Gualter José Biscuola Newton Villas Bôas Ricardo Helou Doca ELETRICIDADE FÍSICA MODERNA ANÁLISE DIMENSIONAL Manual do Professor Gualter José Biscuola Engenheiro eletrônico formado pela Escola Politécnica da USP Licenciado em Física Diretor e professor de Física do Colégio Leonardo da Vinci de Jundiaí (SP) Newton Villas Bôas Licenciado em Física pelo Instituto de Física da USP Licenciado em Ciências e Pedagogia Professor de Física do Colégio Objetivo de São Paulo Diretor do Colégio Objetivo NHN de Passos, São Sebastião do Paraíso e Guaxupé (MG) Ricardo Helou Doca Engenheiro eletrônico formado pela FEI (SP) Licenciado em Matemática Professor de Física do Colégio Objetivo de São Paulo Diretor do Colégio Objetivo NHN de Passos, São Sebastião do Paraíso e Guaxupé (MG) AUTORIA Parte I: Tópicos 1 a 4 Gualter Parte II: Tópico 5 Parte III: Tópico 1 Tópicos de Física 1 Parte I: Tópico 5 Helou Parte II: Tópicos 1 a 4 e 6 a 8 Parte III: Tópico 2 Newton Tópicos de Física 2 Tópicos de Física 3 Gualter Parte I Parte II: Tópico 2 Parte II: Tópicos 1 e 3 Parte III: Tópico 3 Helou Parte III: Tópicos 1, 2, 4 e 5 Newton Parte I Gualter Partes II, III e IV Helou Parte V 2007 Av. Marquês de São Vicente, 1697 – CEP 01139-904 – Barra Funda – SP PABX: (11) 3613-3000 – Fax: (11) 3611-3308 – Televendas: (11) 3613-3344 – Fax Vendas: (11) 3611-3268 Atendimento ao Professor: (11) 3613-3030 e 0800-117875 – [email protected] www.editorasaraiva.com.br Ao professor 4 Tópico 2 Objetivos fundamentais da obra 5 Composição da obra 5 Associação de resistores e medidas elétricas Metodologia utilizada 5 Instrumentos disponíveis na obra 6 Estratégias de aplicação da obra 6 A avaliação 7 8 Parte I - ELETROSTÁTICA 8 Tópico 1 • • • • • Objetivo do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos 8 8 8 8 9 10 Tópico 2 Campo elétrico • • • • • Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos 17 17 17 17 19 20 Tópico 3 Potencial elétrico • • • • • Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos Parte II - ELETRODINÂMICA 26 26 27 27 29 30 34 Tópico 1 Corrente elétrica e resistores • • • • • Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Resolução dos exercícios propostos 34 34 34 34 35 40 42 42 42 42 44 Tópico 3 Circuitos elétricos Considerações didáticas e resolução de exercícios Cargas Elétricas • • • • • • • • • Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução de exercícios propostos • • • • • Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos Parte III - ELETROMAGNETISMO Noções de Física Quântica 59 61 • • • • • Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos • Objetivos do Tópico Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos Noções de Teoria da Relatividade • • • • • Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos 62 Comportamento ondulatório da matéria 64 64 64 65 65 66 69 69 70 72 72 73 73 73 76 78 78 78 79 79 79 86 Tópico 2 Tópico 3 Tópico 3 Força magnética sobre correntes elétricas • • • • • 61 61 61 61 Tópico 2 A origem do campo magnético Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos Tópico 1 O campo magnético e sua influência sobre cargas elétricas 61 Objetivos do Tópico O que não pode faltar Algo mais Subsídios ao Descubra mais Resolução dos exercícios propostos • • • • • 49 Tópico 1 • • • • • Indução eletromagnética Parte IV - FÍSICA MODERNA 57 57 57 57 58 69 70 Tópico 4 47 47 47 48 48 Tópico 4 Capacitores • O que não pode faltar • Subsídios ao Descubra mais • Resolução dos exercícios propostos • Objetivos do Tópico • O que não pode faltar • Resolução dos exercícios propostos Parte V - ANÁLISE DIMENSIONAL • • • • Objetivos O que não pode faltar Algo mais Resolução dos exercícios propostos Bibliografia 86 86 87 87 87 91 91 91 91 92 92 92 92 92 93 96 4 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Ao professor Esta é uma obra viva, em permanente processo de aprimoramento. Trata-se de um trabalho versátil, que pode se adequar a cursos de diferentes enfoques, desde aqueles com poucas aulas semanais até os mais abrangentes. O material é completo, tratando de todos os tópicos do programa de Física do Ensino Médio brasileiro. O texto, embora apresentado em uma linguagem rigorosa, não chega a ser axiomático nem excessivamente formal. É, sim, objetivo e de fácil compreensão. A simbologia adotada é a consagrada pela maioria dos professores e dos livros sobre o assunto. Nesta quarta versão, ampliada e atualizada, levamos em conta as competências almejadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), do Ministério da Educação e Cultura (MEC), e estabelecemos estratégias diversas no sentido de implementá-las. Aspectos como o incentivo ao aprendizado das ciências e suas tecnologias, o desenvolvimento de uma mentalidade indagadora e crítica, a intelecção e produção de textos, tabelas e gráficos tecnocientíficos foram trabalhados, valorizando-se dois paradigmas notórios no ensino atual: contextualização e interdisciplinaridade, sugeridas de maneira enfática na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e nos ditames do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para alcançarmos essas metas, apresentamos um grande número de recursos, como ilustrações, fotos legendadas, leituras e estímulos à experimentação. Somaram-se a isso a nova seção Descubra mais e uma grande variedade de exercícios, característica marcante do nosso trabalho. Essas ferramentas contribuirão para criar motivações a mais, que despertarão a curiosidade e o interesse nos alunos. Procuramos, dentro do possível, explorar situações práticas do diaa-dia. Incluímos também abordagens tecnológicas, demonstrando que a Física é básica e essencial aos padrões da vida moderna. Interfaces com outras disciplinas, como Geografia, História, Química e Biologia, além da correlata Matemática, foram estabelecidas, procurando-se eliminar barreiras de conhecimento. Tornamos ainda mais didáticas as tradicionais seções – Exercícios de Nível 1, Nível 2 e Nível 3. A seção Para raciocinar um pouco mais, cuja inclu- são mereceu elogios na última reformulação, também foi alvo de aprimoramento e continua propondo problemas mais elaborados e que exigem uma perfeita compreensão da teoria, além de boa capacidade de interpretação, abstração e raciocínio. Em todos os casos tomamos o cuidado de dispor as questões em uma seqüência lógica e em ordem crescente de dificuldade. Procuramos dimensionar os dados de modo a simplificar os cálculos, o que permitiu a valorização dos pormenores conceituais. Há, no entanto, vários pontos presentes no texto, como demonstrações e apêndices, que enriquecem o material, mas que apresentam caráter facultativo, podendo ser ignorados, sem prejuízo, em cursos com carga horária menor. Este Manual contém considerações didáticas em torno do desenvolvimento de cada Tópico da obra e apresenta a resolução de boa parte dos exercícios propostos, que tem por base nossa vivência em sala de aula, chamando a atenção para detalhes que julgamos importantes. Mas o professor conta, ainda, com outros materiais de apoio: • Recursos na internet: a partir do início do ano letivo de 2008 este livro contará com recursos adicionais, disponíveis no site da Editora Saraiva (www.saraivaeduca.com.br). No site o professor encontrará as resoluções de todos os exercícios propostos no livro do aluno. • DVD-ROM: todo o conteúdo dos três CDs do livro do aluno mais as versões digitais dos três manuais do professor em formato PDF são apresentados para o professor em formato DVD-ROM. O gabarito dos exercícios (exceto as respostas às perguntas da seção Descubra mais) é apresentado nas páginas finais de cada volume. Temos consciência de que o assunto não foi esgotado, já que em Física há sempre o inusitado, a descoberta e o permanente desafio. Por isso serão muito bem-vindas as críticas e sugestões que visem ao aprimoramento deste trabalho. Os autores Manual do professor Objetivos fundamentais da obra A obra visa transmitir ao estudante, de forma metódica e organizada, os conhecimentos essenciais do programa de Física do Ensino Médio, proporcionando-lhe uma iniciação bem fundamentada nessa disciplina, tanto nos aspectos conceituais como nas correlações cotidianas, práticas e tecnológicas. Objetiva também oferecer a dose ideal de conteúdo compatível com a faixa etária do público adolescente, o que favorecerá a gradual formação de um espírito questionador e pragmático. Busca trabalhar as estruturas mentais do educando, exercitando a flexibilidade de raciocínio e o encadeamento sistemático de idéias. O trabalho evolui de modo a desenvolver habilidades para a compreensão de textos formais, decodificação de enunciados, tabelas e gráficos, bem como de representações esquemáticas. Propõe obter maior eficiência na cognição de informações, melhor capacidade de análise e síntese, pleno domínio – em nível de Ensino Médio – da simbologia e linguagem próprias da Matemática, imprescindíveis à formulação das leis da Física e à descrição quantitativa de seus fenômenos. Esses processos constituem na sua totalidade as três grandes metas – competências – sugeridas nos PCNEM para a área de Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias, assim referidas nesse documento: “Representação e comunicação; investigação e compreensão; contextualização”. Há, ainda, que destacar o ideal de desenvolver uma mentalidade social, em que os conhecimentos oriundos da Física devam ser colocados à disposição da comunidade e das pessoas para melhorar seus recursos, condições de vida e padrões de conforto. Também de maneira subalterna, o texto busca formar uma consciência de preservação ambiental e de habitabilidade sustentável do planeta. Isso é primordial até para o exercício pleno da cidadania na vida moderna. Por tudo isso, esta coleção procura qualificar-se como um abrangente e vantajoso instrumento educacional de iniciação à Física. Composição da obra Optamos por uma distribuição em que o conteúdo é desenvolvido conforme sua evolução histórica. Iniciamos a coleção abordando no Volume 1 a Mecânica, em que figuram os trabalhos de Aristóteles, Arquimedes, Copérnico, Galileu, Kepler e Newton, e encerramos o Volume 3 apresentando uma iniciação à Física Moderna, na qual se desta- 5 cam as contribuições de Planck, Bohr, Einstein e De Broglie. Respaldados em nossa experiência em sala de aula, procuramos levar em consideração um aspecto que consideramos fundamental: o fato de que o livro destina-se a um público jovem, que almeja ao longo dos três anos do Ensino Médio uma ampla utilização do raciocínio lógico-formal, maior poder de abstração, compreensão e manuseio de dados matemáticos e tecnocientíficos. Para isso, definimos criteriosamente a abrangência – horizontalidade – da obra. Selecionamos os itens a serem estudados respeitando diversos fatores, como a citada evolução dos adolescentes, propostas contidas na LDB e nos PCNEM, programas exigidos nos principais exames vestibulares, entre outros. Dimensionamos também o grau de formalismo da linguagem e a profundidade da tratativa – verticalidade. A obra, então, está assim dividida: • Volume 1: Mecânica; • Volume 2: Termologia, Ondulatória e Óptica geométrica; • Volume 3: Eletricidade, Física Moderna e Análise dimensional. Cada volume compõe-se de Partes que equivalem aos grandes setores de interesse da Física. As Partes, por sua vez, são constituídas de Tópicos, em que um determinado conteúdo é estudado teórica e operacionalmente, com detalhamento pleno dentro das pretensões do trabalho, tanto naquilo que ele envolve (horizontalidade) como na abordagem (verticalidade). Em cada Tópico, a matéria foi subdividida em Blocos, que agregam itens relacionados entre si. Na apresentação de cada assunto, propusemos a seqüência que consideramos ideal, a qual foi testada e aprimorada em sala de aula ao longo de nossas carreiras. Os Tópicos e os Blocos foram estruturados de modo a propiciar ao aluno um crescimento natural, lógico e bem fundamentado. Metodologia utilizada A Física é uma disciplina que envolve conceitos que, pela complexidade e abrangência, são de difícil assimilação. A conservação do momento linear (quantidade de movimento), por exemplo, está presente em situações muito díspares, como em explosões e colisões, observáveis diretamente ou por meio de instrumentos, e no decaimento nuclear, inerente ao universo subatômico. Por isso, a apresentação dos conceitos físicos deve merecer primordialmente uma boa exposição teórica enri- 6 TÓPICOS DE FÍSICA 3 quecida com exemplos esclarecedores. Se houver disponibilidade, alguma experimentação também colaborará, já que elementos concretos aceleram em muito a compreensão de concepções abstratas. Mas o que realmente faz a diferença é a operacionalização, isto é a resolução do maior número possível de exercícios. É por meio deles que se torna viável complementar a teoria e estabelecer os limites de sua utilização. Nesses exercícios há uma grande diversidade de cenários, o que permite ao aluno contemplar um determinado conceito na sua forma mais ampla, sedimentando as estruturas de raciocínio que lhe facultarão, por analogia, resolver problemas correlatos envolvendo o mesmo princípio ou lei. Por isso, o professor deve explicar bem a teoria e fazer as possíveis demonstrações experimentais, dando ênfase especial à resolução de exercícios, pois só assim o aprendizado consolida-se. Deve-se notar que uma bem conduzida aula de resolução de exercícios, em que o professor comenta detalhes adicionais vinculados a cada contexto acrescentando novas informações, é agradável e estimulante, além de estar totalmente de acordo com o ritmo de captação e assimilação de informações por parte da mente humana. Nessas ocasiões também ocorre o momento supremo da educação como arte de transformar pessoas. Esse é um ambiente profícuo em que se corporifica o vínculo humanístico entre aluno e mestre, essencial e insubstituível em qualquer época, mesmo diante de todas as tecnologias de ensino à disposição. Nada ocupará o lugar do professor no seu papel de orientar o educando, tutelando-o e amparando-o em seu desenvolvimento. Instrumentos disponíveis na obra A parte teórica foi redigida de modo a tentar resgatar em cada trecho o interesse e a atenção do leitor. Para isso, utilizamos uma linguagem correta e adequada à descrição da Física – rigorosa, porém instigante –, procurando sempre inserir elementos atuais e curiosidades do cotidiano. Ilustrações e fotos com legendas (Boxes e Drops) foram aplicadas sempre que possível para facilitar a compreensão do texto e propiciar outras revelações. Em alguns Tópicos, incluímos a seção Faça você mesmo, na qual sugerimos a realização de pequenos experimentos que requerem materiais de fácil obtenção ou até mesmo utensílios caseiros. Foram elaboradas Leituras que serão um pólo a mais de interesse e ampliarão os horizontes do conhecimento. Acrescentamos nesta quarta versão a seção Descubra mais, que traz um questionário com perguntas provocativas que visam reforçar o conteúdo. Essas perguntas poderão ser objeto de debates em sala de aula ou temas de trabalhos de pesquisa em que o aluno será direcionado à leitura de outros textos, inclusive àqueles disponíveis na internet. Em relação à rede mundial de computadores, os sites de busca poderão ser de grande valia, bastando nesse caso utilizar palavras-chave adequadas. Em cada Tópico há quatro seções de exercícios com diferentes níveis de dificuldade. Logo após a apresentação da teoria de um Bloco aparecem os Exercícios de Nível 1 e Nível 2. Na primeira seção, a matéria é cobrada de forma simples, apenas em seus pontos essenciais. Na segunda, a abordagem é mais ampla, valorizando os aspectos conceituais e a descrição quantitativa dos fenômenos. Intercalados aos Exercícios de Nível 1 e Nível 2, há os Exercícios Resolvidos (ER), que servem de ponto de partida para o encaminhamento de questões semelhantes. No final dos Tópicos, estão os Exercícios de Nível 3, em sua maioria de vestibulares, nos quais inserimos elementos de complementação. Esses exercícios, selecionados criteriosamente dos exames mais representativos, constituem uma boa fonte de tarefas para casa. E, por último, temos a seção Para raciocinar um pouco mais, composta por problemas mais difíceis – “reserva especial dos autores” –, que podem ser propostos como desafio, aprofundamento ou trabalhos extraclasse. Pautamos a elaboração e a seleção de todas as atividades apresentadas no material pela funcionalidade em classe, diversidade temática e qualidade. Não há no trabalho exercícios iguais, o que sabidamente torna o processo de ensino mecanicista e enfadonho. Cada questão propõe um novo ambiente em que um detalhe a mais se faz necessário, constituindo-se, portanto, em um auxílio adicional para a melhor compreensão da matéria. Procuramos contemplar nas questões de vestibulares todos os estados brasileiros, evitando dessa forma regionalismos. Incluímos nesta quarta versão exercícios de Olimpíadas de Física, certames que têm se constituído em um foco de interesse dos estudantes e um diferencial para as escolas que desenvolvem projetos visando bons resultados nessas competições intelectuais. Estratégias de aplicação da obra Esta obra é versátil e pode se adequar a cursos com enfoques e objetivos distintos e diferentes números de aulas semanais. Manual do professor • Carga mínima (de uma a duas aulas semanais): principais itens da teoria e Exercícios de Nível 1; • Carga média (de três a quatro aulas semanais): principais itens da teoria e Exercícios de Nível 1 e Nível 2; • Carga máxima (cinco ou mais aulas semanais): teoria completa mais apêndices, Exercícios de Nível 1, Nível 2, Nível 3 e Para raciocinar um pouco mais. De acordo com as cargas mencionadas anteriormente – cargas mínima, média e máxima – poderão ser excluídas do texto, a critério do professor, algumas propostas que forem consideradas prescindíveis. Isso não comprometerá a adoção da obra, tampouco seu bom aproveitamento. Por outro lado, dependendo da disponibilidade do curso, recomendamos também pesquisas na internet, leitura de livros paradidáticos, revistas especializadas e materiais afins, o que complementará e sedimentará o aprendizado. Nesses casos, os objetivos pretendidos são: valorizar aspectos históricos que realcem a evolução do conhecimento sobre Física e informar a existência de novas teorias, descobertas e outras aplicações dos assuntos tratados, não mencionados no texto. Uma referência importante que poderá orientar o professor na elaboração do seu Planejamento de Curso é que cada Bloco traz um conteúdo previsto para duas ou três aulas, considerando a carga média de utilização da obra. A título de exemplo, sugerimos que, numa utilização em carga média, os Blocos 1 e 5 do Tópico 5 (Vetores e Cinemática vetorial) do Volume 1 sejam lecionados da seguinte maneira: Bloco 1 Aula 1 – Teoria: itens 1, 2 e 3. Exercícios: Nível 1 – 1, 3 e 4. Para casa: Nível 1 – 5; Nível 2 – 10, 11 e 13. Aula 2 – Teoria: item 4. Exercícios: Nível 1 – 6 e 8; Nível 2 – 18 e 23. Para casa: Nível 1 – 7 e 9; Nível 2 – 16, 19 e 22. Bloco 5 Aula 1 – Teoria: itens 13 e 14. Exercícios: Nível 1 – 66 e 70; Nível 2 – 73. Para casa: Nível 1 – 67, 69 e 71; Nível 2 – 72. 7 Aula 2 – Exercícios: Nível 2 – 75, 79 e 81. Faça você mesmo: o professor poderá realizar em sala de aula a demonstração sugerida, discutindo com os alunos os efeitos observados e suas conseqüências práticas (estimular a classe a elaborar outros exemplos que conduzam a conclusões semelhantes). Para casa: Nível 2 – 76, 77, 82 (estudar a resolução) e 83. A avaliação Esta deve ser a mais abrangente possível, de modo a contemplar sempre o maior número de habilidades próprias de cada estudante. Entendemos que um educando deva ter oportunidade de ver valorizadas suas melhores potencialidades, já que o ser humano é dotado de múltiplas inteligências (talentos) mais ou menos desenvolvidas. Devemos levar em consideração fatores subjetivos como seu engajamento no curso (participação e empenho), postura em sala de aula e interesse pela matéria. Recomendamos valorizar, no entanto, com ênfase, a capacidade de responder questões, testes conceituais e exercícios que exijam aplicações das leis físicas pautadas pela devida operacionalização matemática. É ainda essencial que haja aplicação e pontualidade em relação às atividades propostas para casa, que devem preencher parte do tempo dos alunos em suas atividades extraclasse. Há vários instrumentos objetivos que podem ser cogitados na avaliação, como: • • • • • • • • • • • • Provas propriamente ditas; Trabalhos de pesquisa em livros e na internet; Questionários com perguntas instigantes; Coletânea de testes de múltipla escolha; Coletânea de questões analítico-expositivas; Vestibulares simulados; Construção e manuseio de aparatos experimentais; Leitura e discussão de artigos sobre Física; Elaboração de artigos sobre Física; Seminários; Debates sobre temas científicos; Encenações de textos teatrais sobre Física. Desse universo, que permite obter uma média ampla e justa do desempenho do aluno, será extraída a nota ou o conceito necessário à aprovação. 8 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Parte I - ELETROSTÁTICA Tópico 1 A utilização da Lei de Coulomb deve ser trabalhada por meio da resolução de exercícios que podem ser encontrados em nível 1 e nível 2. Cargas Elétricas • O que não pode faltar • Objetivo do Tópico 1. Síntese histórica da Eletricidade 2. Noção de carga elétrica 3. Corpo eletricamente neutro e corpo eletrizado 4. Quantização da carga elétrica 5. Princípios da Eletrostática 6. Condutores e isolantes elétricos 7. Processos de eletrização Exercícios 8. Lei de Coulomb Exercícios Este Tópico, por ser o primeiro da Eletricidade, deve ser iniciado com uma explanação histórica do processo de como se desenvolveu o conhecimento da eletricidade, bem como da sua importância na nossa civilização atual. Tudo isso para despertar o interesse dos alunos pela matéria. Pergunte-lhes (e deixe que respondam): Como seria nossa vida sem a eletricidade? O conceito de carga elétrica deve ser detalhado, podendo ser abordada a teoria dos quarks. Reforçar a idéia de quantização das cargas elétricas, mostrando que elas aparecem sempre em valores múltiplos da carga elementar. Diferenciar bem o conceito de material condutor e de material isolante. Explicar o que faz um material ser condutor ou isolante. Os Princípios da Eletrostática devem ser bem assimilados pelos alunos. O entendimento desses princípios é a base para o aprendizado da Eletricidade. Na apresentação dos processos de eletrização, destacar a alteração do número de elétrons de um corpo neutro que lhe confere a condição de corpo eletrizado. A eletrização por atrito e por contato deve ser detalhada. A eletrização por indução deve ser explicada de uma maneira sucinta, já que os detalhes serão mais bem entendidos no final do Tópico 3. • Algo mais Neste Tópico é importante apresentar um início histórico da eletricidade. A evolução do pensamento científico deve ser utilizada sempre; o aluno deve compreender que a Ciência evolui utilizando o conhecimento anterior. A teoria dos quarks deve ser tratada como forma de explicar o que ocorre no núcleo dos átomos e como os prótons e os nêutrons se mantêm estáveis. É importante deixar bem claro que os quarks fazem parte de uma teoria, já que nem toda a comunidade científica tem certeza da sua existência. A utilização das teorias vigentes, como a dos quarks, pode facilitar o entendimento das interações elétricas entre partículas. 9 Manual do professor Como obter a máxima interação entre duas partículas eletrizadas Imagine dois pequenos condutores A e B, inicialmente neutros, e uma carga elétrica positiva Q. Como devemos distribuir essa carga elétrica de modo a termos a máxima repulsão entre os condutores A e B? Para o condutor A devemos transferir uma carga QA, ficando o condutor B com o o restante da carga (QB = Q – QA). Utilizando a equação da Lei de Coulomb, temos: |Q · Q | F=K A 2 B d Como K e d são constantes, podemos fazer K2 = a. d Assim: F = a QA QB F = a QA (Q – QA) F = a Q QA – a QA2 Representando essa função em diagrama F QA, vem: to pequena, como o hertz, podemos usar prefixos que representam múltiplos ou submúltiplos dessa unidade. Assim, vamos encontrar a seguir duas tabelas com esses prefixos. Múltiplos Submúltiplos Fator Prefixo Símbolo Fator Prefixo Símbolo 101 102 103 106 109 1012 1015 1018 deca hecto quilo mega giga tera peta exa da 10–1 deci d h 10–2 centi c k 10–3 mili m M 10–6 micro µ G 10–9 nano n T 10–12 pipo p P 10–15 femto f E 10–18 atto a zepto z iocto y 1021 zeta Z 10–21 1024 iota Y 10–24 F • Subsídios ao Descubra mais Fmáx 0 Q 2 Q QA Observando o gráfico, devido à simetria apresentada pela parábola, podemos concluir que a máxima força de repulsão entre os condutores A e B ocorre quando eles estão eletrizados com cargas iguais Q (QA = QB = ). 2 Algumas curiosidades 1. Antes de convencionarem o uso do SI como sistema de unidades a ser utilizado, a quantidade de carga elétrica podia também ser expressa por franklin ou estat-coulomb. São dois nomes diferentes para a mesma quantidade de carga. Um franklin ou um estat-coulomb é a carga elétrica pontual que, colocada no vácuo, a um centímetro de distância de outra carga igual, repele esta última com uma força de intensidade um dyn (dyne ou dina). Essas unidades eram usadas no antigo sistema CGS Es (CGS Eletrostático). Valem as relações: 1 C (coulomb) = 3 · 109 f (franklin) ou estat-C (estat-coulomb) 1 dyn (dyne ou dina) = 10–5 N (newton) 2. Quando uma unidade de qualquer coisa é muito grande, como, por exemplo, o coulomb, ou mui- 1. Pesquise e tente explicar como os quarks se mantêm unidos para formar os prótons e os nêutrons. Os americanos Murray Gell-Mann e George Zweig propuseram, em 1961, uma teoria que provocaria uma mudança no conceito de átomo: apresentaram uma nova “família” de partículas subnucleares, os quarks. No início, essa família era constituída de três membros: o u (up), o d (down) e o s (strange). Apenas no final dessa década os físicos James Bjorken e Richard Feynman, utilizando o acelerador de partículas da Universidade de Stanford (EUA), conseguiram os primeiros resultados práticos que evidenciavam a existência de partículas subnucleares. Eles chamaram essas partículas de partons. Somente na década de 1990 descobriu-se que alguns desses partons eram quarks e, entre os outros, se encontravam os glúons, partículas mediadoras da interação forte. O nome glúons vem de glue (cola em inglês). Assim, podemos dizer que os quarks são mantidos agregados (“colados”) pela transferência mútua de glúons. Descobriu-se que a força forte existente entre os quarks aumenta com o aumento da distância. Assim, podemos imaginar que os glúons agem como um “elástico” unindo os quarks. Quando o “elástico” é esticado, as forças exercidas por ele aumentam. 2. Se prótons possuem cargas elétricas de sinais iguais e, portanto, se repelem, como essas partículas se mantêm estáveis no núcleo de um átomo? 10 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Sabemos que os prótons são partículas eletrizadas que possuem cargas de mesmo valor e sinal. No núcleo de um átomo encontramos vários prótons que, portanto, se repelem. Essas forças de repulsão são muito fortes. Assim, o que impede a desintegração dos núcleos? A atração gravitacional existente entre prótons é muito pequena comparativamente à repulsão eletrostática presente. Assim, deve existir uma terceira força para manter estável o núcleo do átomo. Essa força de interação é a força nuclear forte, uma das quatro forças fundamentais que, junto com a força gravitacional, a força nuclear fraca e a força eletromagnética explicam as interações existentes no universo. A força nuclear forte é praticamente a mesma entre dois prótons e dois nêutrons. Portanto, não depende da carga elétrica. Assim, os núcleos se mantêm estáveis pela existência de nêutrons que apenas atraem os prótons, ajudando a equilibrar as forças de repulsão. Essa força nuclear forte tem alcance muito pequeno, ocorrendo de maneira intensa para distâncias da ordem de 10–15 m e praticamente se anulando para distâncias pouco maiores. No núcleo de um átomo encontramos prótons repelindo todos os outros prótons e sendo atraídos apenas por prótons e nêutrons muito próximos. Desse modo, quando o número Z de prótons aumenta, o número N de nêutrons deve aumentar ainda mais para que a estabilidade seja mantida. 3. Pesquise sobre força nuclear forte. Qual a diferença entre essa força e a força nuclear fraca? A interação nuclear forte é de atração e ocorre entre prótons e nêutrons existentes num núcleo atômico. Ela é a mais intensa das interações, porém de alcance muito pequeno, de ordem 10–15 m. A interação nuclear fraca está associada à radioatividade, surgindo no decaimento β (beta), quando um nêutron se transforma em próton ao emitir um elétron e um antineutrino (desintegração β negativa) ou um próton se transforma em nêutron (desintegração β positiva), em que o próton emite um pósitron e um neutrino. Assim, ocorre uma alteração no número de prótons no núcleo, transformando o átomo em um outro elemento químico. Esse fenômeno é chamado de transmutação. 4. Faça uma pesquisa sobre força eletromagnética. Podemos encontrá-la em um átomo ou em uma molécula? Sim. A força eletromagnética é aquela que liga os átomos e as moléculas para formar a matéria. É uma força de longo alcance que diminui com o inverso do quadrado da distância entre as partículas estudadas na interação. Essa força está presente também sempre que duas superfícies estão em contato. A forças normal, de atrito, elástica e de tração são exemplos de forças eletromagnéticas. 5. É comum uma pessoa, ao fechar a porta de um automóvel, após tê-lo dirigido, receber um choque no contato com o puxador. Como você explica esse fato? O atrito da roupa com o material do banco pode provocar um acúmulo de cargas elétricas no motorista, principalmente se ele estiver usando um sapato de sola de borracha, como um tênis. No contato da mão com a maçaneta, essas cargas fluirão para o automóvel, provocando uma descarga elétrica. Isso costuma acontecer em época de baixa umidade do ar, quando se usa roupa contendo fios sintéticos, que são péssimos condutores de cargas elétricas. 6. Você talvez já tenha visto na TV ou no cinema uma cena em que uma pessoa se encontra em uma banheira ou piscina e cai na água, por exemplo, um ventilador ligado. Se a água é um isolante elétrico, por que a pessoa recebe um choque? A água pura é péssima condutora de cargas elétricas. No entanto, a água tratada que recebemos em nossas casas é uma solução iônica, já que vários produtos químicos são diluídos na sua purificação. Com isso, as cargas elétricas podem se movimentar livremente, provocando choque na pessoa que estiver mergulhada nessa água. • Resolução dos exercícios propostos 18 1) A e B Q +Q (+ 2,40 n C) + O Q= A B = 2 2 Q’A = Q’B = + 1,20 n C 2) B e C (+ 1,20 n C) + (–4,80 n C) 2 Q”B = Q’C = –1,80 n C No contato com B, C perdeu uma carga elétrica igual a: ΔQC = (–4,80 n C) – (–1,80 n C) ΔQC = –3,00 n C Assim: ΔQC = n e –3,00 · 10–9 = n (–1,60) 10–19 Q”B = Q’C = n = 1,875 · 1010 elétrons Alternativa b. Manual do professor 30 A função centrípeta é desempenhada pela força eletrostática. 40 a) q1 F1,3 q F2,3 3 q2 = 4q1 + – + e x – Fe 11 d F1,3 = F2,3 p |q2| |q1 q3| |q q | |q | = K 2 3 2 ⇒ 21 = x2 (d – x) x (d – x)2 |q1| |4q1| = ⇒ 4x2 = (d – x)2 2 x (d – x)2 2x = d – x ⇒ 3x = d ⇒ x = d 3 K R + Assim: Fcp = Fe m v2 = K |Q q| R R2 K |Q q| v2 = mR 9 · 109 (1,6 · 10–19)2 v2 = 9,1 · 10–31 · 10–10 Nota: • Existe uma outra solução matemática, em que x = –d, que não serve fisicamente. Nesse caso, apesar de |F1, 3| = |F2, 3|, essas forças terão sentidos iguais, fazendo com que a carga q3 não esteja em equilíbrio. q1 b) v2 ⯝ 2,53 · 1012 + F2,1 v ⯝ 1,6 · 106 m/s F3,1 F2,1 = F3,1 |q q | |q2 q1| = K 32 1 2 d x |q2| |q3| = d2 x2 |q3| d2 = |q2| x2 Mas: x= d 3 Então: 2 2 |q3| d2 = |q2| d ⇒ |q3| d2 = |q2| d 3 9 |q2| 4|q1| |q3| = ⇒ |q3| = 9 9 4q1 q3 = 9 Alternativa c. K 32 Observando a figura a seguir: C B – A – Z + – – + – D q – E + X Y notamos que: 1) Em Q a resultante de A e E é nula. 2) B, C e D provocam em Q uma força resultante F1. 3) Por simetria, Z, Y e X também provocam em Q uma resultante F1. Assim, em q, temos: FR = 2F1 Nota: • Este cálculo pode ser feito utilizando-se a carga q2. O valor obtido será o mesmo. Alternativa e. 35 No equilíbrio, temos: Fe = P(anel) |Q Q| = mg d2 Q2 = 0,9 · 10–3 · 10 9 · 109 (1 · 10–2)2 K= Q2 = 10–16 Q = 1 · 10–8 C Essa carga foi adquirida pelo anel superior (inicialmente neutro) no contato com o anel eletrizado. Assim, no início, a carga existente no anel eletrizado vale: 41 Na esfera abandonada no ponto A do plano inclinado, a força resultante deve ter a direção AP e sentido de A para P. Isso ocorre apenas na situação encontrada na alternativa e. F2 F1 + F4 + q = 2 · 10–8 C F3 P senθ – Alternativa b. + – P P sen θ A θ Além da componente tangencial da força peso (P sen θ), ainda temos a resultante das forças elétricas. F1 e F2 são forças de repulsão exercidas pelas cargas positivas. F3 e F4 são forças de atração exercidas pelas cargas negativas. 