dois domínios opostos, encontramos ainda os denominados
sistemas econômicos mistos, cuja finalidade centra-se na harmonização, em
diversos âmbitos, o domínio do sector privado (livre iniciativa) e o setor público
(empresas estatais).
3.2 Os fluxos real e monetário

Fluxo Real: envolve bens, serviços e fatores

O fluxo (real) de bens (finais) de consumo e serviços das
empresas para os consumidores;

Fluxo Monetário: pagamento pelos bens, serviços e fatores envolvidos

O fluxo (monetário) de moeda dos consumidores para as
empresas.

As famílias, as empresas, o mercado de bens de consumo e serviços e o
mercado de recursos ou fatores de produção compõem uma economia de livre
empresa e formam o centro em torno do qual se desenvolve a economia.

Os preços dos bens e serviços interligam os dois fluxos, ou seja, o
mercado de produtos para bens e serviços estabelece preços que regulam a
quantidade e qualidade de bens produzidos e consumidos.

No fluxo monetário as empresas pagam às famílias pelo uso dos recursos
por meio de salários (do trabalho), dividendos, juros e lucros (do capital) e
aluguel (da terra e de imóveis).

Economia de mercado de livre concorrência entre produtores e
consumidores estabelecem os preços dos produtos.
37
Braga e Vasconcellos (2006, p. 10)

Unindo os fluxos real e monetário da economia, temos o fluxo circular de
renda.
Braga e Vasconcellos (2006, p. 10)
Braga e Vasconcellos (2006, p. 10)

O mercado no sistema econômico é formado pelas pessoas que querem
comprar e pelas que querem vender bens e serviços, ou seja, os consumidores e
os empresários.
38
Oferta x Demanda

As curvas de oferta e demanda expressam uma relação entre preços e
quantidades.

Entretanto, essa relação não é efetiva e sim potencial, pois tanto
produtores como consumidores estão apenas expressando as quantidades dos
bens que ofertariam ou consumiriam a determinados preços.

Para se determinar esse preço e essa quantidade, o mercado deve estar
em equilíbrio.
Preço de equilíbrio (preço de mercado)

É aquele que iguala a oferta à procura, ou seja, o preço pelo qual os bens
serão vendidos.
ELASTICIDADE

Medida da resposta dos compradores e vendedores às mudanças no
preço e na renda.

Bens com alta elasticidade da demanda (elástica) como refeições em
restaurantes, veículos, carne bovina.

Bens com baixa elasticidade da demanda (inelástica) como petróleo,
ovos, leite, gasolina, insulina.
Classificação dos Mercados
39

Concorrência Perfeita

é um mercado em que existe um grande número de empresas
oferecendo um mesmo produto.

Monopólio Puro

é um mercado em que existe apenas uma empresa oferecendo um
bem, para qual não existe substitutos satisfatórios.
Classificação dos Mercados

Oligopólio

é um mercado em que existe um número de empresas pequeno o
suficiente para que as ações de uma afetem as outras. Essas empresas
produzem bens diferenciados, mas substituíveis entre si.

Concorrência monopolística

é um mercado em que há um número razoável de empresas
produzindo um mesmo bem, que aos olhos do consumidor são
diferenciados.
3.3 Classificação dos bens e serviços

Bens de capital: são utilizados na fabricação de outros bens, sem
desgaste total no processo. Ex: máquinas, equipamentos, etc.

Bens de consumo: buscam atender as necessidades humanas, podendo
ser duráveis (geladeira) ou não-duráveis (alimentos).

Bens intermediários: são transformados e agregados na produção de
outros bens, sendo consumidos no processo produtivo.

São chamados de recursos de produção da economia, e são constituídos
pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e
tecnologia.

Remuneração do fator de produção:
Fator de Produção
Tipo de remuneração
Trabalho
Salário
Capital
Juro
Terra
Aluguel
Tecnologia
Royalty
40
Capacidade empresarial*
Lucro
Gerência dos proprietários
3.4 Os setores da economia

A economia de um país pode ser dividida em setores (primário,
secundário e terciário) de acordo com os produtos produzidos, modos de
produção e recursos utilizados.

Estes setores econômicos podem mostrar o grau de desenvolvimento
econômico de um país ou região.
Setor Primário

O setor primário está relacionado a produção através da exploração de
recursos da natureza.

Podemos citar como exemplos de atividades econômicas do setor
primário: agricultura, mineração, pesca, pecuária, extrativismo, vegetal e caça.

É o setor primário que fornece a matéria-prima para a indústria de
transformação. Este setor da economia é muito vulnerável, pois depende muito
dos fenômenos da natureza como, por exemplo, do clima.

A produção e exportação de matérias-primas não geram muita riqueza
para os países com economias baseadas neste setor econômico, pois estes
produtos não possuem valor agregado como ocorre, por exemplo, com os
produtos industrializados.
Setor Secundário

É o setor da economia que transforma as matérias-primas (produzidas
pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas,
automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, etc).

Como há conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos do setor
secundário, o lucro obtido na comercialização é significativo.

Países com bom grau de desenvolvimento possuem uma significativa
base econômica concentrada no setor secundário.
41

A exportação destes produtos também gera riquezas para as indústrias
destes países.
Setor Terciário

É o setor econômico relacionado aos serviços. Os serviços são produtos
não meterias em que pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer
determinadas necessidades.

Como atividades econômicas deste setor econômicos, podemos citar:
comércio, educação, saúde, telecomunicações, serviços de informática, seguros,
transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços
bancários e administrativos, transportes, etc.

Este setor é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento
econômico. Quanto mais rica é uma região, maior é a presença de atividades do
setor terciário.

Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o
setor da economia que mais se desenvolveu no mundo.
3.5 Sistemas econômicos alternativos
Evolução dos Sistemas Econômicos

Em sua evolução foi marcada por duas características:

Especialização

Sistema de produção segundo o qual cada indivíduo se concentra
em um número limitado de atividades

Troca


Permuta
Obs: Através da especialização e da troca, as nações puderam dispor de
maior produção, e elevação do padrão de vida.

Economia de direção central

é aquela em que o governo toma as decisões importantes acerca
da produção e da repartição. Neste tipo de economia o governo possui a
maior parte dos bens de produção (terra e capital); também possui e
42
dirige a atividade das empresas na maior parte dos ramos de atividade; é
o empregador da maioria dos trabalhadores e quem dirige a sua
atividade, decidindo também como a produção da sociedade deve ser
divida pelos diversos bens e serviços, Ex: A economia que funcionou na
União Soviética.

Economia de mercado

é aquela em que os indivíduos e as empresas privadas tomam as
decisões mais importantes acerca da produção e do consumo

Economia mista

é aquela que se situa entre a economia de mercado e a economia
de direção central. Atualmente, a maior parte das sociedades funciona
numa economia mista. Refira-se que serviços como a educação, o
policiamento ou o controlo da poluição são geralmente proporcionados
pelo Governo.
Segunda Parte - Elementos de Microeconomia
UNIDADE I – OFERTA E DEMANDA
1.1 O mercado

Oferta e Demanda são as duas palavras mais usadas por economistas

É as forças que fazem os mercados funcionarem

A microeconomia moderna lida com a oferta, demanda e o equilíbrio do
mercado

Os termos oferta e demanda referem-se ao comportamento das pessoas...
...quando eles interagem entre si nos mercados

Mercado: local onde compradores e vendedores se encontram para trocar
mercadorias ou serviços

Possibilita ganho através da especialização e comércio

Qualquer instituição, mecanismo ou acordo que facilite o comércio

O mercado é um grupo de compradores e vendedores de um bem ou
serviço

Compradores determinam a Demanda

Vendedores determinam a Oferta
Preço
43

Indica o quanto consumidores querem que determinado produto ou
serviço seja produzido

Determinado através de um processo de descoberta

Preços relativos. Computado dividindo-se o preço absoluto de um bem
por outro
Tipos de Mercado

Mercado Competitivo:

Muitos compradores e vendedores

Não é controlado por nenhum indivíduo individualmente

Quando existe o estabelecimento de uma “banda” curta de preços
que compradores e vendedores agem sobre ela

Perfeitamente Competitivo

Produtos homogêneos

Compradores e vendedores aceitam o preço determinado

Muitos compradores e vendedores de forma que ninguém pode
influenciar, sozinho, o mercado

Monopólio: Um vendedor que controla o preço de mercado

Oligopólio: Poucos vendedores onde não há concorrência agressiva

Competição Monopolística

Muitos vendedores

Produtos ligeiramente diferenciados

Cada vendedor pode determinar o preço do seu produto
1.2 Demanda

Definição
“... Como a quantidade de determinado bem ou serviço que o
consumidor deseja adquirir em certo período de tempo.”
Montoro Filho (2006, p. 66)
44
Lei da Demanda

Existe uma relação inversa/ negativa entre preço e quantidade
demandada
Matematicamente,
Dx = f(Px, Pz, R, G, Demais fatores)
Onde,
Dx = a demanda do bem x;
Px = o preço do bem x;
Pz = o preço dos demais bens
R = renda
G = preferências, hábitos

Para estudar a influência de cada fator sobre a demanda é necessário
fazer uma simplificação, que é considerar cada efeito, cada variável,
separadamente, fazendo a hipótese de que tudo o mais permaneça constante.

Esta hipótese é também conhecida como a cláusula do coeteris paribus.

Assim, considerando que a quantidade demandada depende apenas do
preço do bem, teríamos que: Dx = f(Px)

Tudo o mais permanecendo constante
Esquema de Demanda

É uma tabela que mostra a relação entre o preço de um bem e a
quantidade demandada àquele preço
45
Preço
Quantidade
$ 0.00
12
$ 0.50
10
$ 1.00
8
$ 1.50
6
$ 2.00
4
$ 2.50
2
$ 3.00
0
Curva da Demanda

É uma curva com inclinação negativa relacionando preço à quantidade
demandada
Determinantes da Demanda
46

Que fatores determinam a quantidade de sorvete que você quer comprar?

Que fatores determinam a quantidade de sorvete que você pode
comprar?
1)
Preço de mercado
2)
Renda do indivíduo
3)
Preço de produtos similares
4)
Gosto
5)
Expectativa
6)
Número de consumidores
Curva da Demanda

Mostra a quantidade máxima de um determinado bem que consumidores
estão desejando adquirir a diversos níveis de preço (ceteris paribus)

Mostra o preço máximo que indivíduos estão dispostos a pagar por uma
unidade adicional de produto (ceteris paribus)
Ceteris Paribus

Frase em latim que significa “todas as outras coisas estando iguais”, isto
é, quando da análise a única coisa que estará se alterando será a variável que se
estiver analisando.
Determinantes da Demanda

Preço de Mercado: Existe uma relação inversa entre preço e quantidade
demandada
(Lei da Demanda)
47
Determinantes da Demanda

Renda: aumento de renda aumenta a demanda por um bem “normal”
Determinantes da Demanda

Renda: aumento de renda diminui a demanda por um bem “inferior”
Determinantes da Demanda
48

Preços de Bens Relacionados: Quando a queda de preço de um bem
reduz a demanda por outro, os bens são chamados de “substitutos”

Preços de Bens Relacionados: Quando a queda de preço de um bem
aumenta a demanda por outro, os bens são chamados de “complementares” .
Relação entre quantidade demandada e número de consumidores

Na maioria dos casos ela é positiva

Pode ser influenciada pela idade de uma população, por exemplo

Quem compra ingressos para assistir Nelson Gonçalves, Sandy & Júnior,
etc.
Esquema de Demanda e Curva de Demanda

Esquema de Demanda: tabela que mostra o preço de um bem e a
quantidade demandada

Curva de Demanda: linha com inclinação negativa relacionando preço a
quantidade demandada
Ceteris Paribus

... Todas as demais variáveis relevantes são consideradas constantes,
com exceção das que estão sendo analisadas naquele momento
Mudança na quantidade demandada x Mudança na demanda

Mudança na quantidade demandada: move-se sobre a curva da demanda
quando há mudança de preço

Mudança na demanda: a curva inteira se move para a esquerda ou direita
Mudança na Quantidade Demandada
49
Mudança na Quantidade Demandada
Mudança na Demanda
50
Quantidade Demandada e Demanda
Variável
Uma Mudança na Variável Causa um(a)...
Preço
Movimento ao longo da curva da demanda
Renda
Deslocamento da curva
Preço de bem relacionado
Deslocamento da curva
Gostos
Deslocamento da curva
Expectativa
Deslocamento da curva
Número de Compradores
Deslocamento da curva
Derivando a Demanda de Mercado
51
Bens Substitutos

Se o aumento do preço do bem i aumentar a demanda do bem x, então os
bens i e x são chamados substitutos ou concorrentes.
Bens Complementares

Se a redução do preço do bem i ocasionar um aumento da demanda do
bem x, então os bens i e x são chamados complementares.

Portanto, bens complementares são aqueles que são consumidos
conjuntamente.
52
Relação entre a demanda de um bem e a renda do consumidor

Em geral, existe uma relação crescente e direta entre a renda e a
demanda por um bem ou serviço.

Bem Normal  Tipo de bem cuja quantidade demandada varia
diretamente a variações na renda do consumidor, coeteris paribus.

Bem de Consumo Saciado  Dada uma variação na renda do
consumidor, a quantidade demandada não se altera, coeteris paribus.

Bem Inferior  Tipo de bem cuja quantidade demandada varia
inversamente a variações na renda do consumidor, coeteris paribus.
Relação entre a demanda de um bem e a renda do consumidor
Exercício 1:
53
Exercício 2:
1.3 Oferta
Definição
“... como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam por
unidade de tempo.”
Montoro Filho (2006, p. 73)
Matematicamente,
Ox = f(Px, Pz, C.F.P, T, Nº Empresas no mercado)
Onde
Ox = quantidade ofertada do bem x;
54
Px = o preço do bem x;
Pz = o preço dos outros bens
C.F.T= custo dos fatores de produção,
T = tecnologia
Lei da Oferta

É a quantidade de produtos que vendedores desejam e podem produzir
para vender a diversos níveis de preço
Oferta de sorvete
Determinantes da Oferta

Preço de mercado

Preço dos insumos

Tecnologia

Expectativa

Número de produtores
Esquema de Oferta
55

É uma tabela que mostra a relação entre o preço de um bem e a
quantidade ofertada àquele preço
Preço
Quantidade
$ 0.00
0
$ 0.50
0
$ 1.00
1
$ 1.50
2
$ 2.00
3
$ 2.50
4
$ 3.00
5
Curva da Oferta

Existe uma relação direta (positiva/ crescente) entre preço e quantidade
(Lei da Oferta)
Esquema de Oferta e Curva da Oferta

Esquema de Oferta: tabela que mostra o preço de um bem e a quantidade
ofertada

Curva da Oferta: linha com inclinação positiva relacionando preço a
quantidade demandada
56
Mudança na Quantidade Ofertada x Mudança na Oferta

Mudança na Quantidade Ofertada: move-se sobre a curva da oferta
quando há mudança de preço

Mudança na Oferta: a curva inteira se move para a esquerda ou direita
Mudança na Quantidade Ofertada
57
Mudança na Oferta
Quantidade Ofertada e Oferta
Variável
Uma Mudança na Variável Causa um(a)...
Preço
Movimento ao longo da curva da oferta
Preço dos Insumos
Deslocamento da curva
Tecnologia
Deslocamento da curva
Expectativa
Deslocamento da curva
Número de Compradores
Deslocamento da curva
Derivando a Oferta de Mercado
58
Exercício 3:
Exercício 4:
Exercício 5:
59
Exercício 6:
1.4 Equilíbrio de mercado

Preço de Equilíbrio: preço onde as duas curvas se cruzam. A quantidade
demandada e ofertada são iguais.

Quantidade de equilíbrio: quantidade determinada pela intersecção das
curvas de oferta e demanda.
60
Chegando ao Equilíbrio

Excesso de Oferta: preço acima do equilíbrio, a quantidade
ofertada é maior que a quantidade demandada.

Excesso de Demanda: preço abaixo do equilíbrio, a
quantidade ofertada é menor que a quantidade demandada.
61
Excesso de Oferta

Preço acima do equilíbrio, a quantidade ofertada é maior
que a quantidade demandada. Vendedores terão que baixar o preço para
aumentar as vendas, voltando então ao equilíbrio.
Excesso de Demanda

Preço abaixo do equilíbrio, a quantidade ofertada é menor
que a quantidade demandada. Vendedores aumentarão os preços, voltando então
ao equilíbrio.
Análise Estática Comparativa

Determina se determinado evento muda a demanda, a
oferta ou ambas ou se há apenas um movimento sobre uma das curvas ou sobre
ambas

Determina se as curvas movem para a direita ou esquerda

Determina como essas mudanças afetam o preço e a
quantidade de equilíbrio

Exemplo: Consumo do sorvete com a chegada de uma
onda de calor
Deslocamento da Curva ou Movimentos Sobre a Curva
62

A um deslocamento da curva de oferta dá-se o nome de mudança na
oferta

A um movimento sobre a curva de oferta dá-se o nome de mudança na
quantidade ofertada

A um deslocamento da curva de demanda dá-se o nome de mudança na
demanda

A um movimento sobre a curva de demanda dá-se o nome de mudança
na quantidade demandada

Aumento de renda real (aumento do poder aquisitivo) eleva a demanda
pelo bem x

Portanto, há um deslocamento da curva de demanda para a direita, para
D‟D‟.

Novo equilíbrio com preço e quantidade maiores.

Diminuição dos preços das matérias-primas.

Portanto, há um deslocamento da curva de oferta para a direita, para
O‟O‟.

Novo equilíbrio com preço menor e quantidade maior
63

Exemplo: Onda de calor. O que acontece?
O que acontece com o preço e a quantidade de equilíbrio?
Oferta Inalterada
Aumento Oferta
Diminuição Oferta
Demanda Inalterada
P igual
Q igual
P diminui
Q aumenta
P aumenta
Q diminui
Aumento Demanda
P aumenta
Q diminui
P ambíguo
Q aumenta
P aumenta
Q ambíguo
Diminuição
Demanda
P diminui
Q diminui
P diminui
Q ambíguo
P ambíguo
Q diminui
Diminuição da Oferta

Número de produtores e/ou vendedores diminui

A tecnologia se deteriora

Custos aumentam
64

Impostos aumentam

Subsídios diminuem

O preço de produtos alternativos aumentam

O preço de produtos complementares diminuem
Aumento da Oferta

Número de produtores e/ou vendedores aumenta

A tecnologia melhora

Custos diminuem

Impostos diminuem

Subsídios aumentam

O preço de produtos alternativos diminuem

O preço de produtos complementares aumentam
O tempo

Muito Curto Prazo: consumidores e produtores não têm
tempo de fazer quaisquer ajustes

Longo
Prazo:
consumidores
e
produtores
podem
considerar alternativas e fazer substituição no consumo ou na produção
Efeito Tempo na Demanda
65

Economistas utilizam o modelo de oferta e demanda para
analisar mercados competitivos

A curva de demanda mostra como a quantidade
demandada de um bem depende do seu preço

Além do preço, a renda, os gostos, as expectativas e os
preços de outros produtos (substitutos ou complementares) podem também
determinar a quantidade demandada de um produto

O equilíbrio de mercado é atingido quando a quantidade
demandada é igual à quantidade ofertada, ou graficamente falando, as duas
curvas se cruzam no eixo XY

Em economias de mercado, os preços são os sinalizadores
que guiam como os indivíduos e firmas devem alocar os recursos
Elasticidade-preço da demanda

Em qual grau a quantidade demandada responde a uma
variação de preços?

Elasticidade-preço da demanda é a variação percentual
de quantidade demandada do bem x para cada unidade de variação percentual no
preço do bem x.

Em outras palavras, a elasticidade-preço da demanda
indica
quantos por cento vai variar (ou reduzir) a quantidade
66
demandada de um bem para cada um por cento de variação
no
seu preço.

Matematicamente,
Elasticidade no ponto e no arco

A elasticidade no arco pode ser compreendida como a média aritmética
das quantidades e dos preços entre os pontos A e B.
Definições
I- Demanda inelástica, quando ηD > -1 ou |ηD| < 1
 % Var.Q < % Var.P
II – Demanda de elasticidade unitária, quando ηD = 1 ou |ηD|=1
67
 % Var.Q = % Var.P
III – Demanda elástica, quando ηD <-1 ou |ηD| > 1
 % Var.Q > % Var.P
Casos extremos
Relação entre receita total e elasticidade
Fatores que influenciam a elasticidade-preço da demanda
1.
A existência de bens substitutos
68

É de se esperar que, quanto melhores substitutos tiver o bem,
maior será sua elasticidade, pois será mais fácil para o consumidor trocar
um determinado bem, se eu preço aumentar.
2.
O peso do bem no orçamento

Se for pouco substituível, quanto menor o peso do bem no
orçamento, menor será sua elasticidade.
3.
Essencialidade do bem

Quanto mais essencial for o bem, menor deverá ser sua
elasticidade-preço.
Elasticidade-preço cruzada da demanda

Muito parecido com o conceito de elasticidade-preço da demanda, no
caso da elasticidade-preço cruzada compara-se variações percentuais da
quantidade demandada de um bem com variações percentuais de preço de outro
bem.

Formalmente, a elasticidade-preço cruzada entre os bens x e y é a
variação percentual de quantidade demandada do bem x para cada unidade de
variação percentual do preço y.

Matematicamente,
Elasticidade-preço cruzada da demanda

Esta razão pode assumir valores negativos e positivos
ou, ainda, ser igual a zero.

Se o resultado for < 0, isto é, negativo, os dois bens
são complementares.

Se o resultado for > 0, isto é, positivo, os dois bens são
substitutos ou sucedâneos.

Se o resultado for = 0, os dois bens não guardam qualquer
relação de consumo entre si.
Elasticidade-preço cruzada da demanda
69

Exemplo:

Suponha que X seja manteiga e Y seja margarina
(dois produtos tipicamente substitutos).

Se o preço de Y subir (+), a quantidade demandada de
manteiga deve aumentar ( + ). Logo, dividindo-se um valor positivo por
outro positivo, o resultado será um valor positivo e, portanto os bens são
substitutos.
Elasticidade-renda da demanda do bem x

Elasticidade-renda da demanda

É a variação percentual da quantidade demandada de
um bem x para cada unidade de variação percentual da
renda do consumidor.

