Funcionário da soberania ou louvador da nobreza guerreira, o

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ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA - FILOSOFIA
PROFESSOR: CARLOS FEITOSA TESCH
TURMA: 1ª Série EM
REVISÃO
(UFU- Modificado) “Funcionário da soberania ou louvador da nobreza guerreira, o poeta é sempre
um “Mestre da Verdade””. Sua “Verdade” é uma “Verdade” assertórica [afirmativa]: ninguém a
contesta, ninguém a contradiz. “Verdade” fundamental, diferente de nossa concepção tradicional,
Alétheia [Verdade] não é a concordância da proposição e de seu objeto, nem a concordância de
um juízo com outros juízos; ela não se opõe à “mentira”; não há o “verdadeiro” frente ao “falso”. A
única oposição significativa é a de Alétheia [Verdade] e de Léthe [Esquecimento]. Nesse nível de
pensamento, se o poeta está verdadeiramente inspirado, se seu verbo se funda sobre um dom de
vidência, sua palavra tende a se identificar com a “Verdade”.
DETIENNE, Marcel. Os Mestres da Verdade na Grécia Arcaica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 23.
1. O mito grego, se entendido como uma narrativa era uma fala de origem divina enunciada, em
geral, por um poeta com uma determinada função. A partir desta perspectiva, analise o texto
acima e responda em que se fundamenta, a partir desta função do poeta grego, a diferença da
concepção de verdade mítica da nossa concepção de verdade, dado que esta esteja de
acordo com o modelo aristotélico de verdade exposto no texto acima.
2. Explique quais elementos separam a filosofia oriental da filosofia nos moldes ocidentais.
“Só resta o mito de uma via, a do ser; e sobre esta existem indícios de que sendo não gerado é
também imperecível, pois é todo inteiro, inabalável e sem fim; nem jamais era nem será, pois é
agora todo junto, uno, contínuo (…)”.
“Só é possível pensar e dizer que o ente é, pois o ser é, mas o nada não é; sobre isso, eu te
peço, reflita, pois esta via de inquérito é a primeira de que te afasto; depois te afasta daquela
outra, aquela em que erram os mortais desprovidos de saber e com dupla cabeça, pois, no
peito, a hesitação dirige um pensamento errante: eles se deixam levar surdos e cegos,
perplexos, multidão inepta, para quem ser e não ser é considerado o mesmo e não o mesmo,
para quem todo o caminho volta sobre si mesmo”.
Parmênides, Sobre a Natureza, 6, 1-9 e 8, 2-5
3. Analise os objetivos da investigação de Parmênides e compare com o pensamento présocrático.
“Ao Logos, razão e palavra do que sempre é; os homens são incapazes de compreendê-lo, tanto
antes de ouvi-lo quanto depois de tê-lo ouvido pela primeira vez, porque todas as coisas nascem e
morrem segundo este Logos. Os homens são inexperientes, mesmo quando eles experimentam
palavras ou atos tais quais eu corretamente os explico segundo a natureza, separando cada coisa
e explicando como cada uma se comporta. Enquanto isso os outros homens esquecem tudo o que
eles fazem despertos assim como eles esquecem, dormindo, tudo o que eles veem.”
Adaptado de HERÁCLITO. Pré-Socráticos. Coleção “Os Pensadores”. São Paulo: Abril Cultural , 1978. p. 79.
4. A partir do aforisma de Heráclito, explique qual é o fundamento permanente de todo
conhecimento e quem, segundo o texto, corretamente o conhece e o enuncia.
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5. Em que setores do conhecimento podemos encontrar o esforço empreendido pelos primeiros
filósofos.
6. Analise a afirmativa: “todo o mito deve possuir três características: tratar de uma questão
existencial, ser composto por um conjunto de ideias contrárias irreconciliáveis e por fim,
proporcionar a reconciliação desses polos para acabar com a angústia”. Claude Lévi-Strauss
7. Forneça um conceito de mito e explique sua importância na construção do conhecimento
filosófico.
8. Em Bertrand Russell encontramos uma definição subentendida para a Filosofia, ele a chama
de “conhecimento experimental, preciso e auto consistente”. Comprove a afirmativa de
Russell.
