FACULDADE ASSIS GURGACZ AFLATOXINAS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTOS DE PRODUTOS NATURAIS NA CIDADE DE CASCAVEL – PARANÁ CASCAVEL 2013 1 TIAGO MAFFINI AFLATOXINAS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTOS DE PRODUTOS NATURAIS NA CIDADE DE CASCAVEL – PARANÁ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em farmácia, curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz - FAG. Professora orientadora: Patrícia Stadler Rosa Lucca. CASCAVEL 2013 2 TIAGO MAFFINI AFLATOXINAS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTOS DE PRODUTOS NATURAIS NA CIDADE DE CASCAVEL – PARANÁ Trabalho apresentado durante o curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da professora Patrícia Stadler Rosa Lucca. BANCA EXAMINADORA _______________________________ Profª. Patrícia Stadler Rosa Lucca Mestre _______________________________ Nome do Professor Avaliador Titulação do Professor Avaliador _______________________________ Nome do 2º Professor Avaliador Titulação do Professor Avaliador Cascavel, 06 de Novembro de 2013. 3 DEDICATÓRIA Dedico este Trabalho especialmente aos meus pais Miguel Maffini e Izamar Dall’ Agnol Maffini que graças a eles, hoje eu posso cumprir esta etapa da minha vida da melhor forma possível, e realizar um sonho, e a minha irmã Kelli Maffini pelo apoio e companheirismo durante todos estes anos. 4 AGRADECIMENTOS Á Coordenadora e Professora Patrícia Stadler Rosa Lucca, pela sua atenção, apoio, paciência e excelente contribuição para este trabalho. Em especial aos professores Giovane Douglas Zanin, Emerson da Silva Machado, Claudinei Mesquita, Tatiana Tiuman, Juliana Cristina Friedrich, Paulo Sergio Daniel, Liane Dezanet e Patrícia Lucca pela sua contribuição não apenas na formação profissional, mas também no desenvolvimento pessoal e do caráter de seus alunos. Á todos os professores com quem eu tive o privilégio de ter aulas nas instituições UNIPAR e FAG. Ás farmacêuticas com quem eu tive a oportunidade de trabalhar durante os estágios extracurriculares: Rosali Regina Paludo, Elenir Rudeck, Juliana Bieger, Graciela Calazans, Fabiana Trento e Patricia Filippin que em seus locais de trabalho e me proporcionaram muito aprendizado e experiência. Á Leilaine e á Mayara, do laboratório de análises de controle de qualidade A3Q, pela atenção e paciência durante a realização das análises. Á Thais do laboratório de análises clínicas da FAG por ser muito parceira e sempre ter dado uma forcinha quando precisei. Aos meus colegas de faculdade em especial: Camila Tonello, Katiane Lowe, Sara Maffini, Daiane Andressa Faoro, João Lucas Kapp, Matheus Heck de Souza, Juliana Huppes, Monise Fiorentin, Nathália de Sá, Ana Caroline Renz, Karla Costa, Luana Banfi, e todos os demais. É muito bom ter conhecido todos e ter estabelecido grandes amizades durante estes quatro anos de faculdade. Aos meus tios Pedro Maffini e Marcia Raquel Maffini, pelo apoio e encorajamento que vem me proporcionando nestes últimos anos. Ás Minhas Avós Amália Dall’ Agnol e Amabile Maffini que me servem como exemplo de caráter e de amor. Aos meus pais, por serem como são e fazerem de mim um reflexo deles, além do apoio e dos esforços sem medidas para me fornecer as melhores condições possíveis para chegar onde eu estou hoje. E finalmente a Deus, que me serve de consolo e refúgio nos momentos difíceis e sempre me conduz pelo melhor caminho. 5 SUMÁRIO REVISÃO DE LITERATURA 06 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 22 ARTIGO CIENTÍFICO 28 INSTRUÇÕES AOS AUTORES DA REVISTA BRASILEIRA DE PLANTAS MEDICINAIS. 51 6 REVISÃO DE LITERATURA HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DE PREPARAÇÕES POR INFUSÃO Historicamente, o uso de chá é referido desde a antiguidade, iniciando-se o costume com o Chá-Verde (Camellia sinensis), planta originária da região sul da China que é cultivado principalmente nos países da Ásia e África Central. O uso do Chá-Verde na China já tem mais de três mil anos, a qual também e responsável pelo maior cultivo desta planta. (BATISTA et al., 2009). Ao longo dos anos, o uso do chá foi se diversificando e se especializando, há muito tempo já é notificado o uso de plantas como medicamentos para prevenção e tratamentos de distúrbios e doenças em seres humanos e animais, como por exemplo, no Japão, onde o consumo se iniciou entre os monges budistas entre os anos 800 D.C. Lá, considerava-se o extrato de chá um produto solúvel em água e que poderia ser obtido por infusão, e os três principais tipos eram o Chá-Preto, o Chá-Verde e o Oolong. (BATISTA et al., 2009). Esta cultura ganhou fama e foi se disseminando pelo mundo, Portugal teve duas primazias em relação à introdução do chá na Europa. Foram responsáveis pela introdução do consumo da bebida, e em 1750 introduziram o cultivo do chá, porém, apenas um século depois é que a produção gerou uma aposta na industrialização do processamento com a chegada de mão de obra especializada no país (Sociedade Brasileira de Bugei, S/D; SATO, S/D). "Na Europa ocidental importa-se até hoje o Chá (Camellia sinensis). Mas, na época, ervas e frutas locais como a hortelã, a camomila, a erva doce, a maçã, a pera e frutinhas vermelhas como amoras e morangos, com sabor e propriedades diferentes da Camellia sinensis, passaram a ser utilizadas, com o mesmo processo de obtenção (infusão), então, todo o tipo de infusão em água quente passou a ser popularmente conhecido como Chá." (SATO, S/D). No Brasil, a cultura do chá foi introduzida no Rio de Janeiro por D. João VI, e espalhou-se para Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Atualmente, a principal região produtora do chá no Brasil é o Vale do Ribeira, em São Paulo, principalmente os municípios de Registro, Pariquera, Açu e Cajati, sendo a colonização japonesa a grande responsável pela expansão dessa cultura na região (LIMA et al., 2009). "As plantas medicinais no Brasil podem ser utilizadas de diversas maneiras e com diferentes propósitos, seja in natura, com partes inteiras ou sob a 7 forma para preparação de chás e/ou outros preparos caseiros" (MUSSIDIAS et al., 2012). UTILIZAÇÃO DE PREPARAÇÕES POR INFUSÃO PARA FINS TERAPÊUTICOS. Consumir plantas medicinais é um hábito muito antigo e tem base nas tradições familiares, que vêm tornando-se prática generalizada na medicina popular (BRASILEIRO et al., 2008). Segundo Junior et al. (2005) no início dos anos 90, a OMS divulgou um estudo onde apontava que entre 65 e 80% da população nos países subdesenvolvidos e em expansão dependiam de plantas medicinais, sendo esta, muitas vezes, a única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde. Atualmente, existem fatores que direcionam a população ao consumo e uso destes recursos como forma de tratamento de determinadas afecções e distúrbios que os acometem, podendo citar o exemplo do alto custo dos medicamentos industrializados no geral e o difícil acesso a estes e à assistência médica. Tem-se falado muito também na tendência ao uso de produtos de origem "Natural" (BRASILEIRO et al., 2008). No Brasil, o conhecimento das plantas medicinais surge a partir de uma rica mistura de tradições indígenas, de europeus e de africanos, baseados em espécies tropicais desde o tempo de colonização. A íntima relação entre o homem e as plantas de seu ambiente é de grande utilidade para a medicina moderna ocidental. Esta sabedoria está cada vez mais aprofundada pelo homem e em constante modificação pela cultura moderna (MEIRA, et al., 2010). "A etnobotânica inclui todos os estudos concernentes à relação mútua entre populações tradicionais e as plantas. Apresenta, como característica básica de estudo, o contato direto com as populações tradicionais." (FRANCO & BARROS, 2005). A etnobotânica busca uma aproximação e vivência que permita conquistar a confiança entre as populações no intuito de resgatar o conhecimento sobre as plantas e a sua afinidade com a cura do ser humano, e de um modo geral, o povo brasileiro tem uma gama muito significativa de conhecimento, em suas populações mais tradicionais, a respeito de métodos alternativos de cura de doenças mais frequentes, porém, que está ameaçada pela medicina ocidental e o bloqueio do 8 processo de transmissão do conhecimento entre gerações, gerado pela falta de busca pela informação por parte das pessoas, fato que ocorre principalmente nas grandes cidades (FRANCO & BARROS, 2005). Em estudos realizados com pessoas da região Sul do Brasil, a maioria com idade acima de 60 anos até 70 anos, observou-se que cerca de 33% dos pacientes utilizavam algum tipo de medicamento sem o consentimento de seu médico, 57% dos pacientes em estudo apresentavam polifarmácia e a prevalência do consumo de chás foi de 56% (n=120) (FLORES & MENGUE, 2005). Atualmente, as pessoas podem usufruir de uma diversidade de plantas e fitoterápicos vendidos indiscriminadamente nos estabelecimentos comerciais, e a demanda por produtos mais saudáveis tem proporcionado à ascensão das plantas também dentro da área agronômica, e por esse motivo, trabalhos com plantas medicinais enfocam a questão do cultivo e a produção de mudas, sendo estas coletadas na mata ou em ambiente nas quais foram introduzidas e selecionadas pela eficiência terapêutica e pela adaptabilidade do cultivo nas diferentes regiões (ETHUR et al., 2011; MEIRA et al., 2010). Conforme anexo da Portaria Nº 519, de 26 de junho de 1998 da ANVISA, Chás são produtos constituídos por partes de vegetais independentemente se estejam fragmentadas, trituradas, etc. Obtidos por processo especializados para cada espécie. Sua utilização se destina ao uso exclusivamente na preparação de bebidas com caráter alimentício seja por infusão ou decocção em água potável, sem que se defina com alguma utilidade terapêutica. Segundo a RDC 10/2010 da Agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA), institui-se a notificação de drogas vegetais junto a ANVISA, sendo neste contexto consideradas como plantas medicinais na íntegra ou suas partes, as quais devem conter os componentes responsáveis pela ação farmacológica após os processos de coleta, estabilização, dessecamento, e podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada, e respeitando os estádios de desenvolvimento da planta para obter maior concentração destes e também, a respectiva época do ano em que isso ocorre. Melo et al. (2000) mostraram em seu trabalho que, o constante incentivo no uso dos produtos ditos "naturais" gera uma preocupação em relação a higiene dos produtos que são consumidos e com isso, deve-se dar uma atenção especial a carga microbiana que habitam as plantas comumente utilizadas pelas pessoas. 9 A queda da qualidade de medicamentos e produtos advindos de origens vegetais está intimamente relacionada com a ausência de Farmacovigilância e ausência de Boas Práticas na produção comercialização e transporte destes materiais, sendo assim necessárias a padronização da qualidade das práticas de identificação, de cultivo, de coleta, de manipulação, secagem e armazenamento bem como transporte (BARBOSA et al., 2009). Estudos realizados por Leite & Biavatti (1996) em que avaliaram a qualidade de plantas medicinais vendidas no comércio de Itajaí – SC, constataram que a maioria das plantas não possuía um controle de qualidade satisfatório, caracterizando muitas vezes o produto como impróprio para o consumo. Observaram também que cerca de 40% das amostras foram reprovadas por conter impurezas/material estranho e cerca de 20% das amostras desqualificadas continham espécies nas embalagens não correspondentes com a descrita no rótulo do produto, caracterizando assim uma adulteração (se for intencional) ou indicando uma falta de orientação do produtor. A avaliação microbiológica da planta é importante, pois a partir dela, tem-se uma ferramenta para estimar a vida útil dos produtos, bem como pela pesquisa de microbiota patogênica e saprófitos que deteriorizam o produto, [...] além de que, inúmeras doenças que acometem o ser humano são causadas principalmente por microrganismos patogênicos [...] na maioria das vezes transmitidos pela via fecaloral ingeridos em águas ou ainda alimentos contaminados (BARBOSA et al., 2009). Fica estabelecido para plantas que passarão por processo de extração a quente, seja por infusão ou decocção ou outro método, o seguinte: a contagem máxima para bactéria aeróbicas de no máximo 107 UFC/g; Fungos, contagem máxima de 104 UFC/g. Escherichia coli, crescimento de no máximo 10² UFC/g. Demais enterobactérias, o crescimento não deve exceder o máximo de 104 UFC/g. Não deve haver crescimento de Salmonela, e deve haver ausência de Aflatoxinas, devendo esta análise ser realizada quando for citado em monografia específica na farmacópeia ou em literatura científica quando existir (BRASIL, 2010). CONTAMINAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS POR MICROORGANISMOS E OS RISCOS RELACIONADOS AO SEU USO. A cartilha do ministério da Agricultura Pecuária, e Abastecimento (2006) 10 dispõe de algumas recomendações para o processo de cultivo de plantas medicinais para evitar a queda da qualidade do produto. O cultivo então deve ser feito em áreas específicas livres de contaminação seja por metais pesados, resíduos de agrotóxicos ou qualquer outra