MAPEAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS E LOGÍSTICA DA AGROINDÚSTRIA DE LEITE (*)Jailson Paulo Capeletti (**)Solange Teresinha Carpes (***)Antonio de Pádua Salmeron Ayres RESUMO A sobrevivência da agroindústria de laticínios está intimamente ligada à segurança do consumidor ao utilizar seus produtos e à redução de desperdícios na cadeia de produção. Sendo assim, este segmento industrial deve estar atento à gestão da qualidade em todas as etapas desta cadeia, bem como à busca pela satisfação total do consumidor. Este trabalho apresenta um diagnóstico e a análise do estado atual da gestão da cadeia de suprimentos na agroindústria de laticínios, identificando até que ponto ela está se ajustando às novas tecnologias desta modalidade de gestão. Também aborda: a logística e os tipos de transporte e recolhimento do leite nas propriedades; a gestão da cadeia de suprimentos deste tipo de agroindústria, enfocando o transporte da matéria-prima recebida e a distribuição do produto final empregando o sistema Milk run; e as ações das melhorias em curso. Para tal foram utilizados livros, revistas e sites das áreas em estudo. Palavras-chave: Gestão da cadeia de suprimentos, agroindústria de laticínios, diagnóstico, logística. (*) Mestrando em Desenvolvimento Regional e Agronegócio como aluno especial pela UNIOESTE campus de Toledo - PR , Especialização em Logística Empresarial e Gestão da Cadeia de Suprimento, Bacharel em Administração. (**) Doutora em Tecnologia de Alimentos, Mestre em Tecnologia de Alimentos, Engenharia Química, Professora da UTFPR, campus Pato Branco. (***) Doutorando em Engenharia da Produção, Mestre em Engenharia da Produção, Especialização em Economia de Empresas, Bacharel em Administração, Professor da UNIMEP. Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 1.Introdução O Suply Chain Manangement ou Gestão da Cadeia de Suprimentos, nos trás uma idéia de conceito, estratégia, prática e casos. O assunto que iremos abordar neste trabalho diz respeito à agroindústria de leite. Mas o que é uma agroindústria? Segundo Oettrer (1980, p. 4), uma agroindústria de leite constitui uma cadeia ininterrupta de setores, que vai desde a obtenção da matéria prima de boa qualidade, o manuseio, o armazenamento, o processamento, a embalagem até a comercialização e a distribuição. O bom aproveitamento dos recursos, geralmente limitados, das matérias primas é feito embalando-se parte do leite "in natura" (fresco) para o mercado consumidor e outra parte destinando-se à fabricação de produtos e de subprodutos como o queijo, requeijão, manteiga e doce de leite. Para a ABIA Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (1989, p 16) a agroindústria é uma das forças econômicas do País, dentro dela a indústria alimentar tem grande destaque. As indústrias de alimentos são as maiores fontes de receita do imposto de circulação de mercadorias. O ramo do setor industrial mais interiorizado e melhor distribuído é o da indústria de alimentos, pois no conjunto das indústrias transformadoras brasileiras, ela concentra 20% do total dos estabelecimentos, 12% do pessoal ocupado correspondendo a 600 mil empregos diretos sustentados pelas indústrias e 14% do valor de produção no conjunto da indústria de transformação brasileira. Ela representa 25% de participação em valor nas exportações nos últimos 10 anos. O faturamento médio das pequenas e mini empresas é de 500 milhões de dólares por ano. Uma cadeia de suprimentos engloba todos os estágios (clientes, varejistas, distribuidores, fabricantes e fornecedores) envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido ao cliente (CHOPRA ; MEINDL, 2003 p. 465). A Gestão da Cadeia de Suprimentos é um conceito desenvolvido com um enfoque holístico, que gerencia além das fronteiras da empresa. Neste sentido, reconhece-se que há benefícios significativos a serem ganhos ao tentar dirigir estrategicamente toda uma cadeia em direção à satisfação dos clientes finais (SLACK et al, 1997; LUMUS, VOKURKA ; ALBER, 1998, p 49 - 58). Dentro da gestão da cadeia de suprimentos a logística é um setor super importante para o bom desenvolvimento desta gestão. Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 Para Novaes (2002, p. 432), a logística tem sua possível origem e surge na língua francesa, a partir do verbo “loger”, que significa alojar, hospedar, mas no contexto militar significa transportar, abastecer e alojar as tropas. No contexto industrial a logística obteve um significado mais amplo que é retratado na arte de gerenciar o fluxo de materiais de produtos da origem ao consumidor final. Em termos macroeconômicos a logística é a responsável pelo fluxo físico dos materiais no setor industrial e deste para o consumidor, passando pelos diversos elos dos canais de distribuição (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p 593). Este estudo tem como objetivo principal mapear a gestão da cadeia de suprimentos (Suply Chain Manangement) de uma agroindústria de leite desde o recolhimento da matéria prima (leite) no seu local de origem, passando por todas as etapas como o transporte, transformação em produtos lácteos até a chegada ao consumidor final. 