Ética contemporânea - Professor Wendel

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ÉTICA CONTEMPORÂNEA: XIX E XX.
• Recusa de uma fundamentação exterior, transcendental para a
moralidade, centrando no indivíduo concreto a origem dos valores
e das normas morais.
• MEDIEVAL: fundamentada na religião, na Bíblia, na Revelação
Divina.
• KANT: fundamentada no dever.
HEGEL E A FUNDAMENTAÇÃO
HISTÓRICO-SOCIAL DA ÉTICA
• Georg Wilhelm Friedrich Hegel (17701831).
• Hegel destaca o caráter histórico da
moralidade: a moralidade assume
conteúdos diferenciados ao longo da
história das sociedades.
• A moral seria o resultado da relação entre
o indivíduo e o conjunto social.
• A moral, em cada época, se manifestaria
tanto nos códigos normativos como na
cultura e nas instituições sociais.
• Hegel: vincula a ética à história e à
sociedade.
MARX E A MORAL IDEOLÓGICA
• Karl Heinrich Marx (1818-1883).
• Marx entendia a moral como uma
produção social que atende a
determinada
demanda
social:
contribui para a regulação das
relações sociais.
• Marx e a moral: uma forma de
consciência
própria
a
cada
momento do desenvolvimento da
existência social.
MARX E A MORAL IDEOLÓGICA
• Os valores que fundamentam as normas morais derivam da existência
social e, portanto, não são absolutos, não valem de forma universal: como
as relações sociais se transformam ao longo da história, transformam-se
também os indivíduos e as moralidades.
• A moral ideológica: difunde determinados valores que são necessários à
manutenção da organização social vigente, que privilegiam interesses e
valores da classe dominante.
HABERMAS E A ÉTICA DISCURSIVA
• Jurgen
Habermas
(1929)
elabora uma teoria ética
fundamentada na análise da
linguagem.
• Ética discursiva; baseada no
diálogo e no consenso.
• Diálogo: razão que sirva como
fundamento para a ação moral,
reconhecida pelos participantes
do diálogo.
HABERMAS E A RAZÃO COMUNICATIVA
• Razão comunicativa: construída a partir de uma argumentação que leva
a um entendimento entre os indivíduos.
• É uma razão interpessoal e não subjetiva; uma razão processual e não
definitiva e acabada.
• Para que a argumentação leve a um entendimento real entre os
indivíduos é necessário que ocorra um diálogo livre: sem
constrangimentos de qualquer ordem.
• Convencimento: a partir de argumentos válidos e coerentes.
• Ética discursiva: aposta na linguagem e na capacidade de entendimento
entre as pessoas.
• Ética discursiva: democrática e não autoritária, baseada em valores
validados e aceitos consensualmente.
• (2010) Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial,
soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é
simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a
ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não
pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva.
•
Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida
esta como a área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e
que interliga os indivíduos entre si.
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SEVERINO. A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992 (adaptado).
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O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na
sociedade contemporânea, ressalta
a) os conteúdos éticos decorrentes das ideologias político-partidárias.
b) o valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos.
c) a sistematização de valores desassociados da cultura.
d) o sentido coletivo e político das ações humanas individuais.
e) o julgamento da ação ética pelos políticos eleitos democraticamente.
• A alternativa D é a única correta. Ao se referir à dimensão política
da ética, o texto não está tratando de questões polítco-partidárias
(alternativa A) ou do comportamento ético dos políticos eleitos
democraticamente (alternativa E) e sim do impacto da ação
individual no meio social, isto é, do seu efeito coletivo e de seu
significado político. Deste modo, também, o texto não está
ressaltando as afirmações que constam nas alternativas B e C.
• Leia os dois fragmentos abaixo:
• “... Por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem
é liberdade. […] Não encontramos diante de nós valores ou imposições
que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás de
nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou
desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que
o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si
próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é
responsável por tudo o que fizer.” Jean-Paul Sartre
• “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem;
não a fazem como circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas
com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo
passado”. Karl Marx
• a) Enquanto Sartre defende que há determinismo, Marx defende que o
homem é livre independente das circunstâncias.
• b) Sartre defende que não há determinismo e Marx estabelece um meio
termo entre o determinismo e a total liberdade do homem;
• c) Quando Sartre afirma “o homem está condenado a ser livre”, diz o
mesmo que Marx quando defende que “os homens fazem sua própria
história, mas não a fazem como querem”.
• d) Sartre diz que o homem está limitado pela sua própria existência,
enquanto Marx afirma que o homem está limitado pelas condições
históricas.
• A alternativa B está correta. Sartre é contundente ao afirmar que
não há determinismo. Marx considera que há fatores objetivos que
limitam a liberdade humana, mas quanto maior for nosso
conhecimento a respeito deles, maior será o nosso poder de ação
sobre eles
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