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O sistema construtivo em Alvenaria Estrutural
dezembro/2015
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O sistema construtivo em Alvenaria Estrutural
Lais Souza Mamedio - e-mail: [email protected]
Gerenciamento de Obra, Tecnologia & Qualidade da Construção.
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Goiânia, GO, 25 de Abril de 2015.
Resumo
O estudo sobre alvenaria estrutural uma abordagem do projeto e sua execução. Esta
pesquisa veio a contribuir com informações técnicas, normas de controle para implantar
obras com este sistema. O objetivo e trazer o conhecimento mais aprofundado do sitema de
alvenaria estrutural ao colocar os aspectos relacionados à construtibilidade da obra, a
análise de projeto, a coordenação modular, o projeto estrutural, a ligação dos subsistemas, a
técnica e o controle da execução, demonstrar com isso, a necessária visão e integração dos
vários processos para que ocorra no canteiro de obra a racionalização, a produtividade e o
menor desperdício. Desenvolveu a pesquisa através de referências teóricas e normas técnicas
brasileiras, com análise e interpretação do conteúdo. O conhecimento da alvenaria estrutural
e seus princípios básicos, propricia o melhoramento do sistema construtivo, aperfeiçoa as
técnicas e trabalha com a gestão dos agentes envolvidos em todo processo.
Palavras-chave: Custo. Produtividade. Racionalização.
1. Introdução
A busca de novas práticas na construção civil, reduzindo custos na produção e favorecendo a
melhoria nos canteiros de obra e um tema constante nas obras.
O estudo em questão se insere na área do conhecimento Tecnologias Produtivas de Vedações
e Alvenaria. O tema surgiu pelo interesse de se implementar este sistema construtivo em
novas obras. Definiu em focar nos aspectos de projeto e execução, estes desde a fase de
concepção até o detalhamento da alvenaria, os materiais a serem empregados, seguindo as
normas técnicas brasileiras, o que é importante para qualificação dos blocos de concreto e a
abordagem prática da execução da alvenaria, não se desenvolveu uma análise sobre o aspecto
estrutural.
O objetivo da pesquisa e esclarecer o método construtivo da alvenaria estrutural em blocos de
concreto de forma a apanhar dados técnicos específicos e normas técnicas para sua elaboração
e execução, com uma visão integradora dos vários sistemas que o compõem. As informações
são importantes para o desenvolvimento tecnológico dos blocos de concreto na alvenaria
estrutural e suas atualizações são constantes.
Através do estudo sobre alvenaria estrutural pode se introduzir de forma correta a tecnologia,
trazer a melhoria em todas as fases de projeto e execução.
A persistência de métodos obsoletos de projeto e o uso de materiais inadequados,
aliados a métodos construtivos inconsistentes, motivam uma ampla discussão no
setor da construção civil sobre inovações tecnológicas, pois, em muitos casos, a falta
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de visão sistêmica e o raciocínio simplista de curtíssimo prazo explicam o insucesso
de algumas empreitadas. (MANZIONE, 2004:9)
A importância do projeto e aceita pelos profissionais da construção de edifícios, mas vai além
da definição proposta pelos autores, neles estão contidas o desempenho do edifício, sua vida
útil de projeto, o custo de produção, os custos relacionados ao uso, à operação e manutenção.
O projeto é fundamental no processo de produção ao trazer a racionalização, ao integrar
subsistemas da edificação, gera com isso maior economia e facilita a execução da construção.
As significantes melhorias nos materiais e os avanços na produção dos blocos, nos
métodos de calculo e nas técnicas construtivas muito contribuíram para que a
alvenaria estrutural seja hoje reconhecida como uma solução economicamente
eficiente para a construção contemporânea de edifícios. Blocos de alta resistência
são hoje disponíveis em uma variada gama de materiais, formas, cores e texturas.
Características como potencial de variação dimensional higroscópica, isolamento
térmico e acústico foram muito melhorados ao longo do último século. Argamassas
e grautes industrializados e pré-misturados são hoje disponíveis e contribuem para o
aumento de controle e produtividade da obra. Aditivos para melhorar a
trabalhabilidade ou alterar as cores dos elementos estão atualmente disponíveis e
usados em nossas obras. (PARSEKIAN 2013: 61)
A coordenação modular no projeto de alvenaria estrutural é importante para se estabelecer
dimensões no sentido horizontal e vertical e levar a compatibilização com os outros
subsistemas. Ao se analisar os autores se identifica a mesma visão conceitual sobre a
coordenação modular. De acordo com Manzione (2004) “ao impedir a adoção da modulação
como premissa, acaba-se aumentando os custos de construção, inviabilizando o produto”. O
autor Parsekian (2013) entende que “um planejamento modular resulta em uma construção
mais econômica e limpa”. O autor Ramalho (2003) “a modulação é fundamental para que
uma edificação possa resultar em economia e racional. Se as dimensões de uma edificação
não forem moduladas, como os blocos não devem ser cortados, os enchimentos resultantes
certamente levarão a custo maior e uma racionalidade menor”.
2. Conceituação
A alvenaria é um sistema construtivo que utiliza peças industrializadas de dimensões e peso
que as fazem manuseáveis, ligadas por argamassa, tornando o conjunto monolítico. Estas
peças industrializadas podem ser moldadas em:
• Cerâmica
• Concreto
• Sílico-calcáreo
Neste estudo iremos desenvolver uma análise sobre o bloco estrutural de concreto, um sistema
normalizado.
