PRONUNCIAMENTO DO DEPUTADO LEANDRO VILELA (PMDB) SOBRE OS 49 ANOS DE FUNDAÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIAS Brasília, 05 de novembro de 2008 SENHOR PRESIDENTE, SENHORAS DEPUTADAS e SENHORES DEPUTADOS Presto homenagem à Universidade Católica de Goiás, que comemorou em 17 de outubro 49 anos de fundação. A primeira universidade do Centro-Oeste foi reconhecida em 17 de outubro de 1959 pelo Decreto Presidencial nº 47.041, que criou a Universidade de Goiás. A denominação inicial não incorporava a expressão “Católica” e sim, apenas “Universidade de Goiás”. O acréscimo do termo se deu em julho de 1971, pelo Decreto nº 68.917. É hora de cumprimentos ao reitor, pró-reitores, professores, alunos, funcionários administrativos, enfim, todos que integram essa comunidade escolar que tem contribuído de forma substancial com o desenvolvimento intelectual, cultural, político, social e econômico de Goiás. Cumprimento também o arcebispo de Goiânia, dom Washington Cruz por manter uma instituição da qualidade e do valor da Universidade Católica de Goiás. A Universidade tem as dimensões de uma cidade universitária. A comunidade composta de mais de 25 mil estudantes de graduação e pós-graduação. No âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão, a Católica mantém institutos, centros, programas, projetos e núcleos de pesquisa. Para viabilizar sua missão educacional, conta com amplo quadro de professores especialistas, mestres e doutores - e de funcionários administrativos. A Católica, fundada em 1959, instituição pioneira em Educação Superior no Centro-Oeste, conta com 51 cursos de graduação, 72 especializações, 14 mestrados e 3 doutorados. Rumo ao cinqüentenário, é respeitada nacionalmente tendo consolidado, ao longo de sua história, a qualidade de ensino, da pesquisa e da extensão. Tem, portanto, uma tradição a ser conservada e respeitada. A longa tradição educacional da Católica confirma que a vida universitária apresenta uma realidade bem distinta daquela experimentada no Ensino Médio. Na Universidade, o estudante é desafiado a construir sua autonomia intelectual e se torna responsável pela gestão de suas atividades acadêmicas. Isso significa, por exemplo, que freqüência e pontualidade às aulas, participação em trabalhos acadêmicos e realizações de avaliação são de responsabilidade do aluno, de acordo com as normas e regimentos acadêmicos. No ano de 1948, a igreja Católica de Goiânia sediou o 1o Congresso Eucarístico Nacional, ocasião em que se comemoraram também os 25 anos de episcopado do Arcebispo Revmo. Dom Emmanuel Gomes de Oliveira. Foi nessa época que Dom Emmanuel teve a brilhante e feliz idéia da criação da primeira universidade do Centro-Oeste brasileiro. A Arquidiocese, juntamente com lideranças eclesiásticas e políticas do Estado, levou avante a idéia de implantar uma universidade visando uma formação católica apoiada na doutrina social da igreja. Dessa forma, em 6 de junho de 1948, foi dado o primeiro passo para a concretização dessa idéia, ou seja, autoridades eclesiásticas, civis e militares, reunidas com o governador Jerônimo Coimbra Bueno, deliberaram sobre a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras em Goiânia, que abarcaria os cursos de História e Geografia, Letras clássicas, Letras Neolatinas e Letras Anglogermânicas e Pedagogia. Assim, nesse ano de 1948, a Faculdade de Filosofia começou a funcionar provisoriamente nas salas do Colégio Santo Agostinho, sob a orientação de seu primeiro diretor, o bispo Dom Abel Ribeiro Camelo, auxiliar de Dom Emmanuel Gomes de Oliveira. Nessa ocasião, foi fundada, por Dom Emmanuel, uma associação civil denominada “Sociedade de Educação e Ensino de Goiaz”, que seria a entidade criadora, mantenedora, administradora e normatizadora da recém-criada Faculdade de Filosofia. Pelo Estatuto da Sociedade, o provimento dos cargos de professores catedráticos da Faculdade e dos Institutos far-se-ia mediante concurso público, devendo o candidato ter idoneidade moral, capacidade científica e literária, além de declarar por escrito sua plena conformidade com a orientação doutrinária e com as finalidades da Sociedade. Pelas suas raízes evidencia-se a sua natureza, ou seja, de caráter confessional, sem finalidade lucrativa, promotora da educação e da cultura do Centro-Oeste. Considera-se que a Faculdade de Filosofia constituiu-se no núcleo central e