Matematicamente,

Dependendo do valor do coeficiente da elasticidade-renda
obtido, o bem será classificado em bem inferior, ou bem normal ou bem
superior. Assim, por exemplo, suponha que a renda dos consumidores tenha se
elevado, num certo período de R$ 1.000,00 para R$ 1.300,00, em
conseqüência, a quantidade demandada dos bens A,
B,
C e
D, se
alteraram de Qd0 para Qd1, conforme a tabela a seguir:

Bens
Q0
Q1
A
20
18
B
25
30
C
30
78
D
10
15
E
40
40
Utilizando
a
fórmula
acima,
podemos
calcular
a
elasticidade-renda para os cinco bens acima, assim:
70
Elasticidade-preço de oferta do bem x

Do mesmo modo que a elasticidade de demanda, a
elasticidade de oferta define-se como a variação percentual na quantidade
ofertada do bem x para cada unidade de variação percentual no preço do bem x.

Matematicamente,
Dadas as equações de demanda e oferta para o mercado de tilápia:
Qd = 10 – 3 P + 1,5 I
Qs = - 5 + 5 P – 0,5 T
Determine o ponto de equilíbrio para o mercado de tilápia quando:
Situação inicial: I0 = 100 e T0 = 50
Situação final: I1 = 200 e T1 = 30
71
Mudança nas Curvas de Oferta e Demanda
72

Dada a equação de demanda de um bem:
Qd s  3.000Ps  1.000R  0,05Pop  1.500Pc

Calcule a Er quando:

Q = 8.000.000

R = 10.000
dQds
 1.000
dR
Er 
dQds R
.
dR Q
Er  1.000
10.000
 1,25
8.000.000
Um aumento da renda em 1% levará ao aumento da quantidade demandada em
1,25%, sendo portanto um bem normal.

Dada a equação de demanda para o bem S:
Qd s  3.000Ps  1.000R  0,05Pop  1.500Pc

Calcule a ESC quando:

Qs = 9.500.000

Pc = 3.500
ESC   1.500
3.500
9.500.000
ESC  0,55  0
Um aumento do preço do bem C em 1% levará ao aumento da quantidade
demandada do bem S em 0,55%, sendo portanto um bem substituto.
1.5 Aplicações da análise da oferta e da procura

Aplicações importantes da teoria de mercado podem ser notadas
diariamente.

Por exemplo, se a oferta de um bem aumentar, coeteris paribus, o preço
de equilíbrio deve cair.

A teoria de preços desenvolvida, apesar de elementar, é muito poderosa
em sua aplicação a uma série de situações concretas.
Garantias de preços mínimos

Políticas de preços mínimos
73

Quando o governo garante preços mínimos, pretensamente justos,
visando proteger os produtores de flutuações de mercado.

2 casos devem ser considerados:

preço de equilíbrio superior ao preço mínimo

preço de equilíbrio inferior ao preço mínimo
Preço de equilíbrio superior ao preço mínimo

Como o preço mínimo é inferior ao preço de mercado, ninguém vai usar
essa garantia, pois é melhor para o produtor vender diretamente ao mercado, no
qual recebe P0, do que recorrer às autoridades e ganhar PM por unidade.
Preço de equilíbrio inferior ao preço mínimo

Como o preço mínimo é superior ao preço de mercado, haverá excesso
de oferta, pois os produtores preferirão vender ao preço PM ao preço P0, pois
PM>P0. Nesse caso, o excesso de oferta será a diferença QS – QD.
74

Neste caso, o governo pode intervir no mercado de duas formas:
1.
programa de compras – o governo compra o excedente ao preço PM (a
curva de demanda se desloca para a direita).
2.
programa de subsídios – o governo permite que os preços caiam, mas,
para manter a receita dos produtores, paga-lhes um subsídio, exatamente igual à
diferença entre o preço mínimo e o preço de mercado.
Controle de preços e racionamento

A política de preços mínimos visa defender o produtor. Já a política de
controle de preços tem por objetivo defender o consumidor, pois nesses casos o
governo fixa um preço máximo pelo qual a mercadoria poderá ser vendida.

Este preço deve ser, portanto, inferior ao preço de equilíbrio, o que
ocasionará necessariamente um excesso de demanda. Como os preços não
podem subir, serão necessários outros mecanismos para distribuir a quantidade
ofertada entre os demandantes.
75

Formas de resolver o problema do excesso de demanda:
1.
Filas:
o
primeiros
são
contemplados
2.
Vendas
por “debaixo do
pano”
3.
Mercado negro (que surge
quando as
autoridades não dispõem de meios
adequados para fiscalizar as vendas)
4.
Racionamento
UNIDADE II – TEORIA DO CONSUMIDOR
Introdução

O núcleo conceptual da Teoria do Consumidor é o princípio de que a
decisão dos agentes económicos resulta de uma comparação entre o benefício
da sua acção (i.e., o ganho de bem-estar que origina) com o custo de a
implementar (i.e., o dispêndio de recursos escassos disponíveis)

Bentham (1748-1832) desenvolve o utilitarismo como o fundo ético do
Homem que responde a todas as questões acerca do que fazer, do que admirar e
de como viver.

Jeremy Bentham (1789), Uma Introdução aos Princípios da
Moral e da Legislação.

Insere-se no movimento filosófico de libertação do Homem da esfera do
sagrado.

O princípio da optimização resulta directamente da teoria da Selecção
Natural, Charles Darwin (1809-82):

os indivíduos mais optimizadores têm maior probabilidade de
sobreviver, de ter filhos e de transmitir essa ética aos seus filhos (e
concidadãos).

Na teoria do consumidor assumimos que:
76

O indivíduo escolhe um cabaz formado com uma certa
quantidade de dois bens ou serviços estando sujeito ao rendimento que
tem disponível.

Os indivíduos possuem informação e raciocínio perfeitos (o que é
público).
2.1 Utilidade Marginal
Preferências e gostos
Princípio da Utilidade

Cada indivíduo tem necessidades que, quando satisfeitas, lhe permitem
viver numa situação de maior conforto, de maior bem-estar.

Em termos económicos, as necessidades humanas são satisfeitas com a
apropriação e fruição de bens e serviços.

A utilidade (i.e., o valor económico) dos bens e serviços resulta
da sua capacidade em satisfazer as necessidades humanas.

Se um objeto não satisfaz nenhuma necessidade humana, então não tem
utilidade

De entre as coisas com utilidade, a afetação das que estão disponíveis
em quantidades ilimitadas não são um problema porque o indivíduo consegue
sempre apropriar a quantidade suficiente para satisfazer as suas necessidades.

A utilidades das coisas (i.e., o seu valor econômico) é subjetiva, pois
depende dos gostos e preferências da pessoa que as vai consumir/fruir.

A aceitação deste princípio moral inviabiliza a existência de uma
economia centralizada eficiente.
Princípio da Comparabilidade

Sendo o cabaz A = (a1, a2) que contém as quantidades a1 e a2 de dois
b&s

o ser humano é capaz de o comparar com qualquer outro cabaz B = (b1,
b2) formado por quantidade diferentes dos mesmos b&s.
 O indivíduo considera que o cabaz B é pior, análogo ou melhor,

que o cabaz A.
77

Se A for pior que B, o indivíduo pretere o A a B

Se A for análogo a B, o indivíduo está indiferente entre A e B

Se A for melhor que B, o indivíduo prefere o cabaz A ao B
Princípio da Transitividade da Comparação

traduz que as escolhas do consumidor são consistentes.

e.g, se A é melhor que B e B é melhor que C, então A é melhor que C.

Vamos codificar “melhor que” por >; “análogo a” por =; e “pior que”
por <;

Exercício 1: Considere os cabazes A, B, C e D. Como se compara A com
C e D?
i) Se A = B, B > C e C = D
ii) Se A = B e B = C
iii) Se A ≤ B, B ≤ C e C = D
iii) Se A ≤ B, B = C e C ≥ D
Solução:
i) A > C e A>D
ii)A = C
iii)A ≤ C e A ≤ D
iv)Não se sabe.
Princípio da Insaciabilidade

O ser humano prefere sempre apropriar uma maior quantidade (ou
qualidade) de bens ou serviços.

Em termos de quantidade, não será um princípio sempre aceitável

e.g., a quantidade de comida que queremos consumir tem um limite.


Ficamos empanturrado

Não queremos engordar
No entanto, preferíamos sempre comida mais saborosa (i.e., de maior
qualidade).
78
Curva de indiferença

Delimitação dos melhores/piores

Pensando em termos de dois bens ou serviços, a insaciabilidade vai-nos
permitir começar a comparar os cabazes

Sendo o cabaz A = (a1, a2) e o cabaz genérico B = (b1, b2), posso
delimitar os subdomínios em que B é melhor que A e em que é pior que A

No local dos “melhores”, tenho mais de ambos os bens

Na fronteira tenho igual quantidade de um bem e maior
quantidade de outro bem

A > B se
(a1 = b1 e a2 > b2) ou (a1 > b1 e a2 = b2) ou
(a1 > b1 e a2 > b2)

No local dos “piores”, tenho menos de ambos os bens

Na fronteira tenho igual quantidade de um bem e menor
quantidade de outro bem

A < B se
(a1 = b1 e a2 < b2) ou (a1 < b1 e a2 = b2) ou
(a1 < b1 e a2 < b2)
Taxa marginal de substituição
79

Sendo o cabaz A = (a1, a2), existe k que faz o cabaz B = (a1 + ; a2 + .k)
análogo ao cabaz A

 é uma quantidade infinitesimal e k uma constante de valor
negativo

k é negativo porque aumento a quantidade de um b&s e diminuo a
do outro b&s. Caso contrário, não observava a insaciabilidade

Curva de indiferença Se eu continuar a aplicar a “substituição” de um
pouco do bem 1 por um pouco do bem 2 (e vice-versa), vou traçando uma linha
que contêm todos os cabazes análogos ao cabaz A.

Como para o indivíduo os cabazes que formam essa linha são
equivalentes, esta denomina-se por curva de indiferença e separa a zona dos
capazes melhores que A da zona dos cabazes piores que A.

A taxa marginal de substituição, k, entre o bem 1 e o bem 2 indica a
inclinação da curva de indiferença em cada ponto, i.e., a derivada da curva de
indiferença

A curva de indiferenças é a quantidade de um bem em função da
quantidade de outro bem que mantém o mesmo nível de bem-estar: y = f(x, u*)
80
Evolução da taxa marginal de substituição com a quantidade

Para termos uma “teoria bem comportada” é necessário que qualquer
linha que una dois cabazes da curva de indiferença passe apenas pela zona dos
cabazes melhores que A.


em termos matemáticos, a CI será convexa
A convexidade obriga a que a taxa marginal de substituição (a inclinação
da CI) diminua da esquerda para a direita.

A convexidade é aceitável em termos económicos já que traduz que

se tiver pouco do bem 1, apenas trocarei uma unidade desse bem
por uma quantidade grande do bem 2 (k será grande em grandeza).

se tiver muito do bem 1, estarei disponível para trocar uma
unidade desse bem por uma quantidade mais pequena do bem 2 (k será
menor em grandeza).
81

Mas, a um nível de teoria mais avançada, poderemos ter CI “mal”
comportadas:

Posso caracterizar as preferências do indivíduo por um conjunto de
curvas de indiferença.

Comparando duas curvas de indiferença, as que estão à direita e acima
contêm cabazes que são preferíveis aos que se encontram nas curvas de
indiferenças à esquerda e abaixo

As curvas de indiferença nunca se intersectam.
82

Poderíamos avançar com uma análise das escolhas do consumidor
usando apenas a as curvas de indiferença.

No entanto, a modelização matemática obriga a atribuir um número a
cada curva de indiferença

Uma curva de indiferença com cabazes melhores terá associado
um número maior.
A esse número chama-se nível de utilidade e com ele constrói-se uma Função de
Utilidade que dá as curvas de indiferença de forma implícita.
C.I .q  a2 (a1 , q) : U (a1 , a2 )  q

Podemos obter a taxa marginal de substituição num determinado cabaz
sem explicitar a forma funcional da curva de indiferença que lá passa.

Usa-se o teorema da derivação da função implícita.

U ( x,por
y)  q
Sendo y(x) dada implicitamente

Tem-se

Leio taxa de substituição de x por y

Substituo uma unidade de x por
U ( x, y )
dy
x
TMSxy 

U ( x, y )
dx
y
K = TMSxy unidades de y.
83
2.2 A teoria da escolha

Sob o princípio da insaciabilidade, o consumidor será otimizador

Irá escolher o cabaz que lhe permita atingir o maior nível de utilidade.

Em termos gráficos, considerado um determinado nível de rendimento,
vamos considerar um exemplo de uma curva de indiferença de nível de utilidade
U1.

No caso representado, qualquer cabaz à direita da CI e abaixo da RO é
ainda possível de adquirir


não esgotam o rendimento disponível
Existem nessa área cabaz melhores que os que se localizam em U1, (os
contidos na zona azul).


Princípio da insaciabilidade
Então, o cabaz óptimo obriga a considerar outra CI mais à direita e acima
desta, por exemplo a CI de nível de utilidade U2 > U1.

No entanto, ainda é possível a aquisição de cabazes melhores que os da
curva U2 (a zona vermelha da Figura a seguir).
84

No entanto, ainda é possível a aquisição de cabazes melhores que os
da curva U2 (a zona vermelha da figura anterior).

Na melhor das hipóteses, o consumidor pode escolher um cabaz sobre a
CI cujo nível de utilidade é U3 > U2 > U1.

No caso limite, a CI é tangente à RO e o cabaz óptimo encontra-se
exactamente no ponto de tangencia.

Em termos matemáticos, no cabaz óptimo teremos que a taxa marginal de
substituição é igual inclinação da Recta Orçamental:

TMSxy = –px/py.
Generalização a cabazes em IRn:
Em IR 2 , 
U '2
p
U' U'
 2  1  2
U '1
p1
p1
p2
 Em IR n  i,
U 'i
k
pi
85

Há ainda necessidade de que se verifique a restrição orçamental.


Esta forma é muito mais simples de memorizar.
Esta condição também garante que, apesar de a função de utilidade ser
diferente de consumidor para consumidor,

É possível para todos os consumidores igualar o preço de mercado à sua
utilidade marginal.

Apesar da função de utilidade ser diferente, utilidade marginal será igual
para todos

A menos de um factor de escala.

Formalização matemática do problema de optimização:

A escolha do cabaz óptimo obriga a utilizar a (primeira) condição de
optimização que foi obtida de forma gráfica. No entanto, podemos formalizar o
problema de optimização do consumidor em termos matemáticos e resolvê-lo.

Este modelo de extremos com uma equação de ligação pode ser tratado
genericamente utilizando a equação Lagrangeana.
( x, y) : V  MaxU ( x, y), sa x. p
x
 y. p y  r
L  U ( x, y )  .( x. p x  y. p y  r ) 
U x U y
 Lx  0 U x  . p x  0




p
 Ly  0  U y  . p y  0   x p y



 L  0  x. p x  y. p y  r  x. p x  y. p y  r

Também podemos resolver este problema de optimização por
incorporação da equação de ligação na função a optimizar. Desta forma
determina-se a quantidade
dos bens,
x :de
V um
MaxU
( x, r /e.g.,
p y x:x. px / p y )

Restrição orçamental

Alteração do preço e do rendimento

Determinação da curva de demanda individual

Função de utilidade indireta

Curva de Engel
86

Excedente do consumidor

Aplicações
Restrição orçamental

É sabido que, o estudo da Economia está dependente da circunstância de
a quantidade disponível de bens e serviços ser limitada e inferior às
necessidades.

O consumidor tem um rendimento nominal (i.e., em euros) que aplica na
aquisição de bens ou serviços cujos preços de mercado são dados (o agente é
price taker).

O rendimento disponível das famílias tem origem principalmente nos
salários, sendo também importantes os rendimentos do capital (e.g., dividendos
e juros) e as transferências do estado (e.g., rendimento de inserção social).

Tal como consideramos para as curvas de indiferença, tomemos o
exemplo de um cabaz genérico com dois bens ou serviços,
A = (a1, a2).

A restrição orçamental virá dada por
p1.a1 + p2.a2 ≤ r
Restrição
orçamental

Reta orçamental, RO

A linha fronteira entre a zona dos cabazes que o indivíduo pode adquirir
e a zona dos cabazes que o indivíduo não pode adquirir
p1.a1 + p2.a2 = r.

Motivado pela insaciabilidade, o indivíduo esgota o rendimento,
adquirindo apenas os cabazes sobre a RO
87

Podemos explicitar a RO,

a2 = r/p2 – a1.p1/p2

a intersecção com o eixo vertical é r/p2,


Traduz o máximo que eu posso comprar do bem 2
a intersecção com o eixo horizontal é r/p1,

Traduz o máximo que eu posso comprar do bem 1

Efeito na RO da alteração do rendimento

Quando o rendimento aumenta (e os preços se mantêm), o indivíduo
pode consumir cabazes mais recheados.

Em termos gráficos, este acontecimento traduz-se por um deslocamento
da RO para a direita e para cima.

O declive (dado por –p1/p2), não se altera.

Quando o rendimento diminui, passa-se exactamente o contrário: a RO
deslocando-se para a esquerda e para baixo, mantendo-se o declive.

Efeito na RO da alteração dos preços

Quando um preço se altera, a intersecção com o eixo que representa o
bem ou serviço respectivo também se altera mas em sentido contrário.

Esse facto resulta de o ponto de intersecção ser a quantidade que eu
posso comprar e por isso inversamente proporcional ao preço, r/p

Quanto mais barato for o bem ou serviço, maior quantidade posso
comprar.
88

Vejamos uma alteração da RO quando o preço do bem representado no
eixo dos yy diminui (mantendo-se o rendimento e o preço do bem representado
no eixo dos xx).

Se o preço do bem y aumentasse, observava-se o contrário

O ponto de intersecção ficaria mais próximo da origem

mutatis mutandis

Expressão latina que traduz “mudando o que tem que ser mudado”. É
aplicado na comparação de situações que são diferentes mas entre as quais existe
alguma analogia.
 e.g., o ser humano é, mutatis mutandis, anatomicamente igual ao rato.
 Pela comparação das situações, vemos que uma alteração do rendimento
é equivalente a uma alteração proporcional e de sinal contrário de todos os
preços.

e.g., o aumento do rendimento em 1% é equivalente à descida de ambos
os preços em 1%.
89
Alteração do preço e do rendimento

Efeito de uma alteração do preço

resulta uma alteração em sentido contrário na quantidade consumida do
bem ou serviço respectivo mas também poderá ocorrer uma alteração na
quantidade consumida dos outros bens (para mais ou para menos).

Do aumento do preço resulta sempre numa diminuição da quantidade
consumida do bem correspondente.

Bens substitutos: Quando o aumento do preço do bem X induz um
aumento da quantidade procurada do bem Y

Bens complementares: induz uma diminuição da quantidade procurada
do bem Y

Bens independentes: Se a quantidade procurada do bem Y se mantém.
90
Alteração do preço e do rendimento

Efeito de uma alteração do rendimento: Quando o rendimento
disponível aumenta, acontece um deslocamento da recta orçamental para a
direita (e para cima)


o indivíduo melhora.
O aumento do rendimento induz um aumento das quantidades adquiridas
dos bens ou serviços considerados no cabaz

também pode acontecer que diminuam a quantidade procurada de
um (ou de alguns) dos bens ou serviços (mas nunca de todos).
Alteração do preço e do rendimento

Bens ou serviços normais: A quantidade consumida aumenta com o
rendimento.
91

Bem de primeira necessidade: Se a quantidade adquirida aumentar
pouco (se a elasticidade da quantidade relativamente ao rendimento for menor
que 1)

Bem de luxo: Se a quantidade adquirida aumentar muito (se a
elasticidade da quantidade relativamente ao rendimento for maior que 1)

Bens ou serviços inferiores: A quantidade consumida diminui com o
rendimento.

e.g., a quantidade de passageiros nos transportes públicos aumenta nos
períodos de crise.
Determinação da curva de demanda individual

Quando falamos do modelo empírico do mercado, referi que a curva de
demanda de mercado (que não é directamente observável) resulta da soma das
curvas de demanda individuais dos agentes económicos.

Se da teoria resultarem curvas de demanda individuais com propriedades
adequadas (decrescentes com o preço), fica justificada a existência da curva de
demanda de mercado (decrescente com o preço).

Vamos obter a curva da demanda resolvendo o problema de
maximização da utilidade considerando o preço do bem x como variável e o
preço do bem y e o rendimento disponível como parâmetros (variáveis
exógenas).

U x U y


X ( p) :  px p y
 x. p  y. p  r
y
 x
A obtenção de uma curva de demanda particular vai estar dependente dos
gostos e preferências do indivíduo e do seu rendimento disponível.
Função de utilidade indireta

A este nível de formalização não pode-se provar propriedades genéricas
mas apenas no concreto de uma função de utilidade.

O cabaz que o indivíduo vai adquirir está dependente do seu rendimento
(e dos preços).
92

Se pode determinar a função de utilidade indirecta como o nível de
utilidade que o indivíduo atinge para cada rendimento (sob a suposição de que
escolhe o cabaz óptimo).
V (r )  Max{U ( x1 , x2 ), s.a. p1.x1  p2 x2  r}

A função de utilidade indirecta é crescente com o rendimento (que resulta
do principio da insaciabilidade).
V ' (r )  0

Esta função é útil como passo intermédio, por exemplo, no estudo do
comportamento sob risco e na Teoria de Produção.
Curva de Engel

A função que relaciona a quantidade adquirida com o rendimento.

Na Macroeconomia esta curva é denominada por Curva de Consumo e
é assumido que é positiva e crescente com o rendimento.
C = C0 + k.R,
C0 é o consumo autónomo e
k a propensão marginal ao consumo (0 < k < 1).
Excedente do consumidor

Como a função procura resulta do problema de maximização da
utilidade do indivíduo, então existe uma relação entre essa função e a função de
utilidade (que é uma escala do bem-estar do indivíduo) que não é observável.
U 'y
U 'x U ' y
U

 U 'x 
px 
 k. px
px
py
py
x
Excedente do consumidor

Sendo que U é uma função, então px deixa de ser um valor para ser a
função de procura explicitada em ordem ao preço (função de procura inversa).

e.g., se a função de procura fosse dada por x(p) = A + B.p, a
função inversa viria dada em por p(x) = (x – A)/B.
Excedente do consumidor
93

A partir da observação do mercado, não conseguimos estimar U(0) nem
k.

