Curso de Enfermagem Artigo de Revisão ESTUDO DAS CÉLULAS

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Curso de Enfermagem
Artigo de Revisão
ESTUDO DAS CÉLULAS-TRONCO, OS BENEFÍCIOS E AS POSSÍVEIS CURAS
RELACIONADAS AO USO DO SCUP
STUDY OF STERM CELLS, THE BENEFIS AND THE POSSIBLE CURE RELATED TO THE USE OF SCUP
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1
Célia Cristina Ferreira , Polyanna Ferreira Prado da Silva , Judith Aparecida Trevisan
1 Acadêmica do Curso de Enfermagem
2 Mestre em Gestão dos Serviços de Saúde ISCTE/PT-UNB-DF
2
Resumo
Introdução: o uso de Células -tronco é uma realidade no Brasil e no mundo para tratamentos de Leucemias, doenças degenerativa e
hereditárias. Objetivo: descrever os benefícios da utilização das Células-Tronco do Sangue do Cordão Umbilical Placentário (SCUP)
para o tratamento de diversas patologias e demonstrar através da literatura a atuação do profissional enfermeiro. Justificativa: a
importância deste estudo está em compreender que diversas experiências demonstram que o transplante com células-tronco com o
SCUP trazem benefícios como melhora do quadro de patologias degenerativas, crônicas e cancerosas, levando ao paciente a
esperança de cura. Metodologia: revisão de literatura de caráter qualitativo exploratório e foi realizado entre fevereiro e novembro de
2014 nas bases de dados LILACS, SCIELO, BIREME e INCA do Brasil. Resultados: o Transplante de Células-Tronco
Hematopoiéticas (TCTH) é uma modalidade de tratamento para doenças hematológicas, oncológicas, hereditárias e imunológicas, que
consiste na infusão intravenosa de células-tronco hematopoiéticas destinadas a restabelecer a função medular e imunológica dos
pacientes. Conclusão: o armazenamento de células-tronco de cordão umbilical e placenta é certamente uma esperança para
pacientes que dependem de transplante de células-tronco hematopoiéticas para sobreviver, considerando-se que estas células são
capazes de tratar doenças e lesões substituindo células doentes por saudáveis.
Palavras-chave: Células-Tronco; Transplante do Sangue do Cordão Umbilical Placentário; Tratamento de Doenças; Papel do
Enfermeiro.
Abstract
Introduction: The use of stem cells is a reality in Brazil and around the world for treatment of leukemia, hereditary and degenerative
diseases. Objective: To describe the benefits of using Stem Cells from Umbilical Cord Blood Placental (SCUP) for the treatment of
various diseases. And to demonstrate through the literature of the performance of nurse’s professional Justificative: The importance
of this study lies in understanding that several experiments have shown that stem cell transplantation with SCUP bring benefits such as
improvement of the condition of degenerative, chronic diseases and cancer, leading to the patient hope of cure. Methodology: literature
review exploratory qualitative and was conducted between February and November 2014 in LILACS, SCiELO, BIREME and INCA data
from Brazil. Results: Transplantation of Hematopoietic Stem Cell (THSC) is a treatment modality for hematologic, oncologic, and
hereditary immunological disorders, which consists of intravenous infusion of hematopoietic stem cells for bone marrow and restore
immune function of patients. Conclusion: the storage of stem cells from umbilical cord and placenta is certainly a hope for patients who
depend on transplantation of hematopoietic stem cells to survive, considering that these cells are capable of treating diseases and
injuries replacing diseased cells with healthy.
Keywords: Stem Cells; UCB transplantation; Treatment of Diseases; Role of the Nurse.
Contato: [email protected]
Introdução
A utilização de células hematopoiéticas
para fins terapêuticos, a nível experimental,
remonta já a mais de meio século, mas foi apenas
no final da década de 1980 que se tornou uma
prática clínica comum, em virtude do sucesso
muito significativo alcançado. É neste contexto,
que se torna necessário, a instituição de bancos
de sangue do cordão umbilical, tecido do cordão
umbilical e placenta, isto é, de uma capacidade
instituída de recolha, armazenamento e
1
disponibilização de células estaminais obtidas do
sangue do cordão umbilical, mas também do
próprio cordão e da placenta, antes considerado
material biológico descartável e destinado à
incineração (NEVES, 2012).
O uso de cordão umbilical e tecido
placentário como fonte de células-tronco é de
extrema importância para a obtenção da cura de
determinadas doenças. Para isso foram utilizados
dados extraídos de livros, fontes eletrônicas e
resoluções brasileiras. Além destes foram
examinados trabalhos e artigos científicos, das
principais revistas brasileiras e estrangeiras da
área médica (CRUZ et al., 2009).
De maneira clara e objetiva pretende-se
com este trabalho aumentar o conhecimento
sobre as células-tronco de maneira geral,
destacar a importância do uso de células-tronco
de cordão umbilical e tecido placentário para o
tratamento de diversas patologias, e também,
identificar as patologias que poderão ser tratadas
com as células do SCUP.
As células-troncos (CT) são definidas
como células de alta capacidade de divisão,
proliferação e auto-renovação. Entretanto,
também se diferenciam em células maduras e
funcionais dos tecidos que responde a estímulos
externos e da origem a diferentes linhagens
celulares mais especializadas (PEREIRA, 2008).
São classificadas como embrionárias e
adultas, sendo que as CT são obtidas de fetos,
recém-nascidos e adultos. Destas células-mães é
possível, por meio da divisão e da diferenciação,
a composição de células do embrião ou do ser
humano adulto. As células adultas, também
chamadas de CT hematopoiéticas tem como
fonte a medula óssea, o sangue periférico, o
fígado fetal, o tecido placentário e as células do
cordão umbilical (DESTRO, 2012).
As células adultas são tipificadas como
oligopotentes e unipotentes: sendo que as
primeiras são capazes de originar pouco tecidos,
podendo ser encontradas no trato intestinal, na
medula óssea e no sistema hematopoiético,
possuindo a capacidade de originar células do
sangue, ossos, cartilagem, músculos, pele e
tecido conjuntivo. As CT adultas unipotentes são
mais diferenciadas, sendo capazes de originar
apenas células do órgão ao qual pertence,
contribuindo para a regeneração celular
(LACERDA et al.2007 ).
O estudo das células começou em
1665, quando Robert Hooke descreveu pela
primeira vez uma célula por meio de um
microscópio. Somente em 1839 - o botânico
Matthias Jakob Schleiden e o zoologista Theodor
Schwann - chegaram à conclusão que os
organismos vivos eram formados por células e
que estas possuíam diferenças. Durante o século
XX, ocorreram vários experimentos com células
de embriões, os embriologistas Hans Spermann e
Jacques Loeb foram os que mais contribuíram
para os avanços no conhecimento das célulastronco (SILVA JÚNIOR et al., 2009).
Durante a segunda Guerra Mundial
incidiram os primeiros relatos do uso de célulastronco hematopoiéticas por meio de transfusão
sanguínea, especificamente aquelas derivadas do
tecido placentário. No Brasil, somente em 2004
foi realizado, no Centro de Transplante de Medula
Óssea do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o
primeiro
transplante
de
células-tronco
hematopoiéticas entre pessoas que não eram da
mesma família (DESTRO, 2012).