12 TÓPICOS DE FÍSICA 3 A resultante é observada em: Assim: 2 (d’)2 = d 4 F12 + P sen θ d’ = d 2 F34 Alternativa b. + + 120° 48 – F2 – F1 q 3,0 cm 3,0 cm que resulta 30° A Q1 + P Alternativa e 43 a) Lei de Coulomb: |Q Q | F = K0 1 2 2 d Sendo: K0 = 1 = 9 · 109 (SI) 4πε0 –9 –10 1 9 F = 9 · 10 · · 10 · 5 2· 10 (N) (0,3) F = 5 · 10–8 N q = 1,0 · 10–7 C Cargas elétricas de sinais opostos: força atrativa. b) Após o contato: Q +Q Q= 1 2 2 (+1 · 10–9) + (–5 · 10–10) Q= (C) 2 [(+10) + (–5)] · 10–10 (C) Q= 2 Q = +2,5 · 10–10 C Lei de Coulomb: |Q Q| F = K0 2 d (2,5 · 10–10)2 F = 9 · 109 (0,3)2 Alternativa e. q 50 d (D) Q d (B) (C) q q Em A, supondo que as cargas q sejam positivas e Q seja negativa, temos: Condição de equilíbrio: FBA FBA + FCA + FDA + F = O FCA q Agora as cargas elétricas têm sinais iguais: força repulsiva. FDA F 45 Na situação inicial, temos: A PB q (A) F = 6,25 · 109 N PA Fe Q2 Na condição de equilíbrio da carga q, temos: F1 + F2 = P Usando a Lei dos Cossenos, temos: |F1 + F2|2 = P2 = F21 + F22 + 2F1 F2 cos 120° Mas: |Q q| F1 = F2 = K 12 d 1,0 · 10–7 · q F1 = F2 = 9,0 · 109 (3,0 · 10–2)2 9,0 · 102 q F1 = F2 = ⇒ F1 = F2 = 1,0 · 106 q 9,0 · 10–4 Então: P2 = F2 + F2 – F2 P2 = F2 P=F mg=F 10 · 10–3 · 10 = 1,0 · 106 q FR B 30° P Fe + PA = PB |Q Q | K A 2 C +mg=Mg d Q2 k 2 = (M – m)g d K Q2 d2 = (M – m) g Na situação final, temos: K Q2 K Q2 (d’)2 = = (4M – 4m) g 4(M – m) g Somando FBA + FDA : Por Pitágoras: F2R = F2BA + F2DA |q q| Como: FBA = FDA = K 2 d temos: F2R = 2F2BA ⇒ FR = 2 FBA |q q| FR = 2 K 2 d Assim: FR + FCA = F |Q q| |q q| |q q| =K 2K 2 +K d (d 2)2 d 2 2 2 Manual do professor 2 |q| + |q| = |Q| d2 2 d2 d2 2 4 |q| = 2 |Q| 2 |q| + 2 (2 2 + 1)|q| = 2 |Q| 2 |Q| = Assim, em (I), vem: d d tg θC = BC = BC dAC 2,5 dBC tg θC = 0,40 53 Situação de equilíbrio inicial: q (2 2 + 1) |q| 4 Nota: • Se as cargas q fossem negativas e Q fosse positiva, o resultado seria o mesmo. 0 A carga q’ é fixada a uma distância d da posição de equilíbrio inicial, desfazendo esse equilíbrio. q 51 q' F C d 0 dAC A carga q é levada para a nova posição de equilíbrio: dBC A r Fe q' B r O d (I) 0 40 cm Para que a esfera vazada C permaneça em equilíbrio, é preciso que a força resultante das repulsões de A e B seja equilibrada pela força normal exercida pelo aro. Observemos que o sistema encontra-se em um plano horizontal; portanto, a força peso não interfere no equilíbrio da esfera C. RC FBC θC FAC C θC N dAC dBC θC A q Fm θC d tg θC = BC dAC 13 r O r Portanto: Fm = Fe |q q’| (d – 0,40)2 Como, no MHS, temos: T = 2π m K –3 0,40π = 2π 10 · 10 K K = 0,25 N/m Assim: –6 –6 0,25 · 0,40 = 9 · 109 · 2 · 10 · 0,2 · 210 (d – 0,40) K x = K0 d ⯝ 0,59 m ⯝ 59 cm B 54 a) Na situação de equilíbrio, temos: F tg θC = BC FAC |Q q| Como: F = K 2 d temos: |QB q| |Q | d2 d2BC = B 2AC (II) tg θC = |QA|dBC |Q q| K A2 dAC 2 F1 2 x +q dBC |QB| d2AC = ⇒ 125 · 10–6 d3BC = 8 · 10–6 d3AC dAC |QA|d2BC 125 d3BC = 8 d3BC ⇒ 5 dBC = 2 dAC dAC = 2,5 dBC +2q 0 0,3 m 0,3 m P K Igualando (I) e (II), temos: F2 Q + Condição de equilíbrio: ∑F = O P = F1 + F2 Usando a Lei de Coulomb, temos: F=K |Q d| d2 + Q 14 TÓPICOS DE FÍSICA 3 –6 –6 F1 = 9 · 109 4 · 10 · 12· 10 ⇒ F1 = 0,4 N (0,3) –6 –6 F2 = 9 · 109 4 · 10 · 22· 10 ⇒ F2 = 0,8 N (0,3) Portanto: P = 0,4 + 0,8 (N) P = 1,2 N b) A outra condição para ocorrer equilíbrio é: ∑M0 = 0 F1 ᐉ + P x = F2 ᐉ 2 2 0,4 2 + 1,2 x = 0,8 2 2 2 1,2x = 0,4 x= 1 m 3 Assim: 5 Fe 5 mg = 3 4 |Q q| 3 K 2 = mg 4 d 10 · 10–9 q 3 9 = · 0,4 · 10–3 · 10 9 · 10 (3 · 10–2)2 4 90 q = 3 · 10–3 9 · 10–4 q = 3 · 10–8 C q = 30 · 10–9 C q = 30 nC Alternativa a. 57 Nota: • Para ocorrer equilíbrio, o peso P deve estar suspenso a 1 m, do lado 3 direito da barra. a) Como está ocorrendo atração entre as esferas, elas estão eletrizadas com cargas de sinais opostos (uma positiva e a outra negativa). b) Na esfera B, decompondo T, temos: 55 Situação descrita: y α T 45° 45° T 45° T F F P Ty α B 45° Tx = T sen α Tx Ty = T cos α P Portanto, sendo: Tx = Fe Ty = P dividindo membro a membro, temos: T sen α = Fe T cos α m g F tg α = e mg 4 = Fe ⇒ Fe = 4 N 3 3 0,1 · 10 Usando a Lei de Coulomb, vem: |Q q| Fe = K 2 d 4 = 9 · 109 Q2 3 (0,1)2 –12 0,04 2 Q = = 40 · 10 27 27 · 109 Q = 40 10–6 C 27 P d Para o equilíbrio das esferas devemos ter: T sen 45° = P T cos 45° = F Como sen 45º = cos 45º, vem: F=P |Q q| K 2 = mg d 1,0 · 10–6 · 1,0 · 10–6 = 10 · 10–3 · 10 9 · 109 d2 9 · 10–3 = 10–1 d2 d2 = 9 · 10–2 d = 3,0 · 10–1 m d = 30 cm Alternativa e. Fe x Q = 40 µC 27 56 Assim: T cos θ = P T sen θ = Fe 58 Na situação inicial, decompondo-se T, temos: θ d = 4 cm y T Q T 4 = mg 5 T 3 = Fe 5 L = 5 cm θ x = 3 cm q P Fe 5 mg 4 5 Fe T= 3 θ T Ty Ty = T cos θ θ Fe Tx T= P Tx = T sen θ x Manual do professor Na situação de equilíbrio: Então: 2 1 · 4π ε0 Tx = Fe Ty = P T sen θ = Fe ⇒ F = m g tg θ e T cos θ m g Usando a Lei de Coulomb, temos: |Q q| K 2 = m g tg θ d –6 –6 9 · 109 2 · 10 · 2 2· 10 = 0,090 · 10 tg θ (0,20) tg θ = 1 ⇒ θ = 45º Na situação final, temos: m= Ty θ T sen θ = F’e – Fm mg T cos θ Fm x Tx P m g tg θ = F’e – Fm 0,090 · 10 · 1 = 4 · 10–6 · 4 · 10–6 – k 1,0 · 10–2 (0,20)2 0,9 = 3,6 – 0,01 k 9 · 109 Tx = T sen θ Ty = T cos θ 0,01 k = 2,7 ⇒ k = 2,7 · 102 N/m 59 Observe que a condição de equilíbrio exige simetria na configuração, sendo as cargas elétricas da base iguais, e a interação entre elas e a carga q tem de ser de repulsão. F 2 sen α = m g 8 · Q q · cos2 α sen α 4π ε0 d2 g 60 No átomo de Bohr, o raio da órbita é dado por: R = n2 R0 em que R0 = 5,3 · 10–11 m (raio da órbita fundamental). Para o estado fundamental n = 1; para o primeiro nível excitado n = 2. Assim: R = 22 R0 R = 4 R0 Como a força eletrostática faz o papel de força centrípeta, temos: Fe = Fcp Tx = F’e – Fm Ty = P θ T F‘e d 2 cos α Alternativa d. No equilíbrio, vem: y Qq F 2 K e 2e = m r R R 2 v2 = K e mR Sendo v inversamente proporcional a R, se R = 4R0, temos: v v = 0 = 1,1 · 106 m/s 2 Portanto: v = 2π R T 2 · 3,14 · 4 · 5,3 · 10–11 1,1 · 106 = T T ⯝ 1,2 · 10–15 s Como o elétron tem vida de 10–8 s, vem: –8 n = Δt = 10 –15 T 1,2 · 10 n ⯝ 8 · 106 revoluções q Alternativa d. P Fe 61 a Q a α α Q d Decompondo as forças F segundo a horizontal e a vertical, notamos que: a) No equilíbrio, temos: Pt = Fe |Q q| m g sen 30° = K 2 d 20 · 10–6 q 20 · 10–3 · 10 1 = 9 · 109 (0,30)2 2 6 0,10 = 2 · 10 q q = 5,0 · 10–8 C y Fy F Fy b) Com atrito, temos: Fe = Pt + Fat F est 2Fy = P 2F sen α = m g Da Lei de Coulomb, temos: |Q q| 2K 2 sen α = m g a Mas: K = 1 e a = d 4πε0 2 cos α 15 α α Fx Fx P x |Q q| K 2 = m g sen 30° + µ m g cos 30° d 20 · 10–6 · 5,0 · 10–8 = 9 · 109 d2 = 0,020 · 10 (0,50 + 0,25 · 0,86) 9 · 10–3 = 0,143 ⇒ d2 = 0,009 0,143 d2 d2 ⯝ 0,063 ⇒ d ⯝ 0,25 m ⯝ 25 cm A Pt B 30° 16 TÓPICOS DE FÍSICA 3 62 FCA FBA a) Com o passar do tempo haverá perda de carga elétrica para o ar que envolve as esferas. Isso provocará a aproximação, já que a força de repulsão entre elas irá diminuir. Como as esferas têm mesmo peso e as forças de repulsão são iguais em módulo (Princípio da Ação-Reação), o ângulo α deverá ser igual para ambas. Observe que: b) |FAB| = |FDA| = K α Tcos α T sen α = Fe T cos α = P F F tg α = e = e P mg T α d 2 Somando os vetores FBA e FDA, temos: S = 2 FBA ⇒ S = 2 K Então: |q q| a2 F= 2 2–1 2 1 · q2 4π ε0 a2 Essa resultante tem direção radial, passando pelo centro da circunferência. d = ᐉ sen α 2 d = 2 · 0,090 · 0,60 (m) d = 0,108 m Portanto: Q = 2 · 10–6 · 0,108 (C) α |q q| a2 |q q| |q q| |FCA| = K =K 2 a 2 (a 2)2 A força resultante de A é dada por: |q q| |q q| F = S – FCA = 2 K 2 – 1 K 2 2 a a |q q| 1 F= 2– K 2 2 a 1 Como: K = 4π ε0 P Fe = m g tg α Lei de Coulomb: |Q Q| Fe = K 2 d Assim: |Q Q| K 2 = mg tg α d 2 9 ·109 Q2 = 0,0048 · 10 · 0,75 d Q2 = 4 · 10–12 d2 Q = 2 · 10–6 d Mas: FDA S2 = F2BA + F2DA = 2 F2BA Tsen α Fe A Q = ±2,16 · 10–7 C b) A força resultante calculada no item a funciona, para cada carga, como força centrípeta. 2 F = Fcp = m v R Como o raio R da circunferência corresponde à metade da diagonal do quadrado, temos: R= a 2 2 Assim: 2 m v2 = 2m v a 2 2 a 2 2 v2 = a F 2m F= 63 a) Cada uma das quatro cargas elétricas está sujeita a três forças exercidas pelas outras cargas. FCA FDB FBA A FAB +q –q FDA FAD +q D –q FBD v2 = a 2 · 2m FCB q2 v2 = 4 – 2 · 1 · 4π ε0 a 4m FBC v= C FCD (2 2 – 1) 1 q2 · · 4π ε0 a2 2 B q 4 4– 2 m a π ε0 FDC FAC Devido à simetria, podemos observar que as forças resultantes em cada carga têm intensidades iguais. Por exemplo, considerando a carga nominada por A, temos: 64 a) Lei de Coulomb: |Q q| Fe = K 2 d Manual do professor Fe = 9,0 · 109 1,6 · 10–19 · 1,6 · 10–19 (1,0 · 10–10)2 Fe = 2,3 · 10–8 N b) A força eletrostática Fe funciona como força centrípeta: Fe = Fcp 2 2,3 · 10–8 = m v R 9,0 · 10–31 · v2 2,3 · 10–8 = 1,0 · 10–10 2 12 v ⯝ 2,6 · 10 v ⯝ 1,6 · 106 m/s c) Fr = Fe + Fg Fr = 2,3 · 10–8 + G M m d2 –31 · 10–27 Fr = 2,3 · 10–8 + 6,7 · 10–11 · 9,0 · 10 · 1,7 –10 (1,0 · 10 )2 Fr = 2,3 · 10–8 + 1,0 · 10–49 Observe que a interação gravitacional entre o próton e o elétron é desprezível quando comparada com a interação eletrotástica. Assim: Fr = Fe = 2,3 · 10–8 N d) Do item c, concluímos que: Fcp = Fe m v2 = K |Q q| R d2 v ⯝ 1,6 · 106 m/s (Ver item b.) Tópico 2 Campo elétrico • Objetivos do Tópico A grande dificuldade dos alunos do nível médio é conseguir abstrair, encontrando dificuldade para “enxergar” algo abstrato como o campo elétrico. É importante que o educando consiga entender que o conceito de campo elétrico envolve a idéia de influência proporcionada por uma carga elétrica em uma região do espaço. Trabalhar esse conceito é trabalhar uma das bases da Eletricidade. Neste Tópico, é importante que o aluno entenda o conceito de campo elétrico como um modelo teórico usado para explicar a interação a distância entre partículas eletrizadas. Na medida do possível fazer analogia com o campo gravitacional, mostrando as 17 semelhanças e as diferenças. Explicar aos alunos que foi Isaac Newton o primeiro a usar a interação a distância entre dois corpos. Michael Faraday foi o autor do conceito de campo que inicialmene foi usado na interação entre partículas eletrizadas. Só mais tarde essa idéia de campo foi levada à situação gravitacional e à magnética. Insistir no caráter vetorial do campo elétrico e procurar fazer o aluno visualizar as linhas de força em diferentes campos elétricos, principalmente no campo elétrico uniforme. Deve-se explorar bem o item que trata do poder das pontas, explicando o funcionamento dos páraraios e desmistificando certas crendices populares. Se possível, pedir duas pesquisas para os alunos: em uma delas, procurar diferentes tipos de pára-raio (fazendo fotos) e promover um debate sobre as vantagens e as desvantagens de cada um deles; em outra, pedir aos alunos para pesquisarem as principais crendices sobre raios (como, por exemplo: espelhos atraem raios; não usar telefone durante tempestades; não deixar rádios e TV ligadas enquanto ocorrem descargas elétricas na atmosfera; etc.), apresentar aos colegas e debater (após pesquisa) cada uma delas. Dar especial atenção ao campo elétrico uniforme. Esse assunto aparecerá em Tópicos futuros e é alvo de cobrança em provas a serem realizadas pelos alunos em vestibulares ou concursos. • O que não pode faltar 1. Conceito e descrição de campo elétrico 2. Definição do vetor campo elétrico 3. Campo elétrico de uma partícula eletrizada 4. Campo elétrico devido a duas ou mais partículas eletrizadas 5. Linhas de força Exercícios 6. Densidade superficial de cargas 7. O poder das pontas 8. Campo elétrico criado por um condutor eletrizado 9. Campo elétrico criado por um condutor esférico eletrizado 10. Campo elétrico uniforme Exercícios • Algo mais Para as turmas de nível mais avançado podese completar o assunto utilizando-se o Teorema de Gauss para as demonstrações das fórmulas utiliza- 18 TÓPICOS DE FÍSICA 3 das. Para turmas especiais, pode-se conceituar campo elétrico e em seguida apresentar o Teorema de Gauss, demonstrando por meio dele as fórmulas que vão aparecendo no decorrer desse assunto. É uma maneira de fazer os alunos das turmas especiais entender como as fórmulas surgem, já que, para as turmas normais, essas fórmulas são apresentadas sem explicações mais detalhadas. Uma breve biografia de Michael Faraday Jupiter Unlimited/Keydisc (O idealizador do campo elétrico) Apesar de não ter estudado em boas escolas, sendo um autodidata, Faraday colocou a Eletricidade como uma importante parte da Física, posicionandose entre os grandes, como Galileu, Newton, Einstein. Maxwell e outros. Foi ele quem conceituou o campo eletromagnético e idealiMichael Faraday (1791-1867) zou as linhas de força que, só mais tarde, Maxwell quantificou por meio de suas equações. Faraday, sem grandes conhecimentos de matemática, foi responsável pelas descobertas experimentais, e Maxwell, de grande formação teórica, estabeleceu as sua equações, que são a base do Eletromagnetismo. A seguir apresentamos uma breve biografia desse grande nome da Eletricidade, que deve ser passada para os alunos como exemplo de alguém que foi atrás de seus sonhos. Michael Faraday nasceu na Inglaterra, em 22 de setembro de 1791, nos arredores de Londres, Newington Butts (Surrey), que hoje se chama Elephant and Castle. Filho de James Faraday, um ferreiro, teve uma infância pobre junto com seus três irmãos. Sua mãe, Margareth Hastwell, era muito amorosa, porém severa, forjando em Michael um caráter honesto, tornando-o persistente na busca de seus objetivos. Devido à doença de seu pai, Michael foi obrigado a trabalhar aos 13 anos (1804). Começou como entregador de jornais e, mais tarde, foi assistente de encadernação de livros. Seu patrão, um imigrante francês, Mr. Riebau, não se importava que Michael lesse os livros que encadernava. Assim, durante as encadernações ele foi descobrindo um mundo que o cativava cada vez mais. As leituras da Enciclopédia Britânica e do livro The Improvement of the Mind fizeram Faraday iniciar a sua busca pelo conhecimento. Após a morte de seu pai (1809), Michael começou a assistir a todas as conferências possíveis, procurando aprender cada vez mais. Em 1812, ele recebeu de Mr. Riebau entradas para quatro palestras de Sir Humphrey Davy na famosa Royal Institution. Fascinado com as palestras, fez anotações que depois transformou em um texto ilustrado, encadernou e enviou para Sir Davy, que na época era um cientista de grande destaque. No ano seguinte (1813), ele tornou-se assistente de Sir Davy, quando iniciou uma época de grande produtividade, aprendendo rapidamente e descobrindo novos horizontes para a Física e a Química. Sir Davy, que também era oriundo de um ambiente pobre e, por isso, identificava-se com Faraday, levou-o em suas viagens pela Europa, onde este conheceu vários cientistas, como Alessandro Volta, André Ampère e Joseph Gay-Lussac. A partir daí, Faraday começou a participar mais intensamente nas pesquisas de Sir Davy, ajudando-o a desenvolver a lâmpada de segurança a ser utilizada nas minas de carvão. Faraday conseguiu liquefazer alguns gases, dentre eles o dióxido de carbono e o cloro, o que até então se acreditava não ser possível. Dentre outros trabalhos desenvolvidos por Faraday podemos destacar: as Leis da Eletrólise, sessenta anos antes de Thomson descobrir o elétron; o estudo das descargas elétricas nos gases; a distribuição das cargas elétricas na superfície de condutores (gaiola de Faraday); o diamagnetismo; a polarização de luz e muitos outros. Ele conseguiu isolar o benzeno a partir do óleo de baleia, o que, quatro décadas depois, daria início ao estudo da Química Orgânica. Descobriu a rotação de um raio de luz quando atravessa um campo magnético, depois chamada de Efeito Faraday. Em 1824, Faraday foi eleito membro da Real Sociedade de Ciências. Suas descobertas continuavam. Em 1819, Hans Christian Oersted, físico dinamarquês, havia conseguido juntar a eletricidade e o magnetismo ao descobrir que correntes elétricas geravam campos magnéticos. Até então, acreditava-se que a eletricidade e o magnetismo eram coisas separadas e não tinham relação. Em 1831, Faraday descobriu a relação inversa: correntes elétricas podiam ser geradas por meio do magnetismo. Ele havia inventado a bobina de indução. Num fio enrolado em um tubo oco passava uma corrente contínua quando ele fazia variar o campo magnético no interior da bobina; era o princípio do transformador. Faraday enunciou as Leis da Indução Magnética, introduzindo a idéia de linhas de força de um campo elétrico, que seriam comprovadas matematicamente pelas equações de Manual do professor 19 • Subsídios ao Descubra mais Maxwell. Essa descoberta foi tão importante que sua estátua na Royal Institution o mostra segurando uma bobina de indução. Em 1832, Faraday iniciou a Eletroquímica, utilizando corrente elétrica para “quebrar” compostos químicos. Em seus trabalhos Pesquisas experimentais em Eletricidade, em três volumes, e Pesquisas experimentais em Química e Física, ele estabeleceu a linguagem básica da Eletricidade, criando os termos: eletrólito, eletrodo, ânodo, cátodo, íon e outros. Faraday estabeleceu o conceito de campo elétrico e de campo magnético. Em 1849 tentou juntar a gravitação e a eletricidade, não conseguindo. (Lembre-se de que Einstein também tentou essa unificação e morreu, em 1955, sem ter conseguido.) Em 1821, Faraday casou-se com Sarah Barnard. Adoeceu em 1839 e não mais conseguiu se recuperar. Morreu em 25 de agosto de 1867, em Hampton Court, próximo dos seus 76 anos. Foi enterrado na Abadia de Westminster, ao lado de Isaac Newton. Dodds/TopFoto/Keystone 1. Na fotografia a seguir, observamos um dispositivo, usado como enfeite, que chama muito a atenção das pessoas. Nele, encontramos uma esfera interna que é eletrizada de forma contínua e uma outra esfera externa de vidro transparente. Entre as superfícies esféricas, existe um gás sob baixa pressão. Os gases normalmente são isolantes elétricos. No entanto, quando ionizados deixam de ser isolantes e tornam-se condutores. Pesquise e tente explicar a emissão de luz nessa fotografia. Na internet podemos ver anúncios da lanterna perpétua de Faraday, que não utiliza pilhas, tem 26 cm de comprimento e cor branca translúcida. O seu funcionamento baseia-se na Lei da Indução Eletromagnética de Faraday. Para carregá-la, basta agitar. O movimento de vaivém de um ímã existente em seu interior, que passa na parte interna de uma bobina, induz nela correntes elétricas que irão carregar uma bateria especial. Alguns segundos de agitação podem produzir energia suficiente para acender a luz por até 5 minutos. Consta na propaganda que o LED superluminoso pode ser visto a um quilômetro de distância. Essas lanternas não devem ser colocadas próximo de cartões bancários ou fitas magnéticas, já que o campo eletromagnético formado pelas correntes induzidas pode desmagnetizar tais objetos. Reprodução Uma curiosidade – A lanterna perpétua de Faraday O campo elétrico nas proximidades da esfera interna é muito intenso. Por isso, moléculas do gás aí presentes são ionizadas, adquirindo carga elétrica do mesmo sinal da carga da esfera interna. Os íons produzidos são repelidos por esta, deslocando-se então para a esfera externa. Em outras palavras, são produzidas correntes elétricas iônicas através do gás, entre as esferas. Devido à alta intensidade do campo elétrico, os íons adquirem energias cinéticas suficientes para provocar, por meio de colisões, extrações de elétrons de outras moléculas, ionizando-as também, ou, pelo menos, provocar excitações eletrônicas dessas outras moléculas. Tanto os elétrons extraídos como os excitados absorveram energia dos íons que incidiram nas moléculas. Essa energia é devolvida na forma de luz (efeito ou descarga corona): íons se recombinam com elétrons que perderam e emitem luz, o mesmo acontecendo com elétrons excitados quando retornam ao nível mais baixo de energia em que estavam antes de serem bombardeados. 2. Pegue um rádio portátil pequeno, ligado e sintonizado em uma estação. Embrulhe esse rádio em uma folha de jornal. Agora desembrulhe e volte a embrulhá-lo em 20 TÓPICOS DE FÍSICA 3 papel-alumínio, com várias voltas. O que ocorre de diferente? Como explicar os resultados desses dois experimentos? Mesmo embrulhado no papel jornal, apesar de ter a intensidade do som diminuída, continuamos a ouvir o rádio. Quando repetimos o experimento utilizando papel-alumínio, notamos que o rádio deixa de transmitir o som. Isso ocorre porque o papel-alumínio se comporta como uma gaiola de Faraday, impedindo que sejam captados os campos eletromagnéticos que transportam os sinais. As ondas eletromagnéticas são constituídas de dois campos variáveis com o tempo, um elétrico e outro magnético, que se propagam através do espaço. Quando a antena de um receptor de rádio recebe essa onda, uma corrente elétrica é nela induzida. Essa corrente induzida é posteriormente amplificada para produzir o funcionamento do alto-falante. Quando o receptor está envolto por papel-alumínio ou por uma rede metálica, a corrente induzida encontra uma “superfície” repleta de elétrons e sofre uma dissipação, não encontrando um caminho para atingir a antena. Assim, o rádio receptor não consegue sintonizar uma emissora. Observe que, ao ficar envolto em papel-alumínio, o receptor de rádio estará no interior de um condutor oco, onde o campo elétrico é nulo e as cargas elétricas permanecem em equilíbrio. No caso de substituirmos o papel-alumínio por uma tela metálica, a dimensão da malha deve ser menor que o comprimento de onda da onda eletromagnética que deveria atingir a antena receptora. Se for maior, a onda atravessará. Este experimento pode ser realizado com os alunos, utilizando dois celulares, um jornal e papel-alumínio. Peça a um aluno que ligue para o celular que se encontra em cima de uma mesa, embrulhado em jornal. Peça ao aluno que volte a ligar, agora para o celular envolto em papel-alumínio 27 A carga + q gera, em P, campo de “afastamento”. As distâncias de cada porção Δq de carga até o ponto P é a mesma. Assim, em P, temos infinitos vetores campo elétrico: • Resolução dos exercícios propostos Assim: EQ = Eq sen 30° + Eq sen 30° E2 y –q C B D +q EC EA O EB +q A –q x ED EX Decompondo esses vetores segundo os eixos x e y, notamos que no eixo y a resultante é nula. No eixo x a resultante é diferente de zero. Alternativa a. E1 Devido à simetria na distribuição desses vetores, a resultante E terá direção vertical e sentido para cima. E P Alternativa e. 28 Em A, queremos que E = 0: A Mas: EA = Eq + Eq + EQ 1 2 Eq Eq sen 30° 2 2 Eq sen 30° 1 30° 30° Eq cos 30° 1 Eq cos 30° 2 EQ 1 22 P EQ = 2 Eq sen 30° 1 Como: E = k Q2 d Temos: q K Q2 = 2 K 2 · 1 y L 2 Q= q y2 L2 8 · 10–6 = 2 · 10–6 y2 32 y2 = 36 y = 6 cm 2 Eq 1 Manual do professor 30 Nominando as cargas, temos: 54 q q (5) – q q + – A (3) q σ2 σ1 – (1) E1 P + q E1 Q (4) e + (2) (6) Na figura, notamos que as cargas 1 e 2, 3 e 4, 7 e 8 produzem campo resultante nulo no ponto de encontro das diagonais do cubo. Apenas as cargas 5 e 6 produzem campo elétrico resultante não-nulo no encontro das diagonais. Assim: EE = E5 + E6 |q| EE = 2 K 2 x Mas x é metade da diagonal do cubo: x = 1 (ᐉ 3) 2 Portanto: 2 Kq 8 Kq EE = 2 ⇒ EE = 3 ᐉ2 ᐉ 3 2 e a força aplicada na carga 2q, colocada em A, vale: σ1 0 σ2 0 Alternativa a. 64 a) T Fe 60° P b) T sen 60° = P T cos 60° = Fe sen 60° = P cos 60° Fe Fe = q2 F = 16 K 2 3 ᐉ Kq F = |2q| E ⇒ F = 2q 8 · 2 ⇒ 3 ᐉ E2 |EQ| = |E2| – |E1| Para ocorrer o descrito devemos ter: |E2| |E1| Assim: |σ1| |σ2| E2 q – – |Ep| = |E1| + |E2| (8) (7) q P = 0,03 ⇒ F = · 10–2 N 3 e tg 60° 3 c) Fe = |q| E 3 · 10–2 = 5,0 · 10–6 E Alternativa c. 34 O descrito no texto e os respectivos campos elétricos, represen- tados pelos vetores E1, E2, E3 e E4 , estão indicados na figura a seguir: Q y (1) E = 2 3 · 103 N/C 66 O campo elétrico em D é representado por: A +q qB a B d E1 –Q (4) d E4 E2 O E3 (2) d Q x a d d a EB –Q (3) EC +q D Na origem O do sistema cartesiano, temos: Por Pitágoras, vem: E2res = (2E)2 + (2E)2 E2res = 2 (2E)2 2E Eres = 2 2 E EA y EAC 0 x Eres = 2 2 k0 Q2 d q a2 Usando-se Pitágoras: E2AC = E2A + E2C |EA| = |EC| = K 2E Eres Alternativa a. 21 E2AC = 2 K q a2 2 a C 22 TÓPICOS DE FÍSICA 3 q a2 EAC = 2 K 70 A T Como: |EAC| = |EB| – E Fe P temos: |qB| Kq 2 2 =K 2 d a Mas: d = a 2 (diagonal do quadrado) Então: |qB| |qB| Kq q ⇒ 2 2= 2 2 2 =K 2 (a 2) a 2 a a |qB| = 2 2 q Sendo EB um vetor campo de “aproximação” em relação à carga qB, esta deve ter sinal negativo. Assim: qB = –2 2 q Alternativa e. Se a força Fe é vertical voltada para baixo, o campo elétrico entre as placas é vertical, voltado para cima. Assim, a placa A possui carga negativa e a placa B, positiva. Observe que a carga q é negativa. (01) Falsa. (02) Verdadeira. (04) Falsa. (08) Verdadeira. Fe = |q| E (3 – 2) = |q| 4 · 106 ⇒ |q| = 0,25 · 10–6 C (16) Falsa. (32) Falsa. Portanto, a soma das alternativas corretas é 10. 74 68 +Q B a) F = Fe m a = |q|E ⇒ a = EA O –Q A +Q C EC EB |q| E m Portanto: ap |qp| mα = aα |qα| mp Sendo e a carga do próton e m a massa, temos: EAC ED O ap e 4 m = ⇒ aα 2e m θ EABC EB Atenção: EA = EB = EC = E EAC = 2E Portanto, usando Pitágoras, temos: E2ABC = E2AC + E2B E2ABC = (2E)2 + E2 = 4E2 + E2 = 5E2 K b) Na vertical as partículas possuem MUV. 2 Δs = a t 2 Como Δsp = Δsα, temos: ap t2p aα t2α = 2 2 ap t 2 = t2 aα p α K |Q| |Q’| = 5 2 R R2 tp tα Q’ = 5 Q A posição da carga Q’ é dada por: O Q‘ 2 =1 ⇒ 2 tp = 2 tα 2 75 em que: E tg θ = B = E EAC 2E θ ap =2 aα 2 t2p = t2α EABC = 5 E tg θ = 1 2 Assim: θ = arc tg 1 2 B 1) Cálculo da massa da gota: d= m ⇒ m=dv v m = d 4 π r3 3 m = 1 000 4 3,14 · (10 · 10–6)3 (kg) 3 m ⯝ 4,2 · 10–12 kg Manual do professor 2) O movimento horizontal da gota é uniforme. Assim: Δs = v t 2,0 · 10–2 = 20 t t = 1,0 · 10–3 s 3) O movimento vertical da gota é uniformemente variado pelo fato de ela atravessar um campo elétrico uniforme. Observe que não vamos considerar o campo gravitacional. Assim: |q| E m a = |q| E ⇒ a = m Na queda: 2 |q| E t2 Δs = a t ⇒ y = · 2 m 2 Para que a gota sofra a ação de uma força no sentido do campo elétrico, a sua carga deve ser positiva. Portanto: q 8,0 · 104 (1,0 · 10–3)2 0,30 · 10–3 = · 2 4,2 · 10–12 23 80 L = 0,20 m L = 0,20 m x m + Fe P Pm P Aplicando-se a condição de equilíbrio, temos: (Fe + P)L = Pm x + P L FeL + P L = Pm x + P L FeL = Pm x |q| E L = mg x 3,0 · 10–10 · 2,0 · 106 · 0,20 = 0,10 · 10–3 · 10 x x = 0,12 m 81 Na esfera, temos: Fe 60° T (y) Fe (x) q ⯝ 3,1 · 10–14 C Alternativa b. P 76 As forças de repulsão são conservativas (forças de campo). As- sim, a energia cinética transforma-se em potencial. Portanto, estando a partícula em repouso em M, temos: ΔEp = ΔEc = 3,2 · 10–21 J Como e = 1,6 · 10–19 C, temos: 3,2 · 10–21 ΔEp = eV 1,6 · 10–19 ΔEp = 2,0 · 10–2 e V ΔEp = 20 · 10–3 e V ΔEp = 20 m e V T(x) = T sen 60° b) Na partícula de massa 3 m: P + Fe (y) Fe = IqIEx (x) P = mg |q| Ex = T sen 60° 3 · 105 = T 3 2 (I) m g = |q| Ey + T cos 60° 2 mg E T Fe = IqIEy No eixo x, temos: Fe(x) = T(x) T = 2 · 105 q No eixo y, temos: P = Fe(y) + T(y) a) No equilíbrio, temos: FE = P QE + QE = (m + 3 m) g 2QE = 4 mg FE 60° q 77 Q= T(y) = T cos 60° T Assim: T + FE = Fe + P QQ T + QE = k 2 + 3 mg a T = k2 Q2 – QE + 3 mg a 2 · 10–3 · 9,8 = q 105 + T 1 2 Usando-se I, vem: 2 · 105 q 1,96 · 10–2 = q 105 + 2 1,96 · 10–2 = q 105 + q 105 1,96 · 10–2 = 2q 105 q = 9,8 · 10–8 C Em (I), temos: T = 2 · 105 · 9,8 · 10–8 N T = 1,96 · 10–2 N 2 mg 2 2 mg – E + 3 mg T = k2 E E a T= k 4 m2 g 2 – 2 mg + 3 mg a2 E2 T= 4 k m2 g 2 + mg a2 E2 Alternativa b. 82 A aceleração do elétron é devida a uma força elétrica e tem a mesma direção e sentido oposto ao do campo elétrico E . O módulo da aceleração é dado por: F = Fe m a = |q| E 24 TÓPICOS DE FÍSICA 3 |q| E 1,6 · 10–19 · 100 = 9,1 · 10–31 m 12 a = 17,6 · 10 m/s2 O movimento do elétron é um movimento balístico, valendo: v0 = v0 sen 30° –9 EM = 2 · 9 · 109 1 · 10 2 (0,10) a= EM = 1 800 N/C c) y y v v0 = 0 y 2 Na vertical temos um MUV: v = v0 + γ t N EB a v0 EA v0 y M 10 cm 30° x v0 v0 = –at 2 2 a t = v0 ⇒ 17,6 · 1012 t = 4 · 105 t = 0,23 · 10–7 s = 23 · 10–9 s 10 cm A 10 cm B EN = EA + EB Então: EN = EA – EB – EN = K t = 23 n s |Q| |Q| –K 2 2 dA dB 9 –9 9 –9 EN = 9 · 10 · 1 ·210 – 9 · 10 · 1 ·210 (0,10) (0,30) Alternativa c. 83 EN = 900 – 100 C 120° EN = 800 N/C 60° 84 20 cm O 20 cm θ 60° A +Q a) Em C: 60° M B 20 cm –Q FC A EA B 30° 30° E M 120° EC FA d C EB P FA = FC = K EC = EA + EB |Q| Como EA = EB = K 2 d 1 · 10–9 9 EA = EB = 9 · 10 (0,20)2 EA = EB = 225 N/C Então, aplicando a Lei dos Cossenos, temos: E2C = E2A + E2B + 2EA EB cos 120° |Q Q| d2 2 F FA = K Q2 ⇒ Q = d A K d (I) Usando a Lei dos Cossenos, temos: F2AC = F2A + F2C + 2FA FC cos 60° F2AC = F2A + F2A + 2F2A 1 2 E2C = E2A + E2A + 2 E2A – 1 2 E2C = E2A + E2A – E2A = E2A F2AC = 3F2A ⇒ FAC = FA 3 (II) Em B, temos: EC = EA = 225 N/C θ b) Em M: M A +Q 10 cm EA B EB –Q T EM = EA + EB Como: EA = EB então: EM = EA + EB = 2EA EM = 2K |Q| d2 B FAC θ P 30° 30° F FAC Manual do professor FAC P FAC = P tg θ Juntando (II) e (III), vem: tg θ = FA 3 = P tg θ ⇒ FA = (III) P tg θ (IV) 3 Na figura, podemos observar que o triângulo ABC é eqüilátero e o ponto M é o encontro das alturas. Assim: BM = 2 BE 3 Mas, no triângulo BEC, temos: cos 30° = BE ⇒ BE = d cos 30° = d 3 d 2 Então: d BM = 3 (V) 3 No triângulo OMB, temos: sen θ = BM ⇒ BM = ᐉ sen θ ᐉ Usando (V), vem: d ᐉ sen θ = 3 ⇒ d = 3 ᐉ sen θ 3 Portanto, em (I), temos: Q = 3 ᐉ sen θ Q = ᐉ sen θ 4) Na direção y (onde existe o campo E, temos MUV: v = v0 + γ t Sendo: v0 = v sen 30° qE F = –q E ⇒ γ = – (m1 + m2) Em P, vy = 0, e: 2m1 qE 1 0= · – t (m1 + m2) 2 (m1 + m2) m1 qE t = (m1 + m2) (m1 + m2) m t= 1 qE 5) Na direção x (MU), temos: d = vx t d = v (cos θ) t m 2m1 · 3· 1 d= (m1 + m2) EQ 2 qE d= m21 3 (m1 + m2) EQ 86 P tg θ ⇒ Q = ᐉ sen θ 3 P tg θ 3K 3K 3 P tg θ K 85 1) O corpo m1 desloca-se em movimento acelerado entre θ = 0° e θ = 300°. Assim, usando-se a Equação de Torricelli (angular), temos: ω2 = ω20 + 2αΔθ ω2 = 0 + 2 6π · 5π 5 3 ω2 = 4π2 ω = 2π rad/s Como v = ωR, então: v1 = 2π 1 π v1 = 2 m/s 2) Na colisão inelástica total, entre m1 e m2, vem: Qantes = Qdepois m1 v1 = (m1 + m2)v m1 2 v= (m1 + m2) 3) O conjunto (m1 + m2) fica sob a ação do campo elétrico, após o fio arrebentar. v 30° 25 a) Entre as placas existe um campo elétrico. Assim, o movimento da partícula é um movimento balístico. 1) Na horizontal (MU): d = v Δt 5,0 · 10–2 = 1,0 · 103 Δt Δt = 50 · 10–5 s 2) Na vertical (MUV): γ t2 Δs = v0t + 2 γ (5,0 · 10–5)2 –2 2,5 · 10 = 2 5,0 · 10–2 = γ 25,0 · 10–10 γ = a = 2,0 · 107 m/s Portanto: Fe = F |q| E = ma 0,1 · 10–6 E = 10–6 · 2,0 · 107 E = 2,0 · 108 N/C b) Fora das placas, a partícula fica isenta da ação de campos (elétrico e gravitacional). Assim, seu movimento é retilíneo e uniforme até o ponto P. Portanto, em y1 e em P, a velocidade tem a mesma intensidade. 