No Brasil em 1966 foram construídos os primeiros prédios em alvenaria estrutural, com 4
pavimentos em alvenaria armada de blocos de concreto, no Conjunto Habitacional “Central
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Parque da Lapa”. É estimado que no Brasil, entre 1964 e 1966, tenham sido executados mais
de dois milhões de unidades habitacionais em alvenaria estrutural.
A Alvenaria Estrutural é um sistema construtivo completo, pois requer a integração entre as
varias fases de uma construção desde a concepção do projeto, a compatibilização com outros
sistemas e a sua execução. Na alvenaria estrutural não se utiliza de pilares e vigas, pois as
paredes são a estrutura da edificação e distribuem as cargas uniformemente ao longo das
fundações. Existem diferentes métodos de alvenaria como:
Alvenaria não armadas utilizadas em edifícios de baixa e media altura em regiões de baixa
atividade sísmica, é uma construção que não contem nenhum tipo de armadura, exceto as
construtivas como cintas, vergas e contravergas e outros reforços construtivos em aberturas
evitando com isso patologias futuras como trincas e fissuras.
Como a alvenaria é muito resistente à compressão e quase nada à tração, alvenarias
não armadas resistem muito bem a cargas de compressão, porem seu uso está
limitado a carregamentos que levam a tensões de tração. Portanto, eventuais tensões
de tração na alvenaria devem ser muito baixas e inferiores ao baixo limite de
resistência, ou aparecerão fissuras. (PARSEKIAN, 2013: 79).
Alvenaria Armada recebe reforços estruturais, são utilizados fios, barras e telas de aço
dentro dos vazios dos blocos e posteriormente grauteados além de preenchimentos de todas as
juntas verticais. Começou a se observar o uso de barras de ferro embutidos na alvenaria,
funcionando como armadura, na Igreja de Saint Geneviève em Paris, construída por volta
1770. Foi feito o uso de barras de ferro na estrutura de shafts verticais para a construção do
Túnel Blackwall, sob o rio Tâmisa em 1825.
A alvenaria armada como conhecemos só começou a ser utilizado um século após, em áreas
onde se tinha a maior probabilidade de ações sísmicas, como na Índia, Japão e nos Estados
Unidos.
As armaduras são necessárias em alvenaria para resistir às tensões de tração e cisalhamento e
para melhorar a ductibilidade. As tensões na base da parede sob vários níveis de ações laterais
como citadas Parsekian (2013) “Inicialmente devido à flexão são pequenas em relação às
tensões de compressão simples. Com aumento da ação lateral, eventualmente tensões de
tração irão resultar no bordo esquerdo da parede. Após atingir a resistência à tração da parede,
essa região fissura”.
A ruptura da parede por cisalhamento na base da parede produz trações diagonais na parede
que podem causar fissuras diagonais, se a tensões forem maiores que as resistidas pela
alvenaria, a armadura horizontal deve ser prevista.
Alvenaria Protendida é utilizada barras roscadas de aço e aplicado a força de protensão com
macaco hidráulico ou ainda, pelo simples aperto de porcas de ancoragem. No Brasil o sistema
de protensão e utilizado em estruturas de contenção de terra pelo sistema de solo grampeado.
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Os tipos de construções feitos com protensão em alvenaria são muros de arrimo, galpões,
residências de até dois pavimentos, vigas, paredes corta-fogo, barreira acústica, reservatórios
de água entre outros.
A Alvenaria Estrutural Protendida (AEP) é utilizada para níveis de esforços de flexão e
principalmente de cisalhamento maiores que os possíveis em alvenaria armada. As principais
características e maior ductibilidade, controle de fissuras e estabilidade do sistema.
3. O sistema construtivo
A utilização da alvenaria estrutural nos edifícios residenciais passa pela concepção de
transformar a alvenaria apenas com a função de vedação para também com a função estrutural
do edifício, não sendo necessária a utilização de pilares e vigas como na estrutura
convencional. Parece ser vantajoso no que se refere a maior economia, porem neste caso a
alvenaria precisa ter uma resistência controlada de forma a garantir a estabilidade e segurança
da edificação, o que demanda a utilização de materiais mais caros, uma execução mais
criteriosa e mão de obra qualificada o que aumenta o custo de produção em relação à
alvenaria convencional.
Não se pode considerar que um sistema construtivo seja adequado a qualquer tipo de
edificação. Para este sistema construtivo devem ser consideradas características:
Altura da Edificação
Revendo os parâmetros atuais no Brasil a alvenaria estrutural é adequada a edifícios de no
máximo 15 ou 16 pavimentos. Acima deste limite, a resistência a compressão dos blocos
encontrados no mercado é maior solicitando que a obra seja executado com maior número de
armaduras e grauteamento, com isso sendo, inviabilizado economicamente.
Tipo de uso
É importante considerar que para edifícios comerciais e residenciais de alto padrão, onde é
necessário a utilização de vãos grandes esse sistema construtivo não é adequado. E adequado
para edifícios residenciais de padrão médio e baixo, com vãos pequenos. Em edifícios
comerciais e muito usual a necessidade de rearranjo das paredes internas de forma a acomodar
empresas de diversos portes, na alvenaria estrutural está flexibilidade deixa de existir.