SCUP é definido como Sangue do
Cordão Umbilical Placentário, este sangue
permanece no cordão umbilical e nas veias da
placenta. Agindo como ligação entre a placenta e
o bebê durante a gestação, podendo ser usado
anos após o nascimento para fins terapêuticos
como expectativa de cura para o futuro. O cordão
umbilical é uma fração de sangue, rica em células
progenitoras, hematopoiéticas, utilizadas como
alternativa de transplantes (NEVES, 2012).
O sangue do cordão umbilical e
placentário também nomeado de sangue
periférico. Este, rico em CT tendo compatibilidade
com genes antígenos, leucocitários humanos
(HLA), importantes na realização dos transplantes
de medula óssea (MO), nos tratamentos de várias
doenças hematológicas, sendo utilizado tanto em
crianças quanto em adultos – principalmente com baixo peso (SILVA JÚNIOR et al., 2009).
Em comparação como a história das CT
o SCUP é bem recente, as pesquisas datam do
final de 1980 e início de 1990, no qual deu início
ao reconhecimento do SCUP, usado também na
tentativa de tratamento de leucemias linfoblástica.
Desta forma, “as células tronco hematopoiéticas
do SCUP estão presentes em sua fração
mononuclear e são menos propensas a
transmissões de vírus, como citomegalovírus”
(RELATÓRIO REFERENTE AO PARECER
67/CNECV, 2012).
As principais hipóteses levantadas são,
em primeiro lugar, que as CT de cordão umbilical
utilizadas
para
transplantes
apresentam
vantagens quando comparadas àquelas retiradas
da medula óssea. São células mais jovens e por
este motivo ainda não sofreram exposição a
vírus, bactérias e ao meio ambiente quando
comparadas às CT da medula óssea de um
adulto. Em seguida, as CT de cordão umbilical de
um bebê são totalmente compatíveis com ele,
evitando a demora ou insucesso para encontrar
um doador quando se usam CT de medula óssea.
E finalmente, a diferença da coleta, que é uma
técnica invasiva para a extração das células da
medula óssea, enquanto que para as células do
cordão umbilical, o procedimento é bem mais
simples e indolor (SILVA JÚNIOR et al., 2009).
A importância primordial da CT é que
ela é caracterizada por ser indiferenciada, não
especializada, autorenovar-se e dividir-se infinitas
vezes, podendo se diferenciar em vários tipos de
2
células. São originadas no embrião, no feto e
também no adulto. De acordo com a sua origem
podem ser classificadas em embrionárias e nãoembrionárias. Quando comparadas à sua
capacidade de diferenciação são denominadas
totipotentes, pluripotentes e multipotentes (SILVA
JUNIOR et al., 2009; CARRION et al., 2009;
RIBEIRO-PAES et al., 2009; MENDEZ-OTERO et
al., 2009).
As CT hematopoéticas têm como
principal função a reconstituição do sistema
hematopoético. Essa função foi descoberta
através de experimentos em animais irradiados
nos anos de 1950 e 1960. Nesta mesma data
foram identificados os genes dos Antígenos
Leucocitários Humanos (HLA) no complexo
principal de histocompatibilidade denominado
MHC, situado no cromossomo seis (6) do genoma
humano. Sua compatibilidade é utilizada para a
realização dos transplantes alogênicos, ou seja,
com doadores não aparentados (CASTRO JR. et
al., 2001; PEREIRA, 2008; VOLTARELLI et
al.,2009; SILVA JUNIOR et al., 2009;
SENEGAGLIA et al., 2009; RIBEIRO-PAES et al.,
2009).
As CT hematopoéticas são utilizadas
para a realização de transplantes autólogos ou
alogênicos para diversas doenças de origem
hematológica. Nos transplantes alogênicos ocorre
a doença do enxerto contra hospedeiro. Essa
doença é uma complicação pós-transplante
causada pela resposta imune dos linfócitos T do
doador contra os tecidos do receptor (BOUZAS,
2000; CASTRO JR, 2001; SAMUEL et al., 2008;
SILVA JUNIOR et al., 2009).
Os transplantes alogênicos com a
medula óssea são limitados pela falta de
doadores compatíveis para a maioria dos
receptores. Na utilização do sangue do cordão
umbilical o transplante pode ser realizado com
diferenças HLA entre doador e receptor, e desta
forma aumentam as chances de se encontrar
doadores (WAGNER et al., 2002; ARMSON et al.,
2005; BARKER, 2007; GLUCKMAN e ROCHA,
2009; McCULLOUGH et al., 2009).
O objetivo principal do presente estudo
foi descrever os benefícios da utilização das
células-tronco do Sangue do Cordão Umbilical
Placentário, (SCUP), e demonstrar através da
literatura a atuação do profissional enfermeiro.
O trabalho justifica-se para a escolha do
tema em tela partiu em primeiro lugar, da
necessidade de aprimorar os conhecimentos e
divulgar dados atualizados sobre o assunto. Pois,
atualmente, existe uma grande discussão sobre o
estudo das células tronco nos laboratórios de
pesquisa tanto no Brasil, como no mundo, e
essas análises arrecadam bilhões por anos,
sejam dos governos ou doações.
Em virtude da “promessa” de revolução
na ciência ocorreu uma convergência nas
diversas áreas do corpo humano na busca de
tratamentos e resultados nesta área pesquisada.
Esse interesse surgiu durante as aulas
da Disciplina de Enfermagem Oncológica na qual,
foi reconhecida a importância do tratamento com
células-tronco para possíveis curas de doenças
até então, sem perspectiva de cura e/ou
tratamento e a importância do papel do
Enfermeiro.
A dificuldade em se encontrar doadores
para os transplantes alogênicos com a medula
óssea no Brasil está relacionada com a alta
miscigenação e grande variabilidade genética da
população, o que torna importante a obtenção de
células-tronco do sangue de cordão umbilical
(SILVA JUNIOR et al., 2009).
Materiais e Métodos
A metodologia da presente pesquisa foi
de ordem qualitativa exploratória, através de
revisão de literatura e foi desenvolvida em quatro
etapas, conforme descrito a seguir:
a) 1ª. Etapa: A primeira etapa consta da
seleção e revisão dos artigos encontrados em
importantes bancos de dados como LILACS,
SCIELO, BIREME e INCA/BRASIL.
b) 2ª. Etapa: Na segunda etapa, foram
utilizados como critérios de inclusão as
publicações que continham as palavras chaves:
Células-tronco, benefícios, possíveis curas,
tratamento, Sangue do Cordão Umbilical
Placentário, publicados no período entre os anos
2000 e 2014 e que abordaram a temática como
um todo.
Além disso, foram observados os critérios
éticos, por se tratar de uma revisão da literatura.
Também foi considerada a importância da
preservação da ideia do autor, seguindo-se
critérios e normas para que não se incorra em
plágio. Os critérios de exclusão foram os artigos
que não abordavam o tema e que não foram
publicados no período definido.
