Saneamento básico e qualidade das águas – Conceitos

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“Saneamento básico e qualidade das águas – Conceitos
fundamentais, principais doenças disseminadas pela água.
Principais indicadores biológicos da qualidade da água”
Fabricio Heitor Martelli
Fiscal Sanitário
1. Introdução
1.1 Saneamento rural no Brasil
 Último senso IBGE/2010 cerca de 29,9 milhões de pessoas residem em
localidades rurais, em aproximadamente 8,1 milhões de domicílios.
O restante da população (67,2%) capta
água de chafarizes e poços protegidos ou
não, diretamente de cursos de água sem
nenhum tratamento ou de outras fontes
alternativas geralmente insalubres
apenas 32,8% dos
domicílios nas áreas
rurais estão ligados a
redes de
abastecimento de
água com ou sem
canalização interna
Fonte: FUNASA (http://www.funasa.gov.br/site/engenharia-de-saude-publica-2/saneamento-rural/#prettyPhoto..
1. Introdução
Esgotamento sanitário nos Domicílios Rurais
 apenas 5,7% dos domicílios estão ligados à rede de coleta de esgotos;
 20,3% utilizam a fossa séptica como solução para o tratamento dos dejetos; e
 demais domicílios (74%) depositam os dejetos em “fossas rudimentares”, lançam em
cursos d´água ou diretamente no solo a céu aberto (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios - PNAD/2009).
http://www.funasa.gov.br/site/engenharia-de-saude-publica-2/saneamento-rural/#prettyPhoto
1. Introdução
25% do total da população
rural do Brasil vivendo em
extrema pobreza (renda
per capita < R$70,00) .
Bacia do Rio Amazonas,
Rio São Francisco e
Semiárido brasileiro.
O Plano Nacional de Saneamento Básico – Plansab, definido pela Lei nº 11.445/2007, determina
a elaboração de políticas de Saneamento Rural.
Programa Nacional de Saneamento Rural é de responsabilidade do Ministério da Saúde por
meio da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
1. Introdução
 O cenário contribui direta e indiretamente para o surgimento de
doenças de veiculação hídrica, parasitoses intestinais e diarréias
1. Introdução
Ações de
saneamento
no meio rural
Saúde,
habitação e
meio
ambiente
Implantação
integrada de
políticas
públicas
Visam
reverter o
quadro
atual
brasileiro
Promovendo
a inclusão
social
2. Marcos Regulatórios da água de consumo humano
Constituição Federal de 1988
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.
Art. 200. Ao sistema único de saúde (SUS) compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
(...) VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano (...)
(...)VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho
(...)
2. Marcos Regulatórios da água de consumo humano
Lei nº 8.080/90 que institui o Sistema Único de Saúde (SUS)
Art. 3°. (...) fatores determinantes e condicionantes da saúde, entre outros, “a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”.
 Além disso, salienta-se que “os níveis de saúde da população expressam a
organização social e econômica do País”.
Art. 6°. (...) inclui as ações inerentes à vigilância sanitária:
-a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento
básico;
- a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o trabalho;
- o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para
a saúde;
- a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos, entre
outros.
2. Marcos Regulatórios da água de consumo humano
Lei Estadual n° 10.083/1998
Artigo 11 – Constitui finalidade das ações de vigilância sanitária sobre o meio ambiente o
enfrentamento dos problemas ambientais e ecológicos, de modo a serem sanados ou minimizados a
fim de não representarem risco à vida.
Artigo 12 – São fatores ambientais de risco à saúde aqueles decorrentes de qualquer situação ou
atividade no meio ambiente, principalmente os relacionados à organização territorial, ao ambiente
construído, ao saneamento ambiental, às fontes de poluição.
Abastecimento de Água para Consumo Humano
Artigo 18 – Todo e qualquer sistema de abastecimento de água, seja público ou privado, individual
ou coletivo, está sujeito à fiscalização da autoridade sanitária competente, em todos os aspectos
que possam afetar a saúde pública.
2. Marcos Regulatórios da água de consumo humano
VIGIÁGUA/PROÁGUA
O VIGIÁGUA e PROÁGUA têm como objetivo a vigilância da qualidade da água
para consumo humano no Brasil e Estado de São Paulo, bem como detectar
situações de risco à saúde relacionadas ao seu consumo.
