a importancia da educação em saude às pessoas com hipertensão

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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE ÀS PESSOAS COM
HIPERTENSÃO EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA¹
TIMM, Marcella Simões2; BEUTER, Margrid3; SCHIMITH, Maria Denise4;
SANTOS, Naiana Oliveira dos5; SEGABINAZI, Aline Dalcin6; VENTURINI,
Larissa7; DE SOUZA, Daiane Fagundes8; CARDOSO, Andreza Lima9;
1
Trabalho de relato de experiência.
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Aluna de Iniciação
Científica – bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET, Santa Maria, RS.
3
Professora. Doutora. Enfermeira do departamento de Enfermagem da Universidade Federal De
Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS.
4
Professora. Doutoranda. Enfermeira do departamento de Enfermagem da Universidade Federal de
Santa Maria - (UFSM), Santa Maria, RS.
5
Enfermeira mestranda do Programa de pós Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de
Santa Maria- PPGENF- (UFSM), bolsista CAPES, Santa Maria, RS.
6
Enfermeira da Estratégia de Saúde da Família São José, Santa Maria, RS.
7
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Aluna de Iniciação
.
Científica – bolsista do Programa de Educação Tutorial – PET, Santa Maria, RS
8
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Aluna de Iniciação
Científica- Bolsista FIEX, Santa Maria, RS.
9
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Aluna de Iniciação
Científica- Bolsista FIEX, Santa Maria, RS.
Email: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected]
2
RESUMO
O presente relato descreve a vivência de acadêmicos de enfermagem com pessoas
portadoras de hipertensão em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF) e a importância da
educação em saúde nesse contexto. A experiência foi realizada em uma ESF, no município de Santa
Maria/RS no mês de julho de 2012. Ressalta-se a importância da implantação de métodos
preventivos junto à pacientes hipertensos, evitando complicações futuras, proporcionando uma
intervenção de enfermagem através da busca por ações de educação em saúde na ESF. A equipe de
enfermagem deve atuar na promoção e prevenção da saúde através de atividades grupais, palestras
educativas e atividades lúdicas. Este tipo de atividade além de trazer benefício aos pacientes também
é de grande valia para acadêmicos de Enfermagem que se inserem na orientação das mesmas, pois
isto permite um bom preparo e retorno profissional, em especial quando o objetivo das atividades é
alcançado.
Palavras-chave: Educação em saúde; Hipertensão; Estratégia de Saúde da Família.
1. INTRODUÇ ÃO
De acordo com o critério atual para o diagnóstico da hipertensão arterial da
Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), é considerado hipertensão quando os
índices pressóricos são maiores ou iguais a 140/90mmHg. (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE HIPERTENSÃO, 2006). A hipertensão arterial é um agravo crônico de natureza
multifatorial e, para o seu controle tem-se ressaltado a importância da mudança de
hábitos de vida relacionados com alimentação, exercícios físicos regulares, abandono do
tabagismo e a utilização correta dos medicamentos. (LOPES, 2002). A população deve
perceber quais fatores influenciam na doença, ter sabedoria de que apenas a medicação
não vai cessar ou evitar problemas futuros decorrentes da doença. O tratamento da
hipertensão vai além da medicação, ele se baseia em uma alimentação saudável,
exercício físico regular, evitar o tabagismo e bebida, possibilitando assim uma boa
qualidade de vida.
Para que o paciente possa exercer o seu autocuidado e melhorar sua qualidade
de vida é necessária uma orientação adequada, por meio da educação em saúde por
profissionais competentes. Iniciativas de educação em saúde possibilitam mudanças
efetivas no estilo de vida das pessoas, com vistas a prevenir ou pelo menos retardar os
agravamentos decorrentes dessa enfermidade (SOARES, 2004). Seguindo essa linha de
pensamento, acredita-se que a educação em saúde pode ser uma valiosa ferramenta
para o enfermeiro e demais profissionais na busca de melhor qualidade de vida para os
portadores de doenças crônicas (SOARES, 2004). O enfermeiro deve buscar ações de
educação em saúde através de grupos, palestras educativas e atividades lúdicas para
chamar a atenção dos pacientes e assim promover e prevenir a saúde deles, mas
sempre com muito respeito, integralidade e cuidado ao próximo. A educação em saúde
ao paciente hipertenso pode proporcionar melhor qualidade de vida, sobrevida e
produtividade, diminuindo a alta frequência de internações com excessivos custos
econômicos, hospitalares e sociais ao país, sem falar na diminuição da demanda
hospitalar. A hipertensão é uma das mais comuns doenças cardiovasculares, e estas por
sua vez são responsáveis por alta frequência de internações. De acordo com dados do
Ministério da Saúde ocorreram 1.150.000 internações em 1998, com custo global de 475
milhões de reais (IV DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2002).