Este estudo foi desenvolvido no período
de fevereiro a novembro de 2014.
c) 3ª. Etapa: Na Terceira etapa, após a
pré-seleção de 76 artigos, foram selecionados 60
para a realização deste estudo, os quais
compreendiam o contexto da busca. Das
publicações selecionadas 39 artigos, 4 revistas, 3
jornais, 4 livros, 2 relatórios, 1 tese, 2 resoluções,
3 monografias e 2 arquivos. A partir de então,
foram realizadas a leitura e análise que foram
apresentadas nos resultados e discussões a
seguir.
d) 4ª. Etapa: Após a leitura e análise dos
artigos, foram elaborados os resultados e
discussão a respeito das patologias tratadas com
as células-tronco com o SCUP, os países que
realizam este tratamento e os principais
benefícios alcançados, ressaltando a atuação do
profissional enfermeiro neste trabalho.
3
O presente estudo seguiu as normas do
NIP (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa)
Icesp/Promove, 2014.
Resultados e discussão
Critérios Éticos
Considerando-se que questões éticas
permeiam as pesquisas científicas de utilização
de células-tronco no tratamento de patologias
diversas, é de fundamental importância uma
análise da legislação pertinente, tanto no Brasil,
quanto no exterior. Já que neste estudo serão
demonstradas experiências desenvolvidas no
Brasil e em outros países.
Na Europa, por exemplo, foram criados
os comitês nacionais de bioética da França
(2002), Chipre (2004), Bélgica (2007), Grécia
(2007), Itália (2007), Irlanda (2008) e Áustria
(2008) cujos pareceres emitidos sobre o tema,
designam, respeitando as diversidades de cada
país, que a conservação privada de sangue do
cordão para uso autólogo é inútil, à luz dos
conhecimentos científicos atuais, além de ser
prejudicial para o sistema público de doações
(PETRINI, 2012a).
Na França, o mais novo parecer foi
publicado em 2012, mais atualizado do ponto de
vista técnico e científico, veio regulamentar o
desenvolvimento de biobancos públicos de
caráter familiar e solidário, promovendo a coleta
de produtos celulares, provenientes do sangue do
cordão, do próprio cordão e da placenta, nas
famílias cujas crianças estejam em risco de
hemopatias
congênitas
geneticamente
transmitidas (SCHMIDT et al., 2012).
O Grupo Europeu de Ética em Ciência e
Novas Tecnologias (EGE, 2004) assegura que a
legitimidade dos bancos comerciais de sangue do
cordão umbilical para uso autólogo deve ser
questionada, pois eles vendem um serviço que,
presentemente, não tem nenhum uso real em
relação às opções terapêuticas. Deste modo, eles
prometem mais do que podem cumprir. As
atividades de tais bancos levantam sérias críticas
éticas. Também a recomendação do Conselho da
Europa (CoE, 2004) é de que se forem
estabelecidos bancos de sangue do cordão, estes
devem ser baseados na doação altruísta e
voluntária de sangue do cordão e usados para
transplantes
alogênicos
e
investigação
relacionada (PETRINI, 2012a).
O Quality Assurance Working Group da
WMDA
desenvolveu
recentemente
recomendações para a qualificação e treino do
pessoal que recruta doadores de células
estaminais adultas. Entretanto, face à situação de
crise econômica que se vive em muitos países, e
com a preocupação da continuidade dos bancos
já estabelecidos, o mesmo grupo da WMDA
desenvolveu também guias sobre estabelecer um
programa organizacional de resiliência, dirigido
aos bancos de doadores, para que iniciem já um
processo com requisitos mínimos de preparação
e mitigação para resposta à crise, continuidade
de operações, recuperação de desastres, e
manutenção e revisão, continuadas (PINGEL et
al., 2012).
Segundo Cruz et al., (2009), no Brasil a
regulamentação dos bancos de SCUP é feita pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária norteada
pela RDC 153 de 14 de junho de 2004. São
responsabilidades
dos
bancos
de
armazenamento de SCUP com política pública:
efetuar a seleção das gestantes candidatas à
doação, obter consentimento livre e esclarecido,
realizar a coleta, avaliar e processar as células
para utilização em transplantes alogênicos não
aparentados, realizar exames laboratoriais
importantes para a caracterização e identificação
de possíveis contraindicações ao emprego do
aspirado.
Os bancos de SCUP devem garantir a
qualidade e a conservação, disponibilizar as
unidades para distribuição e fornecer à equipe
médica todas as informações necessárias para a
realização do procedimento. É de extrema
importância que o banco mantenha arquivo
próprio com dados sobre: a mãe e o recémnascido, os documentos de autorização da
doação, as unidades doadas, processadas,
armazenadas, descartadas com o motivo do
descarte, fornecidas para transplante, os
respectivos receptores e sua evolução após o
transplante. Também deverá ser enviado um
relatório mensal com os dados de produção ao
Sistema Nacional de Sangue e ao Órgão Federal
de Vigilância Sanitária (PETRINI, 2012b).
O termo de consentimento livre e
esclarecido é um documento que deve ser claro e
objetivo, contendo informações sobre os riscos ao
doador e benefícios ao receptor, os testes que
avaliarão o doador e a garantia que seus
resultados serão informados, autorização para a
coleta de amostras para testes de importância,
autorização para o acesso ao prontuário do
doador, autorização para expor aos centros de
transplantes os dados relativos às amostras,
autorização para a transferência física das
amostras para os centros realizadores dos
transplantes, autorização para guardar amostras
de células, plasma, soro, DNA para a realização
de testes futuros e autorização para descartar as
unidades que não se encaixam aos conceitos
exigidos nas legislações vigentes (BRASIL,
2010).
De acordo com a RDC56/2010, as
exigências de qualidade e segurança devem ser
seguidas durante a rotina e incluem testes
sorológicos de alta sensibilidade para detecção
de infecções transmissíveis pelo sangue, testes
microbiológicos, contagem do número total de
células nucleadas e eritroblastos se necessário
for, testes de viabilidade e fenotipagem celular
4
quantificando as células com o marcador CD34+,
teste funcional quando couber e caracterização
molecular (identificação de histocompatibilidade
pela determinação dos antígenos leucocitários
humanos) (CRUZ et al., 2009).
Estas células são chamadas de CT e o
conhecimento de sua existência nos tecidos é
antigo, assim como o conhecimento de que os
mais de duzentos tipos celulares do nosso corpo
são originados a partir de um grupo de células
presentes quando éramos apenas um embrião
com 5-7 dias (EVANS, 1981 citado por
TAKAHASHI e YAMANAKA, 2006).
A grande revolução científica não reside
no fato da descoberta das CT, mas sim, no fato
de que nos últimos anos os cientistas aprenderam
a identificar, isolar e manter in vitro estas CT de
tecidos e embriões, e principalmente, a interferir
no “destino” destas células direcionando a
diferenciação das mesmas em outros tipos
celulares em muitos casos muito diferentes do
tecido original do qual elas foram extraídas, como
por exemplo, a diferenciação de neurônios a partir
de CT obtidas do tecido adiposo. A descoberta
deste grande potencial de diferenciação destas
células remeteu a comunidade acadêmica e a
sociedade a possibilidade de tratamento de
diversas lesões teciduais graves, como o trauma
medular, infarto do miocárdio, assim como de
doenças degenerativas, como a doença de
Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica, entre
outras (TAKAHASHI e YAMANAKA, 2006).