Vantagens da alvenaria estrutural em relação à alvenaria convencional. Economia de fôrmas
quando necessárias para a concretagem das lajes, fôrmas lisas, baratas e de grande
reaproveitamento. Redução nos revestimentos internos e externos por se utilizar blocos de
qualidade controlada e pelo controle na execução. Redução dos desperdícios de materiais pelo
fato das paredes não admitir intervenções como rasgos ou aberturas para colocação de
instalações hidráulicas e elétricas. Redução do numero de profissionais como armadores e
carpinteiros. Considerando como maior vantagem a maior racionalização do sistema
executivo, reduzindo o consumo de materiais e desperdícios.
Desvantagens da alvenaria estrutural não existem a possibilidade de adaptações no arranjo
arquitetônico quer dizer, impossibilidade de eliminação de paredes. Limite do sistema na
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questão da esbeltez do edifício, no tamanho dos vãos, balanços excessivos, altura do edifício.
Exige mão de obra qualificada e apta a fazer uso de instrumentos adequados para sua
execução.
4. A modulação
A modulação é um procedimento fundamental para que uma edificação em alvenaria
estrutural resulte em uma construção econômica e racional. O autor Tauil (2010) entende
sobre o projeto de modulação “sua importância está relacionada à estabilidade da edificação
por sua estrutura ser de sustentação e por estar relacionada a outros componentes, que no
futuro do projeto comporão toda a edificação pronta para uso”.
Mesmo que não se tenha definido o sistema construtivo a adotar, a utilização de conceitos de
coordenação modular irá garantir o sucesso da alvenaria estrutural. É importante que na
concepção do projeto o arquiteto já escolha o sistema construtivo adotado, sendo a alvenaria
estrutural a metodologia construtiva adotada que trabalhe desde o início com o conceito de
modulação e defina o módulo básico 15 ou 20. A partir do momento que se impede a adoção
da modulação como premissa, acaba-se aumentando os custos de construção, inviabilizando o
produto.
Pode-se dizer que modular um arranjo arquitetônico, ou pelo menos modular as
paredes portantes desse arranjo, significa acertar suas dimensões em planta e
também o pé-direito da edificação, em função das dimensões das unidades, de modo
a não se necessitar, ou pelo menos se reduzir drasticamente, cortes ou ajustes
necessários à execução das paredes. (RAMALHO, 2003: 13).
A coordenação modular permite através de um modulo básico, estabelecer as dimensões dos
ambientes tanto no sentido horizontal, como no sentido vertical. É importante que o
comprimento e a largura sejam iguais ou múltiplos da medida do bloco adotado, de maneira
que se possa ter um único módulo em planta, quando isso ocorre à amarração das paredes será
simplificada, tendo um ganho em termos da racionalização do sistema construtivo, porem se
esta condição não for atendida, será necessária a utilização de unidades especiais para a
amarração das paredes.
A NBR 6136 trata-se de blocos vazados de concreto para alvenaria estrutural, especifica duas
larguras padronizadas: 15cm denominados de blocos M-15, e 20cm denominados blocos M20. Segundo as normas os comprimentos padronizados serão de 20 e 40 cm e as alturas de 10
e 20cm, ver em anexo a família dos blocos.
A largura do bloco a ser adotado em um edifício de alvenaria é fundamental para a definição
da distancia modular horizontal. Ao utilizar a modulação evita uma serie de problemas em
especial na ligação de duas paredes tanto em cantos como em bordas. O projetista deve
avaliar o edifício e verificar se a largura conveniente será 15cm ou 20cm ou outro valor.
A modulação vertical trata-se de ajustar a distancia de piso a teto ou de piso a piso de forma
que seja múltiplo do modulo vertical adotado normalmente 20cm.
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4.1. Modulação Horizontal
Ao se referir as dimensões reais do modulo. Adota-se um modulo chamado de M, refere-se ao
comprimento real do bloco e a espessura da junta aqui chamado de J. Sendo o comprimento
real de um bloco inteiro será 2M – J e o comprimento real de um meio bloco será M-J.
Considerando as juntas mais comuns, que são de 1cm, tem se comprimentos reais dos
principais blocos são (15, 20, 30, 35, 45 e etc) diminuídos de 1cm (14, 19, 29, 34, 44, etc).
Após a escolha do módulo básico, faz se o lançamento da primeira fiada dentro da malha
modular, definindo as amarrações de cantos, encontros de paredes e vãos para esquadrias e
passagens de instalações. Na segunda fiada deve se preocupar em evitar ao máximo as juntas
a prumo, as fiadas subsequentes são definidas para produzir a melhor concatenação possível
entre os blocos de acordo com a figura 1.
Figura 1 - Fiadas 1 e 2 e elevação de uma parede sem juntas a prumo.
Fonte: Ramalho (2003)
É importante constatar que a grande maioria de edifícios residenciais a largura do bloco é de
15cm o modulo ideal também seria de 15cm, quando é possível adota-lo os detalhes de cantos
e bordas são muito simples.
Ao utilizar o bloco especial de três módulos, são necessários duas fiadas para esclarecer o
detalhe. Já as bordas executadas sem a utilização do bloco de três módulos, serão necessários
três fiadas para que o detalhe seja completo.
Quando o projetista não puder utilizar o módulo com a largura do bloco iguais, e necessário a
utilização de blocos especiais para a solução de cantos e bordas. Quando não utilizados os
blocos especiais torna-se uma solução inadequada, tanto em relação à continuação fiadas
quanto ao mau posicionamento dos septos.
A utilização do bloco especial onde um dos furos é especialmente adaptado para a dimensão
da largura do bloco, enquanto o outro furo tem dimensões normais. Para os blocos com a
especificação da NBR 6136 da M-15, módulo de 20cm com largura 15cm, o bloco especial
teria 35cm de comprimento. Apenas com a utilização deste bloco especial é que se pode
realizar a concatenação de blocos entre as diversas fiadas de forma correta.