substância química não natural. As áreas destinadas ao cultivo devem estar situadas longe de rodovias de movimento intenso (pelo menos 2km) e áreas industriais, evitando assim a contaminação por poluentes lançados no ar nestas regiões que por sua vez podem depositar-se sobre as plantas e contaminá-las. Produtos químicos eventualmente utilizados devem ter o menor efeito nocivo possível. Com relação à adubação a ser utilizada, a cartilha nos diz que este não deve conter fezes humanas. Se for orgânico, de origem animal, deve estar completamente curtido ou (vermi) compostado antes da aplicação, para reduzir ao máximo a carga microbiana no produto. Resíduos de culturas e de outros vegetais também devem, preferencialmente, ser compostados para evitar a proliferação de doenças. Os microrganismos proliferam-se muito rapidamente causando deteriorações indesejáveis nos produtos, afetando as características de sabor, odor e cor, e podendo levar a um estado de podridão, sulcos e gomas, liquefação e murchamento. Mais grave que essas alterações, é a produção de substâncias tóxicas, que podem invadir o trato intestinal ou outras partes do organismo produzindo graves doenças (TORASSI, 2009). Além da maneira como são manuseados no processo de cultivo, outros fatores podem influenciar na presença de microorganismos tais como temperatura e umidade por exemplo. Segundo Torassi (2009), os microrganismos podem se desenvolver em temperaturas que variam de 2°C a 70°C. De acordo com suas exigências de temperatura, os microrganismos são classificados como: psicrófilos (microrganismos que se desenvolvem entre 0°C e 20°C), psicrotrófilos (se desenvolvem entre 0°C e 7°C), mesófilos (multiplicam-se entre 30°C e 45°C) e termófilos (crescem entre 55°C e 60°C). Outro fator que está relacionado ao aparecimento de flora microbiana em geral e também a patogênica, é a umidade que é definida pela atividade de água (Aw) dos produtos. Araújo et al., (2005) dizem que o crescimento dos microrganismos depende da atividade de água, em razão da influência da pressão osmótica sobre as trocas através das membranas. São observados crescimento e desenvolvimento microbiano, entre faixas que variam de 0,60 a 0,99 de Aw; em 11 geral, o valor ótimo para o crescimento se situa entre 0,90 e 0,99; abaixo disso, o crescimento é mais dificultado, mas que depende de cada espécie podendo ser moderado, retardado ou inibido. Assim é possível classificar os diferentes tipos de microrganismos caracterizando-os por um valor de atividade de água (Aw) mínimo, abaixo do qual não mais se tem a possibilidade de desenvolvimento. A preservação dos princípios ativos nas plantas medicinais pode ser comprometida pela coleta inadequada, secagem e armazenamento impróprio, pois pode ocorrer degradação por processos metabólicos, hidrólise, luz, ação enzimática, oxidação, fermentação, calor e contaminação microbiológica (BOCHNER et al., 2012). Segundo Leite & Biavatti (1996) Apesar do comum incentivo a utilização de plantas medicinais, são raras a constatações bibliográficas referentes á qualidade destes produtos, e salientam que da mesma forma que os demais medicamentos, os produtos de origem natural devem ter a sua qualidade analisada com características físicas, químicas e também quanto á instabilidade. O uso de plantas medicinais, muitas vezes pode ser um fator de risco de toxidez potencialmente agressivo, portanto é necessário ter cautela ao utilizar estes produtos que podem ser reservas naturais de componentes tóxicos (originados de seu metabolismo natural) ou ainda de fontes externas por contaminação com microrganismos, especialmente os fungos (MUSSI-DIAS, et al. 2012), ou ainda por enterobactérias por exemplo (BARBOSA et al., 2009). Com relação ao tipo de exposição que pode causar algum dano ou efeito nocivo ao organismo, têm-se duas classificações. A primeira é aquela em que ocorre em um prazo de 24 horas, onde o indivíduo ingere grandes quantidades de uma substancia danosa levando aos efeitos tóxicos, e é denominada exposição aguda. A segunda é conhecida como exposição crônica, e se caracteriza pela ingestão de pequenas quantidades de uma substancia durante um longo período de tempo (JARDIM & CALDAS, 2009). Normalmente, estas últimas que causam danos em longo prazo, que ocorrem por um efeito cumulativo no organismo, portanto, o risco de toxicidade agudo ou crônico está intimamente ligado com as propriedades de cada agente, e as quantidades ingeridas em determinado período de tempo (JARDIM & CALDAS, 2009; Conceitos Básicos em Toxicologia, S/D). Segundo Jardim & Caldas (2009), dentre as substância mais encontradas 12 contaminando os alimentos estão as que são advindas do processamento e estocagem dos alimentos dentre elas a acrilanida, nitrosaminas e as próprias micotoxinas, as advindas de bactérias e outros organismos, e/ou metais pesados presentes naturalmente no ambiente ou adquiridos da atividade industrial ou doméstica. Um exemplo clássico de exposição aguda, e gravíssima, é o que ocorre devido á ingestão acidental da "Toxina Botulínica" advinda da bactéria Clostridium botulinum, que é uma toxina altamente letal. Esta bactéria habita vários tipos de ambientes (em solos e sedimentos de lagos e mares) entre eles as plantas tais como os legumes e vegetais, também em mel e intestinos de mamíferos, peixes e vísceras de crustáceos (CERESER et al., 2008; ANVISA, 2008). Outro exemplo, que vem sendo muito estudado nos últimos anos, é a respeito da contaminação fúngica em plantas e demais alimentos, principalmente pelas espécies Aspergillus flavus e A. parasiticus. Estas espécies que são saprofíticas e crescem em uma ampla variedade de ambientes e plantas, estão constantemente contaminando os alimentos ingeridos pelo homem. (PIEREZAN, 2012). Em estudo realizado em plantas medicinais produzidas no estado do Paraná citado por Zaroni et al. (2004) a presença de fungos do tipo bolores e leveduras nas drogas vegetais variou de 1,0x10^4 à 8,4x10^6 UFC/g com maior freqüência de amostras que apresentaram até 105 UFC/g (que correspondeu á 36,11% em seu estudo). Sendo que a OMS preconiza no máximo 5,0x10^4 UFC/g para produtos destinados ao uso na forma de chás e infusões. As contagens de fungos quando elevadas, devem ser consideradas e avaliadas com cautela, pois podem ser um forte indicativo da presença de espécies responsáveis pela produção de micotoxinas. Fungos dos gêneros Penicillium, Aspergillus, Rhizopus, Mucor, Cladosporium e Aureobasidium spp. encontram-se freqüentemente associados à drogas vegetais (FURLANETO & MENDES, 2004; ZARONI et al., 2004). AFLATOXINAS: CARACTERIZAÇÃO E EFEITOS BIOLÓGICOS Em especial, as espécies Aspergillus flavus e A. parasiticus, são os principais responsáveis pela produção de um metabólito secundário tóxico denominado "aflatoxina", esta ocorrência nos produtos se dá principalmente devido a dois fatores: 13 a disponibilidade de nutrientes e as condições de armazenamento com temperatura e umidade ideal para o aparecimento destes microrganismos, sendo que na atualidade observam-se cerca de 17 compostos similares que são entendidos como aflatoxinas, porém normalmente o termo aflatoxina se refere aos 4 compostos bifurano-cumarínicos que são os tipos B1, B2, G1 e G2, além destas, detectou-se ainda duas outras classes de aflatoxinas denominadas M1 e M2, que são respecitvamente provindas do metabolismo das aflatoxinas B1 e B2 (PIEREZAN, 2012; OLIVEIRA & GERMANO, 1997; OGA, 2003; CRUZ, 2010; MALLMANN et al., 2000; ECKERT, 2011). As aflatoxinas São encontradas na forma cristalina e são altamente termoestáveis, suportando temperaturas de até 200ºC, e sendo resistentes ao frio. São solúveis em solventes de caráter polar como clorofórmio e metanol, e incompatíveis com solventes apolares (gorduras e óleos em geral). Podem apresentar instabilidade quando em exposição á radiação ultravioleta, e destruição em meio com amônia, hipoclorito ou soluções alcalinas fortes. Não podem ser detectadas naturalmente nos alimentos, pois são incolores, inodoras e insípidas (TESSARI & CARDOSO, 2012). As Aflatoxinas caracterizam-se principalmente por uma elevada toxicidade, mesmo em animais de espécies domésticas, seres humanos e outros, provocando toxicidade aguda, ações mutagênicas, carcinogênicas e teratogênicas, sendo o Fígado seu principal órgão "alvo", e acometendo também a fase de crescimento em crianças e jovens (OLIVEIRA & GERMANO, 1997; AMARAL et al., 2006). Viegas & Rosetto (2006) afirmam que todas as aflatoxinas tem efeitos carcinogênicos, teratogênicos mutagênicos e imunossupressores. No que diz respeito á estrutura das aflatoxinas, as do tipo B, apresentam anel Ciclopentanona em sua estrutura molecular, já as da categoria G, apresentam anel Lactona, as demais classes B2 e G2, são derivados “di-hidro” de B1 e G1, porém, apesar de estruturalmente semelhantes, tem graus variados de atividade biológica (TESSARI & CARDOSO, 2012). A aflatoxina B1, é encontrada mais frequentemente em vegetais e é também a que tem o maior poder de toxicidade em relação ás outras, onde as classes B2, G1 e G2 representam cerca de 50, 20 e 10% do potencial de intoxicação aguda em relação a B1 (CRUZ, 2010). Entre maio e agosto de 1960, foram notificados vários surtos de intoxicação 14 por aflatoxinas em aves no Reino Unido, que naquela época ainda era desconhecida, mas foi caracterizada nos anos consecutivos como um metabólito tóxico provindo do fungo Aspergillus flavus. (OGA, 2003). Os sintomas de intoxicação por aflatoxinas é muito relativo nos seres humanos e animais, pois, depende do tipo de alfatoxina ingerido e da quantidade em que está presente nos alimentos, os sintomas relacionados à intoxicação por micotoxinas provêm da interação destas, com moléculas funcionais e organelas celulares de animais (OGA, 2003; CRUZ, 2010). Em seres humanos, as aflatoxinas são absorvidas no trato gastrointestinal e sofrem um primeiro efeito de biotransformação no fígado por enzimas do sistema de funções oxidases mistas (FERREIRA et al., 2006). As funções oxidases mistas são parte constituinte do grande grupo de enzimas metabólicas do citocromo P-450 e são responsáveis pela eliminação de vários xenobióticos do organismo (FERREIRA et al., 2006). Segundo o manual de doenças transmitidas por alimentos da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (2003). As aflatoxinas, no fígado, podem causar necrose aguda, cirrose e carcinoma, nas mais variadas espécies de animais. Durante o tempo de intoxicação pelas toxinas, Tessari & Cardoso (2012) citam que em frangos, no primeiro dia de intoxicação, observa-se uma grande concentração de aflatoxinas no fígado, órgãos reprodutores e rins, relacionados com o metabolismo de excreção desempenhado por estes órgãos, mas nos excrementos, os compostos foram detectados somente sete dias após a ingestão. Quando em contato com o fígado, e após a biotransformação das aflatoxinas em aflatoxina B2 e epóxido de alfatoxina, estes caracterizam-se por ter a capacidade de se ligar de forma covalente com compostos intracelulares inclusive o DNA e o RNA no núcleo do hepatócito, o que promove entre outras dentre outras ações a inibição da enzima RNA-polimerase, inibindo a síntese protéica e a síntese hepática, e o transporte de gorduras as áreas do organismo ficam seriamente afetadas (TESSARI & CARDOSO, 2012). Na molécula da toxina, a porção responsável pela mutagenicidade está na estrutura de hidrofurofurano entre C2-C3, sendo que a redução da Aflatoxina B1 para a forma 2,3-dihidro (Aflatoxina B2) acaba por diminuir seus efeitos mutagênicos em até 500 vezes (JAY, 2005). No geral, as aflatoxinas provocam mutações pontuais no DNA, que são 15 consideradas as lesões genéticas predominantes, apesar de estarem presentes também em mutações que alteram a leitura no DNA (JAY, 2005). Gompertz et al. (2005) dizem que, além de seus potenciais efeitos hemorrágicos e carcinogênicos, é de conhecimento também no organismo das aves o desencadeamento de efeitos como hipoglicemia, hipotermia e diminuição da gordura corpórea. PLANTAS MEDICINAIS CARACTERÍSTICAS, DE EFEITOS UTILIZAÇÃO COMUM FARMACOLÓGICOS E NO BRASIL: HISTÓRICO DE CONTAMINAÇÃO. No Brasil, ha uma definição em Resolução da ANVISA, que diferencia o uso de plantas medicinais, que podem ser utilizadas com caráter terapêutico, onde se exigem vários testes de controle de qualidade. E uma segunda opção, é o registro mais simplificado, “como alimento”, de uso livre na forma de chá, que acaba sendo preferível devido á maior facilidade para registro junto a ANVISA (LUCCA et al., 2010). A RDC nº 14 da ANVISA de 31 Março de 2010 [2] diferencia em suas definições os termos Planta Medicinal e Droga Vegetal. Sendo que Droga Vegetal é entendida como: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada, ou seja, é necessária a comprovação da presença dos princípios ativos responsáveis pelo efeito farmacológico na planta, Diferentemente da Planta Medicinal, que se designa por este termo aquelas espécies vegetais, cultivadas ou não, utilizadas com propósitos terapêuticos, mas sem eficácia comprovada. Camomila (Chamomila recutita L.) Segundo a Farmacopeia Brasileira (1996), a droga é constituída pelas inflorescências contendo óleo essencial em 