Uso Geral das Células-Tronco
A segunda metade do século XX foi
marcada por fantásticos progressos na área
médica, particularmente com relação a novos
métodos diagnósticos e novas modalidades
terapêuticas. Dentre os inúmeros avanços
terapêuticos testemunhados, um dos mais
notáveis foi o progresso na área de transplante de
órgãos e, em particular, o emprego de células
tronco para a regeneração do sistema
hematopoético.
Diariamente, grande parte das células
que formam nosso corpo se multiplica dando
origem a novas células da mesma linhagem de
modo a manter o funcionamento dos tecidos e
órgãos de um determinado indivíduo. Porém,
sabe-se que há, em praticamente todos os
tecidos do corpo, um grupo pequeno de células
que se multiplicam eventualmente, funcionando
como um “estoque” a partir do qual é mantida a
população celular de um determinado tecido
(MANIATIS et al., 1971 citado por TAKAHASHI e
YAMANAKA, 2006 ).
TABELA 01- principais doenças atualmente tratadas com células-tronco hematopoéticas.
TRANSPLANTES AUTÓLOGOS
Neoplasias
Mieloma múltiplo
Linfoma não Hodgkin
Linfoma Hodgkin
Leucemia mieloide aguda
Neuroblastoma
Câncer ovariano
Tumores de células germinativas
Outras doenças
Algumas doenças autoimunes
Amiloidose
TRANSPLANTES ALOGÊNICOS
Neoplasias
Leucemia mieloide aguda
Leucemia linfoblástica aguda
Leucemia mieloide crônica
Síndromes mielodisplásticas
Doenças mieloproliferativas
Linfoma não Hodgkin
Linfoma Hodgkin
Leucemia linfocítica crônica
Mieloma múltiplo
Leucemia mieloide crônica juvenil
Neuroblastoma
Carcinoma renal
Outras doenças
Anemia aplástica grave
Hemoglobinúria paroxística noturna
Anemia de Fanconi
Anemia de Blackfan-Diamond
Talassemia maior
Anemia falciforme
Imunodeficiência combinada grave (SCID)
Imunodeficiência com hiper IgM
Deficiência de adesão leucocitária
Doença linfoproliferativa ligada ao X
Erros inatos do metabolismo
Adaptado de: (COPELAN, 2006 e LOCATELI et al. 2006).
5
A seguir serão abordadas as principais
patologias atualmente tratadas com célulastronco hematopoéticas.
Uso das Células-Tronco Embrionárias no
Tratamento de Doenças do Sistema Nervoso
As principais estratégias que vem sendo
estudadas para aplicação da terapia celular
compreendem duas frentes: a possível reposição
das
células
perdidas,
caracterizando
a
regeneração do tecido nervoso; e a indução do
processo neurogênico, com regulação e aumento
da função das células neurais de forma
endógena, por meio da infusão de células-tronco
nos sítios danificados (CARRION et al., 2009;
MENDEZ-OTERO et al., 2009).
As evidências na literatura apontam que
a liberação dos fatores tróficos por todas essas
células, independente do tipo e origem, induzem
essas modificações, além de proteger o tecido
contra maiores danos (LIMA e GOMES, 2010).
Derivadas da massa interna do
blastocisto (PAULA et al., 2005), as CT
embrionárias chamam a atenção por serem
pluripotentes, ou seja, podem se diferenciar em
qualquer célula dos três folhetos embrionários
(WALIA et al., 2011) e são consideradas para uso
em estudos, somente depois de apresentarem
características específicas como: marcadores
moleculares específicos e capacidade de divisão
celular por várias gerações, constituindo uma
população estável (PEREIRA et al., 2007).
Uma vez injetadas em modelos animais,
as CT embrionárias, quando não monitoradas
corretamente por meio de técnicas que envolvem
a inserção de um marcador fluorescente, podem
se dividir descontroladamente e formar teratomas.
Por essa razão, diversos protocolos estão sendo
elaborados para que se direcione a diferenciação
dessas células in vitro para depois serem
testadas (OTERO et al., 2009; KRIKS et al.,
2011).
Essas células já apresentaram um efeito
terapêutico em modelos animais de várias
doenças, incluindo Doença de Parkinson (KRIKS
et al., 2011), resultados esses que deixam os
pesquisadores otimistas e ansiosos para testar a
capacidade das CT embrionárias em seres
humanos. Ressalte-se, que isto envolve questões
tanto científicas, como a compatibilidade entre as
células e o receptor, quanto éticas, já que testes
com células-tronco embrionárias ainda não foram
aprovados em alguns países (PEREIRA et al.,
2007; SCHWINDT et al., 2005).
No que diz respeito à compatibilidade,
uma estratégia é a realização da clonagem
terapêutica, que consiste em se criar um embrião
clonado do paciente. A desvantagem dessa
técnica é o fato de que, se o problema do
paciente for genético, não vale a pena realizar o
procedimento já que não irá ajudar (PEREIRA et
al., 2007).
Os problemas éticos e religiosos
atrasam as pesquisas com as CT embrionárias
em alguns países como a Itália, o que não ocorre,
em países como, Inglaterra, Austrália, Israel,
Japão e Estados Unidos, que já estão em
estágios avançados de pesquisas com célulastronco embrionárias. Por essa razão, os cientistas
têm trabalhado para encontrar alternativas, que
incluem o uso de CT adultas, que não
apresentam tais empecilhos e são mais fáceis de
manipular que as células-tronco embrionárias
(WALIA et al., 2011).
A
Terapia
Celular
Neurodegenerativas
em
Doenças
Cada uma das doenças a seguir, afeta
uma população diferente de neurônios, levando à
perda de função e, até mesmo, à incapacidade do
indivíduo afetado, seja ela apenas motora ou em
conjunto com acometimento mental. As doenças
são: Acidente Vascular Cerebral, Doença de
Parkinson,
Esclerose
Lateral
Amiotrófica,
Esclerose Múltipla e Epilepsia. E o que essas
doenças apresentam em comum é a ocorrência
de processo inflamatório, que pode ser
amenizado após administração de células-tronco
(HORIE et al., 2010; SON et al., 2011).
A forma de administração dessas
células varia, podendo ser por via intravenosa,
intra-arterial ou intracerebral, sendo que, quando
injetadas, agirão possivelmente na indução do
aumento da angiogênese, neurogênese e
sinaptogênese, o que resulta no remodelamento
do sistema nervoso e melhoramento das funções
prejudicadas (CHOPP e LI, 2002).
Dentre todas as doenças que acometem
o Sistema Nervoso Central, o Acidente Vascular
Cerebral (AVC), também chamado de Acidente
Vascular Encefálico (AVE), é a que se destaca.
Por ser de ocorrência comum na população, a
preocupação com o tratamento desses pacientes
é notória, sendo que as terapias existentes visam
principalmente auxiliar no aumento da capacidade
de regeneração do SNC, para se diminuírem as
sequelas deixadas pelo episódio vascular
(MENDEZ-OTERO et al., 2009).