...estão pactuados entre as esferas federal, estadual e municipal, e sua atuação
está embasada na Portaria MS nº 2914 de 12 de Dezembro de 2011, que define o
padrão de potabilidade da água para consumo humano no país..
Vigilância Sanitária
Auditar
o
Sistema
e
Abastecimentos de Água
as
Soluções
de
3. Objetivos do VIGIÁGUA/PROÁGUA
• reduzir a morbi-mortalidade por doenças e agravos de transmissão
hídrica, por meio de ações de vigilância sistemática da qualidade da água
consumida pela população;
• buscar a melhoria das condições sanitárias das diversas formas de
abastecimento de água para consumo humano;
• avaliar e gerenciar o risco à saúde imposto pelas condições sanitárias
das diversas formas de abastecimento de água;
• monitorar, sistematicamente, a qualidade da água consumida pela
população, nos termos da legislação vigente;
• informar à população sobre a qualidade da água e riscos à saúde;
• apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e
mobilização social.
4. Qualidade da água para consumo humano
Portaria MS n° 2914/2011
Art. 3º. Toda água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente por
meio de Sistema ou Solução Alternativa Coletiva de abastecimento de água, deve
ser objeto de controle e vigilância da qualidade da água.
Art. 4º. Toda água destinada ao consumo humano proveniente de solução
alternativa individual de abastecimento de água, independentemente da forma
de acesso da população, está sujeita à vigilância da qualidade da água.
Fontes: OPAS/IBGE
4. Qualidade da água para consumo humano
Portaria MS n° 2914/2011
 Controle da qualidade da água para
consumo humano: conjunto de atividades
exercidas regularmente pelo responsável pelo
Sistema ou por Solução Alternativa Coletiva de
Abastecimento de água - SAC, destinado a
verificar se a água fornecida à população é
potável, de forma a assegurar a manutenção
desta condição.
4. Qualidade da água para consumo humano
Portaria MS n° 2914/2011
 Vigilância da qualidade da água para
consumo humano: conjunto de ações adotadas
regularmente pela autoridade de saúde pública
para verificar o atendimento a esta Portaria,
considerados os aspectos socioambientais e a
realidade local, para avaliar se a água
consumida pela população apresenta risco à
saúde humana;
4. Qualidade da água para consumo humano
Portaria MS n° 2914/2011 – Formas de abastecimento
 Sistema de abastecimento: instalação composta
por um conjunto de obras civis, materiais e
equipamentos, desde a zona de captação até as
ligações prediais, destinada à produção e ao
fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede
de distribuição – destinado ao público;
 Soluções alternativas:
- Coletivas – SAC: Fábricas, condomínios,
Shopping Center etc
- Individuais – SAI: Unifamiliar.
4. Qualidade da água para consumo humano
Portaria MS n° 2914/2011 – Formas de abastecimento
4. Qualidade da água para consumo humano
Portaria MS n° 2914/2011 – Água Potável
Água para consumo humano cujos parâmetros
microbiológicos, físicos, químicos e radioativos
atendam ao padrão de potabilidade e que não
ofereça risco à saúde.
4. Qualidade da água para consumo humano
Portaria MS n° 2914/2011 – Garantias
 Segurança microbiológica
 Segurança química
 Segurança radioativa
 Aceitabilidade
 Segurança e manejo operacional do sistema
5. Segurança Microbiológica
O tratamento da água deve garantir a inativação dos
organismos causadores de doenças.
Para verificar a eficiência do tratamento, são utilizados:
Indicadores
bacteriológicos
Coliformes Totais
Indicam a situação
de higiene da água
Coliformes
Termotoloerantes
Indicam a presença de
matéria fecal na água
5. Segurança Microbiológica
Coliformes totais (bactérias do grupo coliforme)
Bacilos
gram-negativos,
aeróbios,
anaeróbios
facultativos, não formadores de esporos, oxidasenegativos, capazes de desenvolver na presença de
sais biliares ou agentes tensoativos que fermentam a
lactose com produção de ácido, gás e aldeído a 35,0
+ 0,5 ºC em 24-48 h, e que podem apresentar
atividade da enzima -galactosidase.