9. Caracterize o período conhecido como filosofia pré-socrática.
10. Aponte as “causas primeiras” expostas por cada um dos principais filósofos pré-socráticos.
11. Estabeleça comparações entre o pensamento de Parmênides e Heráclito.
A questão que se segue foi parte integrante do concurso público para professor de Filosofia da
escola D. Pedro II, uma das mais antigas, tradicionais e respeitadas escolas do país.
As ciências em geral, tanto as da natureza quanto as assim chamadas “humanas”,
caracterizam-se por ter um objeto de estudo, métodos e técnicas por meio dos quais
pretendem dar a conhecer esse objeto. A Filosofia, no entanto, não tem um tema exclusivo,
pois podemos ocupar-nos filosoficamente da própria ciência, da arte, da política, etc.
Mas essa diversidade de “objetos” implicaria ausência de um determinado método de
abordagem filosófica? Ou será que é possível falar da existência de um “método filosófico”?
Desenvolva o tema.
Disponível em: cp2.g12.br. Acesso em: 03/05/2012.
12. Analise a ideia supracitada na questão de que “a Filosofia não tem um objeto e estudo
próprio”. Assim feito, explane qual seria o método e o tema de abordagem filosófica.
13. Apesar do Mito da caverna de Platão não ser propriamente um mito, mas uma alegoria,
explique como tais analogias explicam o significado do termo Filosofia.
14. Observando o percurso da transição do pensamento mítico para o filosófico, analise a função
do pensamento pré-socrático nesse processo.
Sócrates - Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar, ponto por ponto, esta imagem ao que
dissemos atrás e comparar o mundo que nos cerca com a vida da prisão na caverna, e a luz do
fogo que a ilumina com a força do Sol. Quanto à subida à região superior e à contemplação dos
seus objetos, se a considerares como a ascensão da alma para a mansão inteligível, não te
enganarás quanto à minha ideia, visto que também tu desejas conhecê-la. Só Deus sabe se ela é
verdadeira. Quanto a mim, a minha opinião é esta: no mundo inteligível, a ideia do bem é a última a
ser apreendida, e com dificuldade, mas não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa
de tudo o que de reto e belo existe em todas as coisas; no mundo visível, ela engendrou a luz; no
mundo inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e é preciso vê-la
para se comportar com sabedoria na vida particular e na vida pública.
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(Trecho do diálogo entre Glauco e Sócrates; Platão. A República. Livro VII)
15. Identifique os argumentos que aproximam a fala e Sócrates do pensamento pré-socrático e
em seguido aponte o conjunto de ideias que superam esse esforço primordial a filosofia.
A Retórica é a arte de convencer os outros pelo discurso, convencer os demais da razão sobre a
questão abordada, a habilidade de persuadir pela orquestração da fala, designava em sentido
literal, “a arte de bem falar”. Esse recurso intelectual surgido na Sicília e profundamente
difundido na polis de Atenas pelos sofistas, tornou-se fundamental para o processo de evolução
política que garantiu o perdurar da democracia.
A retórica direciona-se por três premissas básicas: Razão, Paixão e Ética, seguindo um
planejamento com cinco etapas:
I.
II.
III.
IV.
V.
Invenção: Escolha do conteúdo do discurso;
Disposição: Organização e estruturação dos conteúdos;
Elocução: Seleção das expressões verbais adequadas para cada conteúdo;
Memorização: Escolha de técnicas para efetuar o processo de memorização do discurso;
Declaração: Definir a tonalidade da voz e o gestual para cada conteúdo e momento do
discurso.
16. Aplique o modelo sofista na elaboração de uma defesa dos argumentos que levaram
Anaxágoras a condenação.
17.
“É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o homem é
naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que aquele que, por instinto,
e não porque qualquer circunstância o inibe, deixa de fazer parte de uma cidade, é um ser vil ou
superior ao homem [...].”
ARISTÓTELES. A política. Trad. de Nestor Silveira Chaves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. p. 13.
Explique a importância da atividade politica para um cidadão grego e em especial para
Aristóteles.
18. Para Platão, o mundo sensível, que se percebe pelos sentidos, é o mundo da multiplicidade,
do movimento, do ilusório, sombra do verdadeiro mundo, isto é, o mundo inteligível das ideias.
Explique como as analogias platônicas explicam o significado do termo Filosofia e o papel do
filósofo.
19. Argumente sobre as causas materiais aristotélicas que justificam seu pragmatismo em relação
a Platão?
20.
Argumente sobre as faces do amor em Platão e sobre os argumentos que ele
utiliza para forjar suas conclusões.
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