Como grande parte dos portadores de hipertensão recorrem ao Sistema Único de
Saúde para receber atendimento na atenção básica, surge um grande desafio, o de
prevenir e controlar essa doença, tornando-se fundamental a intervenção da equipe de
enfermagem. A Estratégia de Saúde da Família (ESF) surge como uma forma de
reorientação do modelo assistencial de saúde no Brasil, onde passa a dar um maior
enfoque ao cuidado preventivo deixando como segundo plano o cuidado curativo. Dentre
os
princípios
fundamentais
que
norteiam
uma
ESF
(integralidade,
equidade,
universalidade e hierarquização), destacamos a integralidade, pois se acredita que a
promoção, prevenção, recuperação da saúde não podem ser compartimentalizadas, mas
trabalhadas em todos os seus aspectos de forma dinâmica, na perspectiva de uma
abordagem integral, modificando o processo de saúde e doença de um indivíduo, família
e
comunidade
(MACHADO;
MONTEIRO;
QUEIROZ,
2007).
A Estratégia de Saúde da Família é ação definida pelo Ministério de Saúde (MS)
para oferecer uma atenção básica mais resolutiva e humanizada no país, levando em
consideração o indivíduo como um todo e sua família, preconizando a prevenção de
doenças e promoção da saúde. Cada equipe da ESF deve elaborar um plano para
enfrentar os principais problemas detectados e trabalhar para desenvolver a educação
em saúde preventiva, promovendo a qualidade de vida dos habitantes daquela área da
ESF. A Estratégia de Saúde da Família São José possui uma equipe formada por duas
enfermeiras, duas técnicas em enfermagem, uma dentista, uma auxiliar de dentista, uma
secretária, um a dois médicos e em torno de sete agentes comunitários de saúde.
2. METODOLOGIA
O estudo trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de Enfermagem
durante atividade extracurricular na Estratégia de Saúde da Família São José, no
município de Santa Maria, RS, perfazendo um total de 120 horas. O estágio foi
supervisionado pela enfermeira responsável pela ESF e também recebeu as devidas
autorizações exigidas pela Universidade Federal de Santa Maria, instituição de vínculo
dos acadêmicos. Durante a realização das atividades na ESF foi possível acompanhar
triagem dos pacientes, entrega de medicação aos pacientes hipertensos, bem como
auxiliar nas orientações nos grupos de hipertensos.
3. RESULTADOS/ DISCUSSÃO
O número de pessoas com hipertensão na ESF é relativamente alto, todos os dias
são muitos em busca de consulta e medicação. O acolhimento deve ser fortalecido com
estas pessoas a fim de proporcionar uma boa orientação, tendo em vista que a ação
farmacologia de anti-hipertensivos por si só não é eficaz. A medicação deve ser associada a
uma boa qualidade de vida, o que inclui a prática de exercício físico, alimentação regulada,
cuidado com o estresse, e não usar tabaco e álcool. Pois a manifestação da doença não é
explicada apenas por relação de causa e efeito, mas pelo contexto social e estilo de vida
que o individuo leva, como a maneira de ser do sujeito, seus hábitos e suas expressões. A
cultura e o grupo social no qual o individuo está inserido influência no seu estilo de vida.
A maior parte dos hipertensos acompanhados na ESF faz apenas uso de antihipertensivos como método de tratamento, mas conforme relato de alguns, após a
participação em grupos de hipertensos tiveram um grande progresso quanto à qualidade de
vida e nível pressórico, pois, diminuíram os fatores de risco como alimentação inadequada,
sedentarismo, estresse. Esse resultado pode ser comprovado através da aferição da
pressão sanguínea.
Nos grupos de hipertensos que existia na ESF, percebeu-se a preocupação do
paciente em adquirir o medicamento distribuído pelas enfermeiras e que a atenção que
davam ao assunto desenvolvido no grupo dependia muito do método como era transmitido,
repercutindo assim na adesão ao tratamento. Assim, destaca-se a importância do
acolhimento, diálogo e do desenvolvimento de atividades educacionais que chamem a
atenção do paciente, como: atividades lúdicas e interativas. Essas atividades mostram-se
eficazes para o ensino-aprendizagem e motivam a participação nos encontros. A nossa
participação com a enfermeira no grupo foi através da entrega de medicação antihipertensiva, orientações às pessoas com hipertensão e aferição de suas pressões arteriais.