A maioria das bactérias do grupo coliforme pertence
aos gêneros Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e
Enterobacter, embora vários outros gêneros e
espécies
pertençam
ao
grupo.
5. Segurança Microbiológica
Coliformes termotolerantes
Subgrupo das bactérias coliformes que fermentam a
lactose a 44,5 + 0,2 ºC em 24 horas; tendo como
principal representante a Escherichia coli, de origem
exclusivamente fecal.
5. Segurança Microbiológica
Escherichia coli
Bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e
manitol, com produção de ácido e gás 44,5 + 0,2 ºC em
24 horas, produz indol a partir do triptofano, oxidase
negativa, não hidroliza a uréia e apresenta atividade
das enzimas ß galactosidase e ß glucoronidase. A
Escherichia coli é considerada o mais específico
indicador de contaminação fecal recente e de eventual
presença de organismos patogênicos.
5. Segurança Microbiológica
Análise qualitativa: Presença/ausência (P/A)
Leitura dos resultados:
Incolor: negativo
Amarelo: Coliformes totais
Amarelo/azul fluorescente na
presença de uV: E. coli
5. Segurança Microbiológica/ cianobactérias.
Cianobactérias
Microrganismos procarióticos autotróficos, também
denominados como cianofíceas (algas azuis), capazes
de ocorrer em qualquer manancial superficial
especialmente naqueles com elevados níveis de
nutrientes (nitrogênio e fósforo), podendo produzir
toxinas com efeitos adversos à saúde
5. Segurança Microbiológica/ cianobactérias.
Anabaena
Microcystis aeruginosa
cilindrospermopsina
5. Segurança Microbiológica/ Cianotoxinas
Cianotoxinas
Toxinas produzidas por cianobactérias que apresentam
efeitos adversos à saúde por ingestão oral, incluindo:
1. Microcistinas
2. Cilindrospermopsinas
3. Saxitoxinas
5. Segurança Microbiológica/ Cianotoxinas
Microcistinas:
Hepatotoxinas e promotoras de tumores.
Cilindrospermopsina:
hepatotóxina, apresentando também efeitos citotóxicos nos rins,
baço, coração e outros órgãos.
Saxitoxinas:
Neurotóxina, efeitos de inibição da condução nervosa por bloqueio
dos canais de sódio.
5. Segurança Microbiológica/ Cianotoxinas
TRAGÉDIA DE CARUARU (1996): 142 mortes – pacientes renais (microcistina).
Casos de Diarreia na região de São Carlos/Araraquara: (2012- julho de 2013):
13.200 casos.
No Estado de São Paulo  145 surtos de Doenças Transmitidas pela água – DTA,
5.700 casos e 01 óbito.
Essas substâncias podem ser de origem antrópica ou
natural, ou mesmo ser resultado do processo de
tratamento;
O tratamento da água deve garantir a eliminação ou a
presença de elementos e/ou substâncias em conformidade
com os limites expressos na legislação, para que não
causem risco à saúde humana.
6. Origem da água de consumo
A ESCOLHA DOS PROCESSOS UNITÁRIOS DE TRATAMENTO
DEPENDE DA QUALIDADE DA ÁGUA DO MANANCIAL
MANANCIAIS DE SUPERFÍCIE
normalmente tem qualidade que varia
no tempo e é mais suscetível à
contaminações
A água Subterrânea proveniente do
LENÇOL FREÁTICO é mais vulnerável à
contaminações
A Água Subterrânea proveniente do
LENÇOL CONFINADO é menos
vulnerável à contaminações, porém
podem apresentar substâncias
nocivas à Saúde Humana (flúor,
arsênico, cromo, etc) que estão
presentes naturalmente no solo
6.1 Origem da água de consumo: água superficial.
• Resolução CONAMA n° 357/2005
Dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes,
e dá outras providências.