0.4% ou mais. É uma planta herbácea anual, aromática, e que pode atingir até um metro de altura, com flores reunidas em capítulos compactos, agrupados em corimbos, possui 16 as flores centrais amareladas e corola lingulada branca, e é nativa dos campos da Europa e aclimatada em algumas regiões da Ásia e nos países Latino-americanos, sendo no Brasil, a região sul a mais propícia para a adaptação desta planta (LORENZI & MATOS, 2002). A camomila é dentre as plantas, uma das mais antigas utilizadas pela medicina tradicional europeia, entre seus constituintes fixos destacam-se os polissacarídeos com propriedades imunoestimulantes e os éteres bicíclicos que sobre condições experimentais mostraram atividade espasmolítica semelhantes as da papaverina, contém também flavonoides com atividade tricomonicida e bacteriostática e a apigenina que apresenta as propriedades de ansiolíticas e sedativas. É utilizada visando as suas propriedades calmantes, antiinflamatórias, analgésicas, antiespasmódicas, carminativas, cicatrizantes e emenagogas advindas do óleo essencial presente nesta planta, que pode ser empregado também na forma de pomadas e cremes, ou em preparações farmacêuticas de uso externo (LORENZI & MATOS, 2002; LUCCA et al., 2010; PEREIRA et al., 2005). Em estudos realizados com amostras secas de camomila obtidas no comércio da cidade de Maringá – PR, demonstraram que os níveis encontrados de contaminação por microrganismos aeróbios totais variaram de 3,0x10²UFC/g a 5,0x10³UFC/g (OMS, máximo 5,0x10^7UFC/g para materiais vegetais de uso na forma de chás e infusões e no máximo 5,0x105UFC/g para uso interno). A contaminação por bolores e leveduras das drogas vegetais analisadas variou de 1,0x10² a 3,0x10³UFC/g. (OMS, máximo 5,0x10^4UFC/g vegetais de uso na forma de chás e infusões e no máximo, 5,0x10³UFC/g para uso interno). A maioria das amostras apresentou contagens de microrganismos aeróbios dentro do limite preconizado pela OMS e uma amostra apresentou valores fora do limite para a contagem de bolores e leveduras elevadas, sendo dessa forma reprovada de acordo com os níveis preconizados como aceitáveis (SILVA, et al., 2009). Em seu estudo, Prado et al., (2009) analisou a presença de microrganismos patogênicos em plantas medicinais, para isto, ele utilizou amostras de Alcachofra, Boldo, Camomila, Chapéu de Couro e Sene, e obteve como resultados a presença de fungos produtores de micotoxinas apenas na Camomila e na Alcachofra. Ainda neste estudo, na Camomila foram identificados 8 isolados de Aspergillus flavus, sendo que 2 (25%) foram produtores de aflatoxinas B1 e B2 e 5 isolados de Aspergillus ochraceus, sendo 2 (40%) produtores de ocratoxina. 17 Cavalinha (Equisetum spp.) É um subarbusto ereto, rizomatoso, com haste de cor verde, oca e com numerosos ramos que partem dos nós dos verticilos, sensação áspera ao tato devido a presença de silício em sua epiderme. Suas folhas são verticiladas e reduzidas a pecíolos soldados que formam uma bainha membranácea. No pico da haste fértil contém uma espiga escura e oblonga com grande quantidade de póros. É nativa das areas pantanosas de quase todo o Brasil (LORENZI & MATOS, 2002). São utilizados os talos de E. arvense L., E. Fluviatile L. ou E. Hyemale L. Dentre as principais ações farmacológicas da planta, está a de diurese suave, além de ser considerado hemostático e remineralizante, alguns autores ainda afirmam que seus compostos silícicos ajudam na manutenção do colágeno, fundamental ao tecido conjuntivo. Portanto, a planta (hastes inférteis) é utilizada principalmente na medicina caseira como adstringentes, diuréticas e estípticas (hemostáticas). É indicada em edemas pós-traumáticos, e há relatos também de seu emprego em tratamento da gonorréia, diarreias e infecções de rins e bexiga, e por via tópica, auxilia na cicatrização de feridas e úlceras tórpidas (CREUS et al., 2003; LORENZI & MATOS, 2002). Bugno et al., (2005), realizou um estudo avaliando a microbiota presente em plantas medicinais, dentre elas a cavalinha, e constatou nos resultados obtidos, que 58,5% das drogas vegetais analisadas apresentaram populações de bactérias superiores a 10^3 UFC/g e 63,1%, populações de fungos superiores a 10^2 UFC/g. Ambos os valores encontram-se acima do que é preconizado tanto para a população Fúngica como para a Bacteriológica em plantas medicinais estabelecidos pela Farmacopeia Americana (2005) e Brasileira (1998). Em estudo realizado por Costa et al., (2012) avaliaram a atividade inibitória de microrganismos patógenos presentes em sementes de abóbora por meio de extratos brutos aquosos obtidos da cavalinha. Ao fim do estudo, constatou-se que o extrato bruto aquoso (EBA) de Cavalinha (Equisetum giganteum L.) não apresentou efeito inibitório sobre maior parte dos fungos associados às sementes de abóbora, porém, os resultados mostram que o EBA foi eficaz contra o fungo Colletotrichum sp. nas concentrações 20% e 80%, já o oposto ocorreu com os fungos Fusarium sp. e Curvularia sp. a qual em todas as concentrações apresentaram estimulo de crescimento. Para a análise com o fungo Aspergillus sp, observaram eficácia da 18 inibição nas concentração de 40%, 60% e 80%, enquanto na concentração de 20% não apresentou nenhuma atividade inibitória, pelo contrário, observou-se um estimulo ao crescimento do fungo e o desenvolvimento do mesmo. Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia) É conhecida popularmente como "espinheira-santa", "cancerosa", "cancorosade-sete-espinhos" e "maiteno", dentre outros nomes (OLIVEIRA, CUNHA & COLAÇO, 2009). Segundo a farmacopeia Brasileira 5ª Ed. (2010) A droga vegetal é constituída pelas folhas secas da espécie, contendo no mínimo, 2,0 % de taninos totais, expressos em pirogalol (C6H6O3; 126,11), dos quais no mínino 2,8 mg/g equivalem a epicatequina, As folhas secas são inodoras, levemente amargas e adstringentes. A embalagem deve ser feita em recipientes bem fechados, ao abrigo da luz e do calor. Alguns estudos com a espinheira santa vêm sendo realizados demonstrando sua eficácia terapêutica no combate a acometimentos gástricos constituindo uma promissora opção para o tratamento de dispepsias, possui também ações tônicas, analgésicas, antissépticas, cicatrizantes, diuréticas e laxativas. Há relatos de que a M. ilicifolia, apresenta também, atividades antineoplásica e antimicrobiana, descobriu-se nela e caracterizou-se as arabinogalactanas, que são polímeros essenciais encontrados nas paredes celulares de plantas superiores, que possuem atividade imunológica. Sendo assim, pode-se explicar em termos, a melhora dos quadros de câncer mediante sua aplicação, já que a maioria das drogas antineoplásicas, apresenta grande efeito imunossupressor, principalmente quando associadas a procedimentos cirúrgicos e antiinflamatórios esteroidais, prática comum nos protocolos antineoplásicos. (XAVIER & D’ANGELO, 1996; OLIVEIRA; CUNHA; COLAÇO, 2009). Em seu estudo, Negri (2007) revelou a presença de microrganismos contaminando folhas de espinheira santa que seriam utilizadas para a preparação de infusão, na análise de fungos somente a amostra que passou por secagem a 70 ºC apresentou-se níveis permitidos de acordo com a OMS com resultados de 1,6. 10^4 UFC/g para aquecimento a 40ºC, 2,2. 10^6 UFC/g á 50ºC, 3,8.10^4 UFC/g á 60ºC, 6,5.10^2 UFC/g á 70ºC, 1,7.10^5 UFC/g á 80ºC e 9,2.10^5 UFC/g na secagem de rotina. A identificação das espécies fúngicas contaminantes é um importante 19 sinalizador quanto à presença de micotoxinas nos substratos, indicando um caminho para a prevenção da produção das mesmas (NEGRI, 2007; ALHADAS et al., 2004). Melissa (Melissa officinalis L.) A melissa é conhecida popularmente por melissa e/ou erva-cidreira verdadeira, Melissa officinalis L., é uma planta herbácea anual, de caule ramificado a partir da base, formando touceiras de 40 a 60 cm de diâmetro. As folhas são geralmente grandes com até 8 cm, são pecioladas, de forma oval, serrilhadas nas pontas, com nervura saliente e reticuladas na face inferior. As folhas secas de melissa são utilizadas para a preparação de chás e também como condimento. O óleo essencial das folhas é largamente utilizado pela indústria farmacêutica, por possuir atividade antioxidante, antibiótica, antifúngica, antibacteriana e sedativa (HABER et al., 2005). Em estudo realizados com produtos fitoterápicos dentre eles a Melissa officinalis L. foi possível observar nos resultados que 36% das amostras estavam contaminadas com bolores e leveduras, havendo variação de 10^1 a 4,2.10^3 UFC/g (PAIXÃO et al., 2005). Meira et al., (2010) Destaca em seu trabalho um estudo realizados em algumas regiões do estado do Paraná de análise microbiológica da melissa que apresentou infestação por microrganismos como fungos, leveduras e algumas bactérias Gram negativas, afirmando ainda que esse tipo de contaminação pode ser proveniente da adubação adicionada na produção, dizem ainda que no cultivo de plantas medicinais deve-se dar preferência aos adubos orgânicos em especial ao esterco curtido, pois este tem alto potencial fértil, demonstrando prática viável no incremento da produtividade em pequenos estabelecimentos agrícolas, além de apresentarem baixos teores de macronutrientes, exercendo benefícios às propriedades biológicas e físicas do solo, melhorando a infiltração da água e aumentando a capacidade de trocas de cátions. Portanto nota-se que o processo de produção e os meios utilizados para o desenvolvimento das plantas também podem influenciar de maneira significativa no desenvolvimento dos microrganismos, inclusive os patogênicos. 20 Erva Cidreira (Lippia alba) Lippia alba, e uma espécie brasileira da família Verbenaceae, é plantada e usada em todo o Brasil, conhecida pelos nomes populares de Erva-Cidreira, Falsa Erva-Cidreira, Cidreira de Arbusto, Lípia, etc. Deve ser utilizada por infusão utilizando as partes aéreas da planta, na proporção de 1 á 3 gramas da planta para cada 150 ml de água, aproximadamente. A preparação é indicada como ansiolítico e sedativo leve, antiespasmódico, antidispéptico e citostática. Deve-se dar atenção aos pacientes com histórico de hipotensão arterial que utilizam este tipo de infusão, podendo agravar esta condição, além-de-que se for utilizada acima da dosagem recomendada pode causar irritação gástrica, bradicardia e hipotensão (BRASIL, 2011 [2]; STEFANINI et al., 2002). Em seu estudo, Peixoto et al., (2009) analisaram os padrões microbiológicos em amostras de plantas medicinais comercializadas na cidade de Manaus – AM. Para tal, utilizaram três amostras de Boldo, Camomila e Erva-Cidreira obtidas em 5 estabelecimentos comerciais. Para a contagem de fungos, ele observou que houve crescimento em todas as amostras, sendo que de todas as amostras analisadas, as mais contaminadas foram as de Erva-Cidreira (Lippia alba), sendo 80% destas contaminadas e com indicativo de mais de 300 UFC. Por outro lado, em estudo realizado por Tagami et al., (2008) Analisou-se o potencial inibitório do crescimento de fungos em várias amostras de plantas, dentre elas a da erva cidreira (Lippia alba). Obtiveram em suas análises que os EBA’s (Extratos Brutos aquosos) isolados de L. alba e R. officinalis reduziram significativamente o crescimento fúngico em até 97% nas concentrações de 36,4% e 39,1%, respectivamente. A mistura desses EBA’s também apresentaram atividade significativa na inibição do crescimento destes microrganismos. Capim – Limão (Cymbopogonis foliae) De acordo com a monografia da planta na Farmacopeia Brasileira (2010), a droga vegetal é constituída de folhas dessecadas contendo, no mínimo, 0,5% de óleo volátil. O óleo volátil é constituído de, no mínimo, 60% de citral. As folhas secas apresentam odor característico de citral e sabor cítrico. Em achados na bibliografia e citado por Melo, et al., (2007), dentre as 21 propriedades terapêuticas do Capim – Limão destacam-se efeitos antiinflamatórios, comprovados por testes realizados em ratos, atividade antibacteriana frente a cepas isoladas de infecção urinária, atividade antimicrobiana e efeito antigenotóxico. O capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) é uma espécie da família das gramíneas (Poaceae), semi-perene e muito conhecida nas regiões Sul e Sudeste do Brasil devido aos seus atributos para ornamentação e às suas propriedades medicinais. O seu consumo pode ser na forma de chá e processado nas formas de extrato aquoso e de óleo essencial. A planta tem sido cultivada no Brasil de forma artesanal em pequenos canteiros. Entretanto, nos últimos anos, a abrupta expansão da medicina alternativa norteada para a fitoterapia provocou o rápido crescimento da demanda por folhas secas de capim-limão. Esses fatores fizeram com que as áreas para o cultivo dessa gramínea se expandissem na mesma proporção para atender essa demanda (VIDA, et al., 2006). Em seu estudo, Vida, et al., (2006) observaram a presença da doença de ferrugem em plantações de Capim-Limão no sudoeste paranaense causada pela presença do fungo Puccinia cymbopogonis Mass. Gomes, et al., (2008) realizou uma mensuração da qualidade físico-química e microbiológica de chás obtidos do Capim-Limão (Cymbopogon citratus) e dentre os achados, registrou a presença de coliformes a 35ºC ou coliformes em 50% das 16 amostras analisadas. O número mais provável (NMP) variou de 9 NMP g-1 a superior a 1100 NMP g-1. Em três amostras, evidenciaram-se coliformes de origem fecal (cujos apresentaram crescimento á 45ºC), com presença de Escherichia coli em uma destas. Bolores e leveduras foram evidenciados em 13 das 16 amostras analisadas (81,25%), registrando-se de 10 a 7,5 x 10^4 UFC g. Este último valor foi encontrado em uma única amostra e superou os limites estabelecidos pela Portaria 451/97, que correspondem á 5 x 10^3 UFC g. Estes valores de bolores e leveduras encontrados estão associados intrinsecamente á potenciais falhas nas condições de embalagem, armazenamento e vida de prateleira (GOMES, et al., 2008). 