indispensável para a futura Universidade do Brasil Central. Os cursos da Faculdade de Filosofia foram reconhecidos pelo Governo Federal em 22 de fevereiro de 1952 - Decreto nº 30.588. Após a fundação da Faculdade de Filosofia, nasceram a Faculdade de Ciências Econômicas (1951) – mantida pela Federação do Comércio do Estado –, a Escola Goiana de Belas Artes e Arquitetura (1952), a Escola da Serviço Social (1957), particular, pertencente à Associação Brasileira de Educação Familiar e Social, e a Faculdade de Direito (1959), particular, sob a responsabilidade da Igreja Católica. Pode-se dizer que o projeto de criação da primeira universidade do Brasil Central foi estruturado com a parceria entre a Igreja e o Estado, e deveria ser implantado em 1949, com a junção de todas as escolas de ensino superior já existentes no Estado de Goiás, porém esse projeto não chegou a se concretizar. Posteriormente, a Igreja resolveu reassumir a idéia sozinha. Desde o início, Dom Emmanuel pretendia convidar os padres jesuítas para a administração da universidade idealizada. O convite formal do Arcebispo de Goiânia, feito a esses religiosos para colaborarem com o projeto educacional da criação e administração da Universidade Católica de Goiás, foi aceito. Eles vieram em fins de abril de 1954. Nessa época, já se haviam unido a Faculdade de Filosofia, a Escola de Enfermagem, a Faculdade de Ciências Econômicas e a Escola de Belas Artes e Arquitetura. No ano de 1955 faleceu Dom Emmanuel, sem ter conseguido ver consolidado o seu sonho, a criação da Universidade em Goiás. No ano seguinte, 1956, foi criada a Arquidiocese de Goiânia, cuja direção coube a Dom Abel, que nela permaneceu até 1957, quando saiu a indicação do primeiro Arcebispo, Dom Fernando Gomes dos Santos. O novo Arcebispo, imbuído da idéia de Dom Emmanuel, assumiu e manteve o propósito de fundar uma universidade católica. Para possibilitar esta criação, Dom Fernando fundou a Sociedade Goiana de Cultura, em 25 de outubro de 1958, que seria a mantenedora da futura instituição educacional, promoveu a incorporação do patrimônio e das obrigações das faculdades existentes e de suas mantenedoras. A Sociedade Goiana de Cultura, criada com esse propósito, passou a existir como entidade jurídica, tendo seus Estatutos aprovados e publicados no Diário Oficial do Estado de Goiás, de 27 de novembro de 1958. Com o intuito de agilizar a criação da Universidade de Goiás, os dirigentes das faculdades católicas de Goiânia se haviam reunido com o governador estadual, Jerônimo Coimbra Bueno, em 22 de março de 1958, quando esse prometeu efetiva colaboração com o projeto da Igreja, e, com a devida permissão de seus dirigentes, cedeu ao grupo a Faculdade de Engenharia que era mantida pelo Estado. E em 1959, formou-se a Universidade de Goiaz, de caráter particular, pertencente à Igreja Católica, pela aglutinação de sete instituições – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; Faculdade de Farmácia e Odontologia; Escola Goiana de Belas Artes e Arquitetura; Faculdade de Ciências Econômicas; Escola de Serviço Social; Escola de Enfermagem e Faculdade de Direito. O Arcebispo de Goiânia, Dom Fernando, designou o Padre Paulo de Tarso Nacca, S.J., para ser o primeiro Reitor da Universidade Católica de Goiás, que veio a administrá-la no período compreendido entre 1959-1962. Os seus sucessores jesuítas foram o Padre Armindo Viveiros de Castro, S.J. (1963- 1967), o Padre Cristóbal Alvarez García, S.J. (1968-1973), e o Padre José Carlos de Lima Vaz, S. J. (1973-1979). Após findar a administração dos padres jesuítas (1979), a Universidade Católica teve como reitores o Padre José Pereira de Maria, o professor Pedro Wilson Guimarães, o professor Dario Nunes Silva, o professor Ivo Mauri, a professora Clélia Brandão Alvarenga Craveiro, o professor Marisvaldo Cortez Amado e, atualmente, o professor Wolmir Therezio Amado. Ao longo dos seus 49 anos de existência, a Universidade Católica, pioneira em ensino superior no Centro-Oeste, converge suas ações para a prática educativa, objetivando formar profissionais competentes, criativos, críticos, éticos e engajados no mercado de trabalho. Na sua trajetória, a UCG sempre participou das transformações da sociedade brasileira e, mais proximamente, da regional do Centro-Oeste, sem contudo, perder a visão humanista e cristã da realidade. Muito obrigado. Deputado Leandro Vilela