6.1 Origem da água de consumo
CONAMA 357/2005
Águas Doces
Classe Especial
Classe 1
Águas Salinas e Salobras
(até Classe 3)
Classe 2
Classe 3
Classe 4
navegação; e
- consumo
após tratamento
simplificado;
- consumo- consumo
humano,
com humano,
humano,
após tratamento
convencional
ou -avançado;
- consumo humano,
apósdas
tratamento
convencional;
-harmonia paisagística
- proteção
comunidades
aquáticas;
desinfecção/filtração;
- irrigação
de culturas
arbóreas,
cerealíferas
e forrageiras;
- proteção das- recreação
comunidades
aquáticas;
- VETADO PARA
- preservação
do amadora;
equilíbrio de contato primário,
- pesca
-recreação de- contato
primário,
HUMANO
irrigação
de hortaliças
(cruas)
se
natural das
comunidades
- recreação
de contato
secundário;
e e de frutas que CONSUMO
- irrigação de desenvolvam
hortaliças, plantas
rentesfrutíferas
ao solo e de parques, jardins, campos de
aquáticas;- dessedentação
e
de animais
esporte e lazer
(público com
contato direto);
- proteção
-ambientes aquáticos
em das comunidades aquáticas em Terras
-aqüicultura eIndígenas.
à atividade de pesca.
unidades de conservação
de proteção integral
6.1. Origem da água de consumo – princípios de tratamento.
ÁGUA SUPERFICIAL
Remoção de sólidos grosseiros
OBRIGATÓRIO
Filtração
Desinfecção (CLORAÇÃO)
+
DEPENDENDO DA
QUALIDADE DA
ÁGUA
Fluoretação (SISTEMA PÚBLICO APENAS)
Aeração
Coagulação/Floculação
Decantação ou Flotação
Correção de pH
Troca Iônica
Adição de Carvão Ativado
6.2 Origem da água de consumo – água subterrânea.
• Resolução CONAMA n° 396/2008
Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o
enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências.
6.2 Origem da água de consumo – água subterrânea
CONAMA n° 396/2008.
• Classe Especial: águas dos aquíferos destinadas à preservação de
ecossistemas em unidades de conservação de proteção integral e as que
contribuam diretamente para os trechos de corpos de água superficial
enquadrados como classe especial,
• Classe 1: sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e
que não exigem tratamento para quaisquer usos preponderantes devido às suas
características hidrogeoquímicas naturais,
• Classe 2: sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e
que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante,
devido às suas características hidrogeoquímicas naturais,
6.2 Origem da água de consumo – água subterrânea
CONAMA n° 396/2008.
• Classe 3: com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para
as quais não é necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que
podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, devido às
suas características hidrogeoquímicas naturais;
• Classe 4: com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que
somente possam ser utilizadas, sem tratamento, para o uso preponderante menos
restritivo;
• Classe 5: águas dos aquíferos que que apresentam alteração de sua
qualidade por atividades antrópicas, destinadas a atividades que não têm requisitos
de qualidade para uso.
Consumo Humano, Dessedentação de animais, Irrigação e Recreação
6.2 Origem da água de consumo – princípios de tratamento.
ÁGUA SUBTERRÂNEA: poço, mina, cacimba
Desinfecção (cloração)
OBRIGATÓRIO
Fluoretação (SISTEMA PÚBLICO)
+
DEPENDENDO DA
QUALIDADE DA
ÁGUA
Aeração
Correção de pH
Troca Iônica
7. Objetivos do tratamento - resumo
 Atender ao padrão de potabilidade exigido pelo
Ministério da Saúde;
 Prevenir a veiculação de
microbiológica ou química;
doenças
de
origem
 Estimular a aceitação da água para consumo;
 Prevenir a cárie dentária por meio da fluoretação*;
 Proteger o sistema de abastecimento dos efeitos da
corrosão, deposição e incrustação.
7. Objetivos do tratamento - resumo
O tratamento da água para consumo humano tem
por finalidade torná-la potável. Em síntese,
procura-se tornar a água atrativa e segura para o
consumo humano.
7. Objetivos do tratamento - resumo
Como prevenir a veiculação de doenças
de origem microbiológica ou química ?