1.2 Mapeamento da Cadeia de Suprimentos As agroindústrias de leite ou lacticínios são empresas que estão localizadas como fabricante na cadeia de suprimentos localizada na cadeia horizontal e esta como empresa focal. Os fornecedores de primeira linha são os produtores rurais, os fornecedores de segundo nível são os fornecedores de insumos como, por exemplo, Tetra Pack, Tetra Naval, Viscofan, Rojek entre outros. Clientes de nível um (1) são as grandes redes de mercados e hipermercados como Carrefour, Big, Pão de Açúcar, Mercadorama entre outros. Neste nível encontram-se também as grandes distribuidoras como a Martins e Mufatto; no nível dois (2) estão localizados os mercados e supermercados de médio e pequeno porte como as panificadoras, padarias bares e lanchonetes que compram seus produtos das distribuidoras. No nível três (3) está o cliente final, ou seja, o consumidor final conforme ilustra a Imagem 1 onde a empresa Laticínios esta localizada na estrutura horizontal como Empresa Focal. Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 Imagem 1 – Níveis de ligações de processos organizacionais e interorganizacionais. Fonte: Lanbert et al, 1998, p.1-19. Como podemos verificar a imagem, a Empresa de Laticínios monitora toda a sua produção desde o produtor de leite que fica no menor sítio da região onde é coletado o leite, passando pela produção e transformação do leite em requeijão, queijo, manteiga e até o próprio leite in natura. O próximo passo é a distribuição desses produtos em seus pontos de vendas até a chegada ao cliente final. 2.Cadeia Horizontal Na cadeia horizontal os laticínios estão localizados como empresa focal e podemos observar na Imagem 2 que todos os fornecedores, compradores diretos e também o cliente final da empresa focal estão todos em uma mesma cadeia de produção. Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 Imagem 2 - Cadeia Horizontal Empresa Focal Cliente Final Fonte: Pires, 2004, p. 50. 3. Cadeia Vertical Na cadeia vertical estão localizados os concorrentes da empresa focal. Os concorrentes das agroindústrias de leite ou laticínios são os grandes laticínios do Brasil como Parmalat, Elegê, Nestlé, Leco, Aurora, Bungüe entre outros. 4. Cadeia Total A Cadeia total engloba a cadeia interna, cadeia imediata, distribuição e o cliente final como mostra a Imagem 3. Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 Imagem 3 - Cadeia total Fonte: Pires, 2004, p. 51. Na Imagem 3 podemos observar que cadeia de suprimentos é complexa, começando tudo pelo abastecimento onde estão os fornecedores da matéria prima (produtores de leite). Dentro da cadeia imediata (linha em laranja) estão os fornecedores de embalagem, produtos químicos e insumos. Também neste setor da cadeia estão os distribuidores como supermercados, padarias, bares e lanchonetes focando o Cliente final. Na Cadeia Interna (linha em azul) está a Agroindústria de Laticínios ou Empresa Focal (PIRES, 2004, p. 51). 5. Agregação de valor no produto Segundo Azevedo (2007, p. 01) uma empresa deve buscar ganhos de qualidade que os clientes entendam facilmente ou que aconteçam de imediato ou num futuro muito próximo e que possam ser divulgados com rapidez e clareza sem a necessidade de explicações ou cálculos complexos. Inovar não é tornar o produto ligeiramente melhor ou um pouco mais barato, pois isso dificilmente será percebido pela grande maioria dos consumidores. As agroindústrias de laticínios têm uma alta tecnologia com uma alta agregação de valores em seus produtos transformados como queijo, manteiga, leite desnatado, semidesnatado, integral, requeijão, etc. Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 Com a inovação que vem sendo feita em relação às novas tecnologias as empresas tiveram uma grande mudança por pressão do mercado. Sempre que há uma nova tecnologia em lançamento as empresas devem buscá-la, para que não fique obsoleta ao mercado. 