No entanto, podemos construir uma função utilidade equivalente à que
desconhecemos partindo apenas da função de procura:


Porque a função de utilidade é ordinal
Esta função que traduz o ganho de utilidade denomina-se por Excedente
do Consumidor.
Excedente do consumidor

O excedente do consumidor quantifica em termos monetários (i.e., R$)
quando o indivíduo aumenta o seu bem-estar por poder ir ao mercado e comprar
a quantidade x do bem ou serviço.
Aplicações

Vamos aplicamos a teoria do consumidor a alguns exemplos de políticas
do governo.

Estas políticas, por actuarem ao nível dos preços e das quantidades
transaccionadas, denominam-se por microeconómicas.

Apresenta-se ainda a taxa de juro e como esta actua na estabilização da
economia.
Aplicações

Vamos aplicamos a teoria do consumidor a alguns exemplos de políticas
do governo.
94

Estas políticas, por actuarem ao nível dos preços e das quantidades
transaccionadas, denominam-se por microeconómicas.

Apresenta-se ainda a taxa de juro e como esta atua na estabilização da
economia.
Função de oferta de trabalho

Podemos imaginar a economia como dois agentes económicos, uma
empresa e uma família,

A família procura (e consome) bens e serviços e oferece (produz)
trabalho e

A empresa procura (e consome) trabalho e oferece (produz) bens e
serviços.

Para a família (ou famílias), o aumento do consumo tem um efeito
positivo no seu nível de bem-estar enquanto que o aumento das horas de
trabalho tem um efeito negativo no bem-estar.

Podemos construir um modelo da família.

Pressupondo que

i) Agregam-se todos os b&s numa mercadoria compósita, X, cujo
preço unitário é 1 (é o numerário),

ii) A família nasce com a quantidade L0 de tempo disponível,
que pode usar como lazer, L, ou vender como trabalho, T = L0 – L, cujo
preço unitário é w (o salário real unitário).

A função de oferta de trabalho resolverá.
( X , L) : V  MaxU ( X , L), sa X  ( L0  L).w
95
Função de oferta de trabalho

A recta orçamental vem dada por
X  ( L0  L).w

é gasto todo o salário na aquisição do bem X ao preço unitário.

Explicita-se como L = L0 – X/w

intersecta o eixo do lazer em L0 e o eixo dos bens e serviços em
L0.w
Taxa de juro, consumo e poupança
96

O princípio da insaciabilidade parece excluir que a Teoria do
Consumidor possa explicar a existência de poupança.

Esse resultado depende de termos considerado que a decisão do agente
não tem em atenção o futuro

o modelo também é válido sob o pressuposto de que o indivíduo
tem vida infinita e que os valores assumidos pelas variáveis se mantêm
constantes para sempre.

Para estudar a influência da taxa de juro no consumo e na poupança,
precisamos considerar vários períodos.

Vamos considerar 2 períodos

A análise começa no último período de vida e depois andamos para traz
no tempo.

Está metodologia denomina-se por Backward Induction.

O princípio da insaciabilidade garante que o indivíduo gastará S + r0 na
aquisição do bem ou serviço compósito X0 ao preço p0.

O índice zero traduz que já não lhe resta mais nenhum período de vida.
X 0  (S  r0 ). p0

Apesar de o modelo incorporar o que se vai passar no período futuro (o
período de índice zero), a decisão quanto ao consumo e à poupança é tomada no
período presente (o período de índice um).

A forma de diminuir o consumo (e controlar a inflação) é através de uma
subida da taxa de juro (neste caso, inicialmente o indivíduo pretendia endividarse mas o aumento da taxa de juro faz com que equilibrasse o orçamento).
Risco

O risco surge de o indivíduo não ter conhecimento perfeito do que vai
acontecer no período futuro. Assim, os modelos que o incorporam traduzem a
relaxação de que existe conhecimento público e perfeito.


Existe quem distinga risco de incerteza mas não tem relevância.
Vamos considerar um modelo de uma lotaria simples. No entanto, este
modelo é de aplicação mais genérica (o que faremos no capítulo da teoria do
produtor).
97

Na matemática Financeira tratam modelos mais complicados

A teoria do consumidor com risco obriga a que a função de utilidade seja
semi-cardinal.

Não basta que atribua um número maior aos cabazes melhores mas tem
que dar uma medida da proporção relativa do valor dos cabazes.


e.g., terá que dizer que o A é 3 vezes melhor que o B.
Lotaria: O indivíduo pretende escolher entre a quantia r certa (sem
risco) e uma lotaria da qual pode ganhar o valor P0 com a probabilidade q ou P1
com a probabilidade (1 – q). A decisão vai ser em termos de valor esperado.

Sendo V(r) a função de utilidade indirecta
V (r )  Max U ( x, y), sa x. px  y. py  r

O indivíduo vai comparar V(r) com a utilidade esperada da lotaria e
escolher a opção a que corresponder maior valor:
se V (r )  V ( P0 ).q  V ( P1 ).(1  q)



 Lotaria; senão  r 


Vamos supor a situação em que o rendimento fixo (sem risco) é igual ao
rendimento esperado (médio) da lotaria (com risco).

Se o indivíduo preferir o rendimento fixo, é avesso ao risco (risk
averse); se estiver indiferentes, é neutro ao risco (risk neutral), se preferir a
lotaria, é atraído pelo risco (risk lover).
UNIDADE III – TEORIA DA PRODUÇÃO

A Teoria da Produção preocupa-se com o lado da oferta do mercado, ou
seja, com os produtores, que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços
por eles produzidos.

Na teoria da produção, não há interesse em definir a empresa do ponto
de vista jurídico ou contábil.

Para a teoria da produção a empresa se resume apenas em uma unidade
técnica de produção.

Preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre quantidade física
de produtos (outputs) e fatores de produção (inputs).
98

Relação da quantidade física de produtos com os preços dos fatores de
produção.

Trata tanto do aspecto físico (quantidades), como também com os preços
dos insumos.

Produção – processo de transformação dos fatores adquiridos pela
empresa em produtos para a venda no mercado.

Métodos ou processos de produção – Forma como os insumos são
combinados, a fim de produzir um bem ou serviço.
1.
Processo de produção simples – um só produto.
2.
Processo de produção múltiplo – mais de um produto.
3.1 Tipos de competição

se fala da estrutura do mercado

se classifica:

Competição Pura (Perfeita)

Monopólio

Oligopólio

Competição Monopolística
Competição Pura (Perfeita)

Características:
1.
O mercado é formado por um grande número de consumidores e
vendedores/produtores;
2.
Cada agente econômico age como se os preços fossem dados, isto
é, as firmas são tomadoras de preços;
3.
O produto é homogêneo ou pouco diferenciado, ou seja, possui as
mesmas características;
4.
Os fatores de produção fluem livremente entre as firmas,
permitindo a livre entrada e saída das firmas no mercado; e
5.
Todos os agentes econômicos (consumidores e produtores)
possuem conhecimento completo e perfeito do mercado, principalmente
preço dos bens, serviços e fatores de produção (informação perfeita).
99

Já que existem muitas firmas operando no mercado e vendendo o
mesmo produto (homogêneo), a curva de demanda é altamente elástica (mas
não perfeitamente elástica).
Preços sob Competição Pura

O preço de mercado é determinado pela interação da oferta e demanda.

Nenhum indivíduo pode influenciar preço devido ao grande número de
compradores e vendedores com conhecimento perfeito das condições de
mercado.

Sob tais condições:
P = RMe = RMa
Maximização de Lucro de Longo Prazo
100

No mercado de competição perfeita, cada produtor de peixe ajusta o
nível de produção buscando maximizar lucro.

Lucro = RT – CT

Max. Lucro: RMa = CMa = P

Se P > CMe:

Lucro Extraordinário

Novos produtores entrarão na indústria

Aumento da oferta do produto

Diminuição do preço de mercado

P = CMe, Lucro Puro (equilíbrio de longo prazo).
Monopólio

Um monopólio existe quando apenas uma única firma atua em um
mercado bem definido.


O monopólio é o oposto da competição perfeita:

Inexistência de competição direta ou rivalidade entre as firmas;

Inexistência de substitutos próximos para o produto.
Exemplo: energia elétrica, água potável distribuída pela rede geral,
combustível fóssil e seus derivados.

Um monopólio encara competição apenas indiretamente através dos
produtores de outros bens (substitutos ou mesmo não-relacionados) que
competem pela renda do consumidor.

Exemplo: A empresa de fornecimento de energia elétrica detém o
monopólio de geração e distribuição de energia elétrica para os usuários,
não havendo substituto próximo para este recurso. Porém, esta empresa
enfrenta competição estabelecida entre os fornecedores de serviços
101
básicos (água, saneamento, limpeza pública, serviços de saúde), que
disputam a parcela da renda do consumidor alocada para este tipo de
gastos.

Características do Monopólio:

A firma monopolista determina a quantidade e o preço do
produto a ser vendido aos consumidores, portanto o preço varia em
função da quantidade produzida.

OBS: Na competição perfeita, o preço de equilíbrio não varia com a
quantidade produzida pela firma, pois é constante.

Substitutos próximos são raros ou indisponíveis.

Não existe liberdade para novas firmas entrarem no mercado, que
pode ser determinada pelo controle do mercado de matéria-prima, leis ou
patentes.

Condições para existência de um monopólio:

Barreiras à Entrada: Existem leis e impedimentos legais tais
como patentes que previnem a livre entrada e saída.

Ex: O monopólio da prospecção e exploração da Petrobrás determinada
por lei.

Economias de Escala: A natureza das curvas de custo médio de
longo prazo da indústria pode permitir apenas uma única firma operar.

Ex: A energia elétrica somente torna-se economicamente viável (custos
médios baixos) se existir apenas uma rede de distribuição operada por uma única
empresa.

Propriedade de Recursos Vitais ou Superiores: Se uma firma
possui todas as ofertas conhecidas de matéria-prima ou tecnologia
necessárias para fazer um dado produto, novos rivais não podem
efetivamente entrar no mercado.

Ex: O monopólio tecnológico da Microsoft para o ambiente Windows
impede a entrada de novas empresas no mercado de softwares compatíveis.


Mercado de Capital Imperfeito:
Ex: (1) Os custos elevados da indústria de prospecção e exploração de
petróleo eliminam concorrentes do setor de exploração de petróleo; (2) Grandes
somas de dinheiro tipicamente são requeridas para iniciar projetos de
aqüicultura.
102
Oligopólio

Oligopólio é a estrutura de mercado formada por poucas firmas no
mercado que reconhecem sua interdependência quanto à estratégia de preço.

Características do Oligopólio:
1.
Um número pequeno de grandes firmas cada uma detendo uma
fatia considerável do mercado e afetando os preços e a política de preços
das outras firmas.
2.
O produto produzido não tem substitutos próximos.
3.
Existe entrada limitada de novas firmas na indústria.
4.
Existe pouco incentivo para as firmas oligopolísticas formarem
um cartel, porém reconhecem sua interdependência, o que reduz a
pressão da competição por preço.
Competição Monopolística

Competição monopolística é uma estrutura de mercado que combina as
características da competição perfeita e do monopólio, incluindo:
1.
Muitas firmas pequenas, cada uma detendo uma pequena fatia do
mercado com pouca influência na determinação do preço.
2.
O produto apresenta certo grau de diferenciação, porém o produto
de uma firma é um bom substituto para os produtos das outras firmas.
3.
Pouco ou nenhum incentivo para formar cartel, cada um
geralmente ignora a existência das outras firmas.
4.
Existem poucas barreiras à entrada de outras firmas no mercado.
Cartéis e Fusões

Um cartel é formado por meio de um acordo entre firmas independentes
para agirem conjuntamente com relação às suas decisões de mercado.

Se um cartel tem o controle absoluto de todas as firmas na
indústria, pode operar como um monopólio.

Uma fusão é a junção formal de duas ou mais firmas juridicamente
diferentes em uma entidade de negócio única.

Integração horizontal (duas firmas que vendem um mesmo tipo
de produto)
103

Integração vertical (duas firmas que encontram-se em estádios
diferentes da cadeia produtiva).
3.2 Receitas, custos e lucros na concorrência perfeita

O Objetivo principal da empresa consiste em maximizar seus
investimentos, ou seja, ter lucro.
Lucro = Receitas (R) - Custos (C)

Receitas é o valor monetário recebido ($) pela comercialização de bens
e serviços.

Custos são os gastos ligados à produção de bens e serviços vendidos
durante um período de tempo.
3.3 Função de produção
 É a relação que mostra a quantidade física obtida do produto a partir da
quantidade física utilizada dos fatores de produção em determinado período de
tempo.
104

Supõe-se que foi atendida a eficiência técnica (máxima produção
possível, em dados níveis de mão-de-obra, capital e tecnologia).

Função Oferta = Relaciona a produção com os preços dos fatores de
produção.

Função Produção = Relaciona a produção com as quantidades físicas dos
fatores de produção.
Função de produção simplificada
N = Quantidade utilizada de mão-de-obra.
K = Quantidade utilizada de capital.
q = f (N,K)

Todas a variáveis (f,N,K) são expressas num fluxo no tempo (produção
mensal, anual), em certo nível tecnológico.
Fatores fixos e fatores variáveis de produção

Fatores variáveis – aqueles cuja quantidade se altera quando o volume
de produção altera.


Ex.: O capital físico e as instalações da empresa
Fatores fixos - aqueles cuja quantidade não se altera quando o volume de
produção altera.
 Ex.: Mão-de-obra e as matérias-primas utilizadas
Curto e longo prazos
105

Curto prazo para a siderúrgica e diferente do curto prazo da padaria.

Longo prazo – todos os fatores de produção da função produção são
considerados variáveis.
Análise de curto prazo
q = f (N,K)

Observaremos dois fatores de produção dentro da função de produção
simplificada.
N = mão-de-obra (fator variável)
K = capital (fator fixo)

Veremos que a quantidade produzida irá depender somente da
quantidade utilizada do fator variável.
q = f (N)
Produto total

Produto total é a quantidade obtida utilizando o fator variável e
mantendo fixa a quantidade utilizada dos outros fatores.
Produtividade média do fator

É a quantidade total produzida, dividida pela quantidade utilizada desse
fator.

Produtividade média da mão-de-obra:
Pmen = quantidade do produto
número de trabalhadores

Produtividade média do capital:
Pmek = quantidade do produto
número de capital
Produtividade marginal do fator
106

É a relação entre variações do produto total e as variações da quantidade
produzida do fator.

Produtividade marginal da mão-de-obra:
çã
é

ã
Produtividade média do capital:
çã
é

Produtividade média e marginal do fator (agricultura)
á
çã
é
á
Lei dos rendimentos decrescentes

Elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a
quantidade dos outros fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas
crescentes, a seguir a produção continuará a crescer, porém a taxas decrescentes.
107
108
Os estágios de produção
Análise de longo prazo

Sempre há a variação de todos os fatores de produção, inclusive no
tamanho da empresa.
Isoquanta de Produção
109
Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST)

A proporção de substituição que permite manter o mesmo nível de
produção.

Em termos geométricos a TMST é dado pela tangente à isoquanta.

Estando o trabalho no eixo das abcissas, a TMST traduz quantas
unidades de capital eu tenho que aumentar para poder diminuir a quantidade de
trabalho numa unidade e manter o mesmo nível de produção.

É equivalente à TMS da Teoria do Consumidor
110

Função implícita e a TMST: Sendo que a equação q = f(L, K) define
implicitamente a isoquanta de nível q, então, posso usar o teorema da derivação
da função implícita.

Obtemos a TMST diretamente as partir das derivadas parciais da função
de produção
TMSTL,K = – f’L/ f’K.
Economias de escala ou rendimentos de escala

Rendimentos de escala – ocorre quando a variação do produto total é
mais que proporcional que a variação quantidade utilizada dos fatores de
produção.

Ex: aumentando a utilização dos fatores de produção em 20%, o
produto total (produção de uma empresa) irá crescer 30%.

Rendimentos constantes de escala – ocorre quando a variação do
produto total é igualmente proporcional que a variação quantidade utilizada dos
fatores de produção.

Ex: aumentando a utilização dos fatores de produção em 10%, o
produto total (produção de uma empresa) irá crescer 10%.

Rendimentos decrescentes de escala (deseconomias de escala) –
ocorre quando a variação do produto total é menos do que proporcional à
variação quantidade utilizada dos fatores de produção.

Ex: aumentando a utilização dos fatores de produção em 10%, o
produto total (produção de uma empresa) irá crescer 5%.
Causas geradoras da economia de escala

Maior especialização da mão-de-obra;

Existência de indivisibilidade. (ex: não dá para comprar um “meio
forno” em uma siderúrgica, ou seja, adquiri-se um forno com grande aumento de
produção)
3.4 A firma
111

O objetivo básico da firma é a maximização dos seus resultados quando
realiza sua atividade produtiva.

O preço constituirá a despesa total que a firma realizará para poder dar
andamento à produção

Essa despesa é normalmente denominada custo total de produção
Teoria dos Custos

O conceito de custo, tal como ele é entendido pelos economistas, difere
grandemente do conceito de custo utilizado na contabilidade das empresas.

Porque os contadores, ao elaborarem a contabilidade de lucros e perdas
de uma empresa qualquer, levam em consideração somente os custos explícitos,
que consistem nas despesas explicitas realizadas pela firma para adquirir ou
contratar recursos.

Exemplo: as despesas com salários, encargos sociais dos
empregados, energia, água, aluguel, seguro, impostos sobre vendas etc.
Custo de Oportunidade
112

Grau de sacrifício exigido ao optar-se pela produção de um bem em
termos da produção alternativa sacrificada. Também chamado custo alternativo
ou custo implícito (por não envolver desembolso monetário)
Custos Fixo e variável

O produto total é uma função dos fatores fixos e variáveis.

O Custo Total de produção é igual ao custo fixo (o custo dos fatores
fixos) mais o custo variável (o custo dos fatores variáveis)

Custo Fixo: Não varia com os níveis de produção

Custo Variável: Custo que varia à medida que varia o nível de produção
113
A função de produção vs. função custo

Retornos crescentes e custo

Com retornos crescentes, o produto está crescendo em relação ao fator
variável e custo variável e, o custo total decrescerá com aumentos no produto

Retornos decrescentes e custo
114

Com retornos decrescentes, o produto está decrescendo relativamente ao
uso do fator variável e de seu custo e o custo total aumentará com aumentos no
produto.
A relação entre produto marginal e custo marginal

Suponha que um salário (w) seja fixado em relação ao número de
trabalhadores.

Então:
CMg 

ΔCV Δ(wL)
ΔL
1

w
 w(
)
ΔQ
ΔQ
ΔQ
PMg L
Conclui-se que um produto marginal baixo (PMg) eleva o
custo
marginal (CMg) e vice-versa.
A relação entre custo variável médio e o produto médio do fator trabalho
CVMe 

CV (wL)
L
1

 w  w(
)
Q
Q
Q
PMe L
Conclui-se que uma baixa produtividade média (PMe) eleva o custo
variável médio (CVMe) e vice-versa

O formato das funções de custo depende da tecnologia de produção, já
que aquelas funções são derivadas das funções de produção.
115
Curvas de Custos
116
117
3.5 Teoria dos jogos

A Teoria dos Jogos é uma teoria matemática criada para se modelar
fenômenos que podem ser observados quando dois ou mais “agentes de decisão”
interagem entre si.

Ela fornece a linguagem para a descrição de processos de decisão
conscientes e objetivos envolvendo mais do que um indivíduo.

A Teoria dos Jogos é usada na aplicabilidade de assuntos diversos tais
como eleições, economia, balança de poder, evolução genética, etc. Após 1940
se estendeu as Relações Internacionais e até na área da psicologia.

É uma teoria matemática pura, que pode e tem sido estudada como tal. A
Teoria dos Jogos não é um modelo de Relações Internacionais, ela deve ser
entendida como um modelo para as Relações Internacionais.

Sua popularidade nos estudos da disciplina de Relações Internacionais
vem aumentando especialmente no período pós – Guerra Fria.
História

Registros antigos sobre Teoria dos Jogos são desde o séc. XVIII. Mas só
início do séc. XIX, é que teremos o trabalho de estudo de mais destaque de
Augustin Cournot sobre duopólio.
118

Em 1913, Ernst Zermelo publicou um teorema dizendo que o jogo de
xadrez é estritamente determinado. Ou seja, em cada estágio do jogo os
jogadores terão estratégias que os conduziram à vitória ou ao empate.

Outro grande matemático que se interessou em jogos foi Emile Borel,
que reinventou as soluções minimax e publicou quatro artigos sobre jogos
estratégicos. Ele achava que a guerra e a economia podiam ser estudadas de uma
maneira semelhante.

Em seu início, a teoria dos jogos chamou pouca atenção. O grande
matemático John Von Neumann mudou esta situação. Em 1928 ele demonstrou
que todo jogo finito de soma zero com duas pessoas possui uma solução em
estratégias mistas.

A demonstração original usava topologia e análise funcional e era muito
complicada de se acompanhar. Em 1937, ele forneceu uma nova demonstração
baseada no teorema do ponto fixo de Brouwer.

O teorema do Ponto Fixo de Brouwer tem grande aplicação em
problemas econômicos com racionamento, onde é possível fixar um nível de
consumo/produto e daí estabelecer um vetor de preços capaz de compatibilizar
esse nível.

John Von Neumann, que trabalhava em muitas áreas da ciência, mostrou
interesse em economia e, junto com o economista Oscar Morgenstern, publicou
119
o clássico “The Theory of Games and Economic Behaviour” em 1944 e, com
isto, a teoria dos jogos invadiu a economia e a matemática aplicada.

Em 1950, o matemático John Forbes Nash Jr. publicou quatro artigos
importantes para a teoria dos jogos não-cooperativos e para a teoria de barganha.

Nash provou a existência de um equilíbrio de estratégias mistas para
jogos não-cooperativos, denominado equilíbrio de Nash, e sugeriu uma
abordagem de estudo de jogos cooperativos a partir de sua redução para a forma
não-cooperativa.

Nos artigos “The Bargaining Problem” e “Two-Person Cooperative
Games” , ele criou a teoria de barganha e provou a existência de solução para o
problema da barganha de Nash.

A teoria dos jogos pode ser definida como a teoria dos modelos
matemáticos que estuda a escolha de ótimas decisões sob condições de conflito.

O elemento básico em um jogo é o conjunto de jogadores. Cada jogador
tem um conjunto de estratégias. E cada jogo tem suas próprias regras que dão
condições para que ele comece, além de definir as jogadas consideradas “legais”
durante as diferentes fases do jogo.

