O período entre guerras – entre a primeira guerra e a segunda. O caos europeu: Convenhamos: Depois de uma guerra como a primeira guerra mundial, não há país que fique em pé, mesmo sendo vencedor e beneficiado do tratado de Versalhes. A economia da Europa estava fracassada. Havia tempo demais parada, sem produzir nada. Havia uma divida imensa com os Estados Unidos que os países europeus não podiam pagar, pois não tinham dinheiro. A Bela Época havia morrido junto com os soldados da guerra. Quem era pobre, continuou pobre e quem era classe média, ficou tão pobre quanto os pobres. Perderam tudo. Continuaram independentes dos produtos norte-americanos enquanto se reconstituíam, sugando também a sobrevivência aos poucos de suas colônias. Agora a Europa havia declinado e as antigas potências européias não eram mais potências. A potência agora era americana. Na Itália: A Itália estava tão lenhada quanto a Inglaterra e a França, ou pior. Ela tinha vencido a guerra, no entanto, estava se sentindo tão perdedora quanto a Alemanha, pois não havia ganhado nenhum benefício do tratado de Versalhes. Seu poder político estava enfraquecido e aberto para as idéias comunistas, e essas hipóteses perigosas faziam o governo tremer nas bases. Ela tinha também uma dívida de 4 bilhões de dólares com os EUA. O retorno dos soldados sobreviventes -1 milhão- piorou ainda mais a situação do desemprego. Além disto, o sul da Itália ainda era uma área completamente atrasada, agrícola e pobre, que não ajudava em nada. E se o Norte industrializado já estava falido, então, acabou-se Itália! Forte inflação que desvalorizava a moeda. Agricultores e soldados camponeses gritando reforma agrária. Pessoas gritando emprego e qualidade de vida. O caos! E no meio deste caos, dois partidos se destacaram para derrubar o fraco governo. O socialista, óbvio, e o fascista. O fascista não foi levado muito a sério no começo, um partido militar e ditador. No entanto, quando o governo se viu perder o poder para o partido comunista, ele se rendeu e entregou o estado para os fascistas. Com o grande evento da Marcha Sobre Roma, os fascistas marcharam até Roma e forçaram o rei Vítor Emanuel a convidar Benito Mussolini para ser o primeiro ministro. Benito Mussolini era o líder dos fascistas e facilmente tomou o poder, pois os militares e a população acabaram vendo nele uma saída nova, um jeito de se livrar do inferno. Por isso (e por algumas repressõezinhas típicas de militares) o partido fascista ganhou a maioria dos votos na eleição e Mussolini acabou se tornando o Duce da Itália. Fascismo: O fascismo tinha como símbolo uma antiga arma romana, que era a união de vários gravetos e uma lâmina de machado. Uma espécie de machado mais resistente: Significava a união dos cidadãos italianos e a força política. Sim! O Nacionalismo exagerado. A união faz a força e, unidos, os italianos conseguirão reerguer a Itália, pois eles eram o antigo Império Romano! O sangue de vencedor do império romano ainda estava neles! Por que então deixar se abater? Todos que fizessem concurso público deveriam ingressar no partido fascista. A propaganda de Mussolini foi obra de cartazes que o glorificavam, engrandeciam sua imagem e exaltava seus feitos. Fato é que Mussolini era tão escroto como qualquer outro militar, ou até mais. Sabe-se que o corajoso deputado socialista Giacomo Matteotti denunciou em seus discursos a farsa eleitoral do fascismo e pouco depois seu corpo foi encontrado em um beco de Roma, mutilado. Você ainda tem dúvidas de quem pode ter sido? Mussolini, claro. E não sou eu que estou falando. Ele próprio assumiu a culpa do assassinado pessoalmente e ninguém teve coragem de puni-lo. Lógico que não. A censura rigorosa impedia qualquer manifestação contra o partido e seu Duce. Um dos objetivos do fascismo era doutrinar a juventude de 6 a 18 anos de idade. Eram educações pré-militares, atividades esportivas e claro, um tipo de lavagem cerebral ideológica. Desde cedo os jovens aprendiam os ideais fascistas como cultura, naturalidade. A molecada já crescia fascista, pensando fascista, amando o fascismo. Crer, obedecer, combater... As escolas também entraram no regime de educação fascista, mudando os livros de história e o jeito de ensinar os garotos a pensar. E quem fosse contra o regime era expurgado. Não só as escolas, mas também várias agências de emprego possuíam o apoio do partido fascista. Mussolini também reduziu os impostos e incentivou assim a produção industrial. Protegeu os produtos italianos aumentando as tarifas