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALHADAS, R. V. et al., Contagem de bolores e leveduras em fubá e identificação de gêneros potencialmente toxigênicos. Visão Acadêmica. v. 5, n. 2. Curitiba – PR, 2004. AMARAL, K. A. S.; et al. Aflatoxinas em produtos à base de milho comercializados no brasil e riscos para a saúde humana. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas - SP 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cta/v26n2/30181.pdf> Acesso em 12 Abr 2013. ANVISA, Informes Técnicos. Informe Técnico nº. 37, de 28 de julho de 2008. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/alimentos/informes/37_280708.htm> Acesso em 08 Abr 2013. ARAÚJO, L. F. et al., Equilíbrio higroscópico da palma forrageira: relação com a umidade ótima para fermentação sólida. Rev. bras. eng. agríc. ambient. vol.9 no.3 Campina Grande – PB, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141543662005000300013> Acesso em 11 Jun 2013. BARBOSA, C. K. R. Qualidade microbiológica de plantas medicinais cultivadas e comercializadas em Montes Claros, MG. Biotemas, V23 N1. Florianópolis - SC. março 2010. Disponível em: <http://www.biotemas.ufsc.br/volumes/pdf/volume231/77a81.pdf> Acesso em 08 Abr 2013. BATISTA, G. A. P. et al. Estudo prospectivo, duplo cego e cruzado da Camellia sinensis (chá verde) nas dislipidemias. Arq. Bras. Cardiol. vol.93, no.2, São Paulo, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066782X2009000800010&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 07 Abr 2013. BOCHNER, R. et al., Problemas associados ao uso de plantas medicinais comercializadas no Mercadão de Madureira, município do Rio de Janeiro, Brasil. Rev. bras. plantas med. vol.14 no.3 Botucatu – SP, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151605722012000300017&script=sci_arttext> Acesso em 12 Jun 2013. BRASIL - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria Nº 519, de 26 de junho de 1998. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/8fc7c080474593a59b75df3fbc4c6735/ PORTARIA_519_1998.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em 10 Abr 2013. BRASIL - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC Nº 10 de 09 de Março de 2010. Disponível em: <www.anvisa.gov.br> Acesso em 10 Abr 2013 BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Formulário de Fitoterápicos, Farmacopeia Brasileira. 1ª edição. Brasília – DF, 2011 [2]. Disponível em: 23 <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/conteudo/Formulario_de_Fit oterapicos_da_Farmacopeia_Brasileira.pdf> Acesso em 26 Mai 2013. BRASIL, Agência Nacional de vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução RDC nº 14 de 31 de março de 2010. [2] Brasília – DF. Disponível em: <http://www.crfma.org.br/site/arquivos/legislacao/resolucoeseinstrucoesnormativasda anvisa/RDC%2014%202010.pdf> Acesso em 27 Mai 2013. BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plantas Medicinais, orientações gerais para o cultivo. Brasília – DF, 2006. BRASILEIRO, B. G. et al. Plantas medicinais utilizadas pela população atendida no "Programa de Saúde da Família", Governador Valadares, MG, Brasil. Rev. Bras. Cienc. Farm. vol.44 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151693322008000400009&script=sci_arttext> Acesso em 07 Abr 2013. BUGNO, A et al., Avaliação da contaminação microbiana em drogas vegetais. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. vol. 41, n. 4, São Paulo - SP, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v41n4/a12v41n4.pdf> acesso em 10 Jun 2013. CERESER, N. D. et al. Botulismo de origem alimentar. Cienc. Rural vol.38 no.1 Santa Maria. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s010384782008000100049&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013. CERIMÔNIA DO CHÁ SADÔ / CHADÔ – Sociedade Brasileira de Bugei Ltda. (S/D) [documento da internet]. Disponível em: <http://www.bugei.com.br/bugei/mentais/chanoyu.asp> Acesso em 07 Abr 2013. Conceitos Básicos em Toxicologia. [Documento da internet]. Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/Conceitos_Basico s_de_Toxicologia.pdf> Acesso em 22 Mai 2013. COSTA, C. A. et al., Utilização de extrato bruto aquoso de cavalinha (Equisetum giganteum L.) no controle de patógenos associados à sementes de abóbora (Cucurbita moschata) (duchesne). 64ª Reunião Anual da SBPC, 2012. Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/64ra/resumos/resumos/6758.htm> Acesso em 10 Jun 2013. CREUS, J. A. et al., Fitoterapia. Vademécum de prescripción. 4ª Ed. Editora Elsevier Masson. Barcelona – Espanha, 2003. CRUZ, J. V. S. Ocorrência de aflatoxinas e fumonisinas em produtos a base de milho e milho utilizado como ingrediente de ração para animais de companhia, comercializados na região de Pirassununga, Estado de São Paulo. Tese de Doutorado em Zootecnia. Universidade de São Paulo, São Paulo. 2010. Disponível em: <www.teses.usp.br> Acesso em 12 Abr 2013. ECKERT, R. G. Segurança alimentar de produtos derivados de milho consumidos em Cascavel - PR. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia Agrícola, UNIOESTE. Cascavel – PR, 2011. 24 ETHUR, L. Z. et al. Comércio formal e perfil de consumidores de plantas medicinais e fitoterápicos no município de Itaqui - RS. Rev. bras. plantas med. vol.13 no.2 Botucatu 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151605722011000200001&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013. Farmacopeia Brasileira – 4 ed. Editora Atheneu, São Paulo – SP, 1996. Farmacopeia Brasileira 5ª Ed. – V2. Brasília – DF, 2010. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/index.htm> Acesso em 03 Jun 2013. FERREIRA, H.; et al. AFLATOXINAS: UM RISCO A SAÚDE HUMANA E ANIMAL. Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais V. 2 No 1. Guarapuava – PR. 2006. Disponível em: <http://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia/article/view/365/520> Acesso em 12 Abr 2013. FLORES, L. M.; MENGUE, S. S. Uso de medicamentos por idosos em região do sul do Brasil. Rev. Saúde Pública vol.39 no.6 São Paulo Dec. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003489102005000600009&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013. FRANCO, E.A.P.; BARROS, R.F.M. Uso e diversidade de plantas medicinais no Quilombo Olho D’água dos Pires, Esperantina, Piauí. Programa de PósGraduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Departamento de Biologia. Teresina, Piauí, 2005. Disponível em: <http://xa.yimg.com/kq/groups/15732052/979379030/name/artigo12_v8_n3.pdf> Acesso em 07 Abr 2013. FURLANETO, L.; MENDES, S. Análise microbiológica de especiarias comercializadas em feira livre e em hipermercados. Alim. Nutr. v. 15, n. 2. Araraquara SP. 2004. Disponível em: <http://servbib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/viewFile/60/77> Acesso em 10 Abr 2013. GOMES, E. C. Determinação da qualidade microbiológica e físico- Determinação da qualidade microbiológica e físico---química de chás química de chás de Cymbopogon citratus (D.C) Stapf (capim (D.C) Stapf (capim-limão). Acta Scientiarum. Health Sciences V.30 N.1 Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307226622008> Acesso em: 25 Out. 2013. GOMPERTZ, O. F. et al.; Microbiologia 4 ed. Editora Atheneu. São Paulo, 2005. HABER, L. L. et al., Diferentes concentrações de solução nutritiva para o cultivo de Mentha piperita e Melissa officinalis. Hortic. Bras. v.23 n.4 Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010205362005000400029&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 10 Jun 2013. JARDIM, A. N. O & CALDAS, E. D. Exposição humana a substâncias químicas potencialmente tóxicas na dieta e os riscos para saúde. Quim. Nova, Vol. 32, No. 7. Brasília - DF, 2009. 25 JAY, J. M. Microbiologia de alimentos. 6 ed. Editora Artmed. Porto Alegre, 2005. JUNIOR, V. F. V. et al. Plantas medicinais: cura segura? Quím. Nova vol.28 no.3 São Paulo. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010040422005000300026> Acesso em 10 Abr 2013. LEITE, S. N; BIAVATTI, M. W. Avaliação da qualidade de chás medicinais e aromáticos comercializados em Itajaí-SC. Rev. bras. farmacogn. vol.5 no.2 São Paulo – SP, 1996. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v5n2/a05v5n2.pdf> Acesso em 12 Jun 2013. LIMA, J. D. et al. Chá: aspectos relacionados à qualidade e perspectivas. Ciência Rural, v.39, n.4, Santa Maria, jul, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cr/v39n4/a132cr546.pdf> Acesso em 07 Abr 2013. LORENZI, H & MATOS, F. J. A.; Plantas medicinais no Brasil, Nativas e exóticas. Editora R.R. Donnelley América Latina. Nova Odessa – SP 2002. LUCCA, P. S. R. et al. Avaliação farmacognóstica e microbiológica da droga vegetal camomila (Chamomilla recutita L.) comercializada como alimento em Cascavel – Paraná. Rev. bras. plantas med. vol.12 no.2 Botucatu - SP, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151605722010000200005> Acesso em 12 Abr 2013. MALLMANN, C. A. et al. Aflatoxinas em nozes e frutas secas comercializadas no brasil. Symposium on Mycotoxins and Phycotoxins. 2000. Guarujá – São Paulo – Brasil. 21- 25 de maio. Disponível em: <http://www.lamic.ufsm.br/papers/112z.pdf> Acesso em 16 Abr 2013. MEIRA, M. R. et al., plantas medicinais, produção e cultivo da Melissa officinalis no Brasil. UFMG. Montes Claros – MG, 2010. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010b/plantas.pdf> Acesso em 11 Jun 2013. MELO, J. T. et al. Avaliação dos níveis de contaminação microbiológica ambiental das diversas areas de produção do laboratório de fitoterápicos do programa de plantas medicinais da Universidade Federal de Juiz de Fora. Rev. Bras. de Plantas Medicinais V.2. N.2. Juiz de Fora - MG. Abril 2000. Disponível em: <http://www.jorgemacedo.pro.br/FITOTERAPICOS%20PLANTAS%20MED.pdf> acesso em 08 Abr 2013 MELO, J. G. et al., Qualidade de produtos a base de plantas medicinais comercializados no Brasil: castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum L.), capimlimão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf ) e centela (Centella asiatica (L.) Urban). Acta Bot. Bras. vol.21 no.1 São Paulo – SP, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010233062007000100004&lng=en Acesso em 23 Out. 2013. MUSSI-DIAS, V. et al. Fungos endofíticos associados a plantas medicinais. Rev. bras. plantas med. vol.14 no.2 Botucatu. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151605722012000200002&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013. 26 NEGRI, M. L. S. Secagem das folhas de espinheira-santa – maytenus ilicifolia mart. ex reiss. sob diferentes temperaturas e influência nos teores de polifenóis, na atividade antioxidante e nos aspectos microbiológicos. Dissertação de mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Paraná. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/12096/DISSERTA%C3%87 %C3%83O%20DEFINITIVA.pdf?sequence=1> Acesso em 04 Jun 2013. OGA, S. Fundamentos da Toxicologia. 2 ed. São Paulo. Editora Atheneu, 2003. OLIVEIRA, C. A. F.; GERMANO, P. M. L. Aflatoxinas: conceitos sobre mecanismos de toxicidade e seu envolvimento na etiologia do câncer hepático celular. Rev. Saúde Pública vol. 31 no. 4. São Paulo. 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003489101997000400011&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013. OLIVEIRA, R. S; CUNHA, S. C; COLAÇO, W. Revisão da Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, Celastraceae. Contribuição ao estudo das propriedades farmacológicas. Rev. bras. farmacogn. vol.19 no.2b João Pessoa – PB, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102695X2009000400025> Acesso em 04 Jun 2013. PAIXÃO, F. G. et al., Controle microbiológico de produtos fitoterápicos. 