Quando cada jogador escolhe sua estratégia, temos então uma situação
ou perfil no espaço de todas as situações (perfis) possíveis.
120

Cada jogador tem interesse ou preferências para cada situação no jogo.
Em termos matemáticos, cada jogador tem uma função, utilidade, que atribui um
número real (o ganho ou payoff do jogador) a cada situação do jogo.

Os jogos são fundamentalmente diferentes de decisões tomadas em um
ambiente neutro.

Um jogador deve reconhecer a sua interação com as de outros jogadores
inteligentes e com a capacidade de tomar decisões. Desse modo a escolha que
fizer, deverá ser levado em conta tanto as possibilidades de conflitos quanto as
de cooperação em qualquer interação estratégica.

No âmbito das relações Internacionais, (prever comportamento dos
jogadores); muitas decisões do tipo militar e governamental dependem das
expectativas dos demais atores (Estados). Sendo assim a Teoria dos Jogos, busca
prever de que tipo de jogo o jogador (Estado entendido como racional e sem
divisões políticas internas) está jogando.

Em suma, a Teoria analisa o comportamento do jogador que crê que seus
adversários são racionais e atuam visando maximizar seus poderes e o modo
como ele deverá levar em consideração o comportamento deles, ao tomar suas
decisões com o objetivo de maximizar o seu próprio objetivo.

A essência de um jogo está na interdependência estratégica: a seqüencial
e a simultânea.

PRIMEIRA: Os jogadores movem-se em seqüência, estando cada um
deles conscientes das ações um dos outros.

SEGUNDA: Os jogadores agem ao mesmo tempo, cada um deles
ignorando as ações um dos outros.

Em um jogo seqüencial os princípios gerais que devem guiar um jogador
é o de prever o futuro e racionar o passado.

O jogador antecipa as conseqüências das suas decisões iniciais e utiliza
essa informação para definir a sua melhor opção em cada momento do jogo.
Assim como num jogo de xadrez, ele tem que pensar como seu adversário irá
reagir se ele fizer determinada jogada e como ele próprio reagirá depois desta
jogada.

Como as coisas irão ficar? Os meus objetivos serão alcançados desta
forma? São as perguntas que o jogador deverá fazer antes da jogada.
121

Em jogos simultâneos, os ganhos de um jogador, ao final do jogo, vão
depender das escolhas feitas por ele mesmo e das de seu rival, já que eles estão
agindo estrategicamente e interagindo por intermédio de suas escolhas. Sendo
assim, cada um deverá imaginar-se um no lugar do outro e tentar calcular o
resultado.

Nesse tipo de jogo, é possível verificar o padrão das escolhas, no qual
cada jogador tem duas escolhas a fazer. O primeiro jogador escolhe uma das
duas e o segundo só pode, pressupondo a racionalidade, escolher o melhor para
si, dada a escolha do primeiro.

Veja alguns exemplos de jogos clássicos:

Jogos de soma zero

Jogos de soma não zero

Dilema Do Prisioneiro

Jogos com vários jogadores

Chicken Game
Jogos de soma zero

Num jogo de soma zero entre A e B, aquilo que A ganha, B perde.

Como as situações da vida real que contenham os jogos de soma zero se
aplica:

Incluem corridas Eleitorais entre dois candidatos a um lugar no
congresso, por exemplo.

Deve-se referir-se que existe uma só recompensa . Mas que as partes em
contenda podem gastar somas muito variadas para tentarem chegar à vitória.
O que é uma Estratégia Minimax?

É uma Estratégia de precaução e aplica-se apenas aos jogos de Soma
Zero.

A Estratégia minimax pode não ser a Estratégia ótima. Ela é um pouco
emocionante e interessante.

O jogo de soma zero entre duas pessoas, a estratégia racional assenta no
princípio minimax:
122

Como ambas as partes podem convergir para mesmo ponto de
estabilidade?
Jogos de soma não zero

Um jogo de soma não zero não é exclusivamente um jogo de
competição, no sentido de que para um jogador ganhar, o outro tem de perder.

Os jogos de soma não zero podem envolver dois ou mais jogadores.

Existe espaço neste tipo de jogos tanto para elementos de competição,
como para elementos de cooperação.

No fim do jogo, ambas ou várias partes podem obter vantagens de ordens
diferentes. Num jogo de soma não zero existem, com freqüência, diferentes
recompensas.

O jogo de soma não zero entre duas pessoas pode ser jogada de forma
cooperativa ou não cooperativa.

O mesmo jogo pode, ser de soma zero e, noutras de soma não zero.
Como é o caso do jogo de Medricas (chicken).
O Dilema do Prisioneiro

Os jogos (tanto no dilema do Prisioneiro como do Medricas) foram
concebidos como o objetivo de determinar se as diferenças de gênero
influenciam a escolha entre comportamento cooperativo e o competitivo.

O exemplo mais conhecido de jogo de soma não zero é o dilema do
prisioneiro.

Exemplos de qual forma o Dilema do Prisioneiro se aplica:

Se permanecerem ambos em silêncio, ou se negarem todas as acusações,
leva uma sentença de 60 dias na prisão local.

Caso um deles confesse e o outro permaneça calado, O Prisioneiro terá
uma pena comutada de 1 ano e o outro será mandado para a prisão por 10 anos.

Se ambos confessarem serão condenados de 5 a 8 anos de prisão.

A melhor Estratégia é o acordo tácito de silêncio, mas na ausência de
comunicação não podem confiar um no outro.
123

Como sugeriu Arthur Stein, O estado de natureza descrito por Hobbes e
por outros autores é uma situação, como descreve a terminologia da teoria dos
jogos, em que os indivíduos são dominados por uma estratégia de abandono de
ação comum em favor da realização das suas ações individuais competitivas e
conflitantes.

Robert Axelrod que usa o dilema do prisioneiro em muitas situações, e
apesar da falta de incentivos individuais à cooperação, os jogadores acabam por
optar pelo comportamento cooperativo devido à possibilidade de se virem a
encontrar de novo.

É preferível cooperar no presente com alguém capaz de um
comportamento recíproco no futuro.

Axelrod sugere que o Dilema do Prisioneiro é aplicável ao
desenvolvimento de estratégias cooperativas que podem ser aplicadas em um
amplo aspecto de situações que vai da escolha individual ao panorama
empresarial e ao domínio internacional.

O Dilema do Prisioneiro tornou-se um caso exemplar da literatura dos
jogos, sendo que existe uma extensa bibliografia composta por artigos, livros e
outros estudos. Revistas como: The American Political science Review, World
politics e International Studies Quarterly publicam regularmente, durante muitos
anos, artigos sobre a matéria.

Jogos Com Vários Jogadores

Envolve 3 ou mais jogadores onde todos são independentes

O número de jogadores influencia o número de jogadas

Não existe uma teoria definida para este tipo de jogo

Os jogadores acabam formando coligações entre si
Chicken Game (Jogo do Covarde)

Origina-se de um “racha”, onde dois carros vão em direção um do outro.
E aquele que desviar é o covarde e perde o jogo. Ou seja, o resultado termina por
ser de soma zero. Caso nenhum dos carros desvie o resultado acaba sendo de
soma não zero.

É um jogo onde os agentes buscam ganhar, pressionando o oponente a
desistir.
124

Pode ser um jogo cooperativo ou não-cooperativo e com resultado de
soma zero ou soma não zero.

Exemplo: Crise dos Mísseis entre EUA e a antiga URSS, em 1962.
Terceira Parte – Elementos em Macroeconomia
UNIDADE I – CONTAS NACIONAIS
Introdução
Precursores da teoria econômica

Antigüidade

Mercantilismo

Fisiocracia

Os clássicos

Neoclássicos

Keynesianos

Pós-keynesianos

Período recente
Antigüidade

Grécia Antiga: Aristóteles (384-322 a.C.) – oikonomía / Platão (427-347
a.C.) e Xenofonte (440-335 a.C.)

Roma não deixou nenhum escrito notável na área de Economia

Séculos seguintes até a época dos descobrimentos – questões referentes à
justiça e moral – lei da usura e lucro justo
Mercantilismo

1ª escola econômica - A partir do séc. XVI

Para os mercantilistas, a riqueza de um país era dada pelo seu estoque de
metais preciosos. Com isso, buscava estabelecer os princípios de como fomentar
o comércio exterior no intuito de entesourar tais metais
125

Estímulo a guerras, exacerbação do nacionalismo, presença do Estado
em assuntos econômicos
Fisiocracia (organicistas)

Séc. XVIII – reação ao Mercantilismo

A riqueza consistia em bens produzidos com ajuda da natureza em
atividades econômicas como a lavoura, a pesca e a mineração. Em suma, só a
terra teria a capacidade de multiplicar a riqueza

Obra: Tableau Économique – François Quesnay – divisão da economia
em setores

Séc. XX (anos 1940) – Leontief – Sistema I/O
Clássicos

Predominaram entre o final do século XVIII e início do século XIX,
consolidando a economia como corpo científico próprio

Lançaram as bases do liberalismo econômico, em que prevaleceram as
forças de mercado, sem intervenção governamental

Seus expoentes foram Adam Smith, David Ricardo, John Stuart Mill,
Jean-Baptiste Say
Neoclássicos

Escola que se desenvolveu a partir da segunda metade do séc. XIX e
início do séc. XX

Formulação analítica em Economia e pelo uso intensivo da Matemática
– alocação ótima dos recursos

Teoria do valor-utilidade: o valor dos bens é formado a partir do grau de
satisfação

Marshall, Walras, Schumpeter, Pareto, Pigou, Edgeworth, entre outros
A teoria Keynesiana

John Maynard Keynes (1883-1946)
126

Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda – 1936

Lei de Say vs. Princípio da demanda efetiva. Segundo a Lei de Say (“A
oferta cria sua própria demanda”) o aumento da produção transformar-se-ia em
renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras
mercadorias e serviços. Isto é negado pelo princípio da demanda efetiva que
afirma que não existem forças de auto-ajustamento na economia, sendo, portanto
necessária uma intervenção do governo através de uma política de gastos
públicos.

Debates teóricos sobre o trabalho de Keynes duram até hoje. Destacam-
se 3 grupos: os monetaristas, os fiscalistas e os pós-keynesianos

Monetaristas: a melhor política que a autoridade monetária tem
em seu poder é manter um controle da oferta de moeda, mantendo apenas
um leve crescimento da mesma para compensar o crescimento
econômico

Fiscalistas: acreditam que a política fiscal pode ser utilizada
como um instrumento de suavização do ciclo econômico

Pós-keynesianos: enfatizam o papel da especulação financeira
e, como Keynes, defendem um papel ativo do Estado na condução da
atividade econômica.
Abordagens alternativas

Marxistas

Escola baseada nos trabalhos de Karl Marx, desenvolvidos na
segunda metade do século XIX. Fazem uma crítica ao capitalismo,
observando que o desenvolvimento tecnológico em regimes capitalistas
levaria à marginalização dos trabalhadores. Baseiam sua análise a partir
da luta entre capitalistas e trabalhadores.

Os marxistas têm como seu pilar a obra de Karl Marx, calcada no
Valor Trabalho, na apropriação de excedente produtivo (mais-valia) e
seu impacto no processo de acumulação de capital e na evolução das
relações entre classes sociais.

Institucionalistas
127

Criticam o alto grau de abstração da teoria econômica e o fato de
ela não incorporar em sua análise as instituições sociais. Seus grandes
expoentes são John Kenneth Galbraith e Thornstein Veblen.

Definição

“Macroeconomia é o segmento da ciência econômica que se ocupa
do estudo dos agregados econômicos no curto prazo. É a teoria da
renda, do emprego, da moeda, da taxa de juros da flutuação do nível de
preços.”
Metas de Política Macroeconômica

Alto nível de emprego (Aumentar Produção)

Estabilidade de preços (Controlar Consumo)

Distribuição de renda socialmente justa (?)

Crescimento econômico (Aumentar Produção)
Por que estudar Macroeconomia?

Para explicar, buscar soluções, para algumas questões, como:

Por que déficit na Balança de Pagamentos?

Por que inflação?

Por que existe o desemprego?

Por que a taxa de investimento é baixa?
Instrumentos de Política Macroeconômica

A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a
capacidade produtiva e despesas planejadas para atingir as metas.

Política Fiscal

Política Monetária

Política Cambial e Comercial

Política de rendas
Política Fiscal
128

Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para a
arrecadação de tributos (Política Tributária) e o controle de suas despesas
(Política de Gastos).

Através destas políticas o governo pode aumentar ou diminuir o
consumo e o investimento.
Política Fiscal

Exemplos:


Normalmente aumenta tributos e/ou corta despesas


Crescimento e emprego
Diminuir tributos e/ou aumentar gastos


Combate a inflação
Distribuição de renda
Impostos progressivos, gasto do governo em setores/regiões mais
atrasados, etc.
Política Monetária

Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade
de moeda, de crédito e de taxas de juros.

Os instrumentos são:

Emissões de moedas

Reservas compulsórias

Políticas de Redesconto

Open Market

Regulamentação sobre crédito e taxa de juros

Emissões de moedas

O Banco Central tem o controle sobre as emissões
de moedas e deve colocar em circulação o volume de notas e moedas
necessárias para o bom funcionamento da economia

Reservas Obrigatórias

Os bancos guardam certa parcela de seus
depósitos no Banco Central para atender a seu movimento de caixa e a
compensação de cheques
129

Política de Redesconto

Visto que o “Bacen” é o banco dos bancos, ele
pode emprestar para eles e cobrar um juros sobre esse empréstimo

Operações de Open Market

Essa operação consiste em vendas e compras, por
parte do Banco Central, de títulos governamentais no mercado de
capitais

Quando o governo vende títulos ele tira dinheiro
de circulação, quando compra coloca mais moeda na economia

Regulação e Controle de Crédito

O
governo
ainda
pode
criar
regulamento
específico sobre Crédito: Juros, regras pra financiamento, etc.
Política Cambial e Comercial

São políticas que atuam sobre as variáveis
relacionadas ao setor externo da economia

Política Cambial: Refere-se ao controle do
governo sobre a taxa de câmbio.

Política Comercial: diz respeito aos instrumentos
de incentivo às exportações e/ou estímulo às importações – incentivos
fiscais, creditícios, cotas, etc.
Política de Rendas

São denominados Políticas de Rendas medidas
que afetam diretamente a renda: Salários, Lucros, Juros, Alugueis

A característica especial desta categoria é a de que
os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam em
respostas as influências de mercado

Normalmente são usadas como políticas de
combates a inflação

Então:
130
A Macroeconomia é utilizada como instrumento de previsão (fazer
previsões)
Ex ante

Valores previstos, projetados, planejados, a priori

O que julgamos que vai ocorrer no início de um
período

São
os
valores
considerados
na
teoria
macroeconômica (TMA).
Ex post

Valores realizados, ocorridos a posteriori.

São valores medidos após sua ocorrência.

São as variáveis consideradas na contabilidade
social (CSO).
Objetivos da Macroeconomia
OBTER
COMBATER
Crescimento econômico
Recessão
Emprego
Desemprego
Estabilidade de preços
Inflação
Disponibilidade de crédito
Crise de financiamento
Elevação dos investimentos
Especulação
Tipologia de Mercados

Mercado de bens e serviços

Mercado de trabalho

Mercado monetário

Mercado de títulos
131

Mercado de divisas
Formulação de Modelos

Variáveis exógenas (explicativa) → parâmetros/funções → Variáveis
endógenas (explicada)

Ex. (investimento e consumo) → (Demanda Agregada)

Variável exógena é uma variável que atua sobre um parâmetro ou
função, e que vai determinar a variável endógena

Ex: DA = C + I ; DA é a variável endógena

É portanto a variável exógena que explica a endógena

A formulação de modelos tem por objetivo, através de variáveis
exógenas, que atuam sobre um parâmetro ou função, determinar a variável
endógena, de forma a possibilitar a previsão da economia
Economias Aberta e Fechada

Economia Fechada: Não há comércio com outros países

Economia Aberta: Uma economia que comercializa livremente com
outros países
Economia Aberta

Uma economia aberta interage com outras economias de duas maneiras:

Ela vende e compra produtos e serviços de outros mercados

Ela compra e vende ativos de capital nos mercados financeiros
mundiais

O Brasil é uma economia aberta
O Fluxo de Bens

Exportações

Bens e serviços produzidos domesticamente e
vendidos no exterior. Nas exportações se inclui o gasto do exterior em
132
bens e serviços produzidos domesticamente, que são vendidos em outro
país

Importações

Bens e serviços produzidos no exterior e vendidos
domesticamente. Nas importações se inclui o gasto doméstico na compra
de bens e serviços produzidos no exterior e que são vendidos
domesticamente

Exportação Líquida ou Saldo da Balança


Exportação – Importação
Déficit na Balança


Quando se importa mais do que exporta
Crédito na Balança

Quando se exporta mais do que importa
Fatores que Influenciam as Exportações e Importações

O gosto dos consumidores por bens domésticos ou importados

O preço dos bens e serviços no mercado doméstico e no exterior

A taxa de câmbio

A renda dos indivíduos nos países

O custo de transporte

As políticas governamentais com relação ao comércio internacional
Investimento Externo Líquido

Diferença entre ativos externos adquiridos por
indivíduos locais e ativos domésticos adquiridos por estrangeiros

Quando indivíduos locais compram mais ativos no
exterior do que estrangeiros compram ativos locais, existe uma saída líquida de
capital da economia local
Se estrangeiros compram mais ativos brasileiros, do que brasileiros compram
ativos no exterior, haverá uma entrada líquida de capital na economia doméstica
133
Investimento Externo Líquido – Variáveis que Afetam

A taxa de juros real dos ativos estrangeiros

A taxa de juros real dos ativos domésticos

Os riscos econômicos e políticos de possuir ativos
de outros países

As políticas governamentais que afetam a
propriedade de ativos locais por cidadãos estrangeiros
Investimento Externo Líquido

Exportações líquidas (EL) e investimento externo
líquido (IEL) estão proximamente ligados

Para a economia como um todo: EL = IEL

Isso é verdade porque para cada transação de um
lado também afeta o outro lado pelo mesmo valor
Poupança e Investimento

Já vimos que o PIB é dado por:
Y = C + I + G + El

Poupança Nacional então é dada por:
Y – C – G = I + El

Poupança Nacional = Investimento Doméstico +
Investimento Externo
1.1
Produto, renda e despesa nacional e seus componentes
Conceitos Básicos

Produto Y – valor total da produção (de bens e serviços finais) em
determinado período de tempo. Isto é o mesmo que o total dos valores brutos
menos os consumos intermediários.
134

Consumo C – valor dos bens e serviços absorvidos pelos indivíduos para
a satisfação de seus desejos. Nela inclui o consumo pessoal e o consumo do
governo.

Poupança S – renda não consumida.

Renda R – remuneração dos fatores de produção.
É dado por: R = W+J+L+A. Para evitar dupla contagem somente deve incluir na
renda os juros e aluguéis pagos às pessoas físicas.

W - salários - remuneração do fator de produção
trabalho (comissões, honorários de profissionais liberais, ordenados dos
executivos, mesmo que não assalariados)

J - juros - prêmio pago aos detentores de recursos
por abrir mão da preferência pela liquidez

A - aluguéis - remuneração dos proprietários dos
recursos naturais

L - lucros - remuneração do fator de produção
capital

Investimento I – acréscimo de estoque físico de
capital, compreendendo a formação de capital fixo mais variação de estoques.
Parte da formação bruta de capital, também denominada investimento bruto,
destina-se a repor a retirada de circulação de equipamentos e instalação. O valor
dessas retiradas é a Depreciação. Assim, o investimento líquido é o bruto menos
depreciações.

Absorção A – corresponde a C+I.

Despesa D - agrega os possíveis destinos do
produto, o. s., as suas formas de aquisição: trata-se da absorção interna mais o
saldo da BC.

A contabilidade Nacional chega a 2 identidades
fundamentais:

Produto = renda = despesa

Poupança = investimento
Fluxo circular da renda
135
Economia Aberta com Governo

Para qualquer empresa, o lucro se apura por meio
da seguinte identidade: L = vendas de b e s – compra de b e s +IL

LL = Excedente Operacional (EO) +receitas
financeiras – despesas financeiras

Pela ótica do produto um conceito importante é o
excedente operacional. Pela ótica da renda um conceito importante é o lucro
líquido.
EO = LL+Jpagos-Jreceb
LL = LR+LD+A
LR = lucro retido, LD = lucro distribuído, A = aluguéis pagos à indivíduos

Produto bruto = renda bruta

Produto bruto – depreciação = produto líquido
PIB= YB = RLX+W+J+A+LD+D+LR

PIB – RLX = PNB. Neste caso, se o país for
devedor líquido o PIB é maior do que o PNB.

PIB a preço de mercado:
PIBpm = RLX+ W+J+A+LD+D+LR+Outras receitas do G + TDe –TRe +TI-Sub
TDe = impostos diretos das empresas
TRe = transferências do governo para as empresas
TI = Impostos indiretos
Sub = subsídios
Déficit Público e o seu Financiamento

O déficit público é expresso por:
136
Dg = Investimento público – saldo do governo em conta corrente = Ig – (T-G)

Déficit Operacional = déficit público real+imposto
inflacionário. Trata-se do déficit público antes da inclusão do imposto
inflacionário como receita do governo.

O déficit público pode ser financiado pelo
aumento da base monetária e pelo aumento da dívida líquida do setor público.
Dessa forma:
Déficit público = aumento da base monetária+ aumento da dívida líquida do
governo.

Mas há outras fontes de expansão da base
monetária como a expansão do crédito ao setor privado e a acumulação de
reservas cambiais. Assim:

Déficit público
= aumento da base monetária+
aumento da dívida líquida do governo

A equação acima deduzida em termos nominais
também é válida em termos reais:

Déficit público real = aumento real da base
monetária+ aumento real da dívida líquida do governo
Produto Agregado

O Produto Interno Bruto, ou PIB, é a medida do
produto agregado das contas nacionais.

O PIB é o valor dos bens e serviços finais
produzidos em uma economia durante um determinado período.

O PIB é a soma do valor adicionado na economia
em um dado período.

