A rede urbana da Bahia e as pequenas cidades: reflexões teórico-conceituais Wesley Borges Costa1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Campus Universitário “Juvino Oliveira” [email protected] RESUMO A reflexão acerca da cidade e do urbano nos instiga entender como as cidades se formam e se inserem na dinâmica regional e os desafios locais para a superação de seus problemas. É refletir sobre a sociedade e sobre o espaço que está sendo (re)produzido a fim de abrigá-la, partindo do pressuposto que o processo de organização do espaço é longo e interminável. O objetivo central é refletir acerca da dinâmica da configuração da rede urbana da Bahia e o papel desempenhado pelos municípios de pequeno e médio porte diante às políticas concentradas de desenvolvimento no contexto meso e micro-escalar – regional x local, posto que observa-se na configuração urbana baiana áreas densamente povoadas, principalmente, no litoral e nas suas proximidades e um vazio ocupacional nas áreas oeste e norte do estado, ou seja, uma rede de cidades adensada na região litorânea e gradativamente mais rarefeita na direção da região central (semi-árido) e ainda mais no oeste baiano Neste sentido, os estudos acerca das redes urbanas não constituem uma novidade no âmbito da ciência geográfica, principalmente estudos que analisam as interfaces entre os diferentes tipos de relações desenvolvidas pelas cidades num enfoque regional e a influência destas. Palavras-chave: rede urbana, Bahia, pequenas cidades, globalização. Introdução Os estudos urbanos são uma forte tendência da ciência geográfica. As cidades, lócus de contradições e resistências, representam espaços privilegiados de pesquisa devido às rápidas transformações que ocorrem no espaço e o radicalismo engendrado no processo de transformação da paisagem. Não obstante, as cidades não são espaços desconexos e desarticulados do ponto de vista das relações que tecem internamente, no aspecto intra-urbano, e com seu entorno. Tal articulação emerge as redes de cidades e as áreas de influência de sua atuação. Partindo da premissa que, nas últimas décadas do século XX, a urbanização brasileira torna-se um processo mais efervescente no que tange às transformações produzidas no espaço, implicando profundas mudanças na produção de cidades independentemente de seu papel e/ou função na rede urbana contemporânea, isto é, 1 Aluno do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. sejam elas metrópoles, pequenas ou médias cidades, criou-se no espaço urbano um sistema de relações que foi capaz de redefinir a circulação de capital, pessoas e de produtos, conforme Santos (2009), alterando sua lógica de relações. Corrêa (1997) esclarece que [...] Em termos genéricos a rede urbana constitui-se no conjunto de centros urbanos funcionalmente articulados entre si. É, portanto, um tipo particular de rede na qual os vértices ou nós são os diferentes núcleos de povoamento dotados de funções urbanas, e os caminhos ou ligações os diversos fluxos entre esses centros. (CORRÊA, 1997, p. 93) Corrêa (op. cit) expõe que a rede urbana declarada refere-se a um produto social, contextualizado historicamente, que articula toda a sociedade numa área delimitada do espaço a fim de garantir a sua existência e reprodução. Destaca-se, a priori, a inserção das pequenas cidades e seu papel no sistema de cidades num contexto de Globalização e de reestruturação da rede urbana, posto que pequenas e médias cidades, abarcadas pelo processo de globalização, apresentam-se fragmentadas em suas relações sócioterritoriais, uma vez que no ceio desse processo torna-se visível o esfacelamento das condições sociais e o aprofundamento da concentração de renda, representando importantes centros de consumo (Corrêa, 2006; Damiani, 2006). Para Castells (2000), o sistema urbano é a articulação de instâncias de uma estrutura social dentro de uma unidade reprodutora de força de trabalho, ou seja, articulação de instâncias intra-urbanas, cuja função é a de organizar as relações entre os elementos da estrutura espacial. Com base no exposto, ao analisar a configuração da rede