2005 Disponível em: <http://www.unimep.br/phpg/mostraacademica/anais/4mostra/pdfs/71.pdf> Acesso em 10 Jun 2013. PEIXOTO, E. A; RAMOS, S. N. M; PAES, L. S; Perfil microbiológico de plantas medicinais comercializadas em manaus/amazonas. IV Congresso de Pesquisa e inovação da rede norte e nordeste de educação tecnológica. Belém – PA, 2009. Disponível em: <http://connepi2009.ifpa.edu.br/connepianais/artigos/229_2849_1949.pdf> Acesso em 29 Mai 2013. PEREIRA, N. P. Composição química do óleo fixo obtido dos frutos secos da [Chamomilla recutita (L.) Rauschert] produzida no município de Mandirituba, PR. Rev. bras. farmacogn. vol.15 no.4 João Pessoa – PB, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102695X2005000400014&script=sci_arttex> Acesso em 12 Abr 2013. PIEREZAN, F. et al. Intoxicação experimental por aflatoxina em bezerros. Pesq. Vet. Bras. vol.32 no.7 Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100736X2012000700004&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013. PRADO, G. et al., Efeito da irradiação na microbiota fúngica de plantas medicinais. Ciênc. agrotec., v. 33, n. 5, Lavras, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v33n5/v33n5a25.pdf> Acesso em 24 Mai 2013. SATO, C. A. CHÁ [Documento da internet]. Disponível <http://www.culturajaponesa.com.br/htm/cha.html> Acesso em 07 Abr 2013. em: Secretaria de estado da saúde de São Paulo, Centro de vigilância epidemiológica. Manual de doenças transmitidas por alimentos – Aflatoxinas e outras 27 Micotoxinas. São Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Aflatoxinas.htm> Acesso em 12 Abr 2013. SILVA, P. A. et al., Análise microbiológica de amostras secas de camomila comercializadas na cidade de Maringá – PR. Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar 27 a 30 de outubro. Maringá – PR, 2009. Disponível em: <http://www.cesumar.br/epcc2009/anais/priscila_aparecida_silva.pdf> Acesso em 22 Mai 2013. STEFANINI, M. B.; RODRIGUES, S. D.; MING, L. C. Ação de fitorreguladores no crescimento da erva-cidreira-brasileira. . Horticultura Brasileira, v. 20, n. 1, Brasília – DF, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/hb/v20n1/14410.pdf> Acesso em 26 Mai 2013. TAGAMI, O. K; et al., Fungitoxidade de Bidens pilosa, Thymus vulgaris, Lippia alba e Rosmarinus officinalis no desenvolvimento in vitro de fungos fitopatogênicos. Semina: Ciências Agrárias, v. 30, n. 2. Londrina – PR, 2009. TESSARI, E. N. C.; CARDOSO, A. L. S. P. Efeitos da aflatoxina sobre as aves: revisão de literatura. Rev. Cient. Eletr. De Med. Vet. Nº 18. Garça – SP, 2012. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/veterinaria18/revisao/RV03.pdf> Acesso em 12 Abr 2013. TORASSI, M. Avaliação da temperatura de armazenamento de alimentos refrigerados em supermercados de Criciúma – SC. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Farmácia UNESC. Criciúma – SC, 2009. Disponível em: <http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000041/00004175.pdf> Acesso em 11 Jun 2013. VIDA, J. B.; CARVALHO JR. A. A.; VERZIGNASSI, J. R. Primeira ocorrência de ferrugem causada por Puccinia cymbopogonis no Brasil. Summa Phytopatologica V 32 Pg 89-91. Botucatu – SP 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-54052006000100015 Acesso em 23 Out. 2013. VIEGAS, E. C.; ROSSETTO, C. A. V. Contaminação por Aspergillus spp. em Arachis hypogaea. Agronomia, v.40, n°. 1-2, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.ia.ufrrj.br/revista/Vol.%2040%20-2006/DPF/Trab.%20011%20-.pdf> Acesso em 16 Abr 2013. XAVIER, H. S; D’ANGELO, L. C. A. Perfil cromatográfico dos componentes fenólicos de Maytenus ilicifolia MART. (CELASTRACEAE). Revista Brasileira de Farmacognosia. Vol 1. Recife – PE, 1996. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v5n1/a04v5n1.pdf> Acesso em 04 Jun 2013. ZARONI, M.; et al. Qualidade microbiológica das plantas medicinais produzidas no Estado do Paraná. Revista Brasileira de Farmacognosia, V. 14, n. 1, Curitiba - PR. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v14n1/a05v14n1.pdf> Acesso em 10 Abr 2013. 28 Aflatoxinas em plantas medicinais comercializadas em estabelecimentos de produtos naturais na cidade de Cascavel – Paraná. MAFFINI, T. 1*; LUCCA, P.S.R.2 1 Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. Brasil, 5952, 85.812 – 001 Centro, Cascavel/PR. Email: [email protected]. 3 Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. das Torres, 500, 85.806-095 Loteamento Fag, Cascavel/PR. Email: [email protected]. RESUMO: Aflatoxinas são encontradas na forma cristalina e são altamente termoestáveis, apresentando também resistência ao frio. Esta classe de micotoxinas caracteriza-se principalmente por uma elevada toxicidade sendo o fígado o órgão mais prejudicado. Sabe-se que, em especial, as espécies Aspergillus flavus e A. parasiticus, são os principais responsáveis pela produção desta substância. As plantas medicinais são passíveis de crescimento microbiano com ocorrência da produção de micotoxinas por fungos. O trabalho em questão objetiva a busca de Aflatoxinas Totais em Plantas medicinais comercializadas em estabelecimentos de produtos naturais. Foram realizadas análises, no ato da compra e na rotulagem dos produtos. As análises de matéria estranha foram realizadas conforme preconizado pela Farmacopeia Brasileira. Fez-se a análise de aflatoxinas de quinze amostras pelo método Quicktox e cinco pelo teste de ELISA. As orientações quanto ao uso correto das plantas medicinais foram repassadas apenas no estabelecimento três, na forma de bula. A planta Melissa/Erva-Cidreira foi comercializada com o nome científico de Melissa Officinalis L. enquanto que o capim-limão assumia o nome de falsa cidreira. Apenas uma amostra de cavalinha superou em 0.82% apenas os valores para material estranho, as demais obtiveram valores mais expressivos. Os valores de aflatoxinas aumentaram conforme aumentou o nível de material estranho. O método QuickTox não se mostrou adequado para análises quantitativas de alfatoxinas em plantas medicinais. Confirmou-se a presença qualitativa de aflatoxinas em todas as amostras. As plantas medicinais são objeto de preocupação em relação á saúde dos consumidores. Sugere-se, a partir destes resultados, a realização de um estudo quantitativo mais amplo. Palavras-Chave: Aflatoxinas, Plantas Medicinais, Fungos, Contaminação. ABSTRACT: Aflatonxins in medicinal plants sold in natural product stores in the city of Cascavel – Paraná. Aflatoxins are found in crystalline form, can handle higher temperatures and also cold temperatures. This class of mycotoxins is mainly characterized by high toxicity, and liver is the most affected organ. It is known that species Aspergillus flavus and A. parasiticus, are primarily responsible for the production of this substance. Medicinal plants are susceptible to microbial growth occurring mycotoxin production by fungi. The work in question aims to search for Total Aflatoxins in Medicinal plants sold in natural products stores. Analyzes were performed at the time of purchase and in the product labeling. The analysis of foreign matter was conducted as recommended by the Brazilian Pharmacopoeia. The analysis of aflatoxins was made by the QuickTox method of fifteen samples and five samples by ELISA. Guidelines about the use of medicinal plants were transferred only in establishing three in the form of bull. The 29 plant Melissa/Lemon Balm was sold with the scientific name of Melissa officinalis L. However, lemongrass was sold as false Lemon balm. Just a sample of horsetail surpassed by only 0.82 % values for foreign material, others samples had higher values. The aflatoxins level grew as the foreign material. QuickTox method was not suitable for quantitative analysis of aflatoxins in medicinal plants. Were confirmed the qualitative presence of aflatoxins in all samples. The medicinal plants are an object to be concerned about in relation to the consumers health. It is suggested from these results, the achievement of a broader quantitative study. Keywords: Aflatoxins, Medicinal Plants, Fungi, Contamination. INTRODUÇÃO As aflatoxinas passaram a ser descobertas em torno de 1960, a partir do surgimento de uma doença que ocasionou a morte de mais de cem mil perus nas granjas inglesas. Na ocasião, não foi possível realizar a identificação do agente infeccioso causador da doença, mas por suspeitarem de uma afecção adquirida por meios nutricionais, perceberam que ao substituir a alimentação dos animais, havia um cessamento das ocorrências de intoxicação e morte dos perus, cujos sintomas se caracterizavam pela perda do apetite, diminuição da mobilidade, fraqueza das asas e das pernas, e o mais característico, eram as necroses hepáticas (Fonseca, 1973). As aflatoxinas são encontradas na forma cristalina e são altamente termoestáveis, suportando temperaturas de até 200ºC, e apresentando resistência ao frio. São solúveis em solventes de caráter polar como clorofórmio e metanol, e incompatíveis com solventes apolares (gorduras e óleos em geral). Podem apresentar instabilidade quando em exposição á radiação ultravioleta, e destruição em meio com amônia, hipoclorito ou soluções alcalinas fortes, não podem ser detectadas naturalmente nos alimentos, pois são incolores, inodoras e insípidas (Tessari & Cardoso, 2012). 30 Esta classe de micotoxinas caracteriza-se principalmente por uma elevada toxicidade, mesmo em animais de espécies domésticas, seres humanos e outros, provocando toxicidade aguda, ações mutagênicas, carcinogênicas e teratogênicas, sendo o fígado, o órgão mais prejudicado, e interferem também na fase de crescimento em crianças e jovens (Oliveira & Germano, 1997; Amaral et al., 2006). Quando em contato com o fígado, caracterizam-se por ter a capacidade de ligar de forma covalente com compostos intracelulares inclusive o DNA e o RNA no núcleo do hepatócito, o que promove a inibição da enzima RNA-polimerase, inibindo a síntese proteica e a síntese hepática. E o transporte de gorduras as áreas do organismo são seriamente afetadas (Tessari & Cardoso, 2012). Atualmente, sabe-se que, em especial, as espécies Aspergillus flavus e A. parasiticus, são os principais responsáveis pela produção deste metabólito secundário tóxico, e que estes microrganismos encontram nos produtos a oportunidade ideal de desenvolvimento a partir de fatores como a disponibilidade de nutrientes e o armazenamento com condições de temperatura e umidade. Contudo, já se observaram aproximadamente 17 compostos similares que são entendidos como aflatoxinas, porém normalmente o termo “aflatoxina” se refere aos quatro compostos bifurano-cumarínicos principais que são as variantes B1, B2, G1 e G2. (Pierezan, 2012; Oliveira & Germano, 1997; Oga, 2003; Cruz, 2010; Mallmann et al., 2000; Eckert, 2011). A aflatoxina B1, é encontrada mais frequentemente em vegetais e é também a que tem o maior poder de toxicidade em relação ás outras, onde as classes B2, G1 e G2 representam cerca de 50, 20 e 10% do potencial de intoxicação aguda em relação a B1 (Cruz, 2010). Os sintomas de intoxicação por aflatoxinas são muito relativos nos seres 31 humanos e animais, pois, depende do tipo de alfatoxina ingerido e da quantidade em que está presente nos alimentos (Oga, 2003; Cruz, 2010). Segundo o manual de doenças transmitidas por alimentos da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (2003). As aflatoxinas, no fígado, podem causar necrose aguda, cirrose e carcinoma, nas mais variadas espécies de animais. De acordo com Santos & Teixeira (2010) a ausência de estudos que investiguem a presença de fungos potencialmente toxigênicos em plantas medicinais influenciou a realização de sua pesquisa, com o objetivo de detectar a presença destas espécies nas plantas medicinais da região da Amazônia. Os valores quantitativos que representam as unidades formadoras de colônias (UFC) foram determinados por grama de produto. A pesquisa verificou que, das 24 amostras comerciais de sacaca, cidreira, mirantã e crajirú, resultaram no isolamento de 758x103 UFC/g de produto. Das plantas medicinais foram isolados, Aspergillus sp. (41,6%), Penicillium sp. (41,6%), Paecilomyces sp. (5,90%), Cladosporium sp. (4,8%),Trichoderma sp. (1,2%). As plantas medicinais analisadas apresentaram qualidade higiênica inadequada para consumo humano devido á presença do quantitativo de esporos de fungos, como Aspergillus flavus e A. parasiticus produtores de aflatoxinas. Em seu estudo, Prado et al., (2009) analisaram a presença de microorganismos patogênicos em plantas medicinais, para isto, utilizaram amostras de Alcachofra, Boldo, Camomila, Chapéu de Couro e Sene, e obtiveram como resultados a presença de fungos produtores de micotoxinas apenas na Camomila e na Alcachofra. Ainda neste estudo, na Camomila foram identificados 8 isolados de Aspergillus flavus, sendo que 25% foram produtores de aflatoxinas B1 e B2 e 5 isolados de Aspergillus ochraceus, sendo 40% produtores de ocratoxina. 