A Doença de Parkinson é descrita na
literatura como uma degeneração progressiva,
inicialmente de neurônios dopaminérgicos da
região da substância nigra, localizada no
mesencéfalo ventral, com deficiência de tirosina
hidroxilase; e em estágios mais avançados com
perda
de
neurônios
serotonérgicos
e
noradrenérgicos
juntamente
com
seus
respectivos neurotransmissores. É uma doença
6
inicialmente motora, levando à demência (PAULA
et al., 2005).
Dentre
os
diversos
mecanismos
envolvidos na degeneração neuronal dessa
doença, estão incluídas: disfunção mitocondrial,
estresse oxidativo, deficiência de fatores
neurotróficos e ação do sistema imune (PEREIRA
et al., 2007).
As pesquisas envolvendo terapia celular
na Doença de Parkinson ainda estão em fase
precoce. A maioria dos estudos descritos,
relacionados com modelos animais, relata a
melhora dos sintomas parkinsonianos com
transplante de CT embrionárias (MENDEZOTERO et al., 2009) e secreção de fatores
tróficos como o Fator Neurotrófico Derivado da
Glia (GNDF) por neuroesferas, estabelecendo
uma neuroproteção (SCHWINDT et al., 2005).
Dentre
as
estratégias
em
experimentação, as que se destacam envolvem o
uso de CT neurais e/ ou neuroprogenitoras fetais.
Tais células já demonstraram em modelos
animais a capacidade de influenciar a
neurogênese, a angiogênese e a diminuição do
processo inflamatório, entre outras vantagens
(PEREIRA et al., 2007).
Porém, nos estudos pré-clínicos, os
efeitos positivos demonstrados com relação à
possível
reposição
dos
neurônios
dopaminérgicos, a preservação do circuito neural
e a amenização dos sintomas, apresentam
questionamentos que precisam ser pesquisados
antes que se estabeleça a terapia celular como
alternativa para tratamento em pacientes com
essa doença (LIMA e GOMES, 2010).
A maioria das pesquisas que envolvem
terapia celular no tratamento de pacientes tanto
com AVC, quanto com Parkinson, buscou
respostas quanto à segurança dos métodos. Isto
é, no que diz respeito às formas de administração
das células e também aos efeitos colaterais que
poderiam se apresentar, como rejeição por parte
do receptor (OTERO et al., 2009). Quanto à
eficácia, muito precisa ser feito e analisado, de
forma que não há certeza sobre os efeitos
benéficos em humanos, ainda que, em modelos
animais, os resultados tenham apresentado
dados interessantes.
Quanto à Esclerose Lateral Amiotrófica
(ELA) se apresenta como uma doença
degenerativa dos neurônios motores de caráter
progressivo, levando a atrofia, atonia, arreflexia
(ausência de reflexos) e fraqueza muscular.
Compromete os neurônios motores superiores e
inferiores além de, geralmente, envolver a região
bulbar e o trato piramidal (NORDON e
ESPÓSITO, 2009; LIMA e GOMES, 2010).
Atualmente,
há
apenas
um
medicamento aprovado para o tratamento da
ELA, o riluzol, que atua na diminuição da lesão
acometida pelos neurônios motores. Ressalte-se,
no entanto, que a associação com outras
substâncias neuroprotetoras e antioxidantes para
amenizar os sintomas, fisioterapia e outras
atividades multidisciplinares, é comum (LIMA e
GOMES, 2010).
Dessa forma, as estratégias com
relação ao uso de células-tronco partem de
modelos animais, comumente, pela utilização de
camundongos SOD1-G93A, que possuem uma
mutação na enzima superóxido dismutase
(importante na manutenção do neurônio motor),
que gera lesões similares à esclerose lateral
amiotrófica em humanos (XU et al., 2009; LIMA e
GOMES, 2010).
Há relatos na literatura do uso de
células-tronco embrionárias e até mesmo de
células induzidas à pluripotência em modelos
animais, a maioria dos protocolos envolve o uso
de células-tronco provenientes da medula óssea
(WITHERICK et al., 2010; UCCELI et al., 2011).
Muitos estudos demonstraram que o
transplante dessas células apresenta ações antiinflamatórias, imunomoduladoras e propriedades
preservativas das funções neurológicas, além de
melhorarem a qualidade de vida dos pacientes,
diminuindo casos de depressão, muito comuns
em indivíduos em fases avançadas da Esclerose
Lateral Amiotrófica (ELA) (WITHERICK et al.,
2010; PASQUINI et al., 2010; GUIMARÃES et al.,
2010).
E, por último, a Epilepsia que se
apresenta como um distúrbio cerebral que
predispõe o indivíduo a crises epilépticas
recorrentes e espontâneas causadas por disparos
intensos, sincronizados e rítmicos das células
neurais
no
SNC.
As
consequências
neurobiológicas, cognitivas, fisiológicas e sociais
estão entre as variáveis que interferem no bem
estar dos pacientes acometidos por essa
condição (PAULA et al., 2005; KARUSSIS et al,
2011).
O tratamento atual é realizado com
medicamentos antiepilépticos e, ainda assim, não
há garantia da diminuição da progressão da
doença. Infelizmente, a maioria dos pacientes se
torna refratário aos medicamentos, ou seja, não
responde mais à terapêutica estabelecida.
Nesses casos, a realização de cirurgia é a única
alternativa curativa, sendo que alguns pacientes
ainda precisam tomar os medicamentos
(CARRION et al., 2009).
Nos estudos realizados com célulastronco, o modelo animal mais utilizado é o que os
animais são tratados com pilocarpina, um
agonista colinérgico capaz de mimetizar as
manifestações de uma epilepsia de lobo temporal.
Nas pesquisas descritas, foram utilizadas CT
embrionárias,
CT
mononucleares
e,
principalmente, CT neurais em alguns casos, com
associação de fatores tróficos, em transplantes no
hipocampo dos animais (KARUSSIS et al, 2011).
Os dados obtidos demonstraram que as
células transplantadas expressavam marcadores
de receptores GABA, marcadores para células da
micróglia e neurônios e ainda, propriedades
7
intrínsecas e sinápticas características deles.
Além disso, os pesquisadores puderam perceber
uma melhora do déficit cognitivo e uma redução
das crises recorrentes (CARRION et al., 2009).
O Transplante de
Células-Tronco em
Hemoglobinopatias: Anemia Falciforme e
Talassemias
Anemia Falciforme é uma alteração
geralmente observada no período neonatal e na
infância, que pode levar as significativas
morbidade e mortalidade (STEINER, 2007).
As causas são multifatoriais, mas, entre
as mais frequentes, encontram–se as doenças
intrínsecas dos eritrócitos, especialmente as
hemoglobinopatias. Constituem um grupo de
alterações autossômicas, na maioria das vezes
recessivas, caracterizadas pela produção de
hemoglobinas (Hb) estruturalmente anormais (as
variantes da Hb) ou pelo desequilíbrio no ritmo de
síntese das cadeias globínicas (as talassemias)
(TOLENTINO, 2007).
Durante muito tempo, a maioria das
crianças portadoras dessas doenças morria de
suas complicações durante a primeira década de
vida. Recentes e importantes avanços têm,
entretanto, estendido a vida média dos pacientes
e melhorado significativamente sua qualidade de
vida. Uma melhor compreensão da etiologia e dos
mecanismos da anemia, o diagnóstico precoce,
as novas abordagens terapêuticas e o melhor
gerenciamento
da
sobrecarga
de
ferro
transfusional têm alterado dramaticamente esses
quadros (MORRIS et al. 2006)..