O PIB é a soma de toda a renda gerada na
economia em um determinado período.
137
Siderúrgica (Empresa 1)
Receitas de vendas
Despesas
Salários
Lucro
Montadora (Empresa 2)
$ 100
$ 80
$ 80
$ 20
Receita de vendas
Despesas
Salários
Compra de aço
Lucro
$ 210
$170
$ 70
$ 100
$ 40
EXEMPLO : Considere uma economia composta por duas empresas:
Produto Agregado
Siderúrgica (Empresa 1)
Montadora (Empresa 2)
Receitas de vendas
Despesas
Salários
$ 100
$ 80
$ 80
Lucro
$ 20

Receita de vendas
Despesas
Salários
Compra de aço
Lucro
$ 210
$170
$ 70
$ 100
$ 40
O PIB é o valor dos bens e serviços finais
produzidos em uma economia durante um determinado período
Companhia siderúrgica e montadora
Receitas de vendas
Despesas (salários)
Lucro
$ 210
$ 150
$ 60

Bens e serviços finais = $ 210 = PIB .

O PIB é a soma do valor adicionado na economia
em um dado período.

Valor adicionado = $ 100 + ($ 210 - $ 100)
= $ 100 + $ 110
= $ 210 = PIB
Composição do PIB no Brasil por tipo de renda
138
1997
2001
Renda do Capital (%)
42
41
Renda do Trabalho (%)
43
42
Impostos Indiretos (%)
15
17
Taxa de Desemprego

A
força de trabalho (L)
trabalhadores empregados (N) e desempregados (U):

é a soma dos
L = N + U
onde os desempregados são as pessoas sem
trabalho que tomaram alguma providência efetiva de procura de trabalho no
período de referência (por exemplo, 4 semanas).

A taxa de desemprego (u) é a razão entre os
desempregados e a força de trabalho:
u = U/L
PIB Nominal e Real

O PIB nominal é a soma das quantidades de bens
finais multiplicada por seus preços correntes

onde: Pn,
t
e Qn,
t
são respectivamente preço e
quantidade do bem n na data t

O PIB nominal também é chamado de PIB a
preços correntes

O PIB real é a soma das quantidades de bens
finais multiplicada por seus preços constantes .
N
Real(s)
t
PIB

  Pn, s Qn, t
n 1
onde: Pn,
s
e Qn,
t
são respectivamente preço e
quantidade do bem n na data s (para preços) e t (para quantidades).

O PIB real também é chamado de PIB a preços
constantes, ou PIB ajustado pela inflação. Por exemplo, PIB em dólares de
1996.
139
A
B
C
Produção
Ano 1
Ano 2
6
11
7
4
10
12
Preço
Ano 1
Ano 2
R$0,50
0,40
0,30
1,00
0,70
0,90
PIB Nominal (ano 1)=0,50*6+0,30*7+0,70*10=R$12,10
PIB Nominal (ano 2)=0,40*11+1,00*4+0,90*12=R$19,20
PIB Real (ano 2 base ano 1)=0,50*11+0,30*4+0,70*12=R$15,10
O Deflator do PIB

O deflator do PIB no ano t (Pt ) é a razão entre o
PIB nominal e o PIB real no ano t :
Pt 
PIB nom.t $ Yt

PIB realt
Yt

Logo, o PIB nominal é igual ao PIB real
$ Yt  Pt  Yt
multiplicado pelo deflator do PIB:

O deflator fornece o preço médio do produto
agregado – dos bens finais produzidos na economia.

No exemplo, Deflator do PIB
(ano2)=19,20/15,10=1,27
Pib Real e nominal do Brasil, 1994-2003
1,6
1,4
R$ Trilhões
1,2
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
O crescimento do PIB
140

taxa de crescimento do PIB no ano t (DPIBt ) é
dada por:
PIBt 

PIBt  PIBt 1
PIBt 1
que pode ser calculada em termos nominais ou
reais.
Horizontes de observação

Os economistas fazem distinção entre três
horizontes:

No curto prazo (poucos anos), a demanda por bens
e serviços determina o produto.

No médio prazo (uma ou duas décadas), o nível de
tecnologia e a grandeza do estoque de capital determinam o produto.

No longo prazo, o progresso tecnológico e a
acumulação de capital são os determinantes do crescimento econômico.
No curto prazo: o comportamento cíclico do nível de atividade econômica
1.2 Renda média e estrutura de distribuição de renda
141

Se tomarmos a conta de produção de uma economia fechada e sem
governo, estudada anteriormente, veremos que temos, do lado do débito da
conta, a renda ou produto nacional bruto e, do lado do crédito, a indicação da
forma concreta tomada por essa renda (quanto foi consumido e quanto foi
investido).


Temos que:
Retomando a última identidade da renda, vemos que:
–

E, logo,

O termo

O multiplicador indica a magnitude do aumento no nível de renda em
–
Keynes chamou de multiplicador.
decorrência seja de um aumento em Ca, seja de um aumento em I.
Fluxo circular da renda
142
143

Cerca de um terço da população brasileira é pobre (ou 53,9 milhões de
pessoas).
 Quanto aos muito pobres (ou indigentes), a proporção é de um oitavo (ou
21,9 milhões de pessoas).
144
UNIDADE II – RENDA NACIONAL E EMPREGO
Evolução e “Escolas”

Primórdios

GREGOS

Xenofontes: princípio de gestão dos bens.
145

Aristóteles: Crematística – aspectos práticos das transações comerciais
(preços, moeda, etc.).

ROMANOS: preocupações limitadas com o tema.

IDADE MÉDIA: comércio mediterrâneo; “preço justo”; usura; formação
de corporações e bancos.

Mercantilismo (1450-1750)

Preceitos de administração pública para aumentar a riqueza do
“príncipe”;

Reflete as transformações de uma sociedade onde o comércio
passa a ter um papel cada vez mais importante;


“Políticas comerciais mercantilistas”

Referências: Colbert, Cantillion e Petty
Criação Científica da Economia (1750-1870)

Marcos iniciais: “Quadro Econômico” (1758), de Quesnay; a
“Riqueza das Nações” (1776), de Adam Smith.

Fisiocracia: “ordem natural”, “distribuição”, “vínculos entre
riqueza e trabalho”.

Escola Clássica: Adam Smith, David Ricardo, Malthus, Stuart
Mill, Say – “valor”, “origem da riqueza”, “distribuição da riqueza”.

Marx: tradição clássica revista, criando uma tradição de
pensamento crítico.

Reação Neoclássica (1870-1929)

Revolução Marginalista: “recursos escassos x usos alternativos”;
“valor de utilidade”.

O “neoclassicismo” ou “marginalismo” desloca a temática da
discussão do valor e distribuição da tradição clássica (“valor-trabalho”)
para a visão do valor utilidade e dos custos de produção.

Destaques: Escola Austríaca (Menger, Jevons, Böhm-Baverk);
Escola de Viena (Walras e o “equilíbrio geral”); Marshall e a Escola de
Cambridge (“equilíbrio parcial”).

Em oposição, surgem a Escola Histórica Alemã e as escolas da
tradição marxista.

A Revolução Keynesiana
146

Keynes (1888 – 1946) torna-se um marco da moderna economia,
onde a ênfase na gestão macroeconômico passa a ser central.

Síntese neoclássica (Hicks, Samuelson etc.) – anos 1950 e 1960.

Monetarismo (Friedman) – oposição aos Keynesianos;

Novo-Classicismo (Lucas) – década de 1970;

Novos Keynesianos – década de 1980;

Heterodoxos – “pós-keynesianos”, “marxianos”,
“institucionalistas” etc.

2.1 Visão clássica
François Quesnay

* 1694 (França) - † 1774

Médico do rei Luiz XV

1758: Tableau
Économique – marca o início da
Escola Fisiocrática.

Princípios: ordem natural
e ordem providencial,
solidamente ligadas à terra, que
propõem serenidade ao período
de inquietação econômica e
política.

Procurou criar uma ciência econômica à semelhança das ciências
naturais.

Para ele, a economia se reduzia a números, nada teria a ver com questões
morais e seria independente do processo histórico humano.

Considera direitos naturais o direito à vida com liberdade e o direito à
propriedade sem restrições.

François Quesnay – 1. Ordem Natural

Os fenômenos econômicos processam-se livre e independentemente de
qualquer coação exterior, segundo uma ordem imposta pela natureza e regida
147
por leis naturais (idéia de equilíbrio estacionário, retomada por Walras no séc.
XIX).

A sociedade se compõe de três classes: i) produtiva, formada pelos
agricultores, ii) classe dos proprietários imobiliários/nobreza, e iii) estéril
(comerciantes, artesãos/membros das corporações urbanas).

A circulação de riquezas ocorre entre essas diferentes classes (idéia do
fluxo circular de renda retomada por economistas modernos).
François Quesnay – 2. Ordem Natural

A ordem natural é uma ordem providencial, pois é desejada por Deus.

Por ser providencial é a melhor possível, e, portanto, deve ser deixada
livre para o alcance do progresso econômico e social (raiz da doutrina liberal –
laissez-faire).
Uma síntese do pensamento mercantilista

Não há nas concepções mercantilistas o desenvolvimento de uma teoria
do valor.

A idéia geral é de que o lucro tem origem no ato de troca.

Disso resulta a importância dada ao comércio (e à balança comercial
favorável);

E o fato das grandes companhias de comércio evitarem, ao máximo, a
concorrência (defendem o monopólio e o exclusivo comercial).
Fisiocratas

Fisiocracia provém do grego: phisis (natureza), cratos (poder), o que
significa “poder da natureza”.

Grupo de economistas franceses do século XVIII que combateu as idéias
mercantilistas e formulou, pela primeira vez, de maneira sistemática e lógica,
uma teoria do liberalismo econômico.

Os fisiocratas eram discípulos intelectuais de François Quesnay.

Quesnay critica os mercantilistas:
148

Ele protesta contra uma política que havia abandonado a
agricultura para pensar apenas em estimular a indústria e o comércio
externo;

Protesta também contra a proibição da livre circulação de cereais;
e

Critica também a idéia de que as riquezas de uma nação se
regulam pela massa de riquezas pecuniárias (estoques de divisas).

Para os fisiocratas só é produtivo o trabalho que produz produto líquido
e, uma vez que só existe produto líquido na agricultura, só o trabalho agrícola é
produtivo.

Por outro lado, a produtividade do trabalho agrícola não é uma virtude
que lhe seja particular: não passa de um sinal da produtividade da natureza.

Quesnay formulou um instrumento teórico para o estudo das relações
econômicas entre as classes sociais que compõem o sistema: o quadro
econômico.

A idéia principal é de que os processos de produção e do consumo podem
e devem ser estudados no sistema econômico em seu conjunto.

Quesnay pretende demonstrar que a vida econômica funciona como uma
máquina ou, o que para ele é a mesma coisa, como um organismo vivo.

Assim se explica desde o início o respeito que mostra pelo
funcionamento espontâneo da máquina e a sua recusa a intervir na sua marcha.

Economia como um “sistema vivo”

Diferenciação de “trabalho produtivo” e “trabalho improdutivo”

Organicidade também das Classes Sociais

Excedente é gerado pela Produção

Questões não resolvidas: (quais?)
Adam Smith

* 1723 (Escócia) - † 1790
149

Segunda metade do século XVIII: início da 1ª Revolução industrial

Professor de “Filosofia moral” da Universidade de Glasgow

1759: A Teoria dos Sentimentos Morais

1776: A Riqueza das Nações

A Economia entendida como a ciência que se ocupa da “Investigação
sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações”

Trabalho (entendido como atividade produtiva) é a fonte de riqueza das
nações.

A produtividade diferenciada entre países é tida como a explicação dos
diferentes níveis de riqueza entre as nações.

A produtividade é causada pela “eficácia do trabalho”, e esta provém da
divisão do trabalho (e não das propriedades naturais da terra):

Pelo aumento da destreza de cada trabalhador

Pela economia de tempo decorrente da “racionalização do
processo de trabalho”

Pela invenção de um grande número de máquinas... permitindo a
um só homem fazer o trabalho de muitos
Princípios de “A Riqueza das Nações”

São duas as condições prévias para a divisão do trabalho: extensão do
mercado (decorrente da “propensão natural à troca” e da
facilidade de
transportes) e abundância de capitais (derivados dos lucros conseguidos a
partir do “produto líquido do trabalho” e utilizados como “capacidade de
comandar trabalho”).

A política mais favorável à ampliação dos mercados e do capital é a da
liberdade do comércio.

A maneira como o produto do trabalho é dividido entre os salários,
renda fundiária e lucro é o que torna uma nação mais ou menos rica.

“O valor de qualquer mercadoria, para a pessoa que a possui...e que
tenciona trocá-la por outras, é igual à quantidade de trabalho que lhe permite
adquirir. Logo, o trabalho é a medida do real valor de troca de todas as
mercadorias”

“Não se vêem povos pobres em terras vastíssimas, potencialmente férteis,
em climas dos mais benéficos? E, inversamente, não se encontra, por vezes, uma
150
população numerosa vivendo na abundância em um território exíguo? Ora, se
essa é a realidade, é por existir uma causa sem a qual os recursos naturais nada
são, por assim dizer; uma causa que, ao atuar, pode suprir a ausência de recursos
naturais. Em outros termos, uma causa geral e comum de riqueza, causa que,
atuando de modo desigual entre os diferentes povos, explica as desigualdades de
riqueza de cada um deles; essa causa dominante é o trabalho.”

“Segundo seja maior ou menor a proporção existente entre o produto do
trabalho – ou aquilo que no estrangeiro se adquire em troca desse produto – e o
número de consumidores, encontrar-se-á a nação mais ou menos abastecida de
todas as espécies de coisas necessárias ou cômodas de que necessite.”
(“Introdução e Plano de Obra” in A Riqueza das Nações”
David Ricardo

*1772 (Londres) - † 1823

Período de conflitos entre
os
interesses
da
agricultura
(protegidos pelas Corn-Laws) e
da indústria

1817:
Princípios
de
Economia Política e Tributação
Visão Geral

“Em diferentes estágios da sociedade... as proporções do produto
destinadas a cada uma dessas classes [o proprietário da terra, o dono do capital, e
os trabalhadores] sob os nomes de renda, lucro e salário, serão essencialmente
diferentes, o que dependerá principalmente da fertilidade do solo, da acumulação
de capital e da população, e da habilidade, da engenhosidade e dos instrumentos
empregados”.

“Determinar as leis que regulam essa distribuição [distribuição da renda
fundiária, do lucro e dos salários] constitui o problema primordial da Economia
Política”
David Ricardo (Princípios da Economia Política e da Tributação)
1.
Teoria do Valor
2.
Teoria da Renda
151
3.
Teoria da Evolução Econômica
1. Teoria do Valor

Assim como Smith, Ricardo vê no trabalho (entendido como a soma de
todos os trabalhos exigidos para se chegar finalmente à produção da riqueza) a
principal fonte de valor.

Ricardo rejeita a utilidade – a capacidade que dada coisa tem de
satisfazer nossas necessidades – como causa e medida do valor.

Distingue duas categorias de bens:
1.
Bens não suscetíveis de reprodução: o valor destes tem por causa
e efeito a sua raridade; seu valor oscila à mercê da oferta e da demanda,
sem ponto algum de equilíbrio (pouco relevantes para a economia).
2.
Bens suscetíveis de reprodução indefinida, a um mesmo preço de
custo.

“O valor de uma mercadoria, ou a quantidade de qualquer outra pela qual
pode ser trocada, depende da quantidade relativa de trabalho necessário para sua
produção, e não da maior ou menor remuneração que é paga por esse trabalho”

Visão 1:
 Valor é medido pelo trabalho, como um princípio universal.
 O capitalista paga o trabalho (Dúvida: de onde vem o excedente?)

Visão 2:
 O Valor de uma mercadoria é determinado pelo trabalho presente
e pelo trabalho pretérito (incorporado a ferramentas, instrumentos,
edifícios...); pela “durabilidade do capital”; pelos diferentes períodos
de “rotação do capital”
 A variação do “valor de mercadorias” distintas difere da variação
do “valor dos salários” pois os processos produtivos têm diferentes
proporções de trabalho(salários) e capital.
 Preço é definido pelos salários pagos pelos capitalistas, mais a
taxa de lucros que o capitalista recebe para usar seu capital.

Visão 3:
 Preço de Mercado difere do Preço Natural pela influência da
Oferta e da Procura. ( Preço de Mercado tende ao Preço Natural)
152
 Esta visão é aplicada ao valor dos salários, em que “o preço
natural do trabalho” é aquele “necessário para permitir que os
trabalhadores em geral subsistam e perpetuem sua descendência...”
portanto depende “não da quantidade de dinheiro que ele possa
receber como salário, mas da quantidade de alimentos, gêneros de
primeira necessidade e confortos materiais que, devido ao hábito, se
tornaram para ele indispensáveis e que aquele dinheiro poderá
comprar”
 Apoia-se – e debate – a visão de Malthus – economista inglês
contemporâneo sobre crescimento populacional e salários
2. Teoria da Renda
"Desenvolvimento da Renda Fundiária e dos Lucros em razão do aumento de Capital"
David Ricardo, 1815
Tabela 1
Taxa de Lucro
Excedente Bruto por Fração de Terra
da "pior terra"
Capital por fração de Terra
Período
1o
2o
3o
4o
F1
F2
F3
F4
F1
F2
F3
F4
(E.B. / Cap.)
200
200
200
200
*
210
210
210
*
*
220
220
*
*
*
230
100
100
100
100
*
90
90
90
*
*
80
80
*
*
*
70
50%
43%
36%
30%
"Desenvolvimento da Renda Fundiária e dos Lucros em razão do aumento de Capital"
Período
Capital por fração de
Terra
F1
F2
F3
F2
F3
F4
Tabela 2
Taxa de
Lucro da
"pior terra"
(E.B. / Cap.)
*
*
*
50%
*
*
43%
*
36%
Excedente Bruto por Fração de Terra, dividido em Lucro e Renda
F1
F4
100
1o
200
*
*
*
Lucro
100
2o
200 210
*
*
Lucro
86
3o
200 210 220
*
Lucro
72
Renda
0
100
90
Renda
14
Lucro
90
Renda
18
Lucro
76
100
90
100
4o
200 210 220 230
Lucro
Renda
0
80
Renda
14
Lucro
80
90
Renda
Lucro
Renda
0
80
Renda
Lucro
70
Renda
Lucro
Renda
153
30%
"Desenvolvimento da Renda Fundiária e dos Lucros em razão do aumento de Capital"
Tabela 3
Período
1o
2o
3o
4o
Capital Total
Exced. Bruto Tot. *
Lucro Total
Renda Total
Taxa de Lucro** Taxa de Renda**
200
100
100
0
50%
0%
410
190
176
14
43%
3,4%
630
270
228
42
36%
6,7%
860
340
259
81
30%
9,4%
* Produto Total após os pagamentos dos Custos
** Taxas médias, sobre o capital total, da Economia da Nação
Obs: Lucro Total, recebido pelos proprietarios de capital; Renda Total, recebida pelos proprietários fundiários

O crescimento populacional obriga a exploração de terras cada vez
menos férteis, o que encarecerá cada vez mais os custos de produção e o preço
final dos produtos.

Em função da lei de unidade de preços, os proprietários das terras de
primeira categoria (com custos de produção menores) obtém um lucro
suplementar: a renda diferencial.

O aumento populacional implica, portanto, o aparecimento de novas
rendas e o aumento das taxas de rendas antigas.

O total da venda dos produtos agrícolas se destina à remuneração dos
proprietários de terras (renda), remuneração do trabalho (salário) e
remuneração do capitalista (lucro). À medida que aumenta a parcela atribuída à
renda diminui-se a parcela de salários e lucros.
David Ricardo

“A elevação da renda é sempre o efeito da riqueza crescente do país e da
dificuldade de garantir alimento à sua população aumentada. É um sintoma e
nunca causa da riqueza.”

“No desenvolvimento natural das sociedades, os salários, enquanto
forem regulados pela lei da oferta e da procura, tendem a baixar, pois o número
de trabalhadores continuará a crescer um pouco mais rapidamente do que a
procura da mão-de-obra.”
3. Teoria da Evolução da Economia

A Acumulação de Capital é reduzida pelo aumento da Renda Diferencial
154

Pela compressão dos lucros

Pelo acréscimo de salários – que aumentam em valor quando
ocorre aumento nos alimentos – simultâneo ao não aumento do valor dos
manufaturados, que não aumentam por causa dos alimentos.

A Economia tende a um “estado estacionário”, em que caem tanto a
acumulação de capital como o crescimento da população.

A maquinaria (introduzida pela expectativa do industrial de obter lucros)
pode conduzir a:

Incremento considerável do produto líquido (mesmo com baixa
do valor do produto bruto)

Deslocamento do trabalho, reduzindo emprego e “prejudicando
os interesses das classes trabalhadoras”

O Crescimento Econômico é viabilizado pela liberdade de Comércio
Internacional.
2.2 Visão Kenesiana
John Maynard Keynes

*1883 (Cambridge) - † 1946

Período
de
guerras,
alto
inflação, grande depressão de1929

obras:
The
economic
consequences of peace; Treatise on
money; General theory of employment,
interest and money (1936)

Keynesianismo é a teoria econômica consolidada pelo economista inglês
John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da
moeda (General theory of employment, interest and money)

Consiste numa organização político-econômica, oposta às concepções
neoliberalistas, fundamentada na afirmação do Estado como agente
indispensável de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema
de pleno emprego.
155

Tais teorias tiveram enorme influência na renovação das teorias clássicas
e na reformulação da política de livre mercado.

Atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que
garantam à população um padrão mínimo de vida como a criação do saláriomínimo, do salário-desemprego, da redução da jornada de trabalho e assistência
médica gratuita.

O Keynesianismo ficou conhecido também como "Estado de Bem-
Estar Social"

A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo
econômico não é auto-regulador como pensavam os neoclássicos, uma vez que é
determinado pelo "espírito animal" dos empresários.

É por esse motivo, e pela ineficiência do sistema capitalista em empregar
todos que querem trabalhar que Keynes defende a intervenção do Estado na
economia.

John Maynard Keynes, em 1926, postulou sua teoria que rompia
totalmente com a idéia liberalista do “deixai fazer”, afirmando que o Estado
deveria sim, interferir na sociedade, na economia e em quais áreas achasse
necessário.

Assim, essa corrente baseada na intervenção do Estado, denominada
Welfare State, reinou após o fim da Segunda Guerra Mundial, isso aliado ao fato
da grande necessidade de recuperação dos países envolvidos na guerra.

O objetivo do keynesianismo era manter o crescimento da demanda em
paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma
suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria
um aumento da inflação.

Os keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego e o
controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos
com os empresários por aumentos salariais.