Contaminação
microbiológica
FILTRAÇÃO para remoção de
microorganismos patogênicos em água de
superfície
DESINFECÇÃO para remoção de
microorganismos patogênicos
INDICADORES: Coliformes totais e
Coliformes termotolerantes
Contaminação
química
Resinas trocadoras de
íons, ultrafiltração
Quando exceder no manancial 103 Escherichia coli/100mL
A PORTARIA ESTABELECE
PARÂMETROS DE QUALIDADE
Coliformes totais
bacteriológicos
Coliformes termotolerantes
Bactérias heterotróficas
Características organolépticas
Físico-químicos
radiológicos
Orgânicas, Inorgânicas, Agrotóxicos,
Cianotoxinas e sub-produtos da
desinfecção
Alfa global e beta global
Giardia spp. e oocistos de Cryptosporidium spp. no(s)
ponto(s) de captação de água
8. Importância do tratamento da água
 Ordem sanitária
Por exemplo: remoção de organismos patogênicos e
substâncias químicas que representam riscos à saúde;
 Ordem estética/organoléptica
Por exemplo: remoção cor, gosto e odor;
 Ordem econômica
Fator Saúde X Doença (prevenção) e manutenção do
Sistema de água (corrosão)
9. Segurança da água
A Portaria MS n° 2914/2011 prevê valores máximos
permitidos para:
 15 elementos ou substâncias inorgânicas;
 18 substâncias químicas orgânicas;
 39 agrotóxicos;
 2 cianotoxinas (microcistina e saxitoxinas);
 7 subprodutos da desinfecção.
 2 radioativas
 microbiológico: presença/ ausência de E. coli
9. Segurança da água: Cloração como medida de
desinfecção da água no Brasil
Dosagens mínimas para Cloro Residual Livre - CRL
0,2 mg/L
Teor MÍNIMO a ser mantido em qualquer
ponto de distribuição
2,0 mg/L
Teor RECOMENDÁVEL máximo a ser mantido
5,0 mg/L
Teor MÁXIMO aceitável
9. Segurança da água: medidas de controle
 Água filtrada + desinfecção adequada
Turbidez: indicador sanitário X estético
Turbidez menor possível: remoção de protozoários.
Turbidez (0,5 uT) + CRL (>0,2 mg/L)
99,9% Giardia
99,99% vírus
Combinações:Dióxido de cloro, ozônio, UV
Turbidez 0,3 uT
99% Cryptosporidium
 Toda água fornecida coletivamente  desinfecção,
mas, quando superficial, deverá também passar por
filtração.
10. Alguns paradigmas.
 reconhecimento da limitação dos coliformes
como indicadores suficientes da potabilidade
da água,
 o reconhecimento da turbidez como um
indicador da qualidade sanitária da água e
não meramente estética,
 a necessidade de um controle rigoroso dos
processos de filtração e desinfecção.
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Amebíase
Entamoeba hystolitica
 Os parasitas são eliminados com as fezes que, se deixadas próximas
a rios, lagoas, fossas, podem contaminar a água.
 Moscas e baratas, ao se alimentarem de fezes de pessoas
infectadas, também transmitem a parasitose a outras pessoas, através
do contato sobre os alimentos ou utensílios.
 Ingestão de frutas e verduras cruas, que foram regadas com água
ou terra contaminadas.
 Muito frequente é a contaminação pelas mãos sujas de pessoas
que lidam com os alimentos.
Sintomas : Dores abdominais, febre baixa, ataque de diarreia,
seguida de períodos de prisão de ventre e disenteria aguda.
Prevenção / Tratamento
• utilização de água potável, alimentos regados e lavados com água de qualidade,
higienização de verduras, lavagem correta das mãos
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Giardíase e criptosporidíase
 giardíase é causada pela Giardia lamblia e a criptosporidíase, pelo Cryptosporidium
parvum, sendo mais frequentes em crianças.
 A transmissão se faz pela ingestão de cistos, podendo o contágio acontecer pelo
convívio direto com o indivíduo infectado, pela ingestão de alimentos e água
contaminados, inclusive por contato com insetos.
Sintomas : provoca irritabilidade, dor abdominal e diarreia intermitente. Em alguns
casos, pode estar associada a um quadro de má absorção e desnutrição.
Prevenção / Tratamento
Seguir as mesmas recomendações para a prevenção da amebíase.
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Gastroenterite
Febre Tifóide e paratifóide
É uma infecção do estômago e do intestino
produzida, principalmente, por vírus como o
Norovírus e Rotavírus ou bactérias como
Escherichia coli, Salmonella, Shigella e a
Campylobacter. É responsável pela maioria dos
óbitos em crianças menores de um ano de idade e
adultos.