urbana da Bahia, há o predomínio de um baixo número de capitais regionais e a localização das mesmas revela o grau de desequilíbrio regional no Estado e as políticas centralizadoras do aparelho estatal, sendo notório o grau de dependência, de alguns importantes centros urbanos, da capital estadual e de cidades que extrapolam as fronteiras baianas. Tal questão, indubitavelmente, pode ser explicada pela falta de rede de infra-estrutura de suporte e com os fluxos que, segundo Santos (2008), são instrumentos de intercâmbio. Paralelamente, no período pós Constituição de 1988, os municípios brasileiros ganham maior responsabilidade em gerir seu território e vê-se, a partir disso, o surgimento de novas hierarquias sócio-espaciais que se redefinem por processos urbanos paradoxais. Tem-se o fortalecimento do processo de emancipação municipal no Brasil e, conseqüentemente, na Bahia observa-se, a partir disso, um número considerável de entidades geográficas urbanas e, por sua vez, deixadas à própria sorte, repercutindo negativamente nas políticas de ordenamento e gestão do território que atendem, sobremaneira, à nova dinâmica de acumulação capitalista do/no espaço excluindo essas pequenas cidades das benesses do progresso. Nesse sentido, tendo o Brasil, atualmente, um número expressivo de entidades consideradas urbanas, das quais, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – dos 5561 municípios no território brasileiro, mais de 90% tem uma população com até 100.000 habitantes, ou seja, são municípios de pequeno porte que exercem uma dinâmica socioeconômica peculiar no espaço intra-urbano e com os demais de seu entorno. Soares (2007) explica que o termo “(...) cidade pequena no Brasil remete diretamente para o sentido assumido pelo termo cidade e população urbana no país (...)”. Segundo Soares (op. cit), tal situação advém da Constituição de 1946, segundo a qual toda sede de distrito era considerada uma cidade, independente de seu tamanho territorial ou populacional. Santos (2008, p. 27) salienta que existem diversos tipos de pequenas cidades repercutindo na necessidade de se fazer a análise considerando o rápido crescimento urbano que essas cidades representam e representaram na recente história da urbanização brasileira. Corrêa (2006) apresenta-nos uma das peculiaridades das pequenas cidades, concernente à relação que esses pequenos centros desempenham entre si. Para ele, As pequenas cidades, numerosas que são, geram, via de regra, expressiva densidade de centros que se situam a uma pequena distância média entre si, ainda que esta possa variar de acordo com a densidade demográfica da região em que se localiza. [...] (CORREA, 2006, p. 258) O referido autor salienta ainda que os pequenos centros, sendo eles novos ou antigos, “(...) caracterizam-se como reservatórios de força-de-trabalho rural”. (CORRÊA, 1997, p. 100). Não obstante, Lopes (2009) nos instiga a pensar se as cidades pequenas são realmente urbanas, posto que tece considerações acerca dos dissensos conceituais sobre as pequenas cidades e aponta a necessidade da diferenciação do uso do solo urbano e a estratificação social como recurso metodológico para a caracterização das mesmas. Em busca de um entendimento mais holístico, Beujeu-Garnier (1997) estabelece uma provocação positiva no sentido de pensar a cidade na conjuntura e efervescência global e questiona: [...] será necessário considerar a cidade não como uma entidade fixa propriamente dita, mas como um instrumento que conserva e propaga determinada forma de civilização, caracterizada por um conjunto de traços possíveis de difusão mais ou menos global, mais ou menos perfeita? (BEUJEU-GARNIER, 1997, p. 6) Tal provocação nos remete a refletir acerca do sentido conceitual das cidades na contemporaneidade, posto que centros urbanos com funções, dimensões e articulações diversas com os conjuntos e/ou sistemas urbano-espaciais de que fazem parte. Partindo da premissa da complexidade do referido processo é mutilar seriamente a realidade no processo continuo de organização social do espaço. Para Olanda (2008), As pequenas cidades constituem-se