Há rigidez dos preços e salários

O pleno emprego é apenas um nível possível (não de equilíbrio), Este
pode ser variável

Não há mecanismos automáticos que conduzam ao equilíbrio

O Estado é ator ativo e intervém no processo econômico
156

A moeda pode ser usada pelo Estado para financiar os seus gastos e
influenciar o nível do produto

Conseqüências Visão keynesiana

Equilíbrio abaixo de pleno emprego

As políticas monetária e orçamental apóiam níveis elevados do
produto e de emprego
2.3 Visão marxista
Karl Marx

* 1818 (Prússia) - † 1883

2ª metade do século XIX:
2ª Revolução Industrial

Economista, sociólogo e
filósofo

Obras:
A
ideologia
alemã; Manifesto do Partido
Comunista;
Grundrisse;
O
Capital e muitas outras

Concepção dialética/materialismo dialético:


movimento e contradições econômicas na história da humanidade
Capitalismo – modo de produção voltado para a produção de
mercadorias, sob as seguintes condições:

Propriedade privada dos meios de produção; da força de trabalho;
do produto final;

Divisão social do trabalho

Objetivo da produção: a troca (o mercado)

Retoma a teoria do valor-trabalho de Smith e Ricardo:
Valor de Uso
Mercadoria
(duplo caráter)
Valor de Troca

E avança ao afirmar:
157

Valor de uso: resultado do trabalho humano concreto, útil, individual

Valor de troca: resultado do trabalho humano abstrato, geral
Para que haja troca, as mercadorias devem possuir:

Diferentes valores de uso (produzidas por espécies de trabalho
diferentes, utilidades diferentes)

Mesmo valor de troca (equivalentes)
O valor de troca é o que iguala as mercadorias e o valor de uso é o que as
diferencia.

Trabalho = é o denominador comum de todas as mercadorias, que
permite comprá-las e trocá-las em determinadas proporções

O valor das mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho
socialmente necessário para a sua produção.
Trabalho socialmente necessário
Trabalho médio (produtividade média)

Daí ser o tempo “socialmente” necessário. O produto de um trabalhador
lento não vale mais do que o de um trabalhador rápido.
Qual a origem da forma dinheiro de valor?

O dinheiro surge historicamente...

Antes do dinheiro (escambo): troca direta, sem intermediário

Alfaiate utiliza o casaco como meio de troca

Ex.: 2 mesas = 1 casaco

Casaco tem valor de uso e é também equivalente
3 pares de sapatos
1 casaco
=
20 metros de algodão
10 gramas de ouro
Dificuldade deste tipo de troca

Dependente dos outros produtores quererem adquirir casacos…

Com a prática diária, os indivíduos foram se orientando em direção a
uma mercadoria reconhecidas como equivalente geral;

Isso aconteceu independente/e do planejamento consciente e da
consciência dos produtores isolados;
158

Assim surgiu o dinheiro (inicialmente, o ouro): mercadoria aceita como
equivalente geral ou comum para todas as outras mercadorias

Ouro tornou-se a mercadoria-dinheiro, assumindo papel duplo:

Metal precioso útil para fazer artigos

Equivalente geral (maleabilidade da troca)

A troca passou, assim, a ser fundida em duas partes:

Na circulação simples:

Transformação da mercadoria em dinheiro (venda)

Transformação do dinheiro em mercadoria (compra)
M1 – D – M2

Neste caso, a troca se dá em busca do valor de uso

No capitalismo, o objetivo é a acumulação, é obter mais dinheiro ao final.
Neste modo de produção, a circulação simples não faz sentido:
D–M–D

Essa circulação só faz sentido se:
D – M – D‟

Sendo D‟ > D.

OBS: Isso explica por que o capitalista não produz se não tiver lucros
V
D–M
Cc
....... P – M‟ – D‟
C
Cf
D – Dinheiro inicial
M – Mercadoria
V – Capital variável (mão-de-obra) – trabalho vivo
C – Capital Constante, que subdivide em
Cc – capital circulante
P – Produção
Cf – capital fixo – trabalho morto
D‟ – Dinheiro final
M‟ – Mercadoria nova (com maior valor agregado)

Por estar num ciclo de valorização, o dinheiro empregado é denominado
de capital
159
A valorização do capital se verifica no processo produtivo

É durante o processo produtivo que se verifica a valorização do capital;

O capital constante: tem ser valor transferido sem modificação para o
produto acabado;

O trabalho vivo: cria (agrega) novo valor ao processo de produção, por
meio do seu valor de uso;

O resultado do trabalho (vivo) não é apropriado integralmente pelo
trabalhador (agora, força de trabalho), mas passa a ser de propriedade do
capitalista;

A parte apropriada denomina-se mais-valia. É o excedente que permite a
acumulação (é o lucro do capitalista);

Deste modo, o excedente não é criado no processo de troca e sim durante
o processo produtivo.

Quem cria a mais-valia? A força-de-trabalho.

Mais-valia: trabalho excedente produzido pela “mercadoria força de
trabalho”.
160
Seu uso é o trabalho, e o trabalho cria valor novo, além do que ele custa para se
reproduzir
A mercadoria força-de-trabalho

É mercadoria porque, como as demais:
1.
Tem valor de uso: o trabalho
2.
Tem valor de troca: tempo de trabalho socialmente necessário à
sua produção e reprodução (expresso nos meios de subsistência)

Como se dá a apropriação e a ampliação da mais-valia (ou excedente/ou
lucro)?
Jornada de Trabalho: 8h
6h
Trabalho necessário
2h
8h
Mais-trabalho
Como aumentar a mais-valia?

mais-valia absoluta: aumento da jornada de trabalho (mais horas de
trabalho) – há limites para este aumento

mais-valia relativa: jornada de trabalho constante (intensificação do
ritmo)
Grau de exploração
á
á
No exemplo anterior:
2h de trabalho excedente de 100 trabalhadores:
mais-valia: 2x100 = 200h;
cada trabalhador recebe por 6h de trabalho:
Valor da força-de-trabalho (v): 6 x 100 = 600h
161
Taxa de mais-valia = 200/600 = 33%

Valor do produto do trabalho: 8 horas

Valor da força-de-trabalho: 6 horas

Valor da mais-valia (excedente/lucro): 2 horas

O valor da força-de-trabalho é, então, menor do que o valor do produto
do trabalho. A diferença é o excedente, a mais-valia que é apropriada pelo
capitalista
Composição Orgânica do Capital

O processo de valorização do capital não se esgota na acumulação.

Há um fator externo que atua como forte estímulo à expansão do capital:
a centralização do capital, decorrente da forte concorrência inter-capitalista.

Há Investimentos em novas tecnologias

Neste processo, ocorre o crescimento do capital constante em relação ao
variável (aumento da composição orgânica do capital)

É a relação entre:
ç
Taxa de Lucro

É o “incentivo ao crescimento econômico”.

É a relação entre:

Sendo,

CO = c/v (composição orgânica do capital) e

Tx = s/v (taxa de mais valia)
assim,
Tendência à queda da taxa de lucro

Com a concorrência inter capitalista, preços por mercadoria caem:
1.
aumento da composição orgânica do capital aumenta mais que
proporcionalmente
2.
taxa de mais valia aumenta menos que proporcionalmente
162

Portanto:

queda tendencial da taxa de lucro

Para reduzir a tendência à queda da taxa de lucro
1.
aumento da jornada de trabalho e maior intensificação do trabalho;
2.
depressão dos salários abaixo do valor da força-de-trabalho (exercito de
reserva);
3.
barateamento dos elementos do capital constante (tecnologia);
4.
comércio exterior (novos mercados)
UNIDADE III – MOEDA E INFLAÇÃO
3.1 Moeda: conceitos e funções
Definição:

“Conjunto de ativos da economia que as pessoas usam
regularmente para comprar bens e serviços de outras pessoas” (Mankiw);

“Moeda é um ativo financeiro de aceitação geral, utilizado na
troca de bens e serviços, que tem poder liberatório instantâneo. Sua
aceitação é garantida por lei.” (Vasconcelos).

Moeda como tudo aquilo que é geralmente aceito para liquidar as
transações, isto é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações.

Com a Introdução da Moeda, esta passa a desempenhar a função de
unidade de conta ou denominador comum do valor, isto é, fornece o “
referencial” para que os valores das demais mercadorias sejam cotados.

A moeda é o ativo utilizado para realizar as transações porque é o que
possui maior liquidez.

Liquidez é a capacidade de um ativo converter-se rapidamente em poder
de compra, isto é, transformar-se em mercadorias.

A moeda apresenta 3 principais funções:

A) Meio ou instrumento de troca:

algo que os compradores dão aos vendedores quando querem
comprar algo.

Sem ele haveria a necessidade da dupla coincidência de desejos e o
problema da indivisibilidade.
163

Ocorreria também a perda de muito tempo pra viabilizar as trocas
diretas.
 B) Unidade de conta (medida):

É um padrão de medida que se usa para anunciar preços e
registrar débitos.

Serve para comparar e agregar o valor de mercadorias diferentes.
(caminhão com uvas);

O preço, portanto, é a expressão monetária do valor de troca de
um bem.

C) Reserva de valor:

Algo que as pessoas podem usar para transferir poder de compra
do presente para o futuro.

Representa uma forma de poupança.

A moeda serve de reserva de valor para uma pessoa mas não para
toda uma sociedade (Falácia ou sofisma da composição).
Tipos de Moeda:

Moeda Mercadoria: Determinada mercadoria é usada como moeda.
Um tipo de moeda-mercadoria é a moeda metálica, isto é, o ouro, a prata, etc...
metais preciosos ou semipreciosos que foram usados como moeda;

Moeda Papel: Corresponde a uma nota de papel que expressa
determinado valor de ouro, isto é, possui lastro, em determinada mercadoria;

Papel Moeda ou Moeda Fiduciária: Notas de papel emitidas pelo
governo que não possuem lastro em nenhuma mercadoria, isto é , não existe uma
garantia física sustentando, o valor da moeda e sua aceitação se deve à
imposição legal do governo.

Lastro: Ativo ou mercadoria que respalda o valor da moeda, isto é, no
qual a moeda-papel pode ser convertida. O exemplo mais tradicional é o lastro
ouro, segundo o qual as notas de papel representam determinada quantidade de
ouro. Outro tipo de lastro são as reservas internacionais do país, isto é, os
ativos/moedas que podem ser usados nas transações internacionais, pôr exemplo,
o dólar.
164

Velocidade de circulação da moeda: número de transações liquidadas
com a mesma unidade monetária, ou seja é o numero de „giros‟ que a moeda dá,
gerando renda, em dado período.


Motivos para demandar moeda

Transação;

Precaução;

Especulação;
A demanda por moeda depende tanto da renda como da taxa de juros
nominal. Quanto maior (menor) for a renda maior (menor) será a demanda por
moeda. Quanto maior (menor) for a taxa de juros nominal, menor (maior) será a
demanda por moeda.
Oferta de moeda

A oferta de moeda é sinônimo de meio de pagamento:

“estoque de moeda disponível para uso da coletividade a
qualquer momento”.

Com esse conceito classifica-se o meio de pagamento quanto a liquidez
que apresenta.

Liquidez: “Facilidade com que um ativo pode ser convertido em
meio de troca da economia.”

Classificação do meio de pagamento;

M1 – composto por meio de pagamento de liquidez imediata
(haveres monetários):

Papel moeda em poder do público (PP);

Saldo dos depósitos a vista (DV).
M1  PP  DV

M2 – acrescenta ao M1 os depósitos de curto prazo:

Depósitos especiais remunerados,

Depósitos de poupança,

Títulos emitidos por instituições depositárias
M 2  M1  depósitos _ de _ curto _ prazo
Depósitos a vista (DV) = Reservas (R) + Empréstimos (EB)
165

As reservas (R) que os bancos constituem sobre os depósitos são de dois
tipos:
1.
reservas compulsórias: são a parcela dos depósitos que os
bancos são obrigados legalmente a depositar em suas contas ao Banco
Central para poderem fazer frente a suas obrigações.
2.
reservas voluntárias: são recursos que os bancos mantêm junto
ao Banco Central por opção, ou seja, não existe obrigação legal

Classificação do meio de pagamento;
1.
M3 – Acrescenta os depósitos de médio prazo:

Quotas de fundos de renda fixa

Operações compromissadas com a SELIC
M 3  M 2  depósitos _ de _ médio _ prazo
2.
M4 – Acrescenta os ativos de prazo mais longo:

Títulos do governo de alta liquidez
M 4  M 3  depósitos _ de _ longo _ prazo
Criação e destruição de moeda

Ocorre “criação de moeda” quando aumenta o M1. De igual modo,
“destruição de moeda” ocorre quando o saldo de M1 cai.

Exemplos:

Exportadores trocam US$ por R$ no Banco Central.

Empréstimo dos bancos comerciais ao setor privado.

Banco central vende US$ aos importadores.

Pagamento de um empréstimo bancário.

Compra de títulos do governo.

Depósito em conta corrente.

Saque de um cheque.
Criação
Destruição
Apenas transferência
Oferta de Moeda pelo Banco Central

O objetivo principal do Banco Central é regular a moeda e o crédito, em
níveis compatíveis com as metas (inflação) estabelecidas pela autoridade
monetária.
166

definir as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de
moeda, nível de taxa de juros entre outros.

Funções:

Banco dos Bancos: É onde os bancos comerciais depositam seus
fundos, transfere recursos de um banco para outro, além de emprestar aos
bancos comerciais.

Funções:

Banco emissor: É o responsável e tem monopólio da emissão de
moeda.

Banco do governo: Recursos do governo ficam em grande parte
depositados no BACE. O Bacen também é o responsável por
implementar a política monetária.

Banco depositário das reservas internacionais: responsável
pela defesa da moeda nacional, administração do câmbio e das reservas
de divisas internacionais no país.

Os Bancos comerciais também podem modificar a quantidade de moeda
pelo fato de poderem emprestar mais do que têm em depósito (carta patente).

O multiplicador da oferta de moeda:
Oferta de Moeda pelo Banco Central

Trata-se de um Progressão Geométrica.
1
 PG  a  1  q


Onde a soma dos termos da PG:

a = primeiro termo da progressão geométrica

q = razão da P.G (percentual livre para empréstimos).
No exemplo:
167
1
 PG  a  1  q
 5.000 
1
 R$7.142,00
1  0,3
Taxa de juros

Taxa de juros é o que se ganha pela aplicação de recursos durante
determinado período de tempo, ou alternativamente, aquilo que se paga pela
obtenção de recursos de terceiros durante determinado período de tempo.
Determinação da taxa de juros

Teoria do fundos emprestáveis

De acordo com teoria de fundos emprestáveis o que determina é
a oferta e a demanda
Taxa de juros


Principais taxas de juros são:

Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custodia)

TR (Taxa Referencial de Juros)

TBF (Taxa Básica de Financiamento)

TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo)
Estrutura de taxa de juros e sistema financeiro são os instrumentos que
as instituições usam para garantir ao máximo que recebam seu dinheiro de volta.

Taxa de Juros Real

Taxa de Juros Real corresponde a taxa de juros nominal recebida,
descontada a perda de valor da moeda, ou seja, a inflação do período.

Taxa de Juros Nominal

Ganho monetário que se obtém em
determinado aplicação
financeira, ou o custo monetário de determinado empréstimo.

Indexação: Mecanismos de proteção dos valores monetários (contratos
nominais) das perdas decorrentes da inflação.

Correção monetária: Correção dos valores nominais por dado índice de
preços de modo a compensar a perda de valor da moeda corrente da inflação.

Operações Prefixadas: em que a taxa nominal de juros é dada e a taxa
real só conhece ex post, uma vez verificada a inflação do período.
168

Operações Pós-Fixadas: em que se define a taxa de juros real ex ante e
acrescenta-se a correção monetária para determinar a taxa nominal de juros que
só é conhecida ex post
Velocidade da Moeda

A velocidade da moeda refere-se à velocidade com que a moeda passa
de carteira em carteira em uma economia.
V = (P x Y) ¸ M
Onde
V = velocidade da moeda
P = Nível de preços
Y = quantidade de produção (renda)
M = quantidade de moeda
Reescrevendo nós obtemos a equação das trocas:
MxV=PxY

A equação das trocas relaciona a quantidade de moeda em uma economia
(M) com o valor nominal da produção (P x Y)

equação das trocas mostra que um aumento da quantidade de moeda em
uma economia deverá:

O nível de preços sobe, ou

A produção cresce, ou

A velocidade da moeda diminui
169
Teoria Quantitativa da Moeda

A velocidade da moeda é relativamente estável no longo prazo

Um mudança proporcional no valor nominal da produção relaciona-se
com mudanças na quantidade do moeda pelo banco central

Como a moeda é neutra, a moeda não afeta a produção

Mudanças na oferta de moeda que induzem mudanças no valor nominal
da produção também reflete na alteração do nível de preços

Quando o banco central aumenta rapidamente a oferta de moeda, o
resultado é o aumento da inflação

3.2 Evolução histórica

Brasil Colonial

Brasil Imperial

Brasil Republicano
Brasil Colonial

Principais marcos do período colonial:


A Carta
Pero Vaz de Caminha: primeiro documento oficial sobre o Brasil

Expedições de Martim Afonso – 1530

expedições exploradoras

poderes para nomear funcionários e doar terras de sesmaria


Colonização
interesse de franceses, holandeses e ingleses leva Portugal a iniciar a
colonização

Principais marcos do período colonial:

Capitanias Hereditárias – 1534/1759

primeiro sistema administrativo implantado no Brasil

regime baseado no patrimonialismo da Coroa

estrutura política e administrativa era permeada por distribuição
de cargos devido a critérios de afeição e troca de favores
170
Principais marcos do período colonial:

Capitanias Hereditárias – 1534/1759

era uma concessão de exploração de serviços concedida a
particulares

direitos régios, justiça, distribuição de terras, arrecadação de dízimos e
fundação de povoações

o regime fracassou

apenas Pernambuco e São Vicente prosperaram

MAS, dificultou o estabelecimento de estrangeiros na colônia
Principais marcos do período colonial:

Capitanias Hereditárias – 1534/1759
171

Governo Geral 1548/1759

objetivos:

apoiar melhor e com mais segurança as capitanias

centralizou o poder, mas não terminou com as capitanias

criação dos cargos de ouvidor geral, provedor mor da fazenda e
capitão mor da costa

regime patrimonialista e com centro decisório em Portugal

traços da época até hoje existentes na AP brasileira:
 presença dominante do Estado
 elite econômica associada e dependente do Estado
 proteção contra concorrência
 controle administrativo dos preços
 limite artificial da oferta
 vantagens e subsídios na compra de matéria prima
 estes aspectos geraram um “capitalismo protegido”: privatista na
propriedade e semi-estatal na gestão

Vice-reinado

em 1574 o Brasil foi dividido em 2 vice-reinos

1580 – União Ibérica

não havia preocupação em divisa de terras
172

1581 – governo do Brasil unificado em Salvador

1640 – fim da União Ibérica

1640 a 1718 – título de vice-rei usado apenas por governadores
de alta fidalguia
 após 1720 passou a ser utilizado por todos

Administração do Marquês de Pombal secretário de estado do rei
D. José I, de Portugal
 novo impulso administrativo e comercial à colônia:
 transferência da capital para o Rio de Janeiro (proximidade das
minas e dos conflitos de fronteira do sul)
 criação do subsídio literário (imposto para as aulas régias)
 autorização do casamento com indígenas
 favorecimento das indústrias de origem agrícola (anil, cochonilha
e laticínios)
 impulso á construção naval
 expulsão dos jesuítas de Portugal e províncias
 extinção das Capitanias Hereditárias (transformadas em capitanias
gerais)
 criação das Juntas de Justiça nas comarcas (sede das capitanias),
impulsionando o crescimento de vilas
Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal

Transferência da Família Real Portuguesa – 1808

fugindo das tropas de Napoleão

1808 a 1821- heranças deixadas:

burocracia, patrimonialismo, distribuição de cargos e
centralização do poder
173

Política Interna

elevação do Brasil a Reino Unido e sede da Coroa

abertura dos portos brasileiros

aumento de arrecadação, revogação do monopólio,
desenvolvimento da agricultura e comércio, acordos comerciais
internacionais

instalação de serviços públicos


criação do Banco do Brasil e de ministérios
remuneração
dos
servidores
públicos
(diferenciada
dos
portugueses)

Política Externa

declaração de guerra à França


anexação da Guiana Francesa (restituída em 1817)
subordinação às orientações administrativas e econômicas
inglesas

recebimento de diplomatas estrangeiros no Brasil

assinatura de tratados de paz


assinatura de tratados de navegação


restituição da Guiana Francesa
fim do tráfico de escravos
Retorno da Família Real para Portugal - 1821

derrota de Napoleão em 1817


volta da estabilidade política na Europa
D. Pedro permanece como regente

Brasil mantém sua estrutura política

passa a ter deputados na Corte de Lisboa

portugueses tentam retomar o pacto colonial

o Brasil declara-se independente em 1822
Brasil Imperial

Primeiro reinado – 1822/1831

Dom Pedro I

monarquia com aspecto democrata
174

apesar do patrimonialismo, alguns anseios populares eram
acatados

vilas são promovidas a cidades



maior importância política e administrativa
1824 – primeira Constituição

inspirada nas constituições francesa e estadunidense

Poder Executivo fortemente centralizado
1824 – primeira Constituição

fiscalização permanente do Imperador – Poder Moderador

devia velar pela harmonia entre os poderes

Senado vitalício – indicado pelo Imperador

Câmara de Deputados eleita a cada 4 anos

podia ser dissolvida pelo imperador
Dom Pedro I

Primeiro reinado – 1822/1831


período marcado por:

guerras internas e externas

insolvência do Banco do Brasil

crescimento da dívida pública

tratados de comércio com França e Inglaterra

criação dos Conselhos Gerais das Províncias

criação do Supremo Tribunal de Justiça
necessidade de assumir o trono português, pacificar revolução em
Portugal e os conflitos internos no Brasil:
175

levaram à abdicação em favor de Pedro II, que no tempo
não tinha a maioridade

Segundo reinado – 1831/1889

Fase das Regências – 1831/1840

Regência Trina Provisória

Regência Trina Permanente 1831/1835

Ato Adicional à Constituição – 1834


experiência de república e de sistema parlamentarista

Assembléias Legislativas Provinciais

regência una, eleita pelo voto popular

limitação do Poder Moderador para o regente
Fase da Antecipação da Maioridade – 1840/1850

decretada em 1840

visou combater as revoltas

enfatizou o parlamentarismo com forma de governo
Dom Pedro II

Fase da Prosperidade – 1871/1889

o Grande Gabinete - Visconde do Rio Branco

Lei do Ventre Livre

reforma de pessoal e serviço dos Correios

normas para promoção dos militares

novo quadro de pessoal dos empregados do
Tesouro e da Fazenda

primeiro recenseamento geral da população

escolas públicas primárias na Corte

tratados com o Paraguai
176

imigração de estrangeiros

naturalização de estrangeiros
Brasil Republicano

Primeira República – 1889/1930


Constituição de 1891

República representativa federativa

retorno aos três poderes

reorganização dos serviços da administração federal
Segunda República (Era Vargas) – 1930/1945

período do Estado Burocrático

Carta de 1934

Estado Novo – 1937

consolidação de normas trabalhistas

reforma do ensino médio e superior

criação de novos territórios

reforma jurídica
Getúlio Vargas

Terceira República – 1945/1964


grande impulso econômico

plano rodoviário

redemocratização dos três poderes

construção da Usina Siderúrgica Nacional

aproveitamento hidrelétrico

lei de financiamento de serviços públicos municipais
Grande impulso econômico

plano rodoviário
177


redemocratização dos três poderes

construção da Usina Siderúrgica Nacional

aproveitamento hidrelétrico

lei de financiamento de serviços públicos municipais
Governo Juscelino Kubitscheck

plano de metas para energia, transporte, educação,
indústria, etc

crescimento da produção industrial

construção de Brasília

normas e contratação do servidor público, contagem de
tempo de serviço, plano de assistência e plano de classificação de
cargos

imposto único de combustíveis e lubrificantes líquidos
Juscelino Kubitsheck

Quarta República – 1964/1985

Estado autoritário-burocrático

eleição indireta e 5 presidentes militares

criação do Banco Central

correção monetária

normas sobre participação dos municípios nas cotas dos tributos
da União

criação do Conselho Interministerial de Preços

criação das empresas Nacionais de Turismo, Telecomunicações e
Aeronáutica

programa estratégico de desenvolvimento – orçamento plurianual
de investimentos
178


Quinta República – 1985/...

