Arte Romântica

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Arte Romântica
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O Peregrino Sobre o Mar de Névoas -1818 - Caspar David Friedrich
O Romantismo é um estilo artístico surgido nas últimas décadas do século 18, logo após o auge
do Neoclassicismo. A estética romântica surge em um período político agitado, marcado por
importantes eventos da história da humanidade. Era o fim do Absolutismo na Europa e as
Revoluções Industrial e Francesa dividiam a sociedade entre a burguesia industrial e o
surgimento da classe operária, os proletariados.
Uma das características fundamentais do Romantismo está intimamente ligada ao
desenvolvimento do Capitalismo: o Individualismo. Romântico aqui não possui o sentido de
“apaixonado” ou de amor romântico, mas sim de uma visão idealista e subjetiva do mundo voltada
para o sonho, para a criatividade e a fantasia.
Em linhas gerais, os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em
favor da livre expressão da personalidade do artista. O nacionalismo e a valorização da natureza
são características muito importantes para se entender esse movimento.
Arquitetura
Na arquitetura, irá surgir uma onda de revivalismo que vai de encontro à recuperação da
identidade nacional e, logo, o interesse pela história. Neogótico, neorromânico são alguns dos
estilos que irão reaparecer sob o nome geral de Ecletismo. O gosto pelo exótico também irá
transparecer em prédios com tendências neoárabes.
A arquitetura não será uma expressão forte durante o Romantismo, pois, paralelo ao processo de
industrialização, também houve um processo de urbanização que privilegiou a construção de
edifícios públicos e de edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências
estéticas, preocupadas apenas com o maior rendimento financeiro. Já as classes trabalhadoras
foram abandonadas em bairros cujas condições eram bastante precárias.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Palais_Garnier.jpg
Ópera Garnier – Paris
Projetada por Charles Garnier, a Ópera Garnier ou Palais Garnier é um dos
edifícios mais importantes do período Romântico. Construído no estilo
neobarroco, o prédio foi chamado de Ópera de Paris por muito tempo, pois
abrigava a primeira companhia de ópera da França. Após a inauguração da
Ópera da Bastilha, em 1989, que hoje é a sede oficial da Ópera Nacional de
Paris, o edifício passou a ser chamado Ópera Garnier.
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O Royal Pavilion, ou Brighton Pavilion,
é uma antiga residência real
localizada em Brighton, na Inglaterra.
Foi construído no início do século 19
como refúgio beira-mar para o
príncipe regente da época, que mais
tarde se tornaria o Rei Jorge IV. A
construção foi feita num estilo Indosarraceno,
prevalente
na
Índia
durante a maior parte do século 19.
Entre 1815 e 1822, John Nash
redesenhou o palácio, e é o trabalho
de Nash que pode ser visto hoje. O
desenho interior é influenciado pelas
modas chinesa e indiana - com
elementos arquitetônicos mongóis e
islâmicos.
Royal Pavilion – Inglaterra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pena_National_Palace.JPG
Palácio Nacional da Pena – Portugal
O Palácio de Pena ou Castelo de Pena localiza-se em Sintra, uma vila no Distrito de
Lisboa, em Portugal. Considerado uma das melhores expressões do Romantismo, foi
construído por iniciativa do rei Dom Fernando II e projetado pelo Barão von
Eschwege. São muito claros, nesse edifício, os revivalismos e o ecletismo
arquitetônicos concretizados na profusão de estilos neogótico, neomanuelino e
neomourisco.
Escultura
A escultura foi a categoria artística de menor expressão durante o Romantismo. A escultura
romântica se destaca nas obras funcionais, como os monumentos funerários, as estátuas
equestres em lugares públicos e a decoração arquitetônica, num estilo indefinido, a meio caminho
entre o Classicismo e o Barroco.
O gosto pelo exótico se evidencia e aparece como grande novidade temática, em esculturas
representando animais de terras pitorescas, em cenas de caça ou de luta entre homem e fera. Os
motivos heróicos e as homenagens solenes, na forma de estátuas superdimensionadas de reis e
militares, próprios dos neoclássicos, ainda continuam no período. Como consequência do
Iluminismo e das questões políticas, tornou-se mais rara a temática religiosa.
Barye é um dos maiores nomes na escola
francesa de escultura e se destacou
imensamente no que se refere à representação
de animais. Observe o movimento da escultura,
sua expressividade e sentido dramático, que
muito nos lembra o estilo Barroco.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Theseus_Slaying_Minotaur_by_Barye.jpg
Teseu e o Minotauro – 1843 - Antoine-Louis Barye
Rude alcançou a notoriedade,
quando foi convidado para
executar um grupo escultórico
no Arco Triunfo. Este trabalho,
conhecido como “A Marselha”
(ou “Partido dos Voluntários de
1792″), exibe uma figura da
pátria-mãe com asas, pedindo
para que os voluntários lutem
pela nação. A obra foi um
grande sucesso e imortalizou o
nome do artista.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Le_D%C3%A9part_des_
Volontaires_(La_Marseillaise)_par_Rude,_Arc_de_Triomp
he_Etoile_Paris.jpg
A Marselha – 1833 - François Rude
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Rude-mercury.jpg
Mercúrio calçando suas sandálias François Rude
Pintura
Foi na pintura que o Romantismo encontrou sua maior expressão dentro das Artes Plásticas. A
pintura é o instrumento que consolida definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de
temas dramático-sentimentais inspirados pela literatura e pela história.