alfandegárias, encarecendo assim os produtos estrangeiros, desenvolvendo a indústria local e melhorando o mercado interno consumidor. Quando a crise de 29 bateu nas portas da Itália, ela promoveu, assim como Roosevelt nos EUA, a construção de obras públicas para gerar empregos. Enfim, aos poucos a Itália foi se recompondo da queda provocada pela primeira guerra deste modo. Não tanto como Mussolini ressaltava em suas propagandas, mas foi. O Nazismo: A situação alemã. Umas coisas em comum com os outros países europeus, só que muito mais agravadas: Altíssima inflação, desemprego, desvalorização da moeda, dívida externa, governo político enfraquecido, pobreza alastrando em todos os lugares, fim da Bela Época, revolta dos fracassados, ameaça comunista de tomar o poder. No entanto, lembre-se que a Alemanha foi aquela que o tratado de Versalhes massacrou. Ah, como os alemães estavam odiando arduamente os outros países europeus! Mas que audácia, quanta injustiça num tratado só. Era um absurdo, um absurdo! Seu exército, sua marinha, sua aviação, seus submarinos... tudo confiscado, extingüido, limitado. Todos os territórios conquistados naquela guerra sanguinária foi roubado, fazendo com que toda aquela carnificina de nada tivesse servido. O ódio era a palavra no coração dos alemães. Eles estavam literalmente arruinados. A moeda alemã foi tão desvalorizada devido à inflação que as notas eram imprimidas em apenas um lado do papel, o outro ficava em branco para não gastar a tinta. Era mais barato queimar o dinheiro do que comprar carvão para queimar. O pão, a comida, qualquer coisa, custava absurdos. Chegaram ao ponto de fazerem ‘vale dinheiro”. “Vale X milhões”! Todas as famílias, ou a maioria esmagadora delas estavam falidas. Os pobres estavam pobres, os de classe média e os ricos estavam pobres. Quem se salvava eram aqueles que tinham guardado seu dinheiro nos bancos da Suiça e agora retomavam eles. Mas isso era a menoria e revoltava o resto da população. Abria as portas do comunismo. A vida não valia mais a pena. O governo de Weimar estava mais fraco do que o do Rei Vítor Emanuel na itália. E isso tudo piorou ainda mais com a crise de 29. Além destes que se salvaram guardando dinheiro na Suiça, quem mais se livrou um pouquinho do aperto foram os judeus. O que provocou forte inveja e movimento anti-semita na cabeça dos alemães. Haviam sido traídos! Queriam revanche, tinham que dar um jeito naquele tratado de Versalhes. E quem se ofereceu para acabar com o caos? Um rapaz que já apareceu na primeira guerra como mensageiro e soldado: Adolf Hitler. Adolf Hitler e o partido nazista. Mas para entender este partido, teremos que entender a história deste homem direito. A história do Nazismo foi um pouquinho diferente. Para começo de conversa, os nazistas não conheciam os fascistas nem vice-versa. Nenhum imitou o outro, nenhum foi cópia do outro. Eles surgiram com idéias parecidas e características iguais de governo em épocas iguais, sem sequer saber que o outro existia. “Foi como um sol que clareou entre as núvens de um dia escuro e chuvoso”(Adolf Hitler em Mein Kampf). Adolf Hitler nasceu em 1889, perto de Linz, na província da Alta Áustria, próximo da fronteira alemã, que na época era parte do império Austro-Húngaro. Seu pai era Alois Hitler, funcionário da Alfândega. Sua mãe, Klara Hitler, casou-se com seu pai quando já estava grávida e foi seu terceiro casamento. No Total, Klara teve seis filhos com Alois, mas só Adolf e sua irmã mais nova Paula que sobreviveram. Adolf era um rapaz inteligente, porém, mal humorado. Foi desde cedo boêmio, sendo reprovado mais de uma vez em sua escola em Linz. Desde ali começou a armazenar em seu caráter os ideais pangermânicos, de que a Áustria e a Alemanha eram um povo só, etc, e essas idéias foram fortalecidas por um de seus professores na época. Desde antes mesmo dali, ele não tinha uma relação muito boa com o pai, por várias desavenças: Ele queria ser arquiteto ou pintor, ou artista, e seu pai se negava a ter um filho com tais profissões, preferia que ele se tornasse um funcionário público a isso. Além do mais, os métodos de educação que seu pai usara contra ele foram sempre severos, ou severo seria apelido para tal, ao ponto de sua morte ser para Hitler mais um alívio do que um lamento. De fato, quem morreu primeiro foi sua mãe, a qual ele sempre fora apaixonado e respeitoso com ela. Após sua morte, sua vida se tornou um inferno com o pai e, após a morte do pai, para sorte de Adolf, ele foi morar com uma velha tia, que logo