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A utilização de um bloco especial com 3 furos muito raramente encontrado no mercado, onde
o bloco teria de apresentar os furos das extremidades com as dimensões normais e o furo do
meio adaptado a largura das unidades, esse bloco traria dificuldades de execução pois seria
muito pesado, além de peças com preço unitário maior e também serem elementos mais
difíceis de serem gerenciados no canteiro de obra.
Os cantos e amarrações de acordo Manzione (2004) “Por serem pontos de transferência de
cargas entre paredes e de concentração de tensões, o tratamento dos cantos e dos encontros de
paredes requer atenção e soluções especiais.”
Amarração em “L” utilizado em blocos da família 29 é a modulação 15x30cm, o fato de o
comprimento modular ser igual ou múltiplo de 15cm não há necessidade de outro
componente. Já quando se utiliza a família 39 deve-se adotar o B34 para se ter a unidade
modular de 20cm, afetada pela largura dos blocos de 14cm, com isso, não ocorreram juntas a
prumo.
Figura 2 – Amarração em “L”
Fonte: Manzione (2004)
Amarração em “T” deve se utilizar o bloco B44 bloco de três módulos para que não ocorra
juntas a prumo. E nos encontros de paredes continuas com a terceira ortogonal deve-se adotar
o B54 para restabelecer a unidade modular 20cm.
Figura 3 – Amarração em “T”
Fonte: Manzione (2004)
Para se ter ajustes na modulação, normalmente quando se trabalha com medidas quebradas ou
por se adaptar projetos não modulares, utiliza o recurso de compensadores ou bolachas.
4.2. Modulação Vertical
A modulação vertical é mais fácil de ser aplicada, ao se decidir pela aplicação da distancia
modular, no caso igual a 20cm se define o pé direito a ser adotado. Como referido no livro
Manzione (2004) “Quando se trabalha com a modulação piso a teto ou piso a piso, devem-se
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observar criteriosamente as paredes internas e externas para poder solucionar os encontros da
alvenaria com as lajes”.
Na modulação vertical aplicada de piso a teto as paredes de extremidade terminarão com um
bloco J que tem uma das suas laterais com uma altura maior, de modo a acomodar a altura da
laje. De acordo com Manzione o bloco em J não é aconselhável devido a sua aba ser muito
alta ocasionando numa quebra frequente e dificultando a montagem da laje. Quando não se
pode utilizar o bloco J, tem a alternativa do bloco canaleta convencional, com a utilização de
uma forma auxiliar bem posicionada para a concretagem da laje.
O uso do bloco canaleta na última fiada com a laje apoiada sobre ele. É necessário a
colocação de uma forma de madeira ou metálica para segurar o concreto da laje. Na etapa de
revestimento externo deve ser aplicada uma tela metálica e execução de um friso horizontal
na argamassa da fachada, como cita figura 4.
Figura 4 – Uso do bloco canaleta
Fonte: Manzione (2004)
Na modulação piso a piso nas paredes externas se utiliza o bloco J com uma das suas laterais
com altura menor, de forma a acomodar a espessura da laje. Já as paredes internas em sua
última fiada se utiliza os blocos compensadores para permitir o ajuste da distancia piso a teto.
De acordo com o autor Manzione na referencia ao bloco J “jotinha” de piso a piso é uma
solução mais complicada que a de piso a teto, pois existe a introdução de dois tipos de blocos
jotinha e compensadores.
Como o bloco J “jotinha” não é fornecido com frequência pela indústria, é
necessário serrar o bloco canaleta para se obter medidas compatíveis com o próprio
bloco. Este procedimento não é indicado, pois gera custos (aquisição e manutenção
de serra, disco de corte, contratação de funcionário específico) e patologias.
(MANZIONE, 2004:38)
5. Projeto Estrutural
Na NBR 1228 classifica a alvenaria estrutural em três: alvenaria armada, alvenaria nãoarmada e alvenaria parcialmente armada.
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A alvenaria estrutural se caracteriza por transferir toda a carga do edifício das lajes para as
paredes portantes, trabalhando principalmente a compressão. O elemento estrutural básico é o
bloco, a resistência e medida em relação a sua área bruta. A capacidade de carga de uma
parede é feita através de um ensaio de compressão de um prisma de dois blocos, o valor neste
ensaio é por volta de 70% da resistência característica do bloco.
A relação bloco-argamassa é submetida a um estado triplo de tensões. É recomendado que as
juntas tenham sempre a espessura de 1cm, pois quando maiores diminuem a resistência da
parede.
As normas de projeto e execução de alvenaria estrutural referem-se especificamente
à resistência à compressão de argamassas tradicionais de cimento, cal e areia,
usando a classificação P1 a P6 para especificar algumas propriedades físicas da
alvenaria, como resistência ao cisalhamento e de tração na flexão. (PARSEKIAN,
2013:205)
No projeto de alvenaria estrutural o projetista da estrutura deve especificar a resistência à
compressão da argamassa, através de ensaios específicos antes do inicio de cada obra.
As fundações na alvenaria estrutural quando referido a edifícios com fundação direta,
aconselha que o solo permita condições de suporte adequados, para com isso utilizar a placa
de concreto radier apoiadas diretamente ao solo, ao invés de sapatas corridas ou isoladas.