6. Parcerias na cadeia de suprimentos Como em todo o setor de qualquer indústria existe a possibilidade de parceria, principalmente no que se refere à tecnologia e desenvolvimento da qualidade dos produtos da empresa. Bowersox et al (2001, p. 594) lembram que enquanto a integração entre processos tem já recebido alguma atenção na década de 1990, muita oportunidade ainda permanece em termos de integração externa com parceiros de negócios (tranding parterns) Para Cooper; Gardner (1993, p 14 - 26) existem cinco pontos importantes no estabelecimento e consolidação de parcerias, que são: - Assimetria: reflete o poder que uma empresa tem de exercer poder, influencia ou controle sobre outra; - Reciprocidade: baseia-se na mutualidade benéfica no atingimento de objetivos comuns. Contrariamente á assimetria, a reciprocidade estabelece uma relação positiva entre as partes, pois implicam em cooperação, coordenação e colaboração entre partes; - Eficiência: aparece quando existe uma necessidade interna da empresa de melhorar a relação custo/benefício de algum processo. Assim, ela irá procurar transferir para uma outra empresa um processo ineficiente; - Estabilidade: reflete a tentativa de adaptar ou reduzir as incertezas de algum negócio, isto é, as empresas buscam parcerias que lhes garantam um futuro mais confiável; - Legitimidade: reflete como os resultados e atividades de uma empresa que são justificadas. Por exemplo, fechar um contrato de fornecimento para uma grande montadora de automóveis pode ajudar no estabelecimento da legitimidade de um pequeno fabricante de auto peças. Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 Existem também 3 tipos de parcerias para Lambert et al. (1996, p. 1 - 19), após ter conduzido uma pesquisa em meados dos anos de 1990, conclui que estes tipos de parcerias são: Tipo 1: As empresas envolvidas reconhecem-se mutuamente como parceiros e, dentro de determinados limites, coordenam conjuntamente o planejamento e atividades. Geralmente estas parcerias são de curto prazo e envolvem somente uma divisão ou área funcional dentro de uma companhia; Tipo 2: as empresa envolvidas avançam da coordenação de atividades. Embora sem a pretensão, essas parecerias acabam tendo uma longa duração e envolvem varias divisões em cada uma das empresa nela envolvidas; Tipo 3: as empresas compartilham um significante nível de integração operacional e cada uma vê a outra como extensão dela própria. Geralmente, têm a pretensão e acabam tendo uma longa duração. Na atualidade as agroindústrias de leite têm como parceiros fortes a Tetra Pack, multinacional fabricante de embalagens longa vida (papelão aluminizado), utilizado para conservas em longas datas. Tetra-Naval – fabricante das máquinas que embalam o produto na caixa longa vida, coligada a Tetra Pack. A Viscofan é a única fabricante no Brasil de embalagens à base de celulose que torna-se comestível com a ação do calor. Essa embalagem serve para acondicionar certos tipos de queijos processados de maior valor agregado. Outros parceiros das agroindústrias são as empresas fabricantes de folhas-de-Flandres e de plásticos, com vários tipos de sistemas de abertura, como por exemplo o selo de segurança que se retira da tampa do requeijão. Os fabricantes de rótulos também são parceiros das agroindústrias como a Mac Color, Indemetal, Moore e várias outras. As empresas de adesivos como a 3M e a Fasson são exemplos de parceiros das agroindústrias. As empresas de embalagem de transporte como as de papelão são também parceiras. As empresas de papelão entram nas duas esferas como fornecedores antes do produto final e após, onde atua com mais ênfase. As empresas de insumos como conservantes e aditivos são fundamentais para o bom desempenho dessa parceria. Todas as empresas que foram citadas acima são parceiras porque mostram em cada um em seu setor como melhor aproveitar a qualidade e benefícios de seus produtos. Não é indicado ter parceiros na área de transporte, por se tratar de produtos muito perecíveis. Neste caso é dependente de uma logística reversa forte e isso só pode ser feito com frota própria. Já para a elaboração de novos produtos pode sim se ter uma parceira para menor gasto em desenvolvimento deste produto, desde que a empresa parceira não lance o produto antes de sua empresa, este lançamento deve ser Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 simultâneo. Toda parceira deve ser bem feita para não trazer problemas no futuro. O que leva a um Laticínios fazer parcerias é a diminuição de custo ou otimização deles. 