Mutações que afetam os genes de
globinas levam às hemoglobinopatias, que,
podem ser classificadas em dois grandes grupos:
as alterações de estrutura, com a formação de Hb
anômalas, e as alterações de síntese
(talassemias), com a supressão parcial ou total de
um ou mais tipos de cadeias; menos
frequentemente, esses dois fenótipos podem
ocorrer em associação (ZAGO, 2004)
As hemoglobinopatias estruturais são
em geral, causadas por substituições simples,
pequenas inserções ou deleções de bases que
afetam as regiões codificantes dos genes e levam
à substituição de aminoácidos na cadeia proteica
(WENNING e SONATI, 2007).
Dentre elas, destaca–se a Hb S, uma
variante que, na posição 6 da cadeia β, tem o
ácido glutâmico substituído pela valina. Ela foi
descrita por Linus Pauling et al., em 1949, como
uma Hb encontrada nas hemácias de pacientes
com
anemia
falciforme,
com
migração
eletroforética diferenciada daquela observada em
indivíduos normais. A Hb S, em seu estado
desoxigenado e em concentração elevada,
polimeriza,
resultando
em
hemácias
anormalmente rígidas e não deformáveis
(hemácias falcizadas) (VEKILOV, 2007).
As talassemias decorrem da diminuição
ou ausência de produção de um ou mais tipos de
cadeia globínica, levando ao acúmulo do outro
tipo cuja síntese está preservada. As cadeias em
excesso são instáveis e precipitam, levando a
alterações da membrana eritrocitária e à
destruição precoce das células. Além disso, a
hemoglobinização deficiente dos eritrócitos
resulta
em
hipocromia
e
microcitose,
anormalidades características deste grupo de
doenças (TEFFERI, 2004).
As talassemias são classificadas em α,
β, γ, δ, δβ e γδβ, conforme o(s) tipo(s) de cadeia
cuja produção está prejudicada. As mais
frequentes são as talassemias α e β; enquanto as
primeiras são majoritariamente causadas por
deleções que removem os genes α as
talassemias β são geralmente resultantes de
substituições de bases nos éxons, íntrons e
regiões promotoras dos genes β (SHAH, 2004).
Na molécula de Hb A, os resíduos
externos são polares, conferindo solubilidade e
prevenindo interações intermoleculares, ao passo
que os internos são apolares, criando um
ambiente no qual o O2 pode ser ligado sem que a
oxidação do heme ocorra. Tetrâmeros individuais
dentro de uma hemácia não interagem uns com
os outros. As hemácias são capazes de sofrer
deformação, o que permite que elas atravessem a
circulação e carreguem o O2 para todos os
tecidos do corpo (VEKILOV, 2007).
As complicações clínicas na Anemia
Falciforme incluem anemia hemolítica crônica, de
intensidade moderada ou grave, episódios
dolorosos e intermitentes de vaso–oclusão, risco
permanente de infecções como resultado de
auto–infarto esplênico, síndrome torácica aguda,
acidentes vasculares cerebrais (AVC), priapismo,
retinopatia e danos cumulativos em múltiplos
órgãos (DI NUZZO e FONSECA, 2004).
Além disso, há ainda, a hipertensão
pulmonar tem também sido reconhecida como
uma séria complicação, particularmente em
adultos (CREARY et al. 2007); inflamação,
ativação endotelial, anormalidades da membrana
eritrocitária, adesão de leucócitos, ativação e
agregação plaquetária, ativação da coagulação e
biodisponibilidade anormal de vários fatores
vasoativos desempenham importante papel nos
fenômenos vaso–oclusivos (URBINATI, 2006).
Aparentemente, existe um estado de
inflamação crônica nos pacientes com Anemia
Falciforme. Crianças possuem elevado risco de
infartos nas grandes artérias cerebrais, resultado
de um processo vascular envolvendo as grandes
artérias do círculo de Willis (ADAMS, 2007).
a) Diagnóstico
O diagnóstico laboratorial das doenças
falciformes (DF) é bastante simples e se baseia
principalmente na carga elétrica das variantes. Os
métodos mais utilizados para separá–las e
identificá–las são a eletroforese, a focalização
8
isoelétrica e a cromatografia líquida de alta
performance de troca catiônica. No caso da Hb S,
os testes de falcização e de solubilidade da
desoxi–HbS em tampão fosfato de alta
molaridade
podem
ser
empregados
na
confirmação e/ou triagem de portadores.
Independente do método de escolha, o estudo
familiar é sempre fundamental para o
estabelecimento do diagnóstico (KUTLAR, 2007).
Cabe enfatizar a importância da triagem
neonatal, uma vez que a detecção precoce das
DF é fundamental para a redução da morbidade e
mortalidade dessas doenças. O Programa
Nacional de Triagem Neonatal, instituído no Brasil
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), prevê a
investigação das DF (e outras hemoglobinopatias)
através do "teste do pezinho", realizado em
grande parte das maternidades do país. Após a
identificação dos pacientes, é imprescindível que
o adequado acompanhamento clínico seja
regularmente efetuado (DI NUZZO e FONSECA,
2004).
b) Tratamento
Estudos multicêntricos têm revelado que
o
transplante
alogênico
de
células
hematopoéticas
obtidas
de
doadores
relacionados e compatíveis resulta em uma taxa
de sobrevivência superior a 90% e de
sobrevivência livre de eventos de 85%. É a opção
de cura para a doença para quem tiver um doador
compatível na família, (MORRIS et al. 2006);
particularmente em pacientes com idade inferior a
16 anos, que ainda não acumularam as
disfunções orgânicas que levam o transplante ao
insucesso
em
pacientes
mais
velhos
(STEINBERG e BRUGNARA 2003).
Infelizmente, a maioria dos pacientes
não
dispõe
de
doadores
compatíveis
relacionados.
Transplantes
com
doadores
compatíveis não-relacionados ou haploidênticos
ainda correspondem a taxas de mortalidade muito
altas,
inaceitáveis.
Transplantes
não
mieloablativos não têm sido bem sucedidos
nestes casos. O transplante de células
hematopoéticas de sangue de cordão umbilical de
doadores relacionados tem sido proposto como
uma alternativa promissora (LOCATELLI et al.
2003).
Os Principais Benefícios Alcançados com o
Uso das Células-Tronco
As Células-tronco vêm apresentando
atuação significativa e muitos benefícios para
tratamento de diversas patologias. Como no caso
dos estudos de reparo de tecidos e órgãos
lesados, campo denominado de medicina
regenerativa, devido, principalmente, à sua
característica de plasticidade – habilidade de se
diferenciar e contribuir para a formação de
diversos tipos de tecidos do corpo humano
(PRENTICE e APPENDIX, 2004).
Sua eficácia tem sido observada
também nos tratamentos das doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer, e
mesmo de lesões de medula espinhal, bem como
os tratamentos para acidente vascular cerebral e
aqueles relacionados às doenças autoimunes:
lupus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide,
esclerose múltipla e outras doenças (SANTOS e
SOARES, 2006).
