Imunologia - Resumo V - Imuno-deficiências congênitas e

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Imuno-deficiências congênitas e adquiridas
Resumo V - Imunologia
Abbas
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As doenças por imuno-deficiência são causadas por defeitos congênitos ou adquiridos nos
linfócitos, células fagocitárias e outros mediadores da imunidade adquirida ou natural.
Essas doenças estão associadas a um aumento na suscetibilidade a infecções, cuja natureza
e severidade dependem, principalmente, do componente anormal do sistema imunológico
e da extensão dessa anormalidade.
Os distúrbios do sistema imunológico natural incluem defeitos na destruição dos
microrganismos pelas células fagocitárias (e.g., doença granulomatosa crônica ou
síndrome de Chédiak-Higashi), na migração e adesão dos leucócitos (e.g, LAD) e na
sinalização do TCR. Também pode haver deficiências no complemento.
As imuno-deficiências combinadas graves incluem defeitos no desenvolvimento dos
linfócitos que afetam tanto as células B quanto as T, são causadas pela sinalização
defeituosa das citocinas, metabolismo anormal das purinas, recombinação VDJ defeituosa
e mutações que afetam o desenvolvimento das células T.
As imuno-deficiências dos anticorpos incluem as doenças causadas por um defeito no
desenvolvimento ou ativação das células B e defeitos na colaboração entre as células T e
B (síndrome da hiper-IgM ligada ao X).
As imuno-deficiências das células T incluem doenças com expressão defeituosa das
moléculas do MHC, distúrbios de sinalização das células T e doenças raras envolvendo as
funções das CTLs e células NK.
O tratamento das imuno-deficiências congênitas é feito com a transfusão de anticorpos,
transplante de medula óssea ou de células-tronco ou a reposição enzimática. A terapia
genética pode oferecer tratamentos melhores no futuro.
As imuno-deficiências adquiridas são causadas por infecções, desnutrição, câncer
metastático e terapia imuno-supressora para a rejeição de transplantes ou das doenças autoimunes.
A AIDS é uma imuno-deficiência grave causada pela infecção com o HIV. Esse vírus
RNA infecta os linfócitos T CD4+, macrófagos e células dendríticas, causando uma
disfunção maciça no sistema imunológico. A maior parte da imuno-deficiência da AIDS
se deve á depleção das células T CD4+.
O HIV entra nas células ligando-se á molécula de CD4+ e a um co-receptor da família de
receptores de quimiocinas. Uma vez na célula, ocorre a transcrição reversa do genoma viral
em DNA, que é incorporado ao genoma celular. A transcrição do gene viral e a reprodução
viral são estimuladas por sinais que normalmente ativam a célula hospedeira. A produção
de vírus é acompanhada de morte celular.
A fase aguda da infecção é caracterizada pela morte das células T CD4+ de memória nas
mucosas e disseminação do vírus para os linfonodos. Na fase latente que vem a seguir,
ocorre uma replicação viral de baixo nível nos tecidos linfoides e perda lenta e progressiva
de células T. A ativação persistente das células T promove a sua destruição, levando a uma
perda rápida dessas células e deficiência imunológica na fase crônica da infecção.
A depleção de células T CD4+ nos indivíduos infectados ocorre como consequência dos
efeitos citopáticos diretos do vírus, efeitos tóxicos dos produtos virais, como a gp 120
liberada, e efeitos indiretos, como a morte celular induzida pela ativação ou destruição das
células CD4+ infectadas, destruição essa feita pelos CTLs.
Os indivíduos infectados possuem diversos reservatórios do HIV, incluindo as células T
CD4+ positivas ativadas de vida curta, macrófagos, com uma vida mais longa, e as células
T de memória de vida longa, com infecção latente.
A depleção das células T CD4+ positiva induzida pelo HIV aumenta a suscetibilidade ás
infecções por diversos microrganismos oportunistas. Além disso, os pacientes infectados
pelo HIV têm uma maior incidência de tumores, especialmente o sarcoma de Kaposi e
linfomas de células B associados ao EBV, e encefalopatia, cujo mecanismo de
desenvolvimento não é bem conhecido.
O HIV tem uma alta taxa de mutação, permitindo que o vírus evada ás respostas
imunológicas e se torne resistente aos fármacos usados no seu tratamento. A variabilidade
genética também é um problema para o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o
HIV. A infecção pelo HIV pode ser tratada por uma combinação de inibidores das enzimas
virais.
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