também morreu. Adolf partiu para Viena, sem família nenhuma e sem apoio de ninguém, para tentar se tornar o artista que ele sempre quis ser. Em 1907, fez exames na academia das artes de Viena e foi reprovado mais de uma vez, para variar. Nos anos seguintes, permaneceu em Viena sem um emprego fixo, vivendo inicialmente da herança de sua falecida tia Johanna. Chegou até mesmo a pernoitar um asilo de mendigos na zona de Meidling. E para sair daquela sarjeta, resolveu copiar postais, pintando graciosamente as paisagens de Viena, e assim conseguiu o aluguel de um apartamento na rua Meldemann. Copiava cartões postais e vendia suas pinturas para apenas ganhar dinheiro, não considerando aquilo realmente uma forma de arte. Ao contrário do mito popular, fez uma boa vida como pintor, ganhando mais dinheiro do que ganharia se estivesse em um emprego regular, como um bancário, e trabalhando menos horas também. Durante seu tempo livre, ia para o Teatro de Viena assistir óperas de mitologia nórdica. Muito de seu tempo era dedicado à leitura. Foi em Viena que começou a ser um ativo anti-semita. O anti-semitismo era profundamente enraizado nas culturas do sul da Alemanha, na Áustria, onde Adolf cresceu. Lá em Viena foi onde ele tomou contato com os judeus ortodoxos do leste, que viviam em abundância no lugar. Informou-se sobre judeus por meio de leituras. Lendo panfletos anti-semitas abertamente vendidos por ali, Hitler enraizou mais algo em seu caráter, a idéia da raça superior ariana. Foi lá que ele também fixou algumas idéias marxistas, como as dialéticas. Em maio de 1913, recebeu uma pequena herança de seu falecido pai e se mudou para Munique. Ao mudar-se, fugia do exército Austro-Húngaro, mas foi pego tempos depois e fez um bocado de exames e foi reprovado, mais uma vez, voltando para Munique para pintar seus quadros e viver sua vida pacata. No entanto, quando a Primeira Guerra mundial estourou, ele se alistou rapidamente no exército. Serviu na França e Bélgica como mensageiro, papel perigoso a se prestar. No entanto, mesmo tendo este perigo em sua frente, expondo-se por várias vezes à linha de fogo inimiga e sem proteção das trincheiras, Hitler nunca foi promovido a nada além de cabo, por motivos que ninguém conhece. O que se tornou algo mais para sua lista de humilhação, como se não bastasse ser reprovado em tudo que procurava fazer. Não estava autorizado a comandar qualquer agrupamento de soldados, por menor que fosse. Foi condecorado duas vezes por coragem sem ação. A primeira medalha que recebeu foi a Cruz de Ferro de Segunda Classe em Dezembro de 1914. Depois, em Agosto de 1918, recebeu a Cruz de Ferro de Primeira Classe, uma distinção raramente atribuída a não oficiais, até porque Hitler não podia ascender a uma graduação superior, já que não era cidadão alemão. Em Outubro de 1916, no norte de França, Hitler foi ferido numa perna, mas regressou à frente em Março de 1917. Recebeu a Das Verwundetenabzeichen (condecoração por ferimentos de guerra) nesse mesmo ano, já que a ferida era resultado direto da exposição ao fogo inimigo. Hitler se jogou de cabeça naquela guerra, criando em sim um patriotismo alemão incrível, como se ele sempre houvesse sido alemão, de nascença, de sangue, e no entanto era somente de alma. Parou novamente num hospital na guerra, quando um tiro quase lhe deixou cego, quando recebeu a notícia da derrota lastimável da Alemanha na guerra. Passou 6 meses sem falar nada devido ao choque que levara diante disto. Talvez ele tenha levado essa parte para mais uma humilhação em sua vida. Culpou os políticos civis pela capitulação. Voltou então para Munique para pintar seus quadros, e dizem alguns que ele chegou a se prostituir para ganhar dinheiro. Foi daí então que ele conheceu um policial alemão, que se tornou seu amigo e o chamou para ingressar na polícia alemã como agente secreto, espião. Claro, agora que a guerra havia acabado, o tratado de Versalhes esmagava a economia alemã. O Governo estava frágil e sem apoio social, temendo horrivelmente um golpe comunista no lugar. Exatamente por isto, o Governo tinha desconfiado de um partido político radical que se reunia em uma cervejaria em Munique, o partido Nacionalista dos Trabalhadores, apelidado pela abreviatura DAP. Eles se reuniam em uma pequena taberna para trocar suas idéias que pareciam radicais ao governo. Foi assim que Hitler acabou entrando na DAP, como bode espiatório, e saiu de lá o maior defensor das idéias daqueles homens, influenciado por toda a sua carga de nacionalismo