Jornada Brasileira de Enfermagem Geriátrica e Gerontológica

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Trabalho 105 - 1/5
PROTEÇÃO INEFIZAZ RELACIONADA COM HEPARINIZAÇÃO
ENDOVENOSA: CONSTRUÇÃO DE UM PROTOCOLO DE
ENFERMAGEM
Ana Carolina Lici Monteiro
Maria Selma Pacheco Peixoto
Denise Viana Rodrigues de Oliveira
Andrea Cotait Ayoub
Márcia Viana de Oliveira Klassen
Introdução: A heparina não fracionada endovenosa é um anticoagulante que tem início
de ação imediato, porém, de curta duração. É indicada em baixas doses na prevenção de
trombose venosa profunda, síndrome coronariana aguda, tromboembolismo pulmonar,
entre outras doenças vasculares1,2. Seu uso é contra-indicado em casos de sangramentos,
plaquetopenia grave, coagulopatias, idade avançada, hipertensão arterial refratária ao
tratamento e endocardite bacteriana. Em altas doses é indicada para fins terapêuticos
quando se pretende prevenir a ocorrência de um segundo episódio tromboembólico em
pacientes com trombose venosa profunda, embolia pulmonar, cateterismos ou
angioplastias, hemodiálise e cirurgia cardiovascular com circulação extracorpórea 2. A
principal complicação do uso da heparina endovenosa é o risco de sangramento quando
o paciente não atinge o valor do TTPA desejado. O TTPA – tempo de tromboplastina
parcial ativada é um teste que avalia o tempo necessário para formação de um coágulo
de fibrina em uma amostra de plasma. De acordo com a indicação do uso da heparina
endovenosa há um valor de TTPA que se denomina faixa ideal que se deseja atingir.
Este valor varia de acordo com a patologia3. Diante da problemática levantada, para o
risco de sangramento, a partir do paciente em uso da heparina endovenosa, o enfermeiro
elabora o diagnóstico de enfermagem Proteção Ineficaz. Os diagnósticos de
Enfermagem fazem parte da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE).
Através da Resolução nº 272 do COFEN instituiu-se que a SAE deva ser aplicada nas
Instituições de Saúde Brasileira, pública e privada. No pronto socorro da instituição do
estudo que tem como filosofia a integração entra a assistência, ensino e pesquisa,
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utiliza-se a SAE contemplando todas as etapas desde 1990. A SAE é um dos principais
instrumentos que o enfermeiro dispõe para prestar assistência, sendo de real importância
que o processo seja documentado e registrado, condizente com a Lei do Exercício
Profissional. A realização da SAE é um processo dividido em fases: levantamento de
problemas, diagnósticos de enfermagem, intervenções de enfermagem e evolução de
enfermagem. Sua realização desde que elaborada de acordo com o julgamento clínico e
crítico do enfermeiro aumenta a qualidade da assistência 3. Neste artigo, o problema
levantado, é o uso da heparina não fracionada endovenosa, a partir do qual é elaborado
o diagnóstico Proteção Inefizam que é definido segundo a Taxonomia II de
Diagnósticos da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), como a
diminuição na capacidade de proteger-se de ameaças internas ou externas, como
doenças ou lesões. Apresenta como características definidoras: agitação, alteração da
coagulação, alteração neurossensorial, anorexia, calafrios, deficiência na imunidade,
desorientação, dispnéia, fadiga, fraqueza, imobilidade, insônia, perspiração, prejuízo na
cicatrização, prurido, resposta mal-adaptada ao estresse, tosse e úlcera de pressão.