Salmonella typhi  Evolui, geralmente, num
período de quatro semanas. A fonte de infecção é
o doente, desde o instante em que ingeriu os
bacilos que persistem em suas fezes.
A febre paratifoide é mais rara que a tifoide
causada pela Salmonella paratyphi dos tipos “A”,
“B” ou “C”, sua fonte de infecção é a mesma da
febre tifoide: doentes e portadores.
A incidência é maior nos locais em que não existe A doença se transmite pelas (fezes), que
tratamento de água, rede de esgoto, água contaminam as mãos, as roupas, os alimentos e a
encanada e destino inadequado para o lixo
água. O bacilo tifoide é ingerido com os alimentos
e a água contaminada.
Diarreia, vômitos, febre e desidratação
Dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca
amarga, febre, calafrios, indisposição
gástrica, diarreia e aumento do baço.
Prevenção  Saneamento básico, higiene de alimentos, vacinação (febre tifóide)
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Hepatite infecciosa: Vírus tipo “A” e “B”
Cólera
Tipo A: Água contaminada por fezes de pessoas Causada pelo micróbio Vibrio cholerae, que
doentes, transfusão de sangue, doença endêmica.
se localiza no intestino das pessoas,
provocando, diarreia e vômitos intensos.
Grande perda de líquidos do organismo,
ficando desidratado rapidamente.
Tipo B: Via parenteral (instrumentos
contaminados que perfuram a pele, como,
por exemplo, injeções), principalmente pelo
sangue.
Transmitida, principalmente, por meio da
água contaminada pelas fezes e pelos
vômitos dos doentes. Também pode ser
transmitida por alimentos que não foram
bem cozidos, ou pelas mãos sujas de doentes
ou portadores.
Ocorrência de mal-estar, náuseas e urina
escura, icterícia. Muitas vezes, o paciente é
assintomático. Dor abdominal e aumento do
fígado.
Diarreia intensa, que começa de repente.
Presença de espuma branca. Febre baixa.
Vômitos e cólicas abdominais. O doente
chega a evacuar de um a dois litros por hora.
Prevenção  Utilização de água tratada, higienização de alimentos, lavagem correta das mãos,
disposição adequada do esgoto.
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Verminoses
Esquistossomose
O verme Schistosoma mansoni, se instala no fígado
e intestino. Necessidade de existência de
caramujos que hospedam o Schistosoma mansoni.
Esses caramujos vivem em córregos, lagoas, valas
de irrigação e canais.
Sintomas inchaço abdominal (barriga
d’agua), coceira, vermelhidão da pele,
diarréia.
Prevenção  uso de água potável e controle
dos caramujos hospedeiros.
Fonte: infográfico - wikipedia
Ascaridíase
(lombrigas
ou bichas
(solitária)
11.
Algumas
doenças
de veiculaçãoTaeníase
hídrica.
Ascaris lumbricoides, comumente chamado de
lombriga
ou bicha, é um verme que vive no
Verminoses
intestino das pessoas e causa uma doença
chamada ascaridíase.
A solitária ou tênia é um verme muito comum
na zona rural, onde as pessoas se alimentam
geralmente de carne de porco. O boi também
é transmissor da solitária.
Contaminação por meio da terra, da poeira,
dos alimentos mal lavados e das mãos sujas
que os ovos das lombrigas são levados à boca.
Depois de engolidos, os ovos arrebentam,
liberando larvas no intestino. Essas larvas,
levadas pelo sangue, passam pelo fígado,
coração, pulmões, brônquios e retornam ao
intestino, onde se tornam adultas, para se
acasalar e pôr ovos.
Parasita intestinal. O porco e o boi, podem ter
contato com fezes contendo ovos que
rompem, as larvas saem e vão para o intestino
e, depois, para os músculos, onde se fixam.
Essas larvas, denominadas de cisticercos, são
mais conhecidas por “canjiquinhas. Ao comer
carne contaminada e mal cozida o homem
passa a ser contaminado pela solitária, que
crescerá em seu intestino
Sintomas entupimento do intestino. Podem
também sair pela boca e nariz ou localizar-se
na traqueia, ocasionando, muitas vezes,
asfixia, irritações, falta de apetite e
apresentam náuseas, vômitos, diarreia, cólicas
e dor abdominal.