Nas fundações profundas, de acordo com Manzione (2004:51) “Aconselha pesquisar o uso de
placas de concreto estaqueadas ou o uso de perfis metálicos, em substituição às vigas
baldrames de concreto armado, visando à economia de fôrmas”.
As lajes são armadas em uma ou duas direções podendo ser apoiados apenas em paredes
estruturais. Nas obras habitacionais temos os seguintes tipos de lajes: Pré-lajes do tipo
cômodo; Lajes pré-moldadas do tipo cômodo; Pré-lajes do tipo painel treliçado ou caixão
perdido.
As pré-lajes tipo cômodo são peças pré-moldadas de 50mm de espessura, com armadura de
telas soldadas e são complementadas com concreto moldado in loco. Este sistema exige
equipamentos como gruas, guindaste, pórticos rolantes e fôrmas metálicas. As lajes são feitas
em formas metálicas com elementos posicionados como as caixas de passagem para os pontos
de iluminação os caminhos dos eletrodutos sendo este indicado por sucos feitos na superfície
da pré-laje. Nestas lajes e exigido um projeto para sua execução, contendo todas as medidas,
furos, shafts e inserts.
As lajes pré-moldadas do tipo cômodo são moldadas e acabadas em sua espessura final, este
sistema construtivo tem problemas como dificuldade no nivelamento das superfícies,
interligação de conduítes, a passagem de ferros para graute e a amarração de negativos.
As pré-lajes do tipo painel treliçado dispensa o uso de equipamentos de içamento. São opções
mais econômicas, mesmo necessitando de revestimento no teto e armadura suplementar.
Percebe-se que todos os elementos e componentes de uma edificação na alvenaria estrutural
devem ser pensados e analisados em conjunto, por este fato a importância na compatibilização
entre os projetos.
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A alvenaria estrutural, pelas características de seu processo de produção, requer a
compatibilização entre todos os projetos. Nessa etapa serão conferidas as medidas
dos ambientes, as espessuras dos revestimentos, a modulação dos vãos para
esquadrias, as interferências com os elementos estruturais e principalmente resolvido
os conflitos com as instalações. Será feito também ajuste fino da modulação
horizontal e vertical e serão criadas peças especiais, como vergas e outros prémoldados leves que serão incorporados às paredes. O resultado deste trabalho é um
projeto integrado com a solução para as interferências, indispensável para a fase de
execução, e que permite, pela sua precisão, a visão da obra pronta. (MANZIONE,
2014:40)
6. Os subsistemas
A alvenaria estrutural integra todos os subsistemas, são metodologias racionais para o seu
projeto e sua execução, os subsistemas que são: instalações elétricas e hidráulicas, esquadrias,
revestimentos e cobertura.
As paredes em alvenaria estrutural não podem ser quebradas, as tubulações devem ser
previstas em projeto e compatibilizado com todos os outros sistemas. Os projetos de elétrica e
de hidráulica devem prever shafts horizontais e verticais para o caminhamento das
instalações.
6.1. Instalações elétricas
As tubulações serão feitas na direção vertical aproveitando o vazado dos blocos para
passagem das mangueiras e não se permitindo cortes horizontais para interligação de pontos.
As caixas de tomadas e interruptores podem ser instaladas em blocos cortados. E serão
assentados em posições predeterminadas da parede durante a execução.
Detalhes do projeto elétrico como caminhamento de conduítes, locação de caixas e quadros
elétricos devem fazer parte dos desenhos da elevação das alvenarias, pois é necessária a
compatibilização da alvenaria com as instalações.
Figura 5 - Blocos fabricados para fixação de caixinha 4x4 e 4x2.
Fonte: Tauil (2010)
Nas instalações das caixas elétricas existem dois procedimentos racionalizados: Durante a
elevação utilizam os blocos elétricos são previamente cortados para chumbar as caixinhas
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elétricas; Após a elevação, os pontos elétricos são marcados os blocos são cortados e é
chumbado as caixas elétricas, não é o método recomendado por trazer uma serie de problemas
na obra. Por este fato aconselha a criação de uma central de blocos elétricos de acordo com
autor Manzione.
A racionalização do processo garante uma condição de maior produtividade. Ganhase maior precisão com o uso de serra de bancada para o corte do bloco. O tempo
despendido pela mão- de- obra não é tão grande, pois em condições de repetição de
pavimentos-tipo, o profissional acaba assimilando o projeto naturalmente. Diminuise uma etapa do cronograma, eliminando-se o vinculo entre a concretagem da laje e
o revestimento de alvenaria. (MANZIONE, 2004:67)
Com a elevação da alvenaria pronta e já instalados os blocos elétricos, são feitas as passagens
das mangueiras furando-se o fundo do bloco canaleta e introduzindo a mangueira com uma
guia metálica.
As caixas de quadros de distribuição e de passagem devem ser previamente
definidas e especificadas no Projeto Executivo, em dimensões que evitem cortes nas
alvenarias para sua perfeita acomodação. O projetista estrutural deverá ser
informado das dimensões e posições desses quadros, para que detalhe o reforço
necessário na abertura e, assim, mantenha a integridade estrutural da parede.
(TAUIL, 2010:58)
6.2. Instalações Hidráulicas
A passagem das tubulações verticais hidráulicas e sanitárias deve constar nas plantas de
elevação das paredes (paginação). Segundo a NBR 10837 – Cálculo da Alvenaria estrutural
de Blocos Vazados de Concreto é proibido à passagem de tubulações que conduzam fluídos
dentro das paredes com função estrutural.