Apresenta como fatores relacionados: abuso de álcool, câncer, distúrbios imunológicos,
extremos de idade, nutrição inadequada, perfis sanguíneos anormais, terapias com
medicamentos (antineoplásicos, corticosteróides, imunossupressores, anticoagulantes,
trombolíticos) e tratamentos (cirurgia, radioterapia) 4. A característica definidora
evidenciada neste artigo é a alteração da coagulação e o fator relacionado terapia com
medicamento: anticoagulante (heparina não fracionada endovenosa). Objetivo:
Elaborar protocolo assistencial de enfermagem no uso da Heparina não fracionada
endovenosa. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo, baseado no levantamento
de literatura e experiência prática das autoras. Inicialmente foi feita busca em literatura
através da base de dados Bireme, utilizando as palavras heparina e enfermagem e foram
encontrados 179 artigos, dos quais 37 foram selecionados de acordo com a relevância
para o estudo. Após a análise dos artigos selecionados teve início a construção do
protocolo e do fluxograma do uso da heparina não fracionada endovenosa. Resultados:
Intervenções de enfermagem são definidas como o tratamento, baseado no julgamento
clínico e conhecimento, realizado por uma enfermeira para aumentar resultados obtidos
pelo paciente/cliente5. Para o diagnóstico de enfermagem proteção ineficaz relacionada
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com o uso de heparina endovenosa a meta proposta é: garantir assistência segura, no
preparo, na administração, manutenção da heparina endovenosa e a prevenção de
sangramentos. O protocolo assistencial de enfermagem é constituído das seguintes
intervenções: 1 Administração de medicamentos: por via endovenosa (EV) que deve
levar em consideração a intervenção de preparo e a administração de medicamentos
através de via endovenosa. As atividades envolvidas são: preparo da medicação,
observar a data de validade dos medicamentos e das soluções, preparar a solução
padrão, preencher o rótulo com o nome do paciente, solução, gotejamento, data, hora,
rubrica e carimbo e colá-lo ao frasco da solução, reunir os materiais adequados para
administração da medicação, administração da solução de heparina, verificar a posição e
a permeabilidade do cateter endovenoso dentro da veia, colocar a solução em bomba de
infusão e administrar na velocidade apropriada de acordo com o protocolo institucional,
Monitorar o sistema endovenoso, a velocidade do fluxo e a solução, a intervalos
regulares, conforme o protocolo institucional, monitorar sinais de infiltração e flebite no
local da infusão, registrar a administração da solução e a resposta do paciente no
impresso de anotação de enfermagem, registrar no impresso de protocolo de heparina o
início ou evolução da rotina; os valores de TTPA (prévio e atual) e o horário do próximo
controle de TTPA, 2 Precauções contra sangramento: definida pela NIC como redução
de estímulos que possam causar sangramento ou hemorragia em pacientes de risco. Tem
como atividades: monitorar os exames de coagulação (tempo de tromboplastina parcial
ativada (TTPA) e índice de normatização internacional (INR). Ajustar a infusão da
solução de acordo com o resultado do TTPA estabelecido no protocolo de heparina). O
gotejamento da heparina conforme prescrição médica e protocolo da instituição inicia-se
a 20ml/h precedido de um bolus de heparina não fracionada endovenosa cuja dosagem é
calculada segundo o peso do paciente tendo como dosagem máxima 25 mil UI e
monitorar o paciente buscando sinais e sintomas de sangramento através de exame
físico dirigido5. Através do desenvolvimento da sistematização foi elaborado um
fluxograma de atendimento para instrumentalizar a equipe de enfermagem em suas
ações diárias e reformulado o impresso de protocolo de heparina. Conclusão: o
desenvolvimento de protocolos de enfermagem auxilia a determinar e a padronizar as
ações de enfermagem em um objetivo comum. Neste caso, a elaboração do protocolo da
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heparina endovenosa assegura a administração correta da heparina, bem como o
controle do seu gotejamento para que seja atingida a faixa ideal do TTPA, minimizando
ocorrências como sangramentos. O diagnóstico de enfermagem Proteção ineficaz
aplica-se a todos os pacientes sob esta terapêutica com a característica definidora
alteração da coagulação e fator relacionado: anticoagulante (heparina não fracionada
endovenosa).
Referências
1 Timerman, A Heparinas de Baixo Peso Molecular (HBPM) nas Síndromes Coronárias
Agudas (SCA). Federacíon Argentina de Cardiologia. 2º Congresso virtual em Saúde.
Disponível em: < http://www.fac.org.ar/scvc/llave/epi/timerma/timermap.html>, acesso
01 jun 2010.
2 Wannmacher, L. Heparinas de Baixo-Peso Molecular: evidências que fundamentam
indicações. vol 4, nº 2, Brasília, jan 2002. Disponível
em:http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/v4n2_heparinas.pdf, acesso 01 jun
2010.
3 Conselho federal de enfermagem (COFEN). Resolução 272 de 27 de agosto de
2002.
4 Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação 2009-2011 /
NANDA Internacional; tradução Regina machado Garcez. – Porto Alegre: Artimed,
2010.
5 Dochterman, JM, Bulechek, GM. Classificação das intervenções de enfermagem
(NIC), 4ª ed, Porto Alegre: Artmed, 2008.
Palavras chave: heparina, proteção ineficaz, protocolo de enfermagem
Área temática: Sistematização de assistência de enfermagem na atenção a saúde ao
indivíduo em diferentes fases da vida.
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