Arte Romântica http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Caspar_David_Friedrich_032_(The_wanderer_above_the_sea_of_fog).jpg O Peregrino Sobre o Mar de Névoas -1818 - Caspar David Friedrich O Romantismo é um estilo artístico surgido nas últimas décadas do século 18, logo após o auge do Neoclassicismo. A estética romântica surge em um período político agitado, marcado por importantes eventos da história da humanidade. Era o fim do Absolutismo na Europa e as Revoluções Industrial e Francesa dividiam a sociedade entre a burguesia industrial e o surgimento da classe operária, os proletariados. Uma das características fundamentais do Romantismo está intimamente ligada ao desenvolvimento do Capitalismo: o Individualismo. Romântico aqui não possui o sentido de “apaixonado” ou de amor romântico, mas sim de uma visão idealista e subjetiva do mundo voltada para o sonho, para a criatividade e a fantasia. Em linhas gerais, os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista. O nacionalismo e a valorização da natureza são características muito importantes para se entender esse movimento. Arquitetura Na arquitetura, irá surgir uma onda de revivalismo que vai de encontro à recuperação da identidade nacional e, logo, o interesse pela história. Neogótico, neorromânico são alguns dos estilos que irão reaparecer sob o nome geral de Ecletismo. O gosto pelo exótico também irá transparecer em prédios com tendências neoárabes. A arquitetura não será uma expressão forte durante o Romantismo, pois, paralelo ao processo de industrialização, também houve um processo de urbanização que privilegiou a construção de edifícios públicos e de edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas apenas com o maior rendimento financeiro. Já as classes trabalhadoras foram abandonadas em bairros cujas condições eram bastante precárias. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Palais_Garnier.jpg Ópera Garnier – Paris Projetada por Charles Garnier, a Ópera Garnier ou Palais Garnier é um dos edifícios mais importantes do período Romântico. Construído no estilo neobarroco, o prédio foi chamado de Ópera de Paris por muito tempo, pois abrigava a primeira companhia de ópera da França. Após a inauguração da Ópera da Bastilha, em 1989, que hoje é a sede oficial da Ópera Nacional de Paris, o edifício passou a ser chamado Ópera Garnier. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brighton_Royal_Pavilion.jpg O Royal Pavilion, ou Brighton Pavilion, é uma antiga residência real localizada em Brighton, na Inglaterra. Foi construído no início do século 19 como refúgio beira-mar para o príncipe regente da época, que mais tarde se tornaria o Rei Jorge IV. A construção foi feita num estilo Indosarraceno, prevalente na Índia durante a maior parte do século 19. Entre 1815 e 1822, John Nash redesenhou o palácio, e é o trabalho de Nash que pode ser visto hoje. O desenho interior é influenciado pelas modas chinesa e indiana - com elementos arquitetônicos mongóis e islâmicos. Royal Pavilion – Inglaterra http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pena_National_Palace.JPG Palácio Nacional da Pena – Portugal O Palácio de Pena ou Castelo de Pena localiza-se em Sintra, uma vila no Distrito de Lisboa, em Portugal. Considerado uma das melhores expressões do Romantismo, foi construído por iniciativa do rei Dom Fernando II e projetado pelo Barão von Eschwege. São muito claros, nesse edifício, os revivalismos e o ecletismo arquitetônicos concretizados na profusão de estilos neogótico, neomanuelino e neomourisco. Escultura A escultura foi a categoria artística de menor expressão durante o Romantismo. A escultura romântica se destaca nas obras funcionais, como os monumentos funerários, as estátuas equestres em lugares públicos e a decoração arquitetônica, num estilo indefinido, a meio caminho entre o Classicismo e o Barroco. O gosto pelo exótico se evidencia e aparece como grande novidade temática, em esculturas representando animais de terras pitorescas, em cenas de caça ou de luta entre homem e fera. Os motivos heróicos e as homenagens solenes, na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares, próprios dos neoclássicos, ainda continuam no período. Como consequência do Iluminismo e das questões políticas, tornou-se mais rara a temática religiosa. Barye é um dos maiores nomes na escola francesa de escultura e se destacou imensamente no que se refere à representação de animais. Observe o movimento da escultura, sua expressividade e sentido dramático, que muito nos lembra o estilo Barroco. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Theseus_Slaying_Minotaur_by_Barye.jpg Teseu e o Minotauro – 1843 - Antoine-Louis Barye Rude alcançou a notoriedade, quando foi convidado para executar um grupo escultórico no Arco Triunfo. Este trabalho, conhecido como “A Marselha” (ou “Partido dos Voluntários de 1792″), exibe uma figura da pátria-mãe com asas, pedindo para que os voluntários lutem pela nação. A obra foi um grande sucesso e imortalizou o nome do artista. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Le_D%C3%A9part_des_ Volontaires_(La_Marseillaise)_par_Rude,_Arc_de_Triomp he_Etoile_Paris.jpg A Marselha – 1833 - François Rude http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rude-mercury.jpg Mercúrio calçando suas sandálias François Rude Pintura Foi na pintura que o Romantismo encontrou sua maior expressão dentro das Artes Plásticas. A pintura é o instrumento que consolida definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de temas dramático-sentimentais inspirados pela literatura e pela história. O Romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e de um ousado cromatismo, ao mesmo tempo dramático e tenebroso. Grandes mestres do ofício de pintar encontram-se no período e seus nomes são celebrados, desde seu surgimento. No entanto não foi um movimento homogêneo e sim um momento histórico. Encontramos características em comum em determinados artistas, e outras, que podem até mesmo ser contraditórias. Um traço em comum que se pode observar é a visão individual, a busca pela originalidade e a intensidade dramática. Os artistas não estavam mais presos às cortes e aos mecenas autoritários. Respiravam-se ares de revolução, o artista se julgava livre e seu léxico pictural não estava mais preso às rígidas normas clássicas e ao racionalismo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eug%C3%A8ne_Delacroix_-_La_libert%C3%A9_guidant_le_peuple.jpg A Liberdade guiando o povo – 1830- Eugène Delacroix Delacroix e Goya são os maiores artistas dessa geração. “A Liberdade Guiando o Povo” é a obra mais conhecida de Delacroix e é um marco no período. Artista bastante politizado, seu quadro foi pintado em comemoração à Revolução de Julho de 1830, que resultou na queda do monarca Carlos X. Delacroix influenciou os artistas do Impressionismo, com suas pesquisas no campo da ótica, e os Simbolistas, com sua paixão pelo exótico. Francisco José de Goya y Luciente é um pintor excepcional, mas um artista com uma história de vida bastante conturbada. Sua obra passou por várias fases, sendo todas bastante originais e intensas Com o gênio bastante arredio, o pintor sofreu sério distúrbio que o deixou parcialmente surdo e isso traz para sua obra alguns traços bastante soturnos e, ao mesmo tempo, muito mais originais e dinâmicos. Em 2006, foi lançado o longa-metragem “Sombras de Goya”, do premiado diretor Milos Formam, sobre a vida desse conturbado pintor. Excelente filme sobre o gênio espanhol da pintura. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Goya_selfportrait.jpg Autorretrato - 1795– Francisco de Goya Como se pode observar, Goya era um artista inusitado. “Saturno devorando um filho” pertence às “Pinturas Negras”, conjunto de pinturas feitas por Goya sobre a superfície de reboco dos muros de sua casa, e representa uma passagem da mitologia romana. A técnica empregada pelo artista já não possui nada das imposições clássicas. O gesto é muito nítido e as pinceladas não são mais escondidas, mas sim apresentadas em movimentos dinâmicos. A referida obra é uma crítica ao sofrimento causado pela intriga política e pela decadência da Corte e da Igreja espanhola. Além de pintor, Goya também foi mestre em Artes Gráficas. Suas 65 gravuras denominadas “Os Desastres da Guerra”, de 1810-14, são denúncias das atrocidades cometidas pelos exércitos francês e espanhol, durante a invasão da Espanha. O artista tinha um grande senso de justiça e seu olhar sobre a crueldade humana era intenso e firme. O artista também irá influenciar uma série de artistas posteriores, tão alto o grau de sua originalidade e criatividade. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Francisco_de_Goya,_Saturno_devorando_a_su_hijo_(1819-1823).jpg Saturno devorando um filho -1819 – Goya O Romance O Romantismo é bem mais popular na literatura. A literatura romântica é um estilo que marcou profundamente a Arte Ocidental. Mas o Romantismo não necessariamente tem a ver com “ser romântico”. Quando pensamos em romantismo, pode nos vir à mente Roberto Carlos e Júlio Iglesias, expoentes da música romântica latina. Mas de onde vem todo esse romance? http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Roberto_Carlos1.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Julio_Iglesias.jpg O que Roberto Carlos e Julio Iglesias têm em comum com o estilo que estudamos? Na Literatura, “Romance” é um gênero que pertence ao modo narrativo, assim como a Novela e o Conto, ou seja, uma composição em prosa. Em linhas gerais, é uma história contada como uma sequência de eventos, em determinado lugar e época. Sendo assim, temos romances literários em diversos estilos: realistas, de cavalaria e até mesmo românticos, mas com as conotações do estilo que analisamos anteriormente. O famoso romance histórico de Alexandre Dumas “Os Três Mosqueteiros” foi escrito no período romântico. Inicialmente publicado como folhetim, no jornal Le Siècle, de março a julho de 1844, foi posteriormente lançado como livro, ainda em 1844, pelas Edições Baudry. Uma das características do Romantismo são os temas históricos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Dartagnan-musketeers.jpg No sentido de amor romântico, o Romantismo, como estilo, pode ser a coisa menos romântica do mundo - basta observar as pinturas de Goya em diversas fases ou as pinturas histórias de Delacroix. No entanto o uso da palavra romance vem sendo usado como substantivo para indicar amor ou paixão, justamente quando alguns autores do período romântico começaram a escrever, junto com os romances históricos, romances mais açucarados, aventuras amorosas. No site Revista Língua Portuguesa, no Portal Uol, o Pós-Doutor Aldo Bizzocchi explica as raízes romanas da palavra “romance”. http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-abizzocchi/de-roma-ao-romance-293650-1.asp Você já parou para pensar como certas palavras adquirem significados diversos?