Por esse fato, a passagem da tubulação hidráulica é feita por paredes de vedação, as chamadas
paredes hidráulicas. Os trechos verticais de água fria e quente devem descer pelos furos dos
blocos até o ponto desejado. Já o trecho horizontal da instalação a passagem da tubulação é
feita por baixo da laje de teto e o forro.
É recomendado prever a passagem das tubulações através de shafts e forros falsos. Estes
espaços devem ser previstos na concepção do projeto juntamente arquiteto com o projetista
das instalações. As áreas molhadas da edificação como banheiros, cozinha e áreas de serviço
devem estar próximos para resultar numa economia de prumadas e ramais, facilitando a
otimização dos shafts. Os shafts podem ser fechados com painéis pré-fabricados, parafusados
na parede, permitindo a retirada fácil para o caso de uma verificação e manutenção.
Os shafts viabilizam a produção das instalações na forma de kits hidráulicos pré-fabricados.
De acordo com Manzione (2004:69) “A produção das instalações no sistema de kits reduz
consideravelmente o custo da mão-de-obra e permite controle adequado dos materiais, além
de maior garantia de qualidade”.
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6.3. Esquadrias
As esquadrias requerem um estudo da modulação dos vãos.
As portas com batentes metálicos facilitam a elevação da alvenaria, pois funciona como um
gabarito para o vão, porém impedem a adoção do kit “porta pronta”. Nos batentes de madeira
permitem a adoção do sistema kit “porta pronta” com a fixação do conjunto porta-batente com
espuma de poliuretano.
As dimensões dos batentes são diferentes da coordenação modular vertical, havendo a
diferença em torno de 5cm entre a face superior do batente e a alvenaria e recomendado o uso
de vergas pré-moldadas.
As portas com bandeira podem ter batente metálico ou de madeira, está forma de execução
elimina a requadração dos vãos, e se ganha em produtividade na elevação da alvenaria.
No projeto das janelas deve ser decidido o tipo de esquadria a serem adotados (alumínio,
ferro, madeira), as dimensões e o sistema de fixação. Deve escolher a esquadria que tenha
medidas que acompanhem tanto a modulação vertical com múltiplos de 20cm quanto a
horizontal com múltiplos de 15 ou 20cm.
Na alvenaria estrutural são utilizados caixilhos de alumínio sem contramarcos. Nos vãos
podem ser utilizados marcos de concreto pré-moldados. Esta solução incorpora, em uma única
peça, a solução para pingadeira e peitoril e possibilita a fixação da esquadria com espuma de
poliuretano.
Outros tipos de esquadrias que não utilizam contramarcos e exigem a requadração do vão com
o uso de gabarito.
6.4. Revestimentos
Os revestimentos externos trabalham com a espessura entre 20 e 30mm, já os revestimentos
internos, usa-se com frequência o gesso liso aplicado direto sobre o bloco com espessura
5mm. Em ambientes molhados e de circulação se utiliza os revestimentos de massa única.
Atualmente destaca-se o Revestimento Decorativos Monocamada (RDM) é um método
construtivo que substitui as fachadas tradicionais, nele são necessários cuidados especiais, um
projeto para produção da fachada, o uso de blocos de concreto de primeira qualidade, o
controle do prumo da fachada e a aplicação com mão-de-obra especializada.
O projeto da fachada tem um estudo criterioso das juntas, prevendo os panos de fachada com
dimensões compatíveis. Deve-se ter um estudo para proteção dos vãos de janelas e aberturas
executando peitoris e pingadeiras para evitar o escorrimento e a formação de manchas.
As fachadas com blocos aparentes são mais econômicos porem diminuem o conforto térmico
com a eliminação do revestimento externo.
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Os blocos aparentes precisam pinturas acrílicas ou com hidrofugantes a base de cimento.
Outra alternativa é o uso do bloco split que tem o acabamento texturizado e pigmentado
dispensando o uso de revestimentos e pinturas.
7. Execução da Alvenaria Estrutural
Na alvenaria estrutural a sua execução necessita de técnicas e metodologias com maior
precisão possível, para isso são utilizados equipamentos e ferramentas adequadas.
Da mesma forma o canteiro de obras deverá ser organizado e planejado de maneira a
permitir as centrais de produção e os estoques de pré-moldados, de blocos e
argamassas e de aços, com estudo criterioso do posicionamento dos equipamentos
de transporte horizontal e vertical, principalmente gruas e guinchos. (MANZIONE,
2004:91)
A sequência de execução e dividida em duas etapas a marcação e a elevação.
Etapa de marcação
Esquadro e nível com o uso do nível alemão, procurar o ponto mais alto da laje, assentar o
bloco que será o referencial de nível (RN).
Locação dos eixos e necessário o projeto com a planta de primeira fiada, utilizando o fio
traçante para a marcação dos eixos. A planta de primeira fiada tem as cotas de marcação e a
locação dos blocos estratégicos que são os blocos de amarração que ficam nos cantos e nos
encontros de paredes.
Assentamento dos blocos estratégicos e verificação do esquadro.
Umedecimento da superfície que irá ficar em contato com a argamassa de assentamento da
primeira fiada.
Espalhamento de argamassa com uma colher de pedreiro para o assentamento da primeira
fiada.
Assentamento dos blocos da primeira fiada com os esticadores de linha fixados na cabeça dos
blocos e uma régua técnica para permitir o nivelamento e alinhamento.