32 Diante do exposto, verifica-se que os alimentos, bem como, as plantas medicinais, são passíveis de crescimento microbiano, em especial o crescimento fúngico, com ocorrência da produção de micotoxinas, que representam um risco em potencial para a saúde dos consumidores. Portanto, o trabalho em questão objetiva a busca de Aflatoxinas Totais (B1, B2, G1 e G2) em plantas medicinais comercializadas em estabelecimentos de produtos naturais da cidade de Cascavel – PR. MATERIAL E MÉTODOS Aquisição das amostras Antes de proceder com a aquisição das amostras, procurou-se utilizar para o estudo, cinco espécies de plantas medicinais que são de uso bastante difundido no país e, especialmente, na região Oeste Paranaense. Definiu-se, portanto, a Camomila, o Capim-Limão, a Cavalinha, a Espinheira Santa, e a Melissa/ErvaCidereira. Em seguida, os produtos foram adquiridos de forma aleatória em três estabelecimentos comerciais especializados na venda de produtos naturais e ervas medicinais na cidade de Cascavel - Paraná. Foram realizadas análises, no ato da compra e na rotulagem dos produtos, sobre informações referentes ao modo de utilização, quantidade utilizada, indicação, nome popular, nome científico e identificação do comércio. Análise de Material Estranho. As análises de matéria estranha foram realizadas nas dependências da Faculdade Assis Gurgacz, conforme preconizado pelo método disposto na 33 Farmacopeia Brasileira (2010), Volume um e a monografia específica da Planta disposta no Volume dois da Farmacopeia Brasileira (2010). Análise das Aflatoxinas Para a determinação das Aflatoxinas, primeiramente foi realizada a pulverização das plantas, remetendo 20 gramas do total da amostra pulverizada á extração com solução de álcool etílico á 95% (50%) e água (50%) sob agitação manual durante 2 minutos, ao final do processo, obteve-se um extrato alcoólico, o qual seria utilizado para a quantificação das micotoxinas. A quantificação de aflatoxinas das quinze amostras foi realizada pelo método Quicktox nas dependências do laboratório de Controle de Qualidade A3Q situado na Cidade de Cascavel – PR Em cinco das quinze amostras realizou-se também a quantificação de aflatoxinas pelo método de ELISA. Análise Estatística Os resultados das análises de matéria estranha foram submetidos á cálculos de média e comparação entre médias pelo teste de Tukey com 95% de intervalo de confiança, utilizando para tal, o software “mini tab 14”. Enquanto que os resultados das análises de Aflatoxinas Totais impossibilitou a submissão a análises estatísticas. RESULTADO E DISCUSSÃO Análise das informações dos produtos Nos produtos dos três estabelecimentos, ambas as amostras estavam identificadas com nome popular da planta, quantidade em gramas, endereço e CNPJ 34 do comércio, salvo uma exceção no estabelecimento dois, o qual foi vendido um dos produtos sem identificação. As orientações quanto ao uso correto das plantas medicinais foram repassadas apenas no estabelecimento três, na forma de bula com indicação e quantidade a ser utilizada na preparação por infusão. Os nomes científicos das plantas estavam descritos apenas nas embalagens de produtos dos estabelecimentos dois e três. Outro fator importante é que nos três estabelecimentos, a planta Melissa/Erva-Cidreira, foi comercializada com o nome científico ou como representante de Melissa Officinalis L. enquanto que o capim-limão assumia o nome de falsa cidreira. No entanto, a Farmacopeia Brasileira informa que a Melissa (Melissa officinalis L) é conhecida popularmente por “melissa” e/ou “erva-cidreira verdadeira”, e a Erva-Cidreira (Lippia alba) é conhecida pelos nomes populares de “ErvaCidreira”, “Falsa Erva-Cidreira”, “Cidreira de Arbusto”, “Lípia”, entre outros. Enquanto que para o Capim-Limão, estão descritos na Farmacopeia os nomes populares de “Capim cidró” e “Capim santo”, porém o termo “Capim-Cidreira” é muito utilizado para designar esta planta nesta região. Análise de material estranho A Tabela 1 Apresenta a média de material estranho das cinco espécies de plantas medicinais obtidas nos três estabelecimentos comerciais distintos. Os valores dispostos foram sujeitos a análises estatísticas pelo método de Tukey a 95% de confiança, para verificar diferenças significativas de contaminantes entre as espécies. 35 Planta / Espécie Média (%) DP (%) Espinheira Santa / Maytenus ilicifolia 47.85 a ±10.97 Camomila / Chamomila recutita L. 5.47 b ±1.83 Erva Cidreira / Lippia Alba Melissa / Melissa officinalis L Capim-Limão / Cymbopogon citratus (DC.) Stapf 34.98 a ±15.65 6.46 b ±1.45 Cavalinha / Equisetum spp. 5.41 b ±3.80 Tabela 1: Média (%) e Desvio Padrão (%) referentes ao material estranho obtidos em três amostras de cada espécie de estabelecimentos distintos. Letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 95% de confiança. Considerando a tabela acima, é notável que, de acordo com os resultados obtidos em Tukey, a 95% de confiança, há diferença significativa entre os níveis de matéria estranha das espécies sinalizadas na tabela como “a” e as sinalizadas como “b”. Porém, quando comparadas entre si, as espécies sinalizadas como “a” e como “b”, não apresentam diferença significativa. Todas as amostras analisadas superaram de maneira mais expressiva as quantidades preconizadas de matéria estranha pela monografia específica na respectiva edição da Farmacopeia Brasileira. Com exceção de uma amostra de cavalinha que superou em 0.82% apenas. Dentre as amostras que destacaram-se por apresentar menor índice de matéria estranha em relação as outras, estão dois exemplares de cavalinha, comercializadas no estabelecimento 3 (2,82%) e no estabelecimento 1 (3,65%). O limite máximo de material estranho à droga vegetal para esta espécie, preconizado pela Farmacopeia Brasileira (2010) e de 2% em relação ao peso total da amostra, estando ambas acima do limite tolerado. Dentre as amostras mais contaminadas por materiais que não constituem a droga vegetal, destacaram-se dois exemplares do estabelecimento 2 sendo eles a Espinheira Santa (60.51%) e a Erva cidreira / Melissa (49.39%). O limite máximo 36 para cada espécie, disposto na Farmacopeia Brasileira (2010) é de 2% e 10% respectivamente, estando ambas em um nível bem superior ao preconizado. Para a quantificação do material estranho, a Farmacopeia Brasileira (2010) preconiza ausência de fungos, insetos, e demais contaminações de origem animal, sendo que a porcentagem de materiais estranhos não deve exceder a quantidade de 2% do total do produto, salvo quando especificado na monografia. E ainda classifica a matéria estranha em três grupos com características distintas sendo, 1) Partes do organismo ou organismos dos quais a droga deriva, excetuados aqueles incluídos na definição e descrição da droga, acima do limite de tolerância especificado na monografia; 2) Quaisquer organismos, porções ou produtos de organismos além daqueles especificados na definição e descrição da droga, em sua respectiva monografia; e 3) Impurezas de natureza, minerais ou orgânicas, não-inerentes à droga. Na análise de material estranho, os principais itens observados estavam relacionados à planta em si, que diferem da descrição da droga vegetal, como a presença em excesso de caules, além de pedúnculos e flores. Além destes, observou-se também, com menor ocorrência, a presença de insetos voadores mortos, contaminantes externos (linhas e barbantes) e folhas e caules pertencentes a outras espécies de plantas, que podem ser indicativos de má qualidade no processamento da planta ou contaminação cruzada. A Tabela 2 apresenta a média encontrada das cinco espécies nos estabelecimentos um, dois e três, sem levar em consideração as quantidades máximas estipuladas pela farmacopeia para cada espécie. Porém, os valores obtidos de material estranho total nas cinco espécies, leva a crer que há presença de falhas no processamento da droga vegetal, pois, segundo Engel et al., (2008) o 37 aparecimento de material estranho na droga se deve ao manejo, limpeza e separação inadequada, bastante recorrente em plantas medicinais. Estabelecimentos Média (%) DP (%) Estabelecimento 1 19.68 ± 18.45 Estabelecimento 2 26.00 ± 26.79 Estabelecimento 3 14.45 ± 16.01 Tabela 2: Média (%) e Desvio Padrão (%) referentes ao total de material estranho encontrado nas amostras de cada estabelecimento Os altos valores de Desvio Padrão obtidos estão relacionados à variação de material contaminante presente em cada espécie, que diferem muito entre elas, devido às características que constituem sua droga vegetal e que influenciam durante a colheita, considerando que a própria monografia específica de cada planta na Farmacopeia Brasileira apresenta limites de valores aceitáveis variáveis para materiais estranhos em cada ocasião. Nesta situação os limites variam de 1% a 10% dependendo da espécie. Contudo, pode-se observar, a 95% de confiança, pelo método de Tukey, que não houve diferença significativa no total de material estranho encontrado quando comparados os três estabelecimentos (p valor = 0.691). Segundo o roteiro de Contaminação de Alimentos (UFSC – 2009) a aplicação de processos de operação unitária em etapas de colheita, transporte, armazenamento e seleção de matérias-primas promovem quase total eliminação dos riscos da presença de materiais estranhos contaminantes. A presença de insetos está possivelmente relacionada com falhas no processo de colheita, pós colheita, e principalmente no processo que antecede e 38 posterga a embalagem das amostras. Além disso, podem ser decorrentes de falhas na integridade das embalagens, permitindo a entrada de insetos, que por sua vez, quando presentes nestes produtos para consumo humano, podem estar exercendo seu papel como vetores, transmitindo doenças de maneira indireta promovendo o transporte e a propagação de agentes contaminantes, que muitas vezes são de origem biológica como fezes, urina, escarro, entre outras (Lucca, et al., 2010; Fonseca, 2004). No que se refere ao processo de secagem e estocagem, Bochner et al. (2012) sugerem algumas formas de reduzir a contaminação cruzada, contaminação microbiológica e de insetos. Ações como a lavagem adequada das mãos e higienização da superfície de trabalho, utilizar barreiras físicas entre os produtos, controlar pragas, insetos e roedores nos locais de armazenamento, propiciar um local seco, arejado, ao abrigo da luz e proceder com a secagem da forma mais rápida possível, de maneira a evitar prejuízos às plantas e aos princípios ativos, que podem estar, nestas condições, mais susceptíveis a ação enzimática, hidrólise, oxidação, fermentação, contaminações microbiológicas, processos metabólicos, entre outros. Em estudo realizado por Baptista & Taveira (2011), analisaram 18 amostras de espinheira-santa nas quais, todas apresentaram elementos estranhos acima do permitido pela Farmacopeia Brasileira (2002), sendo que o percentual de suas amostras variou de 2.08% a 62% de material estranho total e, apenas três amostras encontravam-se com um valor próximo ao estabelecido. Ainda em seu estudo notou que a matéria estranha era principalmente constituída por partes da própria planta e que não constituíam a droga vegetal, encontraram também partes de outras plantas, insetos e frutos. 39 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) através da RDC nº14/2010 estabelece os requisitos mínimos, inclusive de qualidade, para o registro de medicamentos fitoterápicos, e ainda define que são assim considerados aqueles obtidos com emprego exclusivo de matérias primas ativas vegetais, as quais devem possuir a validação da sua segurança e eficácia. Caracterizando-se medicamentos fitoterápicos pelo conhecimento de sua eficácia, riscos relacionados ao seu uso e pela reprodutibilidade constante da sua qualidade. Segundo o Informe técnico nº 005 da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande Do Sul (2010), o termo “Chá” é de utilização restrita á produtos classificados como alimentos preparados com espécies vegetais, sem propósitos terapêuticos. De acordo com Amaral et al. (2003), não se tem uma fiscalização rigorosa sobre a qualidade destes produtos, o que torna evidente a necessidade de uma operação por parte das autoridades competentes de fiscalização, vigilância e controle de qualidade das espécies comercializadas. De acordo com Chimin et al. (2008), resultados que ultrapassam as quantidades estipuladas de material estranho, caracterizam uma adulteração, tendo em vista de que o usuário não adquire apenas a parte da planta que constitui o produto, mas leva consigo grandes quantidades de materiais que provavelmente não possuem as concentrações adequadas dos princípios ativos de interesse, prejudicando também a ação terapêutica desta planta. Em seu estudo Amaral et al. (2003) identificaram a presença de até 5% de insetos vivos em uma das espécies analisadas, considerando este um indicativo de condições impróprias de acondicionamento do produto, enquanto que nas demais espécies constataram materiais provenientes de outras plantas e inclusive da mesma planta descaracterizando a droga vegetal. Após constatarem a inadequação 40 do produto pela presença de material estranho, realizaram também análises microbiológicas revelando que cerca de 81.5% do material analisado apresentou contaminação por bactérias e fungos, possivelmente produtores de substancias tóxicas e que atuam também na desestabilização da droga vegetal e do princípio ativo. Análises de Aflatoxinas A Tabela 3 demonstra os valores obtidos da pesquisa de aflatoxinas totais pelo método QuickTox. O limite de detecção do teste situa-se entre 2.5 a 30 PPB para análises de milho e acima de 100 PPB quando utilizadas diluições da amostra, enquanto que para o trigo, o limite de detecção está situado entre 2.5 e 20 PPB. Estabelecimento 1 Estabelecimento 2 Estabelecimento 3 Planta Aflatoxinas (PPB) Planta Aflatoxinas (PPB) Planta Aflatoxinas (PPB) Espinheira Santa * Espinheira Santa * Espinheira Santa * Camomila 6.2 Camomila 8.0 Camomila 4.7 Erva – Cidreira / Melissa * Erva – Cidreira / Melissa * Erva – Cidreira / Melissa * Capim Limão Cavalinha * * Capim Limão Cavalinha * * Capim Limão Cavalinha * * TABELA 3: Valores encontrados para aflatoxinas em cada produto, pelo método Quicktox. *Valores inferiores ao