Na área da bioengenharia tecidual são
destaques
os
protocolos
envolvendo
o
desenvolvimento de pele, cartilagem e ossos a
partir de culturas destes tecidos e a reparação de
músculos e órgãos, como fígado e pâncreas
(SCHLECHTA et al. 2010).
Atuação do Profissional Enfermeiro
O Transplante de Medula Óssea (TMO),
atualmente denominado Transplante de Células
Tronco Hematopoiética (TCTH) (PRANKE, 2004),
tornou-se uma modalidade terapêutica bastante
utilizada no tratamento de muitas doenças na
idade adulta e na infância.
Desta forma verifica-se sua importância
na Oncologia, tendo em vista o sucesso obtido
em curar ou prolongar significativamente a
sobrevida de um grande número de pacientes
refratários a outros tipos de tratamentos (REIS et
al, 2004).
O Transplante de Células Tronco
Hematopoiéticas é um procedimento terapêutico
que consiste na infusão, por via intravenosa, de
células tronco hematopoiéticas (CTH), obtido de
doador previamente selecionado, em receptor
adequadamente condicionado, isto é, submetido
a um regime preparativo quimioterápico, com ou
sem radioterapia, com propriedades mielo e
imunoablativas (ANDERS et al, 2000).
Diante das competências mencionadas
pelo COFEN por meio da resolução Nº 200/1997,
é imprescindível que o enfermeiro tenha os
conhecimentos específicos relativos ao TCTH,
este
profissional
necessita
também
de
conhecimentos nas áreas imunológica, oncologia,
hemoterapia, biologia molecular, controle de
infecção, farmacologia e cuidados intensivos
(LACERDA et al, 2007).
Em um estudo descritivo de caráter
exploratório, com
abordagem
quantitativa,
desenvolvido na Faculdade de Ciências da Saúde
da Universidade do Vale do Paraíba - Univap,
Campus Urbanova e em um Hospital de médio
porte do Vale do Paraiba, nos meses de março e
abril de 2009, foram avaliados alguns aspectos
importantes no tocante ao conhecimento das
diretrizes do COFEN a respeito das competências
dos enfermeiros nos transplantes de células
tronco hematopoiéticas.
Como sujeitos da pesquisa foram
convidados enfermeiros voluntários, pertencentes
9
às instituições participantes. Como critério de
inclusão utilizou-se a necessidade de um período
mínimo de dois anos no exercício da profissão.
O projeto recebeu aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do
Paraíba, com o protocolo n H277/ CEP/2008
além, da autorização das instituições convidadas.
Foram destacados alguns resultados da
pesquisa que são relevantes para o presente
estudo, dentre os quais, destaca-se:
Notou-se que, grande parte dos
enfermeiros voluntários, estão cientes sobre as
diretrizes do COFEN, Nº 200/1997, que
descrevem claramente as competências do
enfermeiro que vão muito além da supervisão e
avaliação dos cuidados prestados ao paciente
submetido ao transplante de células tronco e
papel ativo nos procedimentos técnicos de
aspiração
e
infusão
de
células-tronco
hematopoiéticas de sangue periférico como
também, de cordão umbilical e placentário
(LACERDA et al. 2007; COFEN, 1997).
A meta do cuidado com pacientes
portadores de leucemias consiste em preparar
família e paciente para os procedimentos de
diagnósticos e processos terapêuticos, evitar
complicações da mielossupressão, tratar os
efeitos colaterais das irradiações e toxicidade
medicamentosa e oferecer suporte emocional
constante. O enfermeiro desempenha um papel
de extrema importância, pois é responsável por
elaborar um plano de alta além de promover a
educação e a orientação de pacientes submetidos
ao transplante de medula óssea e de seus
familiares integrando todos no cuidado. Ensinar a
família a cuidar de seu familiar, e cuidar da família
nesta fase do TCTH (COFEN, 1997).
Também foi constatado que todos os
enfermeiros concordam sobre a importância do
aumento do número de bancos de cordão
umbilical, pois este aumento possibilitaria maior
chance de compatibilidade entre doadores não
aparentados surgindo maior esperança aos que
estão na fila de espera para transplante de
medula (PRANKE, 2004).
Foi confirmado que grande parte dos
enfermeiros entrevistados tem ciência de algumas
patologias que podem ser tratadas com o
transplante de células tronco. Sabe-se que são
inúmeras as patologias, e segundo Jr. Castro
(2003), a anemia aplástica grave, anemia de
Fanconi, leucemia linfóide aguda e leucemia
mielóide aguda, são alguns exemplos destas
patologias.
Em outro estudo do autor, são
encontradas outras patologias como a talassemia
maior, síndromes mielodisplásicas, mielofibrose
maligna aguda e linfomas não Hodgking em
segunda ou terceira remissão (CASTRO Jr. et al,
2001).
A maioria dos enfermeiros entrevistados
concordou que seria importante a inserção de
informações sobre a doação de sangue de cordão
umbilical às mulheres gestantes no período do
pré-natal. Quanto maior o número de doações,
maior chance de compatibilidade de doadores
não aparentados e menor tempo de espera nas
filas de transplante de células tronco (PRANKE,
2004).
Atuação do Enfermeiro na Captação das
Gestantes, na Coleta, na Armazenagem e no
Transporte das Células-Tronco
O sangue de cordão umbilical e tecido
placentário
rico
em
células-tronco
hematopoiéticas poderá ser coletado em parto
cesáreo ou vaginal (DUARTE et al., 2009).
A coleta pode ser realizada intraútero
(antes da liberação da placenta) ou fora do útero
(após o descolamento da placenta) (SILVA e
LEOI, 2010; PEDRASSA e HAMERSCHLAK,
2008).
Após o nascimento, o cordão umbilical
deverá ser clampeado e puncionado com uma
agulha que fará a conexão com a bolsa de coleta.
A placenta deverá estar em local estéril e mais
elevado quando comparada à bolsa, fazendo com
que o sangue flua por gravidade. A seguir a bolsa
é enviada ao banco de sangue. Após a mãe
doadora será entrevistada e terá amostras de
sangue coletadas para realização de exames
sorológicos (SILVA e LEOI, 2010).
Segundo a RDC153/2004 a coleta
deverá ser feita, em sistema fechado, por médico
ou enfermeiro treinado e capacitado. Os
reagentes e materiais devem ser estéreis,
apirogênicos e descartáveis. Somente deverá ser
aceita se o volume do aspirado alcançar 70 ml ou
o número total de células nucleadas for superior
5x108 células (BRASIL, 2004).
Após a coleta o sangue deverá ser
rotulado e armazenado a temperatura de 4 ± 2ºC
até ser transportado em caixas adequadas para
materiais
biológicos
(com
controle
da
temperatura)
para
o
laboratório
de
processamento (BARINI et al., 2011). O tempo
entre a coleta, o início de processamento e
criopreservação não deverá exceder 48 horas
(BRASIL, 2004).
O sangue do cordão umbilical deve ser
coletado logo após o nascimento da criança,
processado e criopreservado até o momento do
seu uso. É de fundamental importância que a
amostra contenha um número baixo de células T
maternas e esteja livre de agentes infecciosos
transmissíveis (MESTRE, 2010).