Assentamento dos escantilhões, distribuir nos cantos das paredes, assentá-los e aprumá-los.
Estes detalhes da execução estão ilustrados no anexo.
De acordo com Manzione (2004:100) “as verificações necessárias na fase de marcação:
locação e conferência dos vãos de portas, checagem dos pontos a serem grauteados e
assentamentos de blocos com janelas para vazamento do graute, posicionamento dos
conduítes elétricos, verificação geral das cotas”.
Etapa de Elevação
A fase da elevação segundo recomendações sugeridas por Sabbatini para procedimentos de
execução (2003):
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Uso obrigatório do projeto; assentamento sobre base nivelada, não sendo
recomendada a elevação sobre baldrames sem a concretagem previa do piso térreo;
não molhar os blocos durante a elevação; não cortar os blocos para ajuste de
medidas; as contravergas deverão ser armadas; o respaldo deverá ser feito em blocos
canaletas, sendo nivelados e grauteados antes da montagem da laje; as vergas de
portas e janelas deverão ser previstas em projeto; a união entre paredes estruturais
deve ser feita por amarração de blocos, não se recomenda o uso de grampo; as
paredes estruturais e não estruturais não devem ser unidas, devendo ser previstas
juntas. (SABBATINI, 2003)
Inicia a elevação pelas paredes externas numa configuração conhecida como “castelo”.
Durante a elevação são assentados os blocos elétricos e os gabaritos para vãos de portas e
janelas.
O grauteamento acontece em duas etapas na altura da sétima fiada e depois na ultima fiada.
Feito sempre com a inspeção no pé da parede, através de um furo no bloco da primeira fiada.
Caso não esteja tendo o vazamento adequado, devem-se remover as obstruções nos furos dos
blocos.
Na elevação também são assentados os pré-moldados leves, utilizados como suportes para
aparelhos de ar condicionado, vergas, quadros elétricos e contramarcos.
As técnicas de aplicação da argamassa recomenda-se o espalhamento com palheta,
aumentando a produtividade da mão de obra. Já o uso da bisnaga não é recomendado devido
uma plasticidade da argamassa maior, tendo a necessidade de mais adição de água além do
necessário e provocar lesões por esforço repetitivo.
Na fase do projeto, o projetista juntamente com o calculista estrutural deve decidir o
preenchimento de septos e juntas, pois estudos recentes revelam que o não preenchimento,
reduz a resistência em torno de 20%.
Durante o processo de elevação devem ter verificações constantes de prumo, nível e
planicidade.
Controle de Execução
O controle do processo e de recebimento de materiais e componentes segundo Sabbatini
(2003).
Os blocos estruturais o controle e contínuo e por lotes de 12 blocos, extraídos num conjunto
máximo de 10.000 blocos. A resistência à compressão característica do bloco deverá ser
conforme NBR 6136/2007. A resistência característica mínima será de 4,5Mpa. O coeficiente
de variação da resistência à compressão será inferior a 15%. A espessura mínima das paredes
do bloco será de 25mm. A retração será menor ou igual 0,065%.
Concreto estrutural será seguido o procedimento recomendado pela NBR 6118.
Os grautes serão controlados através dos ensaios de prisma cheio.
Argamassa será ensaiada pela NBR 7125.
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O controle e aceitação da alvenaria segue a metodologia da norma NBR 8798, feitos ensaios
de prisma com blocos ocos e cheios, que permitiram a avaliação conjunta dos blocos,
argamassa e graute.
Os prismas são elementos superpostos através de um número blocos, geralmente dois a três,
unidos por junta de argamassa e submetidos ao ensaio de compressão axial.
A estimativa da resistência de paredes através do ensaio de prismas é o
procedimento adotado pela NBR 10837, sendo também permitido pelo ACI 530. É
extremamente interessante e representa um avanço significativo do ponto de vista de
se obter um método de dimensionamento válido para praticamente qualquer
condição de unidade, argamassa ou mesmo graute. Obviamente, é importante que os
prismas sejam executados nas mesmas condições verificadas na construção.
(RAMALHO, 2003:78)
8. Manufatura e Ensaios
A NBR 6136/2007 da ABNT estabelece requisitos gerais e específicos dos componentes para
manufatura dos blocos vazados de concreto a serem utilizados em alvenaria estrutural e de
vedação.
Os requisitos gerais da NBR 6136/2007 classificam quanto ao uso:
Classe A - com função estrutural, para elementos de alvenaria acima ou abaixo do nível do
solo.
Classe B - com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo.
Classe C - com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo.
Classe D - sem função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do nível do solo.
Os requisitos específicos estabelecem as dimensões dos blocos vazados de concreto:
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Tabela 1- Dimensões nominais de blocos
Fonte: Tauil (2010)
Requisitos físicos-mecânicos estabelecem os limites de resistência mínima à compressão por
classe.
A NBR 6136/2007 estabelece como deve ser organizado o tamanho da amostra para
compradores ou seu representante legal.
Tabela 2- Tamanho da Amostra
Fonte: Tauil (2010)
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Os ensaios devem ser feitos de acordo com a NBR 12.118/2007: resistência à compressão;
analise dimensional, absorção e área líquida; retração linear por secagem.
A NBR 6136/2007 estabelece como determinar o valor característico de resistência à
compressão do bloco de duas formas: quanto o valor do desvio padrão da fábrica não é
conhecido; quando o valor do desvio padrão da fábrica é conhecido.
A NBR 6136/2007 estabelece os critérios de aceitação e rejeição dos lotes entregues ao
comprador.