Sintomas verme pode atingir até 9 metros, causa
enfraquecimento, se advinda do porco pode ter
denominação de cisticercose e atingir o sistema
nervoso central, onde ocorre a calcificação,
convulsões.
Prevenção  Saneamento básico, higienização adequada de alimentos, coleta adequada de resíduos,
controle de insetos e cozinhar bem carnes advindas de boi e porco.
11. Algumas doenças de veiculação hídrica.
Verminoses
Oxiuríase
Ancilostomíase (amarelão)
Causada pelo Enterobius vermiculares ou
Oxiures vermiculares, também conhecido por
saltão, tuchina ou verme da coceira, Os
vermes adultos vivem no intestino.
Os vermes produzem ovos que são eliminados
pelas fezes. Depois de alguns dias, os ovos se
rompem, surgindo as larvas. Essas ficam no
solo durante uma semana e são atraídas pela
luz e pelo calor, que as fazem subir à
superfície, onde se agarram às plantas, ao lixo.
Coceira forte na região do ânus, onde espalha os
ovos pela roupa, lençol, colchão e mãos. A
transmissão ocorre ao levar as mãos a boca,
contamina alimentos e utensílios domésticos.
Sintomas recorrente em crianças, coceira e Sintomas lesões no intestino, anemia, cansaço,
irritação anal, falta de sono e inflamação em desanimo, diarreia, tosse, palidez, dores musculares.
Crianças costumam sofrer mais com essa parasitose.
genitálias.
Prevenção  Saneamento básico, higienização adequada de alimentos, coleta adequada de resíduos,
controle de insetos e cozinhar bem carnes advindas de boi e porco.
12. Conclusões
• Saneamento básico rural  devendo ser básico, na forma de política pública
obrigatória, como prevenção de enfermidades, que oneram o Sistema de Saúde;
• Articulação entre gestores da qualidade da água;
• Interlocução entre Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental, Secretaria de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Departamento de Água e Energia Elétrica – DAEE/SP,
CETESB/SP, Ministério Público, Comitê de Bacias Hidrográficas, Universidades, centros
de pesquisa e EMBRAPA.( ex. da região da Bacia do Monjolinho em São Carlos-SP)
• Ações de saúde ambiental realizadas na cidade de São Carlos-SP já surtem
como caráter de prevenção à saúde de indivíduos vulneráveis. (clínicas de idosos,
postos em rodovias, motéis, hotéis)
12. Conclusões
• 50% poços cadastrados na VISA-M estão no meio rural, 94% das amostras
apresentaram E. coli (desde 2006). Gerando Autos de Infração, multas e tratamento
adequado da água de consumo, além de encaminhamentos às esferas estaduais.
• 98% dos poços individuais apresentaram E. coli. Motivo de discussão junto ao
Ministério Público sobre a fiscalização e cumprimento da legislação vigente.
Condomínio de chácaras e propriedades rurais descumprem normas da ABNT para
construção de fossas, além de operarem sem sistema de abastecimento de água pela
aprovado pela autoridade sanitária competente. Acreditam que a água sendo límpida
e transparente NÃO apresentam contaminação ou que o cloro pode causar câncer,
dar dor de barriga, tem custo elevado
Justificando a implementação na forma de política pública obrigatória!
13. Agradecimentos
Pelo convite ao prof. Dr. Wilson Tadeu Lopes da Silva, a EMBRAPA – Instrumentação, aos
colegas de trabalho da Vigilância Sanitária de São Carlos, ao PROÁGUA/SP e a todos os
ouvintes e participantes do Curso de Saneamento Básico Rural – 2013.
A água é o espelho do mundo
Monet
14. Bibliografia
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
www.anvisa.gov.br
Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo
www.cvs.saude.sp.gov.br
Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo
www.cve.saude.sp.gov.br
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/hidri_doctec.html
http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/hidri_doenca.html
Fundação Nacional de Saúde – FUNASA
http://www.funasa.gov.br/site/engenharia-de-saude-publica-2/saneamentorural/
Contato
E-mail: [email protected]
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