em grandes desafios para a pesquisa em Geografia no Brasil, por diversos motivos, um deles é a ausência, ainda, de uma produção acadêmica mais significativa sobre essa temática, mas há de ser levado em consideração que a urbanização brasileira é também algo recente, se se considera a longa duração. [...] (OLANDA, 2008, p. 186-187) Na conjuntura baiana, a partir do trabalho de Silva e Silva (1993), onde analisou-se de maneira prospectiva o crescimento das cidades do Estado da Bahia no limiar do século XXI, observa-se que década de 1990 começa delinear um crescimento urbano, com fortes indicadores de metropolização, de urbanização concentrada, sobretudo, no interior do Estado, e de despovoamento das áreas rurais. Tal crescimento é uma importante característica da dinâmica sócio-espacial baiana no período supracitado. Observa-se na configuração urbana baiana áreas densamente povoadas, principalmente, no litoral e nas suas proximidades e um vazio ocupacional nas áreas oeste e norte do estado, ou seja, uma rede de cidades adensada na região litorânea e gradativamente mais rarefeita na direção da região central (semi-árido) e ainda mais no oeste baiano. Tal relação mostra o grau de fragilidade das políticas territoriais de integração e fortalecimento dos centos urbanos do Estado da Bahia (Silva & Fonseca, 2008). É lícito destacar ainda a hierarquia urbana representada por Vitória da Conquista como capital regional exercendo sua influência numa das regiões com um dos menores graus de urbanização do estado. No entanto, observa-se nessa dinâmica que algumas pequenas cidades cumprem papel relevante no contexto regional nos setores produtivos de base industriais, comerciais e serviços numa espécie de especialização produtiva2, como aponta Limonad (2007). No tocante a essa questão, Araújo (1999) defende a reflexão acerca das regiões de influência urbana como método regional por entender que valorizam a centralidade evidente dos maiores núcleos das regiões e cidades intermediárias no âmbito regional, numa perspectiva de organizadores do espaço interno, uma vez que os aspectos da dinâmica econômica, ou regiões econômicas, parecem apenas referendar a posição na hierarquia urbana e tendem a um determinismo espacial. As transformações ocorridas na rede urbana brasileira, nos últimos anos sob à égide da Globalização, cujo fenômeno de integração dos mercados luminosos e prósperos é uma das características mais fortes proporcionado pelo prodígio global da economia, são notórias e visíveis via materialização e reestruturação e decadência de importantes centros urbanos. Estes centros ligados uns aos outros estão em contínuo dinamismo e assumem a sua importância dentro da rede de acordo com a sua produção, circulação, consumo e os diversos aspectos das relações sociais, como supracitado. Em 2007, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – via método de classificação dos centros urbanos, identifica 12 redes de primeiro nível cuja base hierárquica dar-se através do julgamento da função de gestão do território, avaliação dos níveis de centralidade do Poder Executivo e do Judiciário da esfera federal, de centralidade empresarial e a existência de diferentes equipamentos. 2 Jonh Friedmann (1961) apresenta a Teoria da Especialização Produtiva das Cidades. Figura 1 – Rede Urbana Brasileira FONTE: REGIC 2007/IBGE No processo de evolução da malha urbana da Bahia ocorrido nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, observa-se o surgimento de novos arranjos na dinâmica regional contemporânea. Composta por 15 regiões geoeconômicas, o estado baiano estrutura-se por cidades que exercem um importante papel na organização e na reestruturação do espaço. Com efeito, elas atuam como nós de um complexo sistema de articulações - econômicas, sociais, políticas, culturais e institucionais - em rede, o que resulta em uma estrutura hierárquico-funcional que acaba por integrar as metrópoles, as cidades médias e as pequenas cidades, cada uma com sua potencial área de influência. Emerge daí a possibilidade analítica de estudo da política territorial da Bahia com ênfase à