Para obtenção de CTH, originárias do
SCUP é necessário seguir as orientações
relacionadas (BARINI et al., 2011). :
10
a) Seleção do doador / candidatas à
coleta
Quando há opção em doar o SCUP
para bancos públicos, devem ser respeitados o
sigilo, a gratuidade da doação, o caráter
voluntário e a inexistência de compensações
financeiras. O serviço permite assegurar proteção
ao doador, prover todas as informações relativas
ao processo de doação, riscos envolvidos,
realização de testes laboratoriais e instituir
segurança ao receptor (SILVA e LEOI, 2010).
As candidatas à doação do SCUP para
uso em transplante convencional devem
satisfazer a legislação específica vigente e
respeitar os preceitos éticos sobre a matéria. Os
registros e documentos referentes à doadora
gestante englobam seus dados pessoais,
familiares, dados étnicos dos familiares,
informações que possam identificar situações que
impliquem no alto risco para contaminação de
doenças transmissíveis pelo sangue (BRASIL,
2010).
todo o período de transporte. A embalagem deve
contar com um dispositivo que indique a
temperatura fora dos limites estipulados. O tempo
entre o término da coleta e o início do
processamento ou da infusão a fresco não deve
exceder 48 horas. Enquanto a etapa de
processamento das CT hematopoiéticas não
inicia, o material coletado deve ser armazenado
em
um
refrigerador
próprio
para
acondicionamento temporário das bolsas que
contêm o SCUP. No processamento, utiliza-se
uma centrífuga, para que os componentes do
sangue (hemácias, plasma entre outros) sejam
retirados (MESTRE, 2010).
e) Criopreservação e Armazenamento
Após o processamento, realiza-se o
congelamento, em bolsas especiais, sob variação
controlada, de temperatura, em processo validado
para então ser armazenado em tanques de
nitrogênio líquido a uma temperatura igual ou
inferior a menos cento e cinquenta graus
centígrados (-150 °C) (BARINI et al., 2011).
b) Coleta
f) Liberação e Distribuição para Uso
A coleta do SCUP não traz riscos para a
mãe ou para o recém-nascido. Deve ser realizada
por profissional de nível superior da área de
saúde, habilitado, capacitado e treinado. Seu
êxito ocorre pelo desenvolvimento pessoal de
competência
técnica
obtida
através
de
treinamento,
qualificação
e
capacitação
profissional. Para a realização da coleta em
hospitais e maternidades da escolha da gestante,
faz-se necessário o aviso-prévio da equipe
envolvida, o deslocamento do pessoal delegado
para tal procedimento ou o comprometimento do
obstetra pela realização da coleta, caso não haja
equipe disponível para tal (BRASIL, 2010).
c) Testes
Conforme RDC vigente, as informações
e pareceres dos testes realizados devem
permanecer arquivados com
os demais
documentos da unidade em questão. Nos casos
de coleta do SCUP para uso alogênico nãoaparentado ou uso autólogo, os testes
laboratoriais são realizados na mãe, em uma
primeira amostra de 20 ml de sangue colhida no
dia do parto ou até 48 horas após (SILVA e LEOI,
2010).
d) Processamento
O transporte do SCUP até o laboratório
de processamento deve ocorrer por profissionais
devidamente instruídos e em embalagem com
componente
isotérmico
para
manter
a
temperatura entre 2◦C e 24◦C. A utilização de
gelo em gel é viável para manter a temperatura
interna da embalagem de forma contínua durante
Os sistemas de registros e arquivos que
permitam a rastreabilidade das células, desde sua
obtenção até o seu destino final, devem ser
implantados. As CTH do SCUP só podem ser
liberadas para uso terapêutico depois de
satisfeitos todos os requisitos obrigatórios para a
manutenção da qualidade das células a fim de
zelar pela segurança do receptor, incluindo, no
mínimo (BRASIL, 2010).
Considerações Finais
A ideia do uso de células-tronco como
terapia para diversas doenças apresenta-se como
uma das mais revolucionárias e otimistas que a
comunidade científica já se deparou. Várias
alternativas envolvendo o uso de células-tronco
estão em fase de estudo, tanto em modelos
animais quanto em estudos clínicos, visto que os
resultados obtidos mostraram-se promissores.
A população brasileira possui uma
grande variedade genética, o que torna viável a
implantação de bancos de sangue de cordão
umbilical no Brasil. Aumentando o número de
unidades armazenadas irá aumentar as chances
de encontrar doadores compatíveis para a
população, uma vez que a diversidade das
amostras aumentará, assim beneficiando os
receptores e possibilitando um tratamento mais
rápido.
Encontra-se em estudo o tratamento
das doenças degenerativas com o uso do sangue
autólogo. As células do sangue de cordão
umbilical desempenham quase as mesmas
11
funções das células embrionárias e não envolvem
questões éticas e morais. A obtenção dessas
células é feita por meio de procedimento rápido e
indolor para a mãe e o bebê, ao contrário das
outras fontes de células-tronco.
O armazenamento de células-tronco de
cordão umbilical e placenta é certamente uma
esperança para pacientes que dependem de
transplante de células-tronco hematopoiéticas
para sobreviver, considerando-se que estas
células são capazes de tratar doenças e lesões
substituindo células doentes por saudáveis.
Percebeu-se ao longo deste estudo, que
as etapas envolvidas desde a coleta até a
criopreservação são de grande valia para a
qualidade da amostra que será preservada. Em
primeiro lugar a coleta deve ser realizada por
profissional Enfermeiro capacitado e treinado, e
somente deverá ser feita após orientação da mãe
doadora e preenchimento do termo de
consentimento livre e esclarecido.
Após a coleta realizada durante o parto,
as amostras devem passar por diversos testes
sorológicos, imunológicos, microbiológicos e
hematológicos que garantam sua viabilidade para
armazenamento
e
uso
futuro.
Outros
procedimentos como transporte e manipulação
também devem ser feitos com cuidado.
Ao serem enviadas aos laboratórios de
processamento as amostras devem
ser
acondicionadas em recipientes próprios com
controle de temperatura. E após o processamento
nos laboratórios devidamente habilitados, as
amostras devem ser congeladas em nitrogênio
líquido e armazenadas nos bancos de cordão e
células placentárias.
E assim devem ser preservadas até o
momento de serem utilizadas. Verificou-se
também que o tempo entre a coleta e o
processamento não deve exceder 48 horas. E,
ainda, estudos mostram que as unidades
preservadas continuam viáveis por décadas.
O uso de células-tronco embrionárias
tem surpreendido a medicina nos últimos anos.
Pois, as pesquisas têm demonstrado sua
excelência como terapia celular para o tratamento
de várias doenças hematológicas, oncológicas,
hereditárias e imunológicas, consistindo na
infusão
intravenosa
de
células-tronco
hematopoiéticas destinadas a restabelecer a
função medular e imunológica dos pacientes,
garantindo uma melhor qualidade de vida aos
pacientes que sofrem de doenças graves e
incuráveis.
O enfermeiro exerce um papel
fundamental em suas atribuições, pois é
responsável
por
elaborar
medidas
e
implementações, promovendo a educação e
orientações aos pacientes e familiares.
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