1) Na vertical (entre as placas) (MUV): v = v0 + γ t vy = 0 + 2,0 · 107 · 5,0 · 10–5 vy = 1,0 · 103 m/s 2) Na horizontal: vx = v0 = 1,0 · 103 m/s 3) Por Pitágoras: v2 = v2x + v2y v2 = (1,0 · 103)2 + (1,0 · 103)2 v2 = 1,0 · 106 + 1,0 · 106 = 2,0 · 106 v = 2,0 · 103 m/s 26 TÓPICOS DE FÍSICA 3 A carga total na barra é negativa: 87 Qbar 0 Fe = mg + QE Fe = 0,1 · 10 + 3 · 10–5 · 1 · 105 Do Teorema de Gauss, temos: Qi = φ total · ε Considerando superfícies gaussianas envolvendo a carga q e a barra, notamos que o fluxo total (φ) é maior na gaussiana que envolve a carga q. Fe = 4N T b) R = Q = T0 R= 2π mᐉ Fe 2π mᐉ mg mg = Fe Assim: |Qbar| |q| Alternativa b. 0,1 · 10 = 1 4 4 91 Para 0 r R 1 E=0 E R= 1 2 c) No item b, vimos que: T R= Q = 1 T0 2 R1 T TQ = 0 2 O novo período (TQ) passa a ser a metade de T0. Isso indica que o relógio “anda” o dobro, isto é, marca 2 minutos quando, na verdade, passou 1 minuto. Assim, das 12 às 15 horas o relógio marca um tempo de 6 horas (o dobro do real). E t = 6 h (da tarde) R1 R2 88 De acordo com o Teorema de Gauss: Qinterna Como as duas superfícies A e B envolvem a mesma carga interna Q, temos: φtotal = φtotal = φtotal (A) r Para R1 r R2 Qi varia de maneira uniforme com o aumento do raio r. Para r R2 Qi se mantém constante. r Qi Qi Qi 1 E= ⇒ E= 4π r2 4π r2 EA= A intensidade de E diminui na razão inversa do quadrado do raio r. (B) Alternativa e. E 89 Teorema de Gauss: Qinterna Observando que o comprimento do fio no interior das três superfícies é o mesmo: LA = LB = LC, então, temos cargas internas iguais no interior das três superfícies. Assim: φtotal = R1 R2 r Alternativa a. φtotal = φtotal = φtotal (A) (B) (C) Tópico 3 Alternativa a. 90 + q Potencial elétrico • Objetivos do Tópico Barra Pela configuração das linhas de força na barra, temos: – – – – Barra + + + – Neste Tópico, voltamos a exigir mais abstração dos alunos. Devemos trabalhar com os conceitos de campo elétrico e potencial elétrico como sendo propriedades dos pontos de uma região do espaço que se encontra sob a influência de carga elétrica. O conceito Manual do professor • O que não pode faltar 1. Energia potencial eletrostática e o conceito de potencial em um campo elétrico 2. Potencial em um campo elétrico criado por uma partícula eletrizada 3. Potencial em um campo elétrico criado por duas ou mais partículas eletrizadas 4. Eqüipotenciais Exercícios 5. Trabalho da força elétrica 6. Propriedades do campo elétrico 7. Diferença de potencial entre dois pontos de um campo elétrico uniforme Exercícios 8. Potencial elétrico criado por um condutor eletrizado 9. Potencial elétrico criado por um condutor esférico eletrizado Exercícios 10. Capacitância 11. Capacitância de um condutor esférico 12. Energia potencial eletrostática de um condutor 13. Condutores em equilíbrio eletrostático Exercícios 14. Indução eletrostática 15. O potencial da terra Exercícios • Algo mais O encerramento do estudo da Eletrostática pode ser feito com a apresentação de trabalhos, elaborados por meio de pesquisas em livros, vídeos e internet e com a ajuda do professor. Os alunos podem apresentar pára-raios, geradores de Van de Graaff, eletroscópios e outros dispositivos eletrostáticos construídos por eles; experiências de eletrização, fazendo os cabelos longos de uma aluna ficar espetados; trabalhos sobre cargas elétricas na atmosfera terrestre. Podem, também, realizar uma exposição de fotos que envolvam fenômenos eletrostáticos. Agora é a hora de deixar a criatividade dos alunos se manifestar. Uma breve biografia de Alessandro Volta (O inventor da pilha elétrica) Jupiter Unlimited/Keydisc de potencial elétrico deve ser associado à existência de um campo elétrico no local considerado. Deve-se destacar que, enquanto o campo elétrico é uma grandeza vetorial, o potencial elétrico é uma grandeza escalar. Mostrar bem a diferença entre campo e potencial, evitando que os alunos confundam os dois conceitos. A expressão do trabalho realizado pelo campo elétrico deve ser demonstrada para que o aluno entenda o que ocorre quando o movimento de uma partícula eletrizada se dá em uma eqüipotencial. O conceito de capacitância deve ser abordado de maneira breve, deixando-se mais tempo para a exploração das particularidades do equilíbrio eletrostático. Dar especial atenção aos exercícios em que aparecem os campos elétrico e gravitacional, onde partículas com massa e carga elétrica ficam sob a ação dos dois campos. O último bloco oferece situações para a motivação dos alunos, não só durante a apresentação e explicação do fenômeno de indução eletrostática, como na construção e uso de um eletroscópio. O bom entendimento da indução eletrostática facilitará o estudo posterior de capacitores. 27 Alessandro Giuseppe Antonio Anastásio Volta nasceu na cidade de Como, Itália, em 18 de fevereiro de 1745, em uma família de nobres. Desde muito cedo se interessou pela Física e, apesar de sua família desejar que seguisse carreira jurídica, passou a estudar Ciências. Em 1773, casou-se com Teresa Peregrini, com quem teve três filhos. Em 1774, passou a lecionar Física na Scuola Reale de Como. Em 1775, inventou o eletróforo, aparelho que podia produzir cargas elétricas. Em 1778, ele descobriu e isolou o gás metano, fato que o introduziu na comunidade científica da época, quando pôde se relacionar com outros cientistas. Em 1779, foi nomeado catedrático de Física Experimental da Universidade de Pavia, sendo eleito reitor em 1785. Em 1786, por mero acaso, o professor de Anatomia da Universidade de Bolonha, Luigi Galvani, observou que, ao dissecar uma rã, os músculos das pernas apresentavam movimentos espasmódicos que associou a descargas elétricas. Após estudos, Galvani explicou esse fenômeno pela existência de uma eletricidade animal, que foi denominada fluido galvânico. A partir de 1792, Alessandro Volta passou a estudar e a repetir os experimentos de Galvani e, em 1797, descobriu que o tecido animal não produzia eletricidade, apenas funcionava como condutor. A descarga elétrica ocorria devido ao contato de dois terminais metálicos que eram colocados em contato com o tecido animal. TÓPICOS DE FÍSICA 3 Os metais eram os eletromotores. Percebeu, ainda, que, usando prata e zinco, interligados por um condutor úmido, podia obter melhores descargas. Em 1799, multiplicou o efeito usando várias camadas de zinco e prata (depois substituídas por cobre) intercaladas e separadas por panos embebidos de água e sal. Nascia a pilha elétrica. Em março de 1800, Volta enviou uma carta (em francês) para Sir Joseph Banks, presidente da Royal London Society (Inglaterra), relatando suas descobertas no campo da eletricidade, dizendo que havia inventado uma garrafa de Leyden que não precisava ser carregada. 2. A tensão elétrica no diagnóstico médico – Pólo negativo provocando a passagem de íons de sódio para o interior da célula. A grande quantidade de Na+ neutraliza os íons negativos e, em seguida, torna a superfície interna da célula positivamente carregada. A diferença de potencial entre as faces da membrana torna-se momentaneamente positiva, por volta de +30 mV. As portas se fecham e a membrana volta ao seu potencial inicial (–70 mV). Essa variação de potencial, de –70 mV para +30 mV, ocorre em alguns milissegundos e o pulso elétrico se propaga com velocidade de aproximadamente 50 m/s até a próxima célula muscular. Zinco Feltro Cobre Pólo positivo + Em 1801, recebeu a maior honraria do Instituto Nacional de Ciências da França, a Medalha de Ouro do Mérito Científico. Ao demonstrar seu invento ao imperador Napoleão Bonaparte, recebeu apoio para continuar com seus experimentos e foi agraciado com o título de Conde e Senador do Reino da Lombardia. Depois de passar toda a vida dedicado ao estudo da Eletricidade, Volta morreu em 5 de maio de 1827, com 82 anos de idade, em sua cidade natal. Em 1881, por meio de um acordo internacional, seu nome passou a designar a unidade de medida de tensão elétrica – volt (V). Curiosidades – Aplicações biomédicas da tensão elétrica A superfície do corpo humano não é uma superfície eqüipotencial. Entre pontos diferentes podemos encontrar pequenas diferenças de potencial de 50 a 500 V que proporcionam a realização dos eletros (eletrocardiografia, eletroencefalografia e outros). Na realização de suas funções biológicas, as células do corpo humano utilizam íons de sódio e de potássio (eletrizados positivamente) e íons de cloro (eletrizados negativamente) no fluido intercelular. Tais partículas eletrizadas são responsáveis pelos campos elétricos que se estendem até a superfície e das pequenas diferenças de potencial citadas. Para uma eletrocardiografia, por exemplo, eletrodos são posicionados em locais preestabelecidos da superfície do corpo para a medida de diferenças de potencial, que variam com o batimento cardíaco. Essa variação de potencial forma um padrão repetitivo em função do tempo, que, ao ser comparado com padrões de referência, permite saber se o coração em questão está funcionando de maneira normal ou anormal. Na figura a seguir, encontramos um esquema que representa as conexões para a realização de um exame de eletrocardiograma. 1. Como os impulsos elétricos são originados nas células musculares As células do corpo humano transmitem informações por meio de sinais elétricos. Devido à diferença de potencial existente, os nervos são os condutores dessas correntes elétricas. O tecido que envolve as células é rico em íons de sódio Na+ e cloro Cl–, enquanto o tecido interno contém íons de potássio K+ e proteínas eletrizadas negativamente. O acúmulo dessas cargas ocorre nas proximidades da membrana celular, de forma que ela age como um capacitor, apresentando uma diferença de potencial de aproximadamente –70 mV. Ocorrendo um estímulo suficientemente forte em um ponto do neurônio, “portas” se abrem na membrana, – Sinal diferencial + Sinal de modo comum Isolação 28 Circuito comum Terra 1. As lâmpadas fluorescentes são mais econômicas que as de incandescência. Por quê? Como as lâmpadas fluorescentes emitem luz? É possível acender uma lâmpada fluorescente sem ligá-la à rede elétrica? No interior do tubo de vidro de uma lâmpada fluorescente existe argônio e vapor de mercúrio sob baixas pressões (3 mm Hg), rarefeitos. Nas extremidades do tubo encontramos filamentos (espirais de tungstênio revestidos de um óxido emissor de elétrons) que funcionam como eletrodos que, ao serem aquecidos, emitem elétrons e iniciam a ionização das partículas gasosas. Num determinado instante, o reator anexo à lâmpada aplica uma tensão próxima de 450 V, que provoca a passagem de corrente elétrica através do gás. Essa corrente é formada de elétrons e de íons (positivos e negativos). A colisão dessas partículas desloca elétrons que, ao retornarem aos seus orbitais de origem, emitem fótons (salto quântico). Grande parte desses fótons corresponde à radiação ultravioleta, invisível para nossos olhos. Assim, o tubo de vidro é revestido internamente por um composto de fósforo (clorofluorfosfato de cálcio com antimônio e manganês) que, ao receber radiação ultravioleta, emite luz na região visível. Portanto, a cor da luz emitida pela lâmpada (branca ou amarela) é definida pela composição química da substância que reveste internamente o tubo de vidro. Como a emissão dessa luz é feita sem aquecimento apreciável de partes da lâmpada, a energia elétrica utilizada é transformada, quase em sua totalidade, em luz emitida. Assim, o rendimento dessas lâmpadas chega a ser cinco vezes maior que o das incandescentes. Aproximando-se uma lâmpada fluorescente (desligada da tomada) de um gerador de Van de Graaff (funcionando), podemos observar que ela emite luz. Isso ocorre porque o campo elétrico criado pelo gerador provoca diferenças de potencial entre pontos do espaço que o envolve. Assim, o gás existente no interior da lâmpada é ionizado por esse campo elétrico e emite luz. Se existir um gerador de Van de Graaff no laboratório da escola, esse experimento poderá ser realizado, para grande admiração dos alunos. 2. Nas propagandas de jornais e revistas podemos encontrar televisores de plasma e televisores de LCD. O que é plasma? Qual a diferença entre esses dois tipos de televisor? Aos três estados físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso) foi acrescentado um quarto estado, o plasma. A formação desse plasma é obtida pelo aquecimento de um gás, quando os átomos começam a perder elé- Monitor de LCD. Monitor de plasma. trons que se tornam livres. A matéria, formada pelos íons mais esses elétrons livres, é chamada de plasma. É o que ocorre no interior das estrelas, como no nosso Sol. A maior parte da matéria encontrada no universo (99%) é composta de partículas ionizadas em forma de plasma. Como o plasma encontra-se em temperaturas extremamente altas (mais de 2 000 K), a agitação de seus átomos é tão grande que as colisões entre partículas é muito comum e a força nuclear forte não é suficiente para manter o núcleo atômico estável. Na Terra podemos observar manifestações naturais da matéria em seu quarto estado: na ionosfera temos a aurora boreal e a aurora austral. No interior de uma lâmpada fluorescente ligada, emitindo luz, encontramos matéria em forma de plasma, o argônio e o mercúrio altamente aquecidos, emitindo ondas eletromagnéticas. A tecnologia do plasma e do LCD (liquid crystal display) data da década de 60 do século XX. No entanto, o primeiro televisor utilizando esse conhecimento data de 1997. A tela de plasma emite luz em cada ponto da tela, graças às “células” individuais de gás neon e xenônio, e a tela de LCD possui, atrás da tela, uma fonte de luz única (backlight) que consome mais energia que o próprio painel. Nos dois casos, cada ponto da tela ou pixel (picture element) é composto de três subpixels: um vermelho, outro verde e um terceiro azul, chamados de componentes RGB (red, green and blue). Nos LCD, o cristal líquido controla a passagem de luz em cada subpixel. No plasma, cada subpixel é excitado de acordo com a imagem que deve ser formada na tela. Ann Thomas/Corbis/LatinStock • Subsídios ao Descubra mais 29 Jupiter Unlimited/Keydisc Manual do professor 30 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Cálculo da intensidade do campo elétrico em P. Usando a Lei dos Cossenos: E2(P) = E2(1) + E2(2) + 2E(1) E(2) cos 120° Como: |Q| E1 = E2 = K 2 d –6 E1 = E2 = 9 · 109 10 2 (V/m) (0,3) E1 = E2 = 105 V/m Então: E2(P) = (105)2 + (105)2 – (105)2 • Resolução dos exercícios propostos 7 q q (1) EA ≠ 0 R A E(+) vA = v(+) + v(+) + v(–) = v(+) (v(+) = –v(–)) E(+) vA ≠ 0 E(–) –q (2) E(p) = 105 V/m q Alternativa a. EB = 0 R 120° E 120° (Ver resolução do exercício 68 — Tópico 2) vB = v(+) + v(+) + v(+) = 3V(+) E B 120° q E ma = |q|E ⇒ a = –q q q E(+) (02) Correta. vC = v(+) + v(+) + v(–) = v(+) C (04) Incorreta. τAB = q(VA – VB) Na eqüipotencial VA = VB Assim: vC ≠ 0 E(+) –q q E(–) E(–) E(+) τAB = 0 (08) Incorreta. Desloca-se espontaneamente para pontos de potencial menor. ED = 0 vD = v(+) + v(+) + v(–) + v(–) = 0 E(+) (16) Correta. Ep = qV No ponto B, temos: 2,0 · 10–1 = 2,0 · 10–3 · VB vD = 0 –q q (5) –q q VB = 100 V EE ≠ 0 E(+) vE = 0 E(–) a) (2) e (4) b) (4) e (5) E(+) q (32) Correta. ΔEp = Ep – Ep = τAB A B Ep – Ep = q (VA – VB) A B Ep – Ep = q E d A B Ep – 2,0 · 10–1 = 2,0 · 10–3 · 100 · 0,10 A Ep – 2,0 · 10–1 = 0,2 · 10–1 vE = v(+) + v(+) + v(–) + v(–) = 0 E(–) |q| E m Movimento acelerado. EC ≠ 0 R E(–) (4) F = |q| E F = ma vB ≠ 0 q (3) 38 (01) Incorreta. –q A 17 Cálculo do potencial em P: v(P) = v(Q ) + v(Q ) 1 Ep = 2,2 · 10–1 J E(1) 2 P Q Q v(P) = K 1 + K 2 = K (Q1 + Q2) d d d A Resposta: 50 120° EP 47 60° 9 v(P) = 9 · 10 (1 · 10–6 – 1 · 10–6) 0,3 E(2) d d v(P) = 0 60° 60° Q1 a) Num CEU (campo elétrico uniforme), vale: Ed=U Assim: E 12,0 · 10–2 = 15 · 103 d Q2 E = 1,25 · 105 v/m 31 Manual do professor b) Aplicando-se o TEC (Teorema da Energia Cinética), vem: τ = ΔEC q U = Ec – Ec final inicial Mas: Ec = 0 inicial Os elétrons partem do repouso. Assim: Ec = q U final Ec = 1,6 · 10–19 · 15 · 103 (J) b) Como a esfera B está ligada à terra, seu potencial é nulo. V(B) = 0 c) O ponto P é interno à esfera B e externo à esfera A. Assim: Q Q Vp = K A + K B d RB Vp = 9,0 · 109 final (4,0 · 10–6) (–4,0 · 10–6) + 0,50 0,80 Vp = 2,7 · 104 V Ec = 2,4 · 10–15 J final 48 No equilíbrio das gotículas, temos: Fe = P |q| E = mg Mas, num CEU, vem: Ed = U ⇒ E = U d Assim: 6,0 · 102 |q| U = mg ⇒ |q| = 1,2 · 10–12 · 10 d 1,6 · 10–2 |q| = 3,2 · 10–16 C Sendo: |q| = n e vem: 3,2 · 10–16 = n 1,6 · 10–19 n = 2,0 · 103 elétrons Alternativa a. 82 a) C = Q v CA = –6 QA ⇒ CA = 12 · 10 ⇒ CA = 40 nF vA 300 CB = QB 9,0 · 10–6 ⇒ ⇒ CB = vB 450 b) v = CB = 20 nF QA + QB 12 · 10–6 + 9,0 · 10–6 + CA + CB 40 · 10–9 + 20 · 10–9 v = 350 volts c) Q = C v Q’A = CA v ⇒ Q’A = 40 · 10–9 · 350 Q’A = 14 µC Q’B = CB v ⇒ Q’B = 20 · 10–9 · 350 Q’B = 7,0 µC 102 Na esfera A: QA Q +K B RA RB –6) (+4,0 · 10 (–4,0 · 10–6) V(A) = 9,0 · 109 + 0,30 0,80 V(A) + VA + VB ⇒ V(A) = K V(A) = 7,5 · 104 V d) v (104 volts) 7,5 0 0,30 0,80 1,0 d (m) 110 a) Num CEU (corpo elétrico uniforme), vale: Ed=U Assim: 2,4 · 104 · 0,10 = U U = 2,4 · 103 V b) Ao longo do tubo, o movimento da partícula é uniforme. Assim: Δs = v t 3,5 = 0,7 t t=5s Portanto, as partículas retidas no coletor obedecem à condição: t5s Na transversal, o movimento é uniformemente variado (devido ao campo elétrico uniforme). 2 γ t2 ⇒ d = at Δs = v0t + 2 2 As partículas que mais demoram a chegar a uma das placas é a mais afastada dela, quando d = 10 cm. Assim: 2 0,10 = a t ⇒ t = 0,20 2 a 0,20 5 ⇒ 0,20 25 a a a 8,0 · 10–3 m/s As partículas de maior massa se movem com a mínima aceleração. Assim: F = Fe m a = |q| E mmáx = 80 · 10–3 = 1,6 · 10–18 · 24 · 104 mmáx = 4,8 · 10–12 kg 112 1) A carga Q irá gerar potencial elétrico em A e em B: v=K Q A d Q 3,0 · 10–9 vA = 9 · 109 3,0 mm 6,0 mm (3,0 · 10–3) vA = 9,0 · 103 V 3,0 · 10–9 vB = 9 · 109 (9,0 · 10–3) 3 vB = 3,0 · 10 v B 32 TÓPICOS DE FÍSICA 3 2) A variação de energia cinética é devida ao trabalho realizado pelo corpo elétrico. ΔEc = τ = q (vA – vB) ΔEc = e (9,0 · 103 – 3,0 · 103) Ec – Ec = e 6,0 · 103 f i Mas Ec = 0. i Então: Ec = 6,0 · 103 eV f Ec = 6,0 keV f Alternativa b. 113 a) Ao longo do diâmetro da célula, temos: U = Δvm + Δvm = 2Δvm Mas, num CEU (campo elétrico uniforme), vale: Ed=U Assim: E d = 2 Δvm E 1 · 10–6 = 2 · 1 E = 2 · 106 v/m b) Ao atravessar a célula, o ganho de energia de um elétron é dado por: ΔE = τ = q U Sendo: q = e U=2v temos: ΔE = 2 eV 119 a) Ao tocar a tampa metálica, o bastão retira elétrons, tornando a tampa, o fio de cobre e a fita de alumínio eletrizados positivamente. As duas partes da fita de alumínio, estando eletrizados com cargas de mesmo sinal (positivas), repelem-se, ficando afastadas de um ângulo α1. b) Quando o bastão, eletrizado positivamente, se aproxima da tampa metálica, provocará, por indução, o “afastamento” de cargas positivas para a fita de alumínio. Assim, a carga total na fita aumentará, o que provocará um afastamento mais intenso entre as partes dessa fita. Logo, o ângulo α2 formado será maior que o α1 anterior. ΔEd = 200 · 10–19 J ΔEd = 2 · 10–17 J Resposta: 31. 126 Densidade superficial de cargas: σ = Q ⇒ 0,05 = Q 2 A 4π R Q = 0,2π R2 Repulsão entre as cargas: |Q q| F=K 2 d 0,2π R2 1 · 10–6 0,02π = 9 · 109 32 1 = 104 R2 ⇒ R = 1 · 10–2 m. Na queda da esfera: Ep = m g h 0,009 π = m 10 · 750 m = 1,2 · 10–6 π kg Portanto, a massa específica da esfera é dada por: m ρ= m = 4 π R3 V 3 3 · 1,2 · 10–6 π ρ = 3m 3 = 4π R 4π (10–2)3 ρ = 0,9 kg/m3 128 a) Usando a Teoria da Conservação da Quantidade de Movimento, temos: Qf = Qi 2 M vA + M vB = 0 ⇒ 2 M vA = – M vB vB = –2vA O sinal negativo indica que vA e vB possuem sentidos opostos. Usando a Teoria da Conservação de Energia, temos: Einicial = Efinal 2 2 M (–2 vA)2 Qq Q q 2 M vA M vB K = + ⇒ K = M v2A + 2 2 d 2 d 4 v2A Qq Qq 2 2 K = M vA + M ⇒ K = 3 M vA d 2 d KQq 3Md vA = 120 (01) (02) (04) (08) (16) Correta. O campo elétrico entre as placas é praticamente uniforme. Correta. Correta. Fe = |q| E Correta. A força resistiva é maior no íon maior. Correta. Como os íons param, a energia dissipada é igual ao trabalho realizado pelo campo elétrico. ΔEd = τ = q (Vinício – Vfinal) Como entre as placas (d = 0,2 m) a tensão é 50 J/C, se o íon percorre d = 0,1 m, o potencial do ponto de chegada do íon é metade (E d = U). Assim: U = (Vinício – Vfinal) = 25 J/C Portanto: ΔEd = 8,0 · 10–19 · 25 (J) e vB = 2 K Q q 3Md b) Einicial = Efinal K 2 Q q M vB = 2 d 2K Q q 3Md vB = 129 Ao ser abandonado dessa posição, que chamaremos de A, o pêndulo oscilará, existindo uma posição de equilíbrio, que chamaremos de B. – – – – – – – – – – – T B α1 30° d A Fe P + + + + + + + + + + + T T cos α1 α1 T sen α1 Fe P Manual do professor Então: |q| U 8 ·10–19 · 50 a= = (m/s2) m d 4,5 · 10–16 · 1 · 10–2 4,0 a= m/s2 = 80 m/s2 4,5 9 Supondo que a gotícula esteja a uma distância d de uma das pla2 cas (no meio do tubo), temos: 2 γt Δs = v0t + 2 d = at2 2 2 1 · 10–2 = 80 t2 9 T sen α1 = Fe = |q| E T cos α1 = P = m g T sen α1 |q| E 2,0 · 10–9 · 1,5 · 106 = ⇒ tg α1 = m g T cos α1 3 3 · 10–4 · 10 tg α1 = 1 = 3 ⇒ α1 = 30° 3 3 Atenção: em relação a B (posição de equilíbrio), o pêndulo atinge duas posições de distanciamento máximo, nos pontos A e C. C 60° 30° 30° t ⯝ 0,034 s Portanto: α2 = 60° + 30° α2 = 90° b) Usando o Teorema de Energia Cinética (TEC) entre as posições A e B, temos: τtotal = ΔEcin 0 0 τpeso + τtração + τCE = EC – EC final Observe que esse valor é bem menor que o 0,5 s calculado no item b (tempo que a gotícula leva para atravessar o tubo). Assim, concluímos que as gotículas são retiradas nas placas do coletor. A B 131 a) Lei de Coulomb: |Q1 Q2| r2 1,5 · 10–9 · 1,5 · 10–9 F = 9 · 109 (N) (2 · 0,05)2 F = 2,025 · 10–6 N 0 F=K inicial EC = Fe dAB = |q| E dAB final EC = 2,0 · 10–9 · 1,5 · 106 · 0,40 final EC = 1,2 · 10–3 J F ⯝ 2,0 · 10–6 N final 130 a) Sabemos que: ρ= m V Vesfera = 4 πR3 3 Assim: m = ρ Ve = ρ 4 πR3 3 Do texto, sabemos que o raio da maior gotícula vale 0,5 µm. Portanto: m = 9,0 · 102 · 4 · 3 (0,5 · 10–6)3 3 b) Usando-se: F = |Q| E0 2,025 · 10–6 = 1,5 · 10–9 E0 E0 = 1,35 · 103 v/m c) +Q D D b) Na direção perpendicular ao campo elétrico, o movimento da gotícula é uniforme. V = Δs Δt 0,3 Δt = Δs = (s) V 0,6 Δt = 0,5 s c) Na direção do campo elétrico, o movimento da gotícula é uniformemente variado (MUV). Assim: F = |q| E m a = |q| E A O E– m = 4,5 · 10–16 kg |q| E a= m Mas: Ed=U ⇒ E= U d 33 –Q E+ EA d) Para o cálculo do campo individual de cada carga, usamos: |Q| |E+| = |E– | = K 2 r Na figura, observamos que: r=D 2 Assim, temos: 1,5 · 10–9 |E+| = |E– | = 9 · 109 2(0,05)2 3 |E+| = |E– | = 2,7 · 10 V/m Aplicando-se Pitágoras, vem: E2A = E2+ + E2– = 2 E2 E2A = 2 (2,7 · 103)2 EA = 2,7 2 · 103 V/m EA ⯝ 3,8 · 103 V/m 34 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Parte II - ELETRODINÂMICA Tópico 1 Corrente elétrica e resistores • Objetivos do Tópico Neste Tópico, inicialmente, definimos corrente elétrica e sua intensidade, e analisamos a causa da corrente, que é a diferença de potencial elétrico. Deve-se dar ênfase ao sentido convencional da corrente. É interessante mostrar aos estudantes a condução elétrica através de uma solução eletrolítica (por exemplo, de cloreto de sódio em água). As correntes são classificadas quanto à forma do gráfico i t e, num boxe, mostramos o que significa dizer que a freqüência da rede elétrica no Brasil é de 60 Hz. É importante destacar a continuidade da corrente elétrica. Em seguida, estudamos o efeito Joule e a potência elétrica. Na primeira leitura deste Tópico, esclareceremos o que significam os 220 V ou os 110 V numa tomada de energia elétrica. São destacados: • a unidade de energia kWh; • os valores nominais especificados em aparelhos elétricos; • a aplicação do efeito Joule em fusíveis de proteção; • a vantagem da substituição de fusíveis por disjuntores nas instalações elétricas residenciais e industriais. Na Primeira Lei de Ohm, introduzimos o conceito de resistência elétrica e, na segunda Leitura deste Tópico, fazemos considerações a respeito dos efeitos fisiológicos da corrente elétrica. Ao abordarmos o assunto interruptores apresentamos a terceira Leitura, que mostra com detalhes técnicos a instalação de uma lâmpada, nos casos em que ela pode ser ligada ou desligada: • de um único local; • de dois locais; • de vários locais. Na seqüência, estudamos os resistores e as expressões da potência neles dissipada. É interessante ilustrar a aula mostrando aos alunos diversos tipos de resistor. Na última Leitura deste Tópico, tratamos de resistores projetados para não atingir a temperatura de fu- são e de outros que devem se fundir quando a corrente ultrapassar um determinado valor. No final da teoria do Tópico, estudamos a Segunda Lei de Ohm. A análise do exercício resolvido 42 é fundamental para o aluno entender por que é desprezada a resistência elétrica dos fios de ligação nas instalações elétricas em geral e, no Tópico seguinte, entender o curto-circuito. Verificações qualitativas da Segunda Lei de Ohm podem ser feitas facilmente usando pilhas, uma lâmpada adequada, fios de nicromo de diferentes bitolas e um fio de cobre que tenha a mesma bitola e o mesmo comprimento de um dos fios de nicromo, além de fios de cobre para ligações. • O que não pode faltar 2. 3. 4. 5. Corrente elétrica A causa da corrente elétrica Gerador elétrico Intensidade de corrente elétrica e seu sentido convencional Corrente contínua constante 9. Continuidade da corrente elétrica Exercícios 10. Efeito Joule 11. Potência elétrica 12. O quilowatt-hora (kWh) 13. Valores nominais 14. Fusíveis Exercícios 15. Primeira Lei de Ohm 16. Condutor ideal 17. Interruptores 18. Resistores Exercícios 19. Segunda Lei de Ohm 20. Influência da temperatura na resistividade (sem fórmulas) Exercícios • Algo mais Vamos investigar teoricamente as duas leis de Ohm. Manual do professor Considere um fio metálico de seção transversal uniforme, no qual foi estabelecida uma corrente contínua de intensidade i, constante, por meio da aplicação de uma ddp U. Seja τ o intervalo de tempo médio entre duas colisões de um elétron livre com os cátions da rede cristalina do metal. U i + – E A Fe – m ᐉ Sendo m a massa do elétron, E a intensidade do vetor campo elétrico no interior do fio, a o módulo da aceleração do elétron entre duas colisões, Δv o módulo da variação de sua velocidade no intervalo de tempo τ e e a carga elementar, temos: eE τ Fe = ma ⇒ eE = m Δv ⇒ Δv = m τ Em média, imediatamente após uma dessas colisões, os elétrons não possuem componente de velocidade na direção do campo elétrico. Por isso podemos fazer Δv = v – 0, em que v é o módulo da velocidade do elétron após o intervalo de tempo τ, ou seja, imediatamente antes da próxima colisão. Então, o módulo da velocidade média de deslocamento do elétron (vd), durante o tempo τ, em movimento uniformemente variado – pois o campo elétrico em seu interior é uniforme –, é dado por: vd = v + 0 = v2 2 ⇒ vd = eE τ 2m Sendo N o número de elétrons livres por unidade de volume do metal, A a área da seção transversal do fio e usando o resultado do exercício 66, temos: eE τ i = N A vd e = N A e 2m 2 i= NAe Eτ 2m Como Eᐉ = U, em que ᐉ é o comprimento do fio e U, o módulo da ddp entre suas extremidades, vem: 2 E = U ⇒ i = N A e U τ ⇒ U = 2mᐉ2 i ᐉ 2mᐉ NAe τ R U = 2m2 · ᐉ i Ne τ A ρ 35 Na última expressão, podemos reconhecer a primeira e a segunda leis de Ohm. É interessante analisar as grandezas que influem na resistividade ρ = 2m2 . Ne τ • Subsídios ao Descubra mais 1. Descreva algumas causas da queima de uma lâmpada de incandescência. Uma lâmpada incandescente comum deve funcionar por várias centenas de horas, podendo durar até 1 000 horas, aproximadamente. Portanto, sua vida útil é limitada, ou seja, mais cedo ou mais tarde ela vai queimar. Algumas das causas do porquê da queima são descritas a seguir. A) A lâmpada deve operar – pelo menos, aproximadamente –, conforme as especificações de seu fabricante. Obviamente, se uma lâmpada, fabricada para operar em 110 V, for ligada em 220 V, ela queimará em pouco tempo. Mesmo ligada conforme as especificações, sua vida útil será reduzida se houver variações excessivas da tensão da rede elétrica (problemas da rede). B) Ao longo do tempo de uso, o filamento da lâmpada vai se sublimando e, com isso, se deteriorando, tornando-se cada vez mais fino e mais quebradiço, o que acarreta os seguintes problemas: a) O filamento “velho” torna-se mais suscetível a vibrações, podendo romper-se mais facilmente. b) Quando a lâmpada está desligada, seu filamento está frio e, por isso, sua resistência elétrica é bem menor do que quando está ligada. Assim, no momento em que se fecha o interruptor, ocorre um pico de corrente que pode acarretar uma dissipação excessiva de energia elétrica em alguma região mais deteriorada (mais fina) do filamento, causando a queima da lâmpada. C) A alternância entre aquecimentos excessivos (causados, por exemplo, por falta de ventilação) e resfriamentos pode provocar, em virtude da dilatação térmica, o surgimento de uma fissura em algum local da estrutura da lâmpada, por onde entra ar do ambiente (obviamente contendo oxigênio), causando a combustão do filamento. Isso também acontece em virtude de defeitos de fabricação (lâmpada “furada”). 2. Os semicondutores dopados são largamente utilizados na microeletrônica. a) O que são semicondutores? Dê exemplos de alguns materiais semicondutores. 36 TÓPICOS DE FÍSICA 3 A resistividade de certos elementos, como o silício (Si) e o germânio (Ge) e também de alguns compostos cristalinos, situa-se numa faixa entre as baixas resistividades dos metais e as altas resistividades dos isolantes. Por isso, corpos constituídos desses materiais são denominados semicondutores. Exemplo comparativo: Cobre puro a 20 °C: = 1,7 · 10–8 Ω m (condutor) Vidro a 20 °C: 1010 a 1014 Ω m (isolante) Silício puro a 20 °C: 3 · 103 Ω m (semicondutor) Em baixas temperaturas, o cristal semicondutor puro praticamente não possui cargas livres, comportando-se então como um isolante. Uma elevação de temperatura, porém, provoca a “quebra” de ligações covalentes entre seus átomos, acarretando a liberação de elétrons. Assim, a resistividade diminui e a condução elétrica através do cristal se torna possível. Observemos, então, que a resistividade dos semicondutores diminui quando a temperatura aumenta. A significativa influência da temperatura na resistividade de um semicondutor possibilitou seu uso na fabricação de um termômetro denominado termistor. b) O que são semicondutores dopados? Do ponto de vista da contutibilidade elétrica, o que os diferencia dos semicondutores intrínsecos (puros)? São semicondutores em que foram implantados átomos diferentes (impurezas) – átomos de arsênio, gálio, alumínio, fósforo ou de outros elementos químicos. A essa implantação de impurezas no cristal semicondutor se dá o nome de dopagem do semicondutor. A dopagem é um mecanismo de aumento considerável e controlado da condutividade elétrica do semicondutor. c) O que é um diodo semicondutor? Escreva sobre algumas de suas aplicações. O diodo semicondutor é um componente eletrônico dotado de dois terminais, entre os quais existe um material semicondutor convenientemente dopado e encapsulado (silício, germânio ou outros), cuja característica é ser um bom condutor de corrente elétrica em um sentido e, praticamente, impedir a passagem de corrente em sentido contrário (ver “Estágio de um circuito retificador” no Apêndice do Tópico 4 de Eletromagnetismo). Dentre suas aplicações, podemos citar sua presença em circuitos que transformam tensão alternada em tensão contínua, em circuitos de deteção de ondas eletromagnéticas (como em um rádio, por exemplo), na emissão de luz com grande rendimento propiciada pelo diodo LED (Light Emitting Diode) – uma “lampadinha” de grande vida útil e altamente resistente a vibrações – e na célula fotovoltaica (célula solar), em que se obtém uma força eletromotriz a partir da energia luminosa. d) O que é um transistor de potência? Qual é a sua função num circuito como o de um aparelho de som, por exemplo? O transistor de potência é um componente eletrônico dotado de três terminais denominados base, emissor e coletor. Um pequeno sinal (pequena diferença de potencial) aplicado entre o emissor e a base, por exemplo, é amplificado, obtendo-se um sinal bem mais intenso entre o coletor e a base. Em um transistor também existe um material semicondutor convenientemente dopado e encapsulado (geralmente silício). 3. Pesquise sobre a teoria das bandas de valência e de condução. Veja como é feita, com base nessa teoria, a distinção entre condutores, isolantes e semicondutores. Em virtude da grande complexidade desse assunto, ele será abordado de modo extremamente superficial. No Tópico 1 de Física Moderna, neste volume, vê-se que os elétrons de um átomo solitário só podem estar em determinados níveis de energia (os chamados níveis permitidos), bem “separados” uns dos outros. A figura a seguir representa esquematicamente os três níveis de menor energia de um átomo solitário de hidrogênio, na unidade elétron-volt (eV). Quando esse átomo se encontra no estado estável, seu nível de energia é o mais baixo, ou seja, –13,6 eV. Energia (eV) –1,5 –3,4 –13,6 Entretanto, quando muitos átomos estão unidos, formando um cristal, seus níveis de energia se tornam tão numerosos que passam a formar grupos quase contínuos de níveis permitidos, denominados bandas permitidas. Manual do professor O surgimento dessas bandas deve-se ao fato de os elétrons de cada átomo passarem a sofrer influências dos núcleos de átomos vizinhos e dos elétrons que rodeiam esses núcleos. É fundamental destacar o Princípio de Exclusão de Pauli, formulado em 1925 pelo físico suíço Wolfgang Pauli (1900-1958). De acordo com esse princípio, em um átomo não pode haver mais de um elétron com o mesmo conjunto de números quânticos. Por isso, em um mesmo nível de energia pode haver no máximo dois elétrons, que devem diferir quanto ao spin (momento angular intrínseco). A figura a seguir representa esquematicamente uma banda permitida e uma pequena região dela bastante ampliada. 