micro-região da Serra Geral, por entender que esta é composta por municípios pobres, em sua totalidade, que vivem em situação de dependência dos serviços oferecidos em Vitória da Conquista, sendo os deslocamentos diários em busca desses serviços uma realidade que evidencia o grau de dependência apontado. Não obstante, a microrregião da Serra Geral caracteriza-se por ser a menos urbanizada da Bahia, abrangendo os municípios de Brumado, Guanambi e Caetité que exercem o papel de cidades-pólos. Sua agricultura baseia-se fundamentalmente no algodão e cana-de-açúcar e sua principal atividade hoje é a mineração (magnesita em Brumado, garimpos de ametista em Caetité e Licínio de Almeida e extração de urânio em Caetité e Lagoa Real, ferro em franca ascensão em Caetité e municípios limítrofes). Hoje, dentre essas, Guanambi insere-se como o principal pólo de desenvolvimento regional e quase todos os investimentos previstos para essa região destinam-se ao segmento mineral, atividade promissora segundo alguns analistas. Com base no exposto, ao examinar a estrutura urbana do estado da Bahia, formada por 417 municípios, observa-se a existência de uma metrópole de projeção nacional - Salvador, 10 cidades médias, das quais, quatro exercem o papel de capitais regionais – Feira de Santana, Ilhéus-Itabuna e Vitória da Conquista, sendo que tal posição vem sendo acrescida por Barreiras, no Oeste do Estado, e por Teixeira de Freitas e Eunápolis, no extremo sul – e 406 cidades consideradas de pequeno porte que mantém a relação campo-cidade como uma das características mais fortes. A figura 2 abaixo demonstra cartograficamente como esses cidades estão organizadas espacialmente no contexto baiano. Figura 2 – Rede Urbana da Bahia FONTE: REGIC 2007/IBGE Tem-se hoje na Bahia a efervescência de novas descobertas e fomento às vocações produtivas regionais. Na área escalar de análise vê-se a tomada de medidas competitivas de atração do grande capital internacional no espaço baiano, notadamente nas cidades de pequeno e médio portes vistas sob o conceito de redes. Neste sentido, por entender que a dinâmica da urbanização, como exposto acima, é tido como um dos mais avassaladores fenômenos da humanidade, o aumento demográfico e a expansão ou retraimento da rede urbana, bem como o fluxo regional de trocas e permanência nos anseia a apreender como se estabelece a hierarquia urbanoregional num território marcado por profundas desigualdades no que tange aos aspectos sócio-econômicos como é a realidade baiana, haja vista que as projeções de crescimento e as mudanças engendradas no atual contexto sócio-espacial, segundo relatórios técnicos da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, apontam que mudanças significativas foram detectadas no processo econômico e demográfico das redes urbanas dos municípios baianos no período de 1998 a 2008, a exemplo das alterações no perfil da população e na economia das cidades do interior. No método de regionalização, de modo teórico, observa-se o processo de produção e circulação do capital, principalmente, é o fator preponderante na definição regional. O espaço torna-se elemento basilar às políticas do Estado, posto que ao regionalizar e rotular os espaços segundo potencialidades endógenas segrega, no sentido de marginalizar, os territórios. Harvey (2005, p. 151) esclarece que as alianças regionais de classes “(...) são uma resposta necessária e inevitável à necessidade de defender valores já materializados e a coerência regional já alcançada. (...)”