7. Logística Para Novaes (2002, p. 408), a origem da palavra logística surge na língua francesa a partir do verbo “loger” que significa alojar, hospedar, mas no contexto militar significa transportar, abastecer e alojar as tropas. No uso da indústria, este obteve um significado mais amplo que é retratado na arte de gerenciar o fluxo de materiais de produtos da origem ao consumidor final. Em termos macroeconômicos a logística é a responsável pelo fluxo físico dos materiais no setor industrial e deste para o consumidor, passando pelos diversos elos dos canais de distribuição (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 594). O sistema Milk Run, baseia-se em um sistema de coleta de leite na beira da estrada, em ponto estratégico onde os pequenos produtores colocam sua produção e o caminhão do laticínio passa diariamente recolhendo-o. Dentro deste posto há uma estrutura com tanque apropriado resfriado e às vezes com batedeira que antecipa um processo de trabalho, separando a nata do leite. Desta forma o leite é enviado para um setor de produção e a nata para outro setor específico. O Milk Run é uma antiga prática da logística de abastecimento (inbound) com origem atribuída aos tradicionais sistemas de abastecimento das usinas pasteurizadoras e beneficiadoras de leite. A lógica é ter um sistema de abastecimento com roteiros e horários predefinidos para a coleta de materiais junto aos fornecedores (PIRES, 2004, p.243). 7.1 Entrega de mercadoria A entrega de mercadoria (leite e derivados) é feita através de caminhões da própria empresa de laticínio. Todos os caminhões devem ser refrigerados por se tratar de um produto altamente perecível. Este mesmo caminhão que faz a entrega é responsável pela logística reversa, ou seja, passa nos clientes retirando os produtos com prazo de validade vencido. Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 7.2 Fornecedor de equipamentos Westfalia Separator é uma multinacional especializada em equipamentos de laticínios, como batedeiras, ordenhandeiras, centrifugas, pasteurizadores, entre outros. Ela é reconhecida no mercado como uma empresa estratégica para otimizar a produção de leite e evitar contaminação dos produtos lácteos. As ordenhandeiras descarregam o leite diretamente em recipientes adequados, diminuindo assim, o contato do produtor com o alimento. Essa empresa está instalada na cidade de Jaguariúna em São Paulo. 8. Avaliações e desempenhos Dentro das indústrias de laticínios, assim como em outras áreas, a concorrência é grande e para se saber o quanto competitiva uma empresa esta sendo no mercado, é necessário uma avaliação do desempenho, não só da indústria isoladamente, mas de sua cadeia de suprimento como um todo. No caso da indústria de Laticínios a avaliação do desempenho esta focada em três principais fatores diferenciadores, que são: desempenho da indústria, desempenho dos fornecedores e avaliação do cliente. 8.1 Avaliações O cliente, que é a ponta da cadeia como mostra o esquema abaixo, avalia a indústria produtora de laticínios, cobrando qualidade e sabor nos alimentos. Já a indústria de laticínios pressionada pelas exigências cada vez mais altas do mercado, se moderniza e adéqua-se para atendê-las e satisfazer o cliente, que é o seu público alvo. Além disso, a indústria também passa a cobrar mais qualidade dos seus fornecedores de matéria prima, ou seja, dos produtores rurais (PIRES, 2004, 54). Clientes avalia Indústria avalia Fornecedores 8.2 Avaliação na indústria Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 Dentro da indústria, de forma isolada, ocorrem avaliações, para uma análise de como estão os desempenhos dos diversos setores que movimentam a produção. Tais avaliações internas se baseiam em três fatores principais, dentre outros: produção, distribuição e administração das atividades. Na produção, dentre outros fatores, é observada a quantidade e qualidade dos produtos que irão para o mercado consumidor, pois o consumo de alguns produtos varia muito de acordo com as épocas do ano e de acordo com as características de cada região do país. Entretanto, na distribuição os fatores mais importantes são os prazos de validade do produto, as condições e o tempo de transporte, pois estamos tratando de produtos altamente perecíveis. Dessa forma, esses produtos precisam chegar até o consumidor final em excelentes condições de consumo, e para isso, segundo Pires (2004, p. 53) o tempo e o transporte são fatores essenciais. Por último, para se ter tanto a produção como a distribuição funcionando de forma satisfatória é preciso uma boa coordenação e administração destas atividades, visto que são áreas importantes e essenciais para o dia a dia da empresa (PIRES, 2004, p. 53). 8.3 Avaliação do fornecedor Para Bowersox ; Closs (2001, p 594) o mercado está cada vez mais exigente e busca a melhor qualidade dos produtos, sem que se tenha que pagar mais por isso. As indústrias precisam se adaptar a essa nova realidade e para melhorar seus desempenhos elas são mais rigorosas na seleção de seus fornecedores, principalmente os produtores rurais. Essa pressão se dá por prazos fiéis de entrega de seu produto (leite), uma vez que alguns produtos precisam de pasteurização e outros processos que demandam muito tempo. Em segundo lugar é com relação ao volume de entrega, mais próxima da demanda, já que em algumas épocas do ano a demanda aumenta. 