Para se realizar ensaios de blocos vazados de concreto com e sem função estrutural devem se
ter laboratórios de materiais de construção equipados, de acordo com a NBR 12.118/2007.
Os procedimentos de ensaios podem ser realizados por qualquer laboratório equipado e que
realize controles usuais para estruturas de concreto armado. Através de uma prensa manual,
instalada no próprio canteiro de obra, pode controlar a resistência à compressão de um prisma.
Na NBR 10837 a especificação do prisma como resistência básica na alvenaria estrutural de
blocos vazados de concreto, descrita em suas palavras: “As tensões admissíveis para a
alvenaria não-armada e para alvenaria armada devem ser baseados na resistência dos prismas
aos 28 dias ou na idade na qual a estrutura está submetida ao carregamento total”.
Os ensaios necessários para aferição dos requisitos da NBR 6136/2007: analise dimensional;
absorção; área bruta; área liquida; resistência à compressão; retração por secagem.
Quando o fornecedor possui marca de conformidade do Inmetro, para os blocos de
concreto estruturais e de vedação por ele fabricado, então o comprador (construtor)
pode eventualmente verificar um o outro lote desse fornecedor. Para a obtenção da
marca de conformidade do Inmetro - Modelo 5 para blocos vazados de concreto, o
fabricante passa por auditorias regulares para aferir seu sistema de gestão ISO
9001/2004, ele deve enviar aos laboratórios credenciados pelo Inmetro amostragem
colhidas na fábrica e em obras por técnicos do laboratório de terceira parte para os
ensaios específicos na NBR 6136/2007. (TAUIL, 2010:179)
O Selo de Qualidade da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) é a certificação
aos produtos de fábricas, estas são auditadas por pessoal credenciado do Inmetro, contratados
pela administração do selo. A busca pelo selo de qualidade demonstra o interesse pela gestão
da qualidade, por melhorias continuas pela produção e comercialização dos blocos de
concreto.
Se fornecedor não possuir a certificação, deverão ser aferidos os lotes de blocos recebidos na
obra pelo construtor, separando um número maior de amostras com maior frequência. Os
ensaios feitos por laboratórios credenciados pelo Inmetro informarão a conformidade ou não
das amostras ensaiadas.
Em caso de dúvidas quanto ao resultado dos ensaios, deve se pedir a contraprova das peças
deixadas para essa finalidade, essa contraprova deverá ser feita em outro laboratório
credenciado pelo Inmetro.
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9. Conclusão
A pesquisa de alvenaria estrutural foi explanada de forma clara sobre o projeto e sua
execução, e com as referências teóricas e normas técnicas possibilitaram uma análise melhor e
mais completa do assunto.
O objetivo foi alcançado ao esclarecer os princípios do sistema construtivo em alvenaria
estrutural, buscou-se de forma prática apresentar: conceitos, a análise do projeto, a
coordenação modular, a interligação com os subsistemas, a execução e controle dos processos
e os ensaios.
A alvenaria estrutural está relacionada a todos os outros subsistemas e componentes da
edificação, desta forma demonstra a importância de desenvolver um número maior de
possibilidades de interação e integração ao longo da cadeia produtiva, como também a
preocupação com as analises iniciais do projeto e sua compatibilização.
Através desta análise chega à conclusão que a alvenaria estrutural é um sistema construtivo
completo que requer um entendimento de sua importância, desde a fase inicial da concepção
do projeto, de seguir as diretrizes do sistema, de atenderem as normas especifica dos
materiais, de ter uma mão de obra qualificada, de utilizar equipamentos para garantir a
qualidade e produtividade do processo.
O estudo da alvenaria estrutural aumenta a visão sobre o sistema construtivo, gera qualidade
para o aperfeiçoamento da técnica, propicia produtividade, melhora o canteiro de obra,
suporta e organiza os subsistemas da edificação, prioriza a racionalização e o processo de
produção.
Referências
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6136: Blocos
vazados de concreto simples para alvenaria estrutural- Especificação. Rio de Janeiro,
2006.
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto e
execução de obras de concreto. São Paulo, 2003.
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8798: Execução e
controle de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro,
1985.
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10837: Cálculo de
alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro, 1989.
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12118: Blocos
vazados de concreto simples para alvenaria: método de ensaio. Rio de Janeiro, 2010.
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ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15961-2:
Alvenaria Estrutural - blocos de concreto parte 2: execução e controle de obras. Rio de
Janeiro, 2011.
RAMALHO, Marcio A.; CORRÊA, Márcio R.S. Projeto de edifícios de alvenaria
estrutural. São Paulo: PINI, 2003.
MANZIONE, Leonardo. Projeto e Execução de Alvenaria Estrutural. São Paulo: O Nome
da Rosa, 2004.
PARSEKIAN, Guilherme Aris; HAMID, Ahmad Ahmad; DRYSDALE, Robert George.
Comportamento e Dimensionamento de Alvenaria Estrutural. São Carlos: EdUFSCar,
2013.
SABBATINI, F.H. Alvenaria Estrutural- Materiais, execução da estrutura e controle
tecnológico- Requisitos e critérios mínimos a serem atendidos para solicitação de
financiamento de edifícios em alvenaria estrutural junto à Caixa Econômica Federal.
Brasília/ DF: Caixa Econômica Federal/DIDUP, mar 2003.
TAUIL, Carlos Alberto; NESE, Flávio José Martins. Alvenaria Estrutural. São Paulo: PINI,
2010.
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