Estado gerencial

retorno às eleições diretas

administrações com foco neoliberal

privatizações
José Sarney tornou-se presidente após o adoecimento e posterior morte
de Tancredo Neves, entre março e abril de 1985. Sarney foi eleito vicepresidente da República na chapa de Tancredo Neves por eleição indireta,
superando o candidato Paulo Maluf.

Seu mandato se caracterizou pela consolidação da democracia brasileira,
mas também por uma grave crise econômica, que evoluiu para um quadro de
hiperinflação histórica e moratória.

O Plano Cruzado

Na área econômica, o governo Sarney adotou uma política considerada
bastante heterodoxa. Entre as medidas de maior destaque estão o Plano Cruzado,
em 1986: congelamento geral de preços por 12 meses, e a adoção do "gatilho
salarial" (reajuste automático de salários sempre que a inflação atingia ou
ultrapassava os 20%).

O Plano Cruzado a princípio teve efeito na contenção dos preços e no
aumento do poder aquisitivo da população. Milhares de consumidores passaram
a fiscalizar os preços no comércio e a denunciar as remarcações, ficando
conhecidos como "fiscais do Sarney“.

No decorrer do ano o Cruzado foi perdendo sua eficiência, com uma
grave crise de abastecimento, a cobrança de ágio disseminada entre fornecedores
e a volta da inflação. O governo manteve o congelamento até as eleições
estaduais de 1986, tentando obter os maiores dividendos políticos possíveis do
plano.
José Sarney
179

Fernando Affonso Collor de Mello, conhecido simplesmente como
Fernando Collor, (Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1949) é um empresário e
político brasileiro, atualmente filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro. Foi o
primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após o Regime Militar,
em 1989, pelo período de 1990 e 1992.

O governo foi marcado pela implementação do Plano Collor, pela
abertura do mercado nacional às importações e pelo início do Programa
Nacional de Desestatização. Renunciou ao cargo em razão de um processo de
impeachment fundamentado em acusações de corrupção.

Teve seus direitos cassados por oito anos, e só seria eleito para cargo
público novamente em 2006, tomando posse como senador por Alagoas em
2007.
Fernando Collor
Itamar Franco

Em 1992, Collor foi acusado de corrupção e sofreu um processo de
impeachment pelo Congresso Nacional e se licencia do governo.

Itamar assume, interinamente a presidência em 2 de outubro de 1992,
sendo formalmente aclamado presidente em 27 de dezembro de 1992, quando
Collor renunciou à presidência.

O Brasil estava no meio de uma grave crise econômica, tendo a inflação
chegado a 1100% em 1992, e alcançado quase 6000% no ano seguinte. Itamar
trocou de ministros da economia várias vezes, até que Fernando Henrique
Cardoso assumisse o Ministério da Fazenda.

Em fevereiro de 1994, o governo Itamar lançou o Plano Real, elaborado
pelo Ministério da Fazenda a partir de idealização do economista Edmar Bacha,
que estabilizou a economia e acabou com a crise hiperinflacionária. Beneficiado
pelo sucesso do plano, Fernando Henrique Cardoso passou a ser o candidato
oficial à sucessão de Itamar, e foi eleito presidente em outubro de 1994,
assumindo a presidência em 1 de janeiro de 1995.
180
Itamar Franco

Fernando Henrique Cardoso (Rio de Janeiro, 18 de junho de 1931) é
um sociólogo, professor universitário e político brasileiro. Foi presidente do
Brasil por dois mandatos consecutivos, de 1° de janeiro de 1995 a 31 de
dezembro de 2002. É co-fundador e, desde 2001, presidente de honra do PSDB
(Partido da Social Democracia Brasileira).

No primeiro mandato FHC conseguiu a aprovação de uma emenda
constitucional que criou a reeleição para os cargos eletivos do Executivo, sendo
o primeiro presidente brasileiro a ser reeleito. Em seu governo houve diversas
denúncias de corrupção, dentre as quais merecem destaque as acusações de
compra de parlamentares para aprovação da reeleição e de favorecimento de
alguns grupos financeiros no processo de privatização de empresas estatais.
Fernando Henrique Cardoso

Luiz Inácio Lula da Silva é um político brasileiro e foi presidente da
República Federativa do Brasil, por dois mandatos consecutivos, de 1° de
janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2010

A gestão é caracterizada por um governo de continuidade da estabilidade
econômica da administração de Fernando Henrique, e uma balança comercial
crescentemente superavitária. Em seu governo, a dívida interna passou de 731
bilhões de reais (em 2002) para um trilhão e cem bilhões de reais em dezembro
de 2006, diminuindo, todavia a proporção da dívida sobre Produto Interno Bruto
com relação à década de 1990.
181

Concomitantemente, a dívida externa teve uma queda de 168 bilhões de
reais, fruto principalmente da valorização do Real frente ao dólar e das
volumosas compras de dólares realizadas pelo Banco Central, utilizadas em
parte para recomprar a dívida (a exemplo do que foi feito com o C-Bond).
Também é marcada por manter o corte de investimentos públicos, a exemplo da
gestão anterior.

Durante o governo Lula houve incremento na geração de empregos.
Segundo o IBGE, de 2003 a 2006 a taxa de desemprego caiu e o número de
pessoas contratadas com carteira assinada (mais 985 mil) cresceu, enquanto o
total de empregos sem carteira assinada diminuiu 3,1%. Já o total de pessoas
ocupadas cresceu 8,6% no período de 2003 a 2006.
Luiz Inácio Lula da Silva

Dilma Rousseff, é uma economista e política brasileira e é presidente da
República Federativa do Brasil desde 1° de janeiro de 2011
Dilma Rousseff
3.3 Inflação

Conceito: processo de alta generalizada dos
em determinado

preços de uma economia,
período, com redução do poder de compra.
John Law (1716): criou bancos com emissão de moeda sem lastro:
182

inflação desenfreada;

quebra do sistema bancário; e

perda de confiança na moeda e no crédito.
Tipos de inflação

Inflação rastejante: até 10% ao ano

“lubrifica” a economia (estimula)

Inflação alta: acima de 20% ao ano

Hiperinflação: acima de 50% ao mês

Alemanha: jan. 1923: US$ 1/18 mil marcos

nov. 1923: US$1/4,2 trilhões de marcos
Distorções do processo inflacionário

Mudança dos preços relativos (bens e fatores)

Afeta as relações de troca

Afeta a distribuição de renda

Déficit da balança comercial

Afeta a realocação de fatores

Interfere na formação das expectativas

(Incerteza e riscos)
Indicadores de inflação

IGP-DI: Índice Geral de Preços Disp interna

Calculado pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.
Compreende a média ponderada do IPA (peso 6), IPC-RJ (peso 3) e
INCC (peso 1). Calculado pela FGV-RJ entre 1 a 30 de cada mês. Exclui
a variação de preços dos produtos exportados.


Correção de valores nos contratos em geral.
IGP-M: Índice Geral dos Preços do Mercado

Calculado pela FGV-RJ. Composto por: IPA (60%), IPC (30%) e
INCC (10%). Coleta: 21 do mês anterior e 20 do mês corrente.
Divulgação: dia 30. É um dos índices mais utilizados no Brasil.
183

Correções de títulos do Tesouro Nacional e Depósitos Bancários
com renda pós fixadas acima de um ano. Contratos de aluguel e reajuste
de tarifas de energia elétrica.

IPA: Índice de preços por atacado

Calculado pela FGV-RJ. Média ponderada da variação dos
preços por atacado de bens duráveis e não duráveis de consumo; bens de
produção (matérias-primas, veículos, máquinas e equipamentos);
produtos agrícolas; produtos da indústria de transformação.


Determinação das planilhas de custos das firmas
INPC: Índice Nacional Preços ao Consumidor

Calculado pelo IBGE entre 01 e 30 de cada mês (famílias das
Reg Metrop c/rendas entre 1 e 8 SM). Ponderação: SP, 28,46%; RJ,
12,52%; Belo Horizonte, 11,36%; Salvador, 9,10%; Porto Alegre,
7,83%; Recife, 7,10%; Brasília, 6,92%; Fortaleza, 5,61%; Belém, 4,20%.

Orientar os reajustes de salários dos trabalhadores dos setores
público e privado.

IPCA: Índice de Preços Consumidor Ampliado.

Calculado pelo IBGE nas mesmas áreas do INPC, mas as
famílias pesquisadas são as com rendas entre um e quarenta salários
mínimos.

Corrigir as demonstrações financeiras das companhias abertas e
servir de referência para o estabelecimento de metas de inflação do BCB.

INCC: Índice Nacional do Custo da Construção

Calculado pela FGV-RJ. Mede a variação mensal de preços de
um conjunto de produtos e serviços residenciais (como mão-de-obra),
obras públicas de engenharia civil e infra-estrutura em 18 dos principais
municípios do País.

Planilhas de custos do setor de construção civil.
184
Valores nominais e valores reais

Valores nominais: são os apresentados a preços correntes (preços do
período em que os bens foram produzidos).

Ex. Uma dívida de R$ 1.000 em 1995 quanto vale hoje? R$ 1.000
comprava mais coisas em 1995 do que hoje. O dinheiro se desvalorizou. É
185
preciso acrescentar a inflação do período. Se ela foi 30%, então a dívida será R$
1.300.

Valores reais: transformado a preços do período.
Taxa de Juros Nominal = Taxa de Juros Real + Inflação
Causas da inflação
186

Inflação de demanda

Pressões de YD : C, I, G

C depende da renda, juros, disponib. Crédito;

Teoria quantitativa da moeda: M.V = P.Q

Monetaristas: controle de M e juros;

Fiscalistas: Redução dos gastos públicos G e
aumento dos impostos T

Inflação de custos:

Repasse aos preços do aumento de salários e de outros insumos
(energia, matérias-primas, serviços, peças de reposição, impostos ...);

Inflação salarial: YS = f(w/p) ... Lucros ↑ ou ↓;

Inflação de lucros: poder de mercado: grau de
oligopólio, inelasticidade preço do bem ...


Espiral inflacionária salário-preço

Controle de preços e salários pelo Governo
Se o diagnóstico for inflação de demanda:

Política monetária:
1.
redução meios pagamen. (Dep. compuls; Oper merc abert;
Redesconto);


2.
Elevação das taxas de juros (C↓e Inv↓);
3.
Compressão do Crédito (idem).
Política fiscal:
1.
Corte dos gastos públicos;
2.
elevação de impostos.
Se o diagnóstico for inflação de custos:

As Políticas monetárias e fiscais são ineficazes

Inflação resulta: poder de barganha sindicatos ou do poder de
mercado das firmas

Curva de Philipps: conflito entre inflação e desemprego:
1.
Corte de G: inflação↓, mas desemprego ↑
2.
Aumento G: desemprego↓, mas inflação ↑
Hiper-Inflação e Imposto Inflacionário

É a inflação maior que 50% em um único mês
187

Na maioria dos países é causada quando o governo imprime muita
moeda para pagar o seus gastos
188

Quando o governo aumenta a sua receita através da impressão de moeda,
é dito que ele impôs um imposto inflacionário sobre a economia.

A inflação só termina quando o governo institui reformas fiscais, como o
corte de gastos.
Inflação e desenvolvimento

Inflação provocada p/Governo na tentativa de aumentar a taxa de
crescimento

Poupança forçada: w/p ↑ o Inv ↑ e taxa cresc ↑

Inflação e ciclo econômico:

Fase ascendente: Credito ↑ Inv ↑ cresc c/P ↑

Recessão: P ↓ e Q ↓ desemprego aumenta

justifica-se o aumento dos gastos públicos
Estruturalistas e a inflação

Estrangulamentos da oferta causam inflação:

Estradas, portos, hidrelétricas, indust básicas, mão-de-obra
especializada: gastos G↑ e P↑


Principais estrangulamentos da economia:

Oferta inelástica alimentos: custo vida↑ e P↑

Escassez de divisas: Import↓ e P↑

Restrição orçamentária: emissão, MP↑ e P↑

Poup insuficiente: Inv
excessos demanda ↑
Principais estrangulamentos da economia:

Escassez de mão-de-obra especializada e sindicatos fortes:
salários tendem ↑ e P↑



efeito-demonstração do consumo

espiral inflacionária salários-custos: P↑
Inflação importada: P imp ↑ e P↑
(Não acreditam nas teorias monetaristas de combate à inflação; não
acreditam na teoria quantitativa da moeda).
Políticas de combate à inflação no BR
189

Tratamento de choque: a inflação caiu de 100% em 1964 p/34,5%
em1965 e 20% 1969;

Políticas gradualistas (inflação mais baixa);

Hiperinflação: 2.489% 1990 (INPC);

Planos econômicos com baixas taxas de crescimento do PIB: 1% a.a.
1991 e -0,5% 1992;

4.9% 1993, 5,9% 1994 e 2,7% 1995 e menos;

Combate à inflação reduz o crescimento econ.
Choques de oferta e os Planos

Choques do petróleo 1973 e 1979;

II PND 1974-1978 a inflação subiu mais (Substit imp aço, metais não
ferrosos e energia);

Inflação: 110% (1980) p/235% em 1985;

Correção monetária: alimentava a inflação;

Inflação inercial: repetição da inflação passada em razão da correção
monetária de ativos e contrato.
Planos heterodoxos

Plano Cruzado (1986): congelamento de preços e salários: pressão de
custos e inflação de demanda (w↑ e G↑); desabastecimento, ágios e maquiagem
de produtos;

Plano Bresser, Plano Verão (1987 a 1989);

Plano Collor I e II (confisco da poupança): G ↑

Síntese: Congelamento não deu certo pela ausência de políticas de
austeridade (monetárias e fiscais).
Plano Real

URV: Unidade Referencial de Valor: Os preços passaram a flutuar em
torno desse índice (acomodação dos preços relativos);

Conversão dos preços em reais após 4 meses;

Proibida a indexação de preços e salários;

Inflação: 1.094% (1994) p/ 1,7% a.a. (1998);

Âncora cambial: US$ 1/R$ 1 (bandas);
190

Déficits bal comerc ↑, mas K exter ↑ (juros ↑).
Regime de “Metas para a Inflação”

Início junho 1999: 20% para 9,8% em 2000;

Fixa-se a taxa de inflação desejada, com juros altos (contenção do
consumo): aumenta o afluxo de capital externo (dólares);

Critérios para definir a taxa interna de juros:
iN = i* + DtCe + RP
... Taxa de juros SELIC
iR = iN – IPCA = 15,24% – 4,23% = 11,02%
(IGPA últimos 12 meses; meta: 4,25% a.a., +-2%)
RANKING DOS JUROS REAIS (16/9/05)
1. Brasil: 11,6%;
2. Turquia: 9,0%;
3. China: 6,4%;
4. Hungria: 6,0%;
5. México: 5,4%;
6. Polônia: 4,8%;
7. África Sul: 3,5%;
8. Índia: 3,5%;
9. Austrália: 3,1%;
10. Israel: 2,6%;
França: 0,5%; Japão e Canadá: 0,4% a.a.
EUA: 0%
taxas negativas: Portugal: - 0,6%; Argentina: - 6%.
Relação Entre Moeda, Inflação e Taxa de Juros

No longo prazo, uma mudança no crescimento da moeda não deve afetar
a taxa de juros real, dessa forma, a taxa de juros niominal da economia deve ter
uma relação de um para um com a inflação

Quando o banco central aumenta a taxa de crescimento da moeda, o
resultado é tanto o aumento da inflação como o aumento da taxa de juros
nominal da economia. É o chamado Efeito Fisher.
191
A Falácia da Inflação

Falácia: “A inflação reduz a renda e diminui o padrão de vida dos
indivíduos”;

Fato: “O preço inflacionado de um indivíduo, é a receita inflacionada de
outro indivíduo”. A não ser que as receitas sejam fixadas em termos nominais,
os preços mais altos pagos por consumidores é exatamente contra-balançado
com o aumento de receita pelos vendedores .
Os Custos da Inflação


Existem pelo menos seis custos provenientes da inflação:

Sola de Sapato;

Menu;

Aumento da variabilidade dos preços relativos;

Aumento de imposto;

Confusão e inconveniência;

Redistribuição arbitrária de riqueza.
Sola de Sapato

A inflação reduz o valor real da moeda, dessa forma os
indivíduos tentarão minimizar a quantidade de moeda em seu poder.
Com isso os indivíduos têm que ir mais vezes aos bancos para aplicar a
sua renda em fundos de investimento.

Idas mais vezes aos bancos, reduzem a quantidade de tempo
disponível para atividades produtivas.
192

Menu

Em tempos inflacionários é necessário estar sempre atualizando
as listas de preços.

Esse é um processo que consome muitos recursos, tirando esses
recursos de atividades produtivas .

Aumento da variabilidade dos preços relativos

Em tempos de inflação, apesar dos preços estarem sempre
subindo, há uma demora, curta é verdade, entre os aumentos; nesse
período outros preços da economia estarão subindo tornando impossível
a comparação dos preços relativos.

Aumento de imposto

Com a inflação, salários eventualmente reajustados são tratados,
muitas vezes, como ganho real. Conseqüentemente com a taxação
progressiva, salários nominais maiores pagarão mais imposto.

Confusão e inconveniência

Com inflação é necessário estar sempre fazendo ajustes e
correções para podermos comparar custos, receitas e lucro real.

O tempo gasto fazendo esses ajustes poderia ser gastos
produzindo mais bens e serviços.

Redistribuição arbitrária de riqueza

Com inflação incorretamente prevista ou completamente
imprevista, riqueza é redistribuída entre credores e devedores
monetários. Essa redistribuição pode ser considerada inaceitável sob
outras circunstâncias.
UNIDADE IV – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
4.1 Conceitos e indicadores do desenvolvimento

Crescimento e a riqueza das nações – objeto da economia desde sua
origem;

Preocupação dos clássicos: Smith, Ricardo, Marx, Schumpeter, Escola
CEPAL (Celso Furtado): aumento da produtividade, crescimento, riqueza e
acumulação --- “bem estar”.
193

Desenvolvimento econômico – disciplina específica pós 2ª Grande
Guerra

Contexto reconstrução;

Descolonização e novos Estados Nacionais;

Planejamento econômico (guerra, reconstrução-Plano Marshall e
URSS – planejamento centralizado x mercado).

1ª questão – o que é desenvolvimento?

2 ª questão – como medir

Questões complexas, embora idéia intuitiva de desenvolvimento

Riqueza material – renda per capita.

Distribuição da Riqueza (desigualdade).

Desenvolvimento social, cultural, etc .

Valores (liberdade, justiça, etc.).
Definição:

“Crescimento econômico é um crescimento contínuo da renda total e per
capita ao longo do tempo.”
Pinho e Vasconcellos (2006, p. 366)

“Desenvolvimento econômico faz “parte da teoria econômica dedicada
ao estudo da melhoria do padrão de vida da coletividade ao longo do tempo.
Analisa o progresso tecnológico, estratégias de crescimento, entre outros
assuntos.
Pinho e Vasconcellos (2006, p. 368)

ou com outros palavras:

Crescimento Econômico: Ampliação do valor do Produto Interno
Bruto, passível de medição pelas Contas Nacionais;

Desenvolvimento Econômico: Elevação da Qualidade de Vida da
população e redução das diferenças econômicas e sociais entre seus
membros.

Crescimento Econômico: Evolução positiva do PIB, ou da Renda
Nacional, ou da Demanda Final do sistema econômico de um país.

Desenvolvimento Econômico: Transformação Estrutural da Economia
de um país por mudanças na estrutura técnica, nas relações entre setores
econômicos, na capacitação da PEA (População Economicamente Ativa).
194

Subdesenvolvimento: Situação caracterizada por elementos econômicos e
sociais que compõem uma “estrutura econômica social”

Desenvolvimento: Processo de mudança permanente nos elementos
econômicos e sociais que caracterizam um “sistema econômico”
Transição do Subdesenvolvimento para o Desenvolvimento

Não depende apenas da passagem do tempo – exige políticas específicas;

Não depende apenas do Mercado;

Implica em transformações nas relações de produção, sob a perspectiva
técnica e sob a perspectiva da organização social.
Permanência das Economias Subdesenvolvidas

Gênese e desenvolvimento do modo de produção capitalista criam
“economias centrais” e “economias periféricas” e permite a reprodução
sofisticada do Subdesenvolvimento:
1.
Elites Políticas beneficiadas pelo modelo
2.
Modelo de Transformações Econômicas baseado na Substituição de
Importações:

Fase 1: Produção de Bens de Consumo Não Durável (importa-se
bens duráveis e demais)

Fase 2: Produção de Bens de Consumo Não Duráveis e Duráveis
(importa-se máquinas e insumos)

Fase 3: Produção de Bens de Consumo e de Bens de Capital, as
“máquinas de fazer máquinas” (importa-se tecnologia).
3.
4.
Organização Social excludente:

Educação não universal

Necessidades Básicas não satisfeitas

Evolução Demográfica (como tratá-la?)
Organização Política imatura:

Partidos Políticos “indefinidos ideologicamente”

Organizações da Sociedade Civil frágeis, Sindicatos
excessivamente dependentes do Poder do Estado
O “Círculo Vicioso”: Nações Desenvolvidas-Nações subdesenvolvidas
195

As Nações Desenvolvidas criam Nações Subdesenvolvidas?