Após verificarmos a pressão dessas pessoas, passávamos orientações a todos, até
mesmo àqueles que apresentavam a pressão arterial estável, pois possibilita que eles
continuem aderindo ao tratamento. Aqueles que apresentaram a pressão sanguínea
alterada buscou-se construir alternativas, rever atitudes desfavoráveis à saúde, a fim de
incentivar atitudes satisfatórias.
No contato com a pessoa com hipertensão buscou-se além da competência científica
e técnica ter sensibilidade para perceber a necessidade de cada um, acolhendo-as de forma
humanizada e usando uma linguagem acessível de acordo com sua condição. Com isso
percebemos que a forma como abordamos a pessoa influi para a criação de confiança entre
ambos, pois o individuo não segue o que lhe é imposto e sim observa e aceita as
possibilidades
que
você
dá
a
ela.
A educação em saúde como processo político pedagógico requer o desenvolvimento
de um pensar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações
transformadoras que levem o individuo a sua autonomia e emancipação enquanto sujeito
histórico e social capaz de propor e opinar nas decisões de saúde para o cuidar de si , de
sua família e da coletividade MACHADO; MONTEIRO; QUEIROZ, 2007). Portanto, educar
em saúde significa atuar sobre o conhecimento da pessoa para que ela mesma desenvolva
o
seu
juízo
crítico
e
seja
capaz
de
intervir
sobre
a
sua
vida.
A inclusão na orientação as pessoas com hipertensão trouxe grande beneficio aos
acadêmicos, pois permitiu que conhecêssemos as diferentes realidades, aumentando
nossas experiências e conhecimentos resultando em um bom preparo e retorno profissional.
Acreditamos que para as pessoas com hipertensão, permitiu um maior tempo
disponibilizado, escuta atenta, discussão de alternativas de tratamento, seus riscos e
benefícios e a possibilidade de autocuidado.
4. CONCLUSÃO
Promover a qualidade de vida deve ser prioridade da equipe de saúde para as
pessoas com hipertensão, pois assim poderão ser evitadas complicações e internações
desnecessárias, proporcionando uma vida mais sadia, diminuindo os riscos de desenvolver
agravos. A educação em saúde as pessoas com hipertensão é um dos grandes desafios
dos dias de hoje, sendo este um papel que cabe ao enfermeiro desempenhar, com muita
precisão, acolhimento e didática, levando sempre em conta a questão cultural e condicional
do paciente. Lembrando que é fundamental para uma adesão ao tratamento a troca de
saberes, observando o conhecimento prévio do paciente sobre o assunto, não impondo
conceitos e sim dando alternativas para que ele tenha autonomia de decisão, de acordo com
a realidade do paciente.
Nesse sentido, a participação em triagens, atividades educativas com pessoas com
hipertensão possibilitou um ambiente de motivação favorável a adesão ao tratamento, pois
os partipantes compartilharam suas dificuldades e junto com os acadêmicos buscaram
alternativas para superá-las. O reforço à autoestima dos integrantes, também se fez
presente, tendo como objetivo estimular os participantes a encontrar recursos para lidar com
as questões do adoecer, da doença e dos seus efeitos sobre sua vida. Percebeu-se que é
fundamental realizar ações de educação em saúde, por meio de grupos de hipertensos em
uma ESF, pois por meio da troca de experiências e vivências, alcança-se a meta da
promoção de saúde, do autocuidado, o estímulo à adesão ao tratamento e adoção de
hábitos
saudáveis
de
vida.
Em virtude disso, acredita-se que, por meio do processo educativo com grupos de
hipertensos, se tem a oportunidade de construir alternativas, corrigir ou modificar
comportamentos desfavoráveis à saúde e apoiar o fortalecimento de atitudes saudáveis.
REFERÊNCIAS
LOPES, M.C.L; MARCON, S.S. Concepções sobre saúde e doença de famílias que convivem com a
hipertensão arterial: Um estudo qualitativo. Online brazilian journal of nursing. Vol 3 n 1, 2002.
MACHADO, M.F.A.S; MONTEIRO, E.M.L.M; QUEIROZ, D.T; et al. Integralidade, formação de saúde,
educação em saúde e as propostas do SUS- Uma revisão conceitual. Ciência e Saúde Coletiva.
SOARES, L.C. Educação em saúde na modalidade grupal: Relato de experiência. Cienc Cuid Saúde;
Jan/ Mar, 2009.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial;
2002.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial;
2006.
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