limite de detecção mínima do teste. De acordo com esta metodologia, apenas as amostras de camomila apresentaram uma contaminação perceptível, porém, quando comparados com os valores encontrados pelo método de ELISA (Tabela 4) nota-se uma grande disparidade entre os resultados. Um importante fato que pôde ser observado com relação aos resultados obtidos nas análises de aflatoxinas da camomila, quando comparados com a média 41 de material estranho de cada estabelecimento, é a percepção de que os valores de aflatoxinas aumentam conforme aumenta o nível de material estranho. Segundo Rocha et al. (2012), a microbiota presente em plantas medicinais representa um grande problema, especialmente os fungos, devido a sua resistência á condições adversas como baixa atividade de água, pH ácido e crescimento entre 25 á 37ºC, e maior facilidade de dispersão, além de assumirem um papel prejudicial expressivo na produção de plantas medicinais. A legislação Brasileira traz, por meio da RDC nº 7 de 2011 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os limites máximos tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos, porém esta legislação não contempla as plantas medicinais tradicionalmente utilizadas no país. Dentre os valores estipulados pela RDC, o maior limite tolerável para micotoxinas que se tem com relação ás Aflatoxinas Totais (AT = B1, B2, G1, G2) é de 20mcg/kg (PPB). Este limite é indicado para cereais, amendoim e produtos derivados, alguns tipos de pimenta e noz-moscada, cúrcuma, gengibre, ou ainda misturas que envolvam alguns dos componentes acima. A Tabela 4 demonstra os resultados das análises obtidas pelo método de ELISA. O teste foi aplicado apenas nas cinco amostras obtidas do estabelecimento dois. Como pode-se observar, houve uma grande disparidade entre os valores obtidos pelo método de ELISA e o método QuickTox, e se comparados os valores obtidos com a legislação nacional que estipula os Limites Máximos Tolerados para micotoxinas em alimentos, nota-se que os obtidos na primeira metodologia, encontram-se dentro da faixa aceitável para determinados alimentos citados nesta legislação, porém se usarmos como referência o grupo de alimentos com maior 42 quantidade de aflatoxinas toleradas (20 PPB), comparando com os resultados obtidos no método de ELISA, observa-se que apenas dois produtos encontram-se dentro dos Limites Máximos Tolerados e os demais, especialmente a camomila e o capim-limão, encontram-se bem acima com 63.86 e 58.71 PPB respectivamente. _______________________________________________________________ Estabelecimento 2 Planta Aflatoxinas (PPB) Espinheira Santa 8.259 Camomila 63.86 Erva – Cidreira / Melissa 23.266 Capim Limão 58.71 Cavalinha 17.427 TABELA 4: Valores encontrados de aflatoxinas em cinco amostras obtidas no estabelecimento comercial 2. Valores fornecidos pelo método de ELISA utilizando calibrador livre de aflatoxinas, para ajuste de zero. Um provável interferente para os resultados obtidos no método QuickTox é a coloração formada na solução após a extração das aflatoxinas das plantas medicinais, conforme pode ser observado na Figura 1. Abaixo, a Figura 1 apresenta a solução extratora contida nos reservatórios na parte inferior da imagem, que se apresentou com coloração escura em vários tons de amarelo-esverdeado, e ao fazer uma comparação visual entre as tiras reagentes, pode-se afirmar claramente que estas alterações influenciaram a coloração da tira teste. 43 FIGURA 1 – Coloração das soluções extrativas das plantas medicinais e suas respectivas tiras De acordo com a bula de cada método, tanto o QuickTox, quanto o método de ELISA, atuam por meio de ligação e formação de complexo Antígeno-Anticorpo, e em determinado momento, ambos tem a ação de um anticorpo marcado com uma substância que produz coloração. No método QuickTox ocorre, quando positivo para a presença de determinado antígeno, a ligação do anticorpo marcado com substância denominada “ouro” e que produz a coloração nas linhas teste. A linha controle é utilizada para a comparação (Controle Positivo), enquanto que na linha teste, os antígenos presentes na amostra (representados neste ensaio pelas aflatoxinas) se ligam de maneira a formar uma coloração de intensidade que varia de acordo com a concentração de antígenos presentes. 44 Na sequencia do procedimento, a intensidade da coloração da linha teste é detectada por um aparelho de scanner que traduz o resultado colorido da tira em PPB presente na amostra diretamente em um software. O teste imunocromatográfico QuickTox, por se tratar de um método que utiliza anticorpos específicos anti-aflatoxinas, permite afirmar qualitativamente a presença de aflatoxinas na amostra, quando observada a coloração avermelhada na região teste. Portanto, pode-se afirmar qualitativamente que todas as amostras analisadas continham aflatoxinas, De acordo com a bula do fabricante, este mesmo teste passou por analises com outras micotoxinas (Deoxinivalenol, Fumonisina B1, Ocratoxina A e Zearalenona) com concentração de 200 PPM e não se observaram resultados falsopositivos. Entretanto, por se tratar de uma reação onde detecta-se a intensidade da cor formada para a analise quantitativa dos antígenos, certamente compostos que produzam coloração diferente nas tiras irão propiciar erros ou interferências na leitura pelo scanner. Para esta situação, pode-se afirmar que o método de ELISA é mais adequado, pois, no decorrer do procedimento elimina-se totalmente a interferência provocada pela coloração da solução extratora, e ao final, para a realização da leitura espectrofotométrica da absorbância, a única coloração formada varia em tons de amarelo de acordo com a concentração dos antígenos, e que é definida pela adição da solução Stopper. Palomino et al., (1998) detectaram em seu estudo sobre um método de fluorescência - bright greenish yellow (amarelo esverdeada brilhante) para a detecção de aflatoxinas, a presença de resultados falso-negativos. Segundo estes pesquisadores, quando um teste fornece resultados falso-negativos, tem-se uma 45 situação preocupante, pois, amostras que deveriam ser rejeitadas para o consumo acabam sendo aceitas para o processamento e utilização. Para um resultado quantitativo mais concreto, as análises de aflatoxinas em plantas medicinais devem ser realizadas por um método mais eficiente e que sofra menor ação possível de interferentes, pois, a presença de aflatoxinas nas amostras, mesmo que qualitativa gera uma preocupação por ser um potencial risco a saúde dos consumidores. Prado et al., (2009) fizeram um estudo buscando a presença de aflatoxina B1 em amostras de pimenta e orégano e obteve resultados negativos para a presença desta substância em suas amostras, porém citam em seu estudo que outros trabalhos com a mesma finalidade, realizados na Turquia, revelaram nas mesmas espécies a presença de fungos toxigênicos produtores de alfatoxinas. Citam ainda que os fungos são microrganismos amplamente distribuídos no solo, plantas, matéria orgânica em decomposição, água, ar e poeira e como consequência disso, produtos não processados de fontes animais e vegetais são facilmente infectados. Em trabalho desenvolvido pela Embrapa – Acre foi possível o isolamento de Aspergillus flavus contaminando ouriços de castanha-do-brasil, embora não tenham sido encontrados nas amêndoas, sabe-se que este fungo permanece naturalmente na vegetação e no solo, e portanto o contato do ouriço com o solo durante a queda e amontoa propiciam a contaminação das amêndoas, além de que a coleta dos frutos caídos no chão tornam mais provável a contaminação por estes microrganismos. Observa-se também que em 2003 a União Europeia optou pela devolução de lotes de castanha do brasil oriundos do Brasil em virtude do alto índice de contaminação por aflatoxinas e pelo rigoroso controle que se tem sobre estes metabolitos em alimentos naqueles países (Leite, 2008). 46 A presença destes compostos representam, para animais e principalmente para os seres humanos, um grave risco a saúde. As aflatoxinas são absorvidas no trato gastrointestinal e sofrem um primeiro efeito de biotransformação no fígado por enzimas do sistema de funções oxidases mistas. As funções oxidases mistas são parte constituinte do grande grupo de enzimas metabólicas do citocromo P-450 e são responsáveis pela eliminação de vários xenobióticos do organismo (Ferreira et al., 2006). Na molécula da toxina, a porção responsável pela mutagenicidade está na estrutura de hidrofurofurano entre C2-C3, sendo que a redução da Aflatoxina B1 para a forma 2,3-dihidro (Aflatoxina B2) acaba por diminuir seus efeitos mutagênicos em até 500 vezes. No geral, as aflatoxinas provocam mutações pontuais no DNA, que são consideradas as lesões genéticas predominantes, apesar de estarem presentes também em mutações que alteram a leitura no DNA (Jay, 2005). De acordo com Amaral & Junior (2006) as aflatoxinas são um metabólito altamente tóxico e seus níveis em alimentos são monitorados em vários países. Gompertz et al. (2005) dizem que, além de seus potenciais efeitos hemorrágicos e carcinogênicos, sabe-se que no organismo das aves há o desencadeamento concomitante de hipoglicemia, hipotermia e diminuição da gordura corpórea. Diante do exposto observa-se que as plantas medicinais devem ser um objeto de preocupação e fiscalização, tendo em vista que, as amostras apresentaram desvios relacionados aos padrões físicos de qualidade e quantidade total de aflatoxinas, o que representa um risco potencial a saúde dos consumidores. 47 CONCLUSÃO A análise de material estranho revelou grandes quantidades de contaminantes na maioria das amostras, o que pode ser indicativo de falhas no controle de qualidade, processamento e embalagem dos produtos fitoterápicos. Nas condições do presente estudo, pode-se concluir que, nos três estabelecimentos há presença qualitativa de aflatoxinas, e que no estabelecimento 2 foram evidenciados níveis elevados destes compostos em pelo menos três amostras pelo método de ELISA. Sugere-se, a partir destes resultados, a realização de um estudo quantitativo mais amplo, com mais amostras e repetições, pois as aflatoxinas, quando presentes em grandes quantidades nos produtos para consumo humano constituem sérios riscos a saúde. REFERÊNCIAS: AMARAL, F. M. M. et al., Avaliação da qualidade de drogas vegetais comercializadas em São Luís/Maranhão. Revista Brasileira de Farmacognosia. V.13 São Luis – Maranhão, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v13s1/a11v13s1.pdf> Acesso em 28 Out. 2013. AMARAL, K. A. S. & JUNIOR, M. M. Métodos analíticos para a determinação de aflatoxinas em milho e seus derivados: uma revisão. Revista Analytica n.24 Maringá – Paraná, 2006 [1] Disponível em: <http://www.revistaanalytica.com.br/ed_anteriores/24/art03.pdf> Acesso em 31 Out. 2013. AMARAL, K. A. S.; et al. Aflatoxinas em produtos à base de milho comercializados no brasil e riscos para a saúde humana. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas - SP 2006 [2]. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cta/v26n2/30181.pdf> Acesso em 12 Abr 2013. BAPTISTA, R. F. M.; TAVEIRA, C.C. Avaliação da qualidade de amostras de maytenus ilicifolia (espinheira-santa) comercializadas no Distrito Federal – Brasil. Cenarium Pharmacêutico, n° 4, Brasília – DF, 2011. Disponível em: <http://www.unieuro.edu.br/sitenovo/revistas/downloads/farmacia/cenarium_04_18.p df> Acesso em 28 Out. 2013. BOCHNER, R. et al., Problemas associados ao uso de plantas medicinais comercializadas no Mercadão de Madureira, município do Rio de Janeiro, Brasil. 48 Rev. bras. plantas med. vol.14 n.3 Botucatu – São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151605722012000300017&script=sci_arttext> Acesso em 28 Out. 2013 BRASIL, Agência Nacional de vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução RDC nº 14 de 31 de março de 2010. Brasília – DF. Disponível em: <http://www.crfma.org.br/site/arquivos/legislacao/resolucoeseinstrucoesnormativasda anvisa/RDC%2014%202010.pdf> Acesso em 29 Out. 2013. BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC nº 7 de 18 de fevereiro de 2011. Brasília – DF. Disponível em: <http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/anvisa/107378-7.html> Acesso em 22 Mai 2013. CHIMIN, A. et al., Avaliação da Qualidade de Amostras Comerciais de Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) Comercializadas no Estado do Paraná. Latin American Journal of Pharmacy. nº27 Ponta Grossa – Paraná, 2008. Disponível em: <http://www.latamjpharm.org/trabajos/27/4/LAJOP_27_4_1_16_478K2B8B4P.pdf> Acesso em 28 Out. 2013. CRUZ, J. V. S. Ocorrência de aflatoxinas e fumonisinas em produtos a base de milho e milho utilizado como ingrediente de ração para animais de companhia, comercializados na região de Pirassununga, Estado de São Paulo. Tese de Doutorado em Zootecnia. Universidade de São Paulo, São Paulo. 2010. Disponível em: <www.teses.usp.br> Acesso em 12 Abr 2013. ECKERT, R. G. Segurança alimentar de produtos derivados de milho consumidos em Cascavel - PR. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação Stricto Sensu em Engenharia Agrícola, UNIOESTE. Cascavel – PR, 2011. ENGEL, I. C. et al., Controle de qualidade de drogas vegetais a base de Bauhinia forficata Link (Fabaceae). Rev. bras. farmacogn. V.18 n 2 João Pessoa – Paraíba, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102695X2008000200021> Acesso em 29 Out. 2013. Farmacopeia Brasileira 5ª Ed. – V2. Brasília – DF, 2010. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/index.htm> Acesso em 03 Jun 2013. Farmacopeia Brasileira – 4 ed. Editora Atheneu, São Paulo – SP, 1996. FERREIRA, H.; et al. Aflatoxinas: um risco a saúde humana e animal. Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais V. 2 No 1. Guarapuava – PR. 2006. Disponível em: <http://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia/article/view/365/520> Acesso em 12 Abr 2013. FONSECA, H. Ocorrência de aflatoxina em farelos de amendoim (Arachis hypogaea l.) na região paulista nova, do estado de São Paulo. Anais da E.S.A. “Luiz de 49 Queiroz” V.30 São Paulo, 1973. Disponível <http://www.scielo.br/pdf/aesalq/v30/31.pdf> Acesso em 22 Out. 2013 em: FONSECA, T. P. Boas práticas de armazenamento e distribuição da central de distribuição frigorificada de uma rede de supermercados do Distrito Federal. Trabalho apresentado á pós-graduação lato sensu em Qualidade em Alimentos – UnB. Brasília – DF, 2004. Disponível em: <http://bdm.bce.unb.br/bitstream/10483/593/1/2004_ThaisPacknessFonseca.pdf> Acesso em 28 Out. 2013. GOMPERTZ, O. F. et al.; Microbiologia 4 ed. Editora Atheneu. São Paulo, 2005. JAY, J. M. Microbiologia de alimentos. 6 ed. Editora Artmed. Porto Alegre, 2005. LEITE, J. Contaminação por aflatoxinas na castanha-do-brasil pode ser solucionada. Artigos de Mídia – Embrapa, Rio Branco – Acre, 2008. Disponível em: <http://www.cpafac.embrapa.br/imprensa/artigos_tecnicos/artigos-de-midia-3/artigosde-midia-2008/contaminacao-por-aflatoxinas-na-castanha-do-brasil-pode-sersolucionada-1/> Acesso em 31 Out. 2013 LUCCA, P. S. R. et al. Avaliação farmacognóstica e microbiológica da droga vegetal camomila (Chamomilla recutita L.) comercializada como alimento em Cascavel – Paraná. Rev. bras. plantas med. vol.12 no.2 Botucatu - SP, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151605722010000200005> Acesso em 12 Abr 2013. MALLMANN, C. A. et al. Aflatoxinas em nozes e frutas secas comercializadas no brasil. Symposium on Mycotoxins and Phycotoxins. 2000. Guarujá – São Paulo – Brasil. 21- 25 de maio. Disponível em: <http://www.lamic.ufsm.br/papers/112z.pdf> Acesso em 16 Abr 2013. Manual de doenças transmitidas por alimentos – Aflatoxinas e outras Micotoxinas. São Paulo, 2003. Disponível em: <http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Aflatoxinas.htm> Acesso em 12 Abr 2013. OGA, S. Fundamentos da Toxicologia. 2 ed. São Paulo. Editora Atheneu, 2003. OLIVEIRA, C. A. F.; GERMANO, P. M. L. Aflatoxinas: conceitos sobre mecanismos de toxicidade e seu envolvimento na etiologia do câncer hepático celular. Rev. Saúde Pública vol. 31 no. 4. São Paulo. 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003489101997000400011&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013. PRADO, G. Determination of aflatoxin B1 (Piper nigrum L.) and oregano (Origanum vulgare L.) by thin-layer chromatography and densitometry. Quím. Nova. V.31 n.3 São Paulo – São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010040422008000300009&script=sci_arttext> Acesso em 31 Out. 2013. PALOMINO, M. E. T. et al., Avaliação do método de triagem para análise de milho contaminado com aflatoxinas pela fluorescência amarelo-esverdeada brilhante (bgyf- 50 bright greenish yellow fluorescence). Sci. agric. V. 55 n.3 Piracicaba – São Paulo, 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010390161998000300020#tab1> Acesso em 31 Out. 2013. PIEREZAN, F. et al. Intoxicação experimental por aflatoxina em bezerros. Pesq. Vet. Bras. vol.32 no.7 Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100736X2012000700004&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013. PRADO, G. et al., Efeito da irradiação na microbiota fúngica de plantas medicinais. Ciênc. agrotec., v. 33, n. 5, Lavras, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v33n5/v33n5a25.pdf> Acesso em 24 Mai 2013. ROCHA, F. A. G. et al., Quantificação da microbiota fúngica presente em plantas medicinais comercializadas em feira popular de Currais Novos - RN. Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação. Pamlas – Tocantins, 2012. Disponível em: <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/1361/1597> Acesso em 30 Out. 2013. SANTOS, C. S.; TEIXEIRA, M. F. S. Monitoramento de fungos toxigênicos em plantas medicinais comercializadas na cidade de Manaus-Amazonas-Brasil. II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica. Florianópolis – SC, 2010. Disponível em : <http://www.sbmicrobiologia.org.br/2simc/resumos/R0215-1.html> Acesso em 22 Out. 2013. Secretaria Estadual de Saúde – RS. Informe Técnico nº. 005 – MED/NVP/DVS/CEVS/SES/RS. Porto Alegre – Rio Grande do Sul, 2010. Disponível em: <http://www.saude.rs.gov.br/upload/1339697774_Informe%20T%C3%A9cnico%20n %C2%BA%20005%20%E2%80%93%20medicamentos%20fitoter%C3%A1picos,%2 0plantas%20medicinais,%20drogas%20vegetais%20e%20derivados%20vegetais.pd f> Acesso em 29 Out. 2013. TESSARI, E. N. C.; CARDOSO, A. L. S. P. Efeitos da aflatoxina sobre as aves: revisão de literatura. Rev. Cient. Eletr. De Med. Vet. Nº 18. Garça – SP, 2012. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/veterinaria18/revisao/RV03.pdf> Acesso em 12 Abr 2013. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Depto. de Eng. Química e de Eng. de Alimentos. Contaminação de alimentos. Florianópolis – Santa Catarina, 2009. Disponível em: <http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5221/material/introducao_contaminacao.pdf> Acesso em 29 Out. 2013. 51 ANEXO I – INSTRUÇÕES AOS AUTORES DA REVISTA BRASILEIRA DE PLANTAS MEDICINAIS. A Revista Brasileira de Plantas Medicinais - RBPM é publicação trimestral e destina-se à divulgação de trabalhos científicos originais, revisões bibliográficas e notas prévias, que deverão ser inéditos e contemplar as grandes áreas relativas ao estudo de plantas medicinais. Manuscritos que envolvam ensaios clínicos deverão vir acompanhados de autorização de Comissão de Ética constituída, para realização dos experimentos. Os artigos podem ser redigidos em português, inglês ou espanhol, sendo sempre obrigatória a apresentação do resumo em português e em inglês, independente do idioma utilizado. Os artigos devem ser enviados por e-mail [email protected], com letra Arial 12, espaço duplo, margens de 2 cm, em Word for Windows. Os artigos devem ter no máximo 20 páginas. Artigos com fotografias e gráficos coloridos podem ser publicados, a critério do Corpo Editorial, se o autor se comprometer, mediante entendimentos prévios, a cobrir parte das despesas de publicação. No e-mail, enviar telefone para contatos mais urgentes. REVISÕES E NOTAS PRÉVIAS Revisões e Notas prévias deverão ser organizadas basicamente em Título, Autores, Resumo, Palavraschave, Abstract, Key words, Texto, Agradecimento (se houver) e Referência. ARTIGO CIENTÍFICO Os artigos deverão ser organizados em: TÍTULO: Deverá ser claro e conciso, escrito apenas com a letra inicial maiúscula, negrito, centralizado, na parte superior da página. Se houver subtítulo, deverá ser em seguida ao título, em minúscula, podendo ser precedido de um número de ordem em algarismo romano. Os nomes comuns das plantas medicinais devem ser seguidos pelo nome científico entre parênteses, verificado em www.tropicos.org e www.ipni.org. AUTORES: Começar pelo último sobrenome dos autores por extenso (nomes intermediários somente iniciais, sem espaço entre elas, separadas com vírgulas) em 52 letras maiúsculas, negrito e 2 linhas abaixo do título. Após o nome de cada autor deverá ser colocado um número sobrescrito que corresponderá a instituição e endereço (Rua, CEP: cidade-país). Indicar o autor (*) que deverá receber a correspondência, com e-mail. Os autores devem ser separados com ponto e vírgula. RESUMO: Deverá constar da mesma página onde estão o título e os autores, duas linhas abaixo dos autores. O resumo deverá ser escrito em único parágrafo, contendo objetivo, resumo do material e método, principais resultados, conclusão e sem citação bibliográfica. Palavras-chave: Deverão ser colocadas uma linha abaixo do resumo, na margem esquerda, podendo constar até cinco palavras, separadas com vírgula. ABSTRACT: Apresentar o título e resumo em inglês, no mesmo formato do redigido em português (parágrafo único), com exceção do título, em negrito, apenas com a inicial em maiúscula, que virá após a palavra ABSTRACT. Key words: Colocar abaixo do abstract as palavraschave em inglês, podendo constar até cinco palavras, separadas com vírgula. INTRODUÇÃO: Deverá constar breve revisão de literatura e os objetivos do trabalho. As citações de autores no texto deverão ser feitas de acordo com os seguintes exemplos: Silva (1996); Pereira & Antunes (1985); (Souza & Silva, 1986) ou quando houver mais de dois autores Santos et al. (1996). MATERIAL E MÉTODO: Deverá ser feita apresentação completa das técnicas originais empregadas ou com referências de trabalhos anteriores que as descrevam. As análises estatísticas deverão ser igualmente referenciadas. Na metodologia deverão constar os seguintes dados da espécie estudada: nome científico com autor; nome do herbário onde a excicata está depositada e o respectivo número (Voucher Number). RESULTADO E DISCUSSÃO: Poderão ser apresentados separados ou como um só capítulo, podendo conter no final conclusão sumarizada. 53 AGRADECIMENTO: Deverá ser colocado neste capítulo (quando houver) REFERÊNCIA: As referências devem seguir os exemplos: Periódicos: AUTOR(ES) separados por ponto e vírgula, sem espaço entre as iniciais. Título do artigo. Nome da Revista, por extenso, volume, número, página inicial-página final, ano. KAWAGISHI, H. et al. Fractionation and antitumor activity of the water-insoluble residue of Agaricus blazei fruiting bodies. Carbohydrate Research, v.186, n.2, p.267-73, 1989. Livros : AUTOR. Título do livro. Edição. Local de publicação: Editora, Ano. Total de páginas. MURRIA, R.D.H.; MÉNDEZ, J.; BROWN, S.A. The natural coumarins: occurrence, chemistry and biochemistry. 3.ed. Chinchester: John Wiley & Sons, 1982. 702p. ATENÇÃO: Artigos que não estiverem de acordo com essas normas serão devolvidos. Observação: São de exclusiva responsabilidade dos autores as opiniões e conceitos emitidos nos trabalhos. Contudo, reserva-se ao Corpo Editorial, o direito de sugerir ou solicitar modificações que julgarem necessárias. Capítulos de livros: AUTOR(ES) DO CAPÍTULO. Título do Capítulo. In: AUTOR (ES) do LIVRO. Título do livro: subtítulo. Edição. Local de Publicação: Editora, ano, página inicial-página final. 54 HUFFAKER, R.C. Protein metabolism. In: STEWARD, F.C. (Ed.). Plant physiology: a treatise. Orlando: Academic Press, 1983. p.267-33. Tese ou Dissertação: AUTOR. Título em destaque: subtítulo. Ano. Total de páginas. Categoria (grau e área de concentração) - Instituição, Universidade, Local. OLIVEIRA, A.F.M. Caracterização de Acanthaceae medicinais conhecidas como anador no nordeste do Brasil. 1995. 125p. Dissertação (Mestrado – Área de Concentração em Botânica) - Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. Trabalho de Evento: AUTOR(ES). Título do trabalho. In: Nome do evento em caixa alta, número, ano, local. Tipo de publicação em destaque... Local: Editora, ano. página inicial-página final. VIEIRA, R.F.; MARTINS, M.V.M. Estudos etnobotânicos de espécies medicinais de uso popular no Cerrado. In: INTERNATIONAL SAVANNA SYMPOSIUM, 3., 1996, Brasília. Proceedings… Brasília: Embrapa, 1996. p.169-71. Publicação Eletrônica: AUTOR(ES). Título do artigo. Título do periódico em destaque, volume, número, página inicial-página final, ano. Local: editora, ano. Páginas. Disponível em: <http:// www........>. Acesso em: dia mês (abreviado) ano. PEREIRA, R.S. et al. Atividade antibacteriana de óleos essenciais em cepas isoladas de infecção urinária. Revista de Saúde Pública, v.38, n.2, p.326-8, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 18 abr. 2005. Não citar resumos e relatórios de pesquisa a não ser que a informação seja muito importante e não tenha sido publicada de outra forma. Comunicações pessoais 55 devem ser colocadas no rodapé da página onde aparecem no texto e evitadas se possível. Devem ser, também, evitadas citações do tipo Almeida (1994) citado por Souza (1997). TABELAS: Devem ser inseridas no texto, com letra do tipo Arial 10, espaço simples. A palavra TABELA deve ser em letras maiúsculas, seguidas por algarismo arábico, quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Tabela). O título da Tabela em Arial 12 e os dados dentro da Tabela em Arial 10. FIGURAS: As ilustrações (gráficas, fotográficas, desenhos, mapas) devem ser em letras maiúsculas seguidas por algarismo arábico, Arial 12, inseridas no texto. Quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Figura). As legendas e eixos das Figuras devem ser em Arial 10. As Figuras que são fotografias, pranchas, etc. devem ser enviadas também em arquivos separados, com resolução 300 DPI, 800 x 600, com extensão JPEG, para impressão de publicação.