Colonialismo

Imperialismo como Etapa Superior do Capitalismo

As Nações Independentes (por ex: Inglaterra x EUA, Inglaterra x
Canadá, Portugal x Brasil e, ainda, o Japão)

As Nações Subdesenvolvidas são essenciais às Nações Desenvolvidas?

Argumentos x História:

A acumulação dos países centrais depende dos ganhos na
periferia, é fato?

A autonomia da periferia inviabiliza o funcionamento do Centro,
é fato?
A Constituição de um Sistema Econômico (de um país capitalista)
1.
A Organização de um Mercado Interno

Fortalecimento da Divisão Social do Trabalho

Fortalecimento da Divisão Técnica do Trabalho

Constituição de uma classe de Trabalhadores Assalariados
2.
A Utilização adequada dos Fatores de Produção

Ações políticas através dos órgãos e planos plurianuais

Causas: atividade econômica



aumento de capital

melhoria bem estar econômico

acumulação de conhecimento
Objetivos do desenvolvimento:

Elevação padrão de vida

Bem estar social

Crescimento econômico social

Estabilidade econômico-politico-administrativa
Etapas:

1ª - sociedade tradicional: economia não evolui, não cresce

2ª - pré condições arranco: primeiros passos, infra estrutura

3ª - arranco (take off): industrialização intensa, comex, associativismo

4ª - maturidade: produz e consome em massa

5ª - consumo em massa: bem estar social, tecnologia
196
Fatores de Produção



Recursos Naturais

Características Naturais

Recursos do Solo e do Subsolo
População e Força de Trabalho

Volume Populacional

Densidade e Distribuição Geográfica

Composição por Faixas Etárias

Qualificação
Capital


Capacidade de comandar trabalho, capacidade de Investir
Tecnologia

Apropriação da Natureza

Aumento da Produtividade

Racionalização do uso da Força de Trabalho
Indicadores do Nível de Desenvolvimento
1.
2.
Vitais:

Expectativa de Vida

Mortalidade Infantil

Estrutura Etária

Taxa de Crescimento Populacional
(a) Econômicos (Estruturais)



Força de Trabalho

Qualificação

Contingente Feminino
Recursos Naturais

Nível e Formas de Exploração

Nível de Conhecimento
Capital

Investimento per capita

Desagregação em Infra-estrutura e Capacidade produtiva

Caracterização da Propriedade do Capital
197

Estrutura da Produção

Composição Setorial

Nível Tecnológico / Produtividade

Integração Intersetorial

Integração Internacional

Contribuição Setorial para a Balança de Pagamentos

Estrutura de Distribuição da Renda

Estratificação Salários, Lucros, Impostos
(b) Indicadores Econômicos (Demanda Final Disponível)

Distribuição de Renda per Capita

Bens de Consumo Não Durável e Durável disponíveis (alimentos, têxteis,
eletrodomésticos)

Bens de Investimento (cimento, energia, ferro & aço, equipamentos)

Infra-estrutura Disponível (capacidade de transportes, malha ferroviária e
rodoviária, energia, telecomunicações)

Serviços Sociais disponíveis (educação por nível de qualificação, assistência
médica, serviços culturais...)
3.
Sociais

Estratificação Classes Sociais/Renda

Estratificação Étnica/Renda

Mobilidade Social

Participação Política

Estrutura da Propriedade dos Meios de Produção...
Como medir a “Qualidade de Vida” da População de um país ?

Utilizando variáveis “proxi” como:
1.
PIB per capita
2.
Distribuição do PIB sob as óticas da
1.
Demanda Final
2.
Distribuição da Renda (Índice de GINI)
3.
Linha de Pobreza
4.
Índice de Desenvolvimento Humano IDH (hoje um indicador universal de
qualidade de vida)
5.
IDH municipal – IDHM
198
Posição em
1996
1
2
....
7
8
9
10
País
PNB
PNB per
( US $ bilhões)
capita (US$)
7 433.5
28 020
8
5 149.2
....
906.1
709.6
569.9
563.2
40 940
....
750
4 400
19 020
14 350
2
...
81
31
18
22
Estados
Unidos
Japão
....
China
Brasil
Canadá
Espanha
Posição
Quadro 1 - A proxi PNB per capita
Dúvida: valores em (US$) conseguem comparar a produção de diferentes países ?

Os valores em US $ usam as taxas de cambio oficiais, definidas por
metodologias adotadas pelos países e acordadas com o FMI

Como eliminar diferenças dos preços relativos internos a cada país?
Como criar uma “moeda” que leve em conta os preços internos e facilite a
comparabilidade?

Solução:
o
“US$
PPC
-
paridade
do
poder
de
compra”
(internacionalmente US$ PPP - purchasing power parity)
Corrigindo os valores em (US$)

“O Dólar PPC á calculado por meio de uma taxa de câmbio que leva em
conta as diferenças de preços de mercadorias análogas entre países, permitindo a
comparação das situações reais de capacidade de compra da moeda local com
relação ao dólar americano, e portanto, uma medida mais realista do PIB do país
e da Renda da população” (visão PNUD).

A moeda local, convertida em “dólares ppc”, tem o mesmo poder de
compra de uma cesta de bens e serviços no mercado doméstico, que o poder de
compra em dólares americanos da mesma cesta de bens e serviços no mercado
dos Estados Unidos (visão Banco Mundial).

(Adotado pelo PNUD e pelo Banco Mundial. Em 2001 calculava-se
“dólar ppp - ou ppc, em português” para 118 países – de um total de 220
distintas entidades políticas nacionais.
Cálculo do “Dólar PPP”
199

Taxa de Câmbio Oficial (FMI) Dólar x Real:
1 US$ = 2. 90 R$  100 US$ = 290 R$ (2002)

Cesta de Mercadorias e Serviços “Padrão”: CMSP

Taxa de Câmbio Oficial (FMI) Dólar x Real:
100 US$ = 110 Pesetas
100 US$ = 160 Dólar Canadense
100 US$ = 830 yuan
100 US$ = 125.40 ienes

Cesta de Mercadorias e Serviços “Padrão”: CMSP
Quadro 2 - Comparação US $ x US$ PPC
Valores 2002
US$ oficial
US$ PPC
Fator de Conversão de medidas
em US$ para medidas em US$
PPC
EUA
1.00
1.00
1.00
Japão
125.40
146.20
0.86
….
….
….
….
China
8.30
1.80
4.61
Brasil
2.90
1.00
2.90
Canadá
1.60
1.20
1.33
Espanha
1.10
0.80
1.38
Quadro 3 - Comparação PNB per capita (US $ x US$ PPC)
200
País
Posição em
2002
PNB per capita
(US$)
Posição em
2002
PNB per capita
(US$ PPC)
Estados Unidos
6
35 400
4
35 400
Japão
7
34 010
10
27 380
....
...
....
....
....
China
136
960
125
3 750
Brasil
91
2 830
86
7 450
Canadá
23
22 390
11
28 930
Espanha
40
14 580
36
21 210

A Distribuição do PIB como proxy de estratégias de desenvolvimento
1.
2.
A proxi “Distribuição da Demanda Final”
Distribuição de Renda por Curvas de Lorenz

(Ex.: Renda em uma nação
igualitária)
Estrato
0
I
II
III
IV
V
Variáveis Acumuladas
População (%) Renda (%)
0.0
0.0
20.0
20.0
40.0
40.0
60.0
60.0
80.0
80.0
100.0
100.0
201
Curvas de Lorenz
Distribuição de Renda - Nação A (igualitária)
120.0
Renda (%)
100.0
80.0
60.0
40.0
20.0
0.0
0
02
04
06
08
001
População (%)
Nação A(Igualitária)

Estrato
0
I
II
III
IV
V
Total
(Nação igualitária e nação B)
Variáveis por Estrato
Estrato
População (%) Renda (%)
0.0
0.0
0
20.0
5.0
I
20.0
5.0
II
20.0
15.0
III
20.0
30.0
IV
20.0
45.0
V
100.0
100.0
Variáveis Acumuladas
População (%) Renda (%)
0.0
0.0
20.0
5.0
40.0
10.0
60.0
25.0
80.0
55.0
100.0
100.0
202
2.
Curvas de Lorenz e Cálculo do Índice de Gini
3.
Índice de Gini (Nação Igualitária e Brasil, em 1996)
Estrato
0
I
II
III
IV
V
Total
Variáveis por Estrato
Estrato
População (%) Renda (%)
0.0
0.0
0
20.0
2.5
I
20.0
5.7
II
20.0
10.1
III
20.0
18.5
IV
20.0
63.2
V
100.0
100.0
Variáveis Acumuladas
População (%) Renda (%)
0.0
0.0
20.0
2.5
40.0
8.2
60.0
18.3
80.0
36.8
100.0
100.0
Curvas de Lorenz
Distribuição de Renda - Nação A (igualitária) x Nação B
120.0
Renda (%)
100.0
80.0
60.0
40.0
20.0
0.0
0
02
04
06
08
001
População (%)
Nação A(Igualitária)

Nação B
GBrasil = 0, 605; G max = 1.0 ; G min. = 0.0
203
Quadro 5 - Linha de Pobreza
4.
Metodologia para Cálculo do IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano resulta da combinação de três dimensões:
1. Longevidade (medida pela esperança de vida ao nascer)
2. Educação (medida pela combinação da taxa de alfabetização de adultos, com peso 2/3,
e da taxa combinada de matrícula nos três níveis de ensino, com peso 1/3)
3. Renda (medida pelo PIB per capita, expresso em dólares PPC, ou paridade do poder de
compra).

Para que os indicadores possam ser combinados em um índice único, eles são
transformados em índices parciais, cujos valores variam entre 0 e 1. A fórmula geral para a
construção desses índices é:

Note-se que os valores limites (pior/mínimo e melhor/máximo) não coincidem com o
pior e o melhor valores da amostra observada; são parâmetros relativamente estáveis,
definidos pelo PNUD, e permitem as comparações entre regiões e entre países.

Índice de Longevidade

O Índice de Longevidade (ILj) do país j, cuja esperança de vida
ao nascer é Vj, é obtido através da aplicação direta da fórmula geral
descrita antes, ou seja:
204

Para a aplicação da fórmula básica, adota-se como pior e melhor
valores para a esperança de vida, respectivamente, 25 e 85 anos.

Índice de Educação

Para obter o Índice de Educação (IEj) do país, cuja taxa de
alfabetização de adultos é Aj e cuja taxa combinada de matrícula é Mj
(três níveis, de 7 a 22 anos), primeiro transformamos as duas variáveis
em índices usando a fórmula geral anterior, utilizando 0% e 100% como
os valores limites:


e combinamos os dois índices, com os pesos de 2/3 e de 1/3:
Índice de Renda

A construção do Índice de Renda (IRi) do país j, cujo PIB per
capita é conhecido, é um pouco mais complexa, e parte da hipótese de
que a contribuição da renda para o desenvolvimento humano apresenta
rendimentos decrescentes. Essa hipótese é incorporada ao cálculo do
IDH através da função logarítmica:

O maior valor é $40.000 PPC e o pior, $100 PPC. Todos os
valores são em dólar Paridade Poder de Compra, para garantir
comparabilidade entre países, sendo que o valor da taxa de dólar PPC é
dado pelo Banco Mundial.
205

Índice De Desenvolvimento Humano

O IDH do país j, cujos índices de longevidade, educação e renda
são, respectivamente, ILj, IEj e IRj é a média aritmética simples dos três
índices:

O IDH varia entre os valores 0 e 1, sendo que quanto mais
próximo de 1 mais alto será o nível de desenvolvimento humano do país.
Para classificar os países em três grandes categorias o PNUD estabeleceu
as seguintes faixas:

0 < IDH < 0,5

0,5 ≤ IDH < 0,8

0,8 ≤ IDH < 1
Baixo Desenvolvimento Humano
Médio Desenvolvimento Humano
Alto Desenvolvimento Humano
4.2 Fatores do desenvolvimento
História:

Anos 50: Industrialização

Anos 60: Reformas

Anos 70: Estilos (e discussão sobre endividamento versus
fortalecimento exportador)

Anos 80: Crise da dívida/ ajuste/estabilização

Anos 90: Transformação produtiva com equidade
ANOS 50: Industrialização Teoria estruturalista inaugural

Caracterização das economias “periféricas” por contraste às “centrais”:

Baixa diversidade produtiva (complementaridade intersetorial e
integração vertical reduzidas) e especialização em bens primários;

Forte heterogeneidade tecnológica e oferta ilimitada de mão-de-
obra com renda próxima à subsistência;
206

Estrutura institucional (Estado, estrutura fundiária latifundiários e
empresarial, etc.) pouco vocacionados para o investimento e o progresso
técnico

Análise das relações “centro-periferia”, com base nesse contraste

Implicações: a industrialização é a forma de superar a pobreza e de
reverter a distância crescente entre a periferia e o centro, mas é problemática:

Baixa diversidade → necessidade de investimentos simultâneos em
muitos setores - processo é muito exigente em matéria de poupança e de divisas

Especialização em bens primários → a capacidade de geração de divisas
é limitada, e a pressão por divisas é elevada

Heterogeneidade tecnológica → a produtividade média é baixa e é
pequeno o excedente como proporção da renda

Atraso institucional → desperdício de parte do excedente através de
investimentos improdutivos e de consumo supérfluo, baixo estímulo ao
investimento e ao progresso técnico, etc.
Anos 60: reformas


Fatos estilizados, fins dos 50/início dos 60:

Estrangulamento externo/inflação

Urbanização/ crescente miséria urbana

Revolução cubana/Aliança para o Progresso
Diagnóstico: Há fortes barreiras à sustentação do crescimento e à
inclusão social. A industrialização não elimina a heterogeneidade tecnológica e a
dependência, apenas altera a forma como essas características passam a se
expressar. O subdesenvolvimento é um processo de crescimento em estruturas
heterogêneas. Seus segmentos modernos são comandados por capitais externos
e seus associados internos (conglomerados multinacionais vistos como os atoreslíderes da nova modalidade de dependência), justapostos a uma vasta estrutura
atrasada, e incapazes de integrá-la à modernidade.

Mensagem: É necessário redistribuir a renda, reformar o Estado e
controlar os centros de decisão para promover o desenvolvimento
Anos 70s: debate sobre “estilos” (e sobre adequação à crise internacional)

Fatos estilizados, fins dos 60/70s :
207

Crescimento acelerado, e acentuação das desigualdades sociais
durante o auge expansivo de 1965-73


Crise mundial de 1973/74, e endividamento crescente
Diagnóstico: A interação entre “estruturas” de demanda e de oferta está
determinando um “modelo” de crescimento perverso (que se dinamiza através de
concentração da renda), não necessariamente pouco dinâmico

Mensagem: É necessário recuperar a democracia, como pré-requisito
para viabilizar politicamente a mudança de estilo
Reação à crise internacional e ao endividamento

Alerta contra excessos de endividamento, em função
do perigo de
elevação dos juros dos empréstimos, e em função de possíveis cenários pouco
favoráveis quanto à evolução dos mercados de exportação.

Recomendação
em
favor
de
agressividade
exportadora
(via
complementaridades entre ganhos de escala por mercado interno e promoção de
exportações)
Anos 80: Deslocamento do eixo de análise, das questões de longo prazo à “trilogia”
dívida/ inflação/ajuste

Diagnóstico dos anos 80: recessão é forma inócua de tratar a crise da
dívida, além de socialmente injusta. A forma correta de ajustar é pela via do
investimento, do crescimento, e da diversificação das exportações

Mensagem: renegociar dívida para ajustar com crescimento.
Anos 90: a agenda da “transformação produtiva com equidade”

Fatos estilizados relevantes(a):

Retorno dos fluxos de capitais externos

Generalização das reformas liberalizantes

Estabilização de preços, melhoria no quadro fiscal, deterioração
no balanço de transações correntes

Fatos estilizados relevantes(a):

Volatilidade de capitais em condições de
fragilidade
na
institucionalidade financeira

Crescimento moderado e muito instável
208

Recuperação
insuficiente
nos
investimentos,
crescente
heterogeneidade produtiva, intensificação da especialização produtiva
em commodities (salvo no México, onde a especialização é em
“maquiladores”)

Alguma melhoria nos índices de pobreza, piora nas taxas e na
qualidade do emprego, nenhum progresso na distribuição de renda.
Transformação produtiva com equidade: uma agenda de reflexão sobre a
“transição” dos 90

Recuperação da perspectiva de médio e longo prazos, nos dois trilhos
clássicos da CEPAL: crescimento/ progresso técnico e emprego/distribuição de
rendas

Posição crítica “moderada” frente as reformas: em busca de uma nova
agenda de políticas para enfrentar o baixo dinamismo, os problemas sociais e as
insuficiências do mercado (reformar as reformas)

Em busca de “história real” para poder interpretar o comportamento das
economias no novo paradigma
Atualidade da contribuição cepalina: subdesenvolvimento como processo evolutivo
específico de estruturas produtivas e sociais heterogêneas

Análise das debilidades da estrutura institucional, produtiva e social, e
de suas implicações em termos de políticas econômicas

Análise das barreiras à criação, incorporação e difusão de progresso
técnico

Análise de interações entre crescimento e distribuição de renda (estudo
de padrão ou estilo de desenvolvimento)

Análise da inserção internacional e da vulnerabilidade externa
População e PIB Mundial: Longo Prazo

Visão de longo prazo (ano 0 até o ano 2000) mostra diferenças
importantes entre períodos e grupos de países;

Performance econômica do mundo muito melhor no segundo milênio
que no primeiro;
209

Entre ano 1000 e 1998 a população cresceu 22 vezes e a renda per capita
13 vezes;

Entre ano 0 e o ano 1000, a população cresceu 15% e a renda per capita
teve uma pequena redução.
População e PIB Mundial: Longo Prazo

No segundo milênio – dois grandes períodos: antes e depois de 1820:

Entre 1000 e 1820 renda per capita cresceu 50%;

Pós 1820 – a renda per capita cresceu 8,5 vezes (população 5,6
vezes);

Mas essa trajetória foi muito distinta entre países e regiões.

Dinâmicos: Europa Ocidental, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e
Japão (PIB per capita 19 vezes).
População e PIB Mundial: Longo Prazo

Crescimento lento: América Latina, Europa Oriental, Ásia (exceto
Japão) e África (PIB per capita 5,4 vezes)

“gap” entre dois grupos aumentou sensivelmente: no ano 1000 a renda
per capita do primeiro grupo era menor que a do segundo; em 1820 era 2 vezes
maior, em 1998 era 7 vezes maior

No ano 1000 a Ásia (sem Japão) produzia 2/3 do PIB mundial e a
Europa Ocidental menos de 9%; em 1820 essas proporções eram 56% e 24%;
em 1998 a Ásia era responsável por 30% e a Europa Ocidental por 46%
População Mundial – 0 dc a 1998
210
PIB per capita mundial – 0 dc a 1998
Mudanças populacionais

O crescimento da população mundial no último milênio foi
conseqüência de mudanças significativas na natalidade e na mortalidade. A
queda da mortalidade foi o aspecto mais importante, especialmente após 1820.

Também existem fortes diferenças entre os grupos de países e
internamente a cada grupo, em termos de expectativa de vida, mas essas
diferenças são muito menores que as diferenças de renda
211
Expectativa de vida e mortalidade: 33 dc a 1869
Taxa de natalidade e Expectativa de Vida 1820 – 1998/99
População da Europa Ocidental: comparação entre primeiro e segundo milênio dc
212
Crescimento Acelerado: fenômeno recente
Desigualdade interna nos diferentes países

Desigualdade menor em países de renda per capita elevada

Desigualdade maior nos países de renda „média‟

Hipótese complexa; a distribuição piora e depois melhora quando a renda per
capita se eleva (?)
213

Trajetórias de cada país são resultado de uma combinação complexa do arranjo
econômico, social e político interno
Correlações entre Renda e Variáveis selecionadas

Renda e
esperança de vida

Renda e
analfabetismo

Renda e
Mortalidade infantil

Forte
correlação entre renda e essas variáveis

Correlação maior para rendas baixas e médias
Renda per capita Versus Esperança de vida
214
Renda per capita e escolaridade
Renda per capita e Mortalidade infantil
215
Agenda: Características Estruturais

Demografia – taxa natalidade – mortalidade e transição demográfica (razão de
dependência)

Estrutura ocupacional – correlação entre emprego na agricultura e Renda per
capita – mas percentual elevado nos serviços para qualquer faixa de renda per
capita (informalidade, menor desenvolvimento industrial, etc.)

Urbanização - correlação com Renda per capita (mas também depende da
estrutura social e política)

Comércio Internacional

Composição da pauta comercial (bens primários) – „vantagens
comparativas‟?

Deterioração dos termos de troca: questão em aberto

Importações: menor diferença entre ricos e pobres

Questão complexa – multifacetada – “problema recente”

Diversas dimensões

Crescimento econômico – da renda e da renda per capita (explicar o
crescimento)

Outras dimensões – cada vez mais relevantes

Riqueza material – renda per capita

Distribuição da Riqueza (desigualdade)

Desenvolvimento social – mobilidade

Desenvolvimento cultural – compreender/ transformar o mundo

Valores (liberdade, justiça, equidade, democracia)
216
BILBIOGRAFIA
FREEMAN, C.; SOETE, L. A economia da inovação industrial. 3. ed. Campinas:
Unicamp, 2008.
MANKIW, N. G. Introdução a economia. São Paulo: Thomson, 2007.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. 5.ed. São Paulo: Thomson,
2005.
PINHO, D. B.; Vasconcelos, M. A. S. Manual de economia. 5. ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2005.
ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
WESSELS, W. J. Economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
TEBCHIRANI, F. R. Princípios de economia: micro e macro. Curitiba: IBPEX, 2006.
217
Download