. Por “classe” podemos entender um conjunto de cidades articuladas regionalmente que concentram a renda, os investimentos e as políticas de desenvolvimento regional/local. Não obstante, observa-se que os estudos regionais dificilmente irão apresentar uma coerência entre os diferentes aspectos espaciais, sendo eles os sócio-econômico-político e culturais, fato que muitos geógrafos defendem a ideia de totalidade em detrimento ao estudo regional. Santos (2008b) argumenta que região é um subespaço subordinado às leis gerais de tempo – possibilidade – e de entidade geográfica, vista como oportunidade. Se a região é tida e vista ainda hoje como uma possibilidade de diferenciação ou classificação de áreas, esta deve ser observada sob novos ângulos, na medida em que as interconexões dos aspectos supracitados confluem entre si num mesmo espaço (região), isto é, a análise regional, sob esta perspectiva, exige do pesquisador um olhar holístico a fim de não preterir ou negligenciá-los. Silva (2002) defende que a compreensão do desenvolvimento em diferentes escalas parte-se das bases sociais e das políticas públicas e sua integração à dinâmica das questões locais e regionais. Lencione (2003) argumenta que a região é um recorte espacial ligado à problemática da diferença e apesar das inúmeras tentativas de homogeneização dos espaços na era global o que impera é o revigoramento das diferenças. Neste contexto, insiste a persistência da região como “síntese” dos elementos abarcados pela análise geográfica. Outra leitura passível de ser realizada concerne ao atual estágio do capitalismo que, através da sua persuasão, confere e impõe ao pesquisador um novo olhar no estudo regional. Na era da globalização da economia, o discurso ideológico envolto nos conceitos regionais híbridos tenta vender uma imagem de regiões homogêneas e fortemente coesas, o que constitui uma grande farsa. Nunca na história da humanidade as diferenças entre os povos estiveram tão dantescas. Os objetivos latentes que perpassam por este discurso estão os princípios da exclusão e das áreas não-integradas, exceto os aspectos inerentes ao desenvolvimento da economia mundial ou regional. Os estudos regionais, na atual conjuntura, amiúde, estão servindo de base para arraigar os processos globais, sendo as regiões-rede ou redes regionais as expressões máximas que corroboram a vivacidade da abordagem regional na Geografia (Santos, 2008c). Considerações Parciais Na contemporaneidade, as cidades médias e pequenas assumiram papéis importantes no processo de urbanização, repercutindo também na modificação de sua estrutura urbana, redefinindo os usos do solo urbano, a lógica das centralidades e as relações tempo-espaço. Portando, a cidade e o urbano aparecem como um objeto ideológico, campo de luta entre classes. Campo de complexidade cognitiva. O que fica claro nessa perspectiva analítica é que a rede urbana brasileira, nas últimas décadas do século XX e início do XXI, vem passando por um grande processo de transformação oriundo do forte fenômeno da “integração” dos mercados proporcionado pela Globalização nos chamados pontos luminosos da economia, inclui as pequenas e médias cidades – as primeiras como foranto da força de trabalho e as segundas, como espaços dinâmicos, vistas no contexto da atual divisão social do trabalho. Ao analisar o perfil dos municípios da micro-região de Vitória da Conquista e sua inserção na rede urbana contemporânea evidencia que a cidade não se constitui como uma realidade autônoma e as pequenas cidades de seu entorno são fortemente influenciados e dependentes dos serviços oferecidos por ela enquanto capital regional, como afirma George (1983). Estas cidades ligadas umas as outras estão em processo contínuo de dinamismo e assumem a sua importância dentro da rede de acordo com a sua produção, circulação, consumo e os diversos aspectos das relações sociais, como apresentado por Santos (2009). Tem-se uma rede pouco dinâmica até a década de 1970 e uma verdadeira integração da economia regional, fruto do impacto global ainda que de maneira incipiente, os pequenos centros participam de um ou mais circuitos espaciais de produção (Santos,1988). Vê-se, portanto que a rede de cidades continua sendo um sistema integrado e hierarquizado que vai dos pequenos aglomerados às regiões metropolitanas ou grandes cidades, mas suas conexões, no entanto, adquirem contornos complexos e instigantes do ponto de vista das contradições engendradas no tempo e no espaço. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, L. C. Considerações sobre as teorias regionais aplicadas ao estado da Bahia. In: Revista de Desenvolvimento Econômico. 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