8.4 Avaliação do cliente Dentre os diversos tipos de avaliação e medição de desempenho, a avaliação feita pelo cliente é a mais importante para a empresa, pois esta é a que vai determinar a forma que a indústria é vista no mercado consumidor. Muitos fatores como qualidade dos produtos, diferenciação de produtos, sabor, atendimento pós venda, volume de vendas, aceitação por parte do consumidor, dentre outros, são fatores que determinam à imagem de uma indústria de laticínios no mercado e conseqüentemente também refletem a sua Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 competitividade. Portanto, ter uma boa avaliação por parte do cliente é de grande importância para as vendas e faturamento das empresas, pois o mercado consumidor está cada vez mais exigente e diversificado (PIRES, 2004, p.54). 9. Material e métodos Este estudo foi feito através de pesquisa em revistas especializadas, livros, empresas, todas da área de Gestão da Cadeia de Suprimentos e nos mostra todo o caminho que um produto agroindustrial percorre até chegar ao cliente final. O cliente final que é a parte mais importante desta cadeia de suprimentos. 10. Considerações finais Por meio deste estudo pode-se concluir que o mapeamento da cadeia de suprimentos de uma agroindústria de leite envolve conceitos, estratégias e práticas e a Gestão da Cadeia de Suprimentos gerencia além das fronteiras da empresa. A agroindústria de leite na cadeia horizontal esta situada como empresa focal, ou seja, a empresa transformadora de matéria prima em produto acabado. Também foi possível observar neste tipo de cadeia que existem três níveis de fornecedores e três níveis de clientes. Já na cadeia vertical estão localizados os concorrentes diretos desta agroindústria. Uma agroindústria de leite para sobreviver no mercado altamente competitivo precisa agregar valores aos seus produtos, muitas vezes, por meio de tecnologias avançadas, ao mesmo tempo em que precisa baratear seus produtos mantendo a qualidade necessária. É nesta fase de transformação dos produtos que os controles de qualidade são aplicados e faz-se necessário buscar parcerias. Existem cinco pontos a serem analisadas em uma parceria que são assimetria em uma parceria que são assimetria, reciprocidade, eficiência, estabilidade e legitimidade. Os principais parceiros das agroindústrias de leite são os seus fornecedores de matéria prima e insumos em geral. No entanto, as agroindústrias de leite não devem fazer parcerias na área de logística e transporte, por se tratar de produtos muito perecíveis. As agroindústrias de leite estão cada vez mais exigentes, pois querem um produto de qualidade e em demanda adequada de cada um de seus produtores rurais exigindo muitas vezes que o sistema de coleta Milk Run esteja implantado. A agroindústria de leite é avaliada por três principais setores que são a indústria, fornecedores e o cliente. O cliente avalia a indústria, que avalia o fornecedor, cobrando qualidade quando necessário de seus avaliados. A indústria por sua vez, é avaliada em três fatores principais que são Anais do IV Colóquio Internacional Cultura e Memória Social – 14 a 16 de Outubro de 2009. ISSN 2176-4042 a produção, distribuição e administração das atividades. O fornecedor, entretanto, mostra que o mercado esta cada vez mais exigente e que os produtos devem sempre ter uma qualidade superior. Essa pressão se dá por prazo fieis de entrega de produtos (leite) e em demanda adequada. A avaliação do cliente é a mais importante para a empresa, pois o cliente avalia a qualidade do produto para que ele satisfaça aos seus anseios. REFERÊNCIAS BIBILIGRÁFICAS ABIA. Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação. Local: Câmara Setorial da Agroindústria, 1989. 16 p. AZEVEDO,G.C.I. Consultor do Sebrae São Paulo. Agregar valor: mas como? Disponível:http://www.sebraesp.com.br/principal/abrindo%20seu%20neg%C3%B3cio/pro dutos%20sebrae/artigos/listadeartigos/agregar_valor.aspx. Acesso em: 27 de jul.2007. 15h:44’. BOWERSOX, D. J.; CLOSS. D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo, Atlas, 2001. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Estratégia, Planejamento e Operação. São Paulo: Prentice Hall do Brasil, 2003. COOPER, Gardner,J.T. Building good business relationships: more than just parterning or strategic alliances. 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