37 Entretanto, se essa banda mais externa estiver totalmente cheia, receberá o nome de banda de valência, e a banda vazia imediatamente acima dela será uma banda de condução. • Nos metais, que são condutores, existem bandas internas totalmente cheias (no lítio, apenas uma), em que está a maioria dos elétrons dos átomos, e uma banda mais externa parcialmente cheia, que é a banda de condução, onde se situam os chamados elétrons livres (na realidade, quase livres). Chama-se energia de Fermi (EF) o máximo nível de energia já ocupado por elétrons na banda de condução de um metal que estivesse a 0 K (zero absoluto). Energia Vazia Energia Banda de condução (parcialmente cheia) EF Ocupada Banda A diferença entre as energias de níveis vizinhos em uma banda é muito pequena. ΔE Banda proibida Em um cristal hipotético de hidrogênio, cada nível de energia permitido para um átomo solitário se desdobraria em uma banda permitida: Banda totalmente cheia Metal a 0 K. Energia (EV) –1,5 Banda permitida Banda proibida –3,4 Banda permitida Banda proibida –13,6 Banda permitida Em um mesmo cristal, entre as bandas permitidas há faixas de níveis de energia proibidos, denominadas bandas proibidas, que correspondem a níveis de energia que os elétrons não podem ter. Dependendo do material, as bandas proibidas podem ser mais “largas” ou mais “estreitas” (às vezes, uma banda pode se sobrepor a outra). As bandas internas já estão totalmente ocupadas (cheias) por elétrons, sem jamais violar, em cada nível de energia, o princípio de exclusão. A banda mais externa, ocupada pelos elétrons de valência, pode não estar totalmente cheia, recebendo, nesse caso, o nome de banda de condução. Alguns elétrons com energia da ordem de EF , em temperaturas superiores a 0 K, absorvem energia térmica que, mesmo sendo muito pequena, é suficiente para levá-los a níveis de energia um pouco acima de EF e desocupados (excitação térmica). Se esses elétrons, já excitados termicamente, forem submetidos a um campo elétrico E, irão para níveis mais altos de energia desocupados, adquirindo energia cinética, além de uma quantidade de movimento em sentido oposto ao de E. Assim, será gerada uma corrente elétrica no metal. É importante destacar que isso acontece mesmo com campos elétricos muito pouco intensos, já que a diferença de energia entre níveis vizinhos é muito pequena. Notas: • Como o desnível de energia ΔE, indicado na figura anterior, é grande, a população da banda de condução praticamente não depende da temperatura nem da intensidade dos campos elétricos a que um metal normalmente é submetido. • A rigor, os elétrons que constituem uma corrente elétrica precisam ser tratados como ondas propagando-se na rede cristalina. São as ondas de de Broglie, abordadas neste volume, no Tópico 3 da Física Moderna. • A energia de Fermi varia de um metal para outro. 38 TÓPICOS DE FÍSICA 3 • Nos isolantes, a banda de condução está vazia e a banda inferior (banda de valência) está completamente cheia: Energia Banda de condução (vazia) Até aqui, foi considerado o cristal semicondutor puro. Vamos pensar, agora, em um semicondutor dopado: germânio (Ge) com uma pequena quantidade de arsênio (As), por exemplo. No cristal de germânio puro, cada átomo, com quatro elétrons de valência, está ligado a outros quatro átomos por meio de ligações covalentes: Ge ΔE Banda de valência (totalmente cheia) O desnível ΔE indicado na figura é grande o suficiente para impedir saltos quânticos da banda de valência para a banda de condução, a não ser que o material seja submetido a campos elétricos muito intensos ou a radiações de fótons muito energéticos. • Nos semicondutores, em temperaturas próximas do zero absoluto e não-submetidos a campos elétricos externos, a banda de valência está totalmente cheia e a banda de condução vazia e, portanto, com muitos níveis permitidos disponíveis. Nesses materiais, entretanto, o desnível de energia ΔE é inferior a 2 eV, bem menor que nos isolantes. No germânio e no silício, por exemplo, os valores de ΔE são respectivamente iguais a 0,67 eV e 1,14 eV, enquanto no diamante é aproximadamente igual a 6 eV. Energia ΔE Banda proibida Elétrons Banda de valência cheia Semicondutor a 0 K. Ge Ge Ge No processo de dopagem, um átomo de arsênio, que possui cinco elétrons de valência, substitui um átomo de germânio. Desses cinco elétrons, quatro são usados para refazer as ligações com os átomos de germânio vizinhos e, portanto, um dos elétrons do átomo de arsênio fica sobrando. Esse elétron não pode ir para a banda de valência porque ela está cheia, mas pode saltar facilmente para a banda de condução, mesmo a temperaturas menores que a necessária para isso ocorrer no cristal puro. A temperaturas ambientes comuns, todos esses elétrons excedentes vão para a banda de condução: Ge Energia Banda de condução parcialmente ocupada Banda de condução vazia ΔE Ge Banda proibida Ge As Elétron excedente Banda proibida Banda de valência parcialmente desocupada Semicondutor à temperatura ambiente. Conseqüentemente, a resistividade de um semicondutor pode ser reduzida significativamente por aquecimento, por incidência de radiações ou por influência de um campo elétrico, pois não é difícil elétrons da banda de valência adquirirem energia suficiente para passarem à banda de condução. Ge Ge 4. O que é o fenômeno da supercondutividade? Quando ele foi descoberto? Por quem? Os supercondutores sempre são metálicos? O fenômeno da supercondutividade é a anulação da resistividade de determinados materiais quando levados a temperaturas suficientemente baixas. Nessa situação, os materiais são denominados supercondutores. Manual do professor Esse fenômeno foi descoberto em 1911 pelo físico holandês Heike Kammerlingh Onnes (1853-1926), que recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1913. Por meio de experimentos, ele concluiu que a resistividade do metal mercúrio (Hg) se anulava quando a temperatura caía a 4,2 K aproximadamente. Abaixo dessa temperatura, denominada temperatura crítica (Tc), a resistividade do mercúrio permanece nula: ρHg 39 Nota: • Hoje, as cerâmicas supercondutoras são facilmente sintetizadas. À temperatura ambiente, entretanto, elas são maus condutores elétricos. Para que operem como supercondutoras, precisam estar em temperaturas suficientemente baixas. O nitrogênio se liquefaz a 77 K (à pressão de 1 atm) e é o gás mais abundante em nossa atmosfera. Além disso, sua liquefação é bastante viável em todos os aspectos. Assim, fica evidente a importância da obtenção de cerâmicas com temperaturas críticas acima de 77 K, já que exibem a supercondutividade quando refrigeradas por nitrogênio líquido. Supercondutores com aplicações promissoras 0 4,2 T (K) Uma vez produzida uma corrente elétrica em um supercondutor, ela persiste inalterada durante anos, sem precisar de uma fonte de tensão para mantê-la. A supercondutividade também foi constatada em alguns outros metais, mas sua explicação só se deu em 1957, quando os físicos norte-americanos John Bardeen, Leon N. Cooper e John Robert Schrieffer, usando Física Quântica, propuseram uma complexa teoria, que ficou conhecida por Teoria BCS. Pela explicação apresentada, esses físicos receberam o Prêmio Nobel de Física em 1972. Até 1986, só eram conhecidas substâncias com temperaturas críticas baixas demais, o que não permitia vislumbrar a viabilidade de aplicações tecnológicas delas. A temperatura crítica máxima conseguida até então era a de um composto contendo nióbio e germânio (Nb3 Ge), valendo aproximadamente 23 K. Nesse ano, o físico suíço Karl Alex Müller e o físico alemão Johannes Georg Bednorz publicaram um artigo anunciando resultados melhores, obtidos com um óxido de bário, lantânio e cobre, para o qual o valor de Tc era aproximadamente igual a 30 K. Müller e Bednorz receberam o Prêmio Nobel de Física em 1987 por essa descoberta, mas não pela explicação da supercondutividade nesse novo tipo de supercondutor (não-metálico) que, até hoje, não está devidamente esclarecida. A partir daí, começou a corrida em busca de outros óxidos metálicos – genericamente denominados cerâmicas – com valores mais elevados de Tc, tentando-se conseguir valores cada vez mais próximos da temperatura ambiente. Já foram sintetizadas cerâmicas supercondutoras com temperaturas críticas acima de 130 K e as pesquisas nessa área continuam. Foram confirmadas as propriedades supercondutoras de um composto comum com potencial promissor para aplicações nas áreas de eletrônica e comunicações. Essas propriedades foram descobertas, em janeiro, no boreto de magnésio (MgB2) por uma equipe japonesa. A confirmação veio em uma análise feita por pesquisadores das universidades de Wisconsin e Princeton, nos Estados Unidos, relatada em 8 de março na revista Nature. Supercondutores são materiais que não oferecem resistência à passagem de corrente elétrica. Compostos que observam essa propriedade podem ser usados, por exemplo, na criação de campos magnéticos intensos e no desenvolvimento de novos computadores, diversos dispositivos eletrônicos ou ainda linhas de transporte de energia que minimizem as perdas durante o trajeto. A supercondutividade só se verifica abaixo de uma determinada temperatura para cada tipo de material, chamada temperatura crítica. Quanto maior for ela para um composto, maior será seu potencial para aplicações práticas. A temperatura crítica do boreto de magnésio é de 39 K (–234 °C), a mais alta já obtida para um supercondutor intermetálico. Existem hoje cerâmicas supercondutoras com temperatura crítica de 132 K (–141 °C). No entanto, a corrente elétrica passa mais facilmente em compostos intermetálicos como o MgB2 que em cerâmicas. Uma vantagem desse material em relação a supercondutores anteriormente descobertos é a abundância de seus componentes na natureza. “Boro e magnésio são elementos facilmente encontráveis, leves e baratos”, explicou à CH on-line o físico Hans Micklitz, da Universidade de Colônia (Alemanha). Micklitz, que está no Rio de Janeiro como pesquisador visitante no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), considera a descoberta “muito interessante do ponto de vista técnico e de suas aplicações práticas”. 40 TÓPICOS DE FÍSICA 3 No artigo da Nature, os cientistas descrevem os testes que fizeram para avaliar as propriedades do boreto de magnésio. Para verificar a supercondutividade de um composto, os pesquisadores normalmente submetem-no a fortes campos magnéticos e medem fatores como a densidade de corrente crítica que ele é capaz de suportar. Eles verificam também o que ocorre quando os átomos do composto são substituídos por diferentes isótopos (no caso, de boro e magnésio) ou até de átomos de diferentes elementos. Um dos autores do artigo, Robert Cava, da Universidade de Princeton, espera que o boreto de magnésio realize uma das promessas não cumpridas por cerâmicas supercondutoras anteriormente descobertas: a produção comercial de fios elétricos que suportem intensas correntes para aplicações cotidianas. No entanto, ele ressalta que isso pode levar anos. (ESTEVES, Bernardo. Ciência Hoje, Rio de Janeiro, 22 de mar. 2001.) Anel S Então: i = Q = 2π r λ ⇒ i = ω r λ T 2π ω 12 Lembrando que, em cada nó, a soma das intensidades das cor- rentes que chegam é igual à soma das intensidades das que saem, temos: 11 A 19 A X 8A 1A 4A 5. O elétron foi descoberto antes ou depois de toda a formulação da Eletrodinâmica clássica? O elétron foi descoberto em 1897 pelo físico inglês Joseph John Thomson (1856-1940), Prêmio Nobel de Física em 1906. Em 1897, a Eletrodinâmica e o Eletromagnetismo clássicos já estavam totalmente formulados e, com sucesso, colocados em prática. Em um resistor, por exemplo, o sentido aceito para a corrente elétrica era do terminal de potencial mais alto (“positivo”) para o de potencial mais baixo (“negativo”). Após a descoberta do elétron, esse sentido foi mantido. Seria inconveniente modificar tudo o que já estava estabelecido e funcionando muito bem. De fato, com exceção do efeito Hall (ver Tópico 1 de Eletromagnetismo), cargas negativas deslocando-se em um determinado sentido produzem o mesmo efeito que produziriam se fossem cargas positivas deslocando-se em sentido oposto. • Resolução dos exercícios propostos 10 Inicialmente, determinamos a carga total Q do anel: λ = Q ⇒ Q = 2πr λ 2π r Em uma volta completa do anel, decorre um intervalo de tempo igual ao seu período de rotação T, e uma quantidade de carga Q passa por uma superfície fixa e imaginária S, seccionando transversalmente o anel. ω = 2π T 2π T= ω 5A 4A 19 A 10 A 15 A Resposta: 19 A 38 De 0 a 10 s, temos: E = Pot Δt = R i2 Δt = 103 (10–2)2 10 E=1J De 0 a 50 s, temos: E=5J 39 Sendo R a resistência elétrica da linha e i a intensidade da corrente que passa por ela, a potência dissipada na linha é dada por: Pot = R i2 • A 300 K, R = 0,004 Ω e i = 1 000 A ⇒ Pot = 4 000 W • A 100 K, R = 0,001 Ω e Pot = 4 000 W (mesma “perda”): 4 000 = 0,001 i2 ⇒ i = 2 000 A 40 A partir da leitura dos gráficos, temos: a) U = 1,2 V ⇒ i = 10 · 10–3 A Pot = U i ⇒ Pot = 12 · 10–3 W = 12 mW b) i = 10 · 10–3 A ⇒ Potlum = 0,6 · 10–3 W = 0,6 mW Eficiência = Potlum 0,6 = = 0,05 ⇒ Eficiência = 5% Pot 12 c) U = 1,5 V ⇒ i = 50 · 10–3 A Pot = U i ⇒ Pot = 75 mW Potlum = 1,8 mW 1,8 = 0,024 ⇒ Eficiência = 2,4% Eficiência = 75 Manual do professor Pot = U i = 5,0 · 20 ⇒ Pot = 100 W 2,5 · 102 Pot = E = Q ⇒ 100 = Δt Δt Δt Δt = 2,5 s Alternativa c. 53 1,7 · 103 · 4,2 a) Pot = E = ⇒ Pot = 7,1 · 102 W Δt 10 2 2 2 Pot = U ⇒ R = U = 120 2 R Pot 7,1 · 10 R = 20 Ω ρᐉ 20 (5,0 · 10–3)2 ⇒ ρ= RA = R= ᐉ A 5,0 · 10–2 ρ = 1,0 · 10–2 Ωm b) Q = m c Δθ = 1 000 · 1 · 17 Q = 17 000 cal = 7,1 · 104 J 7,1 · 104 Pot = E ⇒ Δt = E = Δt Pot 7,1 · 102 Δt = 1,0 · 102 s 54 x y P Q R S Como a resistência é proporcional ao comprimento, podemos escrever: RPQ 2x 20,0 x = ⇒ = ⇒ y = 4,00x RRS 2y 80,0 y 60 Calculando a energia dissipada (E) na lâmpada, em 5 minutos (300 s), temos: E = Pot Δt = 60 · 300 ⇒ E = 18 000 J Calculando, agora, a energia absorvida (Q) pelo calorímetro e pela água, em 5 minutos, temos: Qágua = mágua cágua Δθ = 400 · 4,2 · 8 Qágua = 13 440 J Qcalorímetro = Ccal Δθ = 420 · 8 Qcalorímetro = 3 360 J Portanto: Q = Qágua + Qcalorímetro = 16 800 J A energia irradiada para o ambiente (Ei) é dada por: Ei = E – Q = 18 000 – 16 800 ⇒ Ei = 1 200 J 61 Pot = U i ⇒ 20 000 = 200i ⇒ i = 100 A U’ = R i ⇒ U’ = 0,50 · 100 ⇒ U’ = 50 V y + x = 5,00 km ⇒ 5,00x = 5,00 x = 1,00 km Alternativa c. 62 Em virtude da indução eletrostática, temos: 55 ᐉ = 1 km = 1 000 m ⇒ R = 0,34 Ω +0,02 C ρ ᐉ 1,7 · 10–8 · 1 000 ρᐉ ⇒ A= = R= 0,34 R A A = 5 · 10–5 m2 – – – – –q – – +q + + Objeto metálico + + + + • O objeto metálico se eletriza com uma carga –q’ recebida da Terra: 1m ⇒ Volume = 5 · 10–5 m3 A densidade = massa ⇒ 9 000 = massa–5 volume 5 · 10 +0,02 C massa = 4,5 · 10–1 kg = 450 g Alternativa b. –q’ –– – – ––– –– –– i Fio 58 a) E d = U ⇒ 5,00 · 106 · 500 = U U = 2,5 · 109 V Energia 5,00 · 1011 = b) Potm = 0,10 Δt 12 Potm = 5,00 · 10 W Potm = U im ⇒ 5,00 · 1012 = 2,5 · 109 im im = 2,0 · 103 A c) im = |Q| ⇒ |Q| = im Δt = 2,0 · 103 · 0,10 Δt |Q| = 2,0 · 102 C 59 m = 10,0 g = 10,0 · 10–3 kg Lf = 2,5 · 104 J/kg Q = m Lf = 10,0 · 10–3 · 2,5 · 104 Q = 2,5 · 102 J 41 8Ω – Essa carga –q’ passou pelo fio no intervalo de tempo Δt = 0,1 · 10–3 s. E = Pot Δt ⇒ E = R i2 Δt 2 = 8 i2 0,1 · 10–3 ⇒ i = 50 A q’ q’ i= ⇒ 50 = –4 ⇒ –q’ = –0,005 C Δt 10 Alternativa c. 63 a) O campo elétrico no interior desse fio é uniforme: E AB = UAB ⇒ E 0,30 = 6 ⇒ E = 20 V/m b) E CD = UCD ⇒ 20 · 0,12 = UCD UCD = 2,4 V Porém νD é menor que νC e, portanto: νD – νC = –2,4 V 42 TÓPICOS DE FÍSICA 3 64 Temos que: R = R0 [1 + α (θ – θ0)] ⇒ U = U [1 + α (θ – θ0)] i i0 –3 –1 Sendo α = 5 · 10 °C , θ0 = 20 °C, i0 = 2,0 A e i = 1,6 A, calculemos θ: 1 = 1 [1 + 5 · 10–3 (θ – 20)] ⇒ θ = 70 °C 1,6 2,0 66 ᐉ – A – Após Δt – – Condutor – – – – q, n elétrons ᐉ – A – – – Condutor – – – – q, n elétrons N = n ⇒ n = N A ᐉ ⇒ |q| = N A ᐉ e Aᐉ |q| ⇒ i= NAᐉe ⇒ i=NAve i= Δt Δt 67 A resistência elétrica entre A e B é praticamente a resistência da película quadrada, uma vez que as camadas espessas têm resistência desprezível. e = 50 Å = 50 · 10–10 m ᐉ ᐉ R= ρ ᐉ ρ ᐉ 2,83 · 10–6 = = ⇒ R = 566 Ω A ᐉe 50 · 10–10 Tópico 2 Associação de resistores e medidas elétricas Após a análise dos reostatos, mostramos, num boxe, como se dá o controle de velocidade de alguns carrinhos elétricos de brinquedo. No estudo do curto-circuito, apresentamos, como sugestão experimental, uma montagem simples com lâmpadas associadas em série. Essa montagem permite mostrar ao aluno que uma lâmpada da associação apaga quando seus terminais são curto-circuitados. A exposição teórica do Tópico se encerra com um estudo dos medidores elétricos. A montagem mais comum da ponte de Wheatstone (ponte de fio) pode ser sugerida aos alunos. Fazemos uma sugestão experimental de uma ponte particular, usando lampadinhas iguais alimentadas por pilhas. O uso de letras associadas aos nós de um circuito (iguais em nós curto-circuitados) facilita sobremaneira a análise de circuitos aparentemente complexos. O exercício 44 confirma isso. • O que não pode faltar 1. Associação de resistores • Associação em série • Associação em paralelo • Associação mista Exercícios 3. Curto-circuito Exercícios Medição de intensidade de corrente elétrica (só o caso do amperímetro ideal) Medição de diferença de potencial (ddp) ou tensão elétrica (só o caso do voltímetro ideal) Exercícios • Algo mais Vamos supor que estejamos diante do seguinte problema: calcular a resistência equivalente entre os terminais T1 e T2 da associação de resistores representada a seguir. • Objetivos do Tópico Neste Tópico, estudamos as associações de resistores, procurando sempre apresentar situações familiares aos estudantes. É fácil e muito proveitoso montar associações de lampadinhas alimentadas por pilhas e levá-las à aula e, se possível, fazer medições que confirmem as conclusões teóricas. 20 Ω 60 Ω 70 Ω T1 10 Ω T2 120 Ω Manual do professor Como 10 · 60 ⬆ 20 · 120, não temos uma ponte de Wheatstone equilibrada e, portanto, o resistor de 70 Ω não pode ser eliminado. O problema pode ser solucionado pela transformação ΔY descrita a seguir. A associação abaixo, à esquerda (Δ), pode ser equivalente à associação à direita (Y). B Precisamos determinar r1, r2 e r3 em função de R1, R2 e R3. Resolvendo o sistema de equações (III), (IV) e (V), encontramos: B r1 = R2 R3 R1 + R2 + R3 r2 = R1 R3 R1 + R2 + R3 r3 = R1 R2 R1 + R2 + R3 R1 r2 r3 A A R3 43 r1 R2 C C Vamos, então, voltar ao problema inicial, e resolvê-lo: B Para que a equivalência aconteça, se aplicarmos uma mesma ddp U entre os mesmos pontos (A e B, por exemplo) das duas associações, as correntes totais estabelecidas em ambas deverão ter uma mesma intensidade i: R1 = 20 Ω 60 Ω r2 r3 T1 R3 = 70 Ω A T2 r1 B U U 120 Ω R2 = 10 Ω B R1 r2 i i i1 A i2 C r3 r1 = 10 · 70 ⇒ r1 = 7 Ω 100 20 · 70 ⇒ r = 14 Ω r2 = 2 100 20 · 10 r3 = ⇒ r3 = 2 Ω 100 A R3 r1 R2 C C i = i1 + i2 i= U = U R1 R2 + R3 i= U r2 + r3 (II) B (I) 60 Ω r2 = 14 Ω De (I) e (II), vem U U U R1 + R2 + R3 = r2 + r3 R (R + R3) ⇒ r2 + r3 = 1 2 R1 + R2 + R3 r3 = 2 Ω T1 ⇒ r1 = 7 Ω 120 Ω (III) C Repetindo esse procedimento entre os pontos A e C e, depois, entre os pontos B e C, obtemos: R (R + R3) r1 + r3 = 2 1 R1 + R2 + R3 (IV) R3 (R1 + R2) R1 + R2 + R3 (V) r1 + r2 = T2 A 74 Ω T1 RT 1T2 ⯝ 49 Ω 2Ω T2 127 Ω 44 TÓPICOS DE FÍSICA 3 • Resolução dos exercícios propostos 29 Sendo i1 = 12 A, i2 = 8 A e i3 = 4 A, concluímos que o fusível F3 queima. Após a queima de F3, porém, a corrente no circuito altera-se: a) + i U – U = Req i ⇒ 190 = (10 + 90)i i = 1,9 A U2 = R2 i = 90 · 1,9 ⇒ U2 = 171 V 10 Ω + U – + U i 10 Ω B i UAB = RAB i ⇒ 120 = 11i ⇒ i 10,9 A Concluímos, então, que o fusível F2 também queima. – 10 Ω 39 10 Ω B ⇒ A A B 9Ω i = Pot U 90 Ω U2 Em L1 : i1 = 80 ⇒ i1 = 4 A 20 Em L2 : i2 = 36 ⇒ i2 = 3 A 12 i1 = 4 A i2 = 3 A 10 · 90 = 9 10 + 90 L2 12 V U = Req i ⇒ 190 = (10 + 9)i i = 10 A U2 = UAB = 9i = 9 · 10 U2 = 90 V i=1A 31 Como as resistências dos fusíveis são iguais, a intensidade de corrente é a mesma em todos eles, podendo valer até 4 A em cada um. Assim, o máximo valor de i é 12 A. Alternativa d. i2 41 R1 = 300 Ω i3 B R3 B C R2 = 400 Ω D i1 = 0,12 A 3Ω i1 8Ω R As tensões em L2 e em R são iguais. Assim: R i = 12 ⇒ R 1 = 12 ⇒ R = 12 Ω A 32 A F2 Pot elétrica maior. a) Quando são ligadas em série (mesmo i), a lâmpada A ilumina melhor (Pot = R i2). b) Quando são ligadas em paralelo (mesmo U), a lâmpada B ilumina 2 melhor Pot = U . Nesse caso, operam de acordo com os valores R nominais. b) i 3Ω 36 Sendo R = U2 , concluímos que a lâmpada A tem resistência 90 Ω U2 F1 8Ω A 6Ω ⇒ U = 120V C ⇒ A 8Ω C 2Ω i1 UAB = RAB i1 ⇒ 120 = 10i1 ⇒ i1 = 12 A UCB = RCB i1 ⇒ UCB = 2 · 12 ⇒ UCB = 24 V I2 = 24 ⇒ i2 = 8 A 3 24 ⇒ i3 = 4 A I3 = 6 B UAB = 0 ⇒ νA = νB UAD = R1 i1 = 300 · 0,12 ⇒ UAD = 36 V νA – νD = 36 V Como νA = νB, temos: νB – νD = 36 V Então, como νB é maior que νD, o sentido da corrente em R2 é de B para D: UBD = R2 i2 36 = 400 i2 i2 = 0,09 A 45 Manual do professor R1 A R2 D i1 67 B + i2 Associação itotal = 8,0 A A A A C Portanto: i3 = i1 + i2 = 0,12 + 0,09 ⇒ i3 = 0,21 A Alternativa d. 47 Observar que: • não há corrente em R4, porque é nula a diferença de potencial entre seus terminais (curto-circuito); • há corrente em R1 e em R2, porque a ddp é nula entre A e D, mas não é entre A e C e entre C e D. Também há corrente em R3. Alternativa d. D D 71 100 Ω A 100 Ω D R R5 C B Como as resistências são iguais, associando R1, R2, R3 e R4, encontramos R, que é igual a R5. Assim: I = 2,0 A R3 = 10 Ω i1 20 Ω i2 40 Ω B⇒ A B 1 = 1 + 1 + 1 ⇒ R = 40 Ω eq Req 20 40 10 7 Alternativa e. D 100 Ω 100 Ω C 50 Ω D RCD = 50 Ω (R1 + R0) R1 + R1 = R 0 (R1 + R0) + R1 i3 10 Ω B R21 + R0 R1 + 2R21 + R0 R1 = 2R0 R1 + R20 3R21 = R20 ⇒ R1 = R0 3 3 76 Os resistores de 300 Ω e 600 Ω estão em paralelo. Assim: 400 Ω 200 Ω i = i1 + i2 + i3 = 21 A UAB = Req i = 40 21 ⇒ UAB = 120 V 7 C 100 Ω 75 i 20 Ω 100 Ω D 100 Ω 10 Ω Ponte de Wheatstone equilibrada 100 Ω 100 Ω R4 B B 100 Ω A 1,0 A R5 ⇒ 40 Ω A 100 Ω 100 Ω 100 Ω A 100 Ω B RAB = 50 Ω l A Ponte de Wheatstone equilibrada 100 Ω A 50 Ω B R2 A C R C 100 Ω 52 Redesenhando o circuito, temos: R2 = 40 Ω UBC = 2,0 V Como as resistências entre A e B, B e C, C e D são iguais e, além disso, são percorridas pela mesma corrente, temos: UAB = UBC = UCD = 2,0 V Então: UAD = 2,0 V + 2,0 V + 2,0 V = 6,0 V Assim, a potência total dissipada na associação é dada por: Pottotal = UAD itotal = 6,0 · 8,0 Pottotal = 48 W Alternativa d. 48 Note que o interruptor 2 conectaria condutores que já estão curto-circuitados. Alternativa b. 53 R = 20 Ω 1 R R3 – R3 B R i3 R1 R RAB = 200 Ω 100 Ω 400 Ω 100 Ω 400 Ω A B A B 46 TÓPICOS DE FÍSICA 3 77 30 · 20 30 + 20 3Ω A i E 12 Ω i C A i1 i2 36 Ω U = 30 V 3Ω B 3+ 36 · 12 +3 36 + 12 Req = 15 Ω i2 B D (l) (ll) Em (II): U = Req i ⇒ 30 = 15 i ⇒ i = 2 A Em (I): 12i2 = 36i1 ⇒ i2 = 3i1 i1 + i2 = i ⇒ i1 + i2 = 2 AP = 2 L ⇒ RAP = 2r 5 5 L r QB = ⇒ RQB = 5 5 2 L PQ = ⇒ RPQ = 2r 5 5 2r r r 4r RAB = + + = 5 5 5 5 Supondo que UAB não se alterou, temos: UAB = RAB i = 4r i (II) 5 Comparando (I) com (II), vem: 5i 5 · 6,00 r i0 = 4r i ⇒ i = 0 = 4 5 4 i = 7,5 A Alternativa a. ⇒ i2 = 1,5 A 78 a) Como a resistência é nula de B até a Terra, temos: Req = R ⇒ Req = 10 Ω 81 Sendo nula a corrente no galvanômetro, concluímos que os potenciais nos pontos A e B são iguais: b) Em virtude do que foi dito em “a”: iD = 0 A c) É o mesmo da Terra: νB = 0 i1 6V 20 Ω i1 d) A R B + – i2 C R R D R i2 15 Ω RX R A R B 12 V + B R A R – B 0,6 R (10 V) νA = νB ⇒ 0V 1,5 R UAD = UBD = 6 V UCA = UCB = 12 V – 6 V = 6 V Entre C e B, temos: UCB = RCB i2 ⇒ 6 = 15 i2 ⇒ i2 = 0,4 A Entre C e A, temos: UCA = RCA i1 ⇒ 6 = 20 i1 ⇒ i1 = 0,3 A Req = R + 0,6 R = 1,6 R ⇒ Req = 16 Ω 2 2 e) Pot = U = 10 ⇒ Pot = 6,25 W Req 16 80 83 Devido à simetria, os pontos C e D estão no mesmo potencial. Chave aberta: Chave fechada: R = 0,40 r = 2r 5 A i0 Conseqüentemente, o resistor entre C e D não participa do circuito, que fica reduzido a: UAB = r i0 (I) A A R R A R r i 2r 5 P i 2r 5 R D B P R B R = 2r 5 r 5 2r 5 Q Q r 5 B r 5 B C Temos, então, 2R, 2R e R, todas em paralelo. Portanto: Req = R 2 Manual do professor 84 Devido à simetria, os pontos D, H e G estão no mesmo potencial, o mesmo ocorrendo com os pontos C, E e F. Por isso, os pontos D, H e G podem ser unidos entre si, e os pontos, C, E e F também. R A R R R R R R R R D R R H B C E R G F Req = R + R + R ⇒ Req = 5R 3 6 3 6 85 C i1 5,0 Ω R – + 1,5 V A 6,0 Ω i2 G i1 i2 B 5,0 Ω D – P U = 22 V Q + No trecho PADBQ, temos: 22 = (5,0 + 6,0) i2 ⇒ i2 = 2,0 A (I) νB – νD = 5 i2 = 5 · 2 ⇒ νB – νD = 10 V (II) νD – νC = 1,5 V (I) + (II): νB – νC = 11,5 V νC – νA = 22 – 11,5 = 10,5 V νC – νA = 5 i1 ⇒ 10,5 = 5 i1 ⇒ i1 = 2,1 A νB – νC = R i1 ⇒ 11,5 = R 2,1 R = 5,5 Ω Tópico 3 Circuitos elétricos • Objetivos do Tópico Neste Tópico, estudamos o gerador elétrico químico: parâmetros, equação, rendimento etc. Na “Leitura” deste Tópico, analisamos a função do fio-terra. Após o estudo dos circuitos simples, analisamos a condição de máxima transferência de potência. Em seguida, estudamos o receptor elétrico: parâmetros, equação, rendimento etc. Num boxe, analisamos o que acontece com a corrente elétrica num motor bloqueado e, em seguida, fazemos uma sugestão experimental para confirmar o previsto pela teoria. 47 Nesse experimento simples, ligamos, em série, duas pilhas, um motorzinho de brinquedos e uma lampadinha. A lâmpada acende e o motorzinho funciona. Em seguida, impedimos o motor de girar e verificamos que a lâmpada acende mais intensamente. Isso acontece porque o motor deixa de utilizar tensão na forma de força contra-eletromotriz. Assim, toda a tensão disponível é aplicada na resistência elétrica do circuito, produzindo aumento na intensidade da corrente. Evidentemente, o motor se aquecerá anormalmente, podendo até ser danificado se o bloqueio se mantiver por muito tempo. No Tópico 4 de Eletromagnetismo, veremos a origem da força contra-eletromotriz de um motor de corrente contínua. Prosseguindo, estudamos as associações de geradores e os circuitos de “caminho” único, incluindo geradores, receptores e resistores. No exercício resolvido 82, analisamos o significado dos processos de carga e descarga de uma bateria. No final da exposição teórica do Tópico, estudamos circuitos não-redutíveis a um circuito de “caminho” único. O exercício 119 nos leva à conclusão de que, para obter correntes de máxima intensidade, nem sempre a associação de geradores em série é a mais adequada. • O que não pode faltar 1. Geradores de energia elétrica • Geradores químicos • Elementos que caracterizam um gerador • Equação do gerador • Gerador em curto-circuito • Curva característica do gerador • Gerador ideal • Potências elétricas no gerador: total, útil e desperdiçada • Rendimento elétrico do gerador 2. Circuito simples Exercícios 4. Receptores elétricos • Elementos que caracterizam um receptor • Equação do receptor • Curva característica de alguns receptores • Receptor ideal • Potências elétricas no receptor: total, útil e desperdiçada • Rendimento elétrico do receptor Exercícios 48 TÓPICOS DE FÍSICA 3 5. Associação de geradores 6. Circuitos elétricos de “caminho” único, incluindo geradores, receptores e resistores Exercícios • Algo mais Pode-se solicitar aos estudantes trabalhos de pesquisa sobre os seguintes temas: 1. Fontes da energia elétrica utilizada em larga escala no Brasil, abordando, por exemplo: • a disponibilidade de cada uma; • a maior ou menor viabilidade econômica da utilização de cada uma; • os impactos ambientais em cada caso; • uma descrição detalhada de como se dá a transmissão de energia elétrica desde uma grande hidrelétrica até o consumidor. 2. Pilhas e baterias, investigando: • as diferenças entre as composições químicas e as estruturas internas das pilhas secas de zinco-carvão (pilha de Leclanché) e das pilhas secas alcalinas; • as reações químicas que ocorrem nas pilhas de zinco-carvão (Leclanché) e nas alcalinas; • as reações químicas que ocorrem em uma bateria usada em automóveis e o porquê de ser recarregável; • outros tipos de pilhas; • as determinações do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) em relação ao destino das pilhas e baterias velhas e irrecuperáveis – a questão do lixo. • No gerador intercalado entre C e B, temos: νC = 0 νB = νC – r1 i + ε1 = 0 – 0,3 · 20 + 12 νB = 6 V Nesse gerador, tudo está normal: νB é maior que νC e νB – νC = ε1 – r1 i. • No gerador intercalado entre B e A, porém, a situação é bem diferente: νB = 6 V νA = νB – r2 i + ε2 = 6 – 0,5 · 20 + 6 = 2 V O potencial do terminal A (originalmente, o pólo positivo) é menor que o do terminal B! A equação do gerador, entretanto, continua como sempre: νA – νB = ε2 – r2 i 2 – 6 = 6 – 0,5 · 20 –4 –4 2. Em que situações a diferença de potencial entre os terminais de uma bateria é, em valor absoluto, maior que sua força eletromotriz? O produto r i precisa ser maior que ε e, além disso, satisfazer a desigualdade: r i – ε > ε ⇒ r i > 2ε Exemplo: i = 30 A A B r = 0,5 Ω – |UAB| = r i – ε = 0,5 · 30 – 6 + ε=6V |UAB| = 9 V > 6 V O circuito a seguir mostra como isso pode ocorrer: • Subsídios ao Descubra mais 12 V + 1. Uma bateria participa de um circuito elétrico, operando como geradora, e o potencial elétrico de seu pólo positivo é menor que o potencial elétrico de seu pólo negativo. Dê um exemplo de um circuito em que isso acontece. Como fica, nesse caso, a equação do gerador? C r1 = 0,3 Ω ε1 = 12 V – + B i r2 = 0,5 Ω • i= R = 0,1 Ω ε1 + ε2 18 = 0,9 r1 + r2 + R A r = 0,5 Ω A i= 12 + 6 0,1 + 0,5 – + ε=6V B ⇒ i = 30 A i i 0V + 0,1 Ω i ε2 = 6 V – – ⇒ i = 20 A 3. Considere o circuito a seguir, em que um gerador considerado ideal está ligado a um fio metálico também considerado ideal: Temos que: i = ε Req Fazendo Req tender a zero, i tende ε +– ao infinito! Comente essa última i afirmação. 49 Manual do professor Vamos tomar, por exemplo, a expressão da intensidade i da corrente elétrica em um condutor metálico cilíndrico, em função da área de sua seção transversal (A), da velocidade média de deslocamento dos elétrons livres (v), da carga elementar (e) e do número de elétrons livres por unidade de volume (N). Essa expressão é a resposta do exercício 66 do Tópico 1 de Eletrodinâmica: i=NAve Como N, A e e são grandezas obviamente finitas, se i pudesse tender a infinito, a velocidade v também deveria tender a infinito, o que é absurdo. De fato, a velocidade dos corpos – no caso, elétrons – é sempre menor que c (c 300 000 km/s), como se estuda no Tópico 2 de Física Moderna, neste volume. O que ocorre nessa situação é conseqüência de um abuso de idealizações. Nota: • Alguém poderia levantar a seguinte questão: – Como ficaria o valor de i se todos os componentes do circuito fossem feitos de materiais operando na condição de supercondutores? Também nesse caso o valor de i continuaria finito, como não poderia deixar de ser. Os materiais supercondutores apresentam uma importante característica: se a densidade de corrente através deles i superar um determinado valor crítico, esses materiais A passam da condição de supercondutores para a condição de condutores normais. 