exarcerbado, seu anti-semitismo cultural, sua falta de aprovação na vida. Tudo se juntou, Hitler tornou-se um grande orador. Tornou-se rapidamente o chefe do partido Nazi. No mesmo mês (Setembro de 1919), Hitler escreveu aquele que é geralmente tido como o seu primeiro texto anti-semita, um "relatório sobre o AntiSemitismo" "lutaria de forma legal para remover os privilégios gozados pelos judeus em relação a outros estrangeiros vivendo entre nós. O seu objetivo final, no entanto, deverá ser a remoção irrevogável dos próprios judeus" Apartir de 1920, começou a participar ativamente do partido, tornando-se líder dele e mudando seu nome para Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei - NSDAP (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães), normalmente conhecido como partido Nazi, ou Nazista, que vem das palavras "National Sozialistische”. O partido adotou como símbolo a suástica, que também era símbolo do arianismo, segundo eles. Usaram também a saudação romana, que também foi usada pelos Fascistas na Itália, nesta mesma época de desalento social da Europa. Desde então, criou-se o partido mais conhecido do mundo naquela época, com suas características pessoais. No entanto, o governo acabou descobrindo o partido Nazista e prendeu seus líderes e o porta-voz dele, ou seja, Hitler. Mas este não era o fim para o partido Nazista, era o começo. Foi neste momento em que, na prisão, o partido parou em jornais, em capaz e repórteres iam ao seu encontro para entrevistar e saber o que realmente era aquele partido. E como o porta- voz era Hitler, era ele que respondia às entrevistas, era ele que saía nas fotos dos jornais como se fosse o líder. E por incrível que pareça, o poder de persuação do homem era tão grande, sua paixão e amor e crença pelo que dizia era tão absurda, que os entrevistadores que ali entravam indiferentes, saíam já nazistas. Saíam impregnados pelos ideais nazistas. Sim! Nós não perdemos a primeira guerra, foi uma traição! Primeiro, temos um câncer em nosso país: Os judeus. Uma raça impura, inferior à nossa –ariana- que suja nosso sangue e suga nosso dinheiro. Enquanto os alemães estão mortos de fome nas ruas, os judeus usufruem do dinheiro da Alemanha. E este tratado de Versalhes é uma calúnia! Todos estes países, todos eles têm inveja de nossa superioridade. Nós íamos nos tornar a maior potência do mundo e eles nos desviaram por pura inveja. Sim, temos que nos unir, nós, raça pura alemã, superior a todos eles, temos que nos unir para levantar o país! Temos que voltar a ser o glorioso Império Germânico de antes! Sim, sim, sim, foi assim que Hitler convenceu a maior parte da cadeia a se converter ao nazismo. E lá dentro foi onde ele escreveu a sua obra, que contava toda a história de sua vida: Mein Kampf (Minha Luta). Quando o partido nazista saiu da cadeira, ganhou tamanha repercurção que ultrapassou os votos dos comunistas nas eleições. Hitler foi convidado a ser Chanceler do governo alemão e, logo logo, tornou-se o Líder: O Führer. O partido nazista era tão ditatorial quanto o fascista. Tinha as mesmas características dele, como o nacionalismo, o totalitalismo, o culto à personalidade do líder, as lavagens cerebrais ideológicas, o romantismo, a censura e a caça aos opositores. E tinha uma característica a mais e óbvia: O anti-semitismo. Formou-se a juventude Hitlerista e o processo de purificação da raça ariana. Garotos e garotas que eram treinados para serem militares e auxiliares, para reproduzirem filhos entre si e espalhar a raça alemã no país. Os estrangeiros foram expulsos, os judeus foram presos e mortos em campos de concentração, onde haviam câmaras de gás. O mesmo processo de incentivo à produção, construção de obras públicas para gerar emprego, propagandas exageradas sobre o líder, todo o processo de reerguer o país da primeira guerra foi parecido com o fascismo. De fato, Hitler conseguiu colocar a Alemanha no alto novamente em apenas 3 anos! Tratado de Versalhes? Vá ao inferno o Tratado de Versalhes! Hitler não obedeceria mais a isso. Deixaria de pagar a dívida, voltaria a armar e treinar os soldados alemães. Passou a dar autonomia à Alemanha, livrando-a da dependência de matérias-primas como o petróleo. Com seus discursos recheados de fé e esperança e força, Hitler conquistou a maior parte da população alemã. E o que faltava para conquistar novamente a moral do país? O teoria do espaço vital. Sim! Vamos conquistar de volta os territórios! Vamos provocar como revanche a segunda guerra mundial... Heil, mein Führer!