O Romantismo produziu uma pintura de grande força narrativa e de um ousado cromatismo, ao
mesmo tempo dramático e tenebroso. Grandes mestres do ofício de pintar encontram-se no
período e seus nomes são celebrados, desde seu surgimento.
No entanto não foi um movimento homogêneo e sim um momento histórico. Encontramos
características em comum em determinados artistas, e outras, que podem até mesmo ser
contraditórias.
Um traço em comum que se pode observar é a visão individual, a busca pela originalidade e a
intensidade dramática. Os artistas não estavam mais presos às cortes e aos mecenas
autoritários. Respiravam-se ares de revolução, o artista se julgava livre e seu léxico pictural não
estava mais preso às rígidas normas clássicas e ao racionalismo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eug%C3%A8ne_Delacroix_-_La_libert%C3%A9_guidant_le_peuple.jpg
A Liberdade guiando o povo – 1830- Eugène Delacroix
Delacroix e Goya são os maiores artistas dessa geração. “A Liberdade Guiando o
Povo” é a obra mais conhecida de Delacroix e é um marco no período. Artista
bastante politizado, seu quadro foi pintado em comemoração à Revolução de Julho
de 1830, que resultou na queda do monarca Carlos X. Delacroix influenciou os
artistas do Impressionismo, com suas pesquisas no campo da ótica, e os
Simbolistas, com sua paixão pelo exótico.
Francisco José de Goya y Luciente é um pintor
excepcional, mas um artista com uma história de vida
bastante conturbada. Sua obra passou por várias
fases, sendo todas bastante originais e intensas
Com o gênio bastante arredio, o pintor sofreu sério
distúrbio que o deixou parcialmente surdo e isso traz
para sua obra alguns traços bastante soturnos e, ao
mesmo tempo, muito mais originais e dinâmicos.
Em 2006, foi lançado o longa-metragem “Sombras de
Goya”, do premiado diretor Milos Formam, sobre a vida
desse conturbado pintor. Excelente filme sobre o gênio
espanhol da pintura.
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Goya_selfportrait.jpg
Autorretrato - 1795– Francisco de Goya
Como se pode observar, Goya era um artista
inusitado. “Saturno devorando um filho”
pertence às “Pinturas Negras”, conjunto de
pinturas feitas por Goya sobre a superfície de
reboco dos muros de sua casa, e representa
uma passagem da mitologia romana.
A técnica empregada pelo artista já não
possui nada das imposições clássicas. O
gesto é muito nítido e as pinceladas não são
mais escondidas, mas sim apresentadas em
movimentos dinâmicos.
A referida obra é uma crítica ao sofrimento
causado pela intriga política e pela
decadência da Corte e da Igreja espanhola.
Além de pintor, Goya também foi mestre em
Artes
Gráficas.
Suas
65
gravuras
denominadas “Os Desastres da Guerra”, de
1810-14, são denúncias das atrocidades
cometidas pelos exércitos francês e espanhol,
durante a invasão da Espanha.
O artista tinha um grande senso de justiça e
seu olhar sobre a crueldade humana era
intenso e firme.
O artista também irá influenciar uma série de
artistas posteriores, tão alto o grau de sua
originalidade e criatividade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Francisco_de_Goya,_Saturno_devorando_a_su_hijo_(1819-1823).jpg
Saturno devorando um filho -1819 – Goya
O Romance
O Romantismo é bem mais popular na literatura. A literatura romântica é um estilo que marcou
profundamente a Arte Ocidental. Mas o Romantismo não necessariamente tem a ver com “ser
romântico”. Quando pensamos em romantismo, pode nos vir à mente Roberto Carlos e Júlio
Iglesias, expoentes da música romântica latina. Mas de onde vem todo esse romance?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Roberto_Carlos1.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Julio_Iglesias.jpg
O que Roberto Carlos e Julio Iglesias têm em comum com o estilo que estudamos?
Na Literatura, “Romance” é um gênero que pertence ao modo narrativo, assim como a Novela e o
Conto, ou seja, uma composição em prosa. Em linhas gerais, é uma história contada como uma
sequência de eventos, em determinado lugar e época. Sendo assim, temos romances literários
em diversos estilos: realistas, de cavalaria e até mesmo românticos, mas com as conotações do
estilo que analisamos anteriormente.
O famoso romance histórico de Alexandre
Dumas “Os Três Mosqueteiros” foi escrito no
período romântico.
Inicialmente publicado como folhetim, no jornal
Le Siècle, de março a julho de 1844, foi
posteriormente lançado como livro, ainda em
1844, pelas Edições Baudry.
Uma das características do Romantismo são os
temas históricos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Dartagnan-musketeers.jpg
No sentido de amor romântico, o Romantismo, como estilo, pode ser a coisa menos romântica do
mundo - basta observar as pinturas de Goya em diversas fases ou as pinturas histórias de
Delacroix. No entanto o uso da palavra romance vem sendo usado como substantivo para indicar
amor ou paixão, justamente quando alguns autores do período romântico começaram a escrever,
junto com os romances históricos, romances mais açucarados, aventuras amorosas.
No site Revista Língua Portuguesa, no Portal Uol, o Pós-Doutor Aldo Bizzocchi explica as raízes
romanas da palavra “romance”.
http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-abizzocchi/de-roma-ao-romance-293650-1.asp
Você já parou para pensar como certas palavras adquirem significados diversos?
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