0,5 Ω A L1 B 13 V U = 11 V Assim: U = ε – r i ⇒ 11 = 12 – 0,5i i = 2 A (de A para B) 32 a) O gerador recebe a energia potencial gravitacional Ep perdida pelo corpo: Ep = m g h = 1,0 · 10 · 10 ⇒ Ep = 100 J Como o rendimento é 50%, só metade desses 100 J são convertidos em energia elétrica. Assim, a energia elétrica gerada é de 50 J. b) Q = m c Δθ 50 = 1,0 · 10–2 · 5,0 · 103 Δθ Δθ = 1,0 °C 35 À medida que R aumenta de 0 a R, a resistência equivalente à 3 associação de R2 com R3 (em paralelo) aumenta de 0 R 0 = 0 a R+0 R R R = R . Com isso, a intensidade de corrente em R diminui, o 1 2 R+R 2 mesmo ocorrendo com a potência dissipada nesse resistor (Pot1). Para confirmar que nenhuma alternativa, além de a, está correta, podemos verificar, por exemplo, o que acontece com as outras potências dissipadas, para R3 = 0: Pot3 = 0 i2 = 0 Pot2 = 0 (R2 está em curto-circuito) Pot2 – Pot3 = 0 Pot2 + Pot3 = 0 Alternativa a. 16 V 37 R L1 L3 i1 24 V R i L2 6V R 8V L4 R 2 R Pot = U i ⇒ i = Pot U 12 V + 2V • Resolução dos exercícios propostos 25 – U=3V i2 0,6 ⇒ i1 = 0,2 A 3 0,3 Em L2: i2 = ⇒ i2 = 0,1 A 3 Em L1: i1 = i1 = i2 + i ⇒ 0,2 = 0,1 + i ⇒ i = 0,1 A Em R: U = R i ⇒ 3 = R 0,1 ⇒ R = 30 Ω Alternativa a. Note que o fechamento de C3 e C4 implica uma tensão de 16 V na lâmpada L1. Alternativa b. A 39 I. A A i2 i1 12 V R1 = 12 Ω R2 r = 3,0 Ω I 27 Como a tensão U entre os terminais do elemento é menor que 12 V, concluímos que esse elemento é, com certeza, um gerador. B B B 50 TÓPICOS DE FÍSICA 3 No gerador: UAB = ε – r I = 12 – 3,0 · 1,0 ⇒ UAB = 9 V Em R1: UAB = R1 i1 ⇒ 9 = 12 i1 ⇒ i1 = 0,75 A Em R2: I = i1 + i2 ⇒ 1,0 = 0,75 + i2 ⇒ i2 = 0,25 A UAB = R2i2 ⇒ 9 = R2 0,25 ⇒ R2 = 36 Ω 45 a) R3 = 3,6 Ω i i2 R R1 = 32 Ω 10 V R1 R2 12 R2 =r ⇒ = 3,0 ⇒ R2 = 4 Ω R 1 + R2 12 + R2 R2 = 2 Ω B B Pot1 = Pot2 ⇒ 32 i21 = 2 i22 ⇒ i2 = 4 i1 UAB = R1 i1 = (R + R2) i2 32 i1 = (R + 2) 4i1 R=6Ω R1 i21 = R2 i22 43 A i1 b) R em série com R2 ⇒ 8 Ω R1 em paralelo com 8 Ω ⇒ 6,4 Ω E 2,4 Ω ⇐ A i1 II. R1 e R2 constituem o circuito externo ao gerador. Para que a potência fornecida pelo gerador seja máxima, a resistência equivalente a R1 e R2, que estão em paralelo, tem de ser igual a r: A A 4Ω R3 = 3,6 Ω 6Ω i A i 2Ω B i E = 4,4 i ⇒ i = E 4,4 UAB = RAB i = 2,4 E = 6 E 4,4 11 6E U i1 = AB = 11 = E = I 6 11 6 A 6,4 Ω 10 V B B ε = Req i ⇒ 10 = 10 i ⇒ i = 1 A UAB = 6,4 i = 6,4 · 1 ⇒ UAB = 6,4 V A Na primeira figura: i’1 E Pot1 = U2AB 6,42 ⇒ Pot1 = 1,28 W = R1 32 47 4 Ω⇐ 3 2Ω 4Ω 6Ω i’ B E = 6 + 4 i’ ⇒ i’ = 3E 3 22 UAB = RAB i’ = 4 · 3E = 2E 3 22 11 2E U i’1 = AB = 11 = E = I 2 11 2 Alternativa c. B a) No chuveiro: U=Ri 220 = 11 i ⇒ i = 20 A b) Pottotal = 335 W + 100 W + 55 W + 110 W + 4 400 W = 5 000 W= 5 kW Δt = 15 min = 1 h 4 Sendo E a energia elétrica consumida, temos: E = Pot Δt = 5 kW 1 h 4 E = 1,25 kWh c) Com o rompimento do fio neutro no ponto A, o chuveiro, a geladeira e a lâmpada não são afetados, pois continuam submetidos a 220 V, 110 V e 110 V, respectivamente. O ventilador e a TV, porém, passam a constituir uma associação de aparelhos em série, sendo de 220 V a ddp entre os terminais da associação: Manual do professor i Ventilador 220 Ω i TV 110 Ω (νA – νC) – (νA – νB) = 2R i2 – R i1 νB – νC = R I νB – νC = 1 000 · 2,5 · 10–3 νB – νC = 2,5 V U = 220 V 61 Como a ddp entre A e B é maior que 12 V, concluímos que o elemento é um receptor: U = ε’ + r’ i 20 = 12 + 4 i ⇒ i = 2 A, de A para B U = Req i 220 = (220 + 110) i ⇒ i = 2 A 3 Calculemos as novas potências com que o ventilador e a TV vão operar logo após o rompimento do fio neutro: Potv = RV i2 = 220 4 ⇒ Potv 98 W 9 75 O gerador é o elemento que apresenta a maior diferença de potencial entre os terminais. Portanto, o gerador é o elemento C. O receptor tem ε’ = 12 V e como U = ε’ + r’ i, U tem de ser maior que 12 V entre os terminais desse elemento. Então, A é o receptor, e B é o resistor. 79 Seja n o número de pilhas em série: (mais que 10% acima de 55 W) PotTV = RTV i2 = 110 4 ⇒ PotTV 49 W 9 εeq = n (abaixo da potência nominal) Portanto, só o ventilador será queimado. Evidentemente, ocorrendo isso, a TV (não-queimada) deixará de funcionar. 54 Consideremos ideais o voltímetro, o amperímetro e o gerador. 2R 1,5 V – + U=6V req = n 0,3 Ω i=1A U = εeq – req i 6 = n · 1,5 – n 0,3 · 1 n=5 a) R 51 3R 85 R 2 ⇒ A R 2R R 2 E 3R 2 ⇒ A 3R ⇒ E 2R R 2 A E ⇒ E i a) A potência total recebida nos 10 m2 é igual a 13 000 W. Só 12% desse total é aproveitado para gerar energia elétrica. Então: Potútil = 0,12 · 13 000 W = 1 560 W = 1,56 kW Δt = 5 h Energia gerada = Potútil Δt = 1,56 kW · 5h Energia gerada = 7,8 kWh A b) A carga é dada pela “área” entre o gráfico e o eixo t, que pode ser considerada igual à “área” do triângulo da figura: 0,6 E = 2 R i ⇒ 10 = 2 000 i i = 5 · 10–3 A = 5 mA 0,5 b) 0,4 i 1= 2,5 2R R 0,3 V A 2R i = 5 mA I (A) B mA i2 = 2,5 mA R 0,2 0,1 C 0,0 Usando a Primeira Lei de Ohm, podemos escrever que: (I) UAB = νA – νB = R i1 (II) UAC = νA – νC = 2 R i2 Como i1 = i2 = I = 2,5 mA, subtraindo (I) de (II), vem: 0 1 2 3 t (horas) Q= 5 h · 0,5 A ⇒ Q = 1,25 Ah 2 4 5 52 TÓPICOS DE FÍSICA 3 87 No circuito I: • Se εB 12 V: 12 = εB + (R1 + R2) 1 • Se εB 12 V: εB = 12 + (R1 + R2) 1 No circuito II: εB + 12 = (R1 + R2) 3 De (I) e (II), obtemos: εB = 6 V De (I’) e (II), obtemos: εB = 24 V 104 (I) (I’) (II) 2 Pot = V Req Então, a potência dissipada será mínima quando Req for máxima: 95 No circuito dado, há dois geradores. Entre A e B temos: U = 12 – 0,5 i 0 = 12 – 0,5 i ⇒ i = 24 A Sendo R a resistência do reostato, temos, no circuito todo: 36 + 12 = (1,8 + R) 24 ⇒ R = 0,2 Ω R1 R2 R 96 11 ⇒ iA = 0,1 A 100 + 10 ⇒ iB = 1 A No circuito B: iB = 36 – 12 9+4+5+6 No circuito A: iA = Observando que R1 e R2 estão em paralelo, temos: No fio MN: iMN = 0 A 97 A Req = A i R1 = 8 Ω O valor de Req será máximo quando a expressão R1 R – R21 for máxima, o que ocorre para: R2 R3 = 2 Ω ε1 +– + – R1 R2 R1 (R – R1) R1 R – R21 = = R R 1 + R2 R ε2 = 12 V i R1 = –b = –R = R (abscissa do vértice da parábola) 2a 2 (–1) 2 Conclusão: o cursor deve posicionar-se no ponto médio do fio. B B B 105 24 = 6 + (3 + 3 + 3 + 3) i ⇒ i = 1,5 A Corrente nula na fonte de tensão ε 2: UAB = ε 2 = 12 V Em R3: UAB = R3 i ⇒ 12 = 2 i ⇒ i = 6 A Na fonte de tensão ε 1: UAB = ε 1 – R1 i 12 = ε 1 – 8 · 6 ε 1 = 60 V i = 1,5 A νa a νa + 5 b 3Ω νa – 4,5 6V 20 V 102 1 1 a i’ = 0 3 2 I i1 1 i b 10 3Ω νa – 10,5 νab = νa – νb = νa – (νa + 5) ⇒ |νab| = 5 V 11 106 Σ fem = Σ fcem + Req ino caminho ± Rdo trecho comum ino caminho ao lado I: 13 = 4 i1 – 1 i2 II: 11 = 3 + 4 i2 – 1 i1 νa – 15 2 II i2 i1 = 4 A e i2 = 3 A Va – 4 Va Va – 7 a) A ddp entre os pontos 2 e 1 é U, dada por: U = V2 – V1 = 800 – 300 ⇒ U = 500 V Como U = R i, temos: 500 = 106 i ⇒ i = 5 · 10–4 A 1Ω 1Ω a 4A 3A 2Ω Vb = Va – 13 ⇒ Va – Vb = 13 V i 3A Va – 13 b i2 i1 1 Manual do professor No outro resistor de 1 MΩ, temos uma tensão de 300 V e uma corrente de intensidade i1, dada por: U = R i1 ⇒ 300 = 106 i1 ⇒ i1 = 3 · 10–4 A 110 4Ω Como i = i1 + i2, temos: 5 · 10–4 = 3 · 10–4 + i2 ⇒ i2 = 2 · 10–4 A R ⇒ 250 kΩ i B B ⇒ i B B (II) 16 ⇒ UAB = 8R R+2 4R 4+ 4+R Em I, calculemos a potência dissipada em R: 64R2 2 + 4R + 4 U2AB R Pot = = = 2 64R R R R + 4R + 4 64 Pot = R + 4 + 4R–1 A 250 kΩ 4R 4+R Em II: 16 i= 4 + 4R 4+R 4R UAB = · 4+R 107 400 V A 16 V (I) c) F = e E = e U = 10–19 300–3 d 3 · 10 F = 10–14 N V 3 MΩ 4Ω B 10–30 v2 ⇒ v2 = 60 · 1012 2 v = 7,8 · 106 m/s 1 MΩ 4Ω A i 10–19 · 300 = A A 16 V b) Pelo Teorema da Energia Cinética, temos: 2 2 m v20 τF = m v – ⇒ eU= mv el 2 2 2 0,75 MΩ = 750 kΩ A potência será máxima quando a função (R + 4 + 4R–1) for mínima. Então, a derivada dessa função em relação a R deverá ser nula: 1 + 0 + 4(–1)R–2 = 0 ⇒ 42 = 1 ⇒ R = 2 Ω R 112 a) T 0V T R II + – i2 A 2Ω 6V Em I, temos: i1 = 12 ⇒ i1 = 2 A 6 Em II, temos: i2 = 6 ⇒ i2 = 0,5 A 12 iAB + i2 = i1 iAB + 0,5 = 2 ⇒ iAB = 1,5 A D ε1 = 10 V + – + I 4Ω 6 = (2 + 2 + 2) i1 ⇒ i1 = 1 A (sentido horário) No circuito II, temos: 12 = (2 + 1 + 1) i2 ⇒ i2 = 3 A (sentido horário) + B – i1 109 No circuito I, temos: i1 12 V 2Ω UAT = RAT i ⇒ 400 V = 1 000 kΩ i ⇒ i = 0,4 mA UBT = RBT i ⇒ UBT = 750 kΩ 0,4 mA UBT = 300 V B r1 = 1 Ω ε2 = 12 V – i1 = 2 A R=2Ω i=0 r2 = 2 Ω i2 iAB A A νA = 0 νB – νA = R i1 ⇒ νB – 0 = 2 · 1 ⇒ νB = 2 V νC – νB = ε1 ⇒ νC – 2 = 10 ⇒ νC = 12 V νD – νC = ε 2 – r2 i2 ⇒ νD – 12 = 12 – 2 · 3 νD = 18 V 53 i2 = 0,5 A C b) Como i1 = 2 A, devemos ter i2 = 2 A, para que iAB seja nula: Em II: 6 = (R + 2) 2 ⇒ R = 1 Ω 113 a) Potência útil da bomba: Energia m g h 30 · 10 · 10 Potu = = = Δt 60 Δt 54 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Potu = 50 W Potência recebida pela bomba (total): η= 116 O circuito dado pode ser redesenhado assim: Potu ⇒ 0,5 = 50 ⇒ Pott = 100 W Pott Pott R4 = 4 Ω R2 = 2 Ω i b) No motor, temos: R6 Pot’u η‘ = ⇒ 0,8 = 100 ⇒ Pot’t = 125 W Pot’t Pot’t R3 = 4 Ω i R1 = 2 Ω Pot’t = U i ⇒ 125 = 25 i ⇒ i = 5 A Potk = Vk lk Na curva característica, observamos que lk = 1,5 A quando Vk = 20 V. Nessa situação, a potência do elemento tem o valor máximo permitido, ou seja, 30 W. 15 V 10 Ω 1,5 A A 10 Ω 1,5 A 3,5 A i=5A 10 Ω V 20 V k 10 Ω B UAB = 10 i’ ⇒ 15 + 20 = 10 i’ ⇒ i’ = 3,5 A UAB = V – (10 + 10) i 35 = V – 20 · 5 ⇒ V = 135 V 115 b) A figura mostra o voltímetro num instante qualquer t, sendo t = 0 o instante em que o voltímetro encontrava-se ligado aos pontos A e C. x – b) ε = Req I ⇒ 8 = 4I ⇒ I = 2A i = 1A Em R1: Pot1 = R1 i2 = 2 · 12 ⇒ Pot1 = 2 W Em R2: Pot2 = R2 i2 = 2 · 12 ⇒ Pot2 = 2 W Em R3: Pot3 = R3 i2 = 4 · 12 ⇒ Pot3 = 4 W Em R4: Pot4 = R4 i2 = 4 · 12 ⇒ Pot4 = 4 W Em R5: Pot5 = R5 I2 = 1 · 22 ⇒ Pot5 = 4 W Em R6: Pot6 = 0 117 Resolução 1 Supondo B e G operando como geradores e redesenhando o circuito, temos: B P 600 V t V v = 2 m/s D 0,5t – 5i = 12 – 2 i1 12 – 2 i1 = 20 (i + i1) 600 t (s) R2 = 20 Ω i1 Q ⇒ i1 = 2 – t (SI) 15 a) Fazendo t = 0 na expressão de i1, obtemos: i1 = 2 A 50 i + i1 12 V Entre os pontos P e Q, podemos escrever: U (v) 0 + – Q Temos: x = vt = 2t A indicação do voltímetro é U, dada por: U = ε – (RAP + RCQ) i = ε – (x · 1,5 + x · 1,5) i U = 600 – 3x · 2 = 600 – 6x = 600 – 6 · 2t U = 600 – 12t (SI) P R1 = 2 Ω R3 = 5 Ω i Q P + – 0,5 t x C + a) Como R1 · R4 = R2 · R3, temos uma ponte de Wheatstone em equilíbrio. Conseqüentemente é nula a ddp entre os terminais de R6, o mesmo ocorrendo com a corrente nesse resistor. O voltímetro indica zero. P + – I c) Observemos que as maiores potências dissipadas ocorrem em R3, R4 e R5, sendo iguais a 4 i2 em todos eles: 4 i2 = 8 ⇒ i = 2 A e I = 2 2 A ε’ = Req I = 4 · 2 2 ⇒ ε’ = 8 2 V a) RAB = 150 Ω e RCD = 150 Ω ε = Req i ⇒ 600 = 300 i ⇒ i = 2 A A ε=8V R5 = 4 Ω 114 A potência do elemento k é dada por: b) Impondo i1 = 0: t 2 – 0 = 0 ⇒ t0 = 30 s 15 Q Manual do professor c) No resistor de 20 Ω: U = R i2 12 = 20 i2 ⇒ i2 = 0,6 A ∴ i = 0,6 A No gerador V = 0,5 t: U=ε–ri 12 = 0,5 t0 – 5 · 0,6 ⇒ 0,5 t0 = 15 t0 = 30 s i1 (A) 2 0 0 20 40 60 55 80 100 t (s) c) Como a única fem variável (0,5 t) é função de primeiro grau em t, o gráfico pedido é, com certeza, um segmento de reta: i1 (A) 2 d) Para t = 90 s: i1 = 2 – 90 ⇒ i1 = –4 A 15 Sendo i1 0, a bateria está operando como receptor elétrico, recebendo a potência : P = 12 |i1| = 12 · 4 ⇒ Pot = 48 W 90 100 0 30 t (s) Resolução 2 i2 i –4 i1 5Ω 2Ω + B +– V = 0,5 t – d) Em t = 90 s: i1 = –4 A B 20 Ω 12 V Então, B passou a ser um receptor elétrico. P = ε’ |i1| = 12 · 4 ⇒ P = 48 W (recebida) i1 i ↓ i1 0 118 Suponhamos que o diodo não esteja conduzindo: a) Para t = 0: V = 0,5 t = 0,5 · 0 = 0 Mesmo não gerando, entretanto, um gerador é um condutor. Além disso, em boas condições, pode ser considerado ideal: A A i A 1Ω i A 2Ω 2Ω 5Ω 2Ω 20 Ω 12 V 12 V i i1 i1 B 4Ω B 20 V C (0 V) Considerando nulo o potencial elétrico no ponto C, temos: νC = 0 ⇒ νB = 8 V ⇒ νA 8 V (pois νB νA) νA – νC = 20 – 2i ⇒ 20 – 2i 8 ⇒ i 6 A ε = Req i ⇒ 20 = (2 + 1 + R) i b) i1 = 0: i 5Ω V = 0,5 t i2 12 V 2Ω 0V 12 V i = 20 6 ⇒ R 1 Ω 3 3+R i1 = 0 12 V i 8V B 5 Ω e 20 Ω em paralelo: 4 Ω ε = Req i1 ⇒ 12 = (4 + 2) i1 ⇒ i1 = 2 A 12 V R B 20 Ω i1 = 0 0 V (referência) 0V i2 Portanto: • para R 1 Ω, o diodo não conduz; 3 • para R 1 Ω, o diodo conduz. 3 a) R = 2 Ω: o diodo não conduz. 20 = (2 + 1 + 2) i ⇒ i = 4 A TÓPICOS DE FÍSICA 3 4a ) b) R = 0: o diodo conduz. UAC = (R + 1) i0 ⇒ 8 = (0 + 1) i0 ⇒ i0 = 8 A i c) R = 1 Ω 3 ε, ε ε r 119 A informação “curto e grosso fio de cobre” sugere que a resistência elétrica do fio é extremamente pequena (R 0). O exercício resolvido 42 do Tópico 1 de Eletrodinâmica confirma isso. Vamos analisar as quatro possibilidades: 1 a) ε r R⯝0 r i = ε = 3ε (imáx) r r 3 Observação: • Para a obtenção de corrente máxima num resistor de resitência R, a associação de geradores em série é a adequada quando R é maior que a resistência interna r de cada gerador. Quando, porém, R é menor que r, a associação adequada passa a ser em paralelo. i ε r 3 ⇒ 56 r ε 120 ν – ν = ε A B R⯝0 K Q – K (–Q) = ε RA RB r ε 9 · 109 Q = 9 · 109 Q = 5 400 10–2 10–2 18 · 109 Q = 54 ⇒ Q = 54 9 18 · 10 Q = 3 · 10–9 C r i = 3ε = ε 3r r 9 –9 –9 K |QA| · |QB| = 9 · 10 · 3 · 10 · 3 · 10 1 d2 Note que, se fosse usada uma única pilha, a corrente teria essa mesma intensidade. F= 2a) F = 8,1 · 10–8 N i 122 r 2 ⇒ ε, ε ε r a) Não há dúvida de que a bateria (ε 2, r2), por ter maior fem, opera como gerador. Vamos supor que a bateria (ε1, r1) também opere como gerador. Observe, então, os sentidos das correntes: r R⯝0 i1 1Ω 27 V ε U1 r i= 2ε = 4ε r 3r r+ 2 U2 i2 A 1Ω 28 V 3a) icc ε r ε icc 1 i = icc + icc = 2ε + ε 1 2 2r r 2ε i= r 2 R U3 ε r r i = i1 + i2 i R⯝0 U1 = U2 ⇒ 27 – 1i1 = 28 – 1i2 i2 = i1 + 1 (I) U1 = U3 ⇒ 27 – 1i1 = R (i1 + i2) 27 – i1 = R i1 + R i2 (II) Substituindo (I) em (II), temos: 27 – i1 = R i1 + R (i1 + 1) i1 = 27 – R 2R + 1 B Manual do professor Para que o sentido de i1, seja o considerado no circuito, devemos ter: i1 0. Então: 27 – R 0 ⇒ R 27 Ω 2R + 1 b) Para que a bateria (ε1, r1) opere como receptor, o valor de i1 na expressão anterior deve ser negativo. Para isso acontecer, os valores de R devem ser dados por: R 27 Ω c) Para a bateria (ε1, r1) não operar, devemos ter i1 = 0, o que nos leva a: R = 27 Ω Note que, nessa situação: ε 2 = Req i2 ε 2 = (R + r2) i2 28 = (27 + 1) i2 ⇒ i2 = 1A e U2 = ε 2 – r2 i2 = 28 – 1 · 1 ⇒ U2 = 27 V A partir desse estado, se R aumentar, ou seja, tornar-se maior que 27 Ω, a corrente i2 certamente diminuirá e, com isso, U2 ficará maior que 27 V. Então, o potencial do ponto A estará um pouco mais de 27 V acima do de B. É aí que (ε 2, r2) impõe uma corrente em (ε1, r1), tornando-a um receptor. 123 3,0 Ω 6,0 V l i1 2,0 Ω ll Em I: 6 = 0 + 3 i1 – 2 i2 ⇒ i1 = R i3 lll i2 i1 1,0 Ω i2 Em II: 0 = 0 + (9 + R) i2 – 2 i1 + R i3 6 – R i2 R+1 Capacitores • Objetivos do Tópico Neste Tópico, estudamos o capacitor: definição, processo de carga, capacitância, energia elétrica armazenada etc. É importante mostrar aos alunos diversos tipos de capacitores. Além disso, vale a pena carregar um capacitor de alta capacitância (eletrolítico), usando uma bateria de 6 V, por exemplo, e descarregá-lo, em seguida, numa lampadinha de lanterna. Após estudar o caso particular do capacitor plano, mostramos, num boxe, que é inviável obter a capacitância de 1 farad usando esse tipo de capacitor. Na primeira “Leitura” deste Tópico, descrevemos maneiras de conseguir capacitâncias elevadas. Em seguida, estudamos a influência do dielétrico na capacitância e interpretamos o significado da permissividade. Na atual versão, foi incluída a análise dos processos de carga e descarga de um capacitor em um circuito RC. Na segunda Leitura deste Tópico, mostramos algumas aplicações de capacitores. A exposição teórica do Tópico se encerra com o estudo das associações de capacitores. i3 1,0 Ω (I) (II) Em III: 6 = 0 + (R + 1) i3 + R i2 i3 = Tópico 4 • O que não pode faltar 4,0 Ω 6 + 2 i2 3 6,0 V 57 (III) Substituindo (I) e (III) em (II), obtemos: 6 + 2 i2 6 – R i2 +R =0 3 R+1 a) Para R = 2,0 Ω: i2 = 0 b) Para R = 3,0 Ω: i2 = 0,06 A (9 + R) i2 – 2 Nota: • Também podemos responder ao item a baseados na simetria do circuito. 2. Definição 3. O processo de carga de um capacitor 4. Capacitância 5. Energia potencial eletrostática de um capacitor 6. Estudo do capacitor plano 7. Influência do dielétrico na capacitância Exercícios 10. Associação de capacitores • Associação em série • Associação em paralelo Exercícios • Algo mais A determinação experimental da carga de um capacitor plano pode ser feita por meio de uma balança eletrostática. 58 TÓPICOS DE FÍSICA 3 A figura a seguir representa, esquematicamente e de modo simplificado, uma balança eletrostática. As armaduras do capacitor plano são um dos pratos da balança e uma placa metálica fixa, ambos de área A: O campo elétrico total (uniforme) entre as armaduras tem intensidade igual a 2E. Sendo d a distância entre as armaduras e ε a força eletromotriz da fonte de tensão, temos: (II) Etotal d = ε ⇒ 2Ed = ε ⇒ E = ε 2d Substituindo (II) em (I), temos: Fe = Q ε ⇒ 2d Q 2Fed ε Conhecidos os valores de Fe, d e ε, fica determinado o valor de Q. Armadura móvel d Base isolante Armadura fixa Toda a estrutura da balança é constituída de partes metálicas em contato elétrico. Nota: • Esse resultado tem conexão com o Descubra mais do Tópico 3 de Eletromagnetismo. • Subsídios ao Descubra mais Inicialmente, a balança está equilibrada. A distância entre as armaduras é pequena e igual a d, e pequenos espaçadores (䉱) isolantes estão entre elas. Submete-se, então, as armaduras a uma ddp U de alguns milhares de volts. Com isso, surgem forças eletrostáticas de atração entre elas. O curcuito a seguir é constituído de uma pilha de resistência interna desprezível e força eletromotriz ε, de um resistor de resistência R, de um capaitor de capacitância C, inicialmente descarregado, e uma chave k, aberta. Fechando a chave, mostre que, após muito tempo, a energia armazenada no capacitor é igual à energia dissipada no resistor. R ε C –Q +Q –––––– d + – ++++++ K + – Fonte de alta tensão A intensidade Fe dessas forças pode ser determinada colocando-se, aos poucos, massas conhecidas no outro prato até se atingir uma situação em que os espaçadores deixam de ser comprimidos pelo prato, ou seja, o prato–armadura está na iminência de subir. Nessa situação, Fe é igual ao peso P da massa total conhecida adicionada no outro prato. Portanto, o valor de Fe fica determinado. Sendo Q a carga do capacitor e E a intensidade do vetor campo elétrico que cada armadura cria, temos: Fe = Q E (I) Após muito tempo, isto é, quando o capacitor estiver plenamente carregado, a energia Ec armazenada nele será: 2 Ec C ε 2 A carga final do capacitor será Q = C ε. Isso significa que o gerador retirou de uma das armaduras do capacitor uma carga de módulo igual a C ε e transferiu essa carga para a outra armadura. Portanto, passou pelo gerador uma carga de módulo C ε. Em unidades do SI, ε significa a energia que o gerador forneceu a cada coulomb que passou por ele. Portanto, para C ε coulombs, o gerador forneceu uma energia total EG, dada por: EG= (C ε) ε = C ε2 Manual do professor Podemos perceber, então, que, se metade dessa 2 energia C ε foi armazenada no capacitor, a outra 2 2 metade C ε foi dissipada no resistor. 2 • Resolução dos exercícios propostos 7 • U é constante, pois o capacitor permanece ligado à bateria. • C = A : aumentando d, C diminui. d • Q = C U: C diminui ⇒ Q diminui. Alternativa d. 8 • Q é constante, pois o capacitor está desligado. • C = A : aumentando d, C diminui. d Q • U = : C diminui ⇒ U aumenta. C • Ep = QU : U aumenta ⇒ Ep aumenta. 2 Alternativa e. 16 a) B i1 i1 2Ω 4Ω A 19 a) O campo elétrico induzido no material isolante reduz o campo elétrico resultante entre as placas. Por isso: F F0. b) Sejam C0 e U0 a capacitância e a ddp entre as placas no vácuo: Q = C0 U0 Com a introdução do dielétrico, a capacitância passa a ser C = r C0 U e a ddp entre as placas passa a ser U = 0 , já que a carga Q é consr U tante: Q = CU = r C0 · 0 = C0U0. r Sendo E0 e E as intensidades do vetor campo elétrico entre as placas nas situações inicial e final, respectivamente, temos: U E0 d = U0 ⇒ E0 = 0 d U0 E Ed=U ⇒ E= U = r = 0 d ∈r d Então: F0 = |q| E0 E F F = |q| E = |q| 0 ⇒ F = 0 ∈r ∈r Notemos que, como r é maior que 1, F é realmente menor que F0. CB = 2 CC e QAB = 18 µC Como os capacitores estão em paralelo, UA = UB = UC. Então: 2 µF 2Ω C 2 Ed = U Δt = K , temos: R R K + K + K = 6,5 · 10–2 ⇒ K = 5 · 10–2 (SI) 1 5 10 A energia dissipada no resistor de 1 Ω vale, então: –2 Ed = K = 5 · 10 Ed = 5 · 10–2 J R 1 39 C = 3 C A B i2 10 Ω 59 QA QB QC Q Q Q = = ⇒ A = B = C CA CB CC 6CC 2CC CC i2 12 V 12 = (2 + 4) i1 ⇒ i1 = 2 A 12 = (10 + 2) i2 ⇒ i2 = 1 A νA – νB = 2 i1 = 2 · 2 ⇒ νA – νB = 4 νA – νC = 10 i2 = 10 · 1 ⇒ νA – νC = 10 ⇒ νB – νC = 6 V (U no capacitor) Q = C U = 2 µF 6 V ⇒ Q = 12 µC ⇒ b) Deveríamos ter νB = νC: ponte de Wheatstone em equilíbrio. Para isso: R4=2·2 ⇒ R=1Ω QA + QB + QC QA QB QC = = = 6+2+1 6 2 1 Q 18 = A ⇒ Q = 12 µC A 9 6 Q 18 = B ⇒ Q = 4 µC B 9 2 Q 18 = C ⇒ Q = 2 µC C 9 1 42 A energia armazenada é dada por: E= CU 2 Sendo C = 17 Energia armazenada no capacitor: 2 –6 2 Ep = C U = 13 · 10 · 100 2 2 Ep = 6,5 · 10–2 J Após o fechamento da chave, a tensão é a mesma em todos os elementos do circuito, a cada instante. Como a energia dissipada nos resistores obedece a uma expressão do tipo: 2 E= 0 A e U = E d = σ d , temos: 0 d 0 A σ2 d2 · 2 d 0 2 2 2 = σ Ad ⇒ E = σ V 2 0 2 0 44 Ao se ligar B à Terra, B adquire, por indução total, uma carga –Q. Assim: K (–Q) νA = K Q + RA RB 60 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Mas Q = C U ⇒ Q = C (νA – νB), em que νB = 0. 50 Então: KQ KQ – RB RA Q = C νA ⇒ Q = C R –R 1=CK B A RA RB R R ⇒ C= 1 · A B K R B – RA K = 1 ⇒ 1 = 4π 4π K Então: 4π RA RB R B – RA C= ᐉ1 C1 = 0,08 µF Q = 2 µC U1 = Q = 2 ⇒ U1 = 25 V C1 0,08 f1 = 100 Hz Q = 2 µC U2 C2 f2 = 250 Hz 46 As placas P e Q constituem um capacitor plano de capacidade C, dada por: ᐉ2 C= A d Quando esse capacitor é eletrizado sob ddp igual a U, sua carga vale: q = CU = AU d O campo elétrico entre as placas tem intensidade E, dada por: E= U d Metade dessa intensidade é devida a uma placa e a outra metade é devida à outra placa E = E + E e cada placa submete-se apenas ao 2 2 campo criado pela outra. Assim, a placa P é atraída pela placa Q por uma força de intensidade F, dada por: U E A U · d F=q = 2 d 2 F= A U2 2d2 47 Nesse capacitor em processo de carga, temos: U = ε – R i = 12 – 10 · 0,2 ⇒ U = 10 V Q = C U = 2 · 10–3 · 10 ⇒ Q = 2 · 10–2 C Como f = N v e N = 1, temos: 2L v f1 = = 100 2ᐉ1 ᐉ ⇒ 2= 2 v ᐉ1 5 = 250 f2 = 2ᐉ2 Como C = A e Q = C U, temos: d Q = A U1 ᐉ1 Q = A U2 ᐉ2 ⇒ U2 = 25 2 ⇒ U2 = 10 V 5 51 As duas metades desse capacitor podem ser consideradas dois capacitores associados em paralelo. Então: 0 k1 A 0 k2 A 2 2 C = C1 + C2 = + d d A C = 0 (k1 + k2) 2d 51 49 + a) Q = C U ⇒ Q = 5 · 36 ⇒ Q = 180 µC b) Inicialmente, calculemos a corrente elétrica no circuito, lembrando que, após o processo de carga do capacitor, não há corrente no ramo em que ele se encontra. Os condutores AB e CD têm 150 Ω de resistência cada um. Assim: ε = Req i ⇒ 36 = 300 i ⇒ i = 0,12 A UXY = ε – (RAX + RCY)i = = 36 – (1,5 ᐉ + 1,5 ᐉ) 0,12 UXY = 36 – 0,36 ᐉ Q = C UXY ⇒ Q = 5 (36 – 0,36 ᐉ) Q = 180 – 1,8 ᐉ (ᐉ em metros e Q em microcoulombs) U1 U2 ᐉ = ⇒ U2 = U1 2 ᐉ1 ᐉ2 ᐉ1 – + F (+) – + M ⇒F (–) M – + Com n placas, temos uma associação de (n – 1) capacitores planos de A área A, em paralelo, cada um deles com capacitância igual a 0 . d Então, a capacitância do sistema é dada por: A C = (n – 1) 0 d Manual do professor 61 Parte III - ELETROMAGNETISMO Tópico 1 • Algo mais O campo magnético e sua influência sobre cargas elétricas Pode-se solicitar aos alunos trabalhos de pesquisa que abordem temas como: • O acelerador de partículas ciclotron. • A câmara de bolhas e outros detectores de partículas. • Objetivos do Tópico • Subsídios ao Descubra mais Iniciamos este Tópico apresentando noções básicas de Magnetismo. Sugerimos, como experimento, a construção de uma bússola. Em seguida, estabelecemos a orientação do vetor indução magnética e conceituamos linhas de indução. Experimentos com ímãs e limalha de ferro despertam bastante o interesse dos alunos e podem ser realizados facilmente em aula. Para orientar a força magnética atuante em partículas eletrizadas, usamos a regra da mão direita espalmada, mas colocamos em um boxe a regra da mão esquerda de Fleming, outra opção. Após a análise dessa força, estudamos o efeito Hall. A exposição teórica do Tópico se encerra com a análise dos possíveis movimentos de partículas eletrizadas submetidas exclusivamente a um campo magnético uniforme e constante. Na Leitura deste Tópico, mostramos por que ocorrem as auroras polares. Os exercícios 35 e 40 mostram aos alunos como é possível medir a massa de um átomo por meio do espectrômetro de massa. 1. Por que as auroras polares acontecem predominantemente naquelas regiões? Na realidade, a excitação dos gases da atmosfera causada pelos elétrons do “vento solar” não ocorre apenas nas regiões polares. Entretanto, nas regiões polares a quantidade de excitações por unidade de tempo e por unidade de volume de ar é muito maior porque o campo magnético terrestre desvia grande quantidade de elétrons, de modo a concentrá-los nessas regiões. Assim, a luminosidade decorrente das excitações torna-se muito mais intensa e pode ser vista mais facilmente do que em outras regiões. Por isso, as auroras acontecem predominantemente nas regiões polares. • O que não pode faltar 2. Ímãs ou magnetos • Pólos magnéticos • Atração e repulsão • Inseparabilidade dos pólos de um ímã 3. O campo magnético de um ímã 4. Campo magnético uniforme Exercícios 5. Ação do campo magnético sobre cargas elétricas Exercícios 7. Campo magnético uniforme e constante 8. Movimento de portadores de carga elétrica lançados em um campo magnético uniforme e constante • Quando a velocidade v tem a mesma direção de B • Quando a velocidade v tem direção perpendicular a B Exercícios 2. Em Eletrostática, você estudou as linhas de força de um campo elétrico. Por que essa denominação (linhas de força) não é adequada para as linhas de indução de um campo magnético? Em um campo elétrico, partículas eletrizadas submetem-se a forças elétricas que têm a mesma direção das linhas do campo. Portanto, a denominação linhas de força é adequada a essas linhas: E1 Fe 1 Fe 2 + q1 > 0 – q2 < 0 E2 Linha de força Em um campo magnético, porém, as forças magnéticas possíveis de atuar em partículas eletrizadas têm direções perpendiculares às linhas do campo. Por isso, é inadequado chamá-las de linhas de força: 62 TÓPICOS DE FÍSICA 3 + Fm 1 v1 B1 + q1 > 0 – q2 < 0 EX v2 v Arco de parábola B2 + Fm Fe 2 Linha de indução Nota: • A força magnética que atua em uma partícula ferromagnética – um grânulo de limalha de ferro, por exemplo – tem a mesma direção do vetor campo magnético. Entretanto, a importância dessa força que atua em partículas eletrizadas é bem maior pela grande diversidade de aplicações práticas (motores elétricos, tubos de raios catódicos, espectrômetros de massa, aceleradores de partículas entre outros). • Resolução dos exercícios propostos v B – Y 38 Em O, deve prevalecer o campo magnético do ímã, o que fez θ ser aproximadamente igual a 90°. Em pontos muito afastados de O, o campo do ímã torna-se desprezível, prevalecendo, então, o campo magnético terrestre, o que torna θ praticamente igual a zero. Alternativa c. 39 2 2q U τF = Ec ⇒ q U = m v ⇒ v = m e 2 2 · 1,6 · 10–19 · 2 000 1,6 · 10–26 v= Z 22 Alternativa e. Fm ⇒ v = 2 · 105 m/s 1,6 · 10–26 · 2 · 105 R= mv = |q| B 1,6 · 10–19 · 0,5 R = 40 mm Fm – 40 v X Fonte de íons a) EP + EC + EP + EC B B A A 2 Observemos que haverá acúmulo de elétrons livres na região central do bastão e conseqüente falta deles nas extremidades. 24 Supondo que as partículas se submetem exclusivamente aos q νB + m v = q νA + 0 2 2 q (νA – νB) v= m V Como νB νA : q 0 campos citados, temos: A: campo elétrico F q e v0 – E Como a partícula está em movimento retardado, submete-se a uma força elétrica Fe oposta à sua velocidade e, portanto, oposta ao vetor E . Assim, q é negativa. q v0 B: campo magnético – B θ = 0° ⇒ Fm = O ⇒ velocidade constante 36 Região I: Movimento retilíneo e acelerado na direção e no sentido de x ⇒ +Ex Região II: MCU ⇒ BZ BZ + Fm Então: v = A v0 = 0 B v 2q V m 2 b) Rcp = Fm ⇒ m v = q v B R qBR m =qBR m= 2q V v q B2 R2 m2 = q2 B2 R2 m ⇒ 2V 2q V c) 1o pico: 1,6 · 10–19 2 (10 · 10–2)2 100 m1 = 2 · 10 000 m1 = 1,6 · 10–27 kg ∴ m1 = 1 u (hidrogênio) v Arco de circunferência 2o pico: m2 = Região III: composição de MU na direção de y com MUV na direção de x ⇒ –Ex 1,6 · 10–19 4 (10 · 10–2)2 100 2 · 10 000 m2 = 3,2 · 10–27 kg ∴ m2 = 2 u (deutério: um isótopo do hidrogênio) Manual do professor 41 R2 = h2 + (d – R)2 ⇒ R2 = h2 + d2 – 2d R + R2 Fe E 2 2 R= h +d 2d v1 θ q + 63 B Bmín = mv 2 2 q h +d 2d = 2 m2 v d2 q (h + d ) Então: Fm 2mvd ⭐B⭐ 2mv qd q (h2 + d2) Fe = Fm ⇒ |q| E = |q| v B sen θ v= 5 E ⇒ v = 2 · 10 B sen θ 0,1 sen θ 45 6 v = 2 · 10 m/s sen θ a) Antes de a partícula penetrar no campo magnético, temos: Rar 43 Se o campo magnético fosse uniforme e constante, a partí- cula descreveria uma hélice cilíndrica com seção transversal de raio m v⊥ . Entretanto, como B diminui, esse raio aumenta e a partícula R= |q| B descreve aproximadamente a trajetória representada a seguir, que é uma hélice não-cilíndrica: a Rar = P ⇒ k v0 = m g v0 K= mg v0 P b b) A nova velocidade constante é atingida quando Rar e FM equilibram o peso, ou seja, quando a resultante de todas as forças se anula: v x B Rar FM Alternativa c. + 2 44 F = F ⇒ m v = q v B 1, em que q ⬎ 0 cp m r B= mv qr vL • Bmáx ⇒ rmín = d 2 h Peso v d 2 Bmáx ⇒ c) No triângulo retângulo destacado na figura acima, temos: Peso2 = F2M + R2ar m2 g2 = Q2 v2L B2 + k2 v2L m v 2m v = qd qd 2 v2L = m 2 g2 Q2 B2 + k2 – vL = m g (Q2 B2 + k2) • Bmín ⇒ rmáx = R 1 2 46 N S SM h NG R v d–R R d Não. A pessoa vai caminhar para o sul magnético, afastando-se, portanto, do norte geográfico. 64 TÓPICOS DE FÍSICA 3 –3 –2 47 R = m v = (2,0 · 10 ) · (2,0 · 10 ) –6 Então: (8,0 · 10 ) · (5,0) |q| B |U| = v B ⇒ |U| = d v B d R = 1,0 m B |U| = 5,0 · 10–2 m 1,47 · 10–5 m/s · 4,0 T B 0,80 m |U| = 2,94 · 10–6 V = 2,94 µV 0,80 m R = 1,0 m Tópico 2 v + A Vista de cima d A origem do campo magnético C 0,60 m d = R – 0,60 = 1,0 – 0,60 ⇒ d = 0,40 m • Objetivos do Tópico 50 a) Durante um intervalo de tempo Δt, N elétrons livres passam por uma seção transversal da fita. Esses elétrons ocupam uma porção da fita de volume V e comprimento Δs: i A v V Δs ⇓ Após Δt v Δs n = N ⇒ N = n V = n A Δs V N i = e = n A Δs e ⇒ i = n A v e Δt Δt i v= nAe 100 C/s v= elétrons 22 8,5 · 10 5,0 cm2 · 1,6 · 10–19 C cm3 v = 1,47 · 10–3 cm/s b) i P + + + + + + + + + + + Fe v E B – d = 5,0 cm U Fm – – – – Vista de cima – – – – – – Iniciamos este Tópico descrevendo a experiência de Oersted. Sugerimos depois um experimento para comprovar que correntes elétricas geram campo magnético. Em seguida, estudamos o campo magnético gerado por um fio retilíneo, aplicando a Lei de Ampère na determinação de sua intensidade. Para orientar as linhas de indução, usamos a regra da mão direita envolvente, tanto no caso do fio retilíneo como nos seguintes. O conhecimento do campo gerado por fio retilíneo possibilita uma análise mais detalhada da experiência de Oersted, apresentada em um boxe. Ao estudarmos o campo magnético gerado por uma espira circular, sugerimos um experimento simples para comprovar a existência de pólos magnéticos na espira. Aplicamos a Lei de Biot-Savart-Laplace para determinar a intensidade desse campo no centro da espira. No estudo do campo magnético gerado por um solenóide, aplicamos novamente a Lei de Ampère para determinar a intensidade desse campo no interior de um solenóide compacto. Em um boxe, mostramos como os elétrons são direcionados em um tubo de imagem. Em seguida, estudamos as propriedades magnéticas dos materiais, enfatizando os ferromagnéticos. Sugerimos um experimento para comprovar o ponto Curie. Na primeira “Leitura” deste Tópico, tecemos alguns comentários sobre o campo magnético terrestre. Finalizamos a exposição teórica do Tópico estudando o eletroímã e apresentando uma “Leitura” sobre disjuntores. – Q A polarização da fita se encerra quando Fe e Fm se equilibram: Fe = Fm ⇒ e E = e v B ⇒ E = v B |U| Como E d = |U|: E = d • O que não pode faltar 1. Introdução 2. Campo magnético gerado por um fio retilíneo muito longo (infinito) 65 Manual do professor Exercícios 3. Campo magnético gerado por uma espira circular Exercícios 5. Origem das propriedades magnéticas dos materiais 6. Materiais ferromagnéticos 9. Eletroímã Exercícios • Algo mais Uma montagem experimental para demonstrar em sala de aula o experimento de Oersted pode ser feita de modo bastante simples, como sugere a figura a seguir: L P1 I A força magnética F atuante em um pólo magnético de intensidade p, no vácuo ou no ar, devida a um campo magnético externo B, tem a mesma direção de B e intensidade F = p B . Se o pólo que µ0 se submete ao campo B é um pólo norte, a força magnética tem o mesmo sentido de B; se é o sul, a força citada tem sentido oposto ao de B. Considere o ímã em forma de barra reta ilustrado na fígura a seguir, em que estão representadas algumas das linhas de indução do campo magnético do ímã, em uma região externa a ele (ar): π Ímã N S U A P2 B F1 T F1 F2 N F4 F3 S Fios de cobre ligados às extremidades do U para gerar uma corrente elétrica usando uma pilha Em que: U: fio grosso e rígido de cobre ou alumínio (ou uma haste de latão) em forma de U; T: tábua; F1 e F2: furos na tábua, onde se encaixa a peça U; I: ímã suspenso ao U por fios de linha (L); P1 e P2: parafusos de ferro para “prolongar” o ímã, se necessário. Inicialmente, posicionamos a tábua de modo que o ímã fique estabilizado paralelamente ao trecho horizontal do U. Em seguida, estabelecemos uma corrente contínua no U e observamos um desvio do ímã. • Subsídios ao Descubra mais 1. Em um ímã, existe um local denominado zona neutra, que não atrai magneticamente, por exemplo, um prego de ferro. Elabore um modelo para explicar a existência da zona neutra. N S F2 Se uma peça ferromagnética não-imantada – de ferro, por exemplo – for colocada na região A indicada na figura, por indução, ela vai adquirir pólos magnéticos norte e sul, não-permanentes. Como a parte da peça em que é induzido o pólo norte está em uma região de campo magnético mais intenso (maior densidade de linhas de indução do campo externo), a organização dos domínios magnéticos será mais perfeita nessa parte do que na outra, que está em uma região de campo magnético menos intenso. Isso equivale a dizer que a peça, como um todo, terá um pólo norte induzido mais intenso que o pólo sul induzido. A diferença entre as intensidades de B nas duas partes consideradas e a diferença entre as intensidades dos pólos induzidos permitem concluir que a intensidade da força F1 será maior que a de F2 e, portanto, que a peça será atraída pelo ímã. Entretanto, se a peça for centrada na região B – uma região do plano π no qual está a zona neutra do ímã (ver figura) –, o nível de organização (ou desorganização) dos domínios, à esquerda e à direita do plano π, será o mesmo. Assim, as intensidades dos pólos norte e sul induzidos na peça serão iguais. Considerando que as dimensões da peça sejam muito menores que as distâncias entre ela e os pólos 66 TÓPICOS DE FÍSICA 3 do ímã, os pólos induzidos estarão submetidos a vetores B praticamente horizontais e de mesma intensidade. Assim, as forças F3 e F4 se equilibrarão e a peça não será atraída pelo ímã. 2. Um longo fio de cobre, estendido paralelamente a um terreno plano e horizontal, é percorrido por uma corrente elétrica constante de intensidade i. Numa pessoa P, em repouso na posição indicada na figura (vista de cima), o vetor indução magnética devido ao fio é B (B ≠ 0). i • Resolução dos exercícios propostos 11 Para r = 1 m, por exemplo, temos: µ0 B µ0 = 20 ⇒ B = 2π 20 2π µ i µ i µ Como B = 0 : 0 20 = 0 2π r 2π 2π i = 20 A 12 Posição da agulha livre do campo magnético do fio: Posição da agulha no ponto 5: N BTerra BTerra Fio N S O M N P Suponha que essa pessoa passe a caminhar ao longo da reta MN paralela ao fio, dirigindo-se de M para N, com velocidade de módulo igual ao da velocidade média dos elétrons livres presentes no fio. As duas velocidades são relativas ao terreno. Qual é, nessa nova situação, o vetor indução magnética na pessoa, devido ao fio? Explique. Quando a pessoa P está em repouso no terreno, a corrente elétrica no fio é devida ao movimento de elétrons livres, que se deslocam em relação a ela com velocidade média de módulo v, no sentido de M para N. Na figura a seguir, os cátions do fio, “fixos” em relação à pessoa, não foram representados: i – L – – – i Bresultante S N S Bfio Notemos que a deflexão sofrida pela agulha, ao ser colocada no ponto 5, é de 180°. Alternativa e. 15 Em P, B entra no papel: 1 µ i1 –7 = 4π 10 · 18 ⇒ B1 = 1,2 · 10–4 T 2π r 2π 3,0 · 10–2 Em P, B2 sai do papel: µi –7 ⇒ B2 = 2,0 · 10–4 T B2 = 2 = 4π 10 · 10 2π r 2π 1,0 · 10–2 Assim: BP = B2 – B1 ⇒ BP = 8,0 · 10–5 T B1 = – 17 Na figura a seguir, estão indicados os vetores indução no centro B M N P do quadrado, criados pelos quatro fios: P A Ao caminhar paralelamente ao fio, de M para N, com velocidade de módulo também igual a v, os elétrons livres passam a estar em repouso em relação à pessoa. Portanto, para ela, a corrente elétrica e o campo magnético devidos a esses elétrons tornam-se nulos. Entretanto, em relação à pessoa, a rede cristalina formada pelos cátions agora se move, deslocando-se com velocidade de módulo v, no sentido de N para M, e gerando uma corrente elétrica com a mesma intensidade e o mesmo sentido da corrente da situação anterior. Conseqüentemente, o campo magnético B na pessoa, devido ao fio, permanece o mesmo: i + M + + B P + + N B BD BA BB BC P D C Como as correntes têm a mesma intensidade e P é eqüidistante dos quatro fios, temos: µi B A = BB = B C = BD = B = 2π r Sendo µ = 4 π 10–7 T m , i = 30 A e r = ᐉ 2 = 7,5 2 · 10–2 m, calculeA 2 mos B, que é o módulo comum dos quatro vetores: B= 8,0 · 10–5 4π 10–7 · 30 ⇒ B= T –2 2 2π 7,5 2 · 10 Manual do professor No centro do quadrado, temos: 27 i1 = BP i 2B 67 i 2 C 2B i2 = i 2 As correntes de intensidades i1 e i2 criam, no centro C, campos magnéticos de mesma intensidade e sentidos opostos. Então: BC = 0 P Aplicando o Teorema de Pitágoras ao triângulo sombreado, obtemos: B2P = (2 B)2 + (2 B)2 ⇒ BP = 2 B 2 36 N BTerra 8,0 · 10–5 T, calculemos BP: 5 –5 8,0 · 10 · 2 BP = 2 · 2 Como B = N O S BP = 1,6 · 10–4 T L Bsolenóide S 21 Alternativa a. ⇒ B i 44 Na mesma posição em que se estabilizou a agulha da bússola (a) porque, na presença do ímã, a agulha da bússola (b) magnetiza-se por indução. – Mão direita envolvente Resposta: Perpendicular ao plano da circunferência, entrando nesse plano. 25 B1 = µ i1 –7 = 4π 10 · 20 2 R1 2 · 0,20 ⇒ B1 = 2π 10–5 T B2 = µ i2 –7 = 4π 10 · 30 2 R2 2 · 0,40 ⇒ B2 = 1,5π 10–5 T Como B1 e B2 têm a mesma direção e o mesmo sentido (perpendicular ao plano do papel, “entrando” no papel), temos, em C: B = B1 + B2 = 3,5 π 10–5 T 47 Se as correntes tivessem o mesmo sentido, haveria um enfraquecimento do campo magnético resultante nas vizinhanças do centro do segmento AB, pois elas criariam aí campos de sentidos opostos. O campo resultante nessa região, entretanto, é intenso, pois, quanto maior a densidade de linhas de indução, maior é a intensidade do campo. Além disso, na metade da distância entre os fios, o campo magnético não é nulo, já que existe uma linha de indução nesse local. Alternativa a. 48 Só ocorrerá deflexão da agulha, no plano horizontal, nas posições em que o campo magnético gerado pela corrente no fio for horizontal ou, pelo menos, tiver componente horizontal. Isso acontece em 2, 3 e 4: B Bh 26 B1 = µ0 i1 –7 = 4π 10 · 8 2R 2 · 0,4π ⇒ B1 = 4 · 10–6 T B2 = µ0 i2 –7 = 4π 10 · 6 2R 2 · 0,4π ⇒ B2 = 3 · 10–6 T Como os dois campos são perpendiculares entre si, temos, em O: B = 5 · 10–6 T = 5 µT Nota: N m N C m s • Tm = = A = N2 A A A A 2 B = Bh 3 4 Bh B B i 1 5 Fio B Alternativa e. 68 TÓPICOS DE FÍSICA 3 49 Na figura a seguir, estão indicados os vetores indução magnética criados em O pelos três condutores. Os sentidos desses vetores foram dados pela regra da mão direita envolvente. 52 A a) BC 4A A r i1 i2 2Ω 60° 4A O BA O B 30° r 6Ω C B BB Como as correntes têm a mesma intensidade nos três condutores e o ponto O é eqüidistante deles, concluímos que os módulos dos três vetores são iguais. Assim: B A = BB = BC = 1 de 8 Ω = 2 Ω 4 3 de 8 Ω = 6 Ω 4 r 30° µ0 i 2π r Sendo µ0 = 4π 10–7 T m , i = 20 A e r = 2,0 m, temos: A –7 · 20 4π 10 ⇒ BA = BB = BC = 2,0 · 10–6 T B A = BB = BC = 2π 2,0 A seguir, determinamos a resultante dos três vetores. A soma de BC com BB é igual a BA: BB + BC BA Assim: B0 = 2,0 · 10–6 + 2,0 · 10–6 B0 = 4,0 · 10–6 T A diferença de potencial é igual para os dois arcos entre A e B. Lembrando que U = R i, temos: 2 i1 = 6 i2 ⇒ i1 = 3 i2 Como i1 + i2 = 4 A ⇒ 3 i2 + i2 = 4 A i2 = 1 A i1 = 3 A b) i1 cria B1 entrando em O: µi 3µ B1 = 1 · 1 = 4 2R 8R i2 cria B2 saindo de O: µi 3µ B2 = 3 · 2 = 4 2R 8R Portanto: BO = 0 53 50 O Bfio • Determinação de i: Bespira µ i Bfio = 0 2π r V=Ri= µ i Bespira = 0 2R 2 ρL ρL i= 2 i ⇒ i= πr V ρL A πr • Determinação de n: µ0 i µ20 i2 µ20 i2 BO = B2fio + B2espira = + 2 ⇒ BO = 2 2 2 4π r 4 R 1 + 1 π2 r2 R2 51 Corte longitudinal da bobina a) ε = Req i ⇒ 100 = 20 i ⇒ i = 5 A µni = 4 π 10–7 · 1 000 · 5 ᐉ B = 2π · 10–3 T B= 2r Sendo ᐉ o comprimento da bobina e N o número de espiras, temos: n = N e ᐉ = N 2r ᐉ b) Um observador à esquerda de A vê: i i A Assim, a extremidade A é um pólo sul magnético. Portanto: n= N = 1 N 2r 2r • Finalmente, temos: 2 B=µni=µ 1 · πr L 2r ρ L µπrV B= 2ρL Alternativa a. Manual do professor 69 Anel 55 Vamos, então, à resolução do exercício. Os trechos retilíneos não criam vetor indução em C. O trecho circular de raio R1 cria em C um vetor indução de intensidade B1 e sentido entrando no papel: Δr q R r Área total: π R2 Área do anel de largura elementar: 2π r Δr Carga total: Q Carga do anel: q B1 = O trecho circular de raio R2 cria em C um vetor indução de intensidade B2 e sentido saindo do papel: B2 = Como a carga é proporcional à área: µ0 i α 4π R1 µ0 i α 4π R2 Então, a intensidade do vetor indução resultante em C é dada por: q 2π r Δr = ⇒ q = 2Q r2 Δr Q π R2 R A intensidade da corrente elétrica gerada por q, considerando um período T, é dada por: q 2Q r Δr 2Q r Δr Q ω r Δr = = = T T R2 π R2 2π · R2 ω A intensidade do campo magnético gerado pelo anel, em seu centro, é: Q ω r Δr µ0 i µ0 π R2 µ Qω B= = = 0 2 Δr 2r 2r 2π R B = B 1 – B2 ⇒ B = µ0 i α 1 1 – 4π R1 R2 i= constante Então: Btotal = Σ B = Σ µ Qω µ0 Q ω Δr = 0 2 2 2π R 2π R R µ Qω Σ Δr ⇒ Btotal = 0 2 R 2π R µ Qω Btotal = 0 2π R 56 a) Nesse caso, α = β = 90° e sen α = sen β = 1: B= µi µi (1 + 1) ⇒ B = 2π r 4π r b) Agora temos α = 90° e β = 0°. Então, sen α = 1 e sen β = 0: B= µi 1 µi µi (1 + 0) ⇒ B = = · 4π r 2 2π r 4π r 57 Revendo a aplicação da Lei de Bio-Savart-Laplace na determinação da intensidade Bespira do vetor indução magnética no centro de uma espira circular, percebemos que um trecho da espira cria naquele ponto um vetor indução de intensidade Btrecho, proporcional ao comprimento ᐉ do trecho. Assim, sendo 2π R o comprimento total da espira, temos: ᐉ R i α Btrecho Bespira = ᐉ 2π R Btrecho = Bespira · ᐉ 2π R Como ᐉ = α (em radianos), podemos escrever: R µ i µ iα Btrecho = Bespira · α = 0 · α = 0 2π 2R 2π 4π R Tópico 3 Força magnética sobre correntes elétricas • Objetivos do Tópico Após estudar a força magnética atuante num trecho elementar de um fio condutor, determinamos essa força no caso particular de um condutor retilíneo imerso em um campo magnético uniforme. Na orientação da referida força, usamos a regra da mão direita espalmada, mas colocamos, em um boxe, a regra da mão esquerda de Fleming, uma outra opção. Após a análise do comportamento de uma espira retangular imersa em um campo magnético uniforme, ficamos conhecendo o princípio de funcionamento de um motor elétrico de corrente contínua. Em um boxe, detalhamos um pouco mais esse tipo de motor. O esquema apresentado pode servir de sugestão para a construção de um motor elétrico rudimentar. Na “Leitura” deste Tópico, analisamos o funcionamento do galvanômetro analógico e do alto-falante de bobina móvel. A exposição teórica do Tópico se encerra com o estudo da interação magnética de condutores retilíneos e paralelos. Com isso, definimos a unidade ampère de intensidade de corrente elétrica. • O que não pode faltar 3. Força magnética exercida em um condutor retilíneo imerso em um campo magnético uniforme. Exercícios 70 TÓPICOS DE FÍSICA 3 5. Forças magnéticas entre dois condutores retilíneos e paralelos. Exercícios • Subsídios ao Descubra mais Em todos os questionamentos a seguir, atenha-se ao Sistema Internacional de unidades. a) Para que um corpo de massa m adquira uma aceleração de módulo a, é necessário que a resultante das forças que atuam nele tenha um módulo F proporcional a m e a a, ou seja: F=kma em que k é uma constante de proporcionalidade. Entretanto, a expressão usual do Princípio Fundamental da Dinâmica é, em módulo, F = m a. Portanto, a constante k é igual a 1. Esse valor k foi medido ou, de alguma forma, escolhido? Explique. O valor k, igual a 1, foi escolhido ao se definir 1 N (um newton) como a intensidade da força resultante que produz uma aceleração de intensidade igual a 1m/s2 em um corpo de massa igual a 1 kg: 1N = 1kg · 1m/s2 b) O valor da constante de proporcionalidade G, que aparece na Lei da Gravitação, de Newton, foi medido ou adotado? Explique. A constante física G foi medida. Sua primeira determinação experimental foi realizada pelo físico inglês Henry Cavendish, em 1798. Usando uma balança de torção e corpos de massas conhecidas, mediu a distância entre os corpos, determinou a intensidade das forças de atração gravitacional entre eles e, aplicando a Lei de Newton da atração das massas, obteve: G = 6,71 · 10-11 Nm2/kg2 Em comparação com as outras constantes físicas fundamentais, como a carga elétrica elementar (e) e a velocidade da luz no vácuo (c), por exemplo, a constante G é, até hoje, a conhecida com menor precisão. Seu valor atualmente aceito é 6,6739 · 10–11 Nm2/kg2, muito próximo do valor determinado por Cavendish há mais de duzentos anos. Em virtude de dificuldades experimentais, 0 não foi determinada diretamente a partir da lei de |Qq| Coulomb: Fe = 1 · d2 4π 0 Um capacitor plano, a vácuo, como o representado na figura ao lado, plenamente carregado com carga Q por um gerador de força eletromotriz igual a ε, possibilita a determinação de 0. A capacitância C de um capacitor é definida por: –Q A U=ε + – Q U Então, para o capacitor representado na figura, temos: Q C= ε C= Medindo Q e conhecendo ε, determinamos C. Sendo A a área de cada face das placas do capacitor e d a pequena distância entre elas, determinamos 0 a partir da expressão da capacitância de um capacitor plano: A C= 0 ⇒ 0= C d d A (ver “Algo mais” do Tópico 4 de Eletrodinâmica) Nota: • O valor de 0 também pode ser obtido, por meio de cálculo, a partir da seguinte expressão decorrente da teoria eletromagnética de Maxwell (ver Tópico 1 de Física Moderna, neste volume). 0 µ0 c2 = 1 em que c é a velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo. A partir do valor de µ0 que, como vimos, foi adotado, e do valor de c (medido), calcula-se 0. • Resolução dos exercícios propostos 12 Em qualquer trecho elementar da espira, o ângulo θ é igual a zero: c) Vimos que o valor da permeabilidade magnética do vácuo (µ0) foi adotado. Isso também aconteceu com a permissividade elétrica do vácuo (0)? Explique. Não, a permissividade elétrica do vácuo (0) foi determinada experimentalmente. d +Q θ = 0° I Assim, a força magnética na espira é nula. Alternativa b. Bfio Manual do professor RAB i1 = RCD i2 ⇒ RAB i1 = 2 RAB i2 i1 = 2i2 T 14 a) i1 = 2i2 i1 + i2 = 12 ⇒ i1 = 8 A i2 = 4 A Temos que: –7 µi i ᐉ F = 1 2 = 4π 10 · 8 · 4–2· 1 2π d 2π 1,0 · 10 F = 6,4 · 10–4 N P T = P = m g = (200 · 10–3) · (10) T = 2,0 N b) 71 24 Para o movimento tornar-se iminente, é preciso que a intensi- Fm B dade da força magnética atinja o valor da força de atrito de destaque. Calculemos, então, o valor da indução magnética, que é vertical: B i ᐉ = µe m g ⇒ B 10 · 0,6 = 0,5 · 0,3 · 10 B = 0,25 T i 25 Fn P Fm = P = 2,0 N Fm 2,0 = B ᐉ (1,0) · (20 · 10–2) i = 10 A, horizontal, da esquerda para a direita. Fm = B i ᐉ ⇒ i = 45° Fm 45° c) ε = Req i = 6,0 · 10 ε = 60 V 15 2T θ B Fm cos 45° = P cos 45° ⇒ Fm = P B i ᐉ = P ⇒ 0,5 i · 1 = 2 ⇒ i = 4 A 2Ty = P i 2TX = F F 45° P 26 Para o condutor AB ficar em repouso, é preciso que a força magnética Fm equilibre seu peso P . Então: Fm Fm = P B i ᐉ sen θ = P P i= B ᐉ sen θ i A 2Ty P tg θ = = 2Tx F B B F = B i L sen 90° = B i L ou tg θ = P ⇒ i = P B L tg θ BiL i = P (B L tg θ)–1 P 22 Lembrando que R = RAB = Alternativa d. ρᐉ e sendo AAB = 2 ACD: A RCD ⇒ RCD = 2 RAB 2 P Como P = 20 N, B = 0,5 T, ᐉ = 1 m e sen θ = sen 90° = 1, calculemos i: i= 20 ⇒ i = 40 A 0,5 · 1 · 1 A situação esquematizada equivale, eletricamente, ao circuito a seguir: M r=1Ω ε – + i = 40 A M‘ i1 RAB i = 12 A A i2 RCD R=9Ω B Então: ε = (R + r) i Fazendo R = 9 Ω, r = 1 Ω e i = 40 A, calculemos ε: ε = (9 + 1) 40 ε = 4 · 102 V 72 TÓPICOS DE FÍSICA 3 r 28 No trecho CD surge uma força magnética vertical para baixo, cuja intensidade deve ser igual à do peso do corpo colocado no prato para reestabelecer o equilíbrio: C B i CD = m g ⇒ B = D B= mg i CD A 15,0 · 10–3 · 9,80 ⇒ B = 0,294 T 10,0 · 5,00 · 10–2 Fm Δd d Para uma melhor vizualização, vamos ampliar esses trechos: B i Δ sen θ B i Δ 29 θ a) F1: B Δd B i Δ cos θ B i Δ sen θ θ Δ Bid BiΔ θ θ Δ cos θ Fm = P B i Δ Δ Δ Δ cos θ B i i B i Δ Δ B i Δ cos θ i L=d Bi A Δ sen θ = Δd i i Bi B d Por simetria, as componentes de intensidades B i Δᐉ cos θ se equilibram. Então: Fm = Σ B i Δᐉ sen θ = B i Σ Δd Fm = B i d F2: Δ sen θ = Δd Δd Bim Tópico 4 i m Bin n i Bip Bi p q A Biq B d • Objetivos do Tópico B i n + B i q = B i (n + q) = B i ᐉ B i m + B i p = B i (m + p) ⇒ Fm = B i d F3: B i L sen θ = B i d BiL d i B i L cos θ = B i θ θ L Bi i A d Indução eletromagnética B cos θ = ᐉ ⇒ ᐉ = L cos θ L sen θ = d ⇒ d = L sen θ L Então: Fm = B i d b) Consideremos trechos elementares do fio, de comprimentos iguais a Δᐉ, e simétricos em relação à reta r: No início deste Tópico, definimos o fluxo do vetor B e conceituamos a indução eletromagnética. Sugerimos um experimento muito simples em que o aluno constata o aparecimento de corrente elétrica em um enrolamento de fio que não está ligado a nenhum gerador. Após enunciar a Lei de Lenz, procuramos levar o aluno a redescobri-la por meio da análise de uma situação particular. Sugerimos ainda um experimento que possibilita constatar a Lei de Lenz e investigar a Lei de Faraday-Neumann. No estudo das correntes de Foucault, apresentamos algumas de suas aplicações. Na primeira “Leitura” deste Tópico, analisamos a aplicação da indução eletromagnética nos microfones dinâmicos, nas cápsulas magnéticas dos antigos tocadiscos, nas fitas magnéticas de áudio e vídeo, nos cartões magnéticos e bilhetes de metrô e nos disquetes. Manual do professor • Subsídios ao Descubra mais 1. Nas guitarras elétricas, as vibrações das cordas geram pequenos sinais elétricos que, depois de amplificados, chegam aos alto-falantes, onde são produzidos os sons que ouvimos. Como funcionam os captadores das vibrações das cordas? Cada captador é constituído de um ímã permanente envolvido por uma bobina na qual será induzida uma pequena corrente elétrica de acordo com o sinal mecânico (som) emitido pela corda vibrante. A guitarra da fotografia tem três captadores para cada corda. • O que não pode faltar 1. Introdução 2. Fluxo do vetor indução magnética ou fluxo de indução (θ) 3. Variação do fluxo de indução 4. Indução eletromagnética 5. Lei de Lenz e o sentido da corrente induzida Exercícios 7. Movimento de um fio condutor em um campo magnético: força eletromotriz induzida 8. Força contra-eletromotriz de um motor 9. Lei de Faraday-Neumann Exercícios • Algo mais É pertinente solicitar trabalhos de pesquisa sobre veículos de levitação magnética e sobre um acelerador de elétrons denominado bétatron. Uma demonstração experimental interessante para simular o aproveitamento da energia eólica para a obtenção de energia elétrica pode ser realizada usando um pequeno motor de corrente contínua, com uma hélice de aeromodelo acoplada a seu eixo, um led e um ventilador. Dispondo o motor de modo que a hélice fique voltada para o ventilador em rotação máxima e perto dele, ela gira. Com isso, o led, ligado adequadamente aos terminais do motor, acende. Nota: • O autor usou um ventilador de alta potência, um motor retirado de um velho videocassete e uma hélice 11 7,5. Corda de metal ferromagnético Região magnetizada pelo ímã, por indução magnética N S N T1 Bobina Para o amplificador S T2 Ímã Representação esquemática de um captador visto de lado. Quando a corda vibra, a região dela, magnetizada pelo ímã por indução magnética, produz um fluxo magnético variável através da bobina, acarretando uma força eletromotriz induzida, também variável, entre seus terminais T1 e T2. Essa força eletromotriz induzida gera uma pequena corrente, que é amplificada, e, em seguida, passa pelos alto-falantes, que geram sons nas mesmas freqüências de vibração da corda. Há mais de um captador para cada corda, em diferentes posições para melhorar a eficiência da recepção dos diferentes harmônicos emitidos por ela. 2. Em uma situação de emergência, um eletricista usou uma lâmpada especificada por 150 W-220 V, em um local em que a tensão da rede elétrica é de 110 V. Ele dispunha de fios de cobre com isolação, de vários plugues (“macho” e “fêmea”) e de um transformador especificado por: Jupiter Unlimited/Keydisc Em seguida, analisamos a força eletromotriz induzida em um fio condutor movendo-se em um campo magnético e esclarecemos a origem da força contraeletromotriz de um motor de corrente contínua. O próximo item abordado é a Lei de Faraday-Neumann. Após a apresentação dos transformadores de tensão, fazemos, na segunda “Leitura” deste Tópico, a análise do circuito de ignição de motores à explosão. Na atual versão, acrescentamos o estudo da indutância de um circuito, incluindo a auto-indução e o circuito RL. No Apêndice, estudamos o princípio de obtenção de correntes alternadas, o comportamento dessas correntes em resistores e a conversão de tensão alternada em tensão contínua. 73 74 TÓPICOS DE FÍSICA 3 • potência: 300 W • tensão de entrada (primário): 220 V • tensão de saída (secundário): 110 V O que esse eletricista vez para usar a lâmpada com seu brilho normal? Um mesmo transformador que fornece 110 V na saída (secundário) quando recebe 220 V na entrada (primário), operando como abaixador de tensão, faz o contrário quando invertemos entrada e saída. Isso significa que se a saída – que agora passa a ser entrada – receber 110 V, o transformador fornecerá 220 V na entrada – que agora passa a ser saída. Procedendo assim, o transformador torna-se um elevador de tensão. Foi isso que o eletricista fez: Transformador Tomada de 110 V 110 V no “antigo” secundário ε εmáx 0 T t –εmáx Se, em vez de uma única espira, tivermos uma bobina chata constituída de n espiras em rotação, a força eletromotriz induzida total será εtotal = nε, pois as diversas espiras se comportarão como pequenos geradores em série. Montando a bobina em um núcleo de ferro laminado, a força eletromotriz induzida aumenta consideravelmente porque o fluxo de indução concatenado com ela se intensifica. Lâmpada 220 V no “antigo” primário Núcleo de ferro N ω 3. Dentre os geradores em que ocorre conversão de energia mecânica em energia elétrica há os alternadores, que produzem tensão alternada, e os dínamos que produzem tensão contínua praticamente constante. a) Como os dínamos produzem esse tipo de tensão? O item “Princípio de obtenção de corrente alternada”, exposto no início do apêndice deste Tópico, é imprescindível para a análise que faremos a seguir. Como vimos naquele item, em um gerador de corrente alternada, com apenas uma espira em rotação, a força eletromotriz induzida ε é dada por ε = BAω senωt: S Os anéis metálicos em que estão ligados os terminais da bobina (ou da espira) são denominados anéis coletores, pois neles as escovas de grafite recebem a força eletromotriz induzida. No caso de dínamo, usa-se um anel coletor segmentado, que passa a se chamar comutador. A figura a seguir representa um dínamo rudimentar em que o comutador foi dividido em duas metades: N 2 1 Rotação N Anéis metálicos S Rotação Galvanômetro S 1. Indutor. Em vez de ímã permanente, pode ser um eletroímã funcionando em corrente contínua. 2. Induzido. 3. Comutador. 4. Escovas. 4 3 3 4 Manual do professor Do mesmo modo que no alternador, a bobina girante do dínamo também é percorrida por corrente alternada. Entretanto, toda vez que ela passa pela posição em que seu plano é perpendicular ao vetor indução magnética gerado pelo ímã, a força eletromotriz entre as escovas sofre inversão de polaridade, o que dá origem a uma tensão contínua pulsante: ε Tensão pulsante recebida pelas escovas 0 t Tensão alternada na bobina girante Montando várias bobinas iguais ao redor de um mesmo núcleo de ferro, dispostas simetricamente em torno do eixo de rotação, e usando um comutador com quantidade adequada de segmentos, pode-se obter uma tensão contínua praticamente constante. As diversas bobinas são associadas em série e, para cada bobina, há um par de segmentos no comutador. O gráfico a seguir exemplifica a obtenção de uma força eletromotriz praticamente constante: • produzir uma alta-tensão entre as extremidades da lâmpada para ionizar o gás existente no interior dela, tornando-o condutor; com isso, a lâmpada começa a funcionar. • limitar a intensidade da corrente elétrica no circuito do qual a lâmpada faz parte, durante seu funcionamento. O reator de partida convencional – aquele que vamos analisar a seguir – é uma bobina de fio de cobre enrolada em um núcleo ferromagnético. Ele precisa de um dispositivo denominado starter para poder gerar a alta-tensão. O starter é constituído basicamente de duas hastes metálicas situadas no interior de uma pequena cápsula de vidro, havendo em uma delas uma estreita lâmina bimetálica. As hastes estão bem próximas uma da outra, mas não se tocam. Na figura a seguir, L é a lâmpada, F são filamentos de tungstênio montados em suas extremidades, R é o reator, S é o starter, K é um interruptor e T1 e T2 são os terminais ligados à rede elétrica: K T1 R U T2 ε 75 F L F Força eletromotriz total S Forças eletromotrizes recebidas das várias bobinas 0 t b) Um motor elétrico de corrente contínua pode operar como dínamo? Pode. Um motor elétrico de corrente contínua e um dínamo são basicamente a mesma máquina. Ao ser ligada a uma pilha ou bateria, essa máquina converte energia elétrica em energia mecânica, operando como um motor de corrente contínua. Se, porém, o induzido for colocado em rotação por água corrente ou vento, por exemplo, a máquina operará como um dínamo, convertendo energia mecânica em energia elétrica. 4. Qual é o papel do reator no funcionamento de lâmpadas fluorescentes. O reator de uma lâmpada fluorescente tem duas finalidades: Imediatamente após o fechamento do interruptor K, não existe corrente elétrica através da lâmpada porque a mistura gasosa existente em seu interior ainda não está ionizada. Entre as hastes do starter – que inicialmente, apesar de próximas, não estão em contato – ocorre uma descarga elétrica que rapidamente aquece a pequena lâmina bimetálica solidária a uma delas. Essa lâmina se curva e entra em contato com a outra haste, fechando o circuito do qual participam, além do starter, os filamentos F e o reator. Os filamentos F rapidamente se aquecem e passam a liberar elétrons (efeito termiônico). Quando as hastes do starter entram em contato, cessa a descarga entre elas e a lâmina bimetálica rapidamente esfria, desfazendo o contato entre as hastes: o starter “sai” do circuito. O desligar do starter faz surgir, por auto-indução, um elevado transiente de tensão entre os terminais do reator (se julgar conveniente, consulte o item 11 deste Tópico). 76 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Esse transiente de tensão provoca uma grande aceleração dos elétrons liberados pelos filamentos F. Os elétrons colidem com átomos da mistura gasosa, ionizando-os. Assim, a mistura torna-se condutora e o circuito é fechado através do reator e da lâmpada, que passa então a emitir luz. Com a lâmpada já funcionando, o reator desempenha sua outra função, que é limitar a intensidade da corrente no circuito, impedindo que ela assuma valores inconvenientemente altos. O reator consegue isso graças à sua impedância, uma grandeza devida à resistência ôhmica da bobina e, principalmente, à elevada indutância do reator como um todo. Notas: • Os reatores usados atualmente são de partida rápida. São circuitos eletrônicos e não precisam do starter convencional. • Conheça o processo de emissão de luz em uma lâmpada fluorescente no item “O átomo de Bohr e as transições eletrônicas” no Tópico 1 de Física Moderna, neste volume. 14 a) Imediatamente após o fechamento da chave, o enrolamento S1 introduz em S2 um fluxo “da esquerda para a direita”. Surge, então, em S2, uma corrente induzida que gera fluxo “da direita para a esquerda”. Essa corrente, então, percorre R de A para B. b) Não havendo variação de fluxo através de S2, não há corrente induzida. c) Imediatamente após a abertura da chave, S2 percebe o desaparecimento de um fluxo “da esquerda para a direita”. A corrente induzida gera, então, fluxo “da esquerda para a direita”, percorrendo R de B para A. 15 a) No circuito da esquerda, quando R varia, varia a intensidade dacorrente. Assim, o campo magnético e o fluxo magnético (indutor) criados pelo solenóide também variam. Esse fluxo variável é percebido pelo solenóide da direita, surgindo nele uma corrente induzida (indução eletromagnética). b) Quando R diminui, i aumenta. Assim, aumenta o fluxo indutor “para a esquerda”, criado pelo solenóide (1). i i • Resolução dos exercícios propostos i i i‘ (1) i‘ i‘ i‘ (2) R 4 i‘ a) Não surge corrente induzida quando não há movimento relativo entre o ímã e a espira. b) N – a R1 b O solenóide (2) percebe o fluxo indutor crescendo “para a esquerda”. Surge nele, então, uma corrente induzida i’, gerando fluxo induzido “para a direita”. Essa corrente passa por R1, de b para a. N i 27 i a = 0,20 m R = 2,0 Ω v = 10 m/s b = 0,50 m B = 0,30 T • Enquanto a espira penetra no campo, seu centro se desloca de x = –0,10 m até x = +0,10 m. Como o fluxo indutor “entrando no papel” aumenta, surge na espira uma corrente induzida no sentido anti-horário para gerar um fluxo induzido “saindo do papel”. S A corrente induzida tem sentido anti-horário. c) + S i= i i N S A corrente induzida tem sentido horário. |ε| B a v 0,30 · 0,20 · 10 = = ⇒ i = 0,30 A R 2,0 R Pela convenção de sinais estabelecida: i = –0,30 A • Enquanto o centro da espira se desloca de x = +0,10 m até x = +0,40 m, ela está totalmente imersa no campo. Por isso, não há variação do fluxo indutor e a corrente induzida é nula. • Enquanto a espira sai do campo, seu centro se desloca de x = +0,40 m até x = +0,60 m. Como o fluxo indutor “entrando no papel” diminui, surge nela uma corrente induzida no sentido horário para gerar um fluxo induzido “entrando no papel”: i = +0,30 A. 77 Manual do professor Resposta: Temos, então: |Δφ| B ΔA 0,5 · 0,5 = = ⇒ |ε| = 0,05 V |ε| = 5 Δt Δt i (A) 0,30 55 A figura representa o lado superior da espira vista de cima. 0,20 –0,10 0,10 0 –0,10 B(3) 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 x (m) B B i3 –0,20 –0,40 i2 B(2) A B(4) i4 x i1 31 i5 B Em cada espira, temos: φ1 = BA = (1,2) · (π 1,0 · 10–4) ⇒ φ1 = 1,2π 10–4 Wb φ2 = 0 Δφ (0 – 1,2π 10–4) εm = – =– ⇒ εm = 1,2π · 10–2 V 1,5 Δt 1,5 · 10–2 B(1): posição inicial B(5) z Entre os terminais da bobina de 100 espiras, a força eletromotriz média induzida é dada por: 1,2π 10–2 ⇒ εm = 2,5 V εm = 100 εm = 100 total total 1,5 35 a) |ε| = B ᐉ v = 2,0 · 1,0 · 10 ⇒ |ε| = 20 V b) Como está diminuindo o fluxo de B “para cima”, surge corrente que percorre a barra MN de N para M, a fim de gerar fluxo “para cima”. c) |ε| = R i ⇒ 20 = 1,0 i ⇒ i = 20 A d) Fm = B i ᐉ = 2,0 · 20 · 1,0 ⇒ Fm = 40 N Essa força atua na barra da esquerda para a direita. e) MRU: PA = Fm ⇒ PA = 40 N f) Pot = R i2 = 1,0 · 202 ⇒ Pot = 4,0 · 102 W g) Pot = PA v = 40 · 10 ⇒ Pot = 4,0 · 102 W 42 O fluxo magnético gerado pela bobina percorre a armação de ferro, atravessando a calha de alumínio. Esse fluxo, por ser variável, induz uma corrente elétrica na calha, o que provoca o aquecimento da água por efeito Joule. Portanto, a temperatura da água passará a aumentar. 50 a) B = B µ0 n i 4π 10–7 (5 · 400) 10 = ⇒ B = 0,05 T ᐉ 0,50 b) φ = B A cos θ = B π r2 · cos 0° ⇒ φ = 0,05 π 2 4 10–2 · 1 π φ = 8 · 10–5 Wb 52 A corrente I produz um campo magnético, polarizando magneticamente as faces da espira, que, por isso, interage com o ímã. O ímã, por sua vez, por estar em movimento, produz uma variação de fluxo de indução através da espira, o que acarreta nela uma corrente induzida, modificando a corrente total. Alternativa d. 54 Durante o movimento do ponteiro, aumenta o fluxo indutor dirigido para fora da região AMN. Por isso, a corrente elétrica induzida gera um fluxo induzido dirigido para dentro dessa região, tendo sentido de M para A. Durante uma volta (5 s), a área da espira AMN sofre uma variação ΔA, dada por: ΔA = π MN2 = 3,14 (0,4)2 ⇒ ΔA = 0,5 m2 B • De (1) para (2), o fluxo de B (“para a direita”) diminui. A corrente i1 gera fluxo também “para a direita”. • De (2) para (3), o fluxo de B (“para a direita”) aumenta. Por isso, a corrente i2 gera fluxo “para a esquerda”. • De (3) para (4), o fluxo B (“para a direita”) diminui e a corrente i3 gera fluxo “para a direita”. • De (4) para (5), o fluxo B (“para a direita”) aumenta e a corrente i4 gera fluxo “para a esquerda”. • De (5) para (1), o fluxo B (“para a direita”) diminui e a corrente i5 gera fluxo “para a direita”. Notemos que, no ciclo, o sentido da corrente na espira sofreu duas inversões. Alternativa b. 58 a) Como f = 1 e T = 0,02 s, temos: T 1 ⇒ f = 50 Hz f= 0,02 µi µA ·A= i=ki b) φ = B A = 2π r 2π r constante k O valor de φ foi considerado positivo quando i 0. Portanto, será negativo para i 0. φ +φ 0 0,01 0,02 0,03 t (s) –φ c) ε = – Δφ : Δt ε +ε 0 –ε 0,005 0,015 0,025 0,03 t (s) 78 TÓPICOS DE FÍSICA 3 59 Durante a descida da haste CD, a área da espira ABCD diminui, diminuindo, assim, o fluxo de B através dela. Por isso, surge uma corrente elétrica induzida (i) na espira, para gerar fluxo induzido “a favor” do fluxo indutor. Essa corrente percorre CD, de D para C. A força eletromotriz induzida (ε), responsável pela citada corrente, é proporcional à velocidade da haste (v): ε=Bᐉv Assim, à medida que v aumenta, ε também aumenta, o mesmo ocorrendo com i. Conseqüentemente, a intensidade da força magnética sobre a haste CD (Fm) também aumenta. A velocidade máxima é atingida quando a força magnética equilibra a componente tangencial do peso (Pt): F = P ⇒ B i ᐉ = m g sen θ (I) m Fm CD i B Pt vmáx θ t ε=Bᐉv ⇒ i= ε = Bᐉv R R Substituindo (II) em (I), vem: B ᐉ vmáx ᐉ = m g sen θ B R mg R sen θ vmáx = B 2 ᐉ2 (II) 65 a) Calculemos a área (A) de cada espira: 2 A = π R2 = π 10 10–2 ⇒ A = 1,0 · 10–2 m2 π Calculemos os fluxos de indução inicial e final através de cada espira: φi = Bi A = 0 A ⇒ φi = 0 φf = Bf A = 4,0 · 1,0 · 10–2 ⇒ φf = 4,0 · 10–2 Wb A força eletromotriz média induzida em cada espira é dada, em valor absoluto, por: |Δφ| 4,0 · 10–2 |εm| = = ⇒ εm = 0,40 V 0,10 Δt b) Entre os pontos X e Y temos 100 espiras. |εm | = 100 |εm| = 100 · 0,40 ⇒ |εm | = 40 V XY XY c) Embora o circuito esteja aberto, uma corrente transitória circula no solenóide durante a variação de B . Como o fluxo de B (“para a direita”) cresceu, essa corrente gerou fluxo “para a esquerda” (Lei de Lenz): Y – X + i – – i 62 A fem induzida aparece porque os elétrons livres se submetem a forças magnéticas que os deslocam para uma das extremidades da haste. Entretanto, só a componente de v, perpendicular a B, contribuiu para o surgimento dessas forças. Por isso: |ε| = B L v⊥ ⇒ |ε| = B L v sen θ Note que, se v e B tivessem mesma direção, teríamos sen θ = 0 e |ε| = 0. i i Portanto, as polaridades elétricas de X e Y, durante a variação de B , são positiva e negativa, respectivamente. Parte IV - FÍSICA MODERNA Tópico 1 Noções de Física Quântica • Objetivos do Tópico Praticamente tudo o que estudamos até agora foram descobertas ocorridas, e teorias elaboradas, até o século XIX. Em nossas aulas, entretanto, percebemos freqüentemente a motivação despertada nos estudantes quando tocamos em algum ponto mais atual da Física. Essa Física “nova”, sem jamais levar a um segundo plano a Física “velha”, traz, de fato, informações importantes e atraentes. Além disso, ela está presente nos programas de Física dos vestibulares de grandes universidades brasileiras. Fica, portanto, justificada a sua inclusão em um livro didático destinado ao Ensino Médio. Este primeiro Tópico trata, inicialmente, do modelo ondulatório para as radiações eletromagnéticas que, embora ainda seja um item da Física clássica, precisa ser abordado. Estudamos a radiação térmica e o corpo negro abordando a Lei de Stefan-Boltzmann e a Lei de deslocamento de Wien. Em seguida, abordamos o modelo quântico para as radiações eletromagnéticas, destacando o efeito fotoelétrico, a dualidade da luz e o Princípio da Complementaridade de Bohr. Na Leitura “Células fotoelétricas”, fazemos uma análise do relé fotoelétrico, uma das importantes aplicações do efeito fotoelétrico. Se o estudante tiver conhecimento da teoria das bandas de valência e de condução (ver subsídios ao Descubra mais no Tópico 1 de Eletrodinâmica), o Manual do professor 1. Introdução 2. Modelo ondulatório para as radiações eletromagnéticas Exercícios 3. A radiação térmica e o corpo negro • A radiação térmica • Radiação do corpo negro 4. Modelo quântico para as radiações eletromagnéticas 5. Efeito fotoelétrico 6. A dualidade da luz Exercícios 7. O átomo de Bohr e as transições eletrônicas • Introdução • O modelo atômico de Bohr • Transições eletrônicas causadas pela incidência de radiação eletromagnética • Outras causas das transições eletrônicas Exercícios • Algo mais Dentre os trabalhos de pesquisa que podem ser solicitados aos estudantes, sugerimos: 1. As diversas modalidades de ondas eletromagnéticas (o espectro eletromagnético). Para cada uma delas, deve-se descobrir: • a faixa de freqüências e de comprimentos de onda; • como e onde é produzida; • aplicações e problemas que eventualmente possa causar. 2. O funcionamento do CCD (charge-coupled device) – usado para o registro de imagens em câmeras fotográficas e de vídeo, na Astronomia etc. – e dos visores noturnos (“binóculos de infravermelho”). • Subsídios ao Descubra mais 1. Faça uma pesquisa sobre a descoberta, a explicação e algumas aplicações do efeito Cherenkov. A previsão Em 1888, o matemático inglês Oliver Heaviside, por meio de análises teóricas, previu a possibilidade da produção de uma radiação eletromagnética “cônica” quando uma partícula eletrizada, com velocidade v, atravessa, em movimento retilíneo e uniforme, um meio material em que a radiação se propaga com velocidade u, desde que v seja maior Oliver Heaviside (1850-1925). que u. Analogia Em certos aspectos, a radiação eletromagnética prevista por Heaviside – que, como veremos, foi comprovada experimentalmente – é semelhante às ondas de choque produzidas no ar por um avião supersônico, ou na água, por uma fonte móvel com velocidade maior que a das ondas geradas na superfície, como vimos no estudo do efeito Doppler, em Acústica, no volume 2. Ondas produzidas na superfície da água por uma fonte móvel quando a velocidade da fonte é maior que a de propagação das ondas (formação de ondas de choque). Reprodução • O que não pode faltar 3. Desintegração radiativa. • Decaimento α • Decaimento β • Justificativa da expressão 0,693 t , usada na Leitura “Método ln n = – meia-vida n0 do carbono 14 para a determinação de idades (datação)”, no Tópico 1 de Cinemática, volume 1. Reprodução efeito fotoelétrico interno pode ser descrito de modo mais formal: em vez de falar em “quebra de ligações” para a liberação de elétrons, dizemos que elétrons da banda de valência absorvem fótons e passam para a banda de condução. O próximo assunto é o átomo de Bohr: as transições eletrônicas e suas possíveis causas, e os espectros de emissão e absorção dos átomos de elementos químicos. O estudo das transições eletrônicas possibilita, por exemplo, entender a fluorescência. A análise de espectros de absorção levou Edwin Hubble a propor a teoria do Universo em expansão. As quatro forças fundamentais da Natureza são brevemente abordadas em uma Leitura. 79 80 TÓPICOS DE FÍSICA 3 FO Reprodução A descoberta Em 1934, o físico russo P. A. Cherenkov descobriu em laboratório a radiação prevista por Heaviside, realizando vários experimentos nos quais elétrons de alta energia – elétrons disponibilizados por raios γ oriundos da desintegração de núcleos de elementos radiativos Pavel Alekseyevich Cherenkov – atravessavam a água (1904-1990). ou outros líquidos transparentes à radiação eletromagnética emitida (que pode estar ou não na região do visível). A radiação eletromagnética produzida foi denominada radiação de Cherenkov e o fenômeno, efeito Cherenkov. Nota: • A luminescência azul, freqüentemente emitida pela água que circunda o núcleo de um reator nuclear (local onde ocorre a fissão nuclear, cuja finalidade é obter energia elétrica) é conseqüência do efeito Cherenkov. Reprodução Reprodução A explicação Em 1937, dois físicos também russos, colegas de Cherenkov, I. Y. Tamm e I. M. Frank, explicaram o efeito Cherenkov. Para isso, basearam-se na Teoria Eletromagnética e no Princípio de Huygens. Demonstraram que a radiação observada era de fato causada por uma partícula com carga elétrica – nos experimentos, a partícula mais usada foi um elétron – movendose em um meio material, em movimento retilíneo e uniforme, com velocidade v maior que a velocidade u com que a radiação eletromagnética produzida se propagava nesse mesmo meio. Igor Yevgenyevich Tamm (1895-1971). Ilya Mikhailovich Frank (1908-1990). u u Δt C Elétron θ A v v Δt B M FO Elétron em movimento retilíneo e uniforme em um meio material M. Durante um intervalo de tempo Δt, o elétron se desloca de A até B, com velocidade constante v em relação a M. Nesse mesmo tempo, uma frente de onda resultante cônica FO (onda eletromagnética “de choque”) se propaga de A até C, com velocidade constante u em relação a M: cos θ = AC = u Δt ⇒ AB v Δt cos θ = u v A respeito do fenômeno que estamos analisando, são necessários os seguintes esclarecimentos: I) Para que a frente de onda resultante seja cônica, é necessário que o elétron esteja em movimento retilíneo e uniforme (MRU). Ao penetrar no meio M, porém, ele deveria perder velocidade. Então, como é possível mantê-lo em MRU? Para responder a essa questão, vamos lembrar de um movimento que tem alguma semelhança com o do elétron. Quando um corpo – uma gota de água, por exemplo – cai no ar, de uma altura suficientemente grande e num dia sem vento, ele acaba atingindo uma velocidade constante (velocidade limite) e, a partir daí, continua em MRU, “consumindo” energia potencial devida ao campo gravitacional da Terra, sem ganhar mais energia cinética. De modo análogo, para manter o elétron em MRU, uma diferença de potencial elétrico adequada deve estabelecer no meio M um campo elétrico uniforme E. Desse modo, o elétron recebe energia de uma fonte externa enquanto realiza o MRU. Essa fonte externa repõe, durante todo o trajeto do elétron, a energia que ele perde para o meio. II) De acordo com a teoria eletromagnética de Maxwell, uma partícula dotada de carga elétrica pode emitir radiação eletromagnética. Entretanto, Manual do professor para isso ocorrer, é preciso que a partícula possua uma aceleração, que pode ser de qualquer tipo. Elétrons em MRU não podem, portanto, emitir essa radiação. Então, de onde vem a radiação de Cherenkov? Como o elétron possui carga elétrica, ao passar pelas vizinhanças das moléculas do meio, induz nelas uma polarização transitória que logo desaparece, pois o elétron se afasta delas continuando em seu trajeto. Durante essa polarização e despolarização momentâneas das moléculas, elétrons delas possuem aceleração e, por isso, emitem radiação eletromagnética. Portanto, a radiação provém das moléculas do meio, à custa, porém, da energia que o elétron em MRU está perdendo. Veja uma representação esquemática e simplificada do fenômeno: Molécula – – – – + – – – – v – Elétron Elétron aproximando-se de uma molécula do meio. –– – – – – – – + – Emissão de radiação v Elétron nas vizinhanças da molécula. – – – – + – – – – – v Elétron afastando-se da molécula. Como a velocidade do elétron é constante, a radiação emitida pelas diversas moléculas do meio “visitadas” por ele deve ser predominantemente de um mesmo tipo, isto é, de mesma freqüência. III) Por que a velocidade v do elétron precisa ser maior que a velocidade de propagação u da radiação? Em outras palavras, por que deve se formar uma “onda de choque” para se detectar a radiação de Cherenkov? Como vimos, as ondas emitidas pelas diversas moléculas do meio têm freqüências predominantemente iguais. Sendo v maior que u, essas ondas se superpõem em fase (são coerentes), formando a frente de onda resultante cônica. Disso decorre a interferência construtiva das diversas ondas emitidas (reforço), o que viabiliza uma maior facilidade na deteção da radiação, o que não ocorreria se a condição v > u não fosse satisfeita. Nota: • A análise do efeito Cherenkov, feita posteriormente com base na teoria quântica, levou aos mesmos resultados obtidos a partir da teoria ondulatória. 81 Aplicações Após a explicação do efeito, o próprio Cherenkov proprôs aplicá-lo na determinação de velocidades de partículas dotadas de carga elétrica. Ainda em 1937, ele sugeriu experimentos para determinar a mínima velocidade que um elétron deveria ter em determinado meio para que o efeito começasse a ser detectado. Sugeriu também experimentos inversos: definida a velocidade v de um elétron, encontrar um meio – um líquido – em que o efeito já pudesse ser percebido. O efeito Cherenkov é usado na deteção de partículas de alta energia, tendo importância fundamental na espectroscopia e no estudo de raios cósmicos. O dispositivo denominado contador Cherenkov possibilita detectar partículas com “vidas” muito curtas (inferiores a 10–10 s) e, além disso, determinar suas velocidades. Em 1958, Cherenkov, Tamm e Frank dividiram o Prêmio Nobel de Física. 2. A intensidade máxima da luz solar ocorre em uma freqüência aproximadamente igual a 5,6 · 1014 Hz, que é praticamente igual à freqüência da luz correspondente à máxima sensibilidade dos nossos olhos. Será que isso é mera coincidência? Provavelmente, não se trata de mera coincidência, mas de um processo de seleção natural em que foram favorecidos os indivíduos com sistema visual mais sensível a essa freqüência e a freqüências próximas dela. É importante lembrar que a visão sempre foi fundamental na busca de alimentos e de abrigo, e na fuga de predadores, principalmente nas condições de vida do ser humano primitivo. 3. Ignorando a participação de outros astros, existe, além do Sol, alguma fonte de energia que chega à superfície da Terra? Existe, embora seja muito menos significativa que o Sol. Trata-se da energia proveniente da desintegração radiativa que acontece no interior do planeta. 4. Em um determinado local da superfície interna do bulbo de vidro de uma lâmpada de incandescência, instalada em um soquete fixo, surge, após muito tempo de uso, uma mancha escura e com certo espelhamento. Qual é a origem dessa mancha? Imagine uma lâmpada de incandescência que foi instalada no teto de uma sala, como mostra a figura a seguir, e usada durante muito tempo: 82 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Teto Mancha Por operar em uma alta temperatura, a sublimação do filamento de tungstênio não foi desprezível. O gás existente no interior da lâmpada, quando aquecido pelo filamento, sobe, arrastando os átomos de tungstênio liberados na sublimação. Esses átomos aderem à superfície de vidro da região superior do bulbo, formando uma mancha metálica escura e espelhada. 5. Pode-se falar em temperatura no vácuo? O que um termômetro abandonado no espaço, solitário em uma região de vácuo, vai indicar em sua escala? A expressão “temperatura de vácuo” não tem qualquer significado. De fato, a temperatura é uma grandeza associada à energia cinética média de uma população de partículas como átomos ou móleculas, o que não existe (ou praticamente não existe) no espaço vazio. O termômetro vai indicar o que ele sempre indica, que é sua própria temperatura, e essa indicação vai depender da distância entre ele e alguma fonte de radiação (principalmente estrelas). Se o termômetro “frio” foi abandonado nas proximidades de um astro quente, sua temperatura subirá até que as potências absorvida e emitida por ele se igualem. Se foi abandonado num local muito distante de qualquer astro quente, a temperatura indicada será mais baixa. 6. Um corpo negro precisa ser necessariamente um corpo escuro? Não. Considere, por exemplo, um corpo de qualquer cor dotado de uma cavidade que se comunica com o ambiente externo por meio de um pequeno orifício, como sugere a figura a seguir: Orifício A área do orifício deve ser desprezível em comparação com a área total da superfície interna do corpo. Radiações eletromagnéticas que entrarem pelo orifício incidirão numa região da superfície interna do corpo, onde uma parcela será absorvida e outra será refletida, difusamente ou regularmente (estamos supondo que as paredes do corpo sejam opacas às radiações que adentram a cavidade). A parcela refletida vai incidir em outras regiões da superfície interna, onde, novamente, haverá absorções e reflexões. Depois de uma sucessão de reflexões, praticamente toda a radiação que entrou pelo orifício terá sido absorvida, uma vez que a quantidade que escapa pelo orifício, embora não seja nula, é desprezível. Assim, com muito boa aproximação, o orifício se comporta como um corpo negro na absorção. Conseqüentemente, também vai se comportar como corpo negro na emissão (a = e). Se houver uma fonte de radiação térmica dentro da cavidade, a eficiência desse corpo, emitindo como um corpo negro, aumentará. Nos experimentos em laboratório, para o estudo da radiação do corpo negro, quase sempre foram utilizadas essas cavidades. 7. De que tipo é o espectro da luz emitida pela chama de uma vela: contínuo ou de linhas? A luz da chama da vela é emitida por partículas sólidas e quentes de fuligem. Portanto, o espectro dessa luz, de origem térmica, é contínuo. 8. Como ocorre a emissão de laser? Introdução Laser é uma sigla originária de light amplification by stimulated emission of radiation: amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. Essa sigla também foi incorporada na linguagem para designar o dispositivo em que ocorre o fenômeno laser. O primeiro laser foi montado em 1960, por T. H. Maiman. Em 1953, Charles H. Townes e seus colaboradores já haviam montado o primeiro maser (microwave amplification by stimulated emission of radiation). Os masers, os lasers, os irasers (“lasers” que operam no infravermelho) e outros que podem operar nas demais faixas de freqüência do espectro eletromagnético baseiam-se em um mesmo princípio da eletrônica quântica. A importância do laser na Física, na Química, na Biologia, na Radioastronomia, na Medicina (cirurgias Manual do professor de catarata, por exemplo) e na tecnologia (broca para furar metais, por exemplo) é conseqüência das propriedades especiais dessa luz. Dentre essas propriedades, destacamos: • O laser é uma luz colimada, ou seja, altamente direcional – por ser produzida na forma de ondas planas –, podendo-se, assim, obter feixes muito concentrados. Para se ter uma idéia dessa propriedade, em 1969 um pincel de laser foi emitido da Terra, incidiu em um espelho situado na Lua – que fora instalado lá por astronautas da missão Apolo 11 –, sofreu reflexão nele e voltou à Terra, onde foi detectado. O intervalo de tempo decorrido foi medido e, conhecendo-se a velocidade da luz, obteve-se experimentalmente a distância Terra–Lua. • O laser é uma luz praticamente monocromática, ou seja, é composta por radiações de comprimento de onda muito próximos. • O laser é uma luz coerente, ou seja, constituída de ondas em fase, ao contrário do que ocorre com a luz comum. • Pode-se obter lasers de altíssimas potências, até da ordem de 1013 W. Informações preliminares Para ser possível entender o princípio do laser, precisamos das informações fornecidas a seguir: • Se uma luz monocromática de comprimento de onda λ for gerada dentro de uma cavidade cilíndrica, com bases planas, polidas e espelhadas, propagando-se na direção do eixo da cavidade, serão produzidas ondas estacionárias se a distância d indicada na figura a seguir for igual a um número inteiro de λ . 2 Junto às bases, haverá nós de deslocamento: d d Nó Nó ⇒ Elétron n=5 n=4 n=3 n=2 n=1 Imagine que esse átomo foi excitado de modo que um elétron saltou do estado fundamental (n = 1) para o quarto estado excitado (n = 5), por exemplo. Poderíamos acreditar que esse elétron pudesse retornar para qualquer um dos estados permitidos: n = 4, n = 3, n = 2 ou n = 1. Entretanto, as regras de seleção estabelecem que nem sempre todas essas transições podem ocorrer. Existem transições “proibidas”: aquelas que não obedecem às regras de seleção. Na realidade, elas até podem ocorrer, mas com uma probabilidade tão insignificante que, normalmente, não são observadas. Outra informação que precisa ser acrescentada é o fato de existirem transições para níveis mais baixos sem que ocorra emissão de radiação: são as chamadas transições não-radiativas. Nesses casos, a energia liberada é cedida ao próprio átomo na forma de energia vibracional (mecânica). Tipos de transição envolvendo absorção ou emissão de fótons Existem três tipos de transição. São eles: a absorção estimulada, a emissão espontânea e a emissão estimulada. • Absorção estimulada E2 λ 2 Observe que, na situação descrita, tratamos a luz por meio do modelo ondulatório. • Como vimos no estudo das transições eletrônicas, um átomo excitado emite radiação eletromagnética quando o elétron realiza um salto quântico para um nível de energia mais baixo. Observe que agora estamos tratando a luz por meio do modelo corpuscular. Um fato que não será explicado aqui, e que nem foi mencionado no estudo das transições eletrônicas, é a existência das chamadas regras de seleção. Para saber de que se trata, considere um átomo que possui os níveis de energia permitidos indicados na figura: 83 n=2 E2 n=2 E1 n=1 ⇒ hf E1 n=1 Elétron Um elétron, no nível de energia E1, absorve um fóton de energia hf = E2 – E1 e realiza uma transição para o nível de energia E2. • Emissão espontânea Elétron E2 n=2 ⇒ E1 n=1 n=2 E2 hf E1 n=1 O elétron permanece no nível E2 por cerca de 10-8 s e, espontaneamente, retorna ao nível E1, emitindo um fóton de energia hf = E2 – E1. 84 TÓPICOS DE FÍSICA 3 • Emissão estimulada Se, num elétron no estado excitado E2, incide um fóton de energia hf = E2 – E1, o átomo é estimulado a emitir outro fóton, de mesma energia (e, portanto, de mesma freqüência), e fazer uma transição para o estado E1, sem que ocorra a absorção do fóton incidente: Elétron E2 n=2 E2 Isso possibilita, como veremos, uma inversão das populações de elétrons nos níveis E1 e E2, graças a um processo denominado bombeamento. Veja o esquema a seguir, que representa o estado fundamental (E1) e dois estados excitados (E2 e E3) de um átomo: n=2 Estado excitado comum (permanência do –8 elétron: ~ 10 s) E3 hf = E2 – E1 ⇒ E1 n=1 Isso é comparável, grosso modo, à ressonância mecânica: uma corda de violão por exemplo, com freqüência natural de 200 Hz, vibra e emite um som nessa freqüência, quando é excitada por um som de, também, 200 Hz. Note que dois fótons de mesma freqüência (luz monocromática) emergem do átomo: o incidente e o emitido por estímulo. Esses dois fótons se movem na mesma direção e no mesmo sentido e, além disso, estão em fase (luz coerente). Nota: • O fóton incidente, de energia hf = E2 – E1, pode, com a mesma probabilidade, provocar a transição do elétron de E1 para E2, caso em que o fóton é absorvido, ou provocar a emissão estimulada de E2 para E1, sem ser absorvido. O princípio do laser Sejam N1 e N2, respectivamente, as quantidades de elétrons de um átomo no estado fundamental, de energia E1, e num estado excitado, de energia E2. Quando um conjunto de átomos está em equilíbrio térmico com o ambiente, N2 é muito menor que N1: E2 n=2 (pequena população de elétrons) E1 n=1 (grande população de elétrons) E – E1 Se fótons de freqüência f = 2 incidirem no h conjunto de átomos, que estão em equilíbrio térmico com o ambiente, haverá poucos casos de emissão estimulada porque a população de elétrons no nível de energia E2 é muito pequena. Haverá, muito mais, casos de absorção estimulada, de E1 para E2, seguida de emissão espontânea, de E2 para E1. Alguns tipos de átomos, porém, possuem estados excitados especiais, denominados estados metaestáveis. O tempo de permanência de um elétron nesses estados especiais é muito mais longo (da ordem de 10–3 s) do que em estados excitados comuns (da ordem de 10–8 s). Estado excitado metaestável (permanência –3 do elétron: ~ 10 s) E2 hf (emissão espontânea) hf’ E1 Estado fundamental O bombeamento é um processo de fornecimento de energia a um conjunto de átomos (dotados de estados metaestáveis), que pode ser feito, por exemplo, por uma lâmpada. Ele aumenta consideravelmente a população de elétrons no estado E2 e pode ser realizado por luz incidente contendo fótons de freqüência E – E1 . Assim, diminui a população de elétrons f’ = 3 h do estado E1, que saltam para o estado E3 e, rapidamente, fazem a transição para o estado metaestável E2. Se a luz da lâmpada que mantém o bombeamento for suficientemente intensa, passará a haver mais átomos no estado E2 do que no estado E1, ou seja, darse-á a já citada inversão das populações. A inversão das populações possibilita que a quantidade de emissões estimuladas seja maior que a quantidade de absorções no estado E1. Além disso, o estado metaestável viabiliza a ocorrência da emissão estimulada, antes da ocorrência da emissão espontânea. Assim, quando o fóton de energia hf, representado na figura anterior, emitido espontaneamente, incide em outro átomo nas mesmas condições, ocorrerá a emissão estimulada, e dois fótons de energia hf emergirão desse átomo: E3 Transição rápida e não-radiativa, em que a energia fica no átomo Bobeamento n=1 E1 Transição rápida não-radiativa hf = E2 – E1 Bombeamento hf = E2 – E1 E2 hf hf hf hf’ E1 Fótons emergentes do átomo 86 TÓPICOS DE FÍSICA 3 • Resolução dos exercícios propostos 15 A = 4,2 eV Ec = 2,0 eV máx E = Ec + A = 2,0 + 4,2 ⇒ E = 6,2 eV máx 1 eV → 1,6 · 10–19 J 6,2 eV → E E = 9,92 · 10–19 J E = hf = h c λ (6,6 · 10–34) · (3,0 · 108) λ= hc = E 9,92 · 10–19 –7 λ ⯝ 2,0 · 10 m = 2,0 · 10–7 (1010 Å) ⇒ λ ⯝ 2,0 · 103 Å Alternativa a. 19 • Cada cm2 da superfície recebe, em cada minuto, 2,0 cal: 2,0 cal = 2,0 · 4,2 J = 8,4 J 1,6 · 10–19 J → 1 eV ⇒ x = 5,25 · 1019 eV 8,4 J →x • λ = 5 800 Å = 5 800 · 10–10 m = 5,8 · 10–7 m E=hf= hc λ (6,6 ·10–34) · (3,0 · 108) E= ⇒ E = 3,4 · 10–19 J 5,8 · 10–7 1,6 · 10–19 J → 1 EV ⇒ E = 2,1 eV 3,4 · 10 –19 J → E • Em cada minuto, 1 cm2 da superfície recebe n fótons correspondentes à energia de 5,25 · 1019 eV: → 1 fóton 2,1 eV 5,25 · 1019 eV → n fótons n = 2,5 · 1019 21 • V = 0,20 mᐉ = 0,20 · 10–6 m3 µ = m ⇒ m = µV = (1,0 · 103) · (0,20 · 20–6) V m = 2,0 · 10–4 kg λ = 7 500 Å = 7 500 · 10–10 m = 7,5 · 10–7 m • Número de fótons absorvidos num intervalo de tempo Δt: n = 1,0 · 1018 Δt • Energia desses n fótons: Q = n h f = 1,0 · 1018 Δt h f = 1,0 · 1018 Δt h c = λ • Q = m cá Δθ ⇒ 1,0 · 1018 Δt h c = m cá Δθ λ m cá Δθ λ (2,0 · 10–4) · (4,2 · 103) · (1,0) · (7,5 · 10–7) = Δt = (1,0 · 1018) · (6,63 · 10–34) · (3,0 · 108) 1,0 · 1018 h c Δt = 3,2 s 30 Se λ é o menor comprimento de onda, a ele corresponde a a maior freqüência. Então, a energia do fóton emitido também é a maior, correspondendo à transição de E3 para E1: E = h f ⇒ E3 – E1 = h c ⇒ λa = h c λa E3 – E1 36 Possíveis energias de excitação dos elétrons do átomo do ele- mento X: E0 → E1: 7,0 eV – 0 = 7,0 eV (*) E0 → E2: 13,0 eV – 0 = 13,0 eV (*) E0 → E3: 17,4 eV – 0 = 17,4 eV E0 → Ionização: 21,4 eV – 0 = 21,4 eV E1 → E2: 13,0 eV – 7,0 eV = 6,0 eV (*) E1 → E3: 17,4 eV – 7,0 eV = 10,4 eV (*) E1 → Ionização: 21,4 eV – 7,0 eV = 14,4 eV (*) E2 → E3: 17,4 eV – 13,0 eV = 4,4 eV (*) E2 → Ionização: 21,4 eV – 13,0 eV = 8,4 eV (*) E3 → Ionização: 21,4 eV – 17,4 eV = 4,0 eV (*) As excitações (*) podem ocorrer, pois a energia do elétron é igual a 15,0 eV. Possíveis sobras de energia do elétron: 7,0 eV = 8,0 eV 13,0 eV = 2,0 eV 6,0 eV = 9,0 eV 15,0 eV – 10,4 eV = 4,6 eV 14,4 eV = 0,6 eV 4,4 eV = 10,6 eV 8,4 eV = 6,6 eV 4,0 eV = 11,0 eV Alternativa d. Tópico 2 Noções de Teoria da Relatividade • Objetivos do Tópico 22 i +6 V R RLDR i 0V LDR não-iluminado: RLDR ⯝ 1 M Ω Para que ULDR seja aproximadamente igual a 6 V, UR deve ser desprezível. Para isso, lembrando que U = R i, devemos ter RLDR muito maior que R, ou seja: R 1 M Ω Dentre os valores apresentados nas alternativas, o único que satisfaz as duas condições é: R = 10 kΩ Alternativa c. UR ULDR LDR iluminado: RLDR ⯝ 100 Ω Para que ULDR seja muito menor que 6 V, UR deve ser aproximadamente igual a 6 V. Para isso, lembrando que U = R i, devemos ter R muito maior que 100 Ω: R 100 Ω Neste Tópico, destacam-se a dilatação do tempo, a contração do comprimento, a maneira diferente de compor velocidades, a relatividade da massa e a equivalência entre massa e energia. É natural a perplexidade provocada nos estudantes pelo segundo postulado – audacioso demais e que só poderia ter sido gerado por um cérebro extremamente privilegiado – e por todas as suas fascinantes implicações. Manual do professor Os dois fótons emergentes podem incidir em dois outros átomos, produzindo mais fótons de energia hf, e assim por diante. Esse é o princípio de funcionamento do laser. Cavidade laser O laser é construído usando-se uma cavidade contendo um sólido, um líquido ou um gás, cujos átomos ou moléculas possuam estados metaestáveis. Espelho plano Face plana semi-espelhada Cavidade laser A inversão das populações ocorre, como vimos, por bombeamento. O processo de produção da radiação laser se inicia quando um ou mais átomos no estado metaestável emitem, espontaneamente, fótons de freqüência f, que vão provocar emissões estimuladas em outros átomos, aumentando em muito a quantidade de fótons de freqüência f. Os fótons de freqüência f emitidos numa direção diferente da do eixo da cavidade acabam saindo dela lateralmente (são perdidos). Espelho Fóton escapando da cavidade 85 A luz dentro da cavidade torna-se, então, muito intensa, e parte significativa dessa luz escapa pela face semi-espelhada, para ser utilizada. Laser pulsado de rubi Vamos descrever brevemente o laser de rubi construído por Maiman, em 1960. Foi o primeiro laser bem-sucedido. A safira sintética é óxido de alumínio, Al2O3, um cristal incolor. Incorporando a esse cristal uma pequena quantidade (cerca de 0,05% em massa) de óxido de cromo, Cr2O3, ele passa a ser o rubi, cuja cor vermelha é devida aos íons Cr3+. São eles que possuem estados metaestáveis. O cristal de rubi é crescido em laboratório, formando-se um cilindro com cerca de 4 cm de comprimento e 0,5 cm de diâmetro, com bases planas, paralelas entre si e muito bem polidas. Em uma de suas extremidades, deposita-se prata em quantidade suficiente para ela ser um espelho com poder refletor igual a 96%, aproximadamente. Na outra extremidade, deposita-se prata apenas o suficiente para que o poder refletor seja de cerca de 50%. Lâmpada flash de xenônio Face semi-espelhada Rubi O cristal é introduzido em uma lâmpada helicoidal de descarga gasosa. Essa lâmpada, de xenônio, opera em regime pulsado e é a responsável pelo bombeamento. Estado excitado –8 comum (~ 10 s) (5 500 Å) Transições não-radiativas 6 943 Å Estados excitados –3 metaestáveis (~ 10 s 6 920 Å Entretanto, os que são emitidos na direção do eixo vão se deslocar para um lado e para o outro em virtude das reflexões que sofrem nas superfícies espelhada e semi-espelhada (paralelas entre si), produzindo mais e mais emissões estimuladas na freqüência f. Assim, o número de fótons indo e vindo aumenta extraordinariamente. Se a distância d entre as superfícies refletoras for igual a um número inteiro de λ , em que é o com2 primento de onda da luz produzida, medido no material que existe na cavidade, haverá a formação de ondas estacionárias e a cavidade será uma cavidade ressonante. Bombeamento Cavidade laser Transições laser Estado fundamental Observe que os comprimentos de onda emitidos têm valores muito próximos. Por isso, o laser é uma luz praticamente monocromática. Nota: • Existem muitos outros tipos de laser, como o laser de gás (de hélio-neônio, por exemplo) e o laser de semicondutor (de GaAs, por exemplo), dentre outros. Manual do professor Por isso, é fundamental informá-los de que, por mais estranha que a teoria da relatividade restrita possa parecer, ela já foi comprovada experimentalmente em sua plenitude. Não se trata de uma especulação, como acontece com várias teorias (cosmológicas, por exemplo). A Leitura “Um dos fatos que confirmam a Teoria da Relatividade Restrita” tanto pode ser abordada em aula como pode ser deixada a cargo dos estudantes: ignorada, jamais. É importante os estudantes saberem que o grande físico brasileiro Cesar Lattes contribuiu extraordinariamente para o desenvolvimento da Física atômica e subatômica. Por isso, a Leitura “O brasileiro que o Nobel esqueceu” deve ser recomendada. O último item abordado neste breve Tópico nos leva a uma importante conclusão: um fóton só pode existir com velocidade igual a c. Não pode existir, por exemplo, um fóton em repouso. • O que não pode faltar 1. Introdução 2. O surgimento da Teoria da Relatividade 3. Os postulados de Einstein 4. A dilatação do tempo 5. A contração do comprimento 7. Massa relativística 8. Equivalência entre massa e energia Exercícios • Algo mais Com relação à relatividade do tempo, é interessante citar uma constatação experimental realizada em 1971 por J. C. Hafele e R. E. Keating, cujos resultados foram publicados em julho de 1972, na revista Science. Usaram relógios atômicos de césio, idênticos. Um desses relógios ficou no U.S. Naval Observatory, enquanto outros quatro estiveram a bordo de um jato com o qual os dois pesquisadores realizaram vôos tanto para leste como para oeste do local da decolagem. Quando retornaram ao observatório, compararam os intervalos de tempo registrados nos relógios que estiveram no avião com o registrado pelo relógio que ficou em terra e verificaram que, em relação a este: • os relógios no avião, durante uma viagem para leste, atrasaram 59 ± 10 nanossegundos. • os relógios no avião, durante uma viagem para oeste, adiantaram 273 ± 7 nanossegundos. 87 Sem usar argumentos da Teoria da Relatividade Geral, as diferenças observadas podem ser explicadas, grosso modo, pelas diferentes velocidades do avião em relação à superfície da Terra em rotação, em cada vôo. Apresentamos a seguir alguns trabalhos de pesquisa que podem ser solicitados aos estudantes: • O Paradoxo dos Gêmeos. • O experimento de Michelson-Morley. • A massa relativística e o acelerador de partículas sincrocíclotron. • Subsídios ao Descubra mais 1. Outro fenômeno que só pode ser explicado pelo modelo quântico da radiação eletromagnética é o efeito Compton. O que é efeito Compton? Efeito Compton Entre 1919 e 1923, o físico norte-americano Arthur Holly Compton (1892-1962) e seus colaboradores analisaram o espalhamento de raios X produzido por um alvo de grafite e constataram um fenômeno semelhante a uma colisão elástica entre duas bolas de bilhar, por exemplo. Tratava-se, porém, da colisão entre duas partículas: um fóton e um elétron. Esse fenômeno, que recebeu o nome de efeito Compton, era inexplicável pela teoria eletromagnética clássica, como veremos adiante. Foi uma evidência tão grande do comportamento corpuscular da radiação eletromagnética que os físicos ainda descrentes desse modelo não tiveram outra alternativa a não ser aceitá-lo. Compton usou raios X de comprimento de onda λ aproximadamente igual a 0,7 Å. Pela teoria ondulatória clássica, um elétron (que vamos supor livre e em repouso) do alvo de grafite, ao ser atingido pelos raios X, deveria oscilar na mesma freqüência f dessa radiação e, com isso, emitir radiação de freqüência também igual a f, como acontece na antena transmissora de uma estação de rádio, por exemplo. Entretanto, o experimento de Compton mostrou um resultado completamente inesperado: os raios X espalhados apresentavam, para cada ângulo de observação ϕ (veja a figura a seguir), um pico de intensidade no comprimento de onda original λ e outro pico de intensidade num comprimento de onda λ’ , maior que λ. Veja a representação esquemática simplificada do experimento: 88 TÓPICOS DE FÍSICA 3 tro Elé Vamos determinar Δλ, o deslocamento Compton: • Conservação do momento na direção x: ído xtra ne Alvo de grafite θ Fonte de raios X hf + 0 = hf’ cosϕ + Q cosθ ⇒ e c c ⇒ Qe cosθ = hf – hf’ cosϕ c c ϕ Raios X (λ,f) Ra io sX (λ ’,f ’) Cristal (I) • Conservação do momento na direção y: momento inicial nulo ⇒ ⇒ Qe senθ = hf’ senϕ c Detector de raios X (câmara de ionização) • Elevando ao quadrado as expressões (I) e (II), temos: Q2e cos2 θ = O espalhamento dos raios X acontece em todas as direções. Para cada ângulo de espalhamento ϕ, detecta-se raio X de comprimento de onda original λ (não representado na figura) e raio X de comprimento de onda λ’, maior que λ. Os comprimentos de onda são medidos por meio da observação de um fenômeno conhecido por “reflexão de Bragg” no cristal. As intensidades são medidas no detector. Intensidade Para cada ângulo de espalhamento ϕ, λ’ tem um valor diferente. Para ϕ = 90º, por exemplo, a intensidade dos raios X espalhados é dada, em função do comprimento de onda, por um gráfico com o seguinte aspecto: Δλ = λ' – λ ⯝ 0,024 Å λ‘ Comprimento de onda Δλ Compton considerou os raios X como sendo fótons. Um fóton colide com um elétron, suposto livre e em repouso. Como esse elétron adquire uma velocidade próxima de c, sua energia cinética precisa receber um tratamento relativístico. A figura a seguir representa um fóton X, de momento Q e energia E, que vai colidir com um elétron em repouso. Após a colisão, temos um fóton X, de momento Q ’ e energia E’, e o elétron adquire um momento Q e: Elétron Fóton X λ,f θ ϕ Elétron livre em repouso y x Fóton X λ' , f’ θ (III) (IV) • Somando, membro a membro as expressões (III) e (IV), vem: Q2e (sen2 θ + cos2 θ) = • A energia total do elétron extraído é igual a Q2e c2 + (m0 c2)2 , em que m0 é sua massa de repouso. Essa energia é a soma da energia de repouso do elétron com sua energia cinética Ec: Q2e c2 + (m0 c2)2 = m c2 + E ⇒ 0 c ⇒ Q2e c2 + m20 c4 = (m0 c2 + Ec)2 ⇒ ⇒ Q2e c2 = E2c + 2m0 c2 Ec (VI) • Usando a conservação da energia na colisão, temos: hf = hf’ + Ec ⇒ Ec = hf – hf’ (VII) • Substituindo (VII) em (VI), vem: Q2e c2 = (hf – hf’)2 + 2 m0 c2 (hf – hf’) ⇒ Qe Q Q = E = hf c c 2 h2f 2 – 2h ff’ cos ϕ + h2f ’2 · cos2 ϕ c2 c2 c2 2 2 Q2e sen2θ = h f2’ sen2ϕ c 2 h2f 2 – 2h ff’ cos ϕ + h2f ’2 (sen2 ϕ + cos2 ϕ) ⇒ c2 c2 c2 2 2 2 2h ff’ cos ϕ h2f ’2 ⇒ ⇒ Q2e = h f2 – + c c2 c2 2 2 2 2 2 2 ⇒ Qe c = h f – 2h ff’ cos ϕ + h f’2 (V) λ ⯝ 0,7 Å λ (II) Q x ϕ Q‘ Q‘ = E‘ = hf’ c c ⇒ Q2e c2 = = h2f 2 – 2h2ff’ + h2f’2 + 2 m0 c2 (hf – hf’) (VIII) Manual do professor • Igualando (VIII) com (V), vamos determinar Δλ: h2f 2 – 2h2 ff’ + h2f’2 + 2m0 c2 (hf – hf’) = h2f 2 – 2h2 ff’ cosϕ + h2f’2 ⇒ m0 c2 (hf – hf’) = h2 ff’ (1 – cos ϕ) ⇒ m0 c2 (f – f’) = hff’ (1 – cos ϕ) Dividindo essa última expressão, membro a membro, por ff’, vem: m0 c2 1 – 1 = h (1 – cos ϕ) ⇒ f’ f m0 c2 λ’ – λ = h (1 – cos ϕ) c c Δλ = λ’ –λ = h (1 – cos ϕ) m0 c A expressão obtida mostra que o deslocamento Compton (Δλ) depende do ângulo de espalhamento , mas não depende do comprimento de onda λ da radiação utilizada, nem do material de que é feito o alvo participante do experimento em que o fenômeno ocorre. Comentários I. Na expressão de Δλ, h é o comprimento de m0 c onda Compton (λc) do elétron extraído: λc = h ⯝ 0,024 Å m0 c II. Como cosϕ pode variar entre –1 e +1, temos que: • Δλ = 0 quando cosϕ = 1, ou seja, quando ϕ = 0. Esse é o caso de uma “colisão rasante”, uma colisão que não aconteceu. É como num jogo de bilhar, quando o jogador dá uma tacada na bola branca para tirar uma “casquinha” da bola vermelha e a bola branca passa rente à vermelha, sem atingi-la. Obviamente, para ϕ = 0 o efeito Compton não ocorre. • Para ϕ ≠ 0, Δλ é sempre positivo, ou seja, λ’ é maior que λ. • Δλmáx ocorre para ϕ = 180º (cos 180º = – 1): Δλmáx = 2 h ⯝ 0,048 Å (o dobro do comprim0 c mento de onda Compton do elétron). Essa situação corresponde a uma colisão frontal entre o fóton X e o elétron, em que o sentido do movimento do fóton é invertido. III. Vamos entender por que Compton usou raio X e não uma outra radiação eletromagnética como a luz visível, por exemplo. 89 Como vimos, Δλmáx ⯝ 0,048 Å. Para um raio X de comprimento de onda λ ⯝ 0,7Å, Δλmáx corresponde a aproximadamente 7% de λ, que é uma variação suficientemente grande para ser constatada num experimento. Como vimos, foi esse comprimento de onda que Compton usou, que está na faixa dos chamados raios X duros, isto é, de menores comprimentos de onda e, portanto, de freqüências mais elevadas (o efeito também ocorre com raios γ). Se, em vez de usar raio X, fosse usada luz visível de λ = 3,8 · 103 Å, por exemplo, Δλmáx corresponderia a cerca de 0,001% de λ, o que impossibilitaria a constatação do fenômeno. IV. Vamos entender agora por que o elétron causador do espalhamento Compton foi, de fato, um elétron livre, isto é, um elétron mais periférico do átomo, ou, pelo menos, um elétron fracamente ligado ao átomo. Para isso, é preciso saber que a expressão de Δλ pode ser estendida a uma partícula qualquer de massa de repouso m0. No alvo de grafite, se o efeito Compton fosse devido à colisão de fótons X, com elétrons fortemente ligados aos átomos de carbono, esses átomos, como um todo, seriam as partículas causadoras do fenômeno. A massa m0 seria a massa de repouso do átomo de carbono, que é cerca de 2,2 · 104 vezes a massa de repouso do elétron. Então, Δλmáx seria aproximadamente igual a 0,048 Å 2,2 · 10–6 Å , o que corresponde a cerca 2,2 · 104 de 0,0003% de λ (λ ⯝ 0,7 Å). Assim, Δλmáx seria indetectável no experimento. Os elétrons “presos” são justamente aqueles que explicam o pico de intensidade dos raios X espalhados de mesmo comprimento de onda λ dos raios X incidentes, ou seja, dos fótons X que não sofreram o deslocamento Compton. V. Ao ser considerada a conservação da energia no equacionamento do efeito Compton, não foi levada em conta a energia usada na extração do elétron que, como vimos, é livre. Os cálculos a seguir evidenciam que essa energia é tão insignificante que não deveria mesmo ser computada. Um fóton X de λ ⯝ 0,7 Å = 0,7 · 10–10 m tem freqüência f dada por: 3 · 108 ⇒ f ⯝ 4,3 · 1018 Hz f= c = λ 0,7 · 10–10 90 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Vamos calcular a energia E desse fóton: E = hf = 6,63 · 10–34 · 4,3 · 1018 ⇒ ⇒ E ⯝ 2,8 · 10–15 J 2,8 · 10-15 eV ⇒ 1,6 · 10–19 ⇒ E ⯝ 18 · 103 eV ⯝ 18 k eV Como a função trabalho dos metais e da grafite é de poucos elétrons–volt (ordem de grandeza igual a 10, no máximo), a energia usada na extração do elétron é totalmente desprezível em comparação com 18 k eV. E⯝ VI. É importante destacar que o efeito Compton foi explicado como sendo o resultado de uma colisão perfeitamente elástica entre um fóton e um elétron, na qual foram usados o modelo quântico das radiações eletromagnéticas e conceitos da teoria da relatividade restrita. Em 1923, na Universidade de Chicago, Arthur Compton explicou teoricamente suas conclusões e fez medições, determinando Δλ e mostrando que esse deslocamento depende do ângulo de observação ϕ. Em 1927, recebeu o Prêmio Nobel de Física. A interpretação de Compton foi reforçada ainda mais em 1950 e em 1955. Em 1950, o elétron extraído foi detectado e o ângulo θ, entre a direção da sua emergência e a da incidência do fóton X, foi medido, obtendo-se um valor em concordância com a previsão teórica. Em 1955, foi verificado, com precisão da ordem de 10–11s, que o elétron extraído e o fóton espalhado saem do alvo simultaneamente, o que é uma característica da colisão entre duas partículas. VII. O efeito Compton não pode ser ignorado por técnicos da área médica que operam equipamentos de raios X em laboratórios e hospitais. Os corpos desses técnicos precisam ser protegidos dos raios X espalhados, principalmente nas radioscopias, em que os tempos de exposição são longos. Os profissionais da área odontológica, quando tiram raio X de dentes, devem proteger seus pacientes colocando neles aventais de chumbo. Notas: • No experimento de Compton, se o elétron no qual incide raio X de freqüência f fosse considerado em movimento, ele receberia, em virtude do efeito Doppler, uma radiação de freqüência aparente fap. Pela teoria eletromagnética clássica, o elétron oscilaria nessa freqüência fap e também emitiria radiação nessa freqüência. A velocidade relativa entre os elétrons atingidos pela radiação e a fonte de raios X podem ser de afastamento ou de aproximação e, além disso, podem ter, no momento da incidência, muitos valores diferentes. Assim, pela teoria clássica, o raio X espalhado deveria ter, para cada ângulo de espalhamento ϕ, freqüências dentro de uma faixa de valores, abaixo e acima de f, o que não acontece. • No efeito Compton os fótons são espalhados por elétrons, diferentemente do que ocorre no efeito fotoelétrico, em que são absorvidos. • Compton liderou pesquisas a fim de obter plutônio para uso em armas nucleares. 2. Existe uma técnica de diagnóstico médico por imagem denominado tomografia por emissão de pósitron e conhecida por PET (positron emission tomography). Como a imagem é obtida por esse processo? O pósitron é um exemplo de antimatéria: ele é a antipartícula do elétron. O pósitron e o elétron têm massas iguais e cargas elétricas de mesmo módulo mas de sinais opostos. Em 1929, o físico britânico Paul Dirac (19021984), prêmio Nobel de Física em 1933, previu a existência do pósitron e de outras antipartículas, enfim, da antimatéria. Em 1932, o físico norte-americano Carl Anderson (1905-1991), Prêmio Nobel de Física em 1936, descobriu o pósitron. Raios cósmicos (principalmente prótons de alta energia) produzem pósitrons quando incidem na alta atmosfera. Alguns deles acabam chegando ao solo e podem ser detectados, como aconteceu nas investigações experimentais de Anderson. Alguns núcleos radiativos, quando se desintegram, também emitem pósitrons. Além disso, o pósitron pode ser obtido por um processo denominado produção de pares, em que um fóton de radiação γ incide num núcleo atômico e dá origem a um par elétron-pósitron: –e Elétron Fóton γ Pósitron Núcleo em repouso Núcleo em repouso +e A energia cinética adquirida pelo núcleo é desprezível devido a sua grande massa. É importante destacar que, nesse fenômeno, acontecem as conservações da energia, da carga elétrica e do momento (quantidade de movimento). O processo inversão da produção de pares também ocorre. Quando um pósitron e um elétron, ambos supostos em repouso, estão próximos um do outro, eles se aniquilam e dão origem a dois fótons de radiação γ. Esse fenômeno é chamado aniquilação de pares. Manual do professor –e Elétron +e Pósitron Fóton γ Fóton γ Nesse fenômeno, também ocorrem as conservações da energia, da carga elétrica e do momento. Para a conservação do momento, devem ser produzidos dois fótons com momentos opostos. Embora a probabilidade de ocorrer seja muito menor, é possível que sejam produzidos três fótons γ, em vez de dois. A técnica PET de diagnóstico médico se baseia na aniquilação elétron-pósitron. Uma solução de glicose, contendo núcleos radiativos que emitem pósitrons quando se desintegram, é injetada no paciente. Essa solução é transportada pelo sangue para todo o seu corpo. Cada pósitron produzido em um determinado local do corpo se aniquila ao encontrar (facilmente) um elétron situado nas proximidades, dando origem a dois fótons γ. Um detector PET, que circunda o paciente, capta a radiação γ emitida e determina o local onde ela foi produzida. Esse é o local onde a glicose se concentra (tumores cancerígenos, por exemplo). Com o auxílio de um computador, forma-se uma imagem dessa região. Cerca de vinte anos depois do feito de Anderson, foi descoberto o antipróton, produzido em um acelerador de partículas que adquirem alta energia, na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Sabe-se hoje que toda partícula tem sua antipartícula, como antiprótons e anti-átomos de hidrogênio, por exemplo (há poucos casos de partículas – o fóton é um deles – cujas antipartículas são elas mesmas). Normalmente uma antipartícula tem “vida” curta porque é aniquilada ao encontrar-se com sua partícula correspondente. Entretanto, não é absurdo admitir a existência de galáxias distantes constituídas de antimatéria. • Resolução dos exercícios propostos 6 Mesmo com f f , se a fonte luminosa estiver se aproximando 0 do material, ele poderá receber a luz com freqüência maior ou igual a f0, devido ao efeito Doppler. Satisfeita essa condição, ocorrerá o efeito fotoelétrico. Alternativa e. 10 a) Pot = Q ⇒ Q = Pot Δt = 4 000 · 106 · 9 · 104 Δt Q = 3,6 · 1014 J 14 b) E = Δm c2 = Q ⇒ Δm = Q2 = 3,6 · 108 2 c (3 · 10 ) Δm = 4 · 10–3 kg c) Δm = 8 · 10–4 MU ⇒ 4 · 10–3 = 8 · 10–4 MU MU = 5 kg 91 13 A freqüência mínima dos fótons (energia mínina) corresponde à situação em que o elétron e o pósitron são produzidos em repouso: Fóton Fóton E = hfmín E = hfmín Elétron em repouso Pósitron em repouso E = me · c2 E = me · c2 Observe, nesse fenômeno, a conservação do momento. Pela conservação da energia, temos: h fmín + h fmín = me c2 + me c2 ⇒ 2h fmín = 2me c2 ⇒ fmín = me c2 h Alternativa b. 14 A perda de massa (m – m’ ) e o acréscimo de massa (m’ – m ) 1 1 2 2 equivalem à energia do fóton. Então, temos: E = (m1 – m’1) c2 ou E = (m’2 – m2) c2 Alternativa d. Tópico 3 Comportamento ondulatório da matéria • Objetivos do Tópico Neste brevíssimo Tópico, mostramos em que De Broglie se baseou para suspeitar do comportamento ondulatório da matéria e, em seguida, propor sua bem-sucedida teoria. Para chegar à expressão do comprimento de onda de De Broglie é preciso retomar o item 9 do tópico anterior. Após obtermos a referida expressão, voltamos ao modelo atômico de Bohr (apresentado no Tópico 1), tratamos o elétron como onda e justificamos a estabilidade das órbitas por meio de ondas estacionárias. No final da exposição teórica, calculamos o comprimento de onda de De Broglie para um elétron e para uma pessoa, justificando por que a difração do elétron é observável e a da pessoa não é. • O que não pode faltar Se for incluído na programação do professor, deverá ser tratado na íntegra. Além disso, é necessário incluir o item 9 do Tópico 2: Relação entre a energia e a quantidade de movimento de um corpo. 92 TÓPICOS DE FÍSICA 3 • Resolução dos exercícios propostos λfinal = 2 mα ⯝ 4 mp = 4 · 1,6 · 10–27 kg = 6,4 · 10–27 kg λα = 6,63 · 10–34 h = ⇒ λα = 1,7 · 10–14 m mα vα 6,4 · 10–27 · 6,0 · 106 Alternativa c. 3 Tratando-se de uma situação não-relativística, a energia cinéti2 ca continua expressa por m v : 2 Ec = 2 Ec final inicial m v2final m v2inicial =2· ⇒ vfinal = vinicial 2 2 2 O comprimento de onda a que se refere o enunciado é o de De Broglie: λ h h = = inicial ⇒ λfinal = 1 λinicial m vfinal m vinicial 2 2 2 Alternativa a. 5 (1) Verdadeira. 2 K Qnúcleo |Qelétron| Fcp = Fe ⇒ m v = ⇒ r2 r 2 ⇒ m v = K Z2e e ⇒ m v2 r = K Z e2 r r (2) Verdadeira. Perímetro da órbita = n λ ⇒ ⇒ 2π r = n λ ⇒ 2π r = n h ⇒ 2π r m v = n h mv (3) Falsa. (4) Verdadeira. De (1): m (ω r)2 r = K Z e2 ⇒ m ω2 r3 = K Z e2 (5) Falsa. Parte V - ANÁLISE DIMENSIONAL • Algo mais “O homem é o animal que mede”, ... • Objetivos A Análise dimensional é uma ferramenta preciosa no estudo da Física, prestando-se à identificação de suas muitas grandezas e à verificação da homogeneidade dimensional de equações. Além disso, pela Análise dimensional é possível fazer a previsão de expressões físicas a partir de constatações empíricas ou mesmo verificações experimentais. Por tudo isso, incluímos esse assunto como complemento de nossa obra, objetivando atender também aos muitos vestibulandos que têm essa matéria como ponto solicitado em seus exames de seleção. Acreditamos, porém, que algumas noções de Análise dimensional devam ser apresentadas logo no início do curso de Física – na 1a série do Ensino Médio –, o que contribui sobremaneira para uma melhor assimilação das diversas grandezas físicas e suas respectivas unidades de medida. • O que não pode faltar 1. Grandezas físicas fundamentais e derivadas 2. Expressões dimensionais Exercícios 3. Homogeneidade dimensional 4. Previsão de expressões físicas Exercícios ... dizia o engenheiro Paulo Sá, em 1964, quando Diretor do Instituto Nacional de Pesos e Medidas – INPM, órgão do Ministério da Indústria e Comércio que precedeu no Brasil o atual Inmetro. De fato: para comproválo, basta atentar para as observações e atos rotineiros de um simples cidadão que, após descer em um elevador do edifício em que reside, no qual uma plaqueta afixada na parede da cabina alerta às pessoas sobre a carga máxima suportada pelo equipamento, assume o volante do seu automóvel. No painel do veículo, o hodômetro assinala a distância por ele percorrida entre dois “pontos” de sua trajetória; o velocímetro indica, a cada instante, a intensidade da velocidade do carro; o amperímetro assinala o nível da corrente elétrica suprida pela bateria ao circuito elétrico; o termômetro acusa a temperatura da água de arrefecimento do motor; o tacômetro (ou “conta-giros”) diz a velocidade angular da rotação do “motor”, ou mais precisamente, do virabrequim; o indicador de combustível informa o volume de gasolina existente no tanque, enquanto o relógio lhe fornece a duração de sua corrida. Ao ligar o rádio do automóvel, o motorista sintoniza uma estação emissora, identificando-a no dial pela freqüência da onda transmitida e, ao parar num posto de abastecimento, lê no painel da “bomba” o volume de combustível adquirido, enquanto um frentista aciona um manômetro que assinala a pressão do ar na calibragem dos pneus e indaga sobre a viscosidade do óleo que deverá verter no cárter... Manual do professor Com a expansão das relações internacionais entre países dos cinco continentes, ocorrida principalmente a partir da segunda metade do século XX, mostrouse indispensável a adoção de um sistema de unidades bem definidas, de abrangência universal, que permitisse estabelecer e manter um modo ágil de comércio e troca de informações, particularmente de natureza técnica e científica. Esse sistema certamente iria contribuir para um melhor entendimento nos intercâmbios em geral e para uma padronização dos produtos negociados no mercado mundial. Nascia assim o Sistema Internacional de Unidades, conhecido pela sigla SI, que nas palavras de J. Terrien, ex-diretor do Bureau International des Poids et Mesures, reproduzidas em 1971 em publicação editada pelo então Instituto Nacional de Pesos e Medidas, traz “uma linguagem própria, com suas definições, ortografia, regras gramaticais e de sintaxe”. Dos muitos sistemas que poderiam ser propostos com os objetivos visados, “o SI é o mais universal e completo, mas é preciso utilizá-lo corretamente”. O Sistema Internacional de Unidades baseia-se no sistema métrico decimal, tendo evoluído do sistema MKSA, proposto por Giovanni Giorge, em 1901. Sua denominação e composição atual datam de 1960, por ocasião da 11a CGPM (Conferência Geral de Pesos e Medidas). O SI foi oficialmente adotado no Brasil pela Portaria no 27, de 29 de agosto de 1962, baixada pelo, hoje extinto, Instituto Nacional de Pesos e Medidas e, a partir de então, vários ordenamentos legais passaram a dispor sobre seu uso no país. 3. Tempo: segundo (símbolo s) Um segundo é a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição de um elétron entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133. 4. Intensidade de corrente elétrica: ampère (símbolo A) Um ampère é a intensidade de corrente elétrica contínua e constante que, percorrendo dois fios condutores retilíneos e paralelos, de comprimento indefinido e de seção transversal circular de área desprezível, situados no vácuo a distância de 1 metro um do outro, determina entre eles uma força de interação de origem eletromagnética de intensidade igual a 2 · 10–7 N por metro de comprimento em cada um dos fios. 5. Temperatura termodinâmica: kelvin (símbolo K) Um kelvin é a fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica do ponto tríplice da água. 6. Intensidade luminosa: candela (símbolo cd) Uma candela é a intensidade luminosa, numa direção dada, de uma fonte que emite radiação monocromática de freqüência 540 · 1012 hertz e cuja intensidade energética naquela direção é 1/683 watt por esterradiano. Adaptado do livro O Sistema Internacional de Unidades – SI, de I. M. Rozenberg, Instituto Mauá de Tecnologia, 1998. O SI fundamenta-se em sete unidades de base: 7. Quantidade de matéria: mol (símbolo mol) 1. Comprimento: metro (símbolo m) Um mol é a quantidade de matéria de um sistema contendo tantas entidades elementares quantos átomos existentes em 0,012 kg de carbono 12. Um metro é o comprimento percorrido pela luz no vácuo, durante um intervalo de tempo igual a 1/299 792 458 do segundo. 2. Massa: quilograma (símbolo kg) Um quilograma é a massa do protótipo internacional de massa (ou protótipo internacional de quilograma), mantido sob a guarda e cuidados do Bureau Internacional de Pesos e Medidas, em Sèvres, Paris, ratificado como tal pela 3a CGPM, realizada em 1901. 93 • Resolução dos exercícios propostos 1 [E] = M L2 T–2 ; [f] = T–1 [E] M L2 T–2 h = E ⇒ [h] = = ⇒ f T–1 [f] 2 [F] = M L T–2 [h] = M L2 T–1 94 TÓPICOS DE FÍSICA 3 2 –2 2 [F] [d2] F=G Mm ⇒ G = Fd ⇒ [G] = = ML T 2 L Mm [M] [m] M d2 [G] = M–1 L3 T–2 Unidade SI de G: kg–1 m3 s–2 3 [p] = F L–2 ; [n] = F0 L0 T0 (adimensional) pV pV=nRτ ⇒ R= nτ [p] [V] FL–2 L3 [R] = = ⇒ [R] – F L θ–1 [n] [τ] θ 4 [Fr] = M L T–2; [v] = L T–1 Fr = k v2 ⇒ k = F2 v –2 [Fr] ML T–2 [k] = 2 = ⇒ [k] = ML2 T–2 ⇒ [k] = ML–1 –1 2 (LT ) L T [v] Unidade SI de k: kg m–1 Alternativa a. 5 a) [V] = L T–1; [ρ] = ML–3; [λ] = L ρ λ V2 V2 = 2π σ ⇒ σ = 2π ρλ [σ] = M L–3 L (L T–1)2 Donde [σ] = M L0 T–2 kg b) Unidade SI de σ: kg s–2 = 2 s 6 F=ηdv ⇒ η= F dv [F] = M L T–2; [d] = L e [v] = L T–1 –2 Logo: [η] = M L T–1 LLT Donde: [η] = M L–1 T–1 Unidade do SI de η: kg m–1 s–1 Alternativa b. 7 [F] = M L T–2; [Q] = I T; 4π é uma constante adimensional QQ QQ F = 1 · 12 2 ε0 = 1 22 4π ε0 r 4πF r [Q ] [Q ] (IT)2 [ε0] = 1 2 2 = ML T–2 (L)2 [F] [r ] I2T2 ⇒ [ε ] = M–1 L–3 T4 I2 0 M L3 T–2 –1 Unidade SI de ε0: kg m–3 s4 A2 Alternativa d. [ε0] = 8 a) i = ΔQ ⇒ ΔQ = i Δt ⇒ [Q] = I T Δt Unidade SI de Q: A · s = coulomb (C) 2 –2 b) U = E ⇒ [U] = M L T IT Q [U] = M L2 T–3 I–1 [Q] IT C = Q ⇒ [C] = = ⇒ [C] = M–1 L–2 T4 I2 U [U] M L2 T–3 I–1 Unidade SI de C: kg–1 m–2 s4 A2 = farad (F) 9 [a t2] = L ; [b t3] = L [a] T2 = L ⇒ [a] = L T–2 [b] T3 = L ⇒ [b] = L T–3 Alternativa c. 10 (M L T–2)x My = L3 (M L2 T–2)z Mx + y Lx T–2x = Mz L2x + 3 T–2z Identificando os expoentes das potências de mesma base, vem: x+y=z 2z + 3 = x –2z = –2x ⇒ z = x Logo: 2x + 3 = x ⇒ x = –3 e z = –3 x+y=x ⇒ y=0 Alternativa b. β 12 vα = C P ρ [v] = L T–1 ; [P] = M L–1 T–2 ; [p] = M L–3 (M L–1 T–2)β (L T–1)α = M L–3 M0 Lα T–α = Mβ – 1 L3 – β T–2β Identificando os expoentes das potências de mesma base, vem: β–1=0 ⇒ β=1 α=3–β ⇒ α=3–1 ⇒ Alternativa c. α=2 13 I = ΔE ⇒ [I] = [ΔE] S Δt [S] [Δt] 2 T–2 M L [I] = 2 L T Donde: [I] = M L0 T–3 I = Ax f y ρz c Observando que: [A] = L ; [f] = T–1 ; [ρ] = M L–3 e [c] = L T–1, vem: M L0 T–3 = Lx (T–1)y (M L–3)z L T–1 Donde: M L0 T–3 = Mz Lx – 3z +1 T–y–1 Identificando os expoentes das potências de mesma base, vem: z=1 –y – 1 = –3 ⇒ y = 2 x–3+1=0 ⇒ x=2 Alternativa d. 14 [V] = [p]x [µ]y [V] = M0 L T–1 ; [p] = M L–1 T–2 ; [µ] = M L–3 M0 L T–1 = (M L–1 T–2)x (M L–3)y ⇒ M0 L T–1 = Mx + y L–x – 3y T–2x Identificando os expoentes das potências de mesma base, vem: x+y=0 –x – 3y = 1 1 –2x = –1 ⇒ x = 2 1 1 Logo: V = p 2 µ– 2 Donde: V= p µ 1 e y=– 2 Manual do professor 15 v = k Fx my d2 (k é uma constante adimensional) [v] = M0 L T–1 ; [F] = M L T–2 M0 L T–1 = (M L T–2)x My Lz ⇒ M0 L T–1 = Mx + y Lx + z T–2x Identificando os expoentes das potências de mesma base, vem: x+y=0 x+z=1 –2x = –1 ⇒ Logo: x= 1 2 y=– 1 2 z= 1 2 e Assim: 1 1 1 v = k F 2 m– 2 d 2 Donde: v = k Fd m 1 2 Por outros métodos, conclui-se que k = 1. Alternativa d. 16 P = k µx Ay V2 (k é uma constante adimensional) [P] = M L2 T–3 ; [µ] = M L–3 ; [A] = L2 e [V] = L T–1 M L2 T–3 = (M L–3)x (L2)y (L T–1)2 ⇒ M L2 T–3 = Mx L–3x + 2y + z T–z Identificando-se os expoentes das potências de mesma base, vem: x=1 –3x + 2y + z = 2 –z = –3 ⇒ z = 3 Logo: –3 + 2y + 3 = 2 ⇒ y = 1 Assim: P = k µ A V3 17 φ = k Ax (Δθ)y Cz e–1 2 –2 φ = ΔE ⇒ [φ]= M L T ⇒ [φ] = M L2 T–3 T Δt [A] = L2 ; [Δθ] = θ; [C] = M L T–3 θ–1 e [e] = L M L2 T–3 θ0 = (L2)x θy (M L T–3 θ–1)z L–1 M L2 T–3 θ0 = Mz L2x + z – 1 T–3x θy – z Identificando-se os expoentes das potências de mesma base, vem: z=1 2x + z – 1 = 2 ⇒ 2x + 1 – 1 = 2 ⇒ x = 1 y–z=0 ⇒ y–1=0 ⇒ y=1 φ = k C A Δθ e Trata-se da Lei de Fourier e, por outros métodos, obtém-se k = 1. Logo: 18 Z = k ΔP x a y ηz L [ΔP] = M L–1 T–2 ; [L] = [a] = L η= F · d A v [F] = M L T–2 ; [A] = L2 ; [d] = L e [v] = L T–1 –2 [η] = M L2T · L–1 ⇒ [η] = M L–1 T–1 L LT Z = ΔV (Z representa a vazão) Δt 3 [Z] = L ⇒ [Z] = L3 T–1 T 95 Logo: x –1 –2 M0 L3 T–1 = M L T Ly (M L–1 T–1)z L M0 L3 T–1 = Mx + z L–2x + y – z T–2x – z Identificando os expoentes das potências de mesma base, temos: x + z = 0 ⇒ z = –x (I) –2x + y – z = 3 –2x – z = –1 ⇒ 2x + z = 1 (II) (I) em (II): 2x – x = 1 ⇒ x=1 e z = –1 –2 (1) + y – (–1) = 3 ⇒ y = 4 Logo: Z = k ΔP a4 η–1 L 4 Z = k ΔP · a η L Donde: Alternativa b. 19 3 a) F = σ d ⇒ σ = FL3 L d No SI, as unidades de F, L e d são, respectivamente, N, m e m, logo: Unidade (σ) = N m = N m 3 m2 Lembrando que a unidade de força newton (N) pode ser expressa por: N = kg m2 , s Temos: kg m2 s = kg Unidade (σ) = m s2 m2 Ou unidade (σ) = kg m–1 s–2 b) Conforme o enunciado: γ= P ⇒ P=γV V 2 Sendo V = πd L, segue que: 4 P= γ πd2 L 4 c) O peso será a força vertical aplicada no centro da viga responsável pela sua flexão e conseqüente ruptura. Logo: 3 γ π d2 L F=P ⇒ σd = L 4 Donde: 4σ = L2 γπ d 2 L 1o caso: 4σ = 1 (I) d γπ 1 2 (2L ) (II) 2o caso: 4σ = 1 d2 γπ Comparando-se (I) e (II), vem: L21 4L21 = ⇒ d2 = 4d1 d1 d2 96 TÓPICOS DE FÍSICA 3 Bibliografia LANDAU, L.; KITAIGORODKI, A. Física para todos. Moscou, Mir, 1967. ALONSO, M. S.; FINN, E. J. Física. São Paulo, Edgard Blücher, 1972. v. 1 e 2. _______; RUMER, Y. Aprenda a Teoria da Relatividade bricando. São Paulo, Hemus, 1970. _______. Física: um curso universitário. São Paulo, Edgard Blücher, 1972. LUCIE, Pierre. Física básica. Rio de Janeiro, Campus, 1979. _______. Fundamentos cuánticos y estadísticos. México, Addison Wesley Longman, 1999. NUSSBAUM, Allen. Comportamento eletrônico e magnético dos materiais. São Paulo, Edgard Blücher, 1971. BEER, Ferdinand P.; JOHNSTON JR., E. Russel. Mecânica vetorial para engenheiros. São Paulo, McGraw-Hill/Makron Books, 1991. NUSSENZVEIG, Herch Moysés. Curso de Física básica. São Paulo, Edgard Blücher. 2002. BENSON, Harris, University Physics. Nova York, John Wiley & Sons, 1995. OKUNO, E.; CALDAS, L. L.; CHOW, C. Física para ciências biológicas e biomédicas. São Paulo, Harbra, 1982. BLACKWOOD, Oswald H.; HERRON, Wilmer B.; KELLY, William C. Física na escola secundária. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Cultura, 1962. OREAR, Jay. Física. Rio de Janeiro, LTC, 1991. BRAZ JR., Dulcidio. Física moderna: tópicos para o Ensino Médio. Campinas, Companhia da Escola, 2002. PAIS, Abraham. A ciência e a vida de Albert Einstein. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982. BUKHOVTSEV, B. B.; KRIVTCHENKOV, V. D.; MIAKISHEV, G. Y.; SARAEVA, I. M. Problemas selecionados de Física elementar. Moscou, Mir, 1977. PERELMAN, Y. Física recreativa. Moscou, Mir, 1987. CANIATO, Rodolpho. O céu. Campinas, Fundação Tropical de Pesquisas e Tecnologia, 1978. RESNICK, R.; HALLIDAY, D. Física. Rio de Janeiro, LTC, 1974. CHAVES, Alaor. Física básica. Rio de Janeiro, LTC/LAB, 2007. COHEN, I. Bernard. O nascimento de uma nova Física. São Paulo, Edart, 1967. CUTNELL, John D.; JOHNSON, Kenneth W. Física. 6. ed. Rio de Janeiro, LTC, 2006. v. 1, 2 e 3. MATVEEV, A. N. Electricidad y magnetismo. Moscou, Mir, 1988. OSADA, Jun’ichi. Evolução das idéias da Física. São Paulo, Edgard Blücher/USP, 1972. PURCELL, E. M. Curso de Física de Berkeley: eletricidade e magnetismo. São Paulo, Edgard Blücher, 1973. v. 2. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC. Revista Scientific American – Brasil, São Paulo, Ediouro/Segmento/ Dueto Editorial. RONAN, Colin A. História ilustrada da Ciência da Universidade de Cambridge. São Paulo, Círculo do Livro, 1987. _________. Physics. Nova York, John Wiley & Sons, 1997. ROZEMBERG, I. M. O sistema internacional de unidades (SI). São Paulo, Instituto Mauá de Tecnologia, 1998. EINSTEIN, Albert. Como vejo o mundo. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1953. _______; GEVERTZ, M. Problemas de Física. São Paulo, Nobel, 1967. EISBERG, Robert; RESNICK, Robert. Física Quântica. Rio de Janeiro, Elsevier, 1979 SALMERON, Roberto A. Introdução à eletricidade e ao magnetismo. São Paulo, Ed. do Autor, 1971. ERCILIA, S. Burbano; GARCIA, E. Burbano; MUÑOS, C. Garcia. Física general. 32. ed. Madri, Editorial Tébar, s. d. v. único. SAVELYEV, I. V. Physics: a general course. Moscou, Mir, 1980. v. 1 e 2. FISHBANE, Paul M.; GASIOROWICZ, Stephen; THORTON, Stephen T. Physics for scientists and engineers. New Jersey, Prentice Hall, 1996. SEARS, Francis Weston. Física. São Paulo, Ao Livro Técnico, 1970. FLEMING, Phyllis J. Physics. Massachusetts, Addison Wesley, 1978. SENGBERG, G. Eletricidade. São Paulo, Nobel, 1965. FOLMER-JOHNSON, Tore Nils Olof. Física para vestibular. São Paulo, Nobel, 1965. SERWAY, Raymond A. Física 4. Rio de Janeiro, LTC, 1996. _______; ZEMANSKY, Mark W. Física. São Paulo, Ao Livro Técnico, 1970. GAMOW, George. Gravidade. São Paulo, Edart, 1973. ___________; FAUGHN Jerry S. Física. México, Pearson educación, 2001. _______. O incrível mundo da Física Moderna. São Paulo, Ibrasa, 1976. ___________; JEWETT, John W. Jr. Princípios de Física. São Paulo, Pioneira/Thomson Learning, 2004. GARCIA, Eduardo A. C. Biofísica. São Paulo, Sarvier, 2002. The Project Physics Course. Nova York/Toronto, Holt, Rinehart and Winston, 1970. GIANCOLI, Douglas C. Física, principios con aplicaciones. México, Prentice Hall Hispanoamericana, 1996. The Visual Dictionary of Physics. Toronto, Stoddart, 1995. GROUEFF, S.; CARTEIR, J. P. O enigma do cosmo. Rio de Janeiro, Primor, 1978. TRIPLER, Paul A. Física. Rio de Janeiro, Guanabara Dois, 1978. v. 1 e 2. GUAYDIER, Pierre. História da Física. São Paulo, Martins Fontes, 1983. VAN WYLEN, G. J.; SONNTAG, R. E. Fundamentos da termodinâmica clássica. 2. ed. São Paulo, Edgard Blücher, 1976. GUIMBAL, Roger. Le problème de la Physique. Paris, Bordas, 1972. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER J. Fundamentals of Physics. Nova York, John Wiley & Sons, 1993. WALKER, Jearl. O grande circo da Física. Lisboa, Gradiva, 1990. WESTFALL, Richard. S. A vida de Isaac Newton. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1993. HAYT, W. H. Eletromagnetismo. Rio de Janeiro, LTC, 1978. WHITE, Harvey E. Física Moderna. Barcelona, Montaner y Simón, 1979. v. 1 e 2. HECHT, E. Óptica. Lisboa, Fund. Calouste Gulbekian, 1991. WILSON, Jerry. Física. New Jersey, Prentice Hall, 1996. HESSEB, Boris. Las raices socioeconómicas de la Mecánica de Newton. Cuba, Academia, 1985. WOLF, Jonathan S. Physics. New York Barron’s Educational Series, 1996. KOESTLER, Arthur. Os sonâmbulos. São Paulo, Ibrasa, 1971. YOUNG, Hugh D. University Physics. Massachusetts, Addison Wesley, 1